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3 Ancilostomíase (Fábio)

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ANCILOSTOMÍASE 
Prof. Fábio 
Bibliografia: Tratamento de microbiologia médica; LACAZ 
 
Distribuição mundial: 600milhões de portadores de ancilostomíase (2008); no Brasil são 24milhões (1998) 
 
Parasitas: Aproximadamente 1cm; 
Cápsula bucal extremamente proeminente; 
Habitat: intestino delgado (mucosas); 
Taxa de oviposição alta: 5000-20000 ovos por dia; 
Vivem de 1-5 anos. 
 
Infectam o homem: Acylostoma duodenale, Necator americanos, A. braziliense, A. caninum e A. caylanicum 
 
MORFOLOGIA 
Verme adulto: cilíndricos; cutícula resistente (extremamente resistente a alguns compostos antimicrobianos); 
extremidade cefálica recurvada (gancho); fixa na mucosa do duodeno; dimorfismo sexual; fêmea com cauda 
pontiaguda; macho com cauda com bolsa copuladora (prende à fêmea para fecundá-la); fêmea com vulva na porção 
média do corpo; macho possui testículo, canal deferente, cloaca, espículos e bolsa (auxiliares). 
*Macho é sempre menor que a fêmea e possui estruturas diferentes. 
 
Ovos: encontrado nas fezes; massa de células envolvida por uma membrana escura e delicada; ovais com 40-60 
micrometros de diâmetro. 
*Observação do ovo ao microscópio é muito importante na aplicação terapêutica, pois é possível observar (ou não) a 
larva em seu interior, sendo possível determinar a evolução da infecção (tardia ou precoce). 
 
Ancilostomídeos 
- Ancylostoma duodenale e Necator americanos 
- A. brazilense (infecta cães) e A. caninum (infecta cães e gatos) 
- A. caninum parasita de cães: doença humana (larva migrans cutânea) 
- A. ceylanicum (raro no BR) 
 
Ancylostoma duodenale e Necator americanus 
Ambas infectam o intestino delgado humano; 
Diferenças: IMPORTANTES PARA A FIXAÇÃO (cápsula bucal) 
– Ancylostoma duodenale: dois pares de dentes 
– Necator americanus: duas lâminas de bordos cortantes 
Bolsas copuladoras dos machos também são diferentes (mais larga em A. duodenale) 
 
Ancylostoma (grego) significa boca com ganchos e Necator (latim) quer dizer matador, assassino; 
Indivíduos parasitados no mundo por vermes da família Ancylostomatidae: 500 a 700 milhões; 
 No Brasil, estima-se entre 23 e 24 milhões de casos; 
Acredita-se que as infecções pré-colombianas vieram da Ásia (Ancylostoma duodenale) e as posteriores da África 
(Necator americanus), com o tráfico de escravos. 
*Necator: maior índice de óbito que o Ancylostoma 
 
DESENVOLVIMENTO DOS NEMATÓIDES 
 
Larvas: menores e sexualmente 
imaturas; aeróbicas restritas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Habitat 
- Macho e fêmea: mucosa do intestino delgado (duodeno) – 
onde ocorre a fecundação; 
- Prendem-se firmemente à mucosa, sugada para dentro da 
cápsula bucal; 
- Curvatura cefálica: favorece a cópula. 
 
Ciclo biológico 
- Ciclo monoxênico (apenas hospedeiro definitivo); QUESTÃO 
PARA PROVA 
- Fase no solo: larvas; 
- Infecção por duas formas: penetração da larva filarióide na 
pele e mucosa oral (ciclo pulmonar); ingestão oral (sem o 
ciclo pulmonar). 
 
