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Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
1 
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Sumário 
1. Processo Previdenciário(Continuação)...................................................................2 
1.1 Revisão.............................................................................................................2 
1.2 Prévio Requerimento Administrativo...............................................................2 
1.2.1 Concessão..............................................................................................4 
1.2.2 Revisão...................................................................................................7 
1.2.3 Controle Objetivo da Legalidade x Proteção do Direito Individual........8 
2. Tutela Antecipada..................................................................................................11 
3. Prova......................................................................................................................13 
4. Honorários Advocatícios........................................................................................15 
5. Perícias...................................................................................................................16 
6. Prescrição e Decadência........................................................................................19 
6.1 Prazos contra a Administração Pública...........................................................19 
6.2 Prazos contra o segurado................................................................................20 
7. Benefícios do RPPS.................................................................................................23 
7.1 Conteúdo Mínimo (Benefícios)........................................................................29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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1. Processo Previdenciário(Continuação) 
1.1 Revisão 
Fora visto na aula anterior, a questão relacionada à competência. Como regra, a 
competência é da justiça federal e para questões acidentárias trabalhistas, é da justiça 
estadual. 
Fora visto também, o caso de delegação constitucional de competência, prevista no artigo 
109, §3º, CRFB/88. Ademais, descobrimos uma alternativa advinda de entendimento do STF, 
focando na relação de acesso à justiça relativa a possibilidade de se propor a ação em face 
do INSS, tanto na sessão judiciária do domicílio do segurando, quanto na subseção da 
capital. Podemos inserir também nesse caso uma terceira alternativa, ajuizar a ação perante 
o juiz estadual da comarca em que reside o domiciliado quando não é sede de comarca 
federal. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos 
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência 
social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se 
verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também 
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
Súmula 689/STF: O SEGURADO PODE AJUIZAR AÇÃO CONTRA A INSTITUIÇÃO 
PREVIDENCIÁRIA PERANTE O JUÍZO FEDERAL DO SEU DOMICÍLIO OU NAS VARAS 
FEDERAIS DA CAPITAL DO ESTADO-MEMBRO. 
 
1.2 Prévio Requerimento Administrativo 
É fundamental, a início, estabelecer a distinção de esgotamento da via administrativa 
e prévio requerimento administrativo. Esgotamento da via administrativa significa exigir que 
a pessoa percorra todas as etapas do procedimento administrativo para só depois, quando 
não houver remédios administrativos capazes de solucionar aquela questão, ajuizar a ação. 
Tal exigência de esgotamento do procedimento administrativo, apesar de muitos 
doutrinadores aceitarem e exigirem-no, é claramente inconstitucional, pois ofende 
claramente o artigo 5º, XXXV, CRFB/88, de acordo com o entendimento majoritário. 
CRFB. Artigo 5º, XXXV: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito; 
Com algumas poucas exceções, por exemplo, a justiça desportiva. 
Direito Previdenciário 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
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O que estamos estudando, portanto, não se trata de esgotamento administrativo. O 
procedimento administrativo no campo previdenciário é bastante efetivo, por exemplo, 
contra a decisão do INSS que indefere benefício ou revisão, se tem recursos dentro de uma 
estrutura administrativa bastante organizada, há recursos para uma junta de recursos, 
recursos para o Conselho de Recursos da Previdência Social, órgãos que são vinculados ao 
Ministério da Previdência Social, mas que são externos ao INSS. 
O único ponto que merece destaque em tal temática, trata-se de quando se está 
pretendendo fazer uso do recurso administrativo contra a decisão do INSS. Nesse caso, não 
se deve ajuizar ação, pois quando se judicializa essa demanda, reconhece-se tacitamente a 
desistência do procedimento administrativo. 
Por exemplo, uma pessoa requereu um benefício, ele foi indeferido e recorreu 
administrativamente, além disso, ajuizou uma ação para pleitear aquele benefício, pedido 
em relação ao qual existe pendente de julgamento um recurso administrativo. A 
Administração Pública, nessa hipótese, considera que houve a desistência desse pedido e 
prejudicado, portanto, o recurso administrativo. Com isso, ela impetra Mandado de 
Segurança contra ato do presidente da Junta Recursal, afirmando que possui direito liquido e 
certo a que aquele recurso administrativo seja julgado. Logo, deve-se conceder ou denegar 
essa ordem? 
Devemos denegar a ordem, visto que a partir do momento que houve o ingresso, o 
ajuizamento da ação, houve também a desistência da pretensão administrativa, não sendo 
mais a Administração obrigada a julgar aquele recurso. 
O revés do esgotamento da via administrativa é a exigência de que, pelo menos o 
segurado, passe pela via administrativa, que ele não recorra diretamente ao judiciário para 
obter o benefício. A isso chamaremos de prévio requerimento administrativo, não 
significando que se tenha que esgotar todas as vias recursais administrativas, mas falamos 
na ideia que, antes de ajuizarmos uma ação judicial, tenhamos que ir ao INSS requerer 
aquela prestação. A exigência desse prévio requerimento administrativo não constitui, em 
regra, uma violação da cláusula de acesso à justiça, não ofende o artigo 5º, inciso XXXV, 
CRFB/88, pois este afirma que nenhuma lesão ou ameaça de lesão escapará da apreciação 
do poder judiciário. 
Se determinado indivíduo acredita possuir direito a benefício previdenciário, ele irá 
buscar manifestar a vontade de obter esse benefício, requerendo-o administrativamente. 
Logo, antes de uma prestação administrativa do seu direito, não se pode dizer que há lesão a 
tal direito ou ameaça de lesão ao direito. Portanto, só a partir do indeferimento do benefício 
Direito Previdenciário 
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ou de uma demora injustificada da análise do requerimento é que surge a lesão ou um risco 
de lesão a esse direito, havendo, a partir desse momento, o interesse processual. Se o 
indivíduo não fora ao INSS requerer o benefício anteriormente, em princípio, a prestação 
judiciária é desnecessária. 
O Supremo Tribunal Federal1 foi chamado a decidir sobre tal assunto no RE 631.240, 
no qual afirmou que é necessário o prévio requerimento administrativo para que se tenha 
interesse processual. Sem este não existe lesão ou ameaça de lesão ao direito, não havendo 
violação ao acesso a justiça. 
 
