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Aula 11 Noções de Direito Administrativo p/ TRE-CE (Técnico Judiciário - Área Administrativa) Com videoaulas Professor: Erick Alves Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 1!de!142! ! OBSERVAÌO IMPORTANTE ! Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias. Grupos de rateio e pirataria so clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente atravs do site Estratgia Concursos ;-) ! ! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 2!de!142! AULA!11! Ol pessoal! Na aula de hoje vamos estudar o tema Controle da Administrao Pblica, tendo como base o seguinte sumrio: SUMÁRIO! Controle+da+Administração+Pública!........................................................................................................................!3! Conceito!..............................................................................................................................................................................!3! Classificações!.......................................................................................................................................................................!6! Quanto!ao!alcance!...........................................................................................................................................................!6! Quanto!ao!órgão!..............................................................................................................................................................!8! Quanto!ao!momento!......................................................................................................................................................!8! Quanto!à!natureza!.......................................................................................................................................................!10! Controle+Administrativo!............................................................................................................................................!14! Direito!de!petição!.........................................................................................................................................................!17! Sistema!de!controle!interno!....................................................................................................................................!22! Controle+Legislativo!......................................................................................................................................................!26! Controle!parlamentar!direto!...................................................................................................................................!32! Controle!exercido!pelo!Tribunal!de!Contas!......................................................................................................!37! Controle+Judicial!.............................................................................................................................................................!65! Mandado!de!segurança!..............................................................................................................................................!67! Mandado!de!segurança!coletivo!............................................................................................................................!77! Ação!popular!..................................................................................................................................................................!79! Ação!civil!pública!.........................................................................................................................................................!81! Outras!ações!...................................................................................................................................................................!84! Controle+social!.................................................................................................................................................................!85! Questões+de+prova!.........................................................................................................................................................!86! Jurisprudência!..............................................................................................................................................................!117! RESUMÃO+DA+AULA!....................................................................................................................................................!123! Questões+comentadas+na+aula!.............................................................................................................................!126! Gabarito!............................................................................................................................................................................!141! + + + 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 3!de!142! CONTROLE+DA+ADMINISTRAÇÃO+PÚBLICA+ CONCEITO! Controle a fiscalizao exercida sobre as atividades de pessoas, rgos, departamentos, sistemas etc., para que tais atividades no se desviem dos padres e das normas preestabelecidas, e para que alcancem os resultados desejados. O controle uma das funes administrativas clssicas: planejar, coordenar, supervisionar, executar e controlar. De acordo com a teoria da Administrao, um sistema de controle eficaz garante que as atividades sejam realizadas de maneira satisfatria, na