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POLÍTICAS PÚBLICAS - orientado para PBL

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PRIMEIRA SESSÃO 
 
SURTO: Acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para se 
classificar como um surto, o número de casos novos deve ser maior que o número de casos esperados pelas 
autoridades. 
 
EPIDEMIA: Um surto em várias regiões. Geralmente é de curta duração, sendo cronologicamente delimitada. Por se 
tratar de vários episódios de surtos simultâneos, a epidemia tem caráter de uma elevação crescente, inesperada e 
descontrolada, acometendo muitas pessoas. 
Uma epidemia pode ter vários níveis de projeções. Em escala municipal, uma epidemia seria aquela que acometesse 
vários bairros; em âmbito estadual, várias cidades. Já em nível nacional, vários estados. 
 
PANDEMIA: É uma epidemia muito grave, visto que acomete inúmeras nações. Em uma escala de gravidade, a pandemia 
representa o pior dos cenários. Um verdadeiro rompimento de barreiras geográficas. 
Exemplos de pandemia: AIDS; Gripe suína. 
 
TIPOS CRITÉRIOS 
EXPLOSIVA Alta velocidade de propagação; 
grande escala. 
LENTA Baixa velocidade de propagação, 
boa imunidade. 
PROGRESSIVA Transmissão em cadeia, 
de pessoa para pessoa. 
FATOR COMUM Transmissão por algum veículo 
(água, alimentos) 
FATOR PONTUAL Acontece pouco tempo. 
para e não volta. 
FATOR PERSISTENTE Permanece até a intervenção de 
profissionais. 
 
EDEMIA: Uma endemia não está relacionada a aspectos quantitativos. É uma doença típica de determinada região, que 
acontece com muita frequência em um local. A endemia pode ser sazonal, ou seja, comum a um determinado período, 
desaparecendo logo em seguida. É espacialmente localizada e temporalmente limitada. 
 
 ENDEMICIDADE: Intensidade do caráter endêmico de uma doença 
Módulo III 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 
 INDENE: Doença que não ocorre em um local 
 HOLOENDEMIA: Maior prevalência infantil e pouca prevalência em adultos 
 
AGRAVO: Dano provocado à saúde, de um individuo ou mais, seja por alimentação, água ou medicamentos. 
 
ALÓCTONE: Doença que não existia em uma região e passou a existir, a partir de um caso importado, ou seja, são casos 
locais que tiveram origem em outro. 
 
CASO: Pessoa ou animal infectado ou doente que apresentou características clínicas, laboratoriais e epidemiológicas de 
uma doença ou agravo. 
 
CURVA EPIDÊMICA: Representação gráfica da distribuição dos casos ocorridos durante o processo epidêmico. 
 
 
 
DESVIO PADRÃO: É uma medida de dispersão usada com a média. Mede a variabilidade dos valores a volta da médica. O 
valor mínimo do desvio padrão é zero, ou seja, indicando que não há variação da média. 
 
EPIDEMIA EXPLOSIVA: Em um intervalo de tempo menor, há uma maior manifestação da doença, em quase toda a 
população atingida. Rápida progressão,até a atingir a incidência máxima em um curto intervalo de tempo. 
 
INCIDÊNCIA: Analisando um local em um período de tempo, incidência é o número de casos novos nesse mesmo local 
nesse mesmo período analisado. 
Traz a ideia de intensidade com que a doença ocorre numa população. Mede a frequência ou a probabilidade de 
ocorrência de casos novos da doença na população. 
INCIDÊNCIA = 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA: Está relacionada com o número total de casos novos num dado local, momento e período. 
 
PREVALÊNCIA =
 
 
 
 
 SEGUNDA SESSÃO 
 
OBJETIVOS 
 Descrever os fatores de risco para DM, HAS e tabagismo 
 Analisar os programas do governo para essas enfermidades 
 Descrever o CID10 
 Propor intervenções para melhorar a efetividade dos programas 
 
MORBIMORTALIDADE: Morbimortalidade é um conceito complexo que provém da ciência médica e que combina dois 
subconceitos como a morbilidade e a mortalidade. Podemos começar explicando que a morbilidade é a presença de um 
determinado tipo de doença em uma população. A mortalidade, por sua vez, é a estatística sobre as mortes em uma 
população. Assim, ambos os subconceitos podem ser entendidos com a ideia de morbimortalidade, mais específica, 
significa em outras palavras, aquelas doenças causadas de morte em determinadas populações, espaços e tempos. 
Oferece informação relacionada às causas de morte em uma população ou grupo de pessoas. 
O CID10 
 A Classificação internacional de Doenças e Problemas relacionados à saúde (CID) é um mecanismo de 
cadastro, utilizado para padronizar e catalogar as doenças e problemas relacionados à saúde de um indivíduo, 
tendo como referência a nomenclatura internacional estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
 O CID está em sua décima versão, daí o nome “CID10”. 
 Esse esquema de identificação a partir de códigos permite a identificação de todas as doenças conhecidas, bem 
como seus sintomas, queixas, aspectos fisiológicos anormais. 
 Universaliza os nomes das doenças, facilitando a comunicação entre profissionais da saúde de diversos países, 
evitando ambiguidades e falhas de comunicação (línguas e nomes diferentes para as doenças) que poderiam ser 
prejudiciais aos pacientes. Essa codificação permite, ainda, uma comunicação mais clara e eficiente com órgãos 
governamentais, como a Previdência Social, que concede benefícios em função de algumas enfermidades; facilita 
a colheita de dados estatísticos. 
 
O TABAGISMO 
O tabagismo, que é fator de risco para várias doenças, segundo a OMS, é considerado uma doença causada pela 
dependência da nicotina. Foi incluído no grupo dos transtornos mentais e de comportamentos decorrentes do uso de 
substâncias psicoativas, no CID10. Um dos principais agravos do tabagismo é que o usuário expõe a mais de 4700 
substâncias tóxicas, sendo cerca de 60 delas cancerígenas para o homem, ou seja, o tabagismo pode ser considerado 
fator de risco para doenças limitantes e fatais. 
O TABAGISMO É UMA DOENÇA EPIDÊMICA!!! 
 
 
FATOR DE RISCO: 
 Doenças cardiovasculares 
 Doença coronariana (IAM) 
 Câncer associado ao sistema respiratório (Pulmão, esôfago, etc...) 
 Doenças respiratórias obstrutivas (DPOC) 
 Doenças cérebro vasculares 
 Responsável pela maioria dos óbitos causados por doenças crônicas não 
trasmissíveis 
 Outras doenças: tuberculoses; infecções respiratórias; úlcera gastrointestinal; infertilidade; catarata; impotência 
sexual. 
COMORBIDADES 
 Ateroesclerose: ligação do monóxido de carbono com Hgb, privando os tecidos de O2 ; 
 Úlcera gástrica: Estimula o TGI a produzir HCl; 
 Enfisema pulmonar: libera substâncias quimiotáxicas, que promovem destruição da elastina, e diminui a 
capacidade de expansão pulmonar; 
 DCV:libera catecolaminas que, ao agir no SNS, vão induzir à alta da PA, vasoconstrição, elevação da FC e HAS. 
 
TABAGISMO PASSIVO 
Um dos grandes problemas relacionados ao tabagismo seria sua o fumo passivo. A exposição indireta de indivíduos 
ampliam e muito o risco de incidência de doenças comparados aos indivíduos não expostos. Dados do ministério de saúde 
norte-americano trouxe três grandes conclusões: 
1. O tabagismo passivo é causa de doenças, inclusive câncer de pulmão em não fumantes saudáveis; 
2. Os filhos de pais fumantes, quando comparados aos filhos de pais não fumantes, apresentam uma maior 
frequência de infecções respiratórias, mais sintomas respiratórios e taxas ligeiramente menores de aumento da 
função pulmonar à medida que o pulmão amadurece; 
3. A simples separação de fumantes e não fumantes dentro de um mesmo espaço aéreo pode reduzir, mas não 
elimina, a exposição de não fumantes à poluição tabagística ambiental. 
 
CURIOSIDADE: Não fumantes cronicamente expostos à poluição tabagística ambiental possuem 30% mais chance de 
desenvolver câncer de pulmão que os indivíduos não expostos. 
 
A TENDÊNCIA DO CONSUMO DO TABACO 
Atualmente,devido à ausência de propagandas televisas incentivando o uso de cigarros, bem como o alerta 
escancarado do risco do desenvolvimento de doenças crônicas e graves, o tabagismo vem diminuindo. 
A difusão de campanhas dos malefícios, por meio do INCA e apoio do Ministério da Saúde, em escolas, trabalho, associada 
a criação de leis culminam na diminuição do consumo do cigarro. 
 
DETERMINANTES SOCIAIS DO CONSUMO DE DERIVADOS DO CIGARRO 
Em seu auge, as campanhas publicitárias, que associavam o cigarro com beleza, sucesso e liberdade; em 
conjunto com o seu baixo preço elevavam o consumo de cigarro, sobretudo entre os jovens, fazendo com que o 
tabagismo se consolidasse como uma doença crônica. 
Assim, na contemporaneidade, em que essas publicidades já não existem mais, em conjunto com a elevação do 
 
preço, diminuem o acesso desses jovens ao tabagismo. 
 
