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metodologia do ensino da lingua portuguesa 4edicao

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Planejamento da aula de Língua 
Portuguesa
 Ao se pensar em planejamento como um instrumento educacional para me-
lhorar e agilizar o processo de democratização do ensino no país, é bom analisar 
o contexto histórico-social do país e da educação. Nesta aula, vamos esclarecer 
esse aspecto do planejamento, como outros de grande importância para o pro-
fessor. 
 
 A importância de planejar o ano, o bimestre e o 
dia letivo
 O objetivo central dessa aula é fazer com que o aluno entenda a importân-
cia de planejar e consiga elaborar um planejamento experimental.
 Concepções de planejamento
 Ao iniciar a reflexão de um assunto, é importante trabalhar sempre o con-
ceito desse assunto da forma mais ampla, uma vez que temos uma dificuldade 
imensa para conceituar as coisas. Durante a história do homem, essa afirmação se 
torna real, uma vez que é possível constatar – não só na Língua Portuguesa, mas 
em todas as línguas –, a quantidade de conceitos diferentes para um mesmo ob-
jeto ou ser.
 Dessa forma, ao iniciar os estudos sobre planejamento escolar, serão vistos 
e analisados alguns conceitos sobre planejamento. É bem verdade que cada autor 
(educador) que for mencionado nesta aula não dará apenas um simples conceito 
de planejamento, mas sim um conceito carregado de ideologia, ideologia essa que 
será preciso também ser entendida no espaço e no tempo histórico.
 Para começar, é necessário saber diferenciar os três tipos de planejamento mais 
conhecidos na educação, a fim de não haver uma confusão conceitual e prática.
 > Planejamento escolar (ou projeto pedagógico da escola)
 Esse tipo de planejamento é feito pelo corpo administrativo da escola, pelo
corpo docente e pelos demais funcionários da escola. Ele tem como objetivo di-
recionar o processo educacional da escola em todas as áreas, a fim de haver uma 
harmonia entre todas as partes que compõem a escola, bem como os seus prin-
cípios filosóficos e metodológicos. Isto é, aquilo que se pretende fazer deve estar 
em sintonia com o que está se fazendo. Esse planejamento é mais amplo do que 
os outros dois que serão vistos a seguir.
 > Planejamento de ensino (ou plano de curso)
 Quando o professor vai iniciar um novo ano, semestre ou bimestre letivo, ele
precisa saber quais os conteúdos, os objetivos, os métodos, técnicas e a forma de
avaliar que serão usados durante a sua prática educativa. Para isso, com o livro-
-texto (didático) ou a apostila em mãos, o professor irá fazer um planejamento, a 
fim de idealizar o percurso que fará com os seus alunos. Em suma, é o planejamen-
to anual, semestral e bimestral, que será preparado antes de se iniciar o período 
letivo.
 > Planejamento de aula (ou plano de aula)
 A partir do planejamento de ensino (anual, semestral e bimestral), o profes-
sor estipula as ações didáticas que irá praticar durante as aulas do dia: o conteúdo
que irá trabalhar naquele dia com determinada turma, o objetivo que seus alunos 
deverão alcançar, os métodos e as técnicas de ensino que irá usar e como será a 
forma de avaliação para aquela aula, naquele dia.
 Agora, fica mais fácil saber de qual ou quais planejamentos se estará falan-
do. Nesta aula, serão abordados apenas o planejamento de ensino e o de aula. O 
planejamento escolar (projeto pedagógico) não será estudado e analisado aqui.
 Quanto às concepções de planejamento de ensino, são várias e diferentes 
entre si. Para ficarem mais didáticos e históricos, os conceitos serão colocados a 
partir dos mais antigos para os mais modernos, a fim de que o aluno perceba as 
mudanças político-pedagógicas que foram incorporadas na educação brasileira 
com o passar do tempo.
 Já na década de 1960, Mattos (1968, p. 140) definia o planejamento de en-
sino como uma etapa de “previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas 
do trabalho escolar que envolvem as atividades docentes e discentes, de modo a
tornar o ensino seguro, econômico e eficiente”.
