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OAB QUEST INTERD DIR AMB AULA01

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
1. É certo que a licitação é o processo administrativo em que a Administração Pública busca a melhor pro-
posta para firmar uma contratação administrativa, surgindo, desde a Lei 12.349/2010 as chamadas licitações 
sustentáveis. Sobre o tema, assinale a alternativa FALSA: 
 
A) É objetivo da licitação a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 
B) É possível que a Administração Pública exija no instrumento convocatório para a aquisição de bens que estes 
sejam constituídos por material reciclado, atóxico ou biodegradável, entre outros critérios de sustentabilidade. 
C) A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos autos e poderá excepcional-
mente eliminar caráter competitivo do certame. 
D) A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes deverão 
elaborar e implementar Planos de Gestão de Logística Sustentável. 
 
LEI 8.666/93 
 
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da pro-
posta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será proces-
sada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da morali-
dade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do 
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. 
 
DECRETO Nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012 
 
Regulamenta o art. 3o da Lei no 8.666, de 21 de junho de 
1993, para estabelecer critérios, práticas e diretrizes para 
a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas 
contratações realizadas pela administração pública federal, 
e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na 
Administração Pública – CISAP 
 
Art. 2o A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes poderão 
adquirir bens e contratar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente defi-
nidos no instrumento convocatório, conforme o disposto neste Decreto. 
 
Parágrafo Único. A adoção de critérios e práticas de sustentabilidade deverá ser justificada nos autos e preservar o 
caráter competitivo do certame. 
 
Art. 3o Os critérios e práticas de sustentabilidade de que trata o art. 2o serão veiculados como especificação técnica 
do objeto ou como obrigação da contratada. 
Art. 5º A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes pode-
rão exigir no instrumento convocatório para a aquisição de bens que estes sejam constituídos por material reci-
clado, atóxico ou biodegradável, entre outros critérios de sustentabilidade. 
Art. 16. A administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes deve-
rão elaborar e implementar Planos de Gestão de Logística Sustentável, no prazo estipulado pela Secretaria de 
Logística e Tecnologia da Informação, prevendo, no mínimo: 
 
I – atualização do inventário de bens e materiais do órgão e identificação de similares de menor impacto ambiental 
para substituição; 
II – práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços; 
III – responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e 
IV – ações de divulgação, conscientização e capacitação. 
 
2. A licença ambiental possui um regime jurídico sui generis em comparação à tradicional licença do Direito 
Administrativo. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA: 
 
 
 
 
 
 
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A) O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas 
de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer superveniência de graves 
riscos ambientais e de saúde. 
B) A licença ambiental poderá não ter prazo de validade. 
C) A licença ambiental se incorpora ao patrimônio jurídico do outorgado, não podendo ser modificada durante o seu 
prazo de validade, mesmo que a seja aprovada ulterior legislação mais rígida. 
D) Inexiste competência municipal para o licenciamento ambiental, que será de competência estadual ou federal. 
 
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, especifi-
cando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos: 
 
I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elabora-
ção dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 
(cinco) anos. 
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de 
instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. 
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será 
de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos. 
 
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as 
medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença. 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
 
DIREITO PENAL 
 
3. Constitui crime ambiental praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domés-
ticos ou domesticados, nativos ou exóticos com pena de detenção, de três meses a um ano, e multa. Sobre 
o tema, marque a alternativa FALSA: 
 
A) Cuida-se de delito de competência da Justiça Federal. 
B) A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. 
C) Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins 
didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. 
D) Cuida-se de delito de competência da Justiça Estadual. 
 
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nati-
vos ou exóticos: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins 
didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. 
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. 
 
4. Sobre a jurisprudência do STF a respeito dos crimes ambientais, assinale a alternativa CORRETA: 
 
A) É necessária a denúncia conjunta com pessoa natural para que pessoa jurídica possa responder por crime am-
biental. 
B) A responsabilidade das pessoas jurídicas exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do 
mesmo fato. 
C) É possível que a pessoa jurídica isoladamente responda pelo crime ambiental. 
D) A responsabilidade penal da pessoa jurídica por crime ambiental é objetiva. 
 
 
 
 
 
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Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta 
Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu 
órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. 
 
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras 
ou partícipes do mesmo fato. 
 
