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Elemento químico Rádio


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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO
UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA
Disciplina: Divulgação Científica
Aluna: Geisse Elike Pereira Amorim
A FANTÁSTICA HISTÓRIA DO ELEMENTO RÁDIO E SEUS “MILAGRES” MEDICIANAIS
O rádio!! O maravilhoso rádio (será?)! Não aquele que você escuta as músicas de Pablo Vittar, esse não, aquele elemento verde que tem um brilho fascinante mesmo que todas as luzes estejam apagadas, o mesmo elemento que fez os olhos do casal Curie brilharem maravilhosamente juntamente com ele. Eles mesmos nomearam o elemento que vem do latim raio, porque aquele era diferente, ele tinha uma cor mais viva, parecia mais radiotivo que qualquer outro elemento. Este elemento chamou tanto, mas tanto, a atenção destes cientistas que eles trabalharam 3 anos para isolar apenas 90g de rádio a partir de uma tonelada de resíduos das minas de urânio. Imagina só, quanto trabalho! Mas ter em mãos o resultado final valeu todo esforço. 
O cristal, que brilhava no escuro, tinha radioatividade 2.000 vezes maior que a do urânio que já é muito alta. Isso resultou o segunto prêmio nobel de Marie Curie (de Química) pela descoberta do rádio e do polônio, por isolar o rádio metálico e por estudar seus compostos. Foi a primeira pessoa a receber dois prêmios Nobel (o primeiro foi de Física, em 1903, em conjunto com seu marido e Antoine-Henry Becquerel (1852-1908), pela descoberta da radioatividade). E foi por causa da sua descoberta e estudos sobre o Rádio, que Rutherford percebeu que o modelo atômico vigente na época não era suficiente para explicar as observações feitas nos experimentos de espalhamento daquelas partículas, portanto, desenvolveu o seu próprio modelo atômico, que foi posteriormente utilizado por Niels Bohr e é o mais atualizado e aceito até hoje.
Imaginem a agitação de toda a sociedade quando Frederick Soddy, afirmou que a energia liberada na desintegração do rádio era quase um milhão de vezes maior do que aquela obtida por uma mesma massa de matéria submetida a qualquer uma das transformações já conhecidas. Nossa! Isso levou a uma onda desenfreada de entusiasmo e de esperança acerca desse elemento como a energia do futuro, imaginem: iluminação, aquecimento, combustível de automóvel e indústria produzido com apenas um grama de rádio. 
O rádio ganhou papel dominante na fase inicial da história da radioatividade. Naquela época, surgiu cada ideia.... A indústria oferecia os mais diversos produtos radioativos (contendo rádio adicionado), prometendo ao consumidor a satisfação de haurir proveito da nova maravilha da ciência, principalmente cura de enfermidades. As pessoas buscavam água radioativa, produtos de beleza, artigos médico-farmacêuticos, tônicos e revigorantes eram os itens mais comuns. Claro que assim como hoje, muitos produtos eram fraudulentos e não tinham sequer um mínimo de radioatividade devido ao seu alto valor. O uso do rádio ia desde instrumentos casuais como mostradores de relógio que brilhava no escuro, até a medicina no tratamento de cânceres. Até 1939, cerca de 85% do rádio era empregado na medicina e 10% na produção de produtos luminosos.
É de se esperar que a produção do rádio foi tão grande que estima-se que ele quase se extinguiu do planeta. Para termos uma noção era necessário 7 toneladas de minério de urânio para se extair apenas 1g de rádio, além disso, eram necessários nove meses para cumprir todas as etapas de obtenção do rádio e consumiam-se tipicamente 500 t de produtos químicos, 1.000 t de carvão e 10.000 t de água para esta pequena quantidade. Em 1907 a produção anual era de 1g de rádio, com os avanços da tecnologia e com a operação do Estados Unidos essa produção teve um aumento significativo e a produção anual desse elemento situava-se entre 50 e 120 g nos anos 1920 e 1930. O rádio podia valer mais de 10.000 vezes o preço da platina. Pesquisadores, médicos e empresários investiam no rádio assim como se investe no ouro.
Nesta frenética “Era do rádio”, não haviam muitos estudos sobre o mesmo e os alertas sobre os perigos do rádio não eram páreo para as mirabolantes notas sobre os “milagres” adquiridos com o elemento, particularmente na medicina e na área de beleza. Foi então, que após vários anos depois da primeira manipulação as primeiras irritações cutâneas, queimadoras e cegueiras começaram a aparecer. Muitos faleceram, inclusive Marie Curie de leucemia, possivelmente devido à exposição de fontes radioativas. O metabolismo do rádio assemelha-se ao do cálcio, acumulando-se nos ossos e nos dentes. 
Em 1920, com a realização de congressos sobre radiologia o empirismo sobre a radiologia começou a desaparecer, mas foi em 1930 que o “culto ao rádio” teve seu fim. No entanto, o rádio ainda é utilizado pela medicina na qual é capaz de tratar tumores e serve na calibração de instrumentos metálicos, entre outras utilidades na química e física. 
REFERÊNCIA 
AFONSO, Júlio Carlos. Rádio: Elemento químico. Qnesc, Florionópoles, v. 32, n. 1, p.58-59, fev. 2010.