1.2.1 Concessão 
Regra Geral: necessários o indeferimento ou a demora. 
Exceção: entendimento administrativo notório e reiterado contra a pretensão. 
RE 631.240 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO 
ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR. 1. A instituição de condições para o regular 
exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se 
caracterizar a presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 2. 
A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não 
se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento 
pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a 
exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias 
administrativas. 3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve 
prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente 
contrário à postulação do segurado. 4. Na hipótese de pretensão de revisão, 
restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando 
que o INSS tem o dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido 
poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se depender Documento assinado 
digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura 
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço 
eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6744911. Supremo 
Tribunal Federal Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 91 Ementa e Acórdão RE 631240 / 
MG da análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da Administração –
 
1 O STJ possuía entendimento contrário, posicionando-se que poderia o requerente ir ao judiciário a 
qualquer momento, não havendo obstáculos ao ajuizamento da ação. 
Direito Previdenciário 
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doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos 
tácito da pretensão. 5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na 
matéria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de 
transição para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos. 6. Quanto às 
ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha 
havido prévio requerimento administrativo nas hipóteses em que exigível, será 
observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado 
Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá implicar a extinção 
do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado 
o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se 
enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir. 
7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo 
em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a postulação administrativa, 
o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do 
qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e proferir 
decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito 
analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do 
contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir. 8. Em 
todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a 
judicial deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do 
requerimento, para todos os efeitos legais. 9. Recurso extraordinário a que se dá parcial 
provimento, reformando-se o acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao 
juiz de primeiro grau, o qual deverá intimar a autora – que alega ser trabalhadora rural 
informal – a dar entrada no pedido administrativo em2 Documento assinado 
digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura 
de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço 
eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 6744911. Supremo 
Tribunal Federal RE 631240 / MG da análise de matéria de fato ainda não levada ao 
conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já 
configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão. 5. Tendo em vista a 
prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, 
deve-se estabelecer uma fórmula de transição para lidar com as ações em curso, nos 
termos a seguir expostos. 6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente 
julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento administrativo nas 
hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada 
no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não 
deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de 
mérito, está caracterizado o interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as 
demais ações que não se enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-
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se a sistemática a seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada 
no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a 
postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 
90 dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente 
necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não 
puder ter o seu mérito analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, 
extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito 
deverá prosseguir. 8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise 
administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da ação como 
data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais. 9. Recurso extraordinário 
a que se dá parcial provimento, reformando-se o acórdão recorrido para determinar a 
baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qualdeverá intimar a autora – que alega ser 
trabalhadora rural informal – a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob 
pena de extinção. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para 
que, em 90 dias, colha as provas necessárias e profira decisão administrativa, 
considerando como data de entrada do requerimento a data do início da ação, para 
todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao juiz, que apreciará a subsistência 
ou não do interesse em agir. 
Por outro lado, se o INSS conceder o benefício, estará comprovada a desnecessidade 
de ajuizamento jurisdicional. 
Muitas vezes, as pessoas ingressavam diretamente na justiça o pedido de pensão por 
morte, tendo em vista que o INSS dificilmente concedia tal benefício, entretanto, dispensar o 
prévio requerimento administrativo corresponde a transformar o judiciário em um balcão de 
atendimento da autarquia. 
Segundo o STF, já restará configurado o interesse processual, não apenas com o 
indeferimento, mas também com a demora da apreciação do pedido, tendo como prazo 45 
dias, porque esse é o período que o INSS tem por Regulamento para pagar a primeira 
mensalidade requerida em sede administrativa. 
É claro que, em algumas hipóteses, teremos a possibilidade de ajuizar a ação sem o 
prévio requerimento administrativo, quando já estiver evidente a lesão ou ameaça de lesão 
ao direito. Tal fato ocorrerá, de acordo com o STF, quando houver entendimento 
administrativo notório e alterado contra a pretensão. 
Por exemplo, se determinado indivíduo quer requerer pensão por morte para o 
menor sob guarda, o qual foi excluído do rol de dependentes, havendo discussão se tal 
exclusão foi constitucional ou não, mas o posicionamento administrativo manifesto de forma 
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“notória e reiterada” é que o menor sob guarda não tem interesse processual, portanto, não 
se exige que previamente se requeira administrativamente, para só depois requerer 
judicialmente, pois aquele entendimento já é consolidado explicito e notório com o 
entendimento do INSS. 
Uma boa diretriz para se identificar o que é um entendimento consolidado, reiterado 
e notório pelo INSS na sua interpretação das normas previdenciárias, é buscar os atos 
administrativos regulamentares, que traduzem a interpretação do INSS a respeito daquelas 
normas. Hoje, podemos encontrar de uma forma sistematizada das normas previdenciárias 
por meio da Instrução Normativa 77 de 2015 da Presidência do INSS. (IN 77/2015 
Presidência do INSS). 
Por exemplo, indivíduo que possui aposentadoria por tempo de contribuição está 
incapacitado dos exercícios das atividades cotidianas e tem a pretensão de receber o 
adicional de 25% para os casos de “grande invalidez”. É notório que o INSS somente concede 
o adicional para a aposentadoria para invalidez, sendo evidente, portanto, nesse caso, que o 
direito pleiteado está sendo, no mínimo, ameaçado de lesão. Nessa situação, em que o INSS 
não concorda com o requerido, pode ser ajuizada diretamente no judiciário a ação. 
Sabemos que há divergência no STJ, uma das turmas afirma que se pode trocar uma 
das aposentadorias, podendo abrir mão da aposentadoria por tempo de contribuição, 
substituindo-a por uma aposentadoria por invalidez e aí sim caberia o adicional de 25%. 
Para os casos de concessão fica então bastante evidente o entendimento do STF, o 
qual teve que enfrentar também outra questão, às vezes a pretensão do autor não é a 
concessão de um benefício, mas a revisão da renda daquele benefício, podendo dividir essas 
ações de revisão de benefício em dois grupos, tendo aquelas em que se pedirá a revisão da 
Renda Mensal Inicial (RMI), impugnando-se o ato de concessão (originário) errado, ou por 
outro lado, pode-se pedir a revisão da mensalidade atual, porque um dos critérios de 
atualização daquele benefício há discordância. 
 