Informativo 714 - Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica 
– 1. É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que absolvidas as 
pessoasfísicas ocupantes de cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática crimi-
nosa. Com base nesse entendimento, a 1.ª Turma, por maioria, conheceu, em parte, de recurso extraordinário e, 
nessa parte, deu-lhe provimento para cassar o acórdão recorrido. Neste, a imputação aos dirigentes responsáveis 
pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54) teria sido excluída e, por isso, trancada a ação penal relativa-
mente à pessoa jurídica. Em preliminar, a Turma, por maioria, decidiu não apreciar a prescrição da ação penal, 
porquanto ausentes elementos para sua aferição. Pontuou-se que o presente recurso originara-se de mandado de 
segurança impetrado para trancar ação penal em face de responsabilização, por crime ambiental, de pessoa jurí-
dica. Enfatizou-se que a problemática da prescrição não estaria em debate, e apenas fora aventada em razão da 
demora no julgamento. Assinalou-se que caberia ao magistrado, nos autos da ação penal, pronunciar-se sobre essa 
questão. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que reconheciam a prescrição. O Min. Marco Aurélio 
considerava a data do recebimento da denúncia como fator interruptivo da prescrição. Destacava que não poderia 
interpretar a norma de modo a prejudicar aquele a quem visaria beneficiar. Consignava que a lei não exigiria a 
publicação da denúncia, apenas o seu recebimento e, quer considerada a data de seu recebimento ou de sua 
devolução ao cartório, a prescrição já teria incidido. RE 548.181/PR, rel. Min. Rosa Weber, de 06.08.2013. 
Crime ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de pessoa jurídica – 2. No mérito, anotou-
se que a tese do STJ, no sentido de que a persecução penal dos entes morais somente se poderia ocorrer 
se houvesse, concomitantemente, a descrição e imputação de uma ação humana individual, sem o que não 
seria admissível a responsabilização da pessoa jurídica, afrontaria o art. 225, § 3.º, da CF. Sublinhou-se que, 
ao se condicionar a imputabilidade da pessoa jurídica à da pessoa humana, estar-se-ia quase que a subor-
dinar a responsabilização jurídico-criminal do ente moral à efetiva condenação da pessoa física. Ressaltou-
se que, ainda que se concluísse que o legislador ordinário não estabelecera por completo os critérios de 
imputação da pessoa jurídica por crimes ambientais, não haveria como pretender transpor o paradigma de 
imputação das pessoas físicas aos entes coletivos. Vencidos os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, que nega-
vam provimento ao extraordinário. Afirmavam que o art. 225, § 3.º, da CF não teria criado a responsabilidade penal 
da pessoa jurídica. Para o Min. Luiz Fux, a mencionada regra constitucional, ao afirmar que os ilícitos ambientais 
sujeitariam “os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas”, teria apenas imposto 
sanções administrativas às pessoas jurídicas. Discorria, ainda, que o art. 5.º, XLV, da CF teria trazido o princípio da 
pessoalidade da pena, o que vedaria qualquer exegese a implicar a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Por 
fim, reputava que a pena visaria à ressocialização, o que tornaria impossível o seu alcance em relação às pessoas 
jurídicas. RE 548.181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 06.08.2013. 
 
5. Sobre a responsabilidade criminal ambiental, a Lei 9.605/98 e o STF, assinale a alternativa CORRETA: 
 
A) No Brasil, é possível que a pessoa jurídica responda por crime ambiental, desde que a infração seja cometida 
por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua 
entidade. 
B) A responsabilidade criminal ambiental na pessoa jurídica é objetiva. 
C) Não poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica, mesmo que a sua personalidade for obstáculo ao ressarci-
mento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
D) O STF não admite a aplicação do Princípio da Insignificância aos crimes ambientais. 
 
6. Não constitui crime ambiental: 
 
 
 
 
 
 
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A) Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a 
devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida 
B) Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente. 
C) O abate de animal nocivo, caracterizado pelo órgão competente. 
D) Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la 
com infringência das normas de proteção. 
 