 Nesse período, a escola funcionava como uma modeladora do comporta-
mento humano, imposta pela sociedade através de técnicas específicas. O profes-
sor precisava, assim, planejar os conteúdos seguindo uma sequência lógica, para 
isto a matéria era dividida em pequenas partes, com o uso do livro didático e de 
outros materiais que auxiliavam na divisão do conteúdo. O melhor método era o 
da transmissão e recepção de informações. A relação entre professor e aluno era
totalmente técnica, uma vez que o professor era o especialista e o transmissor 
de conhecimento, enquanto o aluno era apenas um recipiente de informações e 
reflexões. Mizukami (2001, p. 32) afirma que “o professor, neste processo, é consi-
derado como um planejador e um analista de contingências ou mesmo, como se 
denominou mais recentemente, um engenheiro comportamental”.
 Em seu planejamento, o professor dava ênfase a uma metodologia da pro-
gramação. Isso era possível pela organização dos elementos curriculares, e esta 
mesma estruturação é que dirigia os alunos pelos caminhos que deveriam ser 
percorridos para, assim, alcançarem o objetivo final (o comportamento esperado). 
Além disso, a programação tornava mais fácil o uso da recompensa e da técnica 
utilizada no processo.
 Como se percebe, a definição de planejamento de ensino de Mattos se har-
moniza perfeitamente com o perfil da educação daquela época.
 Veja agora outro conceito, de uma década depois. Cappelletti (1972, p. 10) 
conceituava planejamento de ensino como uma “previsão das situações especí-
ficas do professor com a classe”. Apesar de serem de épocas diferentes, os dois 
conceitos estão inseridos na mesma visão educacional, isto é, na tendência edu-
cacional comportamentalista ou abordagem behaviorista. Em virtude disso, tudo 
que foi dito anteriormente sobre o conceito de Mattos, aplica-se de igual modo ao 
conceito de Cappelletti.
 Uma década depois da definição de Cappelletti, parece que o conceito de 
planejamento ainda continuava o mesmo, pois Turra (et al., 1975, p. 19) dizia que 
planejamento é um “processo de tomada de decisões bem informadas que visam 
à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação ensino-apren-
dizagem, possibilitando melhores resultados e, em consequência, maior produti-
vidade.” Um conceito mais elaborado do que os outros dois, mas com o mesmo 
fundo ideológico dos anteriores, ou seja, a tendência educacional comportamen-
talista.
 Mais uma década avante, Libâneo (1994, p. 221) vai definir planejamento 
como “um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momen-
to de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação”. Ao analisar a primeira 
parte do conceito de Libâneo, pode-se julgar que não houve alteração da ideia 
central sobre planejamento em relação aos demais citados. Contudo, a segunda 
parte traz palavras como “pesquisa e reflexão”, o que mostra uma mudança signi-
ficativa no conceito, na postura e na prática educativa do professor ao fazer um 
planejamento. O que está por trás desse novo conceito? A visão da abordagem 
cognitivista, em que o aluno é visto como um ser crítico e o professor, como um co-
ordenador. Esse professor deve propiciar meios para que a aprendizagem acon-
teça, utilizando-se de situações-problema que gerem investigação por parte do 
aluno.
 A busca de uma educação crítica e conscienciosa leva Libâneo a engajar o 
ato de planejar com o esclarecimento da atual sociedade que o aluno está inserido.
Por isso o autor declara que “o planejamento é uma atividade de reflexão acerca 
de nossas opções e ações; se não pensarmos detidamente sobre o rumo que de-
vemos dar ao nosso trabalho, ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos 
interesses dominantes na sociedade” (LIBÂNEO, 1994, p. 222).
