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Perfil Epidemiológico da Morte Materna em Manaus 2010 a 2015

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FACNORTE – Faculdade do Norte do Paraná 
MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA E GESTÃO HOSPITALAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ÓBITO MATERNO NA CIDADE 
DE MANAUS E O ENFRENTAMENTO DA GESTÃO ESTRATÉGICA DA 
SEMSA-MN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2016 
 
ALEXSANDRO SAMPAIO DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS PRINCIPAIS CAUSAS DE ÓBITO MATERNO NA CIDADE 
DE MANAUS E O ENFRENTAMENTO DA GESTÃO ESTRATÉGICA DA 
SEMSA-MN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANAUS 
2016 
Projeto de Pesquisa apresentado a FACNORTE – Faculdade 
do Norte do Paraná, como um dos Pré-requisitos, de avaliação 
do Curso de Pós-Graduação Stricto sensu em Saúde Coletiva 
e Gestão Hospitalar, em nível de mestrado. 
 
Orientador Drº Profº Dayson José Jardim Lima. 
 
Co-Orientadora de Mscª Nadionara Costa Menezes. 
LISTA DE SIGLAS OU ABREVIATURAS 
 
 
CMPOMIF - Comitê Municipal de Óbito Materno e Infantil 
DOM - Diário Oficial do Município 
GM - Gabinete do Ministro 
MIF - Mulheres em Idade Fértil 
MM - Morte Materna 
MMNE - Morte Materna Não Especificadas 
MMOD - Morte Materna Obstétrica Direta 
MMID - Morte Materna Obstétrica Indireta 
MS - Ministério da Saúde 
NOB - Norma Operacional Básica 
NV - Nascidos Vivos 
ODM - Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 
ONU - Organização das Nações Unidas 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
OPAS - Organização Pan-Americana de Saúde 
RMM - Razão de Morte Materna 
SEMSA - Secretaria Municipal de Saúde 
SIM - Sistema de Informação de Mortalidade 
SUS - Sistema Único de Saúde 
UTI - Unidade de Tratamento Intensiva 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1 - ODM relativos à saúde materna e infantil................................................................15 
 
Figura 2 - Taxa de MM a cada 100 mil nascidos vivos – 1996 – 2014....................................16 
 
Figura 3 - RMM por 100 mil NV, estimativa do Ministério da Saúde. Brasil, 1990 a 2010....21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1 - Distribuição dos óbitos maternos por Estado Civil ocorridos por infecção em Manaus 
no período de Janeiro/1998 a Dezembro/200........................................................................... 18 
 
Tabela 2 - Distribuição dos óbitos maternos ocorridos em Manaus no período de Janeiro/1998 
a Dezembro/2002 segundo profissão........................................................................................ 19 
 
Tabela 3 - Frequência e percentual (%) de morte materna MM de causa direta MMOD, indireta 
MMOI e não especificada MMNE a cada100 mil NV e a RMM em Manaus/AM no período de 
2001 a 2010............................................................................................................................... 21 
 
Tabela 4 - Distribuição dos casos de morte materna: por faixa etária, escolaridade, situação 
conjugal e raça, na cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010....................................22 
 
Tabela 5 - Frequência dos casos de MM, relativas ao local de ocorrência do óbito na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010................................................................................... 25 
 
Tabela 6 - Distribuição das causas de MM, categorizadas em MMOD, MMOI e MMNE, na 
cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010...................................................................27 
 
Tabela 7 - Composição do CMPOMIF.....................................................................................31 
 
Tabela 8 – Cronograma de execução de atividades..................................................................36 
 
Tabela 9 – Fontes orçamentárias...............................................................................................37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
 
Gráfico 1 - Distribuição de óbito materno por estado cível ocorridos por infecção em Manaus 
no período de janeiro/1998 a dezembro/2002................................................................ .......... 19 
 
Gráfico 2 - Distribuição dos óbitos maternos segundo Profissão das pacientes, ocorridos por 
infecção em Manaus no período de Janeiro/1998 a Dezembro/2002....................................... 19 
 
Gráfico 3 - Frequência e percentual (%) de morte materna MM de causa direta MMOD, indireta 
MMOI e não especificada MMNE e de nascidos vivos NV e razão de MM RMM em 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010.................................. ................................................ 23 
 
Gráfico 4 - Distribuição dos casos de morte materna: por escolaridade na cidade de Manaus/AM 
no período de 2001 a 2010.................................................................................... ................... 23 
 
Gráfico 5 - Distribuição dos casos de morte materna: por situação conjugal na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010................................................................... ............... 24 
 
Gráfico 6 - Distribuição dos casos de morte materna: por raça na cidade de Manaus/AM no 
período de 2001 a 2010.......................................................................... .................................. 24 
 
Gráfico 7 - Frequência dos casos de MM, relativas ao local de ocorrência do óbito na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010................................................................................... 26 
 
Gráfico 8 - Distribuição das causas de MM por MMOD na cidade de Manaus/AM no período 
de 2001 a 2010.................................................................................................................... ...... 27 
 
Gráfico 9 - Distribuição das causas de MM por MMID na cidade de Manaus/AM no período de 
2001 a 2010.............................................................................................................. ................ 28 
 
Gráfico 10 - Distribuição geográfica dos casos de morte materna - percentuais (%) diferenciados 
nas zonas da cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010..............................................28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 07 
 
1 TEMA ................................................................................................................................... 08 
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 09 
 
2 PROBLEMÁTICA .............................................................................................................. 09 
 
3 HIPÓTESE ........................................................................................................................... 09 
 
4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 10 
 
5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 105.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 10 
5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ....................................................................................... 10 
 
6 META ................................................................................................................................... 11 
 
7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................................... 11 
7.1 Generalidade da maternidade e da mortalidade materna. .................................... 11 
 7.1.1 Definição e Classificação de morte materna. .................................................... 12 
 
7.2 Surgimento do controle da Mortalidade Materna.. ............................................... 14 
 7.2.1 O Objetivo do Milênio. ........................................................................................ 15 
 7.2.2 Valores pregressos e metas estabelecidas. ......................................................... 16 
 7.2.3 Formação do Comitê de Manaus. ...................................................................... 17 
 7.2.4 Perfil geopolítico e causal da população mais atingida com a mortalidade 
materna. ............................................................................................................................ 17 
 
7.3 Informações de valores percentuais alcançados no Brasil............................ ......... 20 
 7.3.1 Informações de valores percentuais alcançados em Manaus. ......................... 21 
 7.3.2 Fatores predominantes na mortalidade materna. ............................................ 29 
 7.3.3 Da Legalização, funcionalidade, estruturação, composição e competência....29 
 
8 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................... 34 
8.1 Métodos utilizados. .................................................................................................... 34 
8.2 Tipos de pesquisa.. ..................................................................................................... 35 
8.3 Procedimentos adotados ........................................................................................... 35 
 
9 CASUÍSTICA ..................................................................................................................... 35 
 
10 PARTICIPANTES ............................................................................................................ 35 
 
11 RISCOS E BENEFÍCIOS ................................................................................................. 36 
 
12 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................ 36 
 
13 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DE ATIVIDADES ................................................ 36 
 
14 FONTES ORÇAMENTÁRIAS ........................................................................................ 37 
 
15 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................38 
 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 A mortalidade materna é um indicador negativo para a Saúde Pública e triste fato a 
família que sofre a perda desta ente querida. Esse agravo refleti o intrigante problema social que 
se traduz na ocorrência da morte da mulher em idade fértil após o parto. 
 O MS (Ministério da Saúde) determina que os centros de saúde devem realizar as 
notificações de morte materna através das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, e os 
dados de saúde relacionados ao binômio mãe e filho enviado ao CMPOMIF (Comitê Municipal 
de Óbito Materno e Infantil). Brasil (2012), destaca através da SEMSA-MN que a intensificação 
das ações de prevenção ao óbito materno em 2012, foi realizada usando para esse fim o, 
fortalecimento das Redes de Atenção à Saúde da Mulher; qualificação da assistência nos 
serviços de saúde, e investimento no planejamento reprodutivo. 
A Secretaria de Saúde visa reduzir o índice de mortalidade materna no município de 
Manaus de forma gradativamente. No ano de 2012, registrou uma razão de 53,6 óbitos por 100 
mil nascidos vivos, em 2009, esse número chegou a 98,6/100.000 nascidos vivos. Nessa época 
a principal causa de morte materna na cidade de Manaus foi a infecção puerperal, seguido de 
hipertensão arterial e hemorragias intra e pós operatória. 
O interesse sobre a pesquisa surge da observação das notificações do agravo de morte 
materna na cidade de Manaus, baseando-se na estratégia de estratificar e quantificar as causas 
da morte materna potencialmente evitáveis na cidade de Manaus, com o intuito de traçar os 
perfis das mortes maternas e as causas de seus condicionantes, para esse fim serão identificados, 
relacionados e avaliado graficamente as causas e as mediadas utilizadas pela SEMSA, para 
reduzir o indicador de MM. 
A pesquisa visa avaliar através de uma série histórica compreendida nos últimos 10 anos 
em tabelas e gráficos estatísticos, as principais causas do óbito materno em Manaus, as medidas 
adotadas pelo CMPOMIF e o impacto real que essas medidas tiveram na redução desse 
indicador ao longo desse período de tempo. A pesquisa visa comparar as metas estabelecidas no 
início do projeto até o período do plano plurianual de 2012 a 2015, com as metas alcançadas até 
o mês de dezembro de 2015. Lembrando que atingir as metas estabelecidas, não é o único 
objetivo da SEMSA, mas sim reduzir o número de casos que podem gerar esse indicador. É 
essencial conscientizar a sociedade de que o combate à mortalidade materna depende de um 
conjunto de ações, que irão envolver não somente a mulher e os profissionais de saúde, mas 
também a família e a sociedade como um todo. 
 
