Buscar

Guia para Gestão de Segurança no Trabalho Rural

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 Universidade Candido Mendes 
 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
OSCAR FELIZZOLA SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUIA ORIENTATIVO PARA A GESTÃO DA SEGURANÇA E 
SAÚDE NO TRABALHO RURAL NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2016 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
OSCAR FELIZZOLA SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GUIA ORIENTATIVO PARA A GESTÃO DA SEGURANÇA E 
SAÚDE NO TRABALHO RURAL NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes 
como exigência parcial à obtenção do título de Especialista 
em Engenharia de Segurança do Trabalho. 
 
 Nome do Orientador : Luiz Roberto Pires Domingues Junior 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2016 
 
3 
 
 
 
 
 
 Resumo 
 
Este trabalho tem como finalidade ser um guia orientativo para a gestão da segurança e 
saúde no trabalho rural no Brasil. Seu objetivo principal é o de ajudar os produtores e 
trabalhadores rurais Brasileiros a identificarem os riscos à segurança e à saúde dos 
trabalhadores do agronegócio do Brasil, devido à execução das atividades laborais rurais. 
Com isto espera-se que seja útil no sentido de auxiliar na tomada de ações para eliminar 
ou pelo menos mitigar esses riscos. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica.O 
presente trabalho divulga a importância do conhecimento e do cumprimento dos requisitos 
da Norma Regulamentadora NR-31 ( Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, 
Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura), assim como a prevenção de 
acidentes com agrotóxicos no setor agropecuário Brasileiro. Ele também apresenta os 
cuidados a serem adotados no trabalho rural para que sejam preservadas a saúde, a 
integridade física e a própria vida do trabalhador do campo em nosso país. Além disso 
pretende contribuir para a conscientização dos produtores rurais e dos trabalhadores da 
agropecuária do Brasil para o papel fundamental do treinamento nos assuntos relativos à 
Segurança e Saúde no Trabalho Rural. Tem-se a plena convicção que este trabalho 
alcança o que é proposto como sendo seu objetivo principal. 
 
Palavras-chave :Gestão, Segurança , Saúde, Trabalho Rural, Guia, Agrotóxico, NR-31, 
Agronegócio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Sumário 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 6 
 
2. TEMA 7 
 
3. PROBLEMA 7 
 
4. OBJETIVOS 8 
4.1 Objetivo Geral 8 
4.2 Objetivos Específicos 8
 
 
5. JUSTIFICATIVA 9 
 
6. REVISÃO DA LITERATURA 9 
6.1 O Agronegócio Brasileiro 9 
6.2 A situação da Segurança e da Saúde no Trabalho Rural no Brasil 11 
6.3 A Norma Regulamentadora NR-31 ( Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, 
Pecuária , Silvicultura ,Exploração Florestal e Aquicultura) e assuntos correlatos 12 
6.3.1 Objetivos e Aplicação da NR-31 12 
6.3.2 Noções sobre legislação trabalhista e previdência relativa à saúde e segurança no trabalho 
rural 15 
6.3.3 Preceitos da Gestão de Segurança Ocupacional 21 
6.3.4 Fatores formadores da Higiene do Trabalho 23 
6.3.5 Conhecimento dos Riscos Laborais 25 
6.3.6 Identificação das fontes geradoras de riscos à segurança e à saúde 27 
6.3.7 Realização das condições de Trabalho Rural 33 
6.3.8 Hierarquia das implementações das ações de Segurança e Saúde 39 
6.3.9 Identificação dos Atestados de Saúde Ocupacional ( ASO) 42 
6.3.10 Caracterização e estudos de acidentes e doenças do trabalho 45 
6.3.11 A Importância do Registro dos Acidentes e Incidentes 48 
6.3.12 Mapas de Risco 51 
6.3.13 Elaborando um Mapa de Risco 54 
6.3.14 Promoção da melhoria nos ambientes e condições de trabalho 59 
6.3.15 Resumo sobre a NR-31 63 
6.4 Prevenção de Acidentes com Agrotóxicos no setor Agropecuário Brasileiro 65 
6.4.1 Conceitos Fundamentais 66 
6.4.2 A Origem Histórica dos Agrotóxicos 66 
6.4.3 Noções sobre Classificação dos Produtos Fitossanitários 71 
6.4.4 Legislação vigente no Brasil relativa ao trabalho com Produtos Fitossanitários 74 
6.4.5 O item 31.8 da NR-31 e a segurança no trabalho com agrotóxicos 76 
6.4.6 As formas de exposição aos Agrotóxicos 83 
6.4.7 Identificação de Sintomas e Procedimentos em Caso de Intoxicação com Agrotóxicos 87 
6.4.8 Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança : conhecendo-se os pictogramas 90 
 
5 
 
6.4.9 Estudo da Rotulagem e da Sinalização de Segurança : informações de segurança contidas 
em rótulos e bulas 94 
6.4.10 Medidas Higiênicas no Trabalho com Produtos Fitossanitários ou Agrotóxicos ou 
Defensivos Agrícolas 96 
6.4.11 Vestimentas e Equipamentos de Proteção Individual para Trabalho com Produtos 
Fitossanitários ou Agrotóxicos ou Defensivos Agrícolas 99 
6.4.12 Os Problemas causados pelos Defensivos Agrícolas ou Agrotóxicosou Produtos 
Fitossanitários justificam o seu uso ? 104 
6.5 Prevenção de Acidentes com Tratores e Máquinas Agrícolas 104 
6.6 Prevenção de Acidentes com Eletricidade no meio Rural 111 
6.7 Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos no meio Rural 113 
6.8 Manejo de Animais 114 
6.9 Treinamentos em Segurança e Saúde no Trabalho Rural 116 
 
7. METODOLOGIA 116 
 
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 117 
 
9. BIBLIOGRAFIA 118 
 
10. LISTA DE FIGURAS 120 
 
11. LISTA DE QUADROS 126 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A OIT ( Organização Internacional do Trabalho) aponta que a agropecuária é uma das atividades 
profissionais que tem o maior risco de provocar acidentes , equiparando-se à construção civil e à 
exploração do petróleo. Não importa se o trabalhador é jovem ou experiente , todos estão 
sujeitos a riscos de acidentes de trabalho e a riscos que ameaçam a sua saúde. Estes riscos 
aumentam quando não se têm informações relativas ao cuidado e à prevenção. 
Os trabalhadores rurais no Brasil ,no desempenho das suas atividades laborais, estão expostos a 
diversas fontes de risco pelo uso de ferramentas diversas e manuseio de máquinas, tratores, 
serras elétricas, foices, facões, entre outros, agentes de natureza física como a radiação solar, 
descargas elétricas; temperaturas extremas, frio e calor e o ruído; agentes químicos para 
correção e adubação do solo, agrotóxicos, medicamentos para uso veterinário, e biológicos, 
como a picada por animais peçonhentos, vírus e bactérias no cuidado de animais e fatores 
próprios da organização do trabalho, com longas jornadas, ciclos de trabalho intensivo, 
relacionados às distintas fases de produção, relações subalternas que se perpetuam desde os 
tempos da escravatura, entre outras. 
Por exemplo no risco referente à falta de treinamento na aplicação e manuseio de agrotóxicos 
e afins, muitas vezes as sequelas só vão aparecer muitos anos depois. Segundo Martins 
(p25,2012) o trabalho rural está em processo permanente de transformação e aprimoramento. 
Enquanto algumas fazendas realizam investimentos e melhorias constantes em saúde e 
segurança do trabalho, outras desrespeitam os princípios mínimos de segurança ao trabalhador 
e à vida humana e se colocam em situação permanente de fazendas problema. Mas na maioria 
dos casos existe um profundo desconhecimento dos trabalhadores rurais brasileiros e também 
de seus empregadores sobre ações preventivas que devem ser implementadas no sentido da 
proteção da saúde, da integridade física e da vida dos trabalhadores do campo. Por isto 
entende-se que a elaboração de um guia ,que oriente empregadores e empregados rurais 
quanto aos riscos laborais rurais e mitigação dos mesmos, será muito útil no sentido de ajudar 
e estimular a adoção de medidas preventivas na gestão da segurança e saúde dos trabalhadores 
que atuam no setor agropecuário brasileiro. 
 
7 
 
 
Figura 1 – Trabalhador Rural Brasileiro aplicando agrotóxico . Fonte : Apostila M1 Gestão 
de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015) 
 2. TEMA 
 O Tema da Monografia é a Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho Rural no Brasil. 
 
