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DIREITO INTERNACIONAL

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DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL PUBLICO
Objetivo do direito internacional = cooperação. Busca pelo resultado e não por uma sanção.
O direito internacional é um conjunto de regras e normas convencionais e tradicionais que disciplinam o relacionamento entre as nações e visa padronizar regras para facilitar a convivência.
Direito Internacional é uma fonte do direito.
A partir de 1989 o direito internacional sofreu uma reviravolta assim, passando a ser baseado na multipolaridade (direito que respeita as demais nações) e com o passar do tempo o princípio do cooperativismo passou a ser base fundamental entre a relação de nações.
SOCIEDADE INTERNA X SOCIEDADE EXTERNA,
A sociedade interna tem um elemento denominado hierarquia, tal elemento que não figura na sociedade internacional, pois esta respeita totalmente a soberania dos países. A sociedade interna existe o fato homogêneo, em que pese a diferença cultural entre regiões. Já na sociedade internacional existe o fato heterogêneo baseado na IMENSA diversidade cultural das nações.
Princípios Básicos do direito internacional.
 - Autodeterminação dos povos: Cada povo tem própria determinação, isso quer dizer que o direito internacional respeita a soberania e os rumos do direito interno dos países. O direito internacional prega pela não intervenção em assuntos domésticos. Não quer dizer que esse respeito pela autodeterminação seja aprovação.
 - Interdependência: É um complemento para a autodeterminação dos povos. Quer dizer que nenhum pais caminha sozinho.
Sujeitos do Direito Internacional
Atores e Sujeitos do DIP = ambos movimentam o direito internacional publico, no entanto são coisas distintas. Ambos possuem personalidade física e jurídica, no entanto, somente os sujeitos tem personalidade jurídica internacional assim, somente eles podem assinar tratados internacionais.
Atores
 - Indivíduos
 - Empresas internacionais e instituições financeiras.
 - Outras coletividades – Institucionalizadas = ONGS e Não Institucionalizadas = FARCS, ETA.
OBS: A Santa Sé no âmbito internacional, é o ente que exerce soberania dentro do vaticano. A Santa Sé assina tratados, chamados de concordatas.
 - Vaticano é o local físico, território físico onde a Santa Sé exercer soberania.
Santa Sé não é estado, mas entre em outras coletividades. De acordo com a doutrina falta a Santa Sé o elemento povo. O vaticano foi criado pelo tratado de latrão.
Estados – Sujeitos de DIP primários, pois é a partir do estado que outros sujeitos serão criados. Estes outros sujeitos são secundários, pois foram criações dos estados, no entanto, possuem capacidade jurídica internacional. EX: ONU.
Sujeitos secudarios que podem assinar tratados: Organismos (ONU) e blocos econômicos. (UE).
O direito internacional, representado pela sociedade internacional, deve reconhecer o estado como estado, pois sem esse reconhecimento é como se o estado não fosse um estado, pelo menos para o âmbito internacional. O estado é composto pelo seu povo, território e governo.
POVO
Vinculo jurídico do estado com o indivíduo (nacionalidade). É uma obrigação de mão dupla. O estado concede a nacionalidade e o indivíduo aceita essa nacionalidade.
O direito internacional exige que toda pessoa tenha uma nacionalidade.
O estrangeiro não é o antônimo de nacional, mas é estrangeira aquele que devido suas condições jurídicas em determinado pais o colocam como tal.
4 fenomenos que só podem ser concedidos ao estrangeiro:
- Asilo Politico
 - Deportação
 - Extradição (deve existir processo penal)
 - Expulsão
Apatrida: aqueles que não tem uma nacionalidade (não significa que seja ilegal) – é considerado refugiado não estrangeiro, pois para ser estrangeiro é necessário que você tenha uma nacionalidade.
Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Direito a nacionalidade e mudança desta: O estado, segundo o artigo 15, é obrigado a conceder a nacionalidade a um indivíduo e, é direito deste, mudar de nacionalidade, desde que o estado também aceite.
A nacionalidade não se confunde com o livre transito pelo pais. EX: Europa;
TERRITÓRIO – É o espaço físico de um pais onde ele exercer a soberania. É o chamado território físico. Um pais também pode ter um território jurídico, que é um espaço que não está dentro do seu território físico, mas o qual se respeitam as regras do pais. EX: Embaixada.
