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Anotações sobre bens públicos

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BENS PÚBLICOS 
Bem público: bem titularizado por pessoa jurídica de direito público interno (Art. 98, CC).
Bem de uso comum do povo e bem de uso especial são bens que estão afetados. Bens dominicais não estão. Só os bens públicos afetados são inalienáveis.
Como o bem público pode ser alienado? Art. 17, Lei 8.666/1993 versa sobre a alienação de bem público. Destaque-se o inc. I que trata da alienação de bem imóvel. Exige-se motivação/interesse público, avaliação prévia, autorização legislativa (para administração direta, autárquica e fundacional) e licitação na modalidade concorrência (salvo nos casos do art. 19, que pode também ser por leilão). Os bens de empresa pública e sociedade de economia mista obedecem a tais requisitos (exceto a da autorização legislativa), quando não se relacionarem com a atividade econômica que porventura desempenhada.
Atenção para os casos mais recentes de licitação dispensada do art. 17. Nas alíneas f a i lembrar que há cláusula resolutiva para o caso do beneficiário vender o imóvel antes do prazo determinado, preservando-se o interesse público contemplado pela legislação nesses casos.
Os bens públicos não podem ser usucapidos, pois são imprescritíveis. Nem mesmo os bens públicos dominicais podem ser adquiridos por usucapião, havendo inclusive súmula nesse sentido (súmula 340, STF).
Existe usucapião NO bem público? Sim, no caso de disputa entre particulares pelo domínio útil (posse de bem submetido à enfiteuse). A propriedade do bem segue do poder público. Súmula 17 do TRF5.
Sobre a impenhorabilidade do bem público (art. 100, CF), refira-se ao regime de precatório. Estatal não está contemplada pelo art. 100, CF, logo, não se submete ao regime de precatório, nem mesmo se prestar serviço público. Porém os bens afetados ao serviço público não podem ser penhorados. Exceção: ECT e metrô de SP, por decisão judicial, fazem jus ao regime de precatório.
Não onerosidade significa que o bem público não pode ser usado como garantia (art. 1.420, CC). Como só pode ser onerado bem que puder ser alienado, os bens dominicais podem ser onerados.
Uso de bem público por particulares pode se dar por ato ou contrato administrativo. Via ato administrativo, em regra, por permissão ou autorização. Não é obrigatório realizar prévia licitação. Via contrato, por concessão, concessão de direito real de uso ou aforamento, mediante licitação, salvo quando a lei dispuser de outra forma. A concessão de uso, embora mais usada que a concessão de direito real de uso (art. 7º, decreto-lei 271/1967), não possui regramento específica, devendo se orientar pela Lei 8.666.
Permissão de uso condicionada ou qualificada: concessão disfarçada para burlar a licitação. Tem características de contrato administrativo, com prazo determinado� e obrigações recíprocas, mas, por lei, não demanda licitação. A doutrina critica, dizendo que deve haver licitação. 
Aforamento ou enfiteuse: a União pode celebrar enfiteuse, mesmo após o Código Civil de 2002, pois as suas enfiteuses nunca foram regradas pelo Código Civil. Para a União, existe o Decreto 9.760/1946.
	
	Inalienabilidade
	Não-onerabilidade
	Impenhorabilidade
	Imprescritibilidade
	Bem de uso comum do povo
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	Bem de uso especial
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	Bem dominical
	
	
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	Bem de estatal afetado
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	Bem de estatal não afetado
	
	
	
	
� Exceção: concessão de direito real de uso.

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