 
9 
1 TEMA 
 
 
 Óbito Materno 
 
 
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
 
 Óbito materno na cidade de Manaus e o enfrentamento da gestão estratégica da SEMSA-
MN 
 
 
2 PROBLEMÁTICA 
 
 
Embora haja um grande desprendimento e esforços por parte do MS e dos profissionais 
da saúde engajados na expectativa da redução do óbito materno, o Brasil ainda enfrenta o 
desafio de alcançar o índice estimado pelo ODM de 35 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos 
vivos em países em desenvolvimento, compromisso esse adotado pelo município de Manaus, 
que visou reduzir esse indicador a um número igual ou inferior ao estimado até o ano de 2015. 
Número esse acordado entre o Brasil e ODM. Ainda é longa a jornada, e árduo o trabalho rumo 
ao índice de um país desenvolvido. Esse indicador de óbito materno é bastante relacionado com 
a falta ou com a pouca informação a respeitos da gestação e parto. No entanto o grande trabalho 
vem com enfoque na estratégia e na saúde básica, onde as complicações devem ser evitadas, 
tratadas ou previstas com intervenções bem planejada. Com base no ensejo, indaga-se. Quais 
as principais medidas estratégicas iniciais adotadas pelo CMPOMIF e como ele pretende manter 
a redução desse indicador seguindo os preceitos do ODM e OMS? 
 
 
3 HIPÓTESE 
 
 
 A divisão de atribuições, bem como o loteamento da área de abrangência da cidade no 
tocante da assessoria educativa científica e do acompanhamento da execução de políticas 
públicas voltada a redução do óbito materno, vem sendo muito bem aplicadas pelo CMPOMIF 
O que possibilitou evitar a repetição dos condicionantes que alteram negativamente esse 
indicador. A criação do comitê permitiu identificar rapidamente os fatores risco, possibilitando 
a intervenção prévia com melhoria na assistência à saúde reduzindo o indicador municipalde 
óbito materno. 
 
10 
4 JUSTIFICATIVA 
 
 
 Segundo Viana (2004), a morte estar ligada à vida, embora vistas como fenômenos 
diferentes, com significado e perspectiva de início ou de terminalidade. Características 
temporárias e espaciais podem favorecer a compreensão como parte da vida. No entanto, ao se 
trata de óbito materna, onde o parto deveria ser sentido como processo natural, que a maioria 
das mulheres passam sem esperar por complicações. É preciso priorizar a assistência gravídico-
puerperal. Assim, o esperado é que os serviços de saúde favoreçam a prevenção do óbito 
materno e sejam organizados para evitar a ocorrência de agravos ou morte para o binômio mãe 
e filho. 
A formação do CMPOMIF (Comitê Municipal de Óbito Materno e Infantil) com o apoio 
de muitas organizações governamentais e não governamentais travam unidas a batalha contra 
morte materna e afirmam que a maioria dos casos de óbitos maternos são possivelmente 
evitáveis. Há grande esforço do comitê na prevenção desse agravo, por meio de ações efetivas 
nos serviços de saúde que estejam acessíveis em uma determinada localidade. Assim, quando 
há ocorrência de óbito materno o comitê analisa a oportunidade de acesso aos serviços de saúde, 
a tecnologia, a infraestrutura local e outras possíveis causas do agravo na região, para avaliar a 
evitabilidade da ocorrência e providenciar a redução do indicador de óbito materno. Nesse 
processo o comitê tem possibilidade ainda de investigação, avaliação gráfica e demográfica de 
agravos e dos valores dos indicadores alcançados por região e grupos atingidos pelo indicador 
de mortalidade materna que a SEMSA-MN através da CMPOMIF elabora mês a mês para traçar 
medidas estratégicas com intuito de reduzir o agravo e não só do indicador. 
 
 
5 OBJETIVOS 
 
 
5.1 Objetivo Geral 
 
 
 Estratificar e quantificar os casos de mortalidade materna potencialmente evitável na 
Cidade de Manaus. 
 
 
5.2 Objetivos Específicos 
 
 
- Analisar as principais causas de morte materna e o perfil populacional mais atingido com esse 
indicador na Cidade de Manaus. 
 
11 
- Identificar possíveis desigualdades geopolítica, através do estabelecimento da série histórica 
sobre esse indicador. 
- Relacionar a produção das ações e medidas tomadas pelo comitê descrevendo graficamente o 
resultado alcançado no período de 10 anos sobre o indicador de mortalidade materna. 
 
 
6 META 
 
 
 Compreender graficamente a evolução do indicador de mortalidade materna ao longo 
de uma década na Cidade de Manaus, bem como entender as medidas estratégicas tomada pelo 
CMPOMIF na Cidade de Manaus que visa unicamente a redução do agravo e dos índices desse 
indicador. 
 
 
7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 
7.1 Generalidade da maternidade e da mortalidade materna 
 
 
 Teoricamente a grávida deveria experimentar somente os reflexos impostos ao 
funcionamento dos órgãos na gestação, na verdade, a gravidez imprime a alguns deles marcas 
indeléveis de sua passagem, e outras modificações apenas transitórias que findam-se na 
involução puerperal. 
 Soares et al (2008), ressaltam que a gravidez traz uma série de modificações fisiológicas, 
o que não produz um estado patológico, mais sim, condicionam a mulher a um desvio de tal 
ordem, o que não pode ser comparado ao estado não-gravídico. Também nos alertam Leite et 
al (2011), que o estado gravídico-puerperal não deve ser visto apenas como uma questão 
fisiológica, assim como a própria morte, haja vista que o processo sócio-histórico da mulher e 
da população constituem-se em componente de grande importância na determinação da vida e 
morte das mulheres. É impossível determinar antecipadamente quais gestações irão se 
complicar. Apesar de todas as tentativas de se trabalhar com o conceito de risco gravídico, nem 
sempre se consegue detectar precocemente uma anormalidade durante a gestação. Muitas vezes, 
essas anormalidades são súbitas e abruptas, causando danos à saúde da mulher, do concepto ou 
de ambos, sendo algumas irreversíveis. 
 Viana (2004), destaca que apesar da morte estar ligada à vida, embora vistas como 
fenômenos opostos. Características temporárias ou causais favorecem a compreensão dessa 
 
12 
partida, da morte como parte da vida. Entretanto, quando se trata de morte materna, em que o 
parto é algo que deveria ser vivenciado como processo natural, pelo qual passa a maioria das 
mulheres, é preciso primar pela assistência no ciclo gravídico-puerperal. A magnitude do 
fenômeno morte materna deveria gerar um alerta nos planos humano, científico, legal e moral 
ao considerarmos que a grande maioria deste fenômeno é evitável e socialmente determinado, 
uma vez que, ao trazer uma nova vida ao mundo, a mulher não precisa acaba perdendo sua 
própria vida. 
 Segundo Souza (2011), afirma que, o que torna mais trágico esse quadro de morte 
materna é que a maioria dos óbitos maternos podem ser evitados, se os recursos, conhecimentos 
e tecnologias disponíveis fossem bem aplicadas. Infelizmente, as mulheres com maior risco de 
morte são as que possuem menos acesso à educação e a saúde básica. Isso é reforçado por 
Wingerter (2012), quando afirma que não é conhecida a evolução dos mecanismos fisiológicos 
da gestação, parto e puerpério. Mesmo com todo o avanço tecnológico, fato este que levanta 
uma bruma de incertezas quanto à evolução do processo gestacional unipessoal. 
 Vale ressaltar que o MS (2009), enfatiza um alerta para o fato da mulher correr tantos 
riscos durante a gravidez, parto e puerpério, é que muitas vezes somente a vigilância obstétrica 
pode subtraí-la da morte e das sequelas irreversíveis. Viana (2004), ressalta que atualmente essa 
vigilância deixou de ser domínio apenas do médico obstetra, hoje essa vigilância é feita e 
realizada por uma equipe multidisciplinar de saúde, o que proporciona uma nova abordagem 
sobre a vivência da mulher neste ciclo e, consequentemente, sobre suas necessidades. Com esta 
perspectiva a mulher deixa de ser apenas receptora da atenção à sua saúde, passando a ser 
coparticipante no processo gravidez puerpério. 
 Brasil (2007), relata que hoje no Brasil o serviço público de saúde favorece a prevenção 
da morte materna e se fazem organizados para evitar a ocorrência de complicações para o 
binômio mãe-filho, no atual senário muitos serviços de saúde contribuem ou determinam na 
prevenção do agravo. Quando a instituição de saúde não oferece condições de segurança para 
o binômio mãe-filho coloca em risco suas vidas, malogrando a concretude do nascimento, 
tornando-se uma adversária da vida e facilitando a morte. 
 