PROGRAMAS NACIONAIS DE CONTROLE DO TABAGISMO 
 
 
 
Para o combate ao tabagismo, é necessário o estímulo excessivo a um modelo de risco d de vida saudável. Mas 
para que isso ocorra, é necessário informações, oportunidades e motivação para fazê-lo. E isso só vai acontecer com 
ações para socializar o conhecimento, criando um contexto social favorável que, ao mesmo tempo que estimule e motive 
a população a adotar hábitos saudáveis, proteja-a também das exposições involuntárias a fatores e câncer. 
Sob esta ótica de Promoção da Saúde que o INCA (órgão do ministério da saúde, responsável pela política 
nacional de controle do câncer), coordena ações nacionais do PROGRAMA DE CONTROLE DO TABAGISMO E OUTROS 
FATORES DE RISCO DE CÂNCER. Esse programa atua através das esferas educativas, legislativas e econômicas. 
 Ações educativas: Fundamentais para evitar o tabagismo e evitar o câncer. São elas: 
o Campanhas de conscientização 
o Divulgação de informações pela mídia 
o Associar os três ambientes fundamentais na vida de uma pessoa: trabalho, escola e saúde; disseminando 
as informações necessárias para criar um contexto favorável a mudanças no comportamento de grupos 
formadores de opinião. 
 Ações legislativas e econômicas 
o Regulação publicitária, por meio de leis, visando proteger os indivíduos da exposição à poluição 
tabagística ambiental e da indução ao consumo pela publicidade; 
o Medidas que dificultem o acesso de jovens a produtos derivados do tabaco. 
 
Temos, ainda, o PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE DO TABAGISMO (atuante desde 1980) que, para efetivar 
o objetivo de REDUZIR A PREVALÊNCIA DE FUMANTES E MORBIMORTALIDADE, sistematizou quatro grandes públicos de 
estratégia: 
 O primeiro, voltado para a prevenção da iniciação ao tabagismo¸ relacionado a crianças e adolescentes; 
 O segundo envolve ações para estimular os fumantes a pararem de fumar; 
 O terceiro insere medidas para proteger a saúde dos não fumantes da exposição à fumaça do tabaco em 
ambientes fechados; 
 O quarto está relacionado à regulação dos produtos e sua comercialização. 
 
Em 2011, foi criada a LEI 12.546, que proíbe fume em locais fechados. 
 
 
 
COMO MELHORAR OS PROGRAMAS JÁ EXISTENTES? 
 Descentralização 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) 
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial marcada pelos elevados e 
persistentes valores de P.A. Está diretamente associada a alterações nos órgãos-alvo e aumento do risco de eventos 
cardiovasculares. 
 
FATORES DE RISCO 
 Genética 
 Idade 
 Obesidade 
 Alimentação inadequada 
o Excesso de sódio 
o LDL e gorduras 
o Queijo amarelo 
 Uso de álcool 
 Sedentarismo 
 
EPIDEMIOLOGIA E COMORBIDADES (atuando como fator de risco) 
 AVE 
 Doença arterial coronariana - ATEROESCLEROSE 
 Associada à diabetes e insuficiência renal 
 Doença cérebro vascular 
 Insuficiência cardíaca 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
OBS: o limítrofe indica que o paciente ainda não tem a doença, mas deve ter atenção aos cuidados pessoais para evitá-la. 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A HIPERTENSÃO 
1970 
 Preocupação com as DCNT 
DESTACAR A RELEVÂNCIA DA 
BAIXA ESCOLARIDADE NO 
DESENVOLVIMENTO DESSAS 
DOENÇAS! 
 
 Desenvolvimento de iniciativas e estratégias para mudar esse quadro de 
comportamento inadequado da população 
 META: reduzir fatores de risco 
 
1980 
 Programas de saúde: verticais, centralizados com ações individuais e medicinizantes 
 Não houve impacto na morbimortalidade 
 Época de criação do SUS 
 
1986 
 Criação das BASES ESTRETÉGICAS OPERACIONAIS, voltadas para o controle das doenças cardiovasculares. 
 Estratégias populacionais visando exercícios físicos e dieta equilibrada 
 
1994 
 Reorganização da saúde através do fortalecimento da atenção básica, atendendo pelos princípios da 
universalidade e integralidade 
 
2001 
 Criação do plano de reorganização da atenção à HAS e ao DM, com objetivo de garantir o diagnóstico e 
vinculação do paciente à UBS, minimizando os agravos, ampliando o atendimento resolutivo. Para isso, capacitou 
os profissionais da AB, e realizou-se um pacto de normas e metas das 3 esferas governamentais (federal, 
estadual e municipal), além de permitir uma assistência farmacêutica e promoção de atividades físicas; 
 HIPERDIA: Vincula o paciente com o posto para rastreamento, acompanhamento e tratamento da doença. Um 
verdadeiro sistema de acompanhamento e cadastramento de hipertensos e diabéticos. Permite a descrição do 
perfil epidemiológico da população; possibilita desenvolvimento de ações preventivas (educação em saúde). 
 
2004 
 MS + Fiocruz: Programa Farmácia Popular. 
 Sem fins lucrativos 
 Visa distribuir medicamentos de forma universal, igual e, na maioria das vezes, gratuita, ou com um preço muito 
baixo. 
 
2006 
 MS com caderno de atenção básica 
 AB: promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento 
 Portaria 687: MS lança política nacional de promoção à saúde e combate as DCNT. 
 
O QUE PODE SER FEITO PARA MELHORAR OS PROGRAMAS JÁ EXISTENTES? 
 Estímulo ao tratamento não medicamentoso 
 Incentivo à prática de exercícios físicos regulares 
 Melhor fiscalização dos repasses das verbas 
 Ampliação do projeto farmácia popular 
 Maior divulgação dos cadernos de atenção básica para a população 
 
 Rastreamento efetivo da HAS: aferições mais frequentes aos grupos de risco pelos agentes comunitários 
DIABETES MELLITUS (DM) 
O diabetes mellitus é uma síndrome metabólica de hiperglicemia associada à disfunções de vários órgãos, 
principalmente os olhos, nervos, rins, pâncreas e coração. Tem como consequência uma alta morbimortalidade, 
associada a perda da qualidade de vida. 
O diabetes é uma doença prevalente em países em desenvolvimento. 
 
COMORBIDADES 
 Cegos, deficiência visual, retinopatia; 
 Nefropatia, principalmente a insuficiência renal; 
 Neuropatia; 
 Doenças cardiovasculares; 
 diabético 
 
FATORES DE RISCO 
 Modificáveis 
o Dieta inadequada 
o Sedentarismo 
o Obesidade central e sobrepeso 
o Tabagismo 
o HAS 
 
 Não modificáveis 
o Genética 
o Histórico de diabetes gestacional 
o Histórico de macrossomia 
o Ovários policísticos 
o DCV 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AO DIABETES 
 
2001 
 LEI 10.782: Na esfera do SUS, a lei foi criada para efetivar as diretrizes para política de prevenção e atenção 
integral a saúde do paciente com DM. 
 Criação do plano de reorganização da atenção à HAS e ao DM, com objetivo de garantir o diagnóstico e 
vinculação do paciente à UBS, minimizando os agravos, ampliando o atendimento resolutivo. Para isso, capacitou 
os profissionais da AB, e realizou-se um pacto de normas e metas das 3 esferas governamentais (federal, 
estadual e municipal), além de permitir uma assistência farmacêutica e promoção de atividades físicas; 
 HIPERDIA:Vincula o paciente com o posto para rastreamento, acompanhamento e tratamento da doença. Um 
verdadeiro sistema de acompanhamento e cadastramento de hipertensos e diabéticos. Permite a descrição do 
perfil epidemiológico da população; possibilita desenvolvimento de ações preventivas (educação em saúde). 
 
NÃO SE ESQUEÇA DE DESTACAR O 
PAPEL DA ESF NA PROMOÇÃO DO 
DESENVOLVIMENTO DO SUJEITO ATIVO! 
O TRABALHO DESENVOLVIDO PELA 
ESTRATÉGIA, POR MEIO DA EDUCAÇÃO EM 
SAÚDE, ASSOCIADO A UM AUTOCUIDADO 
VAI CULMINAR NA REDUÇÃO DOS ÍNDICES 
GLICÊMICOS... 
 
 
O QUE PODE SER FEITO PARA MELHORAR OS PROGRAMAS JÁ EXISTENTES? 
 Estímulo ao tratamento não medicamentoso 
 Incentivo à prática de exercícios físicos regulares 
 Melhor fiscalização dos repasses das verbas 
 Ampliação do projeto farmácia popular 
 Maior divulgação dos cadernos de atenção básica para a população 
 Rastreamento efetivo da HAS: aferições mais frequentes aos grupos de risco pelos agentes comunitários. 
 
 TERCEIRA SESSÃO 
 
OBJETIVOS 
1. Conhecer o sistema de vigilância epidemiológica. 
2. Descrever o que é vigilância epidemiológica para esquistossomose, enfatizando o diagnóstico e diretrizes 
das políticas públicas. 
3. Descrever as doenças de notificação compulsória, bem como suas fichas de notificação. 
4. Descrever a diferença entre agravo e doença. 
5. Relacionar a esquistossomose e os achados clínicos apresentados no problema. 
 