1.2.2 Revisão 
Regra Geral: não é necessário requerimento administrativo. 
Exceção: matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da administração 
Com relação a situação da revisão, se o INSS já estiver errado ou se o requerente 
alega que o INSS já errou, seja quando ele concedeu inicialmente o benefício, seja quando 
ele foi oferecer um reajuste a este, já existe lesão a direito, tendo como, regra geral, a 
Direito Previdenciário 
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desnecessidade de requerimento administrativo. Se fosse exigido o prévio ajuizamento 
administrativo nesse caso, seria semelhante ao esgotamento da via administrativa, o que 
não é permitido, por já haver lesão a direito, não cabendo obstáculos ao acesso à justiça. 
Uma questão importantíssima afirmada pelo Supremo é a de que se você ingressa 
com ação não porque o INSS errou, mas por ocorrência de novos elementos fáticos ou novas 
alegações fáticas ou novas provas sobre fatos, precisa-se primeiro apresentar isso no INSS. 
Por exemplo, o INSS errou na conta da concessão do benefício, contabilizando menos 
5 anos de contribuição ou o INSS erra em matéria de direito, quando deveria ter calculado 
uma aposentadoria sem fator previdenciário, mas acaba aplicando tal fator. Não cabendo 
nesses casos a necessidade de requerimento administrativo, é possível ingressar 
diretamente em juízo. 
De forma diferente, caso o INSS conceda o benefício após a análise de documentos, 
mas o beneficiário descobre depois alguns anos, outros documentos que demonstram que 
uma parte do período trabalhado foi em condições especiais (prejudiciais à saúde ou à 
integridade física), e agora deseja apresentar o perfil profissiográfico previdenciário para o 
INSS e o laudo técnico das condições de trabalho, para que ele possa fazer uma nova análise 
de seu direito, convertendo o período de tempo especial em tempo comum. Nesse caso, 
como envolve matéria de fato, o beneficiário precisa, necessariamente, antes de ajuizar a 
ação judicial, dar a oportunidade para que o INSS avalie aquelas questões de fato. Não se 
pode dizer que houve lesão ou ameaça de lesão se o beneficiário fora ao INSS, mas não 
apresentara documento ou alegação no sentido da ação interposta, necessitando apresentar 
o prévio requerimento administrativo envolvendo aquelas circunstancias fáticas. 
Portanto, de acordo com o Supremo Tribunal Federal, se a revisão (exceção) estiver 
pautada em matéria de fato não levada ao conhecimento da administração, o beneficiário 
precisará do prévio requerimento administrativo. 
 
1.2.3 Controle Objetivo da Legalidade x Proteção do Direito Individual 
Quando se fala em prévio requerimento administrativo, precisa-se levar em conta que 
existe uma controvérsia sobre o que irá se levar em consideração, se está diante de um 
controle objetivo da legalidade daquele ato, por exemplo, deseja-se ajuizar uma ação para 
controlar a atuação do INSS, pois ele concedeu um benefício errado, não por querer tutelar 
o direito do segurado, mas por querer fazer um controle objetivo de legalidade daquele ato. 
Direito Previdenciário 
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www.cursoenfase.com.brAo revés, se tiver em questão a proteção ao direito individual objeto da lesão ou da ameaça 
de lesão do direito, sendo relevante, por conta do Princípio do Acertamento. 
De acordo com o princípio do acertamento, deve-se proteger ou tutelar o segurado 
contra uma proteção social insuficiente. O que significa dizer que se a pessoa vai ao INSS, 
apresenta todas as circunstâncias fáticas da sua real situação e, a partir daí, é possível 
concluir pela existência de dois benefícios distintos, alternativos, precisa-se garantir a 
concessão do benefício que seja mais vantajoso para o segurado, no âmbito administrativo. 
Por exemplo, o INSS identifica que o contribuinte completou 25 anos de atividade 
especial em condições que lhe garantirão uma aposentadoria especial, o segurado 
apresentou todos os elementos nesse sentido, o perfil profissiográfico, laudo técnico, todos 
requisitos, porém o pedido formulado foi para a aposentadoria por tempo de contribuição. 
Sabe-se que tal aposentadoria apresenta fator previdenciário. Se a pessoa requer 
administrativamente aposentadoria por tempo de contribuição, mas já possui todos os 
elementos que indicam que tem direito a uma aposentadoria especial, o INSS olhando as 
duas situações deve conceder o benefício mais vantajoso, no caso a aposentadoria especial. 
O STF já reconheceu o direito ao melhor benefício e no julgamento acrescentara que 
tal direito não se limita à espécie de benefício. Irá se conceder o melhor benefício 
considerando as circunstâncias fáticas no tempo. O Supremo afirmou que o INSS tem que 
calcular com o benefício não de acordo com a data do requerimento, não de acordo com a 
data que se adquiriu o direito, mas de acordo com as circunstâncias que melhor atendam ao 
segurado. O INSS deve avaliar no intermédio de tempo entre a data que foi adquirido o 
direito e a data do D.E.R, concedendo o benefício que melhor se adeque ao beneficiário. 
Por exemplo, caso o segurado tenha adquirido o direito ao benefício em outubro de 
2015, mas apenas requereu o benefício em dezembro de 2015, como no dia 1º de dezembro 
“vira” – atualiza- a tábua de mortalidade, que será usada no cálculo do fator previdenciário e 
como a expectativa de sobrevida do brasileiro vem aumentando, significa que ele adquiriu o 
direito em que a tábua de mortalidade era melhor para ele, porém requereu o benefício em 
um momento que é pior pra ele, tendo um cálculo de benefício pior, se considerar os dados 
atualizados da tábua. 
O STF afirmou, portanto, que tem direito a se aposentar considerando as 
circunstâncias fáticas no momento em que se adquiriu o direito, aplicando não só a tábua de 
mortalidade nesse tempo, mas também irá encerrar nesse momento a contagem de tempo 
de contribuição e idade. 
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Quando se fala em prévio requerimento administrativo não está se referindo, 
necessariamente, a uma exigência formal extrema, mas sim, se a pessoa foi à administração 
pública pedir aposentadoria por tempo de contribuição, juntou todos os documentos e o 
INSS concedeu a aposentadoria por tempo de contribuição, mas deveria ter condido a 
aposentadoria especial. No momento em que se ajuíza a ação pedindo a conversão da 
aposentadoria por tempo de contribuição em aposentadoria especial, considerar-se-á que já 
houve o prévio requerimento administrativo, porque naquele momento já deveria ter sido 
concedido o benefício que melhor atendesse ao interesse do segurado. 
Ademais, a jurisprudência é bastante flexível às exigências relacionadas a pedidos 
vinculados de espécies de benefícios. A regra geral é que existe uma fungibilidade, mesmo 
no processo judicial, para a concessão de benefícios previdenciários. Por exemplo, não há 
problema se foi ajuizada ação requerendo aposentadoria por invalidez, mas o juiz constata 
que não existe invalidez total ou permanente, existindo, contudo, uma incapacidade parcial 
ou temporária. Nessa hipótese, o juiz pode condenar o INSS a conceder Auxílio Doença, 
assim como o contrário também pode ocorrer. Não haverá aqui sentença ultra, citra ou extra 
petita, está se julgando de acordo com a pretensão, qual seja, a proteção social. 
Após saber sobre a competência, o interesse processual, agora, faz-se mister, fazer 
uma análise da legitimidade passiva nas demandas previdenciárias. 
Em regra, quando se está pedindo a concessão de um benefício previdenciário ou 
uma revisão de benefício, quem figura no polo passivo da ação é o INSS. 2 
Em alguns casos, quando se pretende receber um benefício que já está sendo 
recebido por outra pessoa (isso ocorrerá aos benefícios devidos aos dependentes - pensão 
por morte e auxílio reclusão), surgirá um litisconsórcio passivo necessário. 
Por exemplo, caso se deseje requerer benefício de pensão por morte, mas o INSS já 
está pagando a outra pessoa, essa outra pessoa tem que figurar no polo passivo da relação 
processual. No caso, morreu o segurado, o qual deixou uma filha de 10 anos e a 
companheira, o INSS concedeu a pensão por morte à filha de 10 anos, mas não reconheceu a 
condição de companheira, portanto, indeferiu a desta e deferiu daquela, por tal, a 
companheira vai ajuizar a ação relativa à pensão por morte. Tal provimento jurisdicional 
afetará não só o INSS, mas também a filha, pois sua quota parte reduzirá pela metade, ainda 
 