Figura 2 – Exemplo de Trabalho Rural no Brasil. Fonte : Apostila M1 Gestão de Segurança, 
Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015) 
3. PROBLEMA 
O problema começa com a seguinte pergunta : Os Produtores Rurais , os Sindicatos, tanto os 
Patronais como os dos Trabalhadores Rurais , assim como também os próprios Trabalhadores 
Rurais Brasileiros têm pleno conhecimento sobre como deve ser realizada a Gestão da Segurança 
e a Saúde do Trabalho Rural de maneira que sejam eliminados ou atenuados os riscos à Segurança 
e a Saúde dos trabalhadores do campo, oriundos das atividades laborais no setor agropecuário ? 
Para responder esta pergunta se tem as seguintes informações : Se, no geral, o Brasil registra 
 
8 
 
marcas preocupantes com relação aos acidentes do trabalho em geral , no setor rural a situação é 
muito pior. Enquanto na área urbana um índice de 1,29% dos acidentes terminam com morte, no 
campo esse percentual aumenta para 2,57%, além do que, é na área agrícola que o número de 
acidentes não registrados é muitíssimo maior do que nos centros urbanos, porque, naturalmente, 
lá o índice de trabalhadores sem registro em carteira é consideravelmente maior, a ponto de a OIT 
( Organização Internacional do Trabalho) afirmar que os trabalhadores agrícolas correm, pelo 
menos, o dobro de riscos de morrer no local de trabalho do que os empregados dos demais 
setores ("O Globo", pág. 25, de 17.2.98). Afirma, ainda, aquela organização, que a situação é mais 
grave nos países em desenvolvimento, devido aos baixos índices educacionais. 
Lamentavelmente, no meio rural brasileiro, em especial, temos os maiores índices de 
analfabetismo, falta de instrução e alto índice de miséria, que contribuem para a manutenção das 
precárias condições de trabalho desses irmãos brasileiros que produzem o feijão , arroz , carne e 
outros alimentos para a mesa de milhões de brasileiros. Entre as principais causas de acidentes no 
campo estão a falta de treinamento para lidar com maquinário, com agrotóxicos e, ainda, 
inexistência, em muitos casos, de equipamentos adequados de proteção individual e coletiva. 
 
Figuras 3 e 4 – Exemplos de Acidentes do Trabalho no meio rural brasileiro. Fontes : 
Websites : http://www.tecnologiaetreinamento.com.br/administracao-rural/acidente-trabalho-
acidente-rural-condicoes-inseguras-ato-inseguro-fator-pessoal-inseguro/ 2016; 
http://www.rondoniaovivo.com/interior/cerejeiras/noticia/trator-tomba-e-operador-fica-preso-as-
ferragens-na-area-rural/131170 2016. 
4. OBJETIVOS 
 
4.1 Objetivo Geral 
Elaborar um Guia para auxiliar os Produtores e Trabalhadores Rurais do Brasil a identificarem os 
riscos à Segurança e a Saúde dos trabalhadores provenientes das atividades laborais rurais, de 
maneira a poderem tomar iniciativas no sentido de eliminar ou mitigar estes riscos. 
 4.2 Objetivos Específicos 
 Divulgar a importância do cumprimento da Norma Regulamentadora NR -31 ( Segurança e 
Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura ) pelo 
Agronegócio Brasileiro ; Ajudar a prevenir acidentes com agrotóxicos no setor agropecuário do 
 
9 
 
Brasil ; Auxiliar no levantamento dos riscos laborais rurais ; Divulgar os cuidados no trabalho rural 
de maneira que sejam preservadas a saúde , a integridade físicae a vida do trabalhador rural ; 
Conscientizar Produtores e Trabalhadores Rurais da importância do treinamento em assuntos 
relativos à Segurança e a Saúde no Trabalho Rural. 
5. JUSTIFICATIVA 
Os trabalhadores rurais no Brasil ,no desempenho das suas atividades laborais, estão expostos a 
diversas fontes de risco pelo uso de ferramentas diversas e manuseio de máquinas, tratores, 
serras elétricas, foices, facões, entre outros, agentes de natureza física como a radiação solar, 
descargas elétricas; temperaturas extremas, frio e calor e o ruído; agentes químicos para correção 
e adubação do solo, agrotóxicos, medicamentos para uso veterinário, e biológicos, como a picada 
por animais peçonhentos, vírus e bactérias no cuidado de animais e fatores próprios da 
organização do trabalho, com longas jornadas, ciclos de trabalho intensivo, relacionados às 
distintas fases de produção, relações subalternas que se perpetuam desde os tempos da 
escravatura, entre outras. Existe um profundo desconhecimento destes trabalhadores e também 
de seus empregadores sobre ações preventivas que devem ser implementadas no sentido da 
proteção da saúde, da integridade física e da vida dos trabalhadores do campo. Por isto 
entendemos que a elaboração de um guia ,que oriente empregadores e empregados rurais 
quanto aos riscos laborais rurais e mitigação dos mesmos, será muito útil no sentido de ajudar e 
estimular a adoção de medidas preventivas na gestão da segurança e saúde dos trabalhadores 
que atuam no setor agropecuário. 
 
Figuras 5, 6 e 7 – Exemplos de fontes ou agentes de risco a que estão expostos os 
trabalhadores rurais brasileiros : radiação solar; animais peçonhentos; manuseio de serras 
elétricas. Fontes : 
http://www.focorural.com/detalhes/n/n/2753/5/O_trabalho_a_ceu_aberto_e_o_stress_termico.html 
2016 ; http://www.sestr.com.br/2012/02/como-prevenir-acidentes-com-cobras.html 2016 ; 
http://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2013/02/motosserra-depende-de-licenca-do-ibama-
para-poder-ser-utilizada.html 2016. 
 
6. REVISÃO DA LITERATURA 
 
6.1 O Agronegócio Brasileiro 
O Agronegócio no Brasil tem uma expressiva participação na economia do país e representou 
aproximadamente 22,15% do PIB em 2012. Atualmente o país ocupa notável posição mundial 
na produção agroindustrial. De acordo com o website http://www.ecoagro.agr.br/agronegocio-
brasil/ a agropecuária brasileira é um bem gigantesco, um campo cheio de oportunidades de 
investimento e desenvolvimento. 
 
10 
 
 
Figura 8 – Dados sobre a posição do Brasil no ranking mundial na produção de diferentes 
produtos agropecuários. Fonte : Website http://www.ecoagro.agr.br/agronegocio-brasil/ 2016 
 
A produção agropecuária brasileira é produzida nos diferentes tipos de propriedade rural , portanto 
podendo ser nas grandes fazendas , ou nas médias propriedades rurais ou nas pequenas 
propriedades rurais. 
O Brasil, desde 2010, quando ultrapassou o Canadá, é o terceiro maior produtor e exportador 
agrícola do mundo, atrás somente das duas grandes potências agrícolas mundiais: os Estados 
Unidos e a União Europeia. No entanto, diferentemente desses dois territórios, a capacidade de 
crescimento e a perspectiva nacional em relação a um futuro de médio prazo são grandes, de modo 
que o país poderá apresentar maiores crescimentos nos próximos anos. Isto é devido principalmente 
as características e diversidades do Brasil , principalmente encontradas no clima favorável, no solo, 
na água, no relevo e na luminosidade. 
 
Figuras 9 e 10 – Produções agrícolas brasileiras : café; cana de açúcar. Fontes : 
http://blogmarcosfrahm.com/regioes-produtoras-de-cafe-devem-ter-chuva-e-frio/ 2016 ; 
http://www.canaoeste.com.br/conteudo/o-brasil-e-hoje-o-principal-produtor-de-cana-de-acucar-do-
mundo 2016. 
 
11 
 
 
Figuras 11 e 12 – Produções agrícolas brasileiras : laranja; soja. Fontes : 
http://dinheirorural.com.br/noticia/agroeconomia/com-mais-da-metade-da-producao-mundial-de-
suco-de-laranja-frutas-citricas-no-brasil-potencializam-o-pib-nacional 2016 ; 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Produ%C3%A7%C3%A3o_de_soja_no_Brasil 2016 
 
Figuras 13 e 14 – Produções agrícolas no Sul do Brasil : arroz ; milho. Fontes : 
http://www.bms.org.br/noticia.php?noticia=69 2016; 
http://ruralcentro.uol.com.br/noticias/agricultores-intensificam-plantio-do-milho-no-rio-grande-do-
sul-59957 2016 
 
Figuras 15 e 16 – Produções pecuárias no Sul do Brasil : gado bovino ; gado ovino. Fonte : O 
Autor , 2016. 
 