 Chega-se ao século XXI. Padilha (2001, p. 33) assinala que “planejamento de
ensino é o processo de decisão sobre atuação concreta dos professores, no coti-
dianode seu trabalho pedagógico, envolvendo as ações e situações, em constan-
tes interações entre professor e alunos e entre os próprios alunos”. Nota-se que há
uma tendência a exigir do professor uma postura reflexiva e de interação com os
seus pares, principalmente com o aluno. Isso se dá em função da tendência educa-
cional sociocultural, que procura o despertamento do indivíduo para transformar
a situação da sociedade em que vive. Em outras palavras, o aluno é tratado como
um ser reflexivo, crítico e transformador. Já o professor assume a postura de me-
diador desse processo de transição da reflexão para a ação, para, posteriormente,
conduzir o aluno à transformação. A sua relação com o aluno será horizontal, na 
qual, mesmo o professor fazendo a mediação, não é superior ao aluno.
 Em decorrência disso, o planejamento do professor do século XXI jamais 
poderá ser nos moldes das décadas anteriores, uma vez que a visão de formação 
do aluno também é outra, assim como a necessidade da sociedade atual.
 Componentes básicos
 A seguir, citaremos os componentes ideais para um planejamento reflexivo
e atual.
 > Cabeçalho (obrigatório)
 É uma forma de identificação que parece óbvia demais, mas ainda é um
componente indispensável a qualquer planejamento. Os itens de identificação
ficam a critério de cada instituição, que pode e deve estabelecer o padrão que
desejar.
 Como principais itens do cabeçalho, pode-se citar: curso, ano/série, turma,
turno, bimestre.
 > Objetivo(s) geral(is) do bimestre (não-obrigatório)
 Os objetivos gerais podem aparecer ou não no planejamento, uma vez que 
a ideia central desse componente é não ter uma aplicabilidade imediata no pro-
cesso ensino-aprendizagem do aluno. Isto é, o professor projeta o objetivo geral 
para o final do bimestre ou para o final do ano e, dependendo das circunstâncias 
(transferência do professor, do aluno, greve etc.), esse objetivo geral é esquecido. 
Contudo, não é impossível propor-se um objetivo geral e alcançá-lo.
 > Áreas de estudos (não-obrigatório)
 Esse componente pode ser muito útil para quem deseja saber o que está 
trabalhando ou quando foi trabalhado um determinado assunto da LP. Talvez al-
guns estudiosos da área podem interpretar esse componente como uma forma 
de fragmentar o conhecimento da LP. Contudo, para um professor iniciante, é um 
caminho mais didático a ser seguido. Depois, com a experiência educativa, isso 
será automático, intencional e consciente. As áreas mais utilizadas para esse com-
ponente são:
 • Estudos linguísticos (Gramática);
 • Leitura e interpretação;
 • Produção de textos;
 • Paradidáticos.
 > Objetivos específicos (obrigatório)
 Os objetivos específicos são de suma importância para um bom planeja-
mento. São determinantes para o êxito do processo ensino-aprendizagem estipu-
lado pelo professor.
 > Conteúdos/informações (obrigatório)
 Os conteúdos sempre tiveram um lugar de destaque na educação brasileira.
O que deve ser destacado é que, sem esse componente, provavelmente muitos
professores recém-formados não conseguirão trabalhar com as turmas e os mais
antigos não saberão o que fazer. Assim sendo, com nova roupagem ou não, os
conteúdos continuam em destaque.
 > Procedimentos metodológicos (obrigatório)
 É a partir dos procedimentos metodológicos que o professor definirá como
serão alcançado os objetivos (geral e específicos) estipulados por ele. Os méto-
dos, as técnicas e as estratégias têm sido um assunto muito discutido na educação
mundial, uma vez que há determinadas tendências educacionais que apostam ser 
esse componente a solução para a separação existente entre a teoria e a prática.
 > Processo avaliativo (obrigatório)
 Penúltimo componente desse plano-modelo, mas, juntamente com os obje-
tivos específicos, um dos componentes de grande importância de qualquer plane-
jamento. Na educação, a única forma de se saber se o aluno aprendeu um determi-
nado assunto é pelo resultado da avaliação.
 > Número de aulas (não-obrigatório)
 Determinar a quantidade de aulas necessárias para abordar um determina-
do assunto ou trabalho é fundamental para o controle da qualidade e da quanti-
dade de assuntos que serão estudados durante a semana e o bimestre. Apesar de
ser um componente não-obrigatório, ele pode ser muito útil no planejamento.