REFERÊNCIAS 
1. Epidemiologia e saúde, Maria Zélia Rouquayrol, 7ª edição. 
2. Vigilância da esquistossomose mansoni, Diretrizes técnicas, 4ª ed.,Ministério da Saúde. 
3. Ministério da Saúde, PORTARIA NO - 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 
 
 
A ESQUISTOSSOMOSE 
 
CICLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DESCRIÇÃO 
A esquistossomose mansoni é uma doença infecto parasitária provocada por vermes do gênero Schistossoma 
mansoni, que tem como HI os caramujos Biomphalaria, podendo evoluir de formas assintomáticas para formas 
extremamente graves. 
O parasita em sua forma adulta e infectante aloja-se nos vasos mesentéricos, local onde acaba gerando 
acúmulo de líquido, o que justifica a ascite e o piparote positivos. Além disso, em sua fase adulta, a o início da 
oviposição, que pode ser expelido do organismo pelas fezes, ao perfurar os vasos e cair no intestino. 
A fase crônica da doença é extremamente grave, já que devido a alta carga parasitológico, outros lugares além 
dos vasos mesentéricos podem ser acometidos. Há hipertensão portal (cabeça de medusa), comprometimento do 
baço e afins. 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 Regiões com precárias condições sanitárias 
 Presença do caramujo (água doce e paradas) 
 Baixa socioeconômica 
 Uma das doenças de maior prevalência entre aquelas veiculadas pela água 
 Populações rurais e de periferia das cidades 
 
QUADRO CLINICO 
 
Fase inicial 
 Dermatite cercariana 
 Febre toxêmica 
 
Fase crônica 
 Formas intestinal, hepatointestinal e hepatoesplênica 
 
DIAGNÓSTICO 
 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
Para os profissionais de saúde que atuam em regiões não endêmicas da EM, o diagnóstico desta entidade pode, 
muitas vezes, não ser lembrado. Com efeito, uma anamnese minuciosa, incluindo informações acerca da história 
geográfica, da exposição à água ou a alimentos potencialmente contaminados, banhos em lagoas com caramujos, 
viagens a áreas endêmicas e a ocorrência de sinais e sintomas das síndromes agudas da infecção (mormente 
dermatite cercariana e febre de Katayama), associada aos achados ao exame físico, são elementos essenciais para 
o diagnóstico presuntivo da EM . 
A naturalidade do paciente é relevante para a apreciação do quadro. De fato, pessoas provenientes de áreas 
urbanas ou indenes, que nunca tiveram contato com o S. mansoni e que, portanto, são desprovidas de imunidade, 
frequentemente apresentam episódios agudos da condição mórbida com sintomas associados a um quadro alérgico. 
As formas agudas da EM estão muito relacionadas ao turismo ecológico e às precárias condições de saneamento. 
Em contrapartida, indivíduos que residem em áreas endêmicas habitualmente não exibem as manifestações da fase 
aguda. 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O diagnóstico laboratorial faz-se necessário já que a esquistossomose, em suas diversas formas, se assemelha a 
muitas doenças. A anamnese somada aos exames laboratoriais confirma a doença. 
 Técnica do Kato-katz: Contagem de ovos por grama de fezes, fornecendo um indicador quantitativo para 
se avaliar a intensidade da infecção. 
 Técnica da eclosão dos miracídios 
 ELISA de captura: Pesquisa de antígeno circulante do parasita 
 Biópsia retal 
 Biópsia hepática 
 Ultrassonografia do abdome 
 Radiografia 
 Endoscopia digestiva alta (para os casos de esquistossomose hepatoesplênica, para o tratamento das 
varizes gastroesofágicas). 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (VE) 
 Notificação 
 Investigação 
 Tratamento dos casos 
 
A VE da esquistossomose objetiva identificar precocemente as condições que favorecem a ocorrência dos 
casos e a instalação dos focos de transmissão. Assim, dentre essas condições, é importante destacar a: 
a) Grande área geográfica de distribuição dos caramujos HI; 
b) Os movimentos migratórios, transitórios ou permanentes, de pessoas das áreas endêmicas; 
c) Deficiência de saneamento básico e educação em saúde local; 
 
Nas áreas indenes estas condições devem ser permanentemente monitoras, concomitantemente ao tratamento 
imediato dos casos importados de áreas endêmicas. Desse modo, nas áreas indenes, a esquistossomose é de 
notificação compulsória. Deve ser notificado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A 
investigação oriunda da vigilância epidemiológica irá observar se trata de um caso autóctone ou importado em relação 
ao município onde ele foi investigado. Se ele for considerado autóctone, significa que a área não é mais indene, e 
um novo foco de transmissão foi, portanto, descoberto. Assim, a eliminação desse foco passa a ser objetivo 
primordial das autoridades. 
Nas áreas endêmicas, onde a transmissão da doença já ocorre, as condições que favorecem essa 
transmissão devem ser monitoradas para que, em caso de epidemias, as estratégias para o controle ou eliminação 
possam ser adequadas. Além disso, a vigilância epidemiológica, nessas áreas, objetiva também: 
a) Reduzir a ocorrência de formas graves e óbitos; 
b) Reduzir a prevalência da infecção; 
c) Indicar medidas para reduzir a expansão da endemia. 
 
DEFINIÇÃO DE CASO DE ESQUISTOSSOMOSE 
 CASO SUSPEITO: Indivíduo residente e/ou procedente de área endêmica com quadro clínico sugestivo de 
algumas das formas, com história de contato com a água contaminada. Todos os suspeitos devem ser 
 
submetidos para o exame parasitológico das fezes. 
 
 CASO CONFIRMADO: Todo indivíduo que apresente ovos do parasita nas fezes, tecidos ou outros 
materiais orgânicos. 
 
 CASO DESCARTADO: Aquele caso que não foi confirmado. 
 
NOTIFICAÇÃO 
É uma doença de notificação compulsória nas áreas não endêmicas. No entanto, é recomendável que todas as 
formas graves, nas áreas endêmicas, sejam notificadas. 
Todos os casos devem seguir o modelo do SISTEMA DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN NET). 
 
INVESTIGAÇÃO 
Obtenção detalhada de dados do caso, mediante o preenchimento da ficha de investigação do Sinan, com o 
objetivo de determinar os locais de risco e onde, possivelmente, aconteceu a transmissão, visando a determinação 
de estratégias para o combate e controle do espalhamento da doença. 
A investigação deve ser realizada em todos os casos notificados em áreas indenes. Nas áreas focais ou 
endêmicas, somente os casos graves devem ser inestigados. 
 
 ROTEIRO DE INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA:Identificação do paciente (preencher tudo da ficha do 
SINAN), abordando os dados gerais, notificação individual e dados de residência e procedência; 
 
 COLETA DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
 
 CONFIRMAR SUSPEITA DIAGNÓSITCA: Anotar na ficha de identificação do Sinan dados da história do 
paciente e manifestações clínicas; 
 IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA DE TRANSMISSÃO: verificar o local de procedência do doente, pesquisa de 
caramujos; 
 DETERMINAÇÃO DA EXTENSÃO DA ÁREA DE TRANSMISSÃO: devem ser observadas as condições locais 
que permitem a instalão de focos de transmissão da doença, como a distribuição dos caramujos 
hospedeiros, movimentos migratórios (permanentes ou transitórios), ausência de saneamento 
básico. 
 
MEDIDAS PARA O ENFRETAMENTO 
Para o enfrentamento da doença, a identificação precoce faz-se necessário, visando estabelecer o melhor 
tratamento aos portadores do verme shistossoma mansoni. 
Para a redução da prevalência ou a eliminação completa da doença, melhorias na educação em saúde, 
saneamento básico ambiental, e controle de HI’s são fundamentais. 
A melhoria das condições socioeconômica nas áreas endêmicas é fundamental. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE TRANSMISSÃO 
 ÁREA ENDÊMICA: conjunto de localidades onde a transmissão da doença está estabelecida. A vigilância 
epidemiológica, nessas áreas, deve: 
 
o Prevenir a ocorrência de formas graves; 
o Reduzir a proporção de exames positivos por localidade; 
o Evitar a dispersão da endemia. 
 
 ÁREA DE FOCO: O foco é uma área endêmica circunscrita dentro de uma área até então indene, em 
geral, como consequência de alterações ambientais ou socioeconômicas que tornaram possível o 
estabelecimento da transmissão da doença. A vigilância epidemiológica, nessas áreas, deve: 
o Conter a expansão do foco inicial 
o Interromper a transmissão da doença 
 ÁREA INDENE: Área que não há registro de transmissão da esquistossomose. A vigilância na área 
indene deve ser eficaz, impedindo o estabelecimento de transmissão da esquistossomose. 
o Área indene com potencial de transmissão: Embora livre da transmissão, abriga 
populações de caramujos HI; 
o Área indene sem potencial de transmissão: Não apresenta hospedeiros para a doença. 
 
 ÁREA VULNERÁVEL: É a área originalmente indene, com a presença de HI, na qual modificações 
ambientais produzidas naturalmente ou artificialmente possibilita o assentamento de populações e 
indivíduos infectados, tornando possível o estabelecimento da infecção. 
 
ATIVIDADES DE CONTROLE 
 Delimitar as áreas endêmicas e focais 
 Identificar e monitorar áreas vulneráveis 
 Diagnosticar e tratar precocemente populações humanas parasitadas 
 Investigar e classificar casos da doença 
 Reduzir a densidade populacional de caramujos 
 Implantar saneamento básico 
 Promover educação em saúde, fomentando a participação comunitária na luta contra a doença. 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
AGRAVO: qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, provocado por circunstâncias nocivas, tais 
como acidentes, intoxicações por substâncias químicas, abuso de drogas ou lesões decorrentes de violências 
interpessoais, como agressões e maus tratos, e lesão autoprovocada. 
 
AUTORIDADES DE SAÚDE: o Ministério da Saúde e as Secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, responsáveis pela vigilância em saúde em cada esfera de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS); 
 
DOENÇA: enfermidade ou estado clínico, independente de origem ou fonte, que represente ou possa representar um 
dano significativo para os seres humanos; 
 
EPIZOOTIA: doença ou morte de animal ou de grupo de animais que possa apresentar riscos à saúde pública; 
 
 
EVENTO DE SAÚDE PÚBLICA (ESP): situação que pode constituir potencial ameaça à saúde pública, como a 
ocorrência de surto ou epidemia, doença ou agravo de causa desconhecida, alteração no padrão 
clínicoepidemiológico das doenças conhecidas, considerando o potencial de disseminação, a magnitude, a gravidade, 
a severidade, a transcendência e a vulnerabilidade, bem como epizootias ou agravos decorrentes de desastres ou 
acidentes; 
 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA: comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, 
profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados, sobre a ocorrência 
de suspeita ou confirmação de doença, agravo ou evento de saúde pública, descritos no anexo, podendo ser 
imediata ou semanal; 
 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA IMEDIATA (NCI): notificação compulsória realizada em até 24 (vinte e quatro) horas, 
a partir do conhecimento da ocorrência de doença, agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de comunicação 
mais rápido disponível; 
 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL (NCS): notificação compulsória realizada em até 7 (sete) dias, a partir do 
conhecimento da ocorrência de doença ou agravo; 
 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA NEGATIVA: comunicação semanal realizada pelo responsável pelo estabelecimento de 
saúde à autoridade de saúde, informando que na semana epidemiológica não foi identificado nenhuma doença, 
agravo ou evento de saúde pública constante da Lista de Notificação Compulsória; e 
 
VIGILÂNCIA SENTINELA: modelo de vigilância realizada a partir de estabelecimento de saúde estratégico para a 
vigilância de morbidade, mortalidade ou agentes etiológicos de interesse para a saúde pública, com participação 
facultativa, segundo norma técnica específica estabelecida pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). 
 