Esse espaço jurídico é chamado de extraterritorialidade pelo DIP, quer dizer quem um pais pode exercer suas regras fora do seu espaço físico.
Além das embaixadas, temos as embarcações com bandeira, aeronaves, que também são considerados espaços jurídicos.
O DIP reconhece 4 domínios:
 - Terrestre (solo e subsolo) - cada pais pode fixar suas próprias regras nesse domínio. A fronteira é limite terrestre, fluvial ou lacustre, de determinados países. No Brasil, a Receita Federal é o órgão competente para fiscalizar o aduano e a imigração.
 - Lacustre e fluvial – direito que envolve lagos e rios. DIP entra para regulamentar quando esses rios e lagos são tidos como fronteiras entre países.
 - Marítimo
 - Aéreo = também será de total domínio do pais, quando o espaço aéreo coincidir com o espaço terrestre e também como o mar territorial. Todo espaço aéreo é monitorado assim, todas os países necessitam de autorização para o trafego aéreo, seja de aeronaves civis ou militares.
Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar.
Convenções das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (1982)
→ Mar territorial – nos casos de países litorais, é considerado espaço nacional em até 12 milhas marítimas, podendo o país ter soberania plena sobre o mar até essas 12 milhas, tratadas como se fosse pedaço de terra; como se o mar fosse pertencente ao país. O país, aqui, exerce soberania plena.
→ Zona contígua – também tem 12 milhas marítimas, contadas do fim do mar territorial + 12 (não podemos falar em 24 milhas). É uma zona de segurança para fiscalização de mercadorias e pessoas nessa zona contígua. A autoridade fiscalizadora é a Receita Federal, ou então, a Polícia Federal.
→ Zona econômica exclusiva (ZEE) – vai do início das águas e se estende por 200 milhas marítimas, abarcando o mar territorial, a zona contígua e vai além, até o limite das 200 milhas. Enquadra a exploração econômica (pesca etc.) e exploração para pesquisas marítimas.
→ Plataforma continental – descoberta de petróleo em áreas do oceano. Abarca 350 milhas marítimas, contadas do início da costa, exclusiva para exploração de petróleo e gás natural, pertencendo ao país até 350 milhas marítimas.
OBS: quando um pais possui ilha, esta será considerada domínio terrestre, e faixas passarão a contar a partir da ilha.
OBS2: para garantir o acesso as pessoas, a convenção criou o conceito de Passagem inocente de embarcações, ou seja, desde que a embarcação não seja militar essa pode transitar livremente pelas aguas marítimas. A única restrição é quanto atracar essas embarcações.
GOVERNO
Conceito e Importância: para o DIP governo significa administração estável, tanto de forma interna como internacional.
O ponto principal é que o governo deve ser reconhecido tanto internamente quanto internacionalmente, pois é por meio do governo que estado será representado no âmbito internacional. A estabilidade política é elemento essencial para o reconhecimento de um governo.
Chefe de estado é aquele que representa o estado nas relações internacionais. No brasil o presidente é chefe de estado e chefe de governo. Este trata-se da representação interna do pais.
O sistema parlamentar existe uma diferença das pessoas que exercem a chefia do estado e do governo. Geralmente cabe a um chanceler a chefia do estado e ao primeiro ministro a chefia do governo.
ORGANISMOS INTERNACIONAIS.
Criados por meio de tratados internacionais assinados por estados.
ONU – foi criada pelo tratado internacional de São Francisco.
A ONU é um organismo intergovernamental, ou seja, não está acima dos estados, exerce uma função de cooperação. No entanto,dentro da ONU há o conselho de segurança (O conselho da ONU é formado por 15 países (por um período de tempo de 2 anos), sendo somente 5 permanentes, EUA, FRANÇA, CHINA, RUSSIA E REINO UNIDO). O conselho de segurança é um órgão supralegal, ou seja, está acima dos países assim, sua função é totalmente coercitiva.
FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL
1 Fonte – Direito consuetudinário. Direito 100% tradicional. Evolução X Tradição.
Lex Mercatória = é o direito costumeiro aplicado a relações de comercio. A lei acompanha a mercadoria.