6.2 A situação da Segurança e da Saúde no Trabalho Rural no Brasil 
 
Em tempos de safras recorde, abundância de produção e altos ganhos nas principais culturas 
brasileiras, um aspecto é praticamente desconhecido do público e pouco tratado mesmo dentro do 
agronegócio , a segurança do trabalho no campo. Não há sequer estatísticas atualizadas e 
comprovadas, mas projeções extra oficiais estimam que cerca de 150 mil trabalhadores são expostos 
anualmente a agroquímicos, e destes, três mil pessoas acabam morrendo. De acordo com o Website 
 
12 
 
http://www.agrolink.com.br/noticias/-o-campo-esta-exposto----seguranca-do-trabalho-e-deficiente--
diz-especialista_174369.html o engenheiro agrônomo e de segurança do trabalho Lino Hamann, 
diretor da Elo Engenharia declarou “Se a segurança do trabalho e a saúde ocupacional dos 
trabalhadores brasileiros é deficiente de uma forma geral, imaginem no campo. A fiscalização não 
chega e os responsáveis, seja por desinformação ou por negligência, não a praticam”, apontou 
Hamann. Segundo ele, 270 milhões de pessoas são vítimas de acidentes e contraem doenças 
ocupacionais no mundo, e nada menos que 2,2 milhões vão a óbito. No Brasil o número atinge a 
casa dos 1,3 milhão de afetados pela falta de observância das normas. Morrem em torno de duas 
mil, perdendo apenas para a China, com 14 mil, Estados Unidos (cinco mil) e Rússia (três 
mil). “No campo, onde as estatísticas são precárias ou inexistentes, os números são baixos porque 
simplesmente não é feita a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), que é obrigatória, 
segundo as Normas do Ministério e Emprego”, salienta o engenheiro. “Os dados da OMS 
(Organização Mundial da Saúde) são ainda da década de 90, mas projetam que as intoxicações por 
agrotóxicos equivalem a 1% da população exposta, com 1 óbito para cada 50 casos”. “Todas as 
atividades rurais são suscetíveis a riscos diários. A exposição a acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais não acontecem apenas com quem lida com químicos. Há máquinas, equipamentos, 
energia elétrica, armazenagem, trabalho em altura, condições ambientais, convivência com animais 
(muitas vezes doentes), exposição a insetos e micro-organismos, pois se está em contato com água 
contaminada e matéria em decomposição. Mas um dos grandes problemas é a armazenagem de 
produtos tóxicos, são guardados junto a alimentos, água, animais e até na própria residência da 
família”, explicou Hamann. “O campo está a descoberto. Carece de maior atenção das autoridades. 
As grandes empresas estão atualizadas, porque a fiscalização é constante, e os empresários são mais 
conscientes. Mas olhando para a massa de trabalhadores rurais, a situação descamba. O campo 
precisa de mais atenção à segurança do trabalho”, concluiu Lino Hamann. 
6.3 A Norma Regulamentadora NR-31 ( Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, 
Pecuária, Silvicultura ,Exploração Florestal e Aquicultura) e assuntos correlatos 
 
6.3.1 Objetivos e Aplicação da NR-31O cenário de deficiência com relação à segurança e a saúde do trabalho no meio rural brasileiro 
levou à o Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil a editar em 2005 , a Norma 
Regulamentadora 31 , a NR-31, que lista regras e recomendações de segurança e saúde no 
trabalho para agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura. O principal 
objetivo da NR-31 é estabelecer as regras a serem observadas na organização e no 
ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o 
desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração 
florestal e aquicultura com segurança e saúde no meio ambiente de trabalho. 
A norma NR-31 define os seguintes : 
 
• as documentações de saúde e segurança exigidas para a atividade rural; 
• que atestados de saúde ocupacional são necessários; 
• que avaliações de segurança são obrigatórias; 
• que treinamentos e capacitações são obrigatórios para a função agrícola; e 
• outras indicações, como qual é a distância mínima que deve existir entre um 
galpão de armazenamento de produtos fitossanitários e uma moradia. 
 
13 
 
 
Outro objetivo da NR-31 está relacionado com suprir as necessidades básicas do ser 
humano. Segundo o psicólogo especialista em motivação humana Abraham H. Maslow, 
as necessidades humanas estão dispostas em uma hierarquia de importância e 
influência. Essa hierarquia pode ser percebida na Pirâmide das Hierarquias das 
Necessidades, ou Pirâmide de Maslow, que é famosa em alguns ambientes 
acadêmicos. Esta pirâmide coloca as necessidades mais básicas do ser humano (como 
as fisiológicas) na base da pirâmide, ou seja, elas têm maior importância, enquanto no 
topo estão as necessidades mais elevadas (as de autorrealização). 
 
 
Figura 17 – Pirâmide de Maslow. Fonte : 
http://enfermagem24hr.blogspot.com.br/2011/11/piramide-de-maslow.html 2016. 
 
Uma análise rápida dessa pirâmide aponta que, segundo Maslow, as questões 
relacionadas à segurança , como por exemplo segurança no trabalho, vêm logo 
depois das necessidades fisiológicas. As necessidades sociais, de estima e 
associação, ainda que também sejam importantes para o ser humano, são menos 
relevantes do que as que estão na base da pirâmide. Em outras palavras podemos dizer 
que as necessidades relativas à segurança são as mais importantes que existem, logo 
 
14 
 
depois das necessidades básicas como alimentação, moradia, lazer etc. Ressalta-se 
portanto a importância da necessidade de segurança no ambiente de trabalho. 
A NR-31 pode ser aplicada a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, 
exploração florestal e aquicultura, desde que verificadas as formas de relação de 
trabalho e emprego e o local das atividades. Ou seja , se a atividade for no meio rural e 
existir a relação de emprego, a NR-31 terá aplicação. 
Para exemplificar citamos o caso descrito na Apostila M1 Gestão de Riscos em Saúde e 
Segurança no Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). Imagine-se duas situações distintas 
de atividade leiteira. Na primeira, a atividade econômica é desenvolvida apenas 
pelos donos da propriedade e seus filhos. Neste caso, não existe a relação de 
emprego, porque a mão de obra é informal, e provavelmente a NR-31 não terá 
aplicação legal. Sem a relação de emprego, a Justiça não pode punir um empresário, 
ou empregador, porque a referida relação não existe. 
Agora, pensa-se na mesma atividade leiteira, porém nesta nova situação o dono da 
fazenda tem condições de contratar um ajudante, e este ajudante não é 
pertencente à família. Existe a relação de emprego? Sim, existe, mesmo sem haver 
contrato ou Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) assinados. Nesse 
caso, mesmo sendo um emprego informal, a NR-31 vale e será aplicada. 
 
Figuras 18 e 19 – Propriedade Leiteira Familiar ; Ajudante de Fazenda Leiteira realizando o 
serviço de ordenha. Fontes : http://www.bj.coop.br/single-post/2016/05/25/Leite-
Sucess%C3%A3o-familiar-%C3%A9-exemplo-da-atividade-leiteira-1 2016 ; 
http://www.gazetadonoroestemt.com.br/noticias-ver.php?&id=135 2016. 
Neste exemplo da propriedade leiteira familiar, onde as atividades são 
desempenhadas exclusivamente pela família, é importante frisar que é apenas do 
ponto de vista legal que a NR-31 não se aplica, ou seja, no sentido de controle e 
punição do empregador no caso de acidentes de trabalho. Os requisitos de 
segurança previstas na NR-31 são educativos, e servem indiscriminadamente para 
todas as atividades rurais em absoluto. Deve ser ter sempre isto em mente! 
Vale ressaltar que a NR-31 também se aplica às atividades de exploração 
industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários. É o caso, por exemplo, 
das usinas de álcool e açúcar, que são empresas com características urbanas 
(indústria), mas estabelecidas no meio rural. De forma semelhante podem se 
 
15 
 
enquadrar as propriedades de criação de gado, suínos e aves que abastecem as 
grandes fábricas de carne industrializada. 
 
 Figura 20 – Usina de álcool e açúcar estabelecida no meio rural. Fonte : 
http://www.clealco.com.br/clealco/Portugues/institucional/index.php?acao=unidades 2016 
6.3.2 Noções sobre legislação trabalhista e previdência relativa à saúde e segurança no 
trabalho rural 
Qual é a diferença entre incidente, acidente ou doença de trabalho ? As definições 
dos próprios conceitos legais utilizados pelo Ministério do Trabalho, pela OIT e pela 
Associação Brasileira de Normas Técnicas ( ABNT) são as seguintes : 
Incidente : Ocorrência que ,sem causar danos à saúde ou a integridade física das 
pessoas , tinha potencial para causar tais agravos. A Definição Técnica é que é um 
acontecimento perigoso resultante do trabalho ou ocorrido durante ele , sem que 
tenha causado danos pessoais. A Definição Legal é que é uma ocorrência imprevista 
e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho que 
provoca lesão pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão. Trata-
se de um Acidente sem Lesão, ou seja, aquele que não causa lesão pessoal. 
 
 
16 
 
Figuras 21 e 22 – Exemplos de Incidentes : João estava cortando uma árvore e no 
momento de queda, ela bateu em outra árvore e foi desviada para cima dele, que precisou 
correr para não ser atingido ; Luiz, trabalhador de pouca experiência, precisou arrastar 
uns troncos de madeira e, para tanto utilizou um cabo de aço. No momento em que 
acelerou, o trator empinou e quase tombou por ser um local inadequado. Quando começou 
a empinar, Luiz acionou a embreagem e parou de acelerar, assim, o trator voltou a tocar o 
chão. Luiz levou um tremendo susto. Fonte : Apostila M1 Gestão de Segurança, Saúde e 
Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
Acidente ou Doença de Trabalho : Ocorrência, geralmente não planejada, que 
resulta em danos à saúde ou à integridade física de trabalhadores ou indivíduos do 
público. A Definição Técnica é a ocorrência imprevista e indesejável, instantânea 
ou não, relacionada com o exercício do trabalho que resulte ou possa resultar em 
lesão pessoal. 
A Definição Previdenciária diz que acidente do trabalho é o que ocorre pelo 
exercício do trabalho a serviço da empresa com o segurado empregado, 
trabalhador avulso, bem como com o segurado empregado, trabalhador avulso, 
enquanto no exercício de suas atividades, provocando lesão corporalou 
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, temporária ou 
permanente , da capacidade para o trabalho. 
 