 Tipologia do planejamento
 O planejamento pode ser feito de duas formas: horizontal ou vertical. Do 
ponto de vista filosófico, esse assunto não é tão relevante assim, entretanto, do 
ponto de vista prático, um pode ser mais útil do que o outro. E isso, na hora da utili-
zação e da aplicação dos mesmos, pode tornar o ato de planejar mais significativo 
para o professor e, assim, uma ação constante na prática educativa do mesmo.
 Como seria um plano de ensino vertical? Veja um modelo simples.
Modelo de plano de ensino vertical.
 Na prática, o que vem a ser um plano de ensino vertical? Como se pode per-
ceber, você analisa, vê, orienta-se, fazendo os seus olhos seguirem o plano de cima 
para baixo (sentido vertical). Isso faz com que a sua análise seja feita parte por par-
te do plano, chegando ao final, parte de baixo, e talvez não conseguindo fazer uma 
análise completa e segura do plano. Contudo, esse é o tipo de plano mais utilizado 
pelas instituições educacionais no Brasil.
 E como seria um modelo do plano de ensino na horizontal? Veja um exem-
plo a seguir.
 Já o plano de ensino horizontal mostra um panorama diferente, possibilita 
uma visão do todo simultaneamente. Isso pode dar uma noção prática do período 
letivo que foi planejado e será executado. Outro ponto positivo a se destacar nes-
se tipo de plano é a possibilidade de se perceber a coerência ou não do que está 
sendo ensinado. É por isso que nesta aula optou-se por esse modelo de plano.
 A importância de planejar
 Até aqui você deve ter percebido a importância de se planejar, uma vez que
isso se faz necessário para que o trabalho possa ter resultados definidos. White 
(2003, p. 233-234) afirma que o professor, “antes de tentar ensinar uma matéria, 
deve ter em seu espírito um plano distinto, e saber o que precisamente deseja 
conseguir.”
Modelo de plano de ensino horizontal.
 Planejamento se faz necessário para tudo o que professor tem como obje-
tivo e que possa se tornar realidade. Alguns assuntos devem ser incluídos, outros
devem ser retirados e, assim, o planejamento se torna prático.
 Deve o mestre, desde o seu planejamento, pensar em como atingir a maior 
quantidade de alunos em sua aula. Não é prudente o professor pensar nos alunos 
que dão mais trabalho ou nos que lhe são mais amáveis. White (2003, p. 285-286) 
lembra que não é aconselhável que os professores tenham “favoritos entre os alu-
nos, nem deem mais atenção aos inteligentes e prontos em aprender as coisas. Os 
que parecem menos promissores, mais necessitam do tato e das palavras bondo-
sas que lhes prenderão o coração ao do mestre”.
 Características de um bom planejamento
 Quando se fala em características, corre-se o risco de querer dar uma re-
ceita pronta do assunto que está em pauta. Mas Piletti (1986, p. 75), ao falar sobre 
planejamento, destacou cinco características de um bom plano de ensino sem dar 
uma receita.
 1. Ser elaborado em função das necessidades e das realidades apresenta-
das pelos alunos.
 2. Ser flexível. Deve dar margem a possíveis reajustamentos sem quebrar 
sua unidade e continuidade.
 3. Ser claro e preciso. Os enunciados devem apresentar indicações bem 
exatas e sugestões bem concretas para o trabalho a ser realizado.
 4. Ser elaborado em íntima correlação com os objetivos visados.
 5. Ser elaborado tendo em vista as condições reais e imediatas de local, tem-
po e recursos disponíveis.
 Como fazer um planejamento anual?
 Para que essa parte da aula tenha um efeito positivo, a explicação precisará 
ser precisa, cautelosa,detalhista e, às vezes, repetitiva. Porém, o objetivo central é 
que você consiga entender bem o processo e o coloque em prática ainda nesta 
aula.
 Começa-se seguindo alguns passos importantes que anteveem o ato de 
confecção do planejamento. Lembre-se que em cada escola o sistema de planeja-
mento difere um do outro. Isso quer dizer que o que será feito nesta aula é apenas
uma simulação de planejamento e de suas principais partes constitutivas.