 
7.1.1 Definição e Classificação de morte materna 
 
 
 Segundo Viana (2004), a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), 
em 1967 aprovou o conceito de morte materna não obstétrica: a morte resultante de causas 
 
13 
acidentais ou incidentais não relacionadas com a gravidez e seu manuseio. Conforme Leite et 
al (2011), coloca como exemplo de morte materna não obstétrica, cita-se a morte de uma 
gestante consequente a atropelamento ou após cirurgia de um tumor cerebral. Contudo, estas 
mortes maternas não obstétricas, para a OMS, são desconsideradas para efeito de cálculo da 
mortalidade materna e, por conseguinte, para os serviços oficiais. 
 Kleyde et al (2008), relatam que a gestação deve ser considerada processo possuidor de 
uma evolução sócio-histórica peculiar, em que as exclusões das mortes não obstétricas nos 
cálculos de mortalidade maternas vêm demonstrar uma percepção conceitual. Salienta-se a 
existência de estudos descrevendo o padrão comportamental da mulher, diferente durante o 
períodogravídico-puerperal. Mesmo compreendendo a gestação como algo fisiológico, é 
possível entender que uma mulher grávida possua um caminhar, um equilíbrio corporal 
diferente, o qual pode contribuir para a ocorrência de acidentes, destacando-se os 
atropelamentos ou acidentes em geral. 
 Conforme Viana et al (2011), em consonância com Brasil (2007), afirmam que a 
frequência da mortalidade materna destaca-se pela importância fundamental de sua 
conceituação, pois vários enfoques, relativos à abrangência do evento, por inclusão ou não do 
aborto, período de tempo pós-parto e tipo de causas para considerá-lo como óbito materno. 
Estas considerações geram uma polêmica conceitual, porquanto algumas mortes de mulheres 
no ciclo gravídico-puerperal são consideradas para efeitos de cálculo da mortalidade materna, 
e outras são desconsideradas. A padronização do conceito de morte materna contribui com a 
fidedignidade das estatísticas sobre este agravo, ao mesmo tempo em que facilitaria o 
preenchimento do atestado de óbito de mulheres grávidas e puérperas, possibilitando estudos 
comparativos entre diferentes realidades no mundo 
 Para Viana (2004), o que foi considerado de maior importância conceitual. Foram os 
estudos para a 10ª Revisão de Classificação Internacional de Doenças o (CID 10), porque havia 
uma tendência a incluir na definição de Morte Materna todas as mortes ocorridas durante a 
gravidez, parto e puerpério, independentemente da causa e num período de até um ano após a 
gestação. 
 No entanto, propôs a inclusão da definição de morte materna tardia: a morte de uma 
mulher por causas obstétricas diretas e indiretas ocorridas após 42 dias, porém menos de um 
ano (365 dias) após o final da gestação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). 
 Castro; Ramos (2016), relatam que há controvérsia entre os conceitos, o que também 
revela concepções de causas e riscos distintos. Segundo a Organização Pan-Americana de 
Saúde - OPAS, o enfoque de risco é reconhecido como uma ferramenta metodológica, que pode 
 
14 
ser utilizada tanto na investigação quanto na prestação de serviços de saúde. O óbito de 
mulheres relacionado com a geração da vida é denominado Morte Materna e segundo o Código 
Internacional de Doenças - CID (10ª revisão), é definida e classificada como: 
 
 
- Morte materna: é a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 
dias após o término da gestação, independentemente de duração ou localização da gravidez, 
devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas 
em relação a ela, porém não devidas a causas acidentais ou incidentais (VIANA, 2004); 
- Morte materna obstétrica: resultante de eventos ou complicações da gravidez, parto ou 
puerpério, e divide-se em. (VIANA, 2004): 
 
 
 Morte materna obstétrica direta (MMOD): é aquela resultante de complicações 
obstétricas, durante o estado gestacional, parto ou puerpério devidas às intervenções, 
omissões, tratamentos incorretos ou de uma sequência de eventos resultantes de 
qualquer uma dessas situações (OMS, 1980). 
 Morte materna obstétrica indireta (MMOI): é aquela que resulta de doença preexistente 
ou que se desenvolve durante a gravidez, não devida a causas diretas, mas agravada 
pelos efeitos fisiológicos da gravidez (OMS, 1980). 
 
 
7.2 Surgimento do controle da Mortalidade Materna 
 
 
 O Jornal D24AM (2013), destacou que o “Dia Internacional de Ação pela Saúde da 
Mulher e Redução da Mortalidade Materna”, conta da data de 28 de maio de 1984, onde foi 
instituída como Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, em seu IV Encontro 
Internacional “Mulher e Saúde” realizado na Holanda, no ano de 1988, foi iniciada, na mesma 
data, a Campanha de Prevenção da Mortalidade Materna, coordenada pela Rede Mundial de 
Mulheres pelos Direitos Reprodutivos e pela Rede de Saúde das Mulheres Latino-Americanas 
e Caribenhas, com expressivo envolvimento da Rede Feminista de Saúde, do Brasil. 
 ONUBR (2016), informa que muitas das transformações econômicas e sociais que têm 
ocorrido no mundo desde 1945 é influenciada pelo trabalho das Nações Unidas, que 
desempenhou um papel essencial na construção de consensos internacionais para ações de 
desenvolvimento. Foi na Cúpula do Milênio, em setembro de 2000, que os dirigentes mundiais 
aprovaram um conjunto de Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, que visam erradicar a 
pobreza extrema e outros problemas fonte da mazela humana, através de um conjunto de metas 
mensuráveis a serem alcançadas até o ano de 2015. Uma delas é a mortalidade materna. 
 
 
15 
7.2.1 O Objetivo do Milênio 
 
 
 Conforme a ONUBR (2016), os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio remetem à 
fundação da própria Organização das Nações Unidas, que presa os valores fundamentais de 
liberdade, igualdade, solidariedade, tolerância, respeito pela natureza e responsabilidade 
compartilhada, o que foi afirmado na Carta das Nações. Tal objetivo são garantidos e 
atualizados nas reuniões do ODM, que de certa forma apresenta fundamentalmente as Nações 
Unidas como responsável pelo desenvolvimento e bem-estar dos povos no século XXI. Em 
setembro de 2000, a Assembleia do Milênio reafirmou na sede da ONU em Nova York (EUA) 
as metas de qualidade de vida das Nações Unidas para o novo milênio e seu compromisso com 
a humanidade na promoção de um mundo mais pacífico, próspero e justo. Foram reafirmados 
a partir daí, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Para esse trabalho o foco será a 5ª 
das 8 propostas, que fala em melhorar a saúde materna. Conforme Figura 1 abaixo. 
 Para Carneiro (2015), a mortalidade materna está atingindo menos as mães no Brasil a 
cada ano, mas o ritmo de queda atual não foi suficiente para o país alcançar no ano de 2015 o 
(ODM). Embora muito significativa, a redução desse indicador ainda é lenta em relação ao 
desejável. A altíssima taxa de cesáreas, o excesso de intervenções desnecessárias, a falta de 
treinamento de equipes especializadas e a proibição do aborto são alguns dos fatores apontados 
como barreiras para que o risco diminua mais no país. Em 2013, 1.567 mil mulheres morreram 
no Brasil por complicações ao dar à luz, durante ou após a gestação ou por sua interrupção. No 
Brasil 65 mil mulheres morreram em 2013, número referente ao total de mortes de mulheres 
em idade fértil, casos estes que costumam ser investigados para evitar a subnotificação de 
mortes maternas. 
 
 Figura 1: ODM relativos à saúde materna e infantil 
 Fonte: UNICEF, 2009. 
 
16 
7.2.2 Valores pregressos e metas estabelecidas 
 
 
 Viana (2014), relata que a morte materna é uma epidemia silenciosa, definida pela 
Organização Pan-americana da Saúde (OPAS). Passou a ser ultimamente o assunto mais 
discutido, porém até pouco tempo, o número de mulheres que morriam passava desapercebido. 
Hoje, a mortalidade materna é colocada como problema de saúde pública pela comunidade 
cientifica, mas ainda são necessários esforços no sentido de sensibilizar os responsáveis pela 
saúde das populações, em cada país, para que essa questão seja tratada prioritariamente. 
 Segunda a ONUBR (2016), a ONU definiu prioridades e metas de esforços no 
desenvolvimento mais justo. Em 1986, a OMS estimava que ao menos 500.000 mulheres 
morriam anualmente por causas ligadas a gravidez e puerpério, o equivalente a uma morte 
materna por minuto, das quais aproximadamente 6.000 cerca de 1% ocorrem nos países 
industrializados. O agravo não é apenas um dado numérico, pois essas mortes possuem 
consequências sociais e políticas relevantes, por sua vez, resultavam em situações sociais que 
refletiam um desinteresse político em enfrenta-las. 
 O D24AM (2013), afirma atravésdo Ministério da Saúde que no Brasil a taxa de 
mortalidade materna registrou queda de 52% entre 1990 e 2010, saindo de 141 para 68 óbitos 
por 100 mil nascidos vivos. No Amazonas também houve queda conforme registros do Sistema 
de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). É importante enfatizar a melhoria do 
monitoramento dos dados feita pela Vigilância do Óbito Materno-Infantil e Fetal, com a 
implantação de núcleos de vigilância nos municípios. Os dados qualificados são fundamentais 
para gerir estratégias de melhoria das ações voltadas ao pré-natal, parto e nascimento. Podemos 
notar a evolução do sistema de notificação na figura 2 abaixo. 
 
 
 
Figura 2: Taxa de mortalidade materna a cada 100 mil nascidos vivos – 1996 - 2014 
Fonte: BRASIL, 2015. 
 