ÁREA INDENE: área ilesa, que não sofreu dano por doença ou agravo. 
 
INTRODUÇÃO 
A preocupação com a detecção e controle de casos não é uma atividade recente. Desde a idade médica, com o 
surto de peste negra, que dizimou cerca de 1/3 da população europeia, as autoridades, como as da República de 
Veneza, preocuparam-se com o controle da infecção, propondo medidas de quarentena e vigilância dos navios. 
A concepção contemporânea do termo vigilância serve para designar a detecção de casos das doenças-alvo de 
programas de controle, como a malária e a varíola, com o objetivo de orientar a adoção das medidas de controle e a 
interrupção das cadeias de transmissão. 
Na década de 60, a OMS impanta sua Unidade de Vigilância Epidemiológica, que tratava-se da vigilância de 
pessoas com base em medidas de isolamento ou de quarentena, aplicadas de maneira individual e não coletiva, já 
que era baseada na observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de doenças transmissíveis. 
 
DEFINIÇÃO 
Vigilância em saúde pública é a coleta sistemática e contínua, análise e interpretação de dados sobre 
desfechos específicos, para o uso no planejamento, implementação e avaliação de práticas em saúde pública. 
No BRASIL, a definição do termo é mais abrangente. Segundo a lei orgânica da saúde (lei 8080/90), vigilância 
 
epidemiológica é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de 
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. 
Destaca-se, nesse contexto, a Campanha de Erradicação da Varíola (CEV), que foi o marco da 
institucionalização das ações de vigilância no país, atuando como elemento fomentador das unidades de vigilância 
epidemiológica na estrutura das secretarias estaduais de saúde. 
Um sistema de vigilância epidemiológica pode ser definido, ainda, como um sistema de coleta, análise e 
disseminação de informações relevantes para a prevenção e controle de um problema de saúde pública. 
Todas as definições de vigilância epidemiológica incluem sempre a as atividades de coleta, análise e 
interpretação bem como a divulgação de informações sobre problemasde saúde específicos, desenvolvidas de 
maneira sistemática e rotineira. 
Essas definições, em sua grande maioria, descartam da definição a execução das intervenções voltadas à 
prevenção e ao controle de doenças sob vigilância. ISSO NÃO ACONTECE NO BRASIL!!! Em nosso país, a 
denominação vigilância epidemiológica, portanto, acaba por englobar tanto as ações de vigilância em si como 
também as intervenções de prevenção e controle. 
É preciso pontuar, ainda, que esse sistema não se trata apenas da vigilância da doença em si. Ele é, portanto, 
um verdadeiro sistema de VIGILÂNCIA DE SAÚDE PÚBLICA, visto que, além da doença, analisa-se a: 
 Vigilância dos efeitos adversos aos medicamentos, vacinas e intervenções medicosanitárias; 
 A vigilância de doenças relacionadas com a poluição ambiental; 
 A vigilância de doenças não transmissíveis; 
 A vigilância de agravos externos com as causas de mortalidade e morbidade. 
 
OBJETIVOS DE UM SISTEMA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA 
Acompanhamento do comportamento epidemiológico das doenças sob vigilância, possibilitando a 
detecção precoce de surtos ou epidemias e mudanças na distribuição espacial da ocorrência das doenças nos 
grupos mais afetados e na gravidade dos quadros dessas doenças. 
Recomendação de medidas de prevenção e controle das doenças sob vigilância e avaliação das medidas 
de intervenção adotadas. 
 
MÉTODOS UTILIZADOS POR UM SISTEMA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE PÚBLICA 
A operacionalização de um sistema de vigilância em saúde inclui desde a coleta de dados; a identificação dos 
problemas de saúde prioritários, alvos do sistema; a definição de objetivos da vigilância de cada doença em 
particular; mecanismos de detecção e investigação de casos; análise e interpretação dos dados obtidos; 
recomendação de medidas de prevenção e controle e, por fim, divulgação de informações a todos que tenham 
interesse sobre elas. 
Essas ações devem ser executadas de forma conjunta, em uma parceria entre as 3 esferas do governo que 
estimule a autonomia técnico-gerencial dos municípios para detectar e enfrentar os problemas de saúde 
prioritários em suas áreas de abrangência, por meio de subsistemas: 
o SUBSISTEMA DE INFORMAÇÃO: disponibiliza as informações coletadas para os envolvidos na VE. Inclui 
a coleta, fluxo, rotinas de checagem, limpeza... 
 
o SUBSISTEMA DE INTELIGÊNCIA EPIDEMIOLÓGICA: prover as bases científicas para a análise e 
interpretação das informações. Formula recomendações para o controle e prevenção. 
 
 
o SUBSISTEMA DE DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES: Leva as informações produzidas a todos os 
interessados. São os boletins epidemiológicos, por exemplo. 
 
 SELEÇÃO DE PRIORIDADES 
A seleção de prioridades leva em consideração a magnitude do problema, aferida em termos de 
incidência e prevalência, bem como sua gravidade, considerando sua mortalidade e letalidade. Analisa-se, 
ainda, a existência de fatores de risco, a existência de medidas de intervenção eficazes, a necessidade de 
aprofundar os conhecimentos acerca do comportamento epidemiológico da doença. 
 
 DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS 
Esses objetivos são importantes para nortear o sistema de vigilância em saúde pública. Incluem o 
acompanhamento do comportamento epidemiológico da doença, possibilitando a identificação de tendências, 
a obtenção de informações que orientem a adoção das medidas de controle adequadas à interrupção de 
cadeias de transmissão e a avaliação das medidas de intervenção adotadas. 
 
 DETECÇÃO DE CASOS 
É o passo seguinte no sistema de vigilância após o estabelecimento dos objetivos. 
 
 
 DEFINIÇÃO DE CASO 
A definição de caso é uma questão central para a operação do sistema de vigilância. Essa etapa 
permite a comparabilidade dos dados, mesmo que coletados por distintos serviços e profissionais. 
Pressupõe a adoção de critérios uniformes para diagnóstico clínico e laboratorial, bem como 
subsidia a adoção de condutas terapêuticas padronizadas em muitas situações. 
Na vigilância de doenças transmissíveis, por exemplo, em que um dos objetivos é reduzir a 
transmissão da doença em cadeia, utiliza-se a designação de casos suspeitos e casos confirmados. 
A depender da evolução de uma doença, essa definição de caso pode fazer com que ele seja 
mais ou menos específico. Por exemplo, em regiões endêmicas para a malária, toda pessoa 
residente ou que tenha deslocado para áreas endêmicas no período de 8-30 antes da presença do 
QUADRO FEBRIL, é considerada suspeita de malária. Em áreas não endêmicas, além da febre, deve 
ser acompanhada de outros sintomas, como cansaços, calafrios e mialgia. Ou seja, a primeira 
definição é mais sensível e menos específica, enquanto que a segunda é mais específica e menos 
sensível. 
 
 MECANISMO DE DETECÇÃO DE CASOS 
A maioria dos países trabalha com listas de doenças prioritárias para as quais é obrigatória a 
notificação de sua ocorrência às autoridades responsáveis pelo sistema de vigilância 
epidemiológica. Esses sistemas são ditos universais, pois tem como propósito a detecção de 
TODOS os casos daquela doença, por todos os serviços e profissionais da saúde. No entanto, existe 
os sistemas amostrais, recomendados para aquelas situações em que a coleta de informações 
sobre todos os casos não é possível ou necessária, como ocorre com a influenza, um vírus que 
existe na sociedade, sendo muito mais viável e prático acompanhar um grupo de doentes e observar 
 
as cepas neles existentes. Caso surja um novo tipo de cepa, esse deve ser notificado. 
 
 VIGILÂNCIA DE EVENTOS SENTINELA 
Eventos que pode servir de alertar acerca da ocorrência de agravos de interesse, como a 
morte de macacos, que atua como indicativo de uma possível epidemia de febre amarela. 
 
 FONTES DE DADOS 
Os sistemas de notificação coletam seus dados a partir da rede de serviços de saúde, dos serviços 
hospitalares, ambulatoriais, de urgência/emergência, dos núcleos hospitalares de epidemiologia e dos 
laboratórios de saúde pública. Cabe aos profissionais que atuam nesses serviços a detecção de casos 
suspeitos de interesse do Sistema de Vigilância, sua notificação e o desencadeamento dos procedimentos 
necessários para a coleta de material para exames laboratoriais de confirmação de caso, além da 
transmissão da informação, em tempo oportuno, para aqueles responsáveis pela investigação 
epidemiológica de campo e a adoção de intervenções de controle, quando pertinentes. 
Obrigatória aos profissionais da saúde, a notificação de doenças é facultada a todo cidadão. No entanto, 
qualquer pessoa que tenha conhecimento sobre ocorrência de doenças de notificação compulsória ou 
outras de potencial interesse da saúde pública deve ser oferecidas oportunidades de notificar. 
Algumas vezes, a imprensa divulga a ocorrência de surtos, epidemias e até mesmo casos isolados de 
algumas doenças de interesse da saúde pública. 
A sociedade civil e órgãos não governamentais, atualmente, podem se enquadrarem como protagonista 
na notificação de doenças, seja no âmbito internacional ou não. 
o GPHIN: Rede mantida pela agência de saúde pública do Canadá, que tem como objetivo a detecção 
de qualquer notícia de surtos e epidemias divulgas pela internet, 24 horas/dia, 7dias na semana. 
Utilizada pela OMS. 
o CIEVS: Ferramenta brasileira, semelhante ao GPHIN. Atua nos 27 estados. Detecta ameaças e 
emergências em saúde pública, analisando os meios de comunicação em massa. 
 