 Ter em mãos o livro didático
 Você fica sabendo sobre o livro didático ao chegar à escola onde trabalhará. É 
só pedir para a coordenadora pedagógica ou para o diretor de sua escola. Esse livro 
servirá para indicar qual será o conteúdo que você lecionará para as suas turmas.
 Ter o calendário escolar
 Toda escola tem um calendário escolar que é feito com todas as atividades 
pedagógicas da escola. Ele é muito útil para o planejamento, para o professor e para 
a aula, pois é a partir desse calendário que o professor irá calcular a quantidade de 
aulas que dará por semana, por mês, por bimestre, por semestre e por ano. Além 
disso, o calendário dará uma boa noção da quantidade de conteúdo que será minis-
trado a cada dia, semana, mês e bimestre.
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 Ter o planejamento-modelo da escola
 A maioria das escolas possui um plano-modelo de planejamento. Quando o 
professor vai fazer o planejamento, a coordenação pedagógica passa esse plano- 
modelo para ele. É difícil afirmar se será um plano-modelo do tipo vertical ou hori-
zontal, por isso é bom conhecer os dois modelos, a fim de não se complicar na hora 
de fazer o seu planejamento. Os componentes obrigatórios aparecem sempre nos 
dois modelos, mas pode aparecer algum componente diferente. Nesse caso, a coor-
denação deve dar todas as orientações necessárias para a confecção desses com-
ponentes extras.
Modelo de calendário escolar.
 Saber quantas aulas semanais serão dadas para 
cada turma
 Tratando-se da disciplina de Língua Portuguesa no Brasil, o que tem sido pra-
ticado, em relação ao número de aulas por ano/série, é normalmente o seguinte.
 - Ensino Fundamental
 É bom lembrar ao leitor que o curso de Letras capacita o professor a lecionar
para as turmas do 6.º ano em diante, uma vez que o curso de Pedagogia forma
docentes especializados para lecionar para as turmas do 1.º ao 5.º ano. Por isso,
nesta aula, abordaremos a partir do 6.º ano;
 • 6.º ano (5.ª série) – 5 aulas semanais;
 • 7.º ano (6.ª série) – 5 aulas semanais;
 • 8.º ano (7.ª série) – 4 a 5 aulas semanais;
 • 9.º ano (8.ª série) – 4 a 5 aulas semanais.
 - Ensino Médio
 • 1.º ano – 4 a 6 aulas semanais;
 • 2.° ano – 4 a 6 aulas semanais;
 • 3.º ano – 4 a 6 aulas semanais.
 Como se pode ver, há um período bem definido quanto ao número de aulas 
de LP (6.º e 7.º anos), mas há aqueles anos em que o número de aulas não é fixo, de-
pende da escola e da grade curricular aprovada pela Secretaria Regional de Educa-
ção do município. Contudo, quando você fizer o seu planejamento, será necessário 
saber corretamente o número de aulas de cada turma, a fim de calcular quantas au-
las você dará por semana, mês e bimestre. Ao confeccionar o plano de ensino nesta 
aula, você entenderá o porquê desse assunto.
 Montar o planejamento anual ou semestral
 A partir de agora, você precisará redobrar sua atenção ao raciocínio que vem
sendo desenvolvido, a fim de compreender a esquematização que será feita para a 
confecção do plano de ensino anual.
 Imagine que você receba um livro didático com o conteúdo programático de
Língua Portuguesa a ser ministrado ao 6.º ano do Ensino Fundamental de uma de-
terminada escola. O que você deve fazer para montar um plano de ensino anual a 
partir do sumário desse livro didático?
 Em primeiro lugar, você deve se lembrar que o ano escolar brasileiro é dividi-
do da seguinte forma (será usado, como referência, o calendário escolar apresenta-
do nesta aula):
 • 1.º bimestre – 7 de fevereiro a 11 de abril;
 • 2.º bimestre – 12 de abril a 27 de junho;
 • 3.º bimestre – 31 de julho a 30 de setembro;
 • 4.º bimestre – 1.º de outubro a 23 de dezembro.