direo dos objetivos da empresa. Alm do mais, nas grandes corporaes modernas de capital pulverizado, ou seja, que possuem muitos acionistas, os verdadeiros donos geralmente esto afastados da gesto do negcio. Diretores executivos so contratados para administrar a empresa com o compromisso de dirigi-la para satisfazer os interesses dos proprietrios do capital. Nesse contexto, uma estrutura de controle possui a finalidade de assegurar que o corpo executivo da companhia esteja seguindo as diretrizes estabelecidas pelos proprietrios, alm de coibir atitudes oportunistas dos executivos que satisfaam seus prprios interesses em detrimento da organizao. De forma semelhante, os recursos financeiros e patrimoniais utilizados pelo Estado no pertencem ao Presidente da Repblica nem aos Governadores, Prefeitos, Deputados e demais agentes pblicos, mas sim ao povo, que recolhe tributos. com esses recursos que o Estado disponibiliza servios sociedade, adquirindo materiais para o funcionamento das reparties, firmando contratos, realizando obras, remunerando seus servidores, etc. Mas virtualmente impossvel que o povo, por si mesmo, consiga administrar os recursos que disponibiliza ao Estado. Por isso, delega essa tarefa a intermedirios legalmente habilitados, os gestores pblicos, que tm o dever de administrar os recursos em nome e em favor do povo, obedecendo s normas aplicveis. Paralelamente, de forma semelhante ao que ocorre nas empresas privadas, existe toda uma estrutura de controle atuando para assegurarque os governantes e demais responsveis por bens e valores pblicos desempenhem suas tarefas com correo, em consonncia com o ordenamento jurdico e com princpios como os da 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 4!de!142! moralidade, publicidade, impessoalidade e supremacia do interesse pblico. No por menos que o artigo 70 da Constituio Federal impe o dever de prestar contas a todos que tenham sob sua guarda qualquer espcie de valor pblico. Vejamos: Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria. Hely Lopes Meirelles, em uma definio abrangente, porm concisa, leciona que Òcontrole, em tema de Administrao Pblica, a faculdade de vigilncia, orientao e correo que um poder, rgo ou autoridade exerce sobre a conduta funcional do outroÓ. Os termos chaves dessa definio representam os principais atributos do controle da gesto pblica, que podem ser compreendidos da seguinte forma: !! Vigilncia: fiscalizao e acompanhamento da gesto, com base nas normas aplicveis. !! Orientao: atuao pedaggica, preventiva, com vistas ao aperfeioamento das prticas de gesto e inibio de condutas lesivas aos cofres pblicos. !! Correo: assegura o cumprimento da lei e a recomposio do patrimnio lesado. !! Poder: como corolrio do Estado Democrtico de Direito, a CF instituiu um sistema de freios e contrapesos no qual os Poderes se vigiam mutuamente, cada um fiscalizando e inibindo eventuais excessos do outro (controle externo). !! îrgo: cada instituio pblica possui em sua estrutura um rgo com atribuio de fiscalizar a prpria instituio (controle interno). !! Autoridade: autotutela da administrao, que pode anular ou revogar seus prprios atos. Em nosso dia-a-dia, muito comum nos depararmos com notcias sobre obras superfaturadas, fraudes em licitaes, e outras tantas falcatruas que tm em comum o fato de envolverem a malversao de recursos pblicos. Tais notcias somente vm tona porque alguma ao 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 5!de!142! de controle foi realizada sobre a conduta do mau gestor, possibilitando a identificao da irregularidade. Ao toparmos com manchetes dessa natureza, podemos perceber que o controle da Administrao Pblica pode ser feito de diversas formas e por diferentes agentes. Com efeito, a Administrao se sujeita, por exemplo, ao controle judicial, realizado pelo Poder Judicirio e ao controle social, realizado pelos cidados, alm de exercer, ela mesma, o controle sobre os prprios atos, como veremos com mais detalhes adiante. Ademais, o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxlio dos Tribunais de Contas, assim como o Ministrio Pblico, exercem importante papel no controle da Administrao Pblica. Quando falamos em controle da gesto pblica, estamos nos referindo fiscalizao de qualquer ato administrativo, como a compra de bens, admisso de pessoal, arrecadao de impostos, edio de normativos, outorga de autorizaes de uso de bens pblicos etc. Assim, essa modalidade de controle mais perceptvel sobre as atividades realizadas pelo Poder Executivo, cujas funes tpicas so as funes administrativas, tanto na administrao direta como na indireta. Mas o controle da gesto pblica tambm alcana o Poder Legislativo e o Poder Judicirio, bem como o Ministrio Pblico e o prprio Tribunal de Contas. Contudo, o controle de que estamos falando no alcana as funes tpicas dos demais Poderes (Legislativo = legislar; Judicirio = julgar) e rgos autnomos (MP = fiscal da lei; TC = controle externo), mas apenas suas funes administrativas. Por exemplo: o Tribunal de Contas da Unio (TCU), a quem cabe realizar o controle externo sobre a gesto dos recursos da Unio, no tem competncia para fiscalizar se o processo legislativo que resultou na edio de determinada lei foi corretamente seguido pelo Congresso Nacional; tambm no pode dizer se o Supremo Tribunal Federal decidiu ou no de forma adequada em determinada ao direta de inconstitucionalidade. Mas, por outro lado, poder sim fiscalizar as licitaes, as admisses de pessoal e todos os demais atos que resultem receita ou despesa realizados tanto pelo Congresso Nacional como