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
Após a detecção dos casos de doenças da vigilância em saúde pública, a etapa seguinte consiste em sua 
investigação epidemiológica. Se dá em dois momentos: 
1. Investigação clínico-laboratorial e a epidemiologia do caso índice 
2. Investigação epidemiológica de campo 
O primeiro momento tem por objetivo a elucidação do diagnóstico e a buscade informações epidemiológicas 
sobre o caso índice. Busca-se o esclarecimento das circunstâncias e fatores relacionados com o adoecimento de 
cada paciente em particular. Uma anamnese bem feita, realizada pelo profissional capacitado, com a colheita de 
exames laboratoriais, respeitando o sigilo e o pudor do paciente. 
O segundo momento da investigação consiste no aprofundamento da investigação iniciada na análise clínico- 
laboratorial. Visa coletar informações adicionais que possibilitem identificar a fonte de infecção, os fatores de risco 
relacionados com aquela cadeia de transmissão em particular, a identificação de casos semelhantes ou pessoas 
expostas aos mesmos fatores de risco e a orientação das medidas de controle e prevenção. 
 Dependendo da doença, a investigação vai precisar de um outro tipo de mecanismo averiguador. Por 
exemplo, em doenças de veiculação hídrica, vai investigar a água contaminada; em doenças de 
reservatório animal, vai investigar o próprio animal e todo o ambiente em torno dele. 
 
 
CONSOLIDAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS 
Com a finalização do processo de coleta de dados, a análise de dados deve ser realizada, bem como sua 
consolidação. 
É um processo que ocorre em todos os níveis de vigilância em saúde pública. 
 NÍVEL LOCAL: promoção de ações para interromper a transmissão. 
 NÍVEL INTERMEDIÁRIO: checagem dos dados; pede o que faltar; elimina o desnecessário. 
 NÍVEL SUBNACIONAL: checagem dos dados. 
Todos os níveis são responsáveis pela identificação da necessidade de aprofundar nas investigações, sugerindo 
medidas de controle, de profilaxia e criar estudos analíticos sobre o caso. 
A recomendação de medidas de intervenção deve ser feita por todos os níveis, sendo que é até onde estiver a 
seu alcance. 
 
pertinentes a seu nível de abrangência; 
 
DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES 
Funciona como feedback do sistema de informação em todos os níveis e para todos. Veicula e publica os 
boletins informativos. Pontua-se que uma falha na divulgação pode comprometer a credibilidade do sistema de 
vigilância, e desestimular a participação desses profissionais. 
 
 QUARTA SESSÃO 
 
OBJETIVOS 
1. Analisar o choque cultural entre europeus, indígenas e quilombolas, considerando os aspectos BPS, 
econômicos, culturais e em como isso influencia o processo saúde-doença dessas populações. 
2. Descrever as políticas públicas voltadas para indígenas e quilombolas. 
 
REFERÊNCIAS 
1. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2ª edição Ministério da Saúde, 2002 
2. SAÚDE E COMUNIDADES QUILOMBOLAS: UMA REVISÃO DA LITERATURA, Scielo, 2011. 
3. Antropologia Médica: Elementos Conceituais e Metodológicos para uma abordagem da Saúde e da 
Doença. Cadernos de Saúde Pública, 1994. 
4. Primeiros olhares sobre as políticas públicas para comunidades remanescentes de quilombos, UFG. 
 
ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
A antropologia das políticas públicas do âmbito médico tem por definição examinar as relações entre os 
modelos de intervenção médica que suportam a aceitação da comunidade a receber determinado serviço. Fornece 
parâmetros para a reformulação da questão da adequação sociocultural dos diferentes programas de saúde. 
Ao tratar da abordagem do processo saúde-doença, o discurso antropológico tem uma grande pertinência. É 
sabido que, atualmente, conceitos simples como saúde ou doença vão referir a conceitos complexos que se relacionam 
com diversos aspectos da nossa sociedade, perpassando pelo ponto de vista biológico, sociológico, econômico, 
 
ambiental ou cultural. Dessa maneira, todo o contexto no qual o indivíduo está inserido vai interferir no seu processo 
saúde-doença, atuando como agente determinante para determinado estado. 
Desse modo, o discurso antropológico aponta os limites e a insuficiência da tecnologia médica, revelando para os 
profissionais que o estado de saúde de uma população é associado ao seu modo de vida e ao seu universo social e 
cultural. A antropologia vem para complementar a epidemiologia da saúde, ampliando os conceitos que devem 
ser levado em consideração na leitura dos processos patológicos. 
A junção dos conceitos qualitativos sócio-antropológicos com os conceitos quantitativos epidemiológicos faz com 
que haja um enriquecimento no estudo e acompanhamento do estado de saúde de uma determinada população. Assim, 
poderá ser observada a influência do contexto social e cultural sobre as maneiras de pensar e agir das populações 
frente aos seus problemas de saúde e, a partir daí, poder situar a contribuição específica da abordagem antropológica 
em conjunto com os aspectos quantitativos da abordagem epidemiológica. 
NÃO esquecer de pontuar que: as informações culturais têm sido, na maioria das vezes, consideradas 
irrelevantes para as intervenções preventivas e terapêuticas na área da saúde. São tidas como essenciais somente 
aquelas necessárias para o diagnóstico médico, fazendo com que os dados referentes aos impactos dos fatores sociais 
e culturais sejam avaliados como acessórios. No entanto, estudos recentes mostraram que esses fatores exercem 
grande influência sobre o universo social de uma determinada população, de modo que a adoção de comportamentos 
de prevenção ou de risco poderão ser adotados. É PRECISO UM CONTORNO DA SITUAÇÃO: COMO EXPLICAR PARA 
OS PAIS QUE A VACINA PROTEGERÁ A CRIANÇA, SE DAI 2 DIAS ELA TERÁ FEBRE? POPULAÇÃO NÃO CRÊ NA 
CIÊNCIA. 
A perspectiva antropológica reorienta a percepção dos aspectos relacionados à efetividade das intervenções em 
saúde. Se considerarmos que a efetividade de um programa em saúde depende da extensão em que a população aceita, 
utiliza e participa, essa efetividade parece, assim, ser dependente do conhecimento prévio das maneiras 
características de pensar e agir associadas à saúde nessa população e da habilidade do programa. 
Portanto, após uma análise profunda, parâmetros para a reformulação da questão da adequação sócio- cultural 
dos diferentes programas de saúde serão fornecidos. 
 
MERECE DESTAQUE 
 Deve respeitar as crenças para pensar e agir frente saúde e doença 
 O que ocorre muitas vezes é a negligência da crença, os profissionais de saúde avaliam outros 
dados, deixando o impacto cultural e social como avaliação acessória. 
 O desconhecimento das causas de infecção causa a desvalorização do médico 
 É necessário o estudo da população para prever seu comportamento frente os problemas de 
saúde, construindo a intervenção a partir do seu próprio universo sociocultural. Com isso, o 
programa de saúde será mais efetivo. 
 Na antropologia, o universo sociocultural do doente não é mais obstáculo, é visto como um 
contexto em que vão se enraizar as concepções sobre as doenças, as explicações 
fornecidas e os comportamentos diante delas. 
 
QUILOMBOLAS 
 
CONCEITOS IMPORTANTES 
 A formação dos QUILOMBOS se deu durante o período de escravidão brasileiro, em que os negros eram 
submetidos à condições desumanas pela mão do europeu tido como agente civilizador. Símbolo de 
 
RESISTÊNCIA, os quilombos formaram verdadeiras comunidades que resistiam as condições daquele 
período. Plantavam, pescavam, caçavam. Uma mistura de povos, que tentavam resgatar as tradições de 
suas terras de origem. 
 Poderiam ser definidas como comunidades negras, mas não, necessariamente, compostas apenas por 
negros, rurais ou urbanas, que apresentam profundas raízes históricas, visíveis nas tradições culturais e 
religiosas, sentimento coletivo e de organização e um forte vínculo com o território ocupado, 
transparecendo um novo elemento para a função social da propriedade, o “espiritual”/ psico- sociológico. 
Frise-se que não, necessariamente, foram formadas por escravos fugidos ou libertos, vislumbrando um 
conceito mais amplo e dinâmico, mas queestão, intimamente, ligadas à ideia de marginalização/exclusão e 
de resistência. 
 Atualmente, as COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOLAS (CRQ’s) abrigam os descendentes desses 
indivíduos, em comunidades muitas vezes desassistidas, sem muitos recursos, fazendo com que a 
intervenção governamental seja fundamental para permitir a integração social dessas pessoas. 
 Ministério da Saúde: quilombola é um grupo minoritário dentro da população negra 
 Desenvolvimento do Brasil: expulsão dos negros do centro, perseguição, imagem de não- 
desenvolvimento e da não-civilização. Divisão territorial. 
 É fundamental que todas as profissões de saúde se envolvam nos projetos 
 Estudos escassos sobre a saúde nas comunidades quilombolas 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
Com o advento do estado democrático brasileiro, os remanescentes de quilombos foram reconhecidos, 
constitucionalmente, enquanto sujeitos de direito. As ações do Movimento Negro foram fundamentais para isso! 
Foram-lhes garantidos o domínio e título das terras ocupadas, respeito às tradições culturais, além de políticas 
sociais que viabilizassem o desenvolvimento sustentável de tais sujeitos. Essas políticas, embora recentes e muito 
promissoras, apresentam vícios da administração pública e dificuldades de implementação dos programas, 
evidenciando a necessidade de se analisar as estratégias utilizadas para sua gestão e monitoramento. 
Na década de 1970, o Movimento Negro Unificado conseguiu com que os acesso aos direitos constitucionalmente 
garantidos, reconhecendo sua identidade e redistribuindo os recursos e bens e participação, tanto social quanto 
política. A partir da visibilidade desses movimentos, a Constituição Federal de 1988 vai contemplar, por meio de 
dispositivos legais concretos, os direitos dos negros e quilombolas. 
 