. 
 
 
17 
 
Figuras 23 e 24 – Exemplos de Acidentes de Trabalho : Roberto foi cortar uma árvore, mas 
calculou mal o corte e a árvore caiu fora da rota programada destruindo parte de um galpão ; 
Carlos é operador de trator e decidiu puxar um caminhão que está atolado por um cabo de 
aço. De repente, o cabo se parte e atinge o caminhão quebrando o seu para-brisas. 
Fonte : Apostila M1 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( 
SENAR-GO, 2015). 
 
Nos episódios das Figuras 21 e 22 tanto João como Luiz conseguiram reverter a 
situação e evitar que algo mais grave ocorresse , portanto é Incidente. Já nos 
episódios das Figuras 23 e 24 tanto Roberto como Carlos não conseguiram 
reverter a situação e evitar que algo mais grave ocorresse , por isto é Acidente de 
Trabalho. 
Para prevenir incidentes e acidentes de trabalho, é importante que todos os 
envolvidos, seja empregador ou empregado, conheçam e estejam cientes de suas 
responsabilidades. A seguir apresenta-se tópicos da legislação e as principais 
responsabilidades tanto do empregador quanto do empregado. Sugere-se ações para 
os tópicos apresentados. 
 
Cabe ao Empregador Rural ou equiparado: 
Tópico 1 
Garantir adequadas condições de trabalho, higiene e conforto, definidas na Norma 
Regulamentadora NR-31 para todos os trabalhadores, segundo as especificidades de 
cada atividade. 
Ação sugerida : Produzir Ordens de Serviço. Estes documentos indicam quais 
medidas de segurança devem ser tomadas para o desenvolvimento seguro da tarefa. 
Tópico 2 
Realizar avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e, com base 
nos resultados , adotar medidas de prevenção e proteção para garantir que todas as 
atividades, lugares de trabalho, máquinas, equipamentos, ferramentas e processos 
produtivos sejam seguros e estejam em conformidade com as normas de segurança e 
saúde. 
Ação sugerida : Produzir Ordens de Serviço. Estes documentos indicam quais 
medidas de segurança devem ser tomadas para o desenvolvimento seguro da tarefa. 
Tópico 3 
Promover melhorias nos ambientes e nas condições de trabalho, de forma a preservar 
o nível de segurança e saúde dos trabalhadores. 
 
18 
 
Ação sugerida : O programa do Tópico 2 referente à realização de avaliação dos 
riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores, deve ser revisado anualmente, 
promovendo-se, assim, as melhorias. 
Tópico 4 
Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e 
saúde no trabalho. 
 Ação sugerida : Além do empregador cumprir a legislação, faz-se necessário treinar e 
orientar os empregados para que todos cumpram as normas de segurança. É 
importante frisar que sem orientação e treinamento não há compreensão, e a 
tendência humana é a de seguir trabalhando da mesma maneira em que se 
trabalhava antes da s no r mas serem exigidas. 
 
Figuras 25 e 26 – Treinamentos em Segurança no Trabalho Rural para Trabalhadores 
Rurais. Fontes : http://sindicatoruraldesorriso.com.br/noticia/seguranca-no-trabalho-e-a-area-que-
mais-demanda-treinamento-junto-ao-senar-mt 2016 ; http://www.senar.org.br/noticia/seguranca-e-
destaque-em-curso-de-tratorista-em-paula-candido 2016. 
 
 
Tópico 5 
Analisar, com a participação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes no 
Trabalho Rural (CIPATR), as causas dos acidentes e das doenças decorrentes do 
trabalho, buscando prevenir e eliminar as possibilidades de novas ocorrências. 
 Ação sugerida : Empregadores com mais de 20 empregados contratados por prazo 
indeterminado devem montar sua CIPATR. 
 
19 
 
 
Figuras 27 e 28 – Reuniões de CIPATR . 
Fontes : http://www.remasa.com.br/noticia.php?id=15 2016 ; 
http://www.damata.ind.br/noticias.php?IDP=169 2016 
Tópico 6 
Assegurar a divulgação de direitos, deveres e obrigações que os trabalhadores devam 
conhecer, em matéria de S egurança e Saúde no T rabalho. 
 Ação sugerida : Elaborar um manual de instruções da P ropriedade Rural . 
Tópico 7 
Adotar os procedimentos necessários quando ocorrerem acidentes e doenças do 
trabalho. 
Ação sugerida : Prestar a assistência e emitir uma CAT (Comunicação de Acidente 
de Trabalho), se necessário. 
Tópico 8 
Assegurar que se forneçam aos trabalhadores instruções compreensíveis em matéria 
de S egurança e Saúde, bem como toda orientação e supervisão necessárias ao 
T rabalho Seguro. 
Ação sugerida : Elaborar um Manual, por exemplo, para que os trabalhadores tenham 
acesso às instruções. 
Tópico 9 
Garantir que os trabalhadores, por meio da CIPATR, participem das discussões sobre o 
controle dos riscos presentes nos ambientes de trabalho. 
Ação sugerida : A CIPATR é obrigatória para o Empregador rural ou equiparado que 
mantenha 20 ou mais empregados contratados por prazo indeterminado. Cabe a ele 
delegar poderes e mantê-la ativa com o propósito de promover a Segurança. 
Tópico 10 
Informar aos trabalhadores os riscos decorrentes do trabalho e das medidas de 
proteção implantadas, inclusive em relação a novas tecnologias adotadas pelo 
empregador. 
 
20 
 
Ação sugerida : Esse tópico cobra a informação dos riscos, então elaborar Ordens 
de Serviço e o Mapa de Risco contemplam essa exigência. 
Tópico 11 
Informar aos trabalhadores os resultados dos exames médicos e complementares a que 
foram submetidos, quando realizados por serviço médico contratado pelo 
Empregador. 
Ação sugerida : Esse tópico cobra a o b r i g a t o r i e d a d e d a e n t r e g a d a s e g u n d a 
v i a d o A S O ( A t e s t a d o d e S a úd e O c u p a c i o n a l ) a o T r a b a l h a d o r . 
Tópico 12 
Informar aos trabalhadores os resultados das avaliações ambientais realizadas nos 
locais de trabalho. 
Ação sugerida : Elaborar um Mapa de R isco dos locais de trabalho . 
Tópico 13 
Permitir que um representante dos trabalhadores, legalmente constituído, acompanhe 
a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre Segurança e Saúde no 
T rabalho. 
Ação sugerida : Este tópico prevê adotar medidas de avaliação e gestão dos riscos 
com a seguinte ordem de prioridade: eliminação dos riscos; controle de riscos na 
fonte; redução do risco por meio de medidas técnicas e de práticas seguras; adoção 
de medidas de proteção pessoal, sem ônus para o trabalhador. 
 
 
Quanto aos Deveres e Direitos do Trabalha dor : 
a) Deveres 
• Cumprir as determinações sobre as formas seguras de desenvolver suas 
atividades, especialmente quanto às Ordens de Serviço para esse fim; 
• Adotar as medidas de proteção determinadas pelo Empregador, em 
conformidade com a Norma Regulamentadora NR-31 , sob pena de constituir ato 
faltoso a recusa injustificada; 
• Submeter-se aos exames médicos previstos na Norma Regulamentadora NR-31; 
• Colaborar com o Empregador na aplicação da Norma Regulamentadora NR-31. 
b) Direitos 
• O trabalhador tem direito a ambientes de trabalho seguros e saudáveis, em 
conformidade com o disposto na Norma Regulamentadora NR-31; 
• De ser consultado, por meio de seus representantes na CIPATR, sobre as medidas 
de prevenção que serão adotadas pelo Empregador; 
• De escolher sua representação em matéria de S egurança e Saúde no T rabalho; 
 
21 
 
• Quando houver motivos para considerar que exista grave e iminente risco para 
sua segurança e saúde, ou de terceiros, o Trabalhador tem direito de informar 
imediatamente sobre os riscos envolvidos ao seu superior hierárquico, ao membro 
da CIPATR, ou diretamente ao Empregador, para que sejam tomadas as medidas 
de correção adequadas, interrompendo o trabalho, se necessário; 
• A receber instruções em matéria de segurança e saúde, bem como orientação para 
atuar no processo de implementação das medidas de prevenção que serão adotadas 
pelo Empregador. 
6.3.3 Preceitos da Gestão de Segurança Ocupacional 
 
Sabe-se que um acidente de trabalho ou afastamento nunca afeta apenas o 
Trabalhador: a Empresa ou a Propriedade Rural e a Sociedade também saem 
prejudicadas. As Empresas se conscientizaram acerca disso com o passar do tempo e, 
considerando também as exigências legais, passaram a buscar o controle dos riscos 
ocupacionais. 
Segundo a Apostila M2 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho 
Rural (p 41,2015) todo esse entendimento resultou na padronização do Sistema de 
Gestão da S e g u r a n ç a e S a ú d e n o T r a b a l h o ( SST), uma metodologia criada em 
cada propriedade , com base nos seus objetivos e metas. O sistema faz, de forma 
contínua e gradual, as mudanças e adequações necessárias para o atendimento das 
exigências legais. Com essa metodologia, é possível decidir o que é necessário fazer, 
como fazer melhor, acompanhar o progresso dos objetivos estabelecidos, avaliar a 
forma como é feito e identificar áreas a serem aperfeiçoadas. 
A prevenção de riscos começa com uma avaliação a partir de cinco etapas: 
 
 
ETAPA 1 
 
ETAPA 2 
 
ETAPA 3 
 
ETAPA 4 
 
ETAPA 5 
 
Identificar 
os riscos 
 
Determina
r quem 
pode ser 
afetado e 
como. 
 