pelo Supremo Tribunal Federal. oportuno registrar que as atividades da Administrao Federal obedecero aos seguintes princpios fundamentais: planejamento, coordenao, descentralizao, delegao de competncia e controle, conforme prescreve o Decreto Lei 200/1967 (art. 6¼), que dispe sobre a organizao da Administrao Federal. Tal normativo, apesar de adstrito 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 6!de!142! Unio, serve para fixar as diretrizes gerais para os demais entes polticos (Estados, Distrito Federal e Municpios). Enfim, a atividade de controle permeia toda a Administrao Pblica, em todos os Poderes. O que varia to s a espcie de controle, isto , como a atividade pode ser classificada. Vamos, ento, a partir dessas consideraes iniciais, apresentar algumas classificaes doutrinrias e legais que se aplicam ao controle da gesto pblica. CLASSIFICAÇÕES+ A atividade de controle da Administrao Pblica pode receber muitas classificaes. Vamos tratar aqui das mais usuais: QUANTO!AO!ALCANCE! A classificao quanto ao alcance diz respeito ao posicionamento do rgo controlador em relao ao controlado. Quando o controle exercido por um ente que no integra a mesma estrutura organizacional do rgo fiscalizado dito controle externo. Por exemplo: quando o Congresso Nacional julga as contas prestadas pelo Presidente da Repblica, ou quando um juiz anula um ato do Poder Espécies!de!controle Quanto!ao!alcance Controle!interno Controle!externo Quanto!ao!órgão Controle! administrativo Controle! Legislativo Controle!Judicial Quanto!ao!momento Controle!prévio Controle! concomitante Controle! posterior Quanto!à!natureza Controle!de! legalidade Controle!de! mérito 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 7!de!142! Executivo, temos exemplos de controle externo, pois, nestes casos, um Poder exerce controle sobre os atos de outro Poder. No primeiro caso, o Legislativo e, no segundo caso, o Judicirio exercem controle sobre o Executivo. Por outro lado, quando o controle exercido por rgo pertencente mesma estrutura organizacional da unidade controlada, dito controle interno. Normalmente, a doutrina considera Òmesma estrutura organizacionalÓ como o Òmesmo PoderÓ, fazendo com que a expresso Òcontrole internoÓ abarque todas as atividades de controle empreendidas dentro de um mesmo Poder. Assim, o controle que um Ministrio exerce sobre os vrios departamentos administrativos que o compem se caracteriza como controle interno, simplesmente porque todos integram o Poder Executivo.Outro exemplo seria o controle que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um rgo pblico, no exerccio do poder hierrquico. Ressalte-se que o controle interno pode ser exercido por rgos especializados que, embora pertenam ao mesmo Poder, no possuem vinculao hierrquica com os rgos controlados. A antiga Controladoria- Geral da Unio (CGU), atual Ministrio da Transparncia, Fiscalizao e Controladoria-Geral da Unio, por exemplo, rgo especializado que exerce controle interno no mbito de todos os rgos e entidades administrativas pertencentes ao Poder Executivo Federal1. No caso, a classificao do Ministrio da Transparncia como rgo de controle interno no porque ele possui ascendncia hierrquica sobre os demais rgos do Executivo e sim porque ela prpria, assim como os rgos que controla, tambm um rgo do Poder Executivo, s que com atribuies especficas de controle, ou seja, sob a tica do Executivo, trata-se de um controle exercido Òpor dentroÓ2. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1!A! CGU! só! não! atua! sobre! a! Presidência! e! ViceYPresidência! da! República,! o! Ministério! das! Relações! Exteriores,!o!Ministério!da!Defesa,!incluindo!os!comandos!militares,!e!a!AdvocaciaYGeral!da!União,!os!quais! possuem! Secretarias! de! Controle! Interno! (Ciset)! próprias! (órgãos! setoriais! do! sistema! de! controle! interno).! 2!A!CGU!é!um!órgão!ligado!diretamente!à!Presidência!da!República.!O!seu!titular!é!um!Ministro!de!Estado.! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 8!de!142! !Existe! divergência! na! doutrina! quanto! à! classificação! do! controle! exercido! pela! administração! direta! sobre! as! entidades! da! administração! indireta! de! um!mesmo! Poder! (controle!finalístico,!supervisão!ministerial!ou!tutela!administrativa).! Para!Celso!Antônio!Bandeira!de!Mello! trataHse!de!controle! interno,!mas!exterior! (“controle! interno! exterior”).! É! interno! porque! realizado! dentro! de! um! mesmo! Poder;! e! é! exterior! por! dizer! respeito! a! um! órgão! fiscalizando! uma! entidade! (pessoas!jurídicas!distintas).! Já!Maria!Sylvia!Di!Pietro!e!Carvalho!Filho!classificam!a!tutela!administrativa!como! uma!forma!de!controle!externo,!porque!controlador!e!controlado!não!pertencem!à! mesma!estrutura!hierárquica.! QUANTO!AO!