 1988: garantia a todos os descendentes quilombolas e o direito territorial por eles habitado (reconhecimento, 
demarcação e titulação de terras); direito das comunidades de se autodefinirem como quilombola. 
Municípios com mais de 20 mil habitantes serão obrigados, por meio do planodiretor, demarcar 
territórios para serem ocupados pelas comunidades tradicionais, como os quilombolas; 
 2004: Programa Brasil Quilombola: acesso à terra; infraestrutura e qualidade de vida; inclusão produtiva e 
desenvolvimento local; direitos e cidadania. 
 Possui gestão descentralizada, com articulação de entes 
federados 
 Há promoção da igualdade racial, associações representativas e etc 
 2004-2007: crescimento da inclusão das demandas quilombolas (+ $) 
 2008: Portaria nº 90: atualiza a qtd remanescente de quilombolas para cálculo de teto das ESF, Equipes de 
Saúde Bucal 
 
 2010-2011: Quilombo das Américas: articulação de comunidades afrorrurais 
 Objetivo: promoção da soberania alimentar e ampliação do direito $, social e cultural (rede de cooperação 
interinstitucional) 
 Diáspora africana com situação de vulnerabilidade 
 GOVERNO LULA: Várias ações foram realizadas: 
 Criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), como a Política 
Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR) 
 Programa Cultura AfroBrasileira 
 Programa Comunidades Tradicionais 
Agenda Social Quilombola (ASQ) 
 Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 
 Quilombola Programa Nacional de Alimentação Quilombola (Pnaq) 
Projetos de Educação, como o “Quilombola, venha ler e escrever” Chamada 
Nutricional Quilombola 
 Programa Saúde da Família Quilombola e o Programa Brasil Quilombola (PBQ) 
 Além de programas universais de governo que atendem às comunidades, como o Programa Luz para 
Todos, o Programa Fome Zero, entre outros 
 2012-2015: Plano Brasil Maior: enfrenta racismo, monitora ações governamentais voltadas aos quilombolas 
 
PROGRAMA BRASIL QUILOMBOLA 
O programa possui um esquema de atuação em quatro eixos: 
 
ACESSO A TERRA – promove a regularização fundiária das terras ocupadas por comunidades remanescentes de 
quilombo: reconhecimento, identificação, demarcação, desintrusão e titulação de áreas quilombolas. 
 
INFRAESTRUTURA E QUALIDADE DE VIDA – articula políticas públicas desenvolvidas pelo 
Ministério da Saúde (AÇÕES DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS POPULAÇÕES QUILOMBOLAs); 
Fundação Nacional de Saúde: ações de implantação, ampliação ou melhoria dos serviços de saneamento; Ministério 
da Educação (APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO NAS COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS, APOIO À 
REESTRUTURAÇÃO DA REDE FÍSICA DOS EQUIPAMENTOS PÚBLICOS DE EDUCAÇÃO), Ministério das Cidades 
(MELHORIA DAS 
CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE), Ministério de Minas e Energia (UNIVERSALIZAÇÃO DO ACESSO À ENERGIA), Ministério 
da Integração Nacional (RECUPERAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS EM MUNICÍPIOS DAS BACIAS DOS 
RIOS SÃO FRANCISCO E PARNAÍBA), e Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (CONSTRUÇÃO DE 
CISTERNAS PARA ARMAZENAMENTO DE ÁGUA). 
 
DESENVOLVIMENTO LOCAL E INCLUSÃO PRODUTIVA - articula políticas públicas desenvolvidas pelo Ministério 
do Desenvolvimento Agrário e SEPPIR, COM AÇÕES DE FOMENTO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PARA 
COMUNIDADES QUILOMBOLAS, e pelo 
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, COM AÇÕES DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS PROVENIENTES DA 
AGRICULTURA FAMILIAR. 
 
DIREITOS DE CIDADANIA – articula políticas públicas desenvolvidas pelo Ministério do Desenvolvimento Social 
 
e Combate à Fome (PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA, DISTRIBUIÇÃO DE CESTAS DE ALIMENTOS, CENTRO DE REFERÊNCIA EM 
ASSISTÊNCIA SOCIAL, BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA E CHAMADA NUTRICIONAL QUILOMBOLA) e SEPPIR 
(FORMAÇÃO PARA O FORTALECIMENTO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA). 
 
DA (NÃO) MATERIALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
 Uma das mais significantes dificuldades de implementação das políticas públicas destinadas às comunidades 
remanescentes de quilombo é a execução orçamentária dos programas destinados a elas. O desvio na 
realização dos gastos públicos costuma ocorrer por meio dos seguintes expedientes: superestimação de 
receitas; contingenciamento de despesas; anulação de valores empenhados; instituição de fundos. 
 Além da não aplicação dos recursos, outro universo de fatores conspira para a não materialização das 
políticas públicas destinadas às CRQ’s: 
 Falta de acesso a informação pelos quilombolas; 
 Entraves burocráticos (exigência de documentação que a comunidade não possui); 
Problemas operacionais (setorização e fragmentação); 
 Falta de recurso humano qualificado; 
 Falta de interlocução entre instâncias de governo; 
Recursos demoram a chegar no quilombo; 
 Baixa execução orçamentária; 
 Considerando-se que são políticas recentes, requerem constante ajuste e monitoramento. 
 
DOENÇAS QUE ACOMETEM 
A doença falciforme e a hipertensão arterial têm sido registradas com frequência nos dados coletados junto às 
comunidades quilombolas. Evidentemente que, a ausência de água tratada e a falta de condições sanitárias ideais, têm 
provocado o relato substancial de surtos de diarreia e doenças dermatológicas entre grande quantidade das 
populações remanescentes de quilombos. A grande problemática está em oferecer saúde integral combinada com a 
manutenção das crenças e tradições destes grupos. Cabe aqui ressaltar que, muitos povos quilombolas, ainda se 
utilizam de práticas alternativas e do uso de plantas consideradas por eles como medicinais. 
A falta de perspectiva com relação ao futuro e ao crescimento pessoal, somados às difíceis condições de moradia 
e a falta de uma política de valorização do homem do campo, tem sido apontados frequentemente como causa do alto 
índice de alcoolismo e tabagismo entre as populações quilombolas. Enfermidades decorrentes destes hábitos nocivosà 
saúde e a exacerbação de outras condições estabelecidas demonstram a necessidade de uma estratégia especial junto 
a estes grupos populacionais. 
Além dessas, o DM2 e HAS também acometem muito esses indivíduos, já que são patologias muito mais frequentes 
em indivíduos da cor negra. 
 
A QUESTÃO FUNDIÁRIA 
 INCRA: Instituto de Colonização e Reforma Agrária 
 Resquícios da lei de terras de 1850, que fez com que as terras dos quilombos fossem consideradas ilegais. 
Desse modo, os grandes latifundiários tomaram posse das terras pertencentes aos indivíduos que lá 
habitavam. Assim, perderam direito na terra que eram suas. 
 Impedimento da posse da terra, de maneira que hoje é muita burocracia para conseguir tomar posse daquilo 
que é de direito. 
 Reportagem da folha de 2016, 1 a cada 10 consegue legalizar, mesmo estando na constituição a necessidade de 
 
legalizar 
 Elite detendo grandes partes das terras e as minorias, que fazem parte da nossa formação cultural tendo sua 
sobrevivência colocada em xeque. Sobrevivência essa que é relacionada aos fatores determinantes culturais e 
sociais. A dificuldade de se consolidar os programas tão efetivos no papel ameaçam as nossas raízes do Brasil. 
É hora de repensar! 
INDÍOS 
 
ANTECEDENTES 
 No Brasil, a população indígena, estimada em cerca de 5 milhões de pessoas no início do século XVI, 
comparável à da Europa nesta mesma época. 
 Foi dizimada pelas expedições punitivas às suas manifestações religiosas e aos seus movimentos de 
resistência, pelas epidemias de doenças infecciosas, cujo impacto era favorecido pelas mudanças no seu 
modo de vida impostas pela colonização e cristianização (como escravidão, trabalho forçado, maus 
tratos, confinamento e sedentarização compulsória em aldeamentos e internatos). 
 A perda da auto-estima, a desestruturação social, econômica e dos valores coletivos (muitas vezes da 
própria língua, cujo uso chegava a ser punido com a morte) também tiveram um papel importante na 
diminuição da população indígena. 
 Até hoje há situações regionais de conflito, em que se expõe toda a trama de interesses econômicos e sociais 
que configuram as relações entre os povos indígenas e demais segmentos da sociedade nacional, 
especialmente no que se refere à posse da terra, exploração de recursos naturais e implantação de grandes 
projetos de desenvolvimento. 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 PERÍODO COLONIAL (SÉC. XIX): índios atendidos pela igreja com os missionários; o contato era violento e 
provocava mortes, epidemias e escravidão; ocorreu a marcha da expansão de terras do litoral para CO e N. 
 PERÍODO RODONISTA (SÉC. XX): criação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), sendo que o Estado começa 
a participar em defesa do índio; a organização dos planos de saúde se dá de forma precária e descontínua, 
restringindo-se a ações emergenciais ou inseridas em processo de pacificação; 
 DÉCADA DE 50: criação dos Serviços de Unidades Sanitárias Aéreas (SUSA) pelo MS; ocorreram ações 
básicas de saúde em áreas de difícil acesso, buscando levar ações básicas de saúde às populações indígenas e 
rurais como a vacinação, atendimento odontológico, controle de tuberculose e outras doenças transmissíveis; 
 DÉCADA DE 60/70: extinção do SPI; criação da FUNAI (1967); criação do Estatuto do Índio (1973); criação das 
Equipes Volantes de Saúde (EVS). 
As EVS realizavam atendimentos esporádicos às comunidades indígenas de sua área de atuação, prestando 
assistência médica, aplicando vacinas e supervisionando o trabalho do pessoal de saúde local. 
 DÉCADA DE 80/90: foram feitas conferências, leis e outras ações governamentais que visavam à melhoria da 
saúde indígena, com criação de um único órgão e da inserção do índio na formulação da política. 
 DSEI: Distrito Sanitário Especial Indígena, 1999. 
 Trata-se de um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etno-cultural 
dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado –, que contempla um conjunto de 
atividades técnicas, visando medidas racionalizadas e qualificadas de atenção à saúde, promovendo a 
 
reordenação da rede de saúde e das práticas sanitárias e desenvolvendo atividades administrativo-
gerenciais necessárias à prestação da assistência, com o Controle Social. 
 No Brasil, são 34 DSEIs divididos estrategicamente por critérios territoriais e não, necessariamente, 
por estados, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. Além dos DSEIs, a 
estrutura de atendimento conta com postos de saúde, com os Polos base e as Casas de Saúde 
Indígena (Casais). 
 