Ciclo pulmonar (ambas espécies) 
Ovos eliminados nas fezes -> meio ambiente -> L1 (24-48h) -> eclodem -> L2 (3 dias) - > larvas filarióides infectantes 
(L3) -> sobrevive no solo até 6 meses - > penetra no hospedeiro através da pele (pé, mucosa bucal ou esofágica) por 
ação mecânica e química (enzimas proteolíticas, aspartil proteases) -> corrente sanguínea -> coração -> pulmão -> 
diferenciação em L4 -> atravessa a membrana alveolar e chega aos brônquios -> faringe - > expelida ou deglutida -> 
intestino delgado -> L5 -> hematofagia -> adultos -> cópula -> eliminação de ovos 
 
Sem ciclo pulmonar 
Larvas L3 + alimentos/água -> intestino delgado -> L4 -> penetram na mucosa (3-4 dias) -> luz intestinal -> L5 -> 
hematofagia -> adultos -> cópula -> eliminação de ovos 
*Hematofagia: gera anemia 
Período pré-patente: ciclo pulmonar (35-60 dias); sem ciclo pulmonar (30 dias) 
 
Ancilostomídeos: não se distingue a 
espécie pela morfologia dos ovos, assim 
como pelas larvas rabditoides ou 
filarióides. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diferenças 
CARACTERÍSTICAS Ancylostoma duodenale Necator americanos 
Cápsula bucal 2 pares de dentes 2 placas cortantes 
Tamanho do adulto 9 – 11 mm 5 – 9 mm 
Longevidade dos adultos 1 a 2 anos 3 a 5 anos 
Perda de sangue/dia 0,15 – 0,26 ml 0,03 ml 
Nº de ovos eliminados/dia 10.000 – 20.000 5.000 – 10.000 
Infecção por oral comprovada sim não 
 
Quadro clínico 
- Anemia ferropriva: magnitude da perda sanguínea; associado ao nº de vermes adultos no intestino do hospedeiro; é 
necessária uma reserva de Fe complementar ao hospedeiro; 
- Crianças: retardo do crescimento decorrente de diarreia e a má absorção crônica; 
- Apresentam estrias de sangue ou sangue digerido nas fezes com frequência; 
- Migração pulmonar de vermes adultos: Doença de Löefler; 
- Sintomas graves: Ancylostoma (100 vermes); Necator (1000 vermes). 
*Diagnóstico por imagem: mais fácil visualizar Necator 
 
Patogenia 
- Agentes determinantes: formas larvárias e vermes adultos; 
- 3 etapas: fase invasiva (cutânea), fase pulmonar e fase intestinal. 
*Se não houver ciclo pulmonar, só possui a primeira e última fase 
Fase cutânea: penetração da larva na pele ou mucosas; caracterizada por lesões traumáticas mínimas (imperceptíveis); 
pacientes sensíveis ou reinfecção (prurido, edema, eritema, pápulas e reações urticariformes). 
Fase pulmonar: passagem das larvas dos vasos para brônquios e bronquíolos; L3 -> L4; manifestação clínica associada a 
febre, tosse e síndrome de Löefler. 
Fase intestinal: caracterizada por erosões e ulcerações com necrose tecidual, devido à ingestão e digestão sanguínea 
pela mucosa lesionada, ativação da cascata de metalo-hemoglobinase (parasita) e inibição da coagulação (secretam 
anticoagulantes inibem fatores Xa e VIIa, além de inibir a agregação plaquetária); 
 Modificação das pregas intestinais, causando dor abdominal, diarreia sanguinolenta, fraqueza, 
indisposição, anemia e úlceras hemorrágicas (infecção bacteriana secundária). 
 
PATOGENIA ASSOCIADA À SINTOMATOLOGIA 
Helmintíase: reação inflamatória intensa mediada por LT helper (Th2) com regulação de várias respostas (eosinofilia, 
mastocitose intestinal, elevada produção de IgE). 
Necator americanus: com o tempo adquiriu processos adaptativos ao parasitismo humano com relações simbióticas 
com o hospedeiro – organismo humano deixa de reconhecê-lo como parasita. 
Exemplos: Produção de IL-5 durante a infecção primária parece aumentar a função eosinofílica (fator limitante para 
segunda infecção por larvas filarióides); 
Vermes adultos ativam produção de IL-10, IL-4, IL-5 e IL-13 no hospedeiro humano (maior associação à 
resposta celular tipo Th2 que Th1); 
*Th2 – resposta extracelular 
*Th1 – resposta intracelular 
Ancilostomídeos produzem fator inibidor de linfócitos NK que suprimem a produção de interferon gama e 
resposta Th2 (responsáveis pela expulsão dos parasitas); 
N. americanus secreta metabólitos citopáticos que matam a célula: induzem a apoptose de linfócitos e criam 
uma área em torno de si livre do sistema imune (diminuição da inflamação e indução da infecção para nível 
assintomático); 
*Normalmente pacientes infectados por N. americanus vão a óbito por estar em fase crônica da infecção de forma 
assintomática com anemia extremamente grave 
Resposta alérgica a antígenos de Ancilostomídeos raramente observada em indivíduos infectados apesar 
doas altos níveis de IgE e fatores ativados pela resposta Th2 (demonstra tolerância do hospedeiro a esses antígenos). 
 