 Essa noção temporal é muito importante, uma vez que os conteúdos serão 
distribuídos dentro desses quatro bimestres. A seguir, com o livro didático em mãos, 
deve-se, a partir do sumário desse livro-texto, dividir em quatro partes todo o con-
teúdo que ali se apresenta. Não pode-se dizer que essas partes serão divididas em 
tamanhos iguais, porque o tempo de duração de cada bimestre costuma ser dife-
rente um do outro. Para comprovar isso, serão verificadas quantas semanas de aula 
cada bimestre tem no calendário de referência. Veja a seguir o raciocínio:
 • 1.º bimestre – 7 de fevereiro a 11 de abril (9 semanas);
 • 2.º bimestre – 12 de abril a 27 de junho (11 semanas);
 • 3.º bimestre – 31 de julho a 30 de setembro (8 semanas);
 • 4.º bimestre – 1.º de outubro a 23 de dezembro (11 semanas).
 Percebe a diferença de semanas? Isso é frequente nos calendários escolares.
O bimestre que tem mais semanas de aula deve receber mais conteúdo e assim 
sucessivamente. Em seguida, você deve distribuir todo o conteúdo do sumário no 
seguinte plano-modelo.
Exemplo de plano de ensino anual de Língua Portuguesa.
 Perceba que as coisas não são tão simples assim, é necessário que você tenha
uma noção temporal muito aguçada para que essa divisão de conteúdo fique o mais 
próximo da realidade possível.
 Todos os conteúdos que têm como objetivo aprimorar a habilidade de leitura
e interpretação devem ser colocados no plano anual na área de leitura e interpre-
tação, juntamente com as páginas onde se encontram esses conteúdos no livro 
didático. Já os conteúdos de produção de texto, na área de produção de texto; 
os conteúdos de gramática, na área de gramática; e, se houver indicações de livros 
paradidáticos, na área de paradidáticos. Não se pode esquecer de indicar correta-
mente as páginas de cada conteúdo. Se assim for feito, o seu plano anual de ensino 
estará pronto, apesar de haver escolas que exigem outros componentes nesse tipo 
de plano, como objetivos gerais, metodologia, recursos didáticos, avaliação e ativi-
dades de fixação.
 Como fazer um planejamento bimestral
 Para montar esse plano bimestral, é bom você se lembrar da quantidade de 
aulas de Língua Portuguesa que devem ser ministradas em cada semana de cada 
ano/série.
 Por que isso? Porque será preciso harmonizar a quantidade de conteúdo da 
semana com o número de aulas semanais. Há professores que planejam muito con-
teúdo para o pouco número de aulas de que dispõem na semana, como também há 
professores que planejam pouco conteúdo para muitas aulas na semana. No fim, o 
prejuízo é grande para o professor e para o aluno.
 Veja no próximo quadro como fica esse cálculo de semanas e aulas. Para ser 
mais didático, será estipulado o número de quatro aulas de LP por semana.
Exemplo de plano bimestral.
 É preciso chamar-lhe a atenção para o número de aulas por semana em com-
paração com o número de semanas dentro do bimestre. O 1.º bimestre tem nove 
semanas de aulas, conforme o calendário escolar usado nesta aula. Em contraparti-
da, no plano bimestral acima só foram usadas sete semanas (4+4+4+4+4+4+4) das 
nove que constam no calendário escolar. Isso se explica porque é preciso realizar 
pelo menos duas avaliações (provas) por bimestre. Assim sendo, as duas semanas 
que faltam para completar as nove semanas do bimestre no calendário escolarse-
rão usadas para essas avaliações. Uma dessas semanas será usada no meio do bi-
mestre e a outra, no final do bimestre.
 Como fazer um plano de aula
 O plano de aula é o mais específico de todos os planos que já foram apresen-
tados até aqui. Esse é o plano que o professor deverá fazer no início de cada sema-
na para saber o que irá trabalhar em cada aula durante aquela semana. 