17 
7.2.3 Formação do Comitê de Manaus 
 
 
Segundo Brasil (2007), a parceria do município com o estado na formação do comitê 
contou com a participação de profissionais de saúde, responsáveis técnicos do programa Saúde 
da Mulher e das maternidades e representantes de instituições de ensino com o mesmo propósito 
de trocar informações atualizadas sobre a temática entre as entidades que visão contribuir para 
a redução da mortalidade materna e na melhoria da qualidade da assistência de saúde à mulher. 
 De acordo com a CMPOMIF, pelo menos 90% dos casos de óbitos maternos registrados 
em todo o Brasil podem ser evitados, mas para isso é necessário investir na qualificação da 
assistência à grávida, tanto em relação aos profissionais de saúde quanto às redes de 
atendimento, desde o pré-natal até o caso de gravidez de alto risco. 
 Segundo o CMPOMIF as informações sobre morte materna que alimenta o banco de 
dados dos serviços eram feitas pelos serviços sobre o comando do Estado. Segundo o DOM 
3583 de 2 de fevereiro de 2015 o CMPOMIF foi criado e através da Portaria nº 081/2007-
GABIN/SEMSA, de 09 de fevereiro de 2007 e Reestruturada em 21 de janeiro de 2015, baseado 
no Pacto Nacional pela redução da Mortalidade Materna e infantil; na ONU em dois dos 8 
ODM; na Portaria nº 1.119, de 5 de julho de 2008, que regulamenta a vigilância do óbito 
materno; na Portaria nº 72/GM/MS, de 11 de janeiro de 2010, a qual estabelece a vigilância do 
óbito infantil e fetal é obrigatória nos serviços de saúde públicos e privados; na Portaria 1.459, 
de 24 de julho de 2011, que institui, no âmbito do SUS, a rede cegonha. 
 
 
7.2.4 Perfil geopolítico e causal da população mais atingida com a mortalidade materna 
 
 
 Brasil (2009), relata que após análise por grupos de causas, comprova que a hipertensão, 
a hemorragia, as infecções puerperais, as doenças do aparelho circulatório agravadas na 
gravidez, parto, puerpério e o aborto respectivamente são as cinco causas principais da MM no 
país. A proporção de óbitos maternos em negras e pardas responde por pouco mais da metade 
dos óbitos maternos. A região sul apresenta maior concentração de óbitos em mulheres brancas, 
as regiões norte e nordeste em mulheres pardas, enquanto a região sudeste se destaca com a 
maior proporção em mulheres negras. No período de 2002 a 2006 as MMOD foram mais 
elevadas entre as mulheres pardas variando entre 72,8 e 76,1%. Exceto nos anos 2002 e 2004. 
 Castro; Ramos (2016), Brasil (2009) em consonância com Souza et al (2008) 
evidenciam queda da RMM no Brasil, mas mantém-se ainda em níveis elevados, com diferença 
 
18 
entre as regiões. Os dados indicam desigualdades sociais, especialmente relacionadas à cor da 
pele e escolaridade. A mau preenchimento das declarações de óbito e as subnotificações ainda 
persistem, assim como a maior prevalência de MM de causa direta, com predomínio das 
doenças hipertensivas. A evitabilidade desses óbitos é uma constante, relacionada à má 
qualidade da assistência pré-natal e ao parto. Os autores concluíram que a MM no Brasil está 
diretamente relacionada às condições de vida da população, com diferenciação importante entre 
as diversas regiões socioeconômicas. Foi observado também dificuldade na identificação dos 
casos nos registros de óbito e concluíram que medidas de prevenção associadas a diagnóstico e 
tratamento precoces e adequados são fatores primordiais para redução dos MM, os mesmos 
consideraram que a identificação e classificação dos casos de “near miss” (situações de quase 
morte) e morbidade materna grave pode ser importante para a abordagem atual do problema. 
 Para Ramos (2013), um resultado marcante no período de 2001 a 2010 foi a proporção 
de 14,5% de mortes maternas entre adolescentes. Nessa faixa etária, diferentes fatores 
contribuem para a MM, os quais podemos considerar, as modificações físicas que a gravidez 
proporciona no organismo ainda em desenvolvimento, os problemas socioculturais que atrasam 
o ou dificultam a início do pré-natal, as complicações relativas à primeira gestação, sobretudo 
pré-eclampsia e eclampsia, e inexistência de planejamento familiar. No Brasil, a gravidez na 
adolescência atinge cifras de 25%, mais comum em regiões de menor desenvolvimento. 
 Embora a situação conjugal não tenha um indicador específica dentro da MM, muitos 
autores associam o fato de não ter situação conjugal estável como fatores de risco para a MM. 
O risco de morrer em decorrência da gestação é explicado pelas desvantagens socioculturais e 
econômicas e pelo tardio acesso aos serviços de saúde. Essa é a realidade dos países em 
desenvolvimento, e claro que isso é constado em nosso país. A distribuição da MM por infecção 
puerperal em Manaus destacada por Viana (2004) em 1998 a 2002, é observado na tabela 1 e 
gráfico 1 após compilação de dados de Viana (2004). 
 
 
Tabela 1: Distribuição dos óbitos maternos por Estado Civil ocorridos por infecção em 
Manaus no período de Janeiro/1998 a Dezembro/2002 
Distribuição dos óbitos maternos por Estado Civil ocorridos por infecção em 
Manaus no período de Janeiro/1998 a Dezembro/2002 
Estado Civil Frequência Percentual 
Solteira 15 57,7% 
Casada 9 34,6% 
Divorciada 1 3,9% 
Amasiada 1 3,9% 
Total 26 100% 
 
19 
 
Gráfico 1: Distribuição de óbito materno por estado cível ocorridos por 
infecção em Manaus no período de janeiro/1998 a dezembro/2002 
Fonte: VIANA, 2004. 
 
 
 Na tabela 2 no gráfico 2 compilados de Viana (2004), iremos observar a distribuição de 
MM por infecção puerperal em Manaus estratificada pelo tipo de ocupação descrita da seguinte 
forma: Profissional Técnico, Estudante e Profissional do Lar. Lembrando que quando a mulher 
não informa uma ocupação profissional os médicos ou demais profissionais responsáveis pelo 
preenchimento das DNV’s (Declaração de Nascido Vivo), as declaram como: Do Lar. 
 
 
Tabela 2: Distribuição dos óbitos maternos ocorridos em Manaus no período 
de Janeiro/1998 a Dezembro/2002 segundo profissão 
Distribuição dos óbitos maternos ocorridos em Manaus no período de 
Janeiro/1998 a Dezembro/2002 segundo profissão 
Profissão Frequência Percentual 
Profissionais Do Lar 20 76,92% 
Profissional Técnica 2 7,69% 
Estudantes 4 15,38% 
Total 26 100,00% 
 
 
 
 
Gráfico 2: Distribuição dos óbitos maternos segundo Profissão das pacientes, 
ocorridos por infecção em Manaus no período de Janeiro/1998 a Dezembro/2002 
Fonte: VIANA, 2004. 
57,7%
34,6%
3,9% 3,9%
Distribuição dos óbitos maternos por Estado Civil 
ocorridos por infecção em Manaus no período de 
Janeiro/1998 a Dezembro/2002
Solteira Casada Divorciada Amasiada
20
2
4
26
Distribuição dos óbitos maternos ocorridos em Manaus 
no período de Janeiro/1998 a Dezembro/2002 segundo 
profissão
Profissionais Do Lar Profissional Técnica Estudantes Total
 
20 
7.3 Informações de valores percentuais alcançados no BrasilConforme Brasil (2009), os índices de mortalidade materna nos países em 
desenvolvimento são alarmantes. Estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde 
UNICEF, UNPFA e o Banco Mundial, estimou que, em 2005 cerca de 536.000 mulheres em 
todo o mundo vieram a óbito vítimas de complicações ligadas ao ciclo gravídico-puerperal. 
Somente 1,5% dessas mulheres viviam em países desenvolvidos. Nas Américas, essa 
disparidade entre países desenvolvidos e em desenvolvimento fica mais evidente quando 
comparados a Canadá e Estados Unidos que apresentam valores inferiores a 11 óbitos maternos 
para 100.000 nascidos vivos, países como Bolívia e, Peru chegam a mais de 200 óbitos e Haiti 
possui uma razão de mortalidade materna de 670 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos. 
Em toda a América Latina, cerca de 15 mil mulheres morrem por ano devido a complicações 
na gravidez, no parto ou no puerpério. 
 Segundo Souza (2011), a grande parte desses óbitos poderia ser evitados se as condições 
de saúde locais fossem parecidas às dos países desenvolvidos. Alguns países com situação 
econômica desfavorável, como Cuba e Costa Rica, mantém as razões de mortalidade materna 
substancialmente inferiores, o que demonstra que a morte materna pode ser um indicador de 
falta de vontade política de garantir a saúde. No Brasil, dois fatores geram dificuldade real no 
monitoramento do nível e da tendência da mortalidade materna: a subinformação das causas 
dos óbitos e o subiregistro das declarações de óbito, o que frequente nas regiões Norte, Nordeste 
e Centro-Oeste. No Brasil no ano de 2006 a razão de mortalidade materna obtida a partir de 
óbitos declarados foi de 55 óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos e a razão de mortalidade 
materna corrigida, aplicando-se fator de correção resultante de estudo promovido pelo 
Ministério da Saúde foi de 77 por 100.000 nascidos vivos, correspondendo a 1.623 óbitos 
maternos. 
 De acordo Brasil (2012), em 2011 houve cerca de 68 casos de óbito materno para cada 
100 mil nascimentos. A meta estabelecida até o ano de 2015 pelo ODM da ONU, cujo objetivo 
era alcançar a taxa de 35 mortes por 100 mil nascimentos. De 1990 até 2011, a taxa caiu para 
perto da metade, conforme figura 3, mas a redução não foi suficiente para que se conseguisse 
cumprir a meta. O importante é a tendência que estamos seguindo. O Brasil vem reduzindo a 
mortalidade materna e isso indica uma melhoria do sistema, qualidade da informação, equipes 
fortalecidas dentro do hospital e um pré-natal melhor conforme o Ministério da Saúde, 
sobretudo dentro da Rede Cegonha, criada em 2011. 
 