 
 
 
 
Espoliação sanguínea: perda sanguíneas intensa resultante de uma carga parasitária elevadíssima com deslocamento 
ativo dos parasitas (troca de lugar a cada 4-8h); fixação em pontos diversos da parede intestinal (ocorrência de 
pequenas múltiplas ulcerações e hemorragias na mucosa intestinal). 
- N. americanus: 0,06ml de sangue/dia 
- A. duodenal:0,15-0,3ml de sangue/dia 
- Paciente com centenas de vermes; 
- Eosinófilos têm pouca ação sobre os vermes adultos e larvas; 
- intensa carga parasitária associada a ulceras hemorrágicas (mucosa intestinal edemaciada, necrose tecidual, infiltração 
leucocitária eosinofílica); 
- Anemia: suplementação de sulfato ferroso (15mg/dia) 
 
Fase crônica: ocorrência de anemia agravada pela deficiência de proteínas e vitaminas que estão sendo consumidas 
pelo parasita, que caracterizam a desnutrição calórico-proteica, frequente em tais populações; as crianças mostram 
retardo no desenvolvimento físico e mental, apatia, falta de apetite, atenção difícil e um baixo rendimento escolar. 
- Mucosas pálidas (amarelão); 
- Deficiência de ferro e a necessidade orgânica (zona endêmica) levam às crianças a comerem terra (geofagia); 
- Monteiro Lobato: forma didática de informarem à população sobre a doença com o personagem Jeca Tatu. 
 
Diagnóstico 
Exame de fezes: procura de ovos de Ancilostomídeos; fezes recém eliminadas, pois após 24h ocorre a eclosão dos ovos 
e liberação de larvas rabditoides (larvas rabditoides de Ancilostomídeos podem ser confundidas com larvas de 
Strongyloides stercoralis). 
Método de Willis: flutuação pois os ovos são leves. 
Diagnóstico da espécie: cultura das fezes para identificar as larvas. 
 
Tratamento 
Anti-helmínticos: albendazol, mebendazol e pamoato de pirantel 
Ferroterapia: sulfato ferroso 
 
Profilaxia 
Uso de calçados; 
Saneamento básico; 
Educação sanitária; 
Limpeza e higiene de alimentos crus (possibilidade de infecção por A. duodenale). 
 
Vacina 
Controle da ancilostomíase: produção de vacina; antígenos secretados por L3 do verme N. americanus; alvo: Na-ASP-2 
(principal componente celular das larvas L3; anticorpos protetores são dirigidos; alvo promissor para o desenvolvimento 
da vacina) 
 
Larva migrans cutânea (LMC) 
- Larvas filarióides de A. braziliense e A. caninum; 
- Penetram na pele do homem e migram no subcutâneo (hospedeiro não habitual); 
- Denominada dermatite serpiginosa ou “bicho geográfico”; 
- Comum em praias (contaminadas com fezes de animais); 
- Penetração de larvas filarióides pela pele (migração no tecido subcutâneo); 
- Quadro clínico: as larvas migram 2-5 cm/dia (cordão eritematoso saliente e pruriginoso); 
- Diagnóstico: fundamentalmente clínico; 
- Tratamento: tópico (pomada de tiabendazol) ou sistêmico (tiabendazol, VO); 
- Alternativas: albendazol e ivermectina

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