Avaliar os 
riscos e 
decidir que 
atitude 
adotar. 
 
Registrar 
os 
resultados 
e 
implementá
-los. 
 
Rever a 
avaliação e 
atualizá-la 
se 
necessário. 
Quadro 1 – 5 etapas da avaliação de riscos. Fonte : Apostila M2 Gestão de Segurança, 
Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
Um processo de avaliação pode ser facilmente adaptado a qualquer propriedade ou 
atividade, dependendo dos recursos disponíveis. Quanto maior o risco da atividade, 
maior a quantidade de recursos necessários para avaliação desses riscos. 
 
22 
 
Um outro conceito muito utilizado nos S istemas de G estão é o que se baseia no famoso 
ciclo de Deming ou ciclo PDCA, muito utilizado no desempenho e controle da qualidade 
de empresas. PDCA vem do Inglês Plan,Do, Check e Action e significa 
Planejamento, Desenvolvimento, Verificação e Ajuste. 
 
Quando falamos em Segurança e Saúde no Trabalho (SST), devemos entender essas 
quatro palavras com significados bem específicos. Estes significados são os seguintes : 
Planejamento - Estabelecimento de uma política de SST, capacitação de recursos, 
identificação e avaliação dos riscos, treinamentos, aquisição de máquinas e 
equipamentos adequados, e organização do ambiente de trabalho. 
Desenvolvimento – Refere-se à implementação e a operacionalidade do Programa de 
Gestão de SST. 
Verificação – Responsável por medir o antes e o depois do Programa. 
Ajuste – Fecha o primeiro ciclo, analisando o que foi realizado, propondo melhorias 
contínuas e aperfeiçoamento do sistema para o ciclo seguinte. 
Ao planejar a G estão Segurança e S aúde no T rabalho, inevitavelmente precisa se 
fazer o planejamento das atividades da propriedade e, consequentemente, organizar 
ainda mais administração do local. 
Outra vantagem de um Sistema de Gestão em SST é o de organizar os treinamentos 
obrigatórios para a propriedade, dependendo de suas atividades. Um exemplo é o 
certificado de capacitação de prevenção de acidentes com agrotóxicos, exigido pela 
legislação para todos os trabalhadores expostos diretamente aos agrotóxicos, ou seja, 
quem faz a manipulação dos defensivos agrícolas. O certificado de capacitação de 
prevenção de acidentes com agrotóxicos é exigido no item 31.8.8 da NR-31. 
Pode-se dizer que há uma obrigatoriedade da implementação do Sistema de Gestão. 
No setor rural exige-se os documentos PGSST – Programa de Gestão em Segurança e 
Saúde no Trabalho Rural ou PGSSMT – Programa de Gestão, Saúde e Meio Ambiente 
de Trabalho Rural. Essa cobrança legal está alicerçada nos itens 31.3.3 alínea b e em 
subitens do item 31.5.1 da Norma Regulamentadora NR-31. Abaixo estão estes itens 
e subitens relacionados da NR-31 : 
31.3.3 Cabe ao empregador rural ou equiparado: 
b) realizar avaliações dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e, com base nos 
resultados, adotar medidas de prevenção e proteção para garantir que todas as atividades, lugares 
de trabalho, máquinas, equipamentos, ferramentas e processos produtivos sejam seguros e em 
conformidade com as normas de segurança e saúde; 
31.5.1 Os empregadores rurais ou equiparados devem implementar ações de segurança e saúde 
que visem a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho na unidade de produção 
rural, atendendo a seguinte ordem de prioridade: 
 
23 
 
a) eliminação de riscos através da substituição ou adequação dos processos produtivos, máquinas 
e equipamentos; 
 b) adoção de medidas de proteção coletiva para controle dos riscos na fonte; 
c) adoção de medidas de proteção pessoal. 
31.5.1.1 As ações de segurança e saúde devem contemplar os seguintes aspectos: 
a) melhoria das condições e do meio ambiente de trabalho; 
b) promoção da saúde e da integridade física dos trabalhadores rurais; 
c) campanhaseducativas de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
31.5.1.3.2 Os exames médicos compreendem a avaliação clínica e exames complementares, 
quando necessários em função dos riscos a que o trabalhador estiver exposto. 
31.5.1.3.6 Todo estabelecimento rural, deverá estar equipado com material necessário à prestação 
de primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida. 
31.5.1.3.7 Sempre que no estabelecimento rural houver dez ou mais trabalhadores o material 
referido no subitem anterior ficará sob cuidado da pessoa treinada para esse fim. 
31.5.1.3.10 Em casos de acidentes com animais peçonhentos, após os procedimentos de primeiros 
socorros, o trabalhador acidentado deve ser encaminhado imediatamente à unidade de saúde mais 
próxima do local. 
Ou seja, dentro daquele contexto de combate aos acidentes de trabalho, a lei atual 
prevê que o Empregador realize avaliações de risco (como o ciclo PDCA) e, assim, 
cumpra requisitos quanto à prevenção de acidentes e à implementação de ações de 
segurança e saúde no ambiente de produção rural, incluindo aí realização de exames 
médicos e disponibilização de materiais de primeiros socorros. 
 
6.3.4 Fatores formadores da Higiene do Trabalho 
 
A H igiene do Trabalho , ou H igiene Ocupacional, pode ser definida como a ciência 
que se dedica aos estudos dos ambientes de trabalho e à erradicação das doenças 
causadas por eles. Na definição do American Industrial Hygiene Association, é “ a 
ciência que trata da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos 
originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar a saúde e o bem-estar dos 
trabalhadores, tendo em vista também o possível impacto nas comunidades vizinhas e 
no meio ambiente.” 
Os fatores ou agentes de riscos que envolvem a H igiene do Trabalho podem ser 
classificados pela sua natureza ou por suas características básicas. Eles são divididos 
em Fatores ou Agentes de Riscos Físicos, Químicos, Biológicos e de Acidentes, também 
chamados de Riscos Ambientais. Estes riscos estão ligados ao ambiente físico do 
trabalhador, mas devemos considerar também os fatores ligados ao ambiente 
 
24 
 
psicológico, aos princípios ergonômicos e à saúde ocupacional. 
Abaixo são apresentados alguns fatores e agentes de risco: 
Ambiente Físico – Todo ambiente envolvido nas atividades diárias. 
 Ambiente Psicológico - Diz respeito aos ambientes humanos, que devem ser 
cordiais e agradáveis, promovendo atividades motivadoras, gerenciamento 
democrático e participativo e diminuição do estresse. 
Princípios Ergonômicos - Relacionados à adequação de máquinas e 
equipamentos para as características humanas, à diminuição do esforço físico, à 
adequação da jornada de trabalho e à utilização de ferramentas adequadas. 
Saúde Ocupacional - Trata-se da ausência de doenças por meio da prevenção e da 
profilaxia. Chama-se de Profilaxia ao conjunto de providências que se tomam 
para prevenir uma doença ou um contágio. 
 
Figuras 29, 30 e 31 – Ambientes Físicos de diferentes atividades rurais. Fontes : 
https://aldoadv.wordpress.com/2010/01/08/agricultor-prova-da-atividade-rural-port-mpas-
n%C2%BA-4-273-de-12-12-1997/ 2016; http://www.mundodastribos.com/cursos-gratuitos-para-
produtores-rurais.html2016; http://alfonsin.com.br/danilo-ucha-alerta-sobre-compra-e-venda-de-
gado/2016. 
 