 Se durante uma semana, no 6.º ano, por exemplo, o professor de LP tem cinco
aulas, a sugestão é que esse professor divida essas cinco aulas da seguinte forma:
 • duas aulas para leitura e interpretação;
 • duas aulas para produção de texto;
 • uma aula para estudos linguísticos (gramática).
 Dessa forma, o seu plano de aula de uma semana do 1.º bimestre pode ser 
estruturado da seguinte forma:
 Com isso, se encerra essa parte demonstrativa da confecção do plano de en-
sino anual, bimestral e diário.
Texto complementar
 Ensinar bem é... saber planejar
O planejamento deve estar presente em todas as atividades escolares. Improvisos
às vezes acontecem, mas não podem virar regra
 O planejamento é a etapa mais importante do projeto pedagógico, porque 
é nela que as metas são articuladas às estratégias e ambas são ajustadas às pos-
sibilidades reais. Existem três tipos de planejamento escolar: o plano da escola, o 
plano de ensino e o plano de aula. O primeiro traz orientações gerais que vinculam 
os objetivos da escola ao sistema educacional mais amplo. O plano de ensino se di-
Exemplo de plano de aula para uma turma de 6.º ano.
vide em tópicos que definem metas, conteúdos e estratégias metodológicas de um 
período letivo. O plano de aula é a previsão de conteúdo de uma aula ou conjunto 
de aulas.
 O planejamento escolar é um processo de racionalização, organização e co-
ordenação da atividade do professor, que articula o que acontece dentro da escola 
com o contexto em que ela se insere. Trata-se de um processo de reflexão crítica 
a respeito das ações e opções ao alcance do professor. Por isso a ideia de planejar 
precisa estar sempre presente e fazer parte de todas as atividades – senão prevale-
cerão rumos estabelecidos em contextos estranhos à escola e/ou ao professor.
 Para José Cerchi Fusari, da Faculdade de Educação da Universidade de São 
Paulo, não há ensino sem planejamento: “se a escola é o lugar onde por excelência 
se lida com o conhecimento, não podemos agir só com base no improviso”, diz. “En-
sinar requer intencionalidade e sistematização.” O poder de improvisação é sempre 
necessário, mas não pode ser considerado regra.
 Trabalho coletivo
 Planejar é um ato coletivo que envolve a troca de informações entre profes-
sores, direção, coordenadores, funcionários e pais. Isso não quer dizer que o produ-
to final venha a ser um documento complicado. Ao contrário, ele deve ser simples, 
funcional e flexível. 
 E não adianta elaborar o planejamento tendo em mente apenas alunos ideais. 
Avalie o que sua turma já sabe e o que ainda precisa aprender. Só assim você pode-
rá planejar com base em necessidades reais de aprendizagem.
 Esteja aberto para acolher o aluno e suas circunstâncias. E, é claro, para apren-
der com os próprios erros e caminhar junto com a classe.
 Planejar requer:
 • pesquisar sempre;
 • ser criativo na elaboração da aula;
 • estabelecer prioridades e limites;
 • estar aberto para acolher o aluno e sua realidade;
 • ser flexível para replanejar sempre que necessário.
 Leve sempre em conta:
 • as características e necessidades de aprendizagem dos alunos;
 • os objetivos educacionais da escola e seu projeto pedagógico;
 • o conteúdo de cada série;
 • os objetivos e seu compromisso pessoal com o ensino;
 • as condições objetivas de trabalho.
 Com base nisso, defina:
 • o que vai ensinar;
 • como vai ensinar;
 • quando vai ensinar;
 • o que, como e quando avaliar. 
(Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0168/aberto/mt_175950.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2008).
Atividades
 1. Apesar de muitos professores alegarem que o planejamento é um instru-
mento educacional inútil, essa aula procurou mostrar o contrário. Justifique a impor-
tância do planejamento, utilizando frases ou ideias abordadas nesta aula.
 2. Quais são os componentes básicos de um planejamento de ensino anual?
Comparando com o planejamento bimestral, quais as diferenças existentes
entre eles? Por quê?
Trechos do livro Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa 
do Prof.º David Mesquita da Costa 
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