21 
 
 
 
Figura 3: RMM por 100 mil NV, estimativa do Ministério da Saúde. Brasil, 1990 a 2010 
Fonte: BRASIL, 2015 
 
 
7.3.1 Informações de valores percentuais alcançados em Manaus 
 
 
 Conforme Ramos (2013), no período de 2001 a 2010, ocorreram 6392 óbitos de 
mulheres em idade fértil (MIF) em Manaus e, desses, 241 foram classificados como MM 
obstétrica, resultando em RMM (Razão da Morte Materna) de 63,2/100 000 NV. As MM 
obstétricas diretas (MMOD) representaram 162 casos (67,2%), enquanto que as MM obstétricas 
indiretas (MMOI) caracterizaram 62 casos (25,7%). As MM obstétricas não especificadas 
(MMNE) constituíram 17 casos (7,1%). Essas mortes maternas dos últimos 10 anos tiveram 
seus dados compilados e reproduzidos na tabela 3 e gráfico 3 abaixo observados. A menor 
RMM foi observada no ano de 2001 (42,4/100 000 NV) e o índice mais elevado ocorreu no ano 
de 2009 (91,0/100 000 NV). 
 
 
Tabela 3: Frequência e percentual (%) de morte materna MM de causa direta MMOD, indireta MMOI e não 
especificada MMNE a cada100 mil NV e a RMM em Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Frequência e percentual (%) de morte materna MM de causa direta MMOD, indireta MMOI e não especificada 
MMNE a cada100 mil NV e a RMM em Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Ano 
MM MMOD MMOD% MMOI MMOI% MMNE MMNE% NV 
RMM/ 
100.000NV 
N N % N % N % N 
2001 16 13 81,3% 1 6,3% 2 12,5% 37.767 42,4 
2002 22 11 50,0% 8 36,4% 3 13,6% 38.161 57,7 
2003 31 20 64,5% 10 32,3% 1 3,2% 37.463 82,7 
2004 24 11 45,8% 12 50,0% 1 4,2% 36.967 64,9 
2005 20 15 75,0% 3 15,0% 2 10,0% 38.022 52,6 
2006 18 18 100,0% 0 0,0% 0 0,0% 38.697 46,5 
2007 28 19 67,9% 5 17,9% 4 14,3% 37.453 74,8 
2008 17 11 64,7% 5 29,4% 1 5,9% 38.322 44,4 
2009 36 26 72,2% 9 25,0% 1 2,8% 39.572 91,0 
2010 29 18 62,1% 9 31,0% 2 6,9% 39.352 73,7 
Total 241 162 67,2% 62 25,7% 17 7,1% 381.776 63,1 
 
22 
 Na tabela 4 cujos os dados foram compilados de (RAMOS 2013), iremos observar a 
característica da população de mulheres, vítimas da mortalidade materna, entre 2001 a 2010. 
Avaliando o percentual dessas MM, podemos observar que a maior parte das vítimas encontra-
se na faixa etária de 20 a 29 anos (46%; RMM = 51,8/100 000 NV), com 4 a 7 anos de 
escolaridade (34,8%; RMM = 61,2/100 000 NV), sem companheiro (52,3%; RMM = 67,2/100 
000 NV) e de raça não branca (69,7%; RMM = 56,3/100 mil NV). Esses dados podem ser 
observados de forma isolada na sequência de gráficos 3, 4, 5 e 6, cujos os dados foram 
estratificados da tabela 4. É importante também observar que na Tabela 4, que cerca de 14,5% 
das MM são adolescentes. Desses registros, 7,9% foram dados ignorados ou não informados. 
 
 
Tabela 4: Distribuição dos casos de morte materna: por faixa etária, escolaridade, situação conjugal 
e raça, na cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
 
Distribuição dos casos de morte materna: por faixa etária, escolaridade, situação 
conjugal e raça, na cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
 
Características N % 
RMM específica 
/100000NV 
Faixa etária anos completos N % 
RMM específica 
/100000NV 
10 a 14 3 1,2% 67,0 
15 a 19 32 13,3% 36,3 
20 a 29 111 46,1% 51,8 
30 a 34 40 16,6% 73,9 
35 a 39 43 17,8% 213,4 
40 a 49 12 5,0% 272,6 
 
Escolaridade (anos) N % 
RMM específica 
/100000NV 
Zero 5 2,1% 172 
1 a 3 20 8,3% 80,3 
4 a 7 84 34,9% 61,2 
8 a 11 61 25,3% 51,7 
12 ou mais 21 8,7% 48,9 
Ignorado 19 7,9% 327,6 
Não Informado 31 12,9% -- 
 
Situação conjugal N % 
RMM específica 
/100000NV 
Com companheiro 75 31,1% 82,6 
Sem companheiro 126 52,3% 67,2 
Ignorado 21 8,7% 550,7 
Não informou 19 7,9% -- 
 
Raça N % 
RMM específica 
/100000NV 
Branco 54 22,4% 68,9 
Não branco 168 69,7% 56,3 
Não informado 19 7,9% -- 
Total 241 100,0% -- 
 
23 
 
Gráfico 3: Distribuição dos casos de morte materna: por faixa etária na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
 
 
 No gráfico 3 acima observamos os casos de óbito materna na cidade de Manaus 
estratificado por faixa etária, onde o grupo mais atingido é o grupo com idade compreendido 
entre 20 a 29 anos. Mas devemos levar em consideração que esse é o grupo que mais possui 
mulheres no estado de gravidez segundo Brasil (2009). A linha de tendência tende a permanecer 
estável para os demais grupos etários. Já no gráfico 4 o nível de escolaridade que mais sofre os 
efeitos do óbito materno é o compreendido entre 4 e 7 anos de estudos. 
 
 
 
Gráfico 4: Distribuição dos casos de morte materna: por escolaridade na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
3
32
111
40 43
12
1,2%
13,3%
46,1%
16,6% 17,8%
5,0%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
45,0%
50,0%
0
20
40
60
80
100
120
10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 49
P
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Distribuição dos casosde morte materna: por faixa etária na 
cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010
N % Linear (%)
5
20
84
61
21 19
31
2,1%
8,3%
34,9%
25,3%
8,7% 7,9%
12,…
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
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 D
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S
Distribuição dos casos de morte materna: por escolaridade na 
cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010
N % Linear (%)
 
24 
 
Gráfico 5: Distribuição dos casos de morte materna: por situação conjugal na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
 
 
 No gráfico 5 acima podemos observar que o caso de óbito materno é mais comum em 
mulheres sem companheiros ou mães solteiras, com 52,3% dos casos. Porém o percentual que 
atingem as mulheres com companheiros (casadas, amigadas ou união estável), chega a 31,1% 
dos casos registrados. 
 
 
 
Gráfico 6: Distribuição dos casos de morte materna: por raça na cidade de Manaus/AM 
no período de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
 
 
 No gráfico 6 é possível observar uma elevada taxa de óbito materno para o grupo não 
branco, ou seja, demais grupos raciais como: indígenas, afro descendente, orientais e mestiços. 
75
126
21 19
31,1%
52,3%
8,7% 7,9%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
0
20
40
60
80
100
120
140
Com
companheiro
Sem
companheiro
Ignorado Não informou
P
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Distribuição dos casos de morte materna: por situação 
conjugal na cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010
N % Linear (%)
54
168
19
22,4%
69,7%
7,9%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
0
50
100
150
200
Branco Não branco Não informado
P
E
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A
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S
Distribuição dos casos de morte materna: por raça na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010
N % Linear (%)
 
25 
 De uma perspectiva geral mostrada nos gráficos 3, 4, 5 e 6, acima podemos observar 
que os grupos de: não brancas, sem companheiro, com pouca escolaridade e entre 20 e 29 anos. 
Se juntadas as características sociais, mas raça e faixa etária, podemos pressupor que as 
mulheres com todas essas características formam um grupo de risco maior. 
 Na tabela 5 com dados compilados de Ramos (2013), iremos observar os dados 
agrupados por ano no período de 2001 a 2010, com o número absoluto anual estratificado por 
local de ocorrência do agravo de Morte Materna MM, no caso em; Rede Pública, Rede Privado, 
Domicílio, Via Pública e Não Informado. A maior proporção das MM aconteceu em hospitais 
da rede pública 72,2%, com 20,4% de ocorrência na rede privada. Menos de 5,0% das MM 
foram no domicílio ou na via pública, os não informados ainda possui valor próximo de 3% 
 
 
Tabela 5: Frequência dos casos de MM, relativas ao local de ocorrência do óbito na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Frequência dos casos de MM, relativas ao local de ocorrência do óbito na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010. 
Ano MM 
Rede 
Pública 
Rede 
Priva 
Domicílio 
Via 
Pública 
Não 
Informado 
 N % N % N % N % N % 
2001 16 10 62,5% 3 18,8% 0 0 0 0 3 18,8 
2002 22 18 81,8% 4 18,2% 0 0 0 0 0 0 
2003 31 23 74,2% 8 25,8% 0 0 0 0 0 0 
2004 24 19 79,2% 5 20,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 
2005 20 16 80,0% 4 20,0% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 
2006 18 13 72,2% 5 27,8% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 
2007 28 19 67,9% 4 14,3% 3 10,7% 1 3,6% 1 3,6% 
2008 17 9 52,9% 4 23,5% 2 11,8% 1 5,9% 1 5,9% 
2009 36 30 83,3% 6 16,7% 0 0,0% 0 0,0% 0 0,0% 
2010 29 17 58,6% 6 20,7% 4 13,8% 0 0,0% 2 6,9% 
Total 241 174 72,2% 49 20,3% 9 3,7% 2 0,8% 7 2,9% 
 