ÓRGÃO! Administrativo, ou, Interno:, o controle que a Administrao exerce sobre seus prprios atos (tutela ou autotutela). Em outras palavras, o controle exercido por instituies administrativas, como, por exemplo, a Controladoria-Geral da Unio, as unidades de auditoria interna das empresas governamentais e os rgos de controle interno dos Poderes Legislativo e Judicirio. Legislativo, ou, Parlamentar:, o controle exercido diretamente pelo rgo legislativo (Cmaras Municipais, Assembleias Legislativas ou Congresso Nacional) ou pelos Tribunais de Contas que lhes prestam auxlio. Judicial:, realizado pelos juzes e tribunais do Poder Judicirio, por intermdio de aes prprias da funo jurisdicional, a exemplo do mandado de segurana e da ao popular. QUANTO!AO!MOMENTO! Controle, prévio, (a" priori): o controle exercido antes da conduta administrativa se efetivar. Possui carter preventivo, orientador, e visa evitar a ocorrncia de irregularidades. Exemplos clssicos deste tipo de controle so as autorizaes e as aprovaes, como a aprovao pelo Senado Federal da escolha feita pelo Presidente da Repblica para determinados cargos (ex: Ministros de tribunais superiores, Procurador Geral da Repblica e dirigentes de 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 9!de!142! agncias reguladoras). Outro exemplo quando o Senado Federal aprova emprstimos externos por parte dos entes federativos (CF, art. 52, V3). !O!ordenamento! jurídico!atual!não!mais!prevê!a! necessidade! de! homologação! prévia! pelo! Tribunal! de! Contas! como! condicionante! para! a! eficácia! de! atos! administrativos.! Isso! estava! previsto! no! período! entre! as! constituições!federais!de!1946!e!1967,!mas!não!existe!mais.! Naquele!período,!todos!os!atos!da!Administração,!inclusive!licitações!e!respectivos! contratos! para! compras,! obras! e! serviços,! deveriam! passar! pelo! crivo! prévio! do! Tribunal!de!Contas!para!que!pudessem!produzir! efeitos,! num!verdadeiro!excesso! de!burocracia.! Já!hoje!em!dia,!a!regra!não!é!mais!essa,!ou!seja,!gestores!públicos!firmam!contratos! e! executam!despesas! sem! precisar! de! qualquer! anuência! prévia! do! Tribunal! de! Contas.! Nesse!sentido,!o!STF!já!declarou!inconstitucional!lei!estadual!que!determinava!que! todos!os!contratos!celebrados!entre!o!governo!do!Estado!e!empresas!particulares! dependeriam!de!registro!prévio!perante!o!Tribunal!de!Contas!Estadual4.! Porém,! em!algumas! situações! específicas,! por! expressa!disposição! legal,! ainda! se! realiza!o!controle!prévio!“clássico”,! isto!é,!necessário!à!validade!do!ato,!como!é!o! caso!das!licitações!para!concessão!de!serviços!públicos!na!esfera!federal,!cujo!Edital! deve!ser!enviado!ao!TCU!para!aprovação!antes!de!ser!publicado.! Controle,concomitante,(pari"passu): efetuado no momento em que a conduta administrativa est sendo praticada. Tambm possui carter preventivo, pois permite coibir irregularidades tempestivamente. Exemplo de controle concomitante a realizao de auditorias sobre atos ou contratos administrativos que ainda esto sendo consumados, como uma obra ainda em andamento que sofre uma auditoria do TCU. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 3!Art.%52.%Compete%privativamente%ao%Senado%Federal:%% (...)% V% 9% autorizar% operações% externas% de% natureza% financeira,% de% interesse% da% União,% dos% Estados,% do% Distrito% Federal,%dos%Territórios%e%dos%Municípios;% 4!ADI!916/MT! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 10!de!142! Controle,posterior, (a"posteriori): efetuado aps o ato administrativo ter sido praticado. Possui carter corretivo e, eventualmente, sancionador. a forma mais utilizada de controle. Exemplos de controle posterior so a homologao de um procedimento licitatrio, o julgamento das contas dos administradores pblicos pelo TCU e a realizao de auditorias para fiscalizar a regularidade de atos administrativos j consumados ou os resultados alcanados por programas de governo. QUANTO!À!NATUREZA! O controle da gesto pblica, quanto natureza, ou seja, considerando o seu foco, o aspecto a ser controlado, classifica-se em: Controle, de, legalidade: verifica se a conduta do gestor guarda consonncia com as normas aplicveis, de qualquer espcie - leis, regimentos, resolues, portarias etc. Ex: no controle da legalidade de uma construo de rodovia, pode ser verificado se a contratao da empreiteira responsvel pela obra foi realizada em conformidade com a Lei de Licitaes. O controle da legalidade pode ser interno ou externo, no primeiro caso se exercido pelos rgos da prpria Administrao que praticou o ato (poder de autotutela) e no segundo se feito pelo Poder Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo, nas situaes previstas na Constituio Federal. O resultado do controle delegalidade pode ser, de um lado, a confirmao da validade (ratificao, homologao) de atos praticados em conformidade com o ordenamento jurdico ou, de outro, a anulao de atos administrativos ilegais. No mbito desse controle possvel, ainda, a convalidao, pela Administrao, de atos praticados com defeitos sanveis. A homologao (ou no) de uma licitao pela autoridade competente do rgo ou entidade que realizou o procedimento constitui exemplo de controle de legalidade interno. De outra parte, so exemplos de controle de legalidade externo o exame pelo Judicirio, em mandado de segurana, da legalidade de um ato do Executivo e a apreciao pelo Poder Legislativo, com base em auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas, da legalidade dos atos de gesto do Executivo. 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 11!de!142! Controle,de,mérito: o controle que se consuma pela verificao da convenincia e oportunidade da conduta administrativa. Trata-se de um controle discricionrio, exercido igualmente sobre atos discricionrios. Nesse controle, no se questiona a legalidade do ato; afere-se apenas se uma conduta anterior merece prosseguir ou deve ser revista, com base em razes de convenincia e oportunidade da prpria Administrao. Ex: no controle de mrito, a Administrao pode rever a sua deciso anterior de construir uma rodovia de pista simples para construir uma de pista dupla. O resultado do controle de mrito pode ser a confirmao da conduta, quando esta no precisa ser revista ou a revogao dos atos discricionrios que, embora vlidos, tenham se tornado inoportunos e inconvenientes para a Administrao. O ponto mais