2 Ressalta-se que será o INSS no caso de pretensão envolvendo benefícios, se envolver custeio da 
seguridade social, se estiver questionando contribuição, quem estará no polo passivo será a União – 
Procuradoria da Fazenda Nacional, a partir de 2007 está vinculada à Secretaria da Receita Federal. 
Direito Previdenciário 
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que seja filha pela própria autora. Nesse caso, deverá ser nomeado curador especial em sua 
representação. 
Sempre que houver uma questão objetiva ou de sentença envolvendo pensão por 
morte ou auxílio reclusão, fiquem atentos para saber se já existe alguém recebendo 
benefício. Se houver, precisará incluí-la no polo passivo, visto que há um litisconsórcio 
passivo necessário.3 
 
2. Tutela Antecipada 
A tutela antecipada contra a Fazenda Pública quer seja de urgência ou de evidência, 
encontra algumas restrições, mas que no caso concreto de acordo com o STF podem ser 
afastadas. 
De acordo com o Supremo, não é inconstitucional impedir provimentos provisórios 
contra a Fazenda Pública, mas quando a proibição de liminar de tutela contra a Fazenda 
Pública gera um resultado inconstitucional, teríamos a hipótese de exceção à regra, 
ocorrendo a concessão do provimento pleiteado. 
Ocorre que, já de uma maneira prévia, o próprio STF afirmou que nas demandas 
previdenciárias essa proibição sempre vai acarretar um prejuízo ao direito de acesso a uma 
justiça efetiva. 
Por exemplo, a Súmula 729/STF afirma algo que já era colocado de maneira pacificada 
pelo supremo. 
SÚMULA 729: A decisão na Ação Direta de Constitucionalidade 4 não se aplica à 
antecipação de tutela em causa de natureza previdenciária.4 
Ponto extremamente controvertido, ainda não pacificado, trata-se do relativo a regra 
geral, que afirma que se a pessoa possui a tutela antecipada a resposta que o ordenamento 
processuallhe dará é que se terá uma responsabilidade objetiva pelo ressarcimento dos 
prejuízos à causa adversária. Porém, no processo previdenciário, quando se está 
antecipando a tutela, o que a pessoa está recebendo são parcelas alimentares recebidas de 
boa-fé. Caso a tutela antecipada não se confirme, ocorrendo a cassação no tribunal da 
tutela, como ficam as parcelas que foram pagas a esses segurados durante esse período? 
 
3 Fim da aula 8.1. 
4 Na ADC nº4, o STF afirma a constitucionalidade da proibição da tutela antecipada contra a Fazenda 
Pública 
Direito Previdenciário 
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Há uma divergência jurisprudencial: 
1) TNU além de várias decisões de TRFs: 
Afirmam que não é possível exigir a repetição de valores pagos a título de tutela 
antecipada nas causas previdenciárias, porque nesse caso haveria parcelas 
alimentares recebidas de boa-fé pela parte que está auferindo o benefício. 
2) STJ (REsp 1.401.560/MT): 
Em demandas previdenciárias, caso tenha obtido a tutela antecipada, é exigida a 
devolução dos valores recebidos se essa tutela for revogada.5 
O STF possui apenas decisões monocráticas relativas à temática, e tendência destas 
decisões é a de que não precisa devolver. Assim entendeu o Min. Luiz Fux, entretanto, não 
houve um debate de maneira definitiva no STF. 
Ademais, o STJ aprofundou enfatizando que além de ter que devolver, assim como 
qualquer outra parcela em que você recebeu benefícios a mais que o devido, aplicar-se-á o 
raciocínio do processo normal e encontrar-se-á uma expressa autorização do legislador para 
repetir valores que foram pagos a mais ao segurado de maneira indevida. 
O artigo 115 da lei 8213/91, afirma o que pode ser descontado de um benefício 
previdenciário, dentre as parcelas que podem ser descontadas de um benefício 
previdenciário estão os valores que foram pagos a mais a titulo de benefício para aquele 
segurado. 
Art.115: Podem ser descontados dos benefícios: 
II - pagamento de benefício além do devido; 
Portanto, para o STJ a forma de se cobrar valores recebidos a mais são: 
i) Desconto no benefício; ou 
ii) Ajuizamento de ação de cobrança pelo INSS: Caso não seja possível descontar 
do benefício, por exemplo, o benefício acabou. Não pode inscrever o 
 
5 Tendo em vista essa divergência o professor ressalva a importância da análise do requerido na questão, se 
está se perguntando o posicionamento de quem. 
 
Direito Previdenciário 
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segurado em dívida ativa, não existindo a cobrança por meio de execução 
fiscal. 
Cobrar-se-á tais valores como uma dívida qualquer. Por exemplo, se um segurado vivo 
que recebeu um benefício indevido, que teve um decréscimo no valor da aposentadoria, 
será descontado – a título de restituição da Fazenda Pública – aqueles valores pagos a mais. 
Entretanto, quando o segurado morreu, seus dependentes receberão pensão por 
morte, os herdeiros responderão a dívida até as forças da herança. Visto que pensão por 
morte não é direito do segurado, é direito do dependente, não é possível descontar dele o 
que o segurado recebeu em vida a mais. Além do mais, pensão por morte não é herança. 
 