2 – Princípios do Direito internacional público. A partir desses princípios serão criadas regras que regulamentarão a relações no DIP. Todo tratado começa de um princípio.
3 – Jurisprudencia: São intepretações de fatos acontecidos no DIP. É a interpretação de regras retratáveis pelos tribunais internacionais. As interpretações não se sobrepõe ao direito interno.
Tribunal Penal Internacional
Competência: Julgar crimes contra humanidade, genocídios e crimes de guerra.
O TPI surgir a partir de um tribunal chamado de Nuremberg, que na época era o tribunal responsável para julgamento dos crimes nazistas na 2 guerra mundial.
O TPI está localizado em HAIA e é conhecido como Tribunal de Haia. Trata-se de um órgão especializada da ONU.
Corte Internacional de Justiça
Finalidade: Julgar os estados. É uma corte de interpretação, esclarecimento dos tratados internacionais.
Também se localiza em HAIA e é conhecida como Corte de Haia.
Tribunal Interamericano de direitos Humanos
É um tribunal internacional voltado a apelações de direitos humanos. O pacto de São Jose da Costa Rica trouxe diversos elementos para os direitos humanos e está longamente ligado ao tribunal interamericano. O campo de atuação são as américas. As decisões são mais morais e não se sobrepõe ao direito nacional.
Câmaras de Arbitragem Internacional
São formadas por empresas privadas especializadas que tem por finalidade harmonizar as regras internacionais de comercio e principalmente oferecer o julgamento arbitral. Câmara mais importante é conhecida como Câmara de comercio de paris.
TRATADOS INTERNACIONAIS
 - São tratados bi ou multilaterais, escritos, formais que geral deveres e obrigações entre sujeitos de direito internacional publico.
Tratados Bilaterais: aqueles cujo há dois interesses, podem ser entre dois países ou mais. EX: Brasil e do outro lado UE.
Tratados multilaterais: todos defendem um interesse comum.
Tratado de Viena: é o tratado cujo definiu a forma que os tratados devem ser redigidos.
Basicamente há 3 tipos de Tratados.
1 – Tratados Normativos: aqueles que criam direitos e deveres, ou seja, criam condutas. EX: Protocolo de Kyoto.
2 – Tratados Constitutivos: Cria um sujeito de direito internacional pública. EX: Tratado de Assunção, criou o Mercosul.
3 – Tratado internacional ou contratual: ele prevê obrigações complementares. EX: O tratado de ITAIPÙ Internacional é uma Empresa, é constitutivo por que cria um tratado e contratual pois, presume compra e venda de alguma coisa, há uma venda de energia. Possui regras normativas, é constitutivo e contratual Brasil não faz cria sujeito secundário por ser empresa, mas não cria sujeitos secundários.
Gentleman Agreement = são acordos orais e são celebrados entre dois chefes de estado a portas fechadas.
4 – Tratados temporários (modus vivendi)
Acordos temporários. Cria uma situação de estabilidade. Por isso muitos o chamam de pré tratado, pois ele precede um outro tratado. EX: Cessar fogo.
Tratados simplificados, de governo ou de comercio: São aqueles tratados que necessitam de certa urgência para serem aprovados. Alguns temas não podem ser objeto desse tratado. Tais tratados necessitam somente da assinatura. O objeto reduzido nesse tratado é chamado de matéria de governo. EX: 
Tramite de aprovação de um tratado ordinário.
1 Passo: Proposta ou convite: É a vontade de oferecer alguma proposta para outro pais.
2 Passo: Negociação: Os pais vão debater sobre as diretrizes do tratado, após essa discussão é feito uma DRAFT, ou seja, uma minuta em que terão os termos finalizados discutidos entre os contratantes.
3 Passo: Assinatura: Ele se compromete com os termos negociados e se compromete a incorporar os temas tratados no ordenamento jurídico.
Deve ser submetido pelo congresso nacional.
Assinatura é diferente de ratificação.
Assinatura é um dos elementos do tratado, pois o tratado pode travar em algum lugar. EX: legislativo.
Ratificação é incorporação do tratado no ordenamento jurídico.
QUEM ASSINA TRATADOS INTERNACIONAIS?