 
 No conjunto de tabelas e gráficos acima, podemos entender por meio da observação 
direta, as informações relacionadas a Morte Materna (MM) na Cidade de Manaus-AM e as 
principais causas desse agravo, que elavam o valor esse indicador na cidade. Quando os dados 
do Indicador de Morte materna são estratificados, podemos entender melhor os mecanismos de 
causa e efeito deste. Na tabela 3 fica clara a separando numericamente das principais causas da 
Morte Materna na Cidade de Manaus. Obtivemos o valor de 162, o que corresponde a (67,2%) 
 
26 
Morte Materna caracterizadas como MMOD relacionadas principalmente a infecção puerperal 
foram (23,7%), por hipertensão arterial tivemos o valor de (12,4%) e hemorragias (11,2%). 
Entre os 62 (25,7%) dos casos de MMOI, as principais causas foram identificadas como 
doenças do aparelho respiratório (21 casos; 8,7%) e do aparelho circulatório (20 casos; 8,3%). 
O percentual de MMOD foi 3,7 vezes maior que a MMOI e, em 7,1% dos casos, as causas não 
foram especificadas conforme informação na tabela 3. 
 No gráfico 7 abaixo que faz referência a tabela 5, podemos identificar os valores globais 
de casos de morte materna conforme seu local de ocorrência. É possível observa que mesmo 
com todo o enfrentamento e políticas públicas que os gestores implantam, o local onde mais 
ocorre MM ainda é na rede pública de saúde, com um total de quase três vezes e maia das MM 
ocorridas na rede privada. 
 
 
 
Gráfico 7: Frequência dos casos de MM, relativas ao local de ocorrência do óbito na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
 
 
 A evolução da RMM apresentou comportamento diferenciado, e estatisticamente 
significativo, ao longo do período compreendido entre anos de 2001 a 2010. Os menores índices 
foram observados nos anos de 2001, 2005, 2006 e 2008. A MMOD predominou em todo o 
período, com maior pico nos anos de 2001 e 2006 e menor ocorrência em 2004 e 2009. Em 
relação ao percentual de MMOI, observa-se maior pico em 2004, com valores intermediários 
nos anos de 2005 e 2007. Em 2001 e 2006 foram registrados os menores percentuais de Morte 
-50
0
50
100
150
200
Rede
Pública
Rede
Priva
Domicílio Via
Pública
Não
Informado
T
o
ta
l 
d
e 
ó
b
it
o
s
Locais de ocorrênciado óbito
Frequência dos casos de MM, relativas ao local de ocorrência do 
óbito na cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010
Total Linear (Total)
 
27 
Materna por causa indireta. Esses dados foram compilados de Ramos (2013), categorizando e 
quantificando as principais causas de MM em MMOD, MMOI e MMNE. Em seguida esses 
dados formam convertido na tabela 6 e gráficos 8 e 9 abaixo descritos. 
 
 
Tabela 6: Distribuição das causas de MM, categorizadas em MMOD, MMOI e MMNE, na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Distribuição das causas de MM, categorizadas em MMOD, MMOI e MMNE, na cidade de 
Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Causas MM 
MMOD N % subtotal % Total 
Infecção Puerperal 57 35,2% 23,7% 
Hipertenção Arterial 30 18,5% 12,4% 
Hemorragias 27 16,7% 11,2% 
Abortamentos 20 12,3% 8,3% 
Outras Infecções 7 4,3% 2,9% 
Choque 7 4,3% 2,9% 
Outras 14 8,6% 5,8% 
Subtotal 162 67,2% 
 
MMOI N % subtotal % Total 
Doenças do ap. respiratório 21 33,9% 8,7% 
Doenças do ap. circulatório 20 32,3% 8,3% 
Outras doenças não específicas 5 8,1% 2,1% 
Outras 16 25,8% 6,6% 
Subtotal 62 25,7% 
 
MMNE N % subtotal % Total 
Não especificada 17 7,1% 
Total Geral 241 100%No gráfico 8 observamos as principais complicações compreendidas dentro da MMOD, 
dentre elas os destaques são a Infecção puerperal com 23,7% e Hipertensão arterial com 12,4%, 
as duas compreendendo 36,1 do total de 67,2% das MMOD. 
 
 
 
Gráfico 8: Distribuição das causas de MM por MMOD na cidade de Manaus/AM no período 
de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
57
30
27
20
7 7
14
23,7%
12,4%
11,2%
8,3%
2,9% 2,9%
5,8%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
0
10
20
30
40
50
60
P
E
R
C
E
N
T
U
A
L
 D
E
 Ó
B
IT
O
S
 P
O
 
M
M
O
D
T
O
T
A
L
 D
E
 Ó
B
IT
O
S
Distribuição das causas de MM por MMOD na cidade de Manaus/AM 
no período de 2001 a 2010.
N % Total Linear (% Total)
 
28 
 No gráfico 9 observamos as principais complicações compreendidas dentro da MMID, 
dentre elas os destaques são as Doenças do aparelho respiratório com 8,7% e Doenças do 
aparelho circulatório com 8,3%, as duas compreendendo 17% do total de 25,7% das MMID. 
 
 
 
Gráfico 9: Distribuição das causas de MM por MMID na cidade de Manaus/AM no período 
de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
 
 
 Na distribuição da MM após zoneamento realizado pela SEMSA-MN, no município, 
conforme o gráfico 10. Observou-se a maior proporção dos óbitos na Zona Leste com 32,0%, 
com menores proporções nas zonas Centro-Oeste 7,0% e Centro-Sul 6,0%. Estando as zonas 
Sul, Oeste e Norte com valore parcialmente equiparados respectivamente em 20%, 13% e 19%. 
Um pequeno percentual de 2,0% desses óbitos, a região geográfica que não foi identificada. 
 
 
 
Figura 11: Distribuição geográfica dos casos de morte materna - percentuais (%) diferenciados nas zonas 
da cidade de Manaus/AM no período de 2001 a 2010 
Fonte: RAMOS, 2013. 
21 20
5
16
8,7% 8,3%
2,1%
6,6%
0,0%
2,0%
4,0%
6,0%
8,0%
10,0%
0
5
10
15
20
25
Doenças do ap.
respiratório
Doenças do ap.
circulatório
Outras doenças
não específicas
Outras
T
O
T
A
L
 D
E
 Ó
B
IT
O
S
 P
O
R
 M
M
O
I
T
O
T
A
L
 D
E
 Ó
B
IT
O
S
 
Distribuição das causas de MM por MMOI na cidade de Manaus/AM 
no período de 2001 a 2010.
N % subtotal % Total Linear (N)
Ignorada; 2% Centro Sul; 6%
Centro Oeste; 7%
Sul; 
20%
Rural; 1%
Oeste; 13%
Norte; 19%; 
Leste; 32%
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS CASOS DE MORTE 
MATERNA - PERCENTUAIS (%) DIFERENCIADOS NAS ZONAS 
DA CIDADE DE MANAUS/AM NO PERÍODO DE 2001 A 2010
Ignorada Centro Sul Centro Oeste Sul Rural Oeste Norte Leste
 
29 
7.3.2 Fatores predominantes na mortalidade materna 
 
 
Castro; Ramos (2016) e Brasil (2009), destaca que predomínio das causas de MM direta, 
no Brasil e no município de Manaus/AM é a hipertensão arterial, hemorragia e infecção, o que 
ainda reflete características de país em desenvolvimento e aponta a necessidade de ações mais 
efetivas para a sua redução da MM, como as ações definidas na Política Nacional de Atenção 
Integral à Saúde da mulher, no Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e 
vigilância dos óbitos maternos devem influenciar positivamente esse indicador. 
Nessa pesquisa pode-se observar que todos os autores concordam que os fatores 
predominantes na MM foram infecção puerperal, hipertensão arterial, hemorragia e 
abortamento, não na mesma ordem de importância, para as causas diretas e potencialmente 
evitáveis. Entre as causas indiretas, apontaram a maioria para doenças cardíacas e respiratórias. 
O que, confirma o panorama do Brasil e de outros países em desenvolvimento, onde hipertensão 
arterial, hemorragia e infecção lideram as causas de MM diretas e as doenças do aparelho 
circulatório representam as de causa indireta. De acordo com alguns autores, esses óbitos 
maternos evitáveis refletem as precárias condições econômicas, culturais e tecnológicas de um 
país. 
Kleyde et al (2008), destaca que o controle e prevenção das gestações em adolescentes, 
e de fatores específicos que favorecem a MM, devem ser estratégias consideradas para a 
redução desses índices em nosso país. A baixa escolaridade esteve associada a 45,1% das MM 
no período, repetindo resultados já relatados em outras grandes capitais. A escolaridade está 
fortemente associada a complicações obstétricas, relacionadas ao tipo de parto, número de 
consultas no pré-natal, número de filhos e outros, que contribuem para a maior ocorrência de 
MM em mulheres de menor nível de escolaridade. 
 