3. Prova 
Em relação à questão probatória em geral no processo previdenciário, em especial 
quanto aos juizados federais especiais, precisam-se destacar alguns pontos relevantes. 
Assim como no direito do trabalho, há o princípio da primazia da realidade. O 
objetivo maior é a busca da “verdade real” e não da mera presunção. 
Para, além disso, encontra-se parcela da doutrina, pouco desenvolvida no âmbito 
jurisprudencial, principalmente a partir do autor José Antônio Savares, que se trabalha na 
linha do princípio da precaução. 
De acordo com o princípio da precaução, havendo aqui uma possibilidade real de se 
estar diante de um risco social, precisa-se agir de modo atento à ideia de precaução. Por 
exemplo, morre um segurado que deixa um filho de 10 anos que depende da pensão por 
morte para sobreviver e surja a dúvida acerca da qualidade de segurado do de cujus. De 
acordo com o princípio da precaução, analisar-se-ia que o indeferimento desse benefício 
provocaria um risco social e muito possivelmente lançaria essa criança em uma situação de 
carência do mínimo existencial, havendo essa dúvida razoável, deverá demandar 
providencias para que seja prevenida a materialização de uma injustiça social extrema. 
Não haverá a supremacia do interesse público de forma isolada, sendo este 
fundamental e importante no processo. Haverá também a ideia do princípio da precaução, 
tentando evitar que a pessoa vivencie um risco social, providenciando que ela tenha direito 
àquela proteção. 
Direito Previdenciário 
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Como elemento direcionador do direito previdenciário, há algumas decisões 
acolhendo um posicionamento doutrinário – não pacificado - que acolhe a ideia do princípio 
da não preclusão no processo previdenciário. 
Imagine que o sujeito passa 35 anos trabalhando contribuindo e recolhendo as 
contribuições. Quando, finalmente, depois desse prazo, vai requerer seus benefícios, 
percebe que foram jogados fora os comprovantes de recolhimento, não conseguindo provar 
e ocorrendo a coisa julgada desfavorável à concessão de benefício. Depois de mais de 2 
anos, ao arrumar a casa descobriu onde estavam os comprovantes necessários para que 
requeresse o benefício. Portanto, indaga-se, ele perdeu pra sempre o direito de receber sua 
aposentadoria por tempo de contribuição? 
De acordo com o princípio da não preclusão a pessoa não tem direito de ajuizar várias 
ações para conseguir diferentes opiniões dos juízes, mas a coisa julgada no direito 
previdenciário, será formada “secundum” a prova dos autos, secundum eventum 
probationIs, caso sejam apresentados novos elementos probatórios, poderá ajuizar uma 
nova ação, não se pode simplesmente renovar o pedido com base nos mesmos elementos, 
porém se tem o direito de formular um novo pedido com base em novos elementos. 
TRF1 – AC 619694520134019199: E M E N T A 
PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA. 
INEXISTÊNCIA DE PROVA DA QUALIDADE DE SEGURADO. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA 
MATERIAL. PROVA INIDÔNEA. IMPOSSIBILIDADE DE DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO COM 
BASE UNICAMENTE NA PROVA TESTEMUNHAL. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. SENTENÇA 
REFORMADA. 
1. Tratando-se de condenação ilíquida, inaplicável a regra do § 2º do art. 475 do CPC. 
2. O TRF da 1ª Região firmou entendimento no sentido de que é desnecessária a prévia 
postulação administrativa para o manejo de ação judicial na qual se busca concessão de 
benefício previdenciário. Precedentes. 
3. Inexistência de violação ao princípio da separação de poderes quando o Poder 
Judiciário aprecia o pedido que lhe é diretamente formulado. 
4. Não se prestam como necessário início razoável de prova material do labor rural 
documentos confeccionados em momento próximoao ajuizamento da ação ou ao 
implemento do requisito etário. 
5. Não é admissível o reconhecimento de tempo de exercício de atividade rural em prova 
exclusivamente testemunhal. 
6. Considerado o caráter social que permeia o Direito Previdenciário, a coisa julgada 
opera efeitos secundum eventum litis ou secundum eventum probationis, permitindo a 
renovação do pedido, ante novas circunstâncias ou novas provas. Precedentes. 
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7. Apelação do INSS desprovida. Remessa oficial, tida por interposta, provida. Recurso 
adesivo da autora prejudicado. 
Além do TRF, há precedentes da TNU que enveredam para o mesmo entendimento. 
 
4. Honorários Advocatícios 
Há um movimento atual da OAB tentando alterar a súmula 111 do STJ. 
Súmula 111: Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre 
as prestações vencidas após a sentença. 
Logo as prestações que incidem após a sentença não irão integrar a base de cálculo 
dos honorários advocatícios. 
Fora feito pensando em uma conduta comum em alguns casos que advogados 
atrasavam a prestação jurisdicional deixando de pedir tutela antecipada, com a ideia de se 
aumentar o “bolo” (valor a ser ressarcido), com o intuído de repartir depois esse “bolo 
maior”. 
Claramente, a súmula trata de honorários sucumbenciais, não se aplicando aos 
honorários contratuais, pois estes estão no campo de livre negociação. Entretanto, sem que 
haja abusos, portanto, os honorários contratuais, de acordo com a jurisprudência do STJ, já 
seriam abusivos quando acima de 30% dos atrasados.6 
Como autorizado pelo Estatuto do OAB, trabalhar-se-á com a possibilidade de 
destaque dos honorários advocatícios na hora da requisição de RPV (Requisição de Pequeno 
Valor) e de Precatórios. A execução da obrigação de pagar contra o INSS ocorre pela 
requisição de pequeno valor, nas execuções de até 60 salários-mínimos, o que excede disto 
por precatórios. 
Tem-se a expedição destacada de RPV ou de um precatório para os honorários 
advocatícios, não apenas os sucumbenciais, mas também os contratuais. Os sucumbenciais 
necessariamente será um RPV/precatório específico ao advogado, mas nos honorários 
contratuais da mesma forma se trabalhará com o advogado apresentando o contrato de 
honorários o juiz expedirá 3 RPVs/precatórios, um com relação a parcela principal, 
descontando os honorários contratuais, outro especifico para os honorários contratuais e 
outro específico para os honorários sucumbenciais. 
 
6 Limite da razoabilidade dos honorários contratuais 
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Algo concedido tranquilamente pelo judiciário, embasado pelo estatuto da OAB e que 
assegura o advogado contra possíveis calotes. 
 