É importante lembrar que o perigo é a fonte ou situação com potencial para 
provocar danos; e que risco é a exposição de pessoas a perigos. O risco pode ser 
dimensionado em função da probabilidade e da gravidade do dano possível, da 
seguinte forma: 
Antecipação - Essa fase é caracterizada pela identificação de perigos e avaliação de 
riscos à saúde, possíveis de ocorrerem nos locais de trabalho. 
Reconhecimento - Nessa fase são realizadas as análises e observações dos ambientes de 
trabalho, para identificação dos potenciais de riscos associados aos agentes existentes e 
para definir o nível de prioridade de controle de riscos. 
Avaliação - Nessa fase serão feitas as medições qualitativas e quantitativas apropriadas 
às necessidades da propriedade rural. 
Controle - Nessa fase enumeram-se as medidas de controle que podem ser 
adotadas para minimizar ou eliminar os riscos que foram antecipados, 
reconhecidos e avaliados no ambiente de trabalho. A partir dessa fase, começa o 
desenvolvimento do plano de ação . 
 
25 
 
6.3.5 Conhecimento dos Riscos Laborais 
 
De acordo com a Apostila M3 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de 
Trabalho Rural (p 52 ,2015) , todos os dias, o trabalhador rural fica exposto a diversas 
situações de risco à saúde durante o desempenho de suas atividades no campo. São 
acidentes com veículos motorizados, ferramentas e objetos cortantes, nível de ruído 
excessivo, exposição a raios ultravioleta, risco de desenvolver doenças respiratórias, 
picadas de animais peçonhentos, choques elétricos, exposição a substâncias 
químicas, entre tantos outros. 
 
Figuras 32 e 33 – Trabalhador rural exposto a riscos. Fontes : Apostila M3 Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015) ; 
http://br.monografias.com/trabalhos3/atuacao-enfermeiro-uso-indiscriminado-insecticida/atuacao-
enfermeiro-uso-indiscriminado-insecticida2.shtml 2016. 
 
Quando o assunto é legislação trabalhista, os riscos laborais ou riscos ambientais são 
os agentes físicos, químicos e biológicos do ambiente de trabalho capazes de causar 
danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração ou intensidade 
e tempo de exposição. Por fim, no setor rural, é preciso considerar ainda os riscos 
ergonômicos e os de acidentes. 
Abaixo as características de cada um deles : 
Agentes Físicos - São considerados agentes físicos as diversas formas de energia 
a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruídos, vibrações, 
pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e radiações não 
ionizantes. 
Agentes Químicos - Substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no 
organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, 
gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter 
contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
Agentes Biológicos - São considerados agentes biológicos as bactérias, fungos, 
bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. 
 
26 
 
Riscos Ergonômicos - São considerados riscos ergonômicos àqueles ligados às 
condições de trabalho, que incluem aspectos relacionados ao levantamento, 
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às 
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. O 
controle desses riscos permitirá a adaptação das condições de trabalho às 
características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar 
condições de conforto, segurança e desempenho. 
Riscos de Acidentes - Situações e condições de insegurança nos ambientes de trabalho que 
possibilitam a ocorrência de acidentes. 
Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações com 
potencial de dano. Avaliar o risco significa estimar a probabilidade e a gravidade de que 
o dano ocorra. No Quadro abaixo são mostrados alguns exemplos de riscos e suas 
cores correspondentes: 
 
GRUPO I 
 
GRUPO II 
 
GRUPO III 
 
GRUPO IV 
 
GRUPO V 
 
 
RISCO FÍSICO 
 
 
RISCO 
QUÍMICO 
 
 
RISCOBIOLÓGICO 
 
 
RISCO 
ERGONÔMICO 
 
 
RISCO DE 
ACIDENTE 
 
Ruídos 
 
Poeiras 
 
Vírus 
 
Esforço 
físico 
intenso. 
 
Arranjo 
físico 
inadequado
 
 
 
Calor 
 
 
 
Fumos 
 
 
 
Bactérias 
 
Levantamento 
e transporte 
manual de 
peso. 
 
 
Máquina e 
equipamento
s. 
 
 
Vibrações 
 
 
Neblinas 
 
 
Fungos 
 
Controle rígido 
de 
produtividade. 
 
Animais 
peçonhento
s. 
 
 
Frio 
 
 
Gases 
 
 
Parasitas 
 
Imposição de 
ritmos 
excessivos. 
 
 
Eletricidade 
 
27 
 
 
 
 
Umidade 
 
 
 
Vapores 
 
 
 
Bacilos 
 
Trabalho em 
turnos alternados 
(diurno e noturno). 
 
Probabilidad
e de incêndio 
ou explosão. 
 
 
Radiações não 
ionizantes 
(micro- 
-ondas, raios 
laser e 
ultravioleta, 
radiofrequência, 
rede elétrica, luz 
visível). 
 
 
 
 
Substância
s, 
compostas 
ou 
produtos 
químicos 
em geral. 
 
 
 
 
 
Jornadas de 
trabalho 
prolongadas. 
 
 
 
 
Outras 
situações de 
risco que po- 
derão contribuir 
para a 
ocorrência de 
acidentes. 
 
Pressõe
s 
anormai
 
Monotonia e 
repetitividad
e. 
 
Armazenament
o 
inadequado. 
 Outras situações 
causadoras de 
stress físico e/ou 
psíquico. 
 
 Quadro 2 – Exemplos de riscos e suas cores correspondentes. Fonte : Apostila M3 Gestão 
de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
6.3.6 Identificação das fontes geradoras de riscos à segurança e à saúde 
 
Reconhecer os riscos à s e g u r a n ç a e à saúde e as fontes geradoras de cada risco é 
essencial para prevenção de acidentes ou doenças. Nos quadros abaixo, são 
apresentados alguns exemplos de fontes geradoras muito comuns no campo e suas 
consequências. Os riscos estão divididos por cor . São eles: 
 
 
RISCO FÍSICO 
 
Ruído 
 
28 
 
 
Riscos: um dos principais riscos físicos é o ruído. Ele pode causar uma surdez 
parcial, total ou até mesmo temporária que, com o passar do tempo, pode se 
tornar crônica. Atuando diretamente sobre o sistema nervoso, ele pode ocasionar 
ainda a fadiga nervosa, perda de memória, dificuldade no pensamento e em 
coordenar ideias, hipertensão, irritabilidade, alteração do ritmo cardíaco, distúrbios 
e perturbações gastrointestinais, diminuição da visão noturna e dificuldade na 
percepção de cores. 
 
Fontes geradoras: as principais fontes encontradas no trabalho para esse tipo 
de risco são máquinas e equipamentos, ferramentas como esmerilhadeira, 
furadeira, compressores entre outros. 
 
Umidade 
 
Riscos: a exposição do trabalhador à umidade excessiva pode causar doenças no 
aparelho respiratório e circulatório, doenças de pele e quedas. 
 
Fontes geradoras: atividades realizadas em locais alagados ou encharcados, com 
umida- de excessiva. 
 
 
Calor 
 
Riscos: o calor pode causar muitas reações no organismo, entre elas, distúrbios 
fisiológicos, desidratação, câimbras, prostração, dor de cabeça, tonturas, mal-
estar, fraqueza, vertigens e diminuição da produtividade. 
 
Fontes geradoras: atividades desenvolvidas junto a fornos e caldeiras, ou em 
máquinas que transmitam muito calor do motor para os operadores. 
 
Radiação Ionizante 
 
29 
 
 
Riscos: capazes de produzir queimaduras, lesões nos olhos, na pele e em outros 
órgãos. 
 
 
Fontes Geradoras: trabalhos com radiação infravermelha proveniente de 
operação em fornos, ou radiação ultravioleta gerada por operações em solda 
elétrica e até mesmo exposição ao sol. 
 
Vibrações 
 
Riscos: as vibrações podem ser localizadas ou de corpo inteiro. A primeira pode 
ocasionar alterações neurovasculares nas mãos, desenvolvimento de distúrbios 
nas articulações de mãos e braços e perda de substância óssea (osteoporose). Já 
as de corpo inteiro podem causar lesões na coluna, cansaço, irritação, dor nos 
membros, artrite, problema digestivo, lesões do tecido mole e lesões circulatórias. 
 
Fontes Geradoras: atividades desenvolvidas com máquinas pneumáticas, com 
motosserras e o trabalho de tratores. 
Quadro 3 – Fontes Geradoras de Risco Físico. Fonte : Apostila M3 Gestão de Segurança, 
Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
RISCO QUÍMICO 
 
Poeira mineral 
 
Riscos: um dos riscos causados pela poeira mineral é uma doença pulmonar 
chamada silicose. 
 
Fontes Geradoras: qualquer tipo de exposição ao pó de sílica pode causar a 
silicose. Ela afeta, geralmente, pessoas em que o trabalho envolve exposição à 
sílica, como mineiros e os que lidam com alvenaria. 
 
Poeira vegetal 
 
30 
 
 
Riscos: este tipo de poeira pode causar dois tipos de doenças pulmonares, a 
bissinose e a bagaçose. 
 
Fontes Geradoras: as principais fontes geradoras são as fibras de algodão e da 
cana de açúcar. 
 
Poeira incômoda 
 
Riscos: podem agir separadamente, ou com outros agentes presentes no trabalho, 
aumentando sua nocividade. 
 
Fontes Geradoras: locais onde há movimentação de máquinas e outros veículos, 
os almoxarifados e os barracões de armazenamento de grãos e de adubos. 
 