 
7.3.3 Da Legalização, funcionalidade, estruturação, composição e competência 
 
 
7.3.3.1 Da legalização e funcionalidade 
 
 
A legalização da formação e funcionamento dos comitês e controle do óbito materno se 
fundamentam através da PORTARIA Nº 1172/GM Em 15 de junho de 2004 Regulamenta a 
NOB (Norma Operacional Básica) SUS 01/96, no que se refere às competências da União, 
Estados, Municípios e Distrito Federal, na área de Vigilância em Saúde, define a sistemática de 
 
30 
financiamento e dá outras providências. Soares et al (2010) relata que o Governo treinou e treina 
gestores municipais para reduzir mortalidade materna através de cursos como, capacitação e 
sensibilização dos profissionais de saúde e gestores dos 21 municípios que assinaram o Pacto 
pela Redução da Mortalidade materna e Infantil. Os cursos, fazem parte das ações da SES para 
reduzir a mortalidade materna e neonatal nos Estados. 
Soares et al (2010), informa que nos últimos dez anos, a taxa de mortalidade materna 
vem oscilando, sabemos que esses dados são subnotificados porque a maioria das mortes não é 
investigada e tudo isso prejudica as informações. Nos cursos fornecidos pelo governo, os 
participantes aprendem a preencher as fichas de investigação de óbitos materno, infantil, fetal 
e por causa mal definida. Todos os dados informados nas fichas são repassados para o Sistema 
de Informações sobre Mortalidade (SIM). O Governo fornece também curso de Sensibilização 
da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, cujo objetivo é despertar a atenção dos gestores sobre 
a importância de ter, em seus municípios, hospitais amigos da criança. Participam desses 
eventos, prefeitos, secretários de Saúde, médicos das UTIs neonatal e materna, diretores de 
hospitais, profissionais afins, além de coordenadores da Atenção Básica e da Vigilância em 
Saúde. 
 
 
7.3.3.2 Da estruturação e composição legal do CMPOMIF 
 
 
A estruturação dos comitês também é legalizada e fundamentada pela PORTARIA Nº 
1172/GM Em 15 de junho de 2004 que através do seu Artigo 7º que dá condições ao município 
de assumir a gestão das ações de Vigilância em Saúde. Bem como completada pelos seus 
demais artigos que lhe concedem estrutura física, funcional e profissional capacitada. O aparato 
dessa portaria permitiu a Resolução Nº 017, de 15 de abril de 2016, possibilitando a indicação 
de conselheiros para o Comitê Municipal de Prevenção de Óbito Materno, Infantil e Fetal-
CMPOMIF. Com base nos dispositivos legais abaixo: 
 
1. o disposto na Lei Federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1990; 
2. o disposto na Lei Federal nº 8.142 de 28.12.90 que legitima a participação da 
comunidade na Gestão do Sistema Único de Saúde; 
3. o disposto na Lei Municipal nº. 066 de 11 de Junho de 1991, alterada pela Lei nº. 
1.094 de 09 de janeiro de 2007; 
4. o disposto o disposto no Regimento Interno do Conselho Municipal de Saúde, 
aprovado pelo Decreto de nº 3.305 de 12 de abril de 2016; 
5. o disposto na Resolução nº. 466, de 12.12.2012 do Conselho Nacional de Saúde, 
que aprova as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendoseres 
humanos; 
 
31 
Segundo a PMM (Prefeitura Municipal de Manaus), foi o DOM 3583 de 2 de fevereiro 
de 2015, que reestruturou em 21 de janeiro de 2015 o CMPOMIF, baseado no Pacto Nacional 
pela redução da Mortalidade Materna e infantil; na ONU em dois dos 8 ODM; na Portaria nº 
1.119, de 5 de julho de 2008. A CMPOMIF foi criada anteriormente através da Portaria nº 
081/2007-GABIN/SEMSA, de 09 de fevereiro de 2007, que regulamentou a vigilância do óbito 
materno. 
Essas leis se completam hoje pela; Portaria nº 72/GM/MS, de 11 de janeiro de 2010, a 
qual estabelece a vigilância do óbito infantil e fetal é obrigatória nos serviços de saúde públicos 
e privados; na Portaria 1.459, de 24 de julho de 2011, que institui, no âmbito do SUS, a rede 
cegonha. 
Segundo o DOM 3583 de 03 de fevereiro de 2015, a composição do CMPOMIF se 
apresenta da seguinte forma apresentada na Tabela 7. 
 
 
Tabela 7: Composição do CMPOMIF 
SERVIDORES Função 
Francisca Sonja Ale Girão Farias Presidente 
Ivone Maria Caetano Cândido Vice-presidente 
Neide Maria de Almeida Negreiros 1ª secretária 
Mara Nogueira Varela 2ª secretária 
Fonte: DOM 3582 de 3 de fevereiro de 2015 
 
Sua caracterização é definida pelos artigos 1º e 2º abaixo descritos: 
Art. 1º O Comitê é interinstitucional e multiprofissional, tem caráter técnico-consultivo, 
sigiloso, não-coercitivo ou punitivo, ético, científico, educativo, de assessoria e de 
acompanhamento da execução de políticas públicas, visando à prevenção dos condicionantes 
do obituário materno, infantil e fetal, identificando os fatores de risco e propondo medidas de 
melhoria da qualidade da assistência à saúde para a redução da mortalidade; 
Art. 2º O Comitê Municipal de Prevenção do óbito Materno, Infantil e Fetal está ligado 
diretamente ao Secretário Municipal de Saúde. 
 
Os objetivos e finalidades do CMPOMIF são descritos pelo artigo 3º e parágrafos abaixo 
descritos: 
 
Art. 3º São objetivos do Comitê Municipal de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal: 
 
I - Desenvolver as atividades em parceria com a rede municipal de vigilância dos óbitos de 
mulheres em idade fértil – MIF, Maternos, Infantis e Fetais, incentivando a identificação e o 
conhecimento de suas causas assim como seus fatores determinantes; 
 
32 
II - Sensibilizar os gestores, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários sobre a 
situação da mortalidade materna, infantil e fetal, visando à melhoria da qualidade da assistência 
à saúde da mulher e da criança; 
III - Recomendar aos gestores ações de intervenção para melhoria da qualidade da assistência 
à saúde materno e infantil e outras ações de prevenção, estimulando parcerias entre as diversas 
instituições e organizações envolvidas, governamentais ou não. 
 
A sua estrutura e composição são definidas pelo Art. 4º que define a estrutura e o Art. 
5º que define os membros natos. Abaixo descritos: 
 
Art. 4º O CMPOMIF terá a seguinte estrutura: 
 
- 1 (um) Presidente; 
- 1 (um) Vice-Presidente; 
- 1 (um) 1º Secretário; 
- 1 (um) 2º Secretário; 
 
Art. 5º Serão membros natos: 
 
I - 12 (doze) servidores desta Secretaria (SEMSA), sendo um representante de cada área técnica 
a seguir relacionada: 
 
- Núcleo de Saúde da Criança e Adolescente; 
- Núcleo de Saúde da Mulher; 
- Gerência de Vigilância Epidemiológica; 
- Divisão de Gestão da Informação e Análise de Situação de Saúde; 
- Gerência da Rede Cegonha; 
- Maternidade Dr. Moura Tapajoz; 
- Núcleo de Vigilância 
 
 
7.3.3.3 Da competência do CMPOMIF 
 
 
Freitas et al (2015), Brasil (2014), UNICEF (2009) e Brasil (2009), estão em comum 
acordo quando tratam a respeito da missão, objetivos, atribuições, responsabilidades, desafios 
e contribuição dos Comitês. 
 
Missão e objetivos 
 
- Conhecer o perfil e o número de óbitos, seus determinantes e de evitabilidade 
- Melhora da informação 
- Tornar o problema visível 
- Subsidiar, coordenar e implantação medidas que promovam a redução da mortalidade 
- Monitorar a qualidade e quantitativo da assistência de saúde 
- Manter-se em caráter educativo, propositivo, sigilosos e éticos 
 
 
 
 
33 
Atribuições dos comitês 
 
- Expansão das atribuições do comitê a nível hospitalar 
- Discussão de políticas de atenção à saúde sexual e reprodutiva 
- Discussão, Avaliação e elaboração da atenção obstétrica e neonatal 
- Fóruns e debates sobre a atenção à saúde da mulher e da criança na área de atuação 
 
Participação e contribuição dos comitês 
 
- Sensibilizar a sociedade civil organizada 
- Proporcionar a capacitações de profissionais para qualificar a atenção a saúde 
- Capacitação permanente de membros dos comitês e demais órgãos associados 
- Investigação de óbitos maternos, infantis e fetais em parceria VS e SEMSA 
- Proceder análises dos óbitos, considerando: aspectos da prevenção e natureza do óbito, 
- Avaliar a assistência à mulher e à criança, características da estrutura social e comunidade 
- Elaboração e divulgação de relatórios sobre a situação da mortalidade materna, fetal e infantil 
- Usar dados de relatórios como instrumento para a educação permanente e tomada de decisão 
- Informar retroalimentação aos gestores e às equipes de saúde: por meio de publicações 
 
Análise da evitabilidade e retorno com recomendações aos serviços e gestores 
 
- Centros de Saúde, ESF, ambulatórios, hospitais 
- Divulgação para a sociedade 
- Fóruns Perinatais 
- Monitoramento da implementação das ações 
 
Desafios - vigilância do óbito 
 
- Brevidade na investigação e intervenção, objetivando alimentar sistemas e organizar dados 
provendo mudanças 
- Análise da situação e mobilização por mudança necessária para garantia de direitos 
- Análise crítica sob o modelo adequado de atenção 
- Vigilância da mortalidade materna, fetal e infantil de 1 a 5 anos com (near miss) 
 
Desafios - atenção de saúde 
 
- Garantia de direitos de cidadania 
- Intersetorialidade dos serviços, condições de vida, inclusão e equidade 
- Reduzir a desigualdade na MI indígena 
-Orientação em Saúde sexual e reprodutiva para adolescente, gravidez indesejada 
- Qualificar o pré-natal 
- Qualificar a atenção ao parto e nascimento: 
- Paradoxo perinatal: excesso intervenções X boas práticas 
- Reduzir as cesarianas desnecessárias - 54,0% em 2011 prematuridade e asfixia intraparto 
- Abranger a Saúde Suplementar 
 
Desafios Futuros 
 
- Reduzir a causa básica e causa raiz dos óbitos materno, fetal e infantil 
- Integração da Vigilância na Atenção à Saúde 
 
34 
- Organização da Rede Integral de Atenção 
- Mudança do Modelo de Atenção 
 
 
8 METODOLOGIA DA PESQUISA 
 
 
A metodologia aplicada a este projeto baseia-se na avaliação qualitativa e quantitativa 
por utilizar impressos e publicações em português compreendidas entre o ano de 2004 até os 
dias atuais, das quais se arrolem os preceitos da análise das principais causas de óbito materno 
na cidade de Manaus e o enfrentamento da gestão estratégica da Secretária de Saúde, além da 
apresentação de resultados estatísticos que se referem ao mesmo. Para busca eletrônica foram 
utilizadas palavras chaves como: Morte Materna, Comitê de controle do óbito Materno e 
Vigilância Epidemiológica do óbito materno. Dentro das plataformas de pesquisas. 
 