importante a respeito do controle de mrito reside na competncia para exerc-lo. Com efeito, o controle de mrito privativo da Administrao Pblica, no se submetendo sindicabilidade do Poder Judicirio. O controle judicial restringe-se aferio da legalidade e da legitimidade das condutas administrativas, mas no adentra o mrito do ato. Em outras palavras, o Judicirio, no exerccio da funo jurisdicional, pode anular atos ilegais, mas no pode revogar atos administrativos por razes de convenincia e oportunidade. Os elementos que perfazem o mrito do ato administrativo (motivo e objeto) somente podero ser objeto de anlise pelo Poder Judicirio nos Verifica!a! conformidade! do!ato!com!o! ordenamento! jurídico Controle!de! legalidade Controle!de! legalidade!interno! Exercido!pela!própria!Administração Controle!de! legalidade!externo Exercido!pelo!Judiciário!ou!pelo! Legislativo!sobre!os!atos!da!Administração Resultados! possíveis H Confirmação!da!validade!(atos!legais); H Anulação (atos!ilegais); H Convalidação (atos!com!defeitos!sanáveis) 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 12!de!142! casos em que contrariarem princpios administrativos (como moralidade, imparcialidade e eficincia) ou que forem desproporcionais ou no pautados em critrios previstos em lei. Porm, mesmo que o Judicirio se utilize dos princpios administrativos para exame de um ato discricionrio, isso no significar invaso do mrito, e sim controle de legalidade e legitimidade. Quanto ao controle exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos da Administrao, a doutrina reconhece que, em algumas situaes, pode ser um controle de mrito. Como exemplo, podemos citar as diversas situaes em que necessria uma autorizao prvia ou uma aprovao do Legislativo para a prtica de algum ato pelo Executivo, como ocorre na apreciao prvia pelo Senado do nome escolhido pelo Presidente da Repblica para ocupar o cargo de Presidente do Banco Central. A apreciao do Senado, nesse caso, essencialmente discricionria, ou seja, atinge o mrito do ato de nomeao. Na verdade, esse tipo de controle exercido pelo Legislativo um controle poltico, mas a doutrina chama de controle de mrito para ressaltar que no se trata de controle de legalidade, e sim de controle em que o Legislativo atua com discricionariedade. Ressalte-se, contudo, que o controle de mrito exercido pelo Legislativo nessas situaes um controle prvio e jamais chega ao ponto de revogar um ato administrativo j praticado pela Administrao. A revogao s pode ser efetivada pela prpria Administrao que praticou o ato. Verifica!a!conveniência!e! oportunidade!de!atos!discricionários Controle!de!mérito Privativo!da!própria!Administração Tem!como!resultado!a!confirmação da! conduta!ou!a!revogação do!ato 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 13!de!142! , 1., (Cespe, –, TCE/ES, 2012)! Uma! das! funções! precípuas! do!Poder! Judiciário! é! realizar! o! controle! de! mérito! dos! atos! administrativos! do! Poder! Executivo! que! contribuem!para!o!melhor!interesse!da!sociedade.! Comentário:, O, controle, judicial,, ao, contrário, do, que, diz, a, assertiva,, caracterizaKse, por, não, realizar, controle, de, mérito, dos, atos, administrativos,, restringindoKse,ao,controle,de,legalidade., Gabarito:,Errado, 2., (Cespe,–,TCE/TO,2008)!Um!sistema!de!controle!externo!se!diferencia!de!um! sistema!de!controle!interno!na!administração!pública,!pois! a)!o!primeiro!se!situa!em!uma!instância!fora!do!âmbito!do!respectivo!Poder.! b)!correspondem,!respectivamente,!à!auditoria!externa!e!à!interna.! c)!o!primeiro!tem!função!coercitiva!e!o!segundo,!orientadora.! d)!o!primeiro!tem!caráter!punitivo,!e!o!segundo!é!consultivo.! e)!o!funcionamento!do!primeiro!deriva!de!um!processo!autorizativo,!e!o!segundo!é! institucional.! Comentário:!Quanto,ao,posicionamento,do,órgão,controlador,em,relação, ao,controlado,,o, controle,pode,ser, externo,ou, interno.,O,controle, externo,é, exercido, por, um,ente, não,que, integra, a,mesma, estrutura, organizacional, do, órgão, fiscalizado, enquanto, que, o, controle, interno, é, exercido, por, ente, que, também,integra,essa,estrutura.,Portanto,,correta"a"alternativa"“a”.!! Gabarito:,alternativa,“a”, 3., (Cespe,–,TJ/RO,2012)!O!abuso!de!poder!é!conduta!comissiva,!que!afronta,! dentre!outros,!o!princípio!da!legalidade!e!o!da!moralidade,!e!se!sujeita,!portanto,!ao! controle!judicial,!que!se!sobrepõe!ao!controle!administrativo.! Comentário:,Não,há,predominância,entre,as,formas,de,controle.,Tanto,o, controle, judicial, como, o, administrativo,, o, parlamentar, ou, o, exercido, pelos, Tribunais,de,Contas,derivam,do,sistema,de, freios,e,contrapesos,que, rege,a, Administração,Pública,,o,qual,assegura,a,harmonia,entre,os,Poderes., Gabarito:,Errado! ! + + 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 14!de!142! CONTROLE+ADMINISTRATIVO+ Segundo a Professora Di Pietro, controle administrativo o Òpoder de fiscalizao que a Administrao Pblica (em sentido amplo) exerce sobre sua prpria atuao, sob os aspectos de legalidade e mrito, por iniciativa prpria ou mediante provocaoÓ. Trata-se, portanto, de controle interno, exercido pelo Poder Executivo e pelos rgos administrativos dos Poderes Legislativo e Judicirio sobre suas prprias atividades administrativas. Os controlesinternos administrativos so inerentes s atividades de uma organizao, constituindo etapas de seus processos de trabalho, em todos os nveis, desde a alta direo at os escales operacionais. Como exemplos de controles internos administrativos, pode-se citar: sistema de autorizao e aprovao de transaes, segregao de tarefas, controles fsicos sobre os bens e informaes, controle da chefia sobre os atos de seus subordinados (controle hierrquico), instaurao de processos disciplinares, interposio de recursos administrativos etc. Esse tipo de controle deriva do poder de autotutela da Administrao, expresso na Smula 473 do STF: “A!Administração!pode!anular! seus!próprios!atos,!quando!eivados!de!vícios!que!os! tornem!ilegais,!porque!deles!não!se!originam!direitos;!ou!revogáHlos,!por!motivo!de! conveniência! ou!oportunidade,! respeitados!os!direitos!adquiridos!e! ressalvada,! em! todos!os!casos,!a!apreciação!judicial.”