Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Controle de qualidade e etapas do processo produtivo em bioquímica clínica Profa. Dra. Jéssica Bomfim de Almeida Farmacêutica Email: jessicaobomfim@gmail.com Resultados laboratoriais • Sr. J.L.K, 55 anos realizou exames no LAC em julho 2012. Seu médico suspeitava de Diabetes e Dislipidemias. Os resultados foram: • Glicemia: 91,0 mg/dl ( V.N 70 a 99 mg/dl) • Colesterol total : 230,0 mg/dl ( V.N. até 200 mg/dl) • Triglicerideos : 460,0 mg/dl ( V.N. até 150 mg/dl) O médico liga ao LAC, e questiona : Como o Lab pode concluir que esses exames estão corretos? Resposta do laboratório • ESTE LABORATORIO CONTROLA A QUALIDADE DE SEUS PROCESSOS ANALÍTICOS Controle de qualidade - Para quê? • Assegurar qualidade benefício a pacientes. • Aumentar segurança no diagnóstico. • Assegurar aos clínicos o valor do resultado do teste, quando surgirem questionamentos. • Respaldo legal em questionamentos judiciais. • Para preencher requisitos exigidos pela legislação, programas de acreditação, e obtenção do selo da qualidade. RDC 302, ISO, PALC... Para continuar competindo no mercado!! Alvos da qualidade • Organização e Gerenciamento; • Pessoal; • Ambiente; • Reagentes / Insumos; • Controles e Calibradores; • Equipamentos; • Clientes x Laboratório; • Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Sistema da qualidade Dizer como faz •Manuais e procedimentos escritos Fazer como diz que faz •Demonstrado em auditorias Provar que faz como diz que faz •Registros de todas as atividades FASE PRÉ-ANALÍTICA Insumos, fornecedores, coleta FASE ANALÍTICA Processos, automação, gestão de equipamentos FASE PÓS-ANALÍTICA Validação de resultados, laudos, limites referência Controle de qualidade em análises clinicas Controle de qualidade em análises clinicas FASE PRÉ - ANALÍTICA – O “Paciente”?? OBTENÇÃO DA AMOSTRA • – A Coleta MANIPULAÇÃO DA AMOSTRA O Transporte Fatores controláveis: – Tensão – Exercício – Jejum e dieta – Medicamentos – Postura • Supino x decúbito – Intervenções médicas prévias Fatores não controláveis: – Idade – Gênero – Ritmo circadiano – Fase do ciclo menstrual – Gravidez • Transporte das amostras • Rapidez no transporte entre o local da coleta e laboratório (processamento): Prazo não maior que 2 horas Urina deve ser analisada até 2h pós coleta Separação de células do soro (centrifugação) Evitar manuseio brusco (hemólise) Manter temperatura adequada FASE PRÉ - ANALÍTICA FASE ANALÍTICA Objetivos Estabelecer e manter sistemas analíticos exatos e precisos. Garantir os níveis de precisão necessários. Assegurar que os sistemas analíticos são estáveis e operam dentro de especificações exigidas. Como fazer? • Manual de procedimentos • POP’s – Técnico e administrativo Nome Significado clínico Fundamento do método Amostra Reagentes e equipamentos Procedimento (passo-a-passo) – Fluxograma Valores de referência Valores de pânico Observações Referências bibliográficas FASE ANALÍTICA Lipemia Hemólise Interferências e potenciais causas de resultados falsos Controle de processo • Montagem do processo Escolha de uma técnica no meu laboratório; Calibração do o sistema, usando material específico para esse fim; Análise das amostras de pacientes. • O sistema está confiável? Análise de uma amostra de valor conhecido para comparar os resultados • Monitorar a precisão e exatidão, por meio de ferramentas estatísticas. Exatidão Precisão • Diz-se que um método é preciso quando análises repetidas da mesma amostra produzem resultados semelhantes • Diz-se que um método é exato quando produz resultados próximos do valor verdadeiro da medida Estatística no Controle de Qualidade Estatística no Controle de Qualidade Estatística no Controle de Qualidade Sensibilidade Especificidade • Capacidade de um exame de excluir pessoas que não tem uma doença determinada. • Testes mais específicos produzem menos resultados falsos positivos. • Capacidade do exame de identificar as pessoas que têm uma determinada doença. • Testes mais sensíveis produzem menos resultados falsos negativos. Pesquisa de anticorpos anti- HIV por ELISA tem uma sensibilidade