 
Fumos metálicos 
 
Riscos: os fumos metálicos podem causar sérias doenças pulmonares obstrutivas. 
 
 
Fontes Geradoras: um exemplo de fonte geradora são os trabalhos com soldas. 
 
Névoas, gases, vapores 
 
Riscos: podem causar dor de cabeça, náuseas, sonolência, convulsões e até mesmo 
a morte. 
 
Fontes Geradoras: a névoa resultante da aplicação de defensivos agrícolas, assim 
como os gases dióxido de carbono e monóxido de carbono, resultantes da queima 
de combustíveis em motores de combustão interna. 
Quadro 4 – Fontes Geradoras de Risco Químico. Fonte : Apostila M3 Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
 
 
 
 
31 
 
RISCO BIOLÓGICO 
 
 Micro-organismos 
 
Riscos: leptospirose, verminoses, diarreias, brucelose, malária, febre 
amarela,dengue e outras. 
 
 Fontes Geradoras: esse risco ocorre por meio de micro-organismos que entram 
em contato com o ser humano provocando inúmeras doenças. Podem ser 
provenientes de esgotos, água parada, poços; de condições sanitárias 
inadequadas em estábulos, pocilgas e barracões de criação de aves; e do trabalho 
com excreções e secreções de animais. 
 
 
 
 
 
 
Quadro 5 – Fontes Geradoras de Risco Biológico. Fonte : Apostila M3 Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
 
 RISCO ERGONÔMICO 
Trabalho físico pesado, posturas incorretas e posições incomodas 
Riscos: podem causar cansaço, dores musculares, fraqueza, hipertensão 
arterial, úlcera duodenal, doenças no sistema nervoso, problemas na coluna e 
acidentes. 
Fontes Geradoras : Postos de trabalho mal projetados, ou com funções 
repetitivas. 
 Ritmo excessivo 
Riscos: monotonia, trabalho em turnos, jornada prolongada, conflitos, ansiedade e 
irresponsabilidade. 
Fontes Geradoras: os trabalhos realizados em pé por longos períodos, como 
separação de produtos em esteiras (frutas); a repetição da mesma atividade por 
longos períodos; a má postura em máquinas, equipamentos e implementos; e o 
carregamento e descarregamento de cargas. 
Quadro 6 – Fontes Geradoras de Risco Ergonômico . Fonte : Apostila M3Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
 
 
 
RISCO DE ACIDENTE 
 
32 
 
 
Arranjo físico deficiente 
 
Riscos: um arranjo físico deficiente pode contribuir para que ocorram acidentes e 
desgastes físicos excessivos. 
 
Fonte geradora: má iluminação e rampa com inclinação excessiva. 
 
Máquinas sem proteção 
 
Riscos: possibilidade de produzir acidentes graves. 
 
 
Fonte Geradora: um eixo cardã sem proteção é um excelente exemplo de fonte 
geradora para essa condição. 
 
 
Instalações elétricas inadequadas 
 
Riscos: possibilidade de ocorrência de choques e curtos-circuitos. 
 
 
Fonte Geradora: fios desencapados e fiação exposta são exemplos de fontes 
geradoras. 
 
Ferramentas defeituosas ou inadequadas 
 
Riscos: ocorrência de acidentes, principalmente nos membros superiores. 
 
 
Fonte Geradora: cabos inadequados para ferramentas de corte. 
 
Armazenamento e manipulação inadequada de inflamáveis e gases,curtos-
circuitos e sobrecargas da rede elétrica 
 
33 
 
 
Riscos: é capaz de produzir incêndios e explosões. 
 
 
Fonte Geradora: fiação elétrica antiga, mal dimensionada, desencapada e exposta a 
calor intenso são exemplos. 
 
Edificações com defeitos de construção 
 
Riscos: um dos principais riscos são os de quedas. 
 
 
Fontes Geradoras: os pisos danificados ou com desníveis, escadas sem 
corrimãos e fora das especificações, plataformas sem guarda-corpo. 
 Quadro 7 – Fontes Geradoras de Risco de Acidente . Fonte : Apostila M3 Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
6.3.7 Realização das condições de Trabalho Rural 
 
 Fazer o levantamento dos riscos laborais é uma etapa muito importante no programa de gestão 
 de riscos. A avaliação pode ser de dois tipos: Avaliação Qualitativa e Avaliação Quantitativa. 
 
Figura 34 – Trabalhador Rural executando o seu trabalho, sendo submetido a riscos 
laborais. Fonte : Apostila M4 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho 
Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
 
34 
 
Avaliação Qualitativa : É a forma mais simples de avaliação, em que apenas a percepção do 
avaliador será necessária para identificar o risco existente no local de trabalho. É o tipo de 
avaliação que dispensa o uso de equipamentos para medir os riscos ambientais. 
Avaliação Quantitativa : Na avaliação quantitativa é necessária a utilização de instrumentos e 
equipamentos destinados à quantificação do risco, além do uso de metodologia cientifica. 
 
Figura 35 – Avaliação Quantitativa de Ruído Ocupacional. Fonte : 
http://www.multee.com.br/servicos-de-engenharia/laudo-de-ruido/ 2016 
 
Etapas da Avaliação Ambiental 
A etapa de avaliação é uma fase de levantamento de pontos importantes para a realização 
eficiente do programa. De acordo com a Apostila M4 Gestão de Segurança, Saúde e Meio 
Ambiente de Trabalho Rural (p 68 ,2015) nessa fase, é preciso determinar um responsável 
pelo programa, os objetivos e as metas, um responsável pelo levantamento de riscos, fazer um 
inventário de máquinas, equipamentos e implementos, realizar um levantamento do número de 
empregados com suas funções e locais de trabalho, além da elaboração de um cronograma. 
Escolha dos Responsáveis pelo Programa e pelo Levantamento 
O responsável pelo programa deve pertencer à gerência da propriedade ou ter um cargo de 
confiança, pois a sua atuação será fundamental para a eficiência do programa. Essa pessoa será 
responsável pela liberação dos recursos necessários para o desenvolvimento do programa. A 
escolha do responsável pelo levantamento dos riscos segue um critério mais técnico, pois a pessoa 
escolhida deverá ser capaz de identificar os riscos e suas fontes geradoras. Normalmente, contrata-
se uma empresa especializada ou de um profissional da área de segurança (Técnico de Segurança 
do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho) para que eles façam o levantamento, pois 
muitas vezes, esse levantamento exige experiência na percepção dos riscos, e demanda aparelhos 
para as medições dos níveis de exposição. 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
Figuras 36 e 37 – Levantamento de Dados dos Riscos Laborais em Propriedade Rural. 
Fonte : Apostila M4 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural 
( SENAR-GO, 2015). 
 
Objetivos 
Cada propriedade terá seus objetivos e suas metas próprias, mas de maneira geral, os objetivos 
serão os de cumprir as normas de segurança do trabalho, e tornar os ambientes de trabalho mais 
seguros, prevenindo a ocorrência de doenças ocupacionais, aumento da produtividade, melhoria da 
saúde e da qualidade de vida. 
 
Metas 
As metas serão traçadas de acordo com os objetivos estipulados pela gerência da propriedade rural 
. Basicamente , as metas serão as definições do que será realizado em cada etapa do programa. Ou 
seja, as ações. As etapas para a realização das avaliações de risco são : antecipação , 
reconhecimento e avaliação. Para cada etapa serão traçadas metas específicas.Estas metas devem 
ter um responsável e ser sempre acompanhadas de datas. 
 
Figuras 38 e 39 – Propriedade Rural ; Metas da Propriedade Rural. Fontes : O Autor, 
2016 ; Apostila M4 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( 
SENAR-GO, 2015). 
 
36 
 
 
 
Inventário 
O inventário é um documento que relaciona os itens encontrados na propriedade rural para fins de 
identificação, classificação e análise. Essas informações devem subsidiar as ações de gestão, afinal 
só é possível realizar um controle do que é conhecido. Assim, essa etapa ajuda a controlar melhor 
os registros e as avaliações, e será fundamental na etapa de definição das medidas de controle. No 
inventário de máquinas é necessário colocar as seguintes informações: tipo, fabricante, modelo e 
ano de fabricação. Se for uma máquina estacionária , é necessário adicionar a sua localização na 
propriedade. Máquina estacionária é a máquina que se mantém fixa em um posto de trabalho, ou 
seja, transportável para uso em bancada ou em outra superfície estável em que possa ser fixada. 
 
 
Figuras 40, 41 e 42 – Inventário Patrimonial Rural; Máquina da Propriedade : Trator ; 
Máquina estacionária da Propriedade : Gerador Elétrico. Fontes : 
http://promo.brazsoft.com.br/e-book-inventario-patrimonial-rural 2016 ; Apostila M4 Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015) ; 
http://www.nardinieletrica.com.br/instalacao-de-geradores-de-energia.php 2016. 
 
