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O Surgimento do Fascismo

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O Surgimento do Fascismo
A palavra fascismo tem origem dupla. Deriva em parte do latim fasces, o machado rodeado de um feixe de varas que simbolizava a autoridade do Estado romano; liga-se também à palavra italiana fascio, que significa grupo ou bando. Os fasci foram organizados desde outubro de 1914 como unidades de agitação, que visavam impedir a Itália a dar sua adesão à causa da Entente. Eram compostos de idealistas jovens, futuristas, nacionalistas fanáticos, empregados da classe média entediados e de inadaptados de todos os
tipos.
Mussolini tornou-se o chefe do fascio de Milão. Depois que a Itália entrou na guerra, os grupos fascistas dedicaram-se a combater o derrotismo. Veio então o período do “esquerdismo”, de 1918 a 1921. As atividades esquadristas compreendiam uma campanha de terrorismo contra todos os que fossem considerados inimigos do povo.
Os métodos consistiam em táticas brutais, como a de espancar a vítima até a inconsciência, a de arrancar-lhe os dentes ou administrar-lhe doses maciças de óleo de rícino. Também se praticavam o rapto e o assassínio. A maior parte das agressões foram perpetradas contra radicais, mas em alguns casos as vítimas eram aproveitadores ou proprietários rurais que se negavam a reduzir as rendas. Em Florença, alguns lojistas teimosos apanharam e tiveram suas lojas fechadas a cadeado, com este aviso na porta:
“Fechado por motivo de roubo reiterado”. O próprio Mussolini declarou certa ocasião que “seria um bom exemplo pendurar nos lampiões alguns atravessadores”.
Mas essas tentativas para atrair as classes mais pobres não tiveram acolhida muito entusiástica por parte do proletariado, pois em muitas regiões da Itália os filhos de ricos industrialistas e de proprietários rurais eram demasiado conhecidos como discípulos de Mussolini.
A plataforma original do movimento fascista foi preparada por Mussolini em 1919. Era um documento surpreendentemente radical que, entre outras coisas, exigia o Sufrágio Universal, a abolição do senado, a instituição legal da jornada de oito horas, um pesado imposto sobre o capital, o confisco de 85% dos lucros de guerra, a aceitação da Liga das Nações, a “oposição a todos os imperialismos” e a anexação de Fiúme e da Dalmácia. Essa plataforma foi mais ou menos aceita oficialmente até maio de 1920, quando foi suplantada por outra de caráter muito mais conservador. Com efeito, o novo programa omitia todas as referências à reforma econômica e consistia unicamente na condenação do “socialismo dos políticos” e em algumas vagas afirmações sobre a “reivindicação” dos princípios em torno dos quais se tinha travado a guerra. Nem com a primeira, nem com a segunda plataforma conseguiram os fascistas grande sucesso político. Mesmo depois das eleições de 1921, tinham somente 35 representantes na Câmara dos Deputados.
Os fascistas compensavam o seu reduzido número com uma agressividade disciplinada e uma enérgica resolução. Quando o antigo regime se tornou tão decrépito que abdicou praticamente de todas as suas funções, prepararam-se para tomar posse do governo. Em setembro de 1922, Mussolini começou a falar abertamente em Revolução e lançou o grito “ A Roma “. Em outubro, apresentou ao governo um ultimato em que exigia novas eleições, uma política externa vigorosa e cinco pastas no gabinete para si e para os seus partidários. Como o primeiro-ministro e o
parlamento não tomassem conhecimento dessas exigências, iniciou- se a marcha sobre Roma. Em 28 de outubro, um exército de cerca de 50.000 milicianos fascistas ocupou a capital. O primeiro-ministro
renunciou e no dia seguinte Vitor Manuel III convidou Mussolini para organizar um gabinete. Assim, sem disparar um só tiro, as legiões de camisas-negras haviam assumido o controle do governo italiano. A explicação de tal fato deve ser procurada não na força do fascismo, mas no caos criado pela guerra e na
falta de uma dedicação firme do povo italiano ao regime constitucional.

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