! Nunca demais destacar que anulao refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais; por sua vez, revogao refere-se a controle de mrito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos, assim classificados segundo critrios discricionrios da Administrao. Vale ressaltar que, em qualquer caso, sempre h a possibilidade de apreciao do ato pelo Poder Judicirio, com a ressalva de que o Judicirio exerce controle de legalidade, mas no de mrito, ou seja, promove a anulao de atos ilegais, mas no a revogao de atos inoportunos e inconvenientes. No se perca de vista, ainda, que a autotutela, para a anulao de atos que geram efeitos favorveis a um administrado, encontra um limite temporal no prazo decadencial de cinco anos previsto na Lei 9.784/99, de modo que o ato no pode mais ser anulado aps esse prazo (salvo comprovada m-f). 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 15!de!142! O poder de autotutela decorre da hierarquia, inerente, por conseguinte, s relaes de subordinao entre os rgos integrantes de uma mesma estrutura de Poder que estejam escalonados verticalmente, tanto na administrao direta como na indireta. Assim, por exemplo, os Ministrios exercem controle hierrquico sobre suas secretarias, e estas sobre suas superintendncias, e assim sucessivamente. Igualmente, o Conselho de Administrao de um banco pblico exerce controle hierrquico sobre as diretorias da entidade e estas sobre suas gerncias executivas. De outra parte, existe tambm o controle administrativo no hierrquico, isto , o controle praticado entre rgos que no esto ligados numa relao de hierarquia, a exemplo do controle exercido pelos rgos especializados de controle, como a CGU realiza sobre os rgos e entidades do Poder Executivo. Outro exemplo a tutela administrativa, realizada pela administrao direta sobre a indireta5. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 5!LembreYse! que! não! há! relação! de! hierarquia! entre! a! administração! direta! e! a! indireta,! mas! apenas! vinculação.! Controle!exercido! pela!Administração! sobre!suas!próprias! condutas Controle! administrativo Hierárquico Autotutela Não!hierárquico Tutela Órgãos!especializados! de!controle!(ex:!CGU) 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 16!de!142! , 4., (Cespe, –, INPI, 2013)! O! controle! administrativo,! que! consiste! no! acompanhamento!e!fiscalização!do!ato!administrativo!por!parte!da!própria!estrutura! organizacional,!configuraLse!como!controle!de!natureza! interna,!privativo!do!Poder! Executivo.! Comentário:, O, item, está, errado., A, Professora, Maria, Sylvia, Di, Pietro, define,o,controle,da,Administração,da,seguinte,forma:, O"poder" de" fiscalização" e" correção" que" sobre" ela" exercem"os" órgãos" dos"Poderes" Judiciário," Legislativo" e" Executivo," com"o"objetivo"de"garantir"a"conformidade"de" sua"atuação"com"os"princípios"que"lhe"são"impostos"pelo"ordenamento"jurídico." Temos, então,, controle, administrativo,, judicial, e, legislativo, como, espécies,do,gênero,controle,da,Administração.,O,controle"administrativo,é,o, poder,de,fiscalização,e,correção,que,o,EstadoKadministrador,efetua,sobre,sua, própria, atuação,, nos, aspectos, de, legalidade, e, mérito,, seja, por, iniciativa" própria, ou,por,provocação.,A, função,administrativa, está,presente,em, todos, os, Poderes, do, Estado., Embora, o, Poder, Executivo, a, exerça, tipicamente,, os, demais, Poderes,, de, forma, atípica,, também, administram., Isso, se, dá,, por, exemplo,, quando, realizam, concurso, público, ou, quando, adquirem, bens, e, serviços., Dessa, forma,, o, controle, administrativo, é, exercido, no, âmbito, de, todos,os,Poderes,,não,só,no,Executivo.,Os,Poderes,Judiciário,e,Legislativo, exercem, controle, administrativo, ao, desempenharem, sua, função, atípica, de, administrar.! !Gabarito:,Errado, 5., (Cespe, –, MPTCDF, 2013), O! controle! administrativo! é! um! controle! de! legalidade!e!de!mérito,!exercido!exclusivamente!pelo!Poder!Executivo!sobre!suas! próprias!condutas.! Comentário:, A, primeira, parte, da, assertiva, (O, controle, administrativo, é, um, controle, de, legalidade, e, de, mérito...), está, correta., LembreKse, de, que, o, controle, administrativo, deriva, do, poder, de, autotutela,, pelo, qual, a, Administração, pode, anular, atos, ilegais, (controle, de, legalidade), ou, revogar, atos,inconvenientes/inoportunos,(controle,de,mérito)., Todavia,, o, restante, da, frase, macula, o, quesito,, pois, o, controle, administrativo,não,é,exercido,exclusivamente,pelo,Poder,Executivo,,mas,pela, Administração, Pública, em, sentido, amplo,, compreendendo,, portanto,, a, administração, direta, e, indireta, de, todos" os" Poderes, e, esferas, de, governo., Assim,,por,exemplo,,o,STF,, integrante,do,Poder,Judiciário,,pode,anular,uma, licitação,promovida,pelo,próprio,órgão,para,adquirir,material,de,expediente,, caso,constate,alguma, ilegalidade,no,procedimento.,Nesse,exemplo,,perceba, 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 