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem 
a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: 
 
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
 
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão competente: 
 
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e 
expressamente autorizado pela autoridade competente; 
III – (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
 
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou uti-
lizá-la com infringência das normas de proteção: 
 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
7. A tributação ambiental consiste na utilização extrafiscal do tributo com finalidade protetiva ao meio am-
biente. Sobre o tema, assinale a alternativa FALSA: 
 
A) É possível a dedução das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito da base de 
cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR. 
B) A legislação prevê a possibilidade de isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, tais como: 
fios de arame, postes de madeira tratada, bombas d’água, trado de perfuração de solo, dentre outros utilizados para 
os processos de recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso 
restrito 
C) A legislação prevê a possibilidade de dedução da base de cálculo do imposto de renda do proprietário ou pos-
suidor de imóvel rural, pessoa física ou jurídica, de parte dos gastos efetuados com a recomposição das Áreas de 
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito cujo desmatamento seja anterior a 22 de julho de 
2008. 
D) Embora proposta pela doutrina, a tributação ambiental ainda não foi positivada pelo legislador no Brasil. 
 
Art. 41. É o Poder Executivo federal autorizado a instituir, sem prejuízo do cumprimento da legislação ambiental, 
programa de apoio e incentivo à conservação do meio ambiente, bem como para adoção de tecnologias e boas 
práticas que conciliem a produtividade agropecuária e florestal, com redução dos impactos ambientais, como forma 
de promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, observados sempre os critérios de progressividade, 
abrangendo as seguintes categorias e linhas de ação: (Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012). 
 
 
 
 
 
 
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I - pagamento ou incentivo a serviços ambientais como retribuição, monetária ou não, às atividades de conservação 
e melhoria dos ecossistemas e que gerem serviços ambientais, tais como, isolada ou cumulativamente: 
II - compensação pelas medidas de conservação ambiental necessárias para o cumprimento dos objetivos desta 
Lei, utilizando-se dos seguintes instrumentos, dentre outros: 
 
c)dedução das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito da base de cálculo do 
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, gerando créditos tributários; 
f) isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos, tais como: fios de arame, postes de madeira 
tratada, bombas d’água, trado de perfuração de solo, dentre outros utilizados para os processos de recuperação e 
manutenção das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito; 
 
§ 1o Para financiar as atividades necessárias à regularização ambiental das propriedades rurais, o programa poderá 
prever: 
 
II - dedução da base de cálculo do imposto de renda do proprietário ou possuidor de imóvel rural, pessoa física ou 
jurídica, de parte dos gastos efetuados com a recomposição das Áreas de Preservação Permanente, de Reserva 
Legal e de uso restrito cujo desmatamento seja anterior a 22 de julho de 2008; 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
8. A Constituição Federal de 1988, simultaneamente, garante o direito fundamental à cultura e à religião, 
bem como protege os animais contra a crueldade. Muitas vezes esses direitos entram em colisão, como a 
existência de práticas culturais que causam sofrimento nos animais ou mesmo rituais religiosos com sacri-
fício dos animais. A respeito do tema, tomando como base o posicionamento do STF e a legislação, marque 
a alternativa FALSA: 
 
A) A prática dos rodeios continua ocorrendo no Brasil, sendo amparada por lei federal. 
B) O STF entende que rituais religiosos com sacrifício dos animais são inconstitucionais. 
C) O STF decidiu que a vaquejada é inconstitucional, mas a Constituição foi posteriormente reformada permitindo 
essa prática. 
D) A crueldade contra os animais configura delito ambiental. 
 
LEI No 10.519, DE 17 DE JULHO DE 2002. 
 
Dispõe sobre a promoção e a fiscalização da defesa sa-
nitária animal quando da realização de rodeio e dá ou-
tras providências. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o A realização de rodeios de animais obedecerá às normas gerais contidas nesta Lei. 
 
Parágrafo único. Consideram-se rodeios de animais as atividades de montaria ou de cronometragem e as provas 
de laço, nas quais são avaliados a habilidade do atleta em dominar o animal com perícia e o desempenho do pró-
prio animal. 
 
Quinta-feira, 06 de outubro de 2016 
 
STF julga inconstitucional lei cearense que regulamenta vaquejada 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 
4983, ajuizada pelo procurador-geral da República contra a Lei 15.299/2013, do Estado do Ceará, que regula-
menta a vaquejada como prática desportiva e cultural no estado. A maioria dos ministros acompanhou o voto do 
relator, ministro Marco Aurélio, que considerou haver “crueldade intrínseca” aplicada aos animais na vaquejada. 
 
 
 
 
 
 
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O julgamento da matéria teve início em agosto de 2015, quando o relator, ao votar pela procedência da ação, afir-
mou que o dever de proteção ao meio ambiente (artigo 225 da Constituição Federal) sobrepõe-se aos valores cul-
turais da atividade desportiva. 
 