Número de Trabalhadores, funções e locais de trabalho 
Estas informações são necessárias para se avaliar os riscos e a exposição dos trabalhadores nos 
ambientes de trabalho. Ajudam a determinar as prioridades de ação, pois quanto mais pessoas 
envolvidas em um mesmo risco, maior a necessidade de intervenção e controle. 
 
Cronograma 
Consiste no estabelecimento de prazos de execução do programa, com base na antecipação e/ou 
reconhecimento dos riscos ambientais avaliados, A primeira etapa do cronograma deverá ser a 
avaliação dos riscos qualitativos e quantitativos. Na sequência, o cronograma trará as demais ações 
determinadas pelos objetivos e metas. Duas etapas necessariamente deverão estar no cronograma, 
as etapas de implementação das medidas de controle e o monitoramento. 
 
37 
 
 
Figuras 43 e 44 – Risco identificado em levantamento de riscos laborais em uma Propriedade 
Rural : animais peçonhentos ; Cronograma para execução do Programa de Gestão de Riscos 
Laborais de uma Propriedade Rural. Fontes : 
http://segurancasaude.blogspot.com.br/2011_09_01_archive.html2016; Apostila M4 Gestão de 
Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural ( SENAR-GO, 2015). 
 
De acordo com o website http://www.sestr.com.br/2013/07/principais-riscos-relacionados-ao.html 
os riscos mais comuns relacionados ao trabalho rural são os seguintes : 
 
FÍSICO 
Exposição às radiações solares por longos períodos, sem observar pausas e as reposições calóricas e 
hídricas necessárias, desencadeia uma série de problemas de saúde, tais como cãibras, síncopes, 
exaustão por calor, envelhecimento precoce e câncer de pele. 
Exposição a ruído e à vibração que estão presentes pelo uso das motosserras, colhedeiras, tratores 
etc. O ruído provoca perda lenta e progressiva da audição, fatiga, irritabilidade, aumento da pressão 
arterial, distúrbios do sono etc. 
Já a exposição à vibração ocasiona desconforto geral, dor lombar, degeneração dos discos 
intervertebrais, a "doença dos dedos brancos" etc. 
 
BIOLÓGICO 
 
Acidentes com animais peçonhentos cuja relação com o trabalho quase nunca é estabelecida, 
embora sejam bastante comuns. Ofidismo, aracneísmo, escorpionismo, são os mais comuns. 
Acontecem ainda com taturanas, abelhas, vespas, marimbondos etc. 
 
Exposição a agentes infecciosos e parasitários endêmicos que provocam doenças como a 
esquistossomose, a malária etc. 
 
Exposição a partículas de grãos armazenados, ácaros, pólen, detritos de origem animal, 
componentes de células de bactérias e fungos provocam um problema de saúde muito comum em 
trabalhadores rurais, e pouco reconhecido e registrado como tal. São as doenças respiratórias, com 
destaque para a asma ocupacional e as pneumonites por hipersensibilização. 
 
 
ACIDENTES ( MECÂNICO) 
 
38 
 
Acidentes com ferramentas manuais, com máquinas e implementos agrícolas ou provocados por 
animais, ocasionando lesões traumáticas de diferentes graus de intensidade. Entre os agricultores 
estes são os acidentes mais comumente notificados, seja por meio dos sistemas oficiais de 
informação em saúde, seja pela empresa. 
 
ERGONÔMICO ( ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO) 
A divisão e o ritmo intenso de trabalho com cobrança de produtividade, jornada de trabalho 
prolongada, ausência de pausas, entre outros aspectos da organização do trabalho, condição 
particularmente observada em trabalhadores rurais assalariados (como, por exemplo, colheita de 
cana, flores, café etc.) tem ocasionado o surgimento de uma patologia típica dos trabalhadores 
urbanos assalariados: as LER/ DORT - Lesões por Esforços Repetitivos/Doenças Osteomusculares 
Relacionadas com o Trabalho. 
 
QUÍMICO 
Exposição a fertilizantes, que podem causar intoxicações graves. As intoxicações registradas têm 
sido consideradas acidentais, envolvendo produtos do grupo dos fosfatos, sais de potássio e nitratos. 
As intoxicações por fosfatos se caracterizam por hipocalcemia, enquanto as causadas por sais de 
potássio provocam ulceração da mucosa gástrica, hemorragia, perfuração intestinal etc. Os nitratos, 
uma vez no organismo, se transformam - por meio de uma série de reações metabólicas em 
nitrosaminas, que são substâncias cancerígenas. 
 
A exposição a agrotóxicos inclui não só problemas de intoxicações agudas, determinadas pelo 
contato direto com produtos altamente tóxicos e de conseqüências imediatas (podendo levar o 
indivíduo à morte), mas também e principalmente problemas crônicos determinados pelo contato 
tanto direto como indireto a produtos muitas vezes de baixa toxicidade aguda e por tempo 
prolongado. 
 
Os efeitos nocivos dos agrotóxicos na saúde humana variam de acordo com princípio ativo ou do 
grupo químico destes produtos. 
Mas de maneira geral, entre os efeitos agudos estão: fraqueza, cólicas abdominal, vômitos, 
espasmos musculares, convulsões, náuseas, irritações das conjuntivas, tonteira, dor de cabeça, 
dificuldade respiratória, perda de apetite, sangramento nasal, fasciculação muscular, desmaios, entre 
outros. Já os efeitos crônicos variam entre: efeitos neurotóxicos, carcinogênicos, teratogênicos, 
mutagênicos, dermatites de contato, lesões hepáticas e renais, arritmia cardíaca, alergia, asma 
brônquica, fibrose pulmonar, irritações nas mucosas, disrupção endócrina, danos ao sistema 
reprodutivo, e outros. 
 
É importante lembrar que a avaliação dos riscos servirá de base para a implementação de outro 
programa, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). Esse programa é 
posto em andamento pelo profissional médico, familiarizado com os princípios das patologias 
ocupacionais e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que 
está ou será exposto cada trabalhador. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória 
dos exames médicos. 
 
39 
 
 
Figuras 45, 46 e 47 – Ilustrações representativas de Riscos mais comuns relacionados ao 
Trabalho Rural : Físico ; Biológico; Acidentes ( Mecânico). Fonte : 
http://www.sestr.com.br/2013/07/principais-riscos-relacionados-ao.html 2016. 
 
Figuras 48 e 49 – Ilustrações representativas de Riscos mais comuns relacionados ao 
Trabalho Rural : Ergonômico ( Organização do Trabalho) ; Químico. Fonte : 
http://www.sestr.com.br/2013/07/principais-riscos-relacionados-ao.html 2016. 
 
6.3.8 Hierarquia das implementações das ações de Segurança e Saúde 
As ações de segurança devem seguir uma hierarquia, com ordem de prioridade e medidas a serem 
adotadas para evitar acidentes. A NR-31 diz o seguinte : 
Os Empregadores Rurais ou equiparados devem implementar ações de 
segurança e saúde que visem à prevenção de acidentes e doenças decorrentes 
do trabalho na unidade de produção rural, atendendo à seguinte ordem de 
prioridade: 
a) eliminação de riscos através da substituição ou adequação dos processos 
produtivos, máquinas e equipamentos; 
b) adoção de medidas de proteção coletiva para controle dos riscos na fonte; 
c) adoção de medidas de proteção pessoal. 
 
De acordo com a Apostila M4 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho 
Rural (p 73 ,2015) cada uma dessas etapas acontece das seguintes maneiras : 
 
Eliminação de Risco 
 
40 
 
Assim que o risco é identificado, a primeira atitude a se tomar é eliminá-lo. A eliminação pode 
ocorrer de várias formas, com a substituição de um processo, de um material ou mesmo utilizando 
uma medida de engenharia. 
Um bom exemplo é quando se utiliza uma pessoa para verificar os carrinhos da plantadeira, e esse 
funcionário permanece na plataforma da plantadeira enquanto ela se desloca na realização do 
serviço. Nesse caso, a utilização de sensores no processo de plantio seria uma forma de eliminar o 
risco através da substituição. 
Outra alternativa seria a adoção de medidas administrativas complementares como, por exemplo, 
treinamentos, adoção de boas práticas, alteração de procedimentos e redução da exposição aos 
agentes químicos. Por exemplo: o trabalhador realiza a tarefa de aplicação de produtos 
fitossanitários apenas pela manhã , no restante do dia executa outras tarefas. 
Adoção de Medidas de Proteção Coletiva 
 Algumas medidas de engenharia são suficientes para obter modificações nas construções e 
instalações físicas da propriedade e também alterações no arranjo físico. Nesse último caso, se 
considera como a posição dos recursos utilizados dentro de um ambiente, ou seja, a relação entre 
as edificações e as máquinas e equipamentos, os materiais e as pessoas que trabalham naquele 
local. Um bom arranjo físico proporciona maior conforto para os trabalhadores, permite que os 
ambientes sejam melhor utilizados, e influencia na melhoria dos ambientes quanto à iluminação, à 
ventilação, à limpeza e à manutenção.

Continue navegando

Outros materiais