5. Perícias 
No Juizado Especial Federal pode-se ter perícia? Em destaque o JEF, que foram 
criados pela Lei 10.259/01, por nele ocorrerem a maior parte das demandas previdenciárias, 
sendo o fator que fixa a competência dos Juizados Especiais Federais, o valor da causa. 
Diferentemente nos Juizados Especiais Estaduais, previstos na Lei 9.099/95, em que o 
fator que fixa sua competência é a complexidade da causa e dentre as causas de pequenas 
complexidades estão as de pequeno valor. 
Nesse caso, no Juizado Estadual, se há uma causa de pequeno valor com dilação 
probatória complexa, com perícia, ela sai da competência dos Juizados. Já nos Juizados 
Federais, isso não ocorre, porque o que define sua competência não é a complexidade, mas 
o valor da causa. Não havendo o afastamento da competência nos Juizados Especiais 
Federais por causa da complexidade da causa, possibilitando nas suas causas a produção de 
perícia, sem o afastamento da competência desta dos juizados, podendo, por exemplo, 
produzir perícia do local de trabalho ou grafotécnica. 
A Lei 10.259/01 afasta a competência do Juizado Federal quando se estiver 
impugnando um ato administrativo, mas abre exceção para as que envolvem direito 
previdenciário. Logo, em ações previdenciárias de até 60 salários mínimos, a competência é 
dos Juizados Especiais Federais. 
Outro ponto importante é que, nos Juizados Especiais Federais, a competência nas 
causas de até 60 salários mínimos é absoluta dos Juizados, diferente do que ocorre na 
Justiça Estadual, em que a parte tendo uma causa de pequena complexagem pode escolher 
ir para o procedimento comum em uma vara cível ou para o Juizado Especial Cível (JEC). Na 
Justiça Federal não há tal liberdade. 
Logo, nas cidades onde houver Juizado Especial Federal, a competência para ajuizar 
essas demandas é absoluta, não podendo ir para a vara federal ao invés de ir para os 
Juizados. 
Contra as decisões dos Juizados Especiais Federais cabe recurso para Turma Recursal, 
cabendo a essa apreciação de recursos que envolvam tanto matéria fática quanto matéria 
de direito. 
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Quando houver divergência de Turmas Recursais de uma mesma região, pode-se 
propor o incidente para a Turma Regional de Uniformização e quando houver controvérsia 
de matéria de direito de Turmas de regiões distintas, você pode propor o incidente para a 
Turma Nacional de Uniformização. Após a TNU, se tem o caminho do STJ, quando a posição 
da TNU contrariar o entendimento do STJ. Portanto, não se trata de Recurso Especial, já que 
não existem Tribunais nas Turmas Recursais, não há uma relação de hierarquia, os juízes das 
Turmas Recursais não são juízes que são promovidos a escala recursal, tratam-se de órgãos 
que integram a administração formados por juízes de primeiro grau. 
Logo, não se recorrerá da decisão da TNU para o STJ, via REsp, mas via incidente, 
adequando o entendimento da TNU ao do STJ. 
A Turma Nacional de Uniformização (TNU) é formada por juízes das 5 (cinco) regiões 
do país e presidida pelo Ministro Corregedor da Justiça Federal. 
Finalizando nas questões processuais, ainda quanto às perícias, a imensa maioria está 
vinculada à área médica para benefícios por incapacidade. Prevalece o entendimento na 
jurisprudência de que a perícia não precisa necessariamente realizada pelo médico 
especializado naquela área, pois quando se trabalha com perícia, não se busca a cura da 
doença ou seu melhor tratamento, mas sim se a pessoa pode ou não trabalhar. É claro que 
em alguns casos, há decisões afirmando que em determinadas situações é necessário um 
especialista, notadamente quando se tem questões mais pontuais, por exemplo, quando um 
ortopedista faz um exame oftalmológico. 
Tanto é que aqueles com formação na área clínica ou da medicina do trabalho são os 
mais recomendados para a aplicação das perícias, pois podem identificar com mais 
facilidade a possibilidade de a pessoa trabalhar ou não. 
Portanto, uma impugnação ao laudo pericial pautada exclusivamente na 
especialidade do médico, segundo a jurisprudência, não tem fundamento, a não ser que haja 
uma situação especifica que indique uma falha na realizaçãodaquela perícia pelo 
especialista que a realizou. 
Figurante nas regras finais do direito previdenciário, na parte final da lei 8213/91. 
Habilitação de sucessores ao benefício previdenciário não se trata de habilitação da 
pensão por morte, mas sim da relação das pessoas que receberão valores que deveriam ter 
sido recebidos em vida pelo segurado. 
O que se faz com esses atrasados de um benefício que era para ter sido pago em vida, 
mas não foram? 
Direito Previdenciário 
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O direito previdenciário tem uma regra especial de sucessão. O artigo 112 da lei 
8213/91 alega que as parcelas não recebidas em vida pelo segurado serão recebidas pelos 
dependentes habilitados à pensão por morte. 
Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus dependentes 
habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei 
civil, independentemente de inventário ou arrolamento. 
Pode ocorrer a seguinte situação, o segurado morre deixando um filho com 25 anos e 
outro com 20 anos, este está recebendo pensão por morte e aquele, em razão da idade não 
está recebendo o mesmo benefício. Tal segurado quando morreu possuía processo judicial 
ou parcelas administrativas pendentes de pagamento, por exemplo, 10 meses de benefício a 
serem pagos pelo INSS, que, agora deverão será aos dependentes habilitados à pensão por 
morte, independente de inventário ou arrolamento. 
Gerando também reflexos processuais, pois, quando o segurado morre, a parte (os 
herdeiros) precisará se habilitar no processo e o juiz deferirá a habilitação daqueles 
dependentes que se habilitarem à pensão por morte. 
Se eventualmente não houver qualquer pessoa habilitada por pensão por morte, 
nesse caso, habilitar-se-ão os sucessores na forma da lei civil. O próprio INSS 
administrativamente, se não houver processo judicial, pagará na forma da lei civil, 
independentemente de inventário ou arrolamento. Significando que não é o caso no direito 
previdenciário de se pagar o benefício ao espólio, não se habilitará no processo judicial o 
espólio do segurado, mas os dependentes do segurado, ou os sucessores na forma da lei 
civil, independentemente de arrolamento ou inventário. 
Notem que a regra relatada acima é em relação à morte do segurado e não do 
dependente que recebe o benefício. 
6. Prescrição e Decadência 
Art.103 (prazos contra o segurado) e 103-A (prazos contra a administração pública) da 
lei 8.213/91. 
 