Presidente da república, Ministro das relações exteriores, diplomatas e por meio de carta de poderes. O presidente da república concede a carta de plenos poderes para que alguém assine contratos. Quem recebe a carta é chamado de PLENIPO.
Teoria dualista: é necessário descobrir do que se trata o fato jurídico para que depois possa ver qual regra será aplicada, ou de direito interno ou internacional.
Teoria Monista: só uma única fonte de direito, existe dois comandos legais distintos para a resolução de um fato.
Duas situações aparentes há a antinomia: Tem duas regras passiveis, mas com intepretações diferentes.
Modo para resolve uma antinomia.
1 – Hierarquia
2 – Temporal
3 – Especificidade.
TRATADOS DE DIREITOS HUMANOS
Emenda 45 de 2004, artigo 5, §3.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Conceito: O direito internacional privado é caracterizado pela verificação de 3 elementos cumulativos no caso concreto.
1 – Partes: pessoas naturais e pessoas jurídicas de direito privado.
2 – Direito privado: Direito Civil
3 – Fato Jurídico Multiconectado: fato jurídico que se conecte ao direito brasileiro e ao estrangeiro.
OBS: O fato jurídico multiconectado é também chamado de elemento de conexão. (Conecta o caso ao direito estrangeiro ou ao direito brasileiro) ou de conflito de leis no espaço.
O direito internacional privado se resume em dois raciocínios jurídicos
1 – Permite a possibilidade de o juiz brasileiro aplicar a lei estrangeira.
Nessa hipótese a ação foi ajuizada no brasil pelas partes. O artigo 14 LINDB que a parte interessada tem o ônus da prova do direito estrangeiro (traduzir e juramentar a lei estrangeira que será aplicada)
2 – Possibilidade de executar sentença estrangeira se essa foi homologada pelo STF. Emenda constitucional 45.
Nessa hipótese a parte ajuizou ação no exterior.
Os requisitos para homologação da sentença estrangeira estão previstos no artigo 15 da LINDB.
OBS: A competência para homologar sentença estrangeira passou do STF para o STJ, artigo 105, I, i da CF.A competência originária é do STJ.
O STJ homologa sentença estrangeira não internacional.
Diferença entre sentença estrangeira e internacional.
Estrangeira: é a decisão expedida por autoridade competente de outro pais.
Internacional: é a decisão definitiva expedida por uma corte internacional.
As sentenças internacionais não precisam ser homologadas pelo juízo brasileiro, ela tem caráter executória imediato em primeiro instancia por juiz federal, não precisa fazer um juízo para verificar formalidades.
Fixação da competência do juízo brasileiro no direito internacional privado – Artigo 88 e 89 CPC.
Regra geral: A competência do juiz brasileiro é concorrente ou relativa com a competência do juiz estrangeiro (a parte escolhe, as duas são competentes) A regra geral permite a eleição de foro pelas partes.
Exceção: O artigo 89 traz duas hipóteses em que o juiz brasileiro exercerá competência absoluta e exclusiva.
A) Ação sobre bem imóvel situado no brasil.
B). Inventario e partilhas de bens situados no brasil.
Nessa situação, o STJ não homologa sentença estrangeira.
Elementos de Conexão
Artigo 7,8,9,10 e 11 da LINDB.
Os elementos de conexão são os temas em que o direito civil determina se o caso é de competência brasileira ou estrangeira.
1) Direito de Família, capacidade civil e personalidade jurídica: Divorcio, alimentos, interdição, nome,imagem.
Aplica-se a lei do domicilio da pessoa.
Observação: Casamentos celebrados em embaixadas e consulados terão sua validade regida pela lei da bandeira da repartição.
Embaixada é matéria política e consulado cuida de particulares.
2) Regime de bens: Sempre será o do pais do domicilio dos noivos. E se os noivos tiverem domicilio diferentes, aplica-se a lei do primeiro domicilio do casal.
3) Obrigações, contratos e testamentos: Negócios Jurídicos.
Aplica-se a lei do local da celebração/assinatura.
EX: Viagem para o caribe, contrato manavie.
No caso de contrato entre ausentes, aplica-se a lei do domicilio do proponente. (Quem oferece o bem ou serviço) EX: tele sexo.

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