Em seu voto (leia a íntegra), o ministro Marco Aurélio afirmou que laudos técnicos contidos no processo demons-
tram consequências nocivas à saúde dos animais: fraturas nas patas e rabo, ruptura de ligamentos e vasos san-
guíneos, eventual arrancamento do rabo e comprometimento da medula óssea. Também os cavalos, de acordo 
com os laudos, sofrem lesões. 
 
Para o relator, o sentido da expressão “crueldade” constante no inciso VII do parágrafo 1º do artigo 225 da Consti-
tuição Federal alcança a tortura e os maus-tratos infringidos aos bois durante a prática da vaquejada. Assim, para 
ele, revela-se “intolerável a conduta humana autorizada pela norma estadual atacada”. 
 
Na mesma ocasião, o ministro Edson Fachin divergiu do relator e votou pela improcedência da ação. Para ele, a 
vaquejada consiste em manifestação cultural, o que foi reconhecido pela própria Procuradoria Geral da República 
na petição inicial. Esse entendimento foi seguido, também naquela sessão, pelo ministro Gilmar Mendes. Na ses-
são de 2 de junho deste ano, os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Celso de Mello seguiram o relator. 
Já os ministros Teori Zavascki e Luiz Fux seguiram a divergência, no sentido da validade da lei estadual. 
 
O julgamento foi retomado na sessão desta quinta-feira (6) com a apresentação do voto-vista do ministro Dias Tof-
foli, favorável à constitucionalidade da lei cearense. Ele entendeu que a norma não atenta contra nenhum disposi-
tivo da Constituição Federal. “Vejo com clareza solar que essa é uma atividade esportiva e festiva, que pertence à 
cultura do povo, portanto há de ser preservada”, disse. Segundo o ministro, na vaquejada há técnica, regramento 
e treinamento diferenciados, o que torna a atuação exclusiva de vaqueiros profissionais. 
 
Na sessão de hoje, também votaram os ministros Ricardo Lewandowski, e a presidente da Corte, ministra Cármen 
Lúcia, ambos pela procedência da ação. 
 
Dessa forma, seguiram o relator os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Celso de 
Mello e a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia. Ficaram vencidos os ministros Edson Fachin, Teori Zavas-
cki, Luiz Fux, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. 
 
LEI Nº 13.364, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2016. 
 
Eleva o Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas 
expressões artístico-culturais, à condição de manifesta-
ção cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o Esta Lei eleva o Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição 
de manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial. 
Art. 2o O Rodeio, a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, passam a ser considera-
dos manifestações da cultura nacional. 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 96, DE 6 DE JUNHO DE 2017 
 
Acrescenta § 7º ao art. 225 da Constituição Federal 
para determinar que práticas desportivas que utilizem 
animais não são consideradas cruéis, nas condições 
que especifica. 
 
As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3º do art. 60 da Constituição Federal, 
promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional: 
 
Art. 1º O art. 225 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido do seguinte § 7º: 
 
 
 
 
 
 
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"Art. 225......................................................................................................................................................................... 
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas 
desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta 
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, de-
vendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos."( 
 
9. Acerca das normas ambientais na Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa CORRETA: 
 
A) Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem público dominical e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as pre-
sentes e futuras gerações 
B) Compete aos estados legislar sobre águas e energias. 
C) A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira 
são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condiçõesque assegurem a preserva-
ção do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
D) São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pela União, por ações discriminatórias, necessárias à 
proteção dos ecossistemas naturais. 
 
10. Acerca das competências ambientais na Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa CORRETA: 
 
A) É competência comum da União, dos estados e do Distrito Federal explorar os serviços e instalações nucleares 
de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, 
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados. 
B) Compete aos estados legislar sobre águas e energias. 
C) É competência material comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger os docu-
mentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notá-
veis e os sítios arqueológicos. 
D) Compete apenas à União preservar as florestas, a fauna e a flora. 
 