6.1 Prazos contra a Administração Pública 
De acordo com o artigo 103-A, o INSS tem 10 anos para rever os seus atos, tratando-
se caso diferente da regra geral do direito administrativo em que se tem o prazo de 5 (cinco) 
anos. Tal prazo é cabível apenas quando possa causar prejuízo a alguém, caso contrário não 
há prazo. 
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Art. 103-A. O direito da Previdência Social de anular os atos administrativos de que 
decorram efeitos favoráveis para os seus beneficiários decai em dez anos, contados da 
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. (Incluído pela Lei nº 
10.839, de 2004) 
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo decadencial contar-se-á da 
percepção do primeiro pagamento. (Incluído pela Lei nº 10.839, de 2004) 
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade 
administrativa que importe impugnação à validade do ato. (Incluído pela Lei nº 
10.839, de 2004) 
Por exemplo, o INSS concedeu um benefício e depois concluiu que não deveria ter 
concedido, tendo 10 (dez) anos para efetuar seu cancelamento. 
Havendo má-fé não há prazo. Por exemplo, o sujeito simulou o tempo de contribuição 
para conseguir a aposentadoria e já a está recebendo há 20 anos. Nesse caso, o INSS pode 
rever esse ato de concessão e também pode cobrar os valores pagos indevidamente. 
Apesar de não ter prazo, em caso de má-fé, deve-se obedecer ao devido processo 
legal administrativo, o qual encontra-se previsto no artigo 11 da lei 10666/03: 
Artigo 11 O Ministério da Previdência Social e o INSS manterão programa permanente 
de revisão da concessão e da manutenção dos benefícios da Previdência Social, a fim de 
apurar irregularidades e falhas existentes. 
§ 1o Havendo indício de irregularidade na concessão ou na manutenção de benefício, a 
Previdência Social notificará o beneficiário para apresentar defesa, provas ou 
documentos de que dispuser, no prazo de dez dias. 
§ 2o A notificação a que se refere o § 1o far-se-á por via postal com aviso de recebimento 
e, não comparecendo o beneficiário nem apresentando defesa, será suspenso o 
benefício, com notificação ao beneficiário. 
§ 3o Decorrido o prazo concedido pela notificação postal, sem que tenha havido 
resposta, ou caso seja considerada pela Previdência Social como insuficiente ou 
improcedente a defesa apresentada, o benefício será cancelado, dando-se conhecimento 
da decisão ao beneficiário. 
Deixa claro que parecia evidente, mas o INSS não pensava assim. 
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Na década de 90, numa “caça as bruxas”7 de fraude previdenciária, o INSS 
desconfiava da existência de regularidade e suspendia o beneficio, seguindo o pensamento 
de que é difícil demais chamar o segurado para apresentar defesa. Logo, ao suspender o 
benefício, este iria mais facilmente à administração, visto que suspensão é algo provisório, 
cautelar. 
Hoje, não se pode cessar o benefício, sequer suspendê-lo, sem dar a oportunidade de 
manifestação prévia ao segurado. Ou seja, havendo indícios de irregularidade, o INSS deve 
intimar o segurado para que se manifeste sobre esses indícios e depois decidir se vai ou não 
suspender o benefício. Sendo suspenso, o procedimento segue, para eventual produção de 
prova, para eventuais recursos administrativos. 
Não se pode haver um contraditório postergado, mas sim contraditório prévio, sendo 
tranquilo na Jurisprudência que a inexistência desse contraditório é impugnável via 
Mandado de Segurança ou Ação Ordinária no Juizado Especial Federal e dá ensejo ao 
restabelecimento do benefício, o que não impede que o procedimento administrativo 
continue, pois o que se impugna é o vício formal do procedimento e não o mérito. 
 
6.2 Prazos contra o segurado 
Art. 103. É de dez anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do 
segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do 
dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o 
caso, do dia em que tomar conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito 
administrativo (Redação dada pela Lei nº 10.839, de 2004) 
 Parágrafo único. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido 
pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições 
ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo o direito dos menores, incapazes e 
ausentes, na forma doCódigo Civil. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) 
Reparem que o artigo 103 traz dois prazos distintos, no caput temos um prazo 
decadencial de 10 anos para revisão do ato de concessão do benefício. 
Por exemplo, se o segurado teve o benefício concedido, mas o INSS errou na conta do 
benefício ou deixou de considerar um tempo de contribuição, no qual o segurado acreditava 
ser cabível, há, portanto, 10 anos para impugnar esse ato administrativo de concessão de 
 
7 Acabou dando mais prejuízo do que efetividade. 
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benefício, se encontrar nele algum vício algum erro. Não se trata do prazo para que se possa 
exercer o direito ao benefício, posto que o direito ao benefício não está submetido a 
qualquer prazo, seja decadencial seja prescricional, podendo exercê-lo a qualquer tempo. 
O prazo de 10 anos para impugnar começa a contar a partir do momento em que o 
impugnante possa saber que o benefício foi concedido com erro, a partir do momento que 
se recebe o benefício pela primeira. Logo, a contagem do prazo inicia após o dia primeiro do 
mês seguinte ao do recebimento da primeira prestação, por exemplo, começando a receber 
o benefício no dia 15 abril, no dia 1º de maio iniciará a contagem do prazo, a não ser que se 
tenha requerido uma revisão administrativamente, iniciando a contagem do prazo a partir 
da ciência da decisão administrativa que indeferiu o seu pedido de revisão. 
Em relação a esse prazo temos os seguintes pontos fundamentais: 
1º) Para que se aplica esse prazo? 
A Turma Nacional de Unificação, em entendimento já superado, afirmava que esse 
prazo de 10 anos do artigo 103 se aplicava não apenas para impugnar atos de concessão de 
benefícios, como também de indeferimento de benefícios, sendo esta uma ampliação 
interpretativa do artigo 103. 
Entretanto, o atual posicionamento da TNU mudou, afirmando que esse prazo não se 
aplica para os casos de indeferimento de benefício e também não se aplica para os casos 
cuja matéria não foi levada ao conhecimento do INSS. 
A ideia é que esse prazo não é um relacionado ao benefício, mas sim para impugnar o 
ato administrativo. Se este ato que concedeu o benefício não apreciou determinada matéria 
porque não foi levada a conhecimento do INSS, não se tem um prazo para impugnar esse 
ato, porque não tem a manifestação do INSS a respeito dele. Parte-se da ideia de que o 
direito ao benefício não está submetido a prazo, podendo a qualquer momento ser obtido, 
inclusive com o valor maior do que lhe foi concedido, mas o que se tem prazo é para 
impugnar o ato da administração que concedeu o benefício e não o direito em si. 
Imagine agora que se possa ter requerido a aposentadoria, mas o segurado 
trabalhava em uma empresa que não assinava a sua carteira, tendo que ajuizar uma relação 
trabalhista para reconhecimento do vínculo trabalhista e agora se tem uma sentença que 
reconhece o vínculo e manda assinar a carteira. O fato constitutivo do seu direito, que é o 
reconhecimento do vínculo, surgiu nesse momento, os prazos aqui surgirão, a partir desse 
momento em que se tem a decisão na justiça do trabalho transitada em julgado, 
reconhecendo o vínculo, acontecendo que se deseja pedir a inclusão de novos pedidos de 
Direito Previdenciário 
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contribuição no calculo do seu benefício, conta-se esse prazo a partir do transito em julgado 
da decisão trabalhista. 
2º) Como iremos aplicar o prazo do artigo 103 para os benefícios prévios a 1997? 
Nem sempre existiu esse prazo de 10 anos para a revisão da concessão de benefício. 
Tal prazo foi criado em 1997 e estabelecido em 10 anos. Depois, em 1998, definiu-se 
que seriam 5 anos e, em 2003, voltou a ser um prazo de 10 anos. 
Para os benefícios concedidos de 1997 para frente não há problemas, visto que 
aplicaremos o artigo 103 normalmente. O problema está quando se tiver um benefício 
concedido antes de 1997, pois, quando não havia prazo, o segurado podia recorrer a 
qualquer momento. 
Há duas correntes: 
(i) Corrente do STJ (original): Tal prazo decadencial, por ser matéria não de direito 
processual, mas material, não tem aplicação imediata, aplicando-se o principio 
tempus regit actum, aplicando a lei que regia o prazo decadencial na época que 
concedia o benefício e como antes de 1997 não havia prazo decadencial, podia ser 
pedido a qualquer tempo a revisão dos benefícios. 
(ii) Corrente do STF (RE 626489) : 
EMENTA: DIREITO PREVIDENCIÁRIO. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS). 
REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO. DECADÊNCIA. 1. O direito à 
previdência social constitui direito fundamental e, uma vez implementados os 
pressupostos de sua aquisição, não deve ser afetado pelo decurso do tempo. Como 
consequência, inexiste prazo decadencial para a concessão inicial do benefício 
previdenciário. 2. É legítima, todavia, a instituição de prazo decadencial de dez anos 
para a revisão de benefício já concedido, com fundamento no princípio da segurança 
jurídica, no interesse em evitar a eternização dos litígios e na busca de equilíbrio 
financeiro e atuarial para o sistema previdenciário. 3. O prazo decadencial de dez 
anos, instituído pela Medida Provisória 1.523, de 28.06.1997, tem como termo inicial 
o dia 1º de agosto de 1997, por força de disposição nela expressamente prevista. Tal 
regra incide, inclusive, sobre benefícios concedidos anteriormente, sem que isso 
importe em retroatividade vedada pela Constituição. 4. Inexiste direito adquirido a 
regime jurídico não sujeito a decadência. 
O Supremo afirmou que esses prazos não podem ter eficácia retroativa 
alcançando benefícios antigos desde a sua concessão, mas devem ter aplicação 
Direito Previdenciário 
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imediata, logo aos benefícios antes de 1997, começa-se a contar o prazo 
decadencial a partir da lei (Medida Provisória 1.523). 
 