 
 2011: criação da secretaria especial de saúde do indígena, SESAI. Foram estabelecidas metas para 2015 e para 
2022, visando melhorar a saúde indígena. 
 
A FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI): 
 Responsável por assegurar os direitos constitucionais dos índios 
 Funções: garantia dos territórios indígenas (fiscaliza e retira invasores), pois assume relevância primordial na 
saúde e na qualidade de vida da população; projetos de desenvolvimento sustentável e manejo adequado do 
meio ambiente; acompanhamento das ações de saúde. 
 
SITUAÇÃO ATUAL DE SAÚDE 
 Malária: região norte; 
 Desnutrição: MS e MT; 
 Tuberculose: maioria das aldeias; 
 Diarreia: maioria das aldeias; 
 IVAS: maioria das aldeias; 
 Parasitoses: CO; 
 Em 8 anos houve queda de 30% da mortalidade infantil; 
 Uma parcela dos índios, atualmente, vive em áreas urbanas, geralmente em periferias; 
 
 A expansão das frentes econômicas (extrativismo, trabalho assalariado temporário, projetos de 
desenvolvimento) vem ameaçando a integridade do ambiente nos seus territórios e também os seus 
saberes, sistemas econômicos e organização social; 
 Muitos desses povos estão ameaçados de desaparecimento, sendo que entre alguns deles o número de 
indivíduos se reduziu a ponto de comprometer a sua reprodução biológica. Os Latundê sofreram um 
processo de redução e contam atualmente com apenas 37 pessoas; 
 Em termos gerais observa-se um crescimento demográfico entre os povos indígenas do país, fato 
normalmente associado à conservação do ambiente natural, estabilização das relações interétnicas, 
demarcação das terras indígenas e melhoria do acesso aos serviços de atenção básica à saúde; 
 Não se dispõe de dados globais fidedignos sobre a situação de saúde dessa população, mas sim de dados 
parciais, gerados pela FUNAI, pela FUNASA. Embora precários, os dados disponíveis indicam, em diversas 
situações, taxas de morbidade e mortalidade três a quatro vezes maiores que aquelas encontradas 
na população brasileira em geral. O alto número de óbitos sem registro ou indexados sem causas 
definidas confirmam a pouca cobertura e a baixa capacidade de resolução dos serviços disponíveis. 
 As causas externas, especialmente a violência e o suicídio, são a terceira causa de mortalidade conhecida 
entre a população indígena no Brasil. 
 Fatores que favorecem a manutenção da endemia de tuberculose entre as populações indígenas no Brasil: 
 A fraca cobertura sanitária das comunidades indígenas; 
 A deterioração crescente de suas condições de vida em decorrência do contato com os brancos; 
 A ausência de um sistema de busca ativa dos casos infecciosos; 
 Os problemas de acessibilidade (geográfica, econômica, linguística e cultural) aos centros de saúde; 
 A falta de supervisão dos doentes em regime ambulatorial; 
 O abandono frequente pelos doentes do tratamento. 
 
 QUINTA SESSÃO 
 
OBJETIVOS 
1. Descrever o processo histórico para o tratamento de doenças mentais, salientando o movimento 
antimanicomial. 
2. Analisar as políticas públicas atuais de assistência à saúde mental, enfatizando o CAPS e a Lei 10.216. 
 
REFERÊNCIAS 
1. Saúde mental no SUS: os centrosde atenção psicossocial. Ministério da Saúde, 2004. 
2. LEI Nº 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001. 
3. Movimento da luta antimanicomial: trajetória, avanços e desafios; Caderno brasileiro de saúde mental, 
2012 
4. Breve histórico da psiquiatria no Brasil: do período colonial à atualidade, Revista de psiquiatria Rio 
Grande do Sul, 2007. 
5. A trágica história do Hospital Psiquiátrico Colônia, Psic. Rev., 2013. 
 
 
 
 
OS CAPS NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL 
 O território é constituído fundamentalmente pelas pessoas que nele habitam, com seus conflitos, seus interesses, 
seus amigos, seus vizinhos, sua família, suas instituições, seus cenários (igreja, cultos, escola, trabalho, boteco 
etc.). É essa noção de território que busca organizar uma rede de atenção às pessoas que sofrem com transtornos 
mentais e suas famílias, amigos e interessados. 
 Para constituir essa rede, todos os recursos afetivos (relações pessoais, familiares, amigos etc.), sanitários 
(serviços de saúde), sociais (moradia, trabalho, escola, esporte etc.), econômicos (dinheiro, previdência etc.), 
culturais, religiosos e de lazer estão convocados para potencializar as equipes de saúde nos esforços de cuidado e 
reabilitação psicossocial. 
 Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) deverão assumir seu papel estratégico na articulação e no tecimento 
dessas redes, tanto cumprindo suas funções na assistência direta e na regulação da rede de serviços de saúde, 
trabalhando em conjunto com as equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, quanto na 
promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, articulando os recursos existentes em outras redes: 
sócio-sanitárias, jurídicas, cooperativas de trabalho, escolas, empresas etc. 
 Os CAPS, assumindo um papel estratégico na organização da rede comunitária de cuidados, farão o direcionamento 
local das políticas e programas de Saúde Mental: desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários, dispensando 
medicamentos, encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas, assessorando e 
sendo retaguarda para o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes de Saúde da Família no cuidado 
domiciliar 
 
QUANDO SURGEM OS CAPS? 
 O primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil foi inaugurado em março de 1986, na cidade de São 
Paulo: Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha Cerqueira, conhecido como CAPS da Rua Itapeva. A 
criação desse CAPS e de tantos outros, com outros nomes e lugares, fez parte de um intenso movimento social, 
inicialmente de trabalhadores de saúde mental, que buscavam a melhoria da assistência no Brasil e denunciavam a 
situação precária dos hospitais psiquiátricos, que ainda eram o único recurso destinado aos usuários portadores 
de transtornos mentais. 
 Nesse contexto, os serviços de saúde mental surgem em vários municípios do país e vão se consolidando como 
dispositivos eficazes na diminuição de internações. Definidos como “unidades de saúde locais/regionalizadas que 
contam com uma população adscrita definida pelo nível local e que oferecem atendimento de cuidados 
intermediários entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em um ou dois turnos de quatro horas, por 
equipe multiprofissional”. 
 
O QUE É O SUS? 
 Esse sistema alicerça-se nos princípios de ACESSO UNIVERSAL, público e gratuito às ações e serviços de saúde; 
INTEGRALIDADe das ações, cuidando do indivíduo como um todo e não como um amontoado de partes; EQÜIDADE, 
como o dever de atender igualmente o direito de cada um, respeitando suas diferenças; DESCENTRALIZAÇÃO dos 
recursos de saúde, garantindo cuidado de boa qualidade o mais próximo dos usuários que dele necessitam; controle 
social exercido pelos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde com representação dos usuários, 
trabalhadores, prestadores, organizações da sociedade civil e instituições formadoras. 
 
O QUE É UM CAPS? 
 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) ou Núcleo de Atenção Psicossocial é um serviço de saúde aberto e 
 
comunitário do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é um LUGAR DE REFERÊNCIA E TRATAMENTO PARA PESSOAS QUE 
SOFREM COM TRANSTORNOS MENTAIS, PSICOSES, NEUROSES GRAVES E DEMAIS QUADROS, CUJA SEVERIDADE E/OU 
PERSISTÊNCIA JUSTIFIQUEM SUA PERMANÊNCIA NUM DISPOSITIVO DE CUIDADO INTENSIVO, COMUNITÁRIO, 
PERSONALIZADO E PROMOTOR DE VIDA. 
 O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando o acompanhamento 
clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e 
fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É UM SERVIÇO DE ATENDIMENTO DE SAÚDE MENTAL CRIADO 
PARA SER SUBSTITUTIVO ÀS INTERNAÇÕES EM HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS. 
 Os CAPS visam: 
 prestar atendimento em regime de atenção diária; 
 gerenciar os projetos terapêuticos oferecendo cuidado clínico eficiente e personalizado; 
 promover a inserção social dos usuários através de ações intersetoriais que envolvam educação, trabalho, 
esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas. Os CAPS 
também têm a responsabilidade de organizar a rede de serviços de saúde mental de seu território; 
 dar suporte e supervisionar a atenção à saúde mental na rede básica, PSF (Programa 
 de Saúde da Família), PACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde); 
 regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental de sua área; 
 coordenar junto com o gestor local as atividades de supervisão de unidades hospitalares 
 psiquiátricas que atuem no seu território; 
 manter atualizada a listagem dos pacientes de sua região que utilizam medicamentos para a saúde mental. 
 Os CAPS devem contar com espaço próprio e adequadamente preparado para atender à sua demanda 
específica, sendo capazes de oferecer um ambiente continente e estruturado. 
 Deverão contar, no mínimo, com os seguintes recursos físicos: 
 consultórios para atividades individuais (consultas, entrevistas, terapias); 
 salas para atividades grupais; 
 espaço de convivência; 
 oficinas; 
 refeitório (o CAPS deve ter capacidade para oferecer refeições de acordo com o tempo de permanência de 
cada paciente na unidade); 
 sanitários; 
 área externa para oficinas, recreação e esportes. 
 