 
8.1 Métodos utilizados 
 
 
Os métodos utilizados nesse projeto são os Métodos de Pesquisa de Campo (banco de 
dados de informações humanas ou grupo da Secretária Municipal - SEMSA), Descritivo e o 
Dedutivo. O método da observação segundo Prestes (2008), basear-se na observação, onde sãoaplicados atentamente os sentidos a um objetivo, a fim de que se possa a parti dele, adquirir um 
conhecimento claro e preciso. A observação deve ser exata, completa, imparcial, sucessiva e 
metódica, pois se constitui em um procedimento investigativo de extrema importância na 
ciência. E ainda para Preste (2008), o método dedutivo é a racionalização de ideias em sentido 
interpretativo têm mais valor que a experimentação caso a caso, ou seja, utiliza-se do raciocínio 
que caminha do geral para o específico. Já o método descritivo que possibilita o 
desenvolvimento em nível de análise permitindo identificar as diferentes formas do fenômeno. 
Com abordagem quantiqualitativa do tipo exploratória que para Preste (2008) constitui uma 
abordagem qualitativa, um modo de dizer que faz referência mais a seus fundamentos 
epistemológicos e do que propriamente a especificidade metodológica. E a qualitativa por 
considerar a contribuição para a ampliação do conhecimento sobre (área escolhida), 
considerado como uma opção importante a ser adotada, constituindo-se numa base confiável 
para outros pesquisadores. É exploratório, porque se configura em fase preliminar, antes do 
planejamento formal do trabalho e, tem como objetivos proporcionar maiores informações 
sobre o assunto escolhido, nesse caso: Análise das principais causas de óbito materno na cidade 
de Manaus e o enfrentamento da gestão estratégica da SEMSA-MN. 
 
35 
8.2 Tipo de pesquisa 
 
 
O presente estudo trata-se de uma pesquisa campo que conforme Preste (2008), é aquela 
que o pesquisador, através de questionários, entrevistas, protocolos verbais, observações e etc., 
coleta seus dados, investigando os pesquisados em seu meio. 
 
 
8.3 Procedimentos adotados 
 
 
Os procedimentos adotados no desenvolvimento dessa pesquisa é a coleta de dados 
referente a Mortalidade Materna no período compreendido entre 2006 a 2015, a ser fornecida 
pela SEMSA-MM após este projeto ser apreciada e autorizado pelo CEP (COMITÊ DE ÉTICA 
E PESQUISA) da SEMSA, por parte dos profissionais avaliadores no que refere à Análise das 
principais causas de óbito materno na cidade de Manaus e o enfrentamento da gestão estratégica 
da SEMSA-MN. Os dados a serem coletados serão estratificados e interpretados de acordo com 
os preceitos legais das leis vigente no Brasil e de associações internacionais, bem como as 
avaliações que a comunidade científica vem descrevendo e compreendendo do fenômeno 
estatístico da Mortalidade Materna, que vem sendo abordada nos países em desenvolvimento 
nos últimos 20 anos. Esse pesquisador utilizará de dados secundários de informações humanas 
a ser fornecido pela SEMSA, para a confecção de tabelas e gráficos para análise e avaliação 
dos resultados por ações tomadas pelos CMPOMIF, a análise das amostras, a estratificação dos 
dados sistemática serão desenvolvidas de forma imparcial. 
 
 
9 CASUÍSTICA 
 
 
Critérios de Inclusão: Para a avaliação dos dados sobre Morte Materna e confecção de 
tabelas e gráficos serão analisados os dados e processos organizacionais e planos de ações 
aplicados pelo CMPOMIF no período de 2006 a 2015. 
Critérios de exclusão: Todos os que não se enquadram no item acima. 
 
 
10 PARTICIPANTES 
 
 
Pesquisador: Alexsandro Sampaio de Oliveira 
Orientador: Drº Profº Dayson José Jardim Lima 
Co-Orientadora: Mscª Nadionara Costa Menezes 
 
36 
11 RISCOS E BENEFÍCIOS 
 
 
11.1 Benefícios 
 
 
A análise das principais causas de óbito materno na cidade de Manaus e o enfrentamento 
da gestão estratégica da SEMSA-MN visa enaltecer o trabalho desempenhado pelo CMPOMIF 
através de uma série histórica e criar pontos de análise e indicadores de sensibilidade a fim de 
criar subsídios e meios para comprovar os resultados positivos. 
 
 
11.2 Riscos 
 
 
Essa pesquisa oferece pequeno grau de risco no que se refere a compilação de dados, 
elaboração de tabelas ou erros matemáticos na confecção de gráficos. 
 
 
12 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
 
 
A pesquisa será alimentada por dados do CMPOMIF localizada na unidade da SEMSA-
MM, situada no Endereço: Avenida Mário Ypiranga Monteiro nº 1695 – Adrianópolis. Cep: 
69057-001. A confecção de tabelas, gráficos e sua análise ocorrerão no endereço residencial do 
pesquisador situado na: rua Uruguai nº16 conjunto Beija-Flor, Bairro de Flores, e no IQC. 
 
 
13 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DE ATIVIDADES 
 
 
Tabela 8: Cronograma de execução de atividades 
Atividades/Período 
Set 
2016 
Out 
2016 
Nov 
2016 
Dez 
2016 
Jan 
2017 
Fev 
2018 
Mar 
2019 
Escolha e delimitação do Tema X 
 
Levantamento e análise de Literaturas X X X 
 
 
Submissão ao CEP da SEMSA X 
 
Elaboração do Projeto X X 
 
Revisão do projeto X X 
 
Orientações X X 
 
Correções do Projeto escrito X 
 
Elaboração da Monografia X X 
 
Revisão Ortográfica da Monografia X X X 
 
Entrega da Monografia X 
 
37 
14 FONTE ORÇAMENTÁRIA 
 
 
O projeto não dispõe de financiamento institucional. O projeto será de financiado próprio. 
 
 
Tabela 9: Fontes orçamentárias 
Previsão Orçamentária 
 Descrição do material Quantidade Valor Unitário Valor 
 Resma de papel A4 4 15,00 R$ 60,00 R$ 
 Enciclopédia de Enfermagem 1 500,00 R$ 500,00 R$ 
 Empréstimo de livros 10 15,00 R$ 150,00 R$ 
 Combustível 30 l 3,80 R$ 214,00 R$ 
 Cartucho para impressora 4 50,00R$ 200,00R$ 
 Alimentação 70 6,00 R$ 420,00 R$ 
 Revisão Ortográfica 2 40,00 R$ 80,00 R$ 
 Impressão 2 60,00 R$ 120,00 R$ 
 Encadernação 1 60,00 R$ 60,00 R$ 
Total 1804,00R$ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Segundo Brasil (2007), os Comitês de Prevenção do Óbito Materno, Infantil e Fetal 
são organismos de natureza interinstitucional, multiprofissional, confidencial, não coercitivos 
e não punitivos, com caráter informativo e educativo que têm a função de analisar todos os 
óbitos maternos, infantis e fetais e apontar medidas de intervenção para a redução destes óbitos 
na sua região de abrangência. 
São portanto, instâncias que se vestem do conceito técnico, ético e político de controle 
social e apoio a gestão, que contribuem para avaliar a qualidade da assistência à saúde da mulher 
e da criança para subsidiar as políticas públicas e ações de intervenção para melhoria da 
vigilância ao óbito e, consequentemente, da qualidade da informação e melhorar a qualidade da 
atenção à saúde. 
A necessidade de registrar o número e a causa das mortes são essenciais na 
identificação de problemas no sistema de saúde. A Revisão das mortes Materna e Perinatal 
permite a monitorização de seus resultados e, a evidência de série de dados sugere claramente 
mais benefícios do que danos. O feedback é essencial em qualquer sistema de auditoria. Os 
mecanismos mais eficazes para isso são desconhecidos, mas ele deve ser dirigido para pessoas 
relevantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 REFERÊNCIAS 
 
 
BRASIL; Ministério da Saúde. Manual dos Comitês de Mortalidade Materna. Secretária de 
Política de Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. 3ª ed. – Brasília, 2007. 
 
 
BRASIL; Ministério da Saúde; Conselho Federal de Medicina; Centro Brasileiro de 
Classificação de doenças. A declaração de óbito: documento necessário e importante. 3ª ed. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2009. 
 
 
BRASIL; Ministério da Saúde; Secretaria de Vigilância

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