maior que 99%. Exames mais específicos importante para evitar tratamentos, despesas e ansiedade desnecessários. • Sensibilidade analítica • Linearidade • Glicose sérica – GOD-POD – 500mg/dl (sensibilidade 2mg) Se refere ao limite de detecção do teste, isto é, à quantidade mínima da substância analisada capaz de ser medida. Um teste com sensibilidade analítica de 1ng/ml tem a capacidade de detectar 1ng da substância por ml de solução Estatística no Controle de Qualidade Cálculos de limites de controle Média (Xm) Desvio padrão (D.P.) Coeficiente de variação (C.V.) Interno Externo Controle de qualidade Controle Interno da qualidade • Como é feito na prática o CQ interno? Existem várias empresas que comercializam material para ser usado como controle.Em geral trata-se de um material semelhante ao material do paciente, ou seja, soro humano contendo concentrações conhecidas de um ou mais analitos. • Com que frequência devem ser testados os controles? Os controles devem ser realizados pelo menos diariamente, para monitorar a qualidade dos resultados obtidos. Controle de Qualidade interno (CQ) em laboratórios clínicos é um processo estatístico utilizado para avaliar se o método utilizado para determinadas dosagens está correto e portanto se seus resultados são confiáveis e podem ser liberados. Controle Interno da qualidade Deve-se comparar o resultado obtido do controle com a faixa de valores esperados estabelecida pelo fabricante e que está descrita na bula do produto. Se o resultado estiver dentro desta faixa seus exames estarão corretos e podem ser liberados. • 1) Houve mudança do lote do reagente? Se sim, o teste precisa ser calibrado. • 2) O equipamento tem recebido as devidas manutenções? • Limpeza das pipetas, ajustes mecânicos, etc. • 3) Houve mudança do lote do controle? • Se sim, os novos limites estabelecidos pelo fabricante devem ser observados Se o resultado estiver fora desta faixa, alguma medida corretiva deve ser tomada e as seguintes questões devem ser respondidas: Controle interno Dispersão de valores Xm 68 ,26 % 95 ,46 % 208 mg/dl 204 mg/dl 200 mg/dl 196 mg/dl 192 mg/dl +2s +1s Xm -1s -2s 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Corridas Analíticas 212 mg/dl +3s -3s188 mg/dl 99 ,73 % Gráficos de Levey-Jennings O gráfico de Levey-Jennings é uma forma gráfica simples de plotar os resultados de análises repetidas de um material conhecido, chamado Material de Controle. Regras de Westgard • “Quando minha filha Kristin era jovem e morava conosco, ela gostava de festas. Um dia ela me disse que estava pretendendo chegar tarde de novo e eu senti necessidade de exercer algum controle sobre seus horários. Então eu disse a ela que se ela passasse 1 vez de 3 horas, duas vezes de duas horas, ou quatro vezes de 1 hora ela estaria encrencada. Isto é um controle por regras múltiplas.” James O. Westgard Regra 13hRegra 22h Regra 41h Regras de Westgard • 13s - Uma vez, maior ou menor que a média e três DP • 12s – Uma vez, maior ou menor que a média e dois DP • 22s – Duas vezes maior ou menor que a média e dois DP • R4s – Um controle está 2 DP acima, enquantooutro está 2 DP abaixo • 41s – Quatro vezes consecutivas maior que 1 DP • 10Xm – Dez vezes consecutivas de um mesmo lado da média. Regras de Westgard • 1:2s - Representa a regra de controle onde o valor de um dos controles excede o limite de Xm ±2s. Não implica em rejeição. A ocorrência de 1:2s é o sinal de alerta do mapa de controle e indica que deve-se realizar inspeções adicionais em todos os dados, aplicando-se as regras seguintes para se decidir se os resultados podem ser aceitos ou devem ser rejeitados. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • 1:3s - Regra de rejeição. Significa que os resultados devem ser rejeitados porque o valor de um dos controles excede o limite de Xm ± 3s. Este é um critério usual ou limite de rejeição para o mapa de Levey- Jennings. A violação dessa regra indica um aumento do erro aleatório, mas pode significar também um erro sistemático de grandes dimensões. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • 2:2s - Regra de rejeição. Os resultados não podem ser liberados quando os valores para um dos controles excede os limites de Xm + 2s ou Xm - 2s em 2 observações consecutivas. A regra é inicialmente aplicada em uma mesma batelada para os valores de 2 controles. Os resultados não são liberados quando os valores de 2 controles excedem os limites de + 2s ou - 2s, no mesmo dia. A regra pode ser aplicada também em 2 observações consecutivas (2 dias) para um mesmo controle. A violação indica um erro sistemático. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • R:4s - Regra de rejeição. Os valores obtidos devem ser rejeitados quando a diferença entre os dados dos 2 controles é maior que 4s. Assim quando o valor de um controle excede +2s e o valor do outro controle ultrapassa -2s, cada observação ultrapassa 2s, mas em direções opostas, fazendo uma diferença maior que 4s. É indicadora da ocorrência de erros aleatórios. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • 4:1s - Regra de rejeição. Os resultados devem ser rejeitados quando 4 valores consecutivos de um controle excedem os mesmos limites ou seja Xm +1s ou Xm -1s. Essas observações consecutivas podem ocorrer com os valores de um controle e requerem a observação durante 4 dias consecutivos, ou em dois níveis, em cruzamento com os valores do outro controle, o que requer a observação de 2 dias. A violação indica um erro sistemático. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • 7Xm - Regra de rejeição. Esta regra é violada quando os valores do controle estão no mesmo lado da média em 7 dias consecutivos, NÃO sendo necessário que os limites de +-2s ou +-3s sejam ultrapassados. Esta regra é indicadora da ocorrência de um erro sistemático e indica que o sistema perdeu a estabilidade e que os resultados obtidos em amostras de pacientes devem ser rejeitados. A violação indica incidência de erro sistemático. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • 7T - Esta regra é violada quando os valores do controle em 7 dias consecutivos mostram uma tendência crescente ou decrescente, não sendo necessário que os limites de +-2s ou +- 3s sejam ultrapassados. Esta regra é indicadora da ocorrência de um erro sistemático e indica que o sistema perdeu a estabilidade e que os resultados obtidos em amostras de pacientes devem ser rejeitados. A violação indica incidência de erro sistemático. Regras de Westgard Controle Interno da qualidade • 10Xm - Regra de rejeição. Os resultados não podem ser liberados quando os valores do controle estão no mesmo lado da média em 10 dias consecutivos. Essas observações podem ocorrer para o valor de um controle ou para os 2 controles, significando a observação de 10 ou 5 dias respectivamente (5 observações para o nível 1 e 5 para o nível 2). Regras de Westgard Controle Interno da qualidade Controle Interno da qualidade Controle externo de qualidade internacional nacional É o controle interlaboratorial: • A exatidão é comparada com a média de consenso, obtida a partir dos laboratórios participantes que utilizam a mesma metodologia. • Programas de acreditação para laboratórios existentes no Brasil: Controle externo de qualidade • DICQ/SBAC – Programa de Credenciamento do Sistema da Qualidade de Laboratórios Clínicos • PALC/SBPC – Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos • Visa padronizar os resultados de diferentes laboratórios através da comparação interlaboratorial de análises de alíquotas do mesmo material. • É a melhor maneira de ajustar a exatidão dos métodos quantitativos. • Assegura que os resultados dos laboratórios situem-se o mais próximo possível do valor real dos analitos analisados. Controle externo de qualidade FASE PÓS ANALÍTICA • A Fase Pós Analítica inclui: Confirmação dos Resultados Intervalos de Referência Pontualidade Apresentação dos Resultados-Laudo Confidencialidade Segurança ISO 9001:2000; ISO 17025; PALC Intervalo de referência Intervalos de referência “Normal” 95% (doente com limiar baixo e elevação discreta) - “Anormal” 2,5% inferior (saudável?) 2,5% superior (saudável, limiar aumentado ou doente assintomático) Legislação - ANVISA
Compartilhar