17!de!142! que, o, STF, está, atuando, como, Administração, Pública,, ou, seja,, exercendo, controle, administrativo, sobre, suas, funções, administrativas,, ainda, que, não, faça,parte,do,Poder,Executivo., Gabarito:,Errado, 6., (Cespe, –, CNJ, 2013), Com! base! no! princípio! da! autotutela,! e! em! qualquer! tempo,!a!administração!pública!tem!o!poderLdever!de!rever!seus!atos!quando!estes! estiverem!eivados!de!vícios.! ! Comentário:,No,caso,de,atos,dos,quais,decorram,efeitos,favoráveis,aos, administrados,, o, poder, de, autotutela, da, Administração, se, sujeita, ao, prazo, decadencial,de,cinco,anos,,previsto,na,Lei,9.784/99i,nesse,caso,,portanto,,a, revisão,não,poderá,ocorrer,a,qualquer,tempo,,daí,o,erro., , Gabarito:,Errado, DIREITO!DE!PETIÇÃO! Os administrados podem provocar o controle administrativo ao exercer o direito de petio, direito fundamental previsto no art. 5¼, XXXIV, ÒaÓ da Constituio Federal6. Tal direito consiste na possibilidade que tm os administrados em geral de requerer providncias e informaes aos rgos pblicos. Vrios so os meios pelos quais o direito de petio pode ser exercido. Merecem destaque: "! Representao "! Reclamao "! Pedido de reconsiderao "! Recurso Para Hely Lopes Meirelles,representao Ò a denncia formal e assinada de irregularidades internas ou de abuso de poder na prtica de atos da Administrao feita por quem quer que seja autoridade competente para conhecer e coibir a ilegalidade apontadaÓ. A representao, portanto, a forma pela qual o administrado, servidor pblico ou no, pode levar ao conhecimento da Administrao qualquer irregularidade de que tenha conhecimento. Para os particulares, a representao um direito, ao passo que, para os servidores pblicos, ela um dever. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 6!XXXIV%9%são%a%todos%assegurados,%independentemente%do%pagamento%de%taxas:% a)%o%direito'de'petição%aos%Poderes%Públicos%em%defesa%de%direitos%ou%contra%ilegalidade%ou%abuso%de%poder;% 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 18!de!142! O dever de representar dos servidores pblicos est previsto na Lei 8.112/90: Art. 116. So deveres do servidor: XII - representar contra ilegalidade, omisso ou abuso de poder. J um exemplo importante do direito de representar que assiste aos administrados em geral, abrangendo qualquer pessoa fsica ou jurdica, est previsto na Lei de Licitaes: Art. 113 (...) ¤ 1o Qualquer licitante, contratado ou pessoa fsica ou jurdica poder representar ao Tribunal de Contas ou aos rgos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicao desta Lei, para os fins do disposto neste artigo. Note que a representao acerca de irregularidade em procedimentos licitatrios no precisa ser feita por alguma autoridade ou servidor pblico: qualquer pessoa, fsica ou jurdica, mesmo que no seja licitante, poder representar ao Tribunal de Contas ou aos rgos de controle interno sobre alguma irregularidade ocorrida em licitao pblica. J a reclamao, para Hely Lopes Meirelles, Ò a oposio expressa a atos da Administrao que afetem direitos ou interesses legtimos do administrado. O direito de reclamar amplo e se estende a toda pessoa fsica ou jurdica que se sentir lesada ou ameaada de leso pessoal ou patrimonial por atos ou fatos administrativosÓ. Em outras palavras, reclamao expresso genrica que designa qualquer forma de manifestao de discordncia ou inconformismo do administrado quanto a um ato ou omisso da Administrao que tenha afetado seus interesses. A Lei 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo federal, prev a reclamao em seu art. 48, a saber: Art. 48. A Administrao tem o dever de explicitamente emitir deciso nos processos administrativos e sobre solicitaes ou reclamaes, em matria de sua competncia. O Cdigo Tributrio Nacional, em seu art. 151, III, tambm prev uma espcie de reclamao que, no caso, possui o sentido de 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 19!de!142! Òimpugnao administrativaÓ, com o fim de suspender a exigibilidade do crdito tributrio: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio: III - as reclamaes e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio administrativo; O pedido de reconsiderao, por sua vez, constitui uma espcie de solicitao dirigida mesma autoridade que expediu o ato, para que ela o aprecie novamente e, caso reconsidere seu entendimento anterior, o invalide ou modifique. O pedido de reconsiderao funciona, ento, como uma Òsegunda oportunidadeÓ dada autoridade que proferiu a deciso inicial, que pode reformular a posio adotada inicialmente. Na Lei 9.784/99, o pedido de reconsiderao previsto no art. 56, ¤1¼ 7 , o qual determina que os recursos administrativos devem ser propostos perante a autoridade que proferiu a deciso, a qual poder reconsider-la no prazo de cinco dias. Finalmente, o direito de petio tambm pode ser exercido por meio dos recursos administrativos, expresso utilizada para designar a petio manejada pela parte que deseja submeter determinada matria reapreciao de outra autoridade, diversa daquela que proferiu a deciso original. inconstitucional a exigncia de depsito de recursos financeiros ou arrolamento de bens para que algum possa apresentar um recurso administrativo. Os recursos administrativos podem ser hierrquicos prprios e hierrquicos imprprios. Recursos hierrquicos prprios so aqueles dirigidos autoridade ou ao rgo imediatamente superior que proferiu a deciso recorrida. Lembrando que, no processo administrativo federal, como destacado acima, antes de os argumentos apresentados serem conhecidos como recurso, sero encaminhados, mediante pedido de reconsiderao, mesma autoridade que tenha proferido a deciso administrativa inicial, a !