QUEM PODE SER ATENDIDO NOS CAPS? 
 
 São, preferencialmente, pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, pessoas com 
grave comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados às substâncias psicoativas (álcool e 
outras drogas) e também crianças e adolescentes com transtornos mentais. 
 Os usuários dos CAPS podem ter tido uma longa história de internações psiquiátricas, podem nunca ter sido 
internados ou podem já ter sido atendidos em outros serviços de saúde (ambulatório, hospital-dia, 
consultórios etc.). 
COMO SE FAZ PARA SER ATENDIDO NOS CAPS? 
 Para ser atendido num CAPS pode-se procurar diretamente esse serviço ou ser encaminhado pelo 
Programa de Saúde da Família ou por qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozinha ou 
 
acompanhada, devendo procurar, preferencialmente, o CAPS que atende à região onde mora. 
 Quando a pessoa chega deverá ser acolhida e escutada em seu sofrimento. O objetivo nesse primeiro contato 
é compreender a situação, de forma mais abrangente possível, da pessoa que procura o serviço e iniciar um 
vínculo terapêutico e de confiança com os profissionais que lá trabalham. Estabelecer um diagnóstico é 
importante, mas não deverá ser o único nem o principal objetivo desse momento de encontro do usuário com o 
serviço. 
 Se uma pessoa está isolada, sem condições de acesso ao serviço, ela poderá ser atendida por um profissional 
da equipe do CAPS em casa, de forma articulada com as equipesde saúde da família do local, quando um 
familiar ou vizinho solicitar ao CAPS. Por isso, é importante que o CAPS procurado seja o mais próximo 
possível da região de moradia da pessoa. 
 
O QUE OS USUÁRIOS E SEUS FAMILIARES PODEM ESPERAR DO TRATAMENTO NO CAPS? 
 Todo o trabalho desenvolvido no CAPS deverá ser realizado em um “meio terapêutico”, isto é, TANTO AS 
SESSÕES INDIVIDUAIS OU GRUPAIS COMO A CONVIVÊNCIA NO SERVIÇO TÊM FINALIDADE TERAPÊUTICA. 
 Isso é obtido através da construção permanente de um ambiente facilitador, estruturado e acolhedor, 
abrangendo várias modalidades de tratamento. Como dissemos anteriormente, ao iniciar o acompanhamento 
no CAPS se traça um projeto terapêutico com o usuário e, em geral, o profissional que o acolheu no serviço 
passará a ser uma referência para ele. Esse profissional poderá seguir sendo o que chamamos de Terapeuta 
de Referência (TR), mas não necessariamente, pois é preciso levar em conta que o vínculo que o usuário 
estabelece com o terapeuta é fundamental em seu processo de tratamento. 
 O Terapeuta de Referência (TR) terá sob sua responsabilidade monitorar junto com o usuário o seu projeto 
terapêutico, (re)definindo, por exemplo, as atividades e a freqüência de participação no serviço. O TR também 
é responsável pelo contato com a família e pela avaliação periódica das metas traçadas no projeto 
terapêutico, dialogando com o usuário e com a equipe técnica dos CAPS. 
 A depender do projeto terapêutico do usuário do serviço, o CAPS poderá oferecer: 
 ATENDIMENTO INTENSIVO: trata-se de atendimento diário, oferecido quando a pessoa se encontra com 
grave sofrimento psíquico, em situação de crise ou dificuldades intensas no convívio social e familiar, 
precisando de atenção contínua. Esse atendimento pode ser domiciliar, se necessário; 
 ATENDIMENTO SEMI-INTENSIVO: nessa modalidade de atendimento, o usuário pode ser atendido até 12 
dias no mês. Essa modalidade é oferecida quando o sofrimento e adesestruturação psíquica da pessoa 
diminuíram, melhorando as possibilidades de relacionamento, mas a pessoa ainda necessita de atenção 
direta da equipe para se estruturar e recuperar sua autonomia. Esse atendimento pode ser domiciliar, 
se necessário; 
 ATENDIMENTO NÃO-INTENSIVO: oferecido quando a pessoa não precisa de suporte contínuo da equipe 
para viver em seu território e realizar suas atividades na família e/ou no trabalho, podendo ser 
atendido até três dias no mês. Esse atendimento também pode ser domiciliar. 
 
QUAIS ATIVIDADES TERAPÊUTICAS O CAPS PODE OFERECER? 
 Os CAPS devem oferecer acolhimento diurno e, quando possível e necessário, noturno. 
 Devem ter um ambiente terapêutico e acolhedor, que possa incluir pessoas em situação de crise, muito 
desestruturadas e que não consigam, naquele momento, acompanhar as atividades organizadas da unidade. 
 Os CAPS oferecem diversos tipos de atividades terapêuticas, por exemplo: psicoterapia individual ou em grupo, 
oficinas terapêuticas, atividades comunitárias, atividades artísticas, orientação e acompanhamento do uso de 
 
medicação, atendimento domiciliar e aos familiares. 
 Algumas dessas atividades são feitas em grupo, outras são individuais, outras destinadas às famílias, outras são 
comunitárias. Quando uma pessoa é atendida em um CAPS, ela tem acesso a vários recursos terapêuticos: 
 ATENDIMENTO INDIVIDUAL: prescrição de medicamentos, psicoterapia, orientação; 
 ATENDIMENTO EM GRUPO: oficinas terapêuticas, oficinas expressivas, oficinas geradoras de renda, oficinas de 
alfabetização, oficinas culturais, grupos terapêuticos, atividades esportivas, atividades de suporte social, grupos de 
leitura e debate, grupos de confecção de jornal; 
 ATENDIMENTO PARA A FAMÍLIA: atendimento nuclear e a grupo de familiares, atendimento individualizado a 
familiares, visitas domiciliares, atividades de ensino, atividades de lazer com familiares; 
 ATIVIDADES COMUNITÁRIAS: atividades desenvolvidas em conjunto com associações de bairro e outras 
instituições existentes na comunidade, que têm como objetivo as trocas sociais, a integração do serviço e do 
usuário com a família, a comunidade e a sociedade em geral. Essas atividades podem ser: festas comunitárias, 
caminhadas com grupos da comunidade, participação em eventos e grupos dos centros comunitários; 
 ASSEMBLÉIAS OU REUNIÕES DE ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO: a Assembléia é um instrumento importante para o 
efetivo funcionamento dos CAPS como um lugar de convivência. É uma atividade, preferencialmente semanal, que 
reúne técnicos, usuários, familiares e outros convidados, que juntos discutem, avaliam e propõem 
encaminhamentos para o serviço. Discutem-se os problemas e sugestões sobre a convivência, as atividades e a 
organização do CAPS, ajudando a melhorar o atendimento oferecido. 
 
 As atividades podem ser desenvolvidas fora do serviço, como parte de uma estratégia terapêutica de reabilitação 
psicossocial, que poderá iniciar-se ou ser articulada pelo CAPS, mas que se realizará na comunidade, no trabalho e 
na vida social. 
 Assim, os projetos terapêuticos devem incluir a construção de trabalhos de inserção social, respeitando as 
possibilidades individuais e os princípios de cidadania que minimizem o estigma e promovam o protagonismo de 
cada usuário frente à sua vida. 
 
QUAIS OS DIAS E HORÁRIOS DE FUNCIONAMENTO DOS CAPS? 
 Os CAPS funcionam, pelo menos, durante os cinco dias úteis da semana (2ª a 6ª feira). Seu horário e 
funcionamento nos fins de semana dependem do tipo de CAPS. 
 
CAPS I – municípios com população entre 20.000 e 70.000 
habitantes Funciona das 8 às 18 horas 
De segunda a sexta-feira 
CAPS II – municípios com população entre 70.000 e 200.000 habitantes 
Funciona das 8 às 18 horas 
De segunda a sexta-feira 
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas 
CAPS III – municípios com população acima de 200.000 habitantes 
Funciona 24 horas, diariamente, também nos feriados e fins de semana 
 
CAPSi – municípios com população acima de 200.000 
habitantes Funciona das 8 às 18 horas 
De segunda a sexta-feira 
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas 
CAPSad – municípios com população acima de 100.000 
habitantes Funciona das 8 às 18 horas 
De segunda a sexta-feira 
Pode ter um terceiro período, funcionando até 21 horas 
 
O QUE SÃO OFICINAS TERAPÊUTICAS? 
 
 Uma das principais formas de tratamento oferecido nos CAPS. 
 Atividades realizadas em grupo com a presença e orientação de um ou mais profissionais, monitores e/ou 
estagiários. Elas realizam vários tipos de atividades que podem ser definidas através do interesse dos usuários, 
das possibilidades dos técnicos do serviço, das necessidades, tendo em vista a maior integração social e 
familiar, a manifestação de sentimentos e problemas, o desenvolvimento de habilidades corporais, a realização 
de atividades produtivas, o exercício coletivo da cidadania. 
 De um modo geral, as oficinas terapêuticas podem ser: 
 OFICINAS EXPRESSIVAS: espaços de expressão plástica (pintura, argila, desenho etc.), expressão 
corporal (dança, ginástica e técnicas teatrais), expressão verbal (poesia, contos, leitura e redação de 
textos, de peças teatrais e de letras de música), expressão musical (atividades musicais), fotografia, 
teatro. 
 OFICINAS GERADORAS DE RENDA: servem como instrumento de geração de renda através do 
aprendizado de uma atividade específica, que pode ser igual ou diferente da profissão do usuário. As 
oficinas geradoras de renda podem ser de: culinária, marcenaria, costura, fotocópias, venda de livros, 
fabricação de velas, artesanato em geral, cerâmica, bijuterias, brechó, etc. 
 OFICINAS DE ALFABETIZAÇÃO: esse tipo de oficina contribui para que os usuários que não tiveram 
acesso ou que não puderam permanecer na escola

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