7. Benefícios do RPPS 
A previdência do servidor público envolve uma disciplina híbrida, estando influenciada 
e informada por princípios do direito administrativo e do direito previdenciário. 
O ponto inicial a se esclarecer é que esses regimes próprios de servidores públicos 
estão baseados/focados no artigo 40 da Constituição Federal, enquanto o regime geral está 
no artigo 201 da CRFB/88. 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de 
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente 
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão 
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos§§ 
3º e 17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou 
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 
(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei 
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) 
III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício 
no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, 
observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco 
anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com 
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
Direito Previdenciário 
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§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não 
poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a 
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão 
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor 
aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da 
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos 
termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou 
a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, 
em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente 
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino 
fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma 
desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do 
regime de previdência previsto neste artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 15/12/98) 
§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será 
igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado 
à data do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o 
falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela 
excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
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§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito 
de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de 
disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de 
contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, 
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem 
como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência 
social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com 
remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão 
declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos 
titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para 
o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 
15/12/98) 
§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de 
livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego 
público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam 
regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de 
cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem 
concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de 
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus 
parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência 
complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos 
de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá 
ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação 
do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
Direito Previdenciário 
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§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto 
no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas 
pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os 
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual 
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para 
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em 
atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição 
previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no 
§ 1º, II. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para 
os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do 
respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, 
X. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de 
proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 
201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença 
incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio 
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
O artigo 40 começa identificando quem são os beneficiários dos regimes próprios8, os 
quais são voltados aos servidores titulares de cargo efetivo. 
Se há um servidor que trabalha em um Município que não criou regime próprio, esse 
servidor será regido pelo Regime Geral de Previdência. 
Além dos servidores com cargo efetivo, entrará também o servidor de cargo vitalício, 
por exemplo, juízes federais. 
 
8 Pois cada unidade da federação tem ou pode ter um regime próprio da previdência par aos seus 
servidores. Todos os Estados membros do Brasil, já possuem regime próprio, mas nem todos o Municípios 
possuem regime próprio para os seus servidores. 
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A previdência do servidor publico era desenhada sobre um modelo que era menos 
previdenciário e mais premial, sendo considerada não uma retribuição as contribuições 
feitas pelo servidor, mas um prêmio pelas prestações de serviços ao Estado, o que existe 
desde a origem do país, quando os servidores da coroa recebiam prestações como uma 
premiação/bônus por terem prestado serviço ao estado. Por isso, até pouco tempo a 
previdência do servidor público não era contributiva, era premial. 
Apenas com a Emenda Constitucional 3 de 1993, é que passamos a ter a 
obrigatoriedade dos servidores públicos contribuírem para o regime próprio de previdência. 
Havia contribuições mínimas que não iriam especificamente à previdência. Aos poucos, tal 
mudança de entendimento foi sendo implantada, com a EC 20/98, por exemplo e sendo 
firmada com a EC 41/2003, que estabeleceu o regime unificado a todo país, pondo fim aos 
regimes premiais. 
O artigo 149 da Constituição agora obriga que os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios estabeleçam uma previdência contributiva, voltada para os servidores que 
ocupam cargo efetivo. 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção 
no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como 
instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, 
III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às 
contribuições a que alude o dispositivo. 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de 
previdência e assistência social. (Parágrafo Renumerado pela Emenda Constitucional nº 
33, de 2001) 
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de 
seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que 
trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares 
de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 
19.12.2003) 
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata 
o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
Cuidado! É comum afirmarmos – com descuido – que o regime próprio de previdência 
de servidores públicos é voltado para os estatutários, enquanto para os celetistas, cabe o 
regime geral de previdência social. Estando errada esta informação! 
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Reparem que quem tem cargo efetivo vai para o regime próprio, mas tem outros 
servidores que tem cargo, não tem emprego, mas é um cargo que não é efetivo, indo para o 
regime geral. O servidor que ocupa exclusivamente cargo em comissão de livre nomeação ou 
exoneração, tendo cargo público, não tendo emprego, sendo celetista e não estatutário, 
estando fora do regime próprio, vai para o regime geral de previdência social. 
O artigo 40, §13 relata exatamente que isso se encaixa ao ocupante de cargo em 
comissão, ao empregado público e ao servidor temporário. 
Art. 40. § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado 
em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de 
emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 15/12/98) 
O Regime Próprio possui um conteúdo mínimo, havendo benefícios previsto no artigo 
40 da CRFB/88, por exemplo, as aposentadorias e a pensão. Haveria um limite máximo, em 
termos de espécies de benefícios que podem ser fornecidos nos regimes próprios que 
podem ser concedidos? Existe. 
A previdência do servidor público obedecerá às regras gerais trazidas por uma lei 
nacional. Então, a competência para legislar sobre servidor público é concorrente, a União 
estabelece as regras gerais e os Estados e Municípios criando as regras específicas, seguindo 
as regras gerais. 
Dentro das regras gerais, trazidas pela Lei 9717/98, há a ideia de que o regime geral é 
o limite do regime próprio, tirando os benefícios trazidos pelo artigo 40 da CRFB/88. O 
Regime Próprio não poderá ter um benefício que não esteja previsto no Geral. 
Art. 5º Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados

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