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7!!§%1o%O%recurso%será%dirigido%à%autoridade%que%proferiu%a%decisão,%a%qual,%se%não%a%reconsiderar%no%prazo%de% cinco%dias,%o%encaminhará%à%autoridade%superior.% 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 20!de!142! qual, se no reconsiderar, encaminhar os argumentos a uma autoridade superior, da sim como recurso administrativo. Recursos hierrquicos imprprios, por sua vez, so interpostos a rgo ou autoridade que no possui relao hierrquica com a autoridade ou rgo que editou o ato objeto de impugnao. Por no ser decorrente de hierarquia, o recurso imprprio s cabvel se previsto expressamente em lei. O mais comum o recurso hierrquico imprprio ser dirigido a autoridade integrante de pessoa jurdica diversa daquele de onde se originou o ato impugnado, a exemplo do recurso endereado ao Ministrio contra ato praticado por uma autarquia a ele vinculada. No obstante, ressalte-se que os recursos imprprios podem ocorrer dentro de uma mesma pessoa jurdica: o importante para caracterizar esse tipo de recurso que no haja relao hierrquica entre a autoridade que proferiu a deciso recorrida e a responsvel por apreciar o recurso. o caso, por exemplo, de recursos contra atos da Receita Federal interpostos perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Ð CARF, que integra a estrutura do Ministrio da Fazenda, mas no tem relao de hierarquia com a Receita Federal. Prosseguindo no assunto, importante salientar que, ao lado dos recursos apresentados pelos administrados, existem, ainda, recursos administrativos interpostos pela prpria Administrao que editou a deciso recorrida, os chamados recursos de ofcio. Os recursos de ofcio podem ser prprios ou imprprios e so cabveis, em regra, somente quando haja expressa previso legal. Ainda devemos lembrar da reviso de processo que, nos termos do art. 65 da Lei 9.784/998, a petio apresentada em face de uma deciso administrativa que tenha resultado na aplicao de sano, visando a desfaz-la ou abrand-la. A reviso pode ocorrer a qualquer tempo quando h fato novo superveniente, algo desconhecido at o julgamento do processo que resultou na aplicao da penalidade. A reviso pode acontecer de ofcio ou a pedido e no pode resultar em agravamento da sano. Diversamente, vale lembrar que o instituto do Òreformatio in pejusÓ (agravamento da sano) possvel na apreciao de recursos administrativos em geral. Fiquem atentos a isso! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!8!Art.%65.%Os%processos%administrativos%de%que% resultem%sanções%poderão% ser%revistos,% a%qualquer% tempo,%a% pedido% ou% de% ofício,% quando% surgirem% fatos% novos% ou% circunstâncias% relevantes% suscetíveis% de% justificar% a% inadequação%da%sanção%aplicada.% Parágrafo%único.%Da%revisão%do%processo%não%poderá%resultar%agravamento%da%sanção.% 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 21!de!142! Antes de encerrar este tpico, cumpre alertar que os conceitos apresentados no so taxativos. Com efeito, as designaes para as diversas espcies de peties administrativas adotadas pelas leis, atos normativos e pela doutrina podem variar, sendo possvel encontrar outros nomes e expresses, a exemplo de ÒimpugnaoÓ, Òmanifestao de inconformidadeÓ, Òpedido de reexameÓ, Òsolicitao de revisoÓ etc. , 7., (Cespe,–,Ministério,da,Justiça,2013),O!controle!administrativo!é!instrumento! jurídico!de!fiscalização!sobre!a!atuação!dos!agentes!e!órgãos!públicos,!realizado!de! ofício!por!iniciativa!própria,!não!se!aceitando!provocação!da!parte!interessada.! ! Comentário:,O,controle,administrativo,pode,ser,realizado,tanto,de,ofício, como, por, provocação, da, parte, interessada,, neste, último, caso,, mediante, o, exercício, do, direito, de, petição, (ex:, representação,, reclamação,, recurso, administrativo)., , Gabarito:,Errado, 8., (Cespe, –, TJDFT, 2013), O! cidadão! que! denuncie! ilegalidades! e! condutas! abusivas! praticadas! por! determinado! servidor! do! TJDFT! no! exercício! da! função! pública,! mesmo! não! sendo! diretamente! afetado! pela! irregularidade! perpetrada,! deve!fazêLlo!por!meio!do!instituto!da!reclamação.! ! Comentário:, O, instrumento, adequado, para, se, fazer, denúncias, sobre, irregularidades, internas,ou,condutas,abusivas,da,Administração,Pública,é,a, representação.,Portanto,,o,quesito,erra,ao,apontar,que,o, instituto,adequado, seria,a,reclamação.,A,reclamação,,por,seu, turno,,é,utilizada,quando,se,quer, manifestar,discordância,de,algum,ato,praticado,pela,Administração,que,tenha, afetado,o,interesse,do,reclamante.,Ficamos,assim,,então:,na,representação,,o, interesse, do, administrado, não, necessariamente, está, em, jogo, (ele, apenas, denuncia,alguma,irregularidade,de,que,tem,conhecimento)i,já,na,reclamação,, o,interesse,individual,do,administrado,está,presente., ,, Gabarito:,Errado, A!situação!do!administrado! pode!ser!agravada? Sim Recursos!administrativos Não Revisão!do!processo 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 22!de!142! 9., (Cespe, –, MPTCDF, 2013), Caso! deseje! o! reexame! de! decisão! relativa! a! determinado! ato! administrativo! pela! mesma! autoridade! que! a! emanou,! o! interessado!deverá!realizar!um!pedido!de!reconsideração.!Se!a!autoridade!à!qual!o! interessado!se!dirigir!não!ocupar!cargo!na!hierarquia!do!órgão!que!emitiu!o!ato,!o! recurso!interposto!será!um!recurso!hierárquico!impróprio.! ! Comentário:,A,questão,deve,ser,lida,em,partes.,A,primeira,frase,trata,do, pedido, de, reconsideração,, que