11. Sobre a responsabilidade civil, administrativa e penal ambiental, assinale a alternativa CORRETA: 
 
I- As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou 
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. 
II- Com o advento da Constituição Federal de 1988, a responsabilidade civil ambiental passou a ser objetiva, pois 
antes dependia da comprovação de culpa do poluidor para a reparação dos danos ambientais. 
III- O STF e o STJ vêm admitindo a responsabilização penal da pessoa jurídica pelo cometimento de crimes ambi-
entais. Entretanto, apenas será imputada responsabilidade criminal ao ente moral nos casos em que a infração seja 
cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício 
da sua entidade. 
IV- Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
V- Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, 
promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. 
 
A) Todos estão corretas. 
B) Apenas os itens I, III, IV e V estão corretos. 
C) Apenas os itens I, II, IV e V estão corretos. 
D) Apenas os itens II, III, IV e V estão corretos. 
 
12- Sobre o Direito Constitucional Ambiental, assinale a alternativa CORRETA: 
 
A) O estudo de impacto ambiental será sempre prévio, terá publicidade e será exigido para empreendimentos que 
possam causar significativa degradação ambiental. 
B) Somente a União possui competência para legislar sobre a proteção ambiental. 
C) A educação ambiental apenas é obrigatória para o ensino infantil. 
 
 
 
 
 
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D) As usinas que operem com reator nuclear e as hidrelétricas deverão ter sua localização definida em lei federal e 
estadual, sem o que não poderão ser instaladas. 
 
DIREITO ECONÔMICO 
 
13- A Ordem Econômica, se fundamenta na livre iniciativa e na valorização do trabalho do homem, existindo 
nítida relação entre o Direito Econômico e o Direito Ambiental. Sobre o tema, assinale a alternativa FALSA: 
 
A) É princípio expresso da Ordem Econômica a defesa do meio ambiente. 
B) A Constituição permite expressamente um tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos 
e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. 
C) É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de 
órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei, devendo os trabalhos poluidores serem previamente regulamen-
tos através do licenciamento ambiental. 
D) O Direito Ambiental ainda não constituiu instrumentos econômicos para a implementação da Política Nacional 
do Meio Ambiente. 
 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar 
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos pro-
dutos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. 
 
Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
 
XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão ambiental, seguro ambiental e outros. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
14. Sobre a ação civil pública em defesa do meio ambiente, assinale a alternativa CERTA: 
 
A) Não se admite a inversão do ônus da prova em ação civil pública de reparação do dano ambiental por carência 
de previsão legal. 
B) Será competente para o julgamento o foro do local do dano, sendo um critério funcional de competência jurisdi-
cional. 
C) Será admitida a desconsideração da personalidade jurídica, desde que o autor da ação coletiva demonstre o 
abuso da personalidade jurídica. 
D) A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível não poderá ser aproveitada no processo penal. 
 
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competên-
cia funcional para processar e julgar a causa. 
 
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas 
que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
 
Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarci-
mento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente. 
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do prejuízo causado 
para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. 
 
 
 
 
 
 
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Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, 
instaurando-se o contraditório. 
 
DIREITO CIVIL 
 
15. Sobre a responsabilidade civil por danos ambientais, acerca do entendimento do STJ, assinale a alter-
nativa correta: 
 
A) É objetiva pela Teoria do Risco Integral, solidária, imprescritível, admite a desconsideração da personalidade 
jurídica e a inversão do ônus da prova. 
B) É objetiva sem a Teoria do Risco Integral, solidária, imprescritível, admite a desconsideração da personalidade 
jurídica e a inversão do ônus da prova. 
C) É objetiva pela Teoria do Risco Integral, solidária, prescritível em 30 anos, admite a desconsideração da perso-
nalidade jurídica e a inversão do ônus da prova. 
D) É objetiva pela Teoria do Risco Integral, subsidiária, imprescritível, admite a desconsideração da personalidade 
jurídica e a inversão do ônus da prova. 
 
16. Sobre a RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS CAUSADOS AO MEIO AMBIENTE, assinale a alternativa 
CORRETA: 
 
A) Não existe sem nexo de causalidade em nenhuma situação. 
B) A responsabilidade civil por danos ambientais é, em regra, subjetiva, podendo ser objetiva nas atividades de 
risco. 
C) É imprescritível. 
D) Não é possível a inversão do ônus da prova por falta de previsão legal de acordo com o STJ. 
 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: 
 
1. C 
2. A 
3. A 
4. C 
5. A 
6. C 
7. D 
8. B 
9. C 
10. C 
11. B 
12. A 
13. D 
14. B 
15. A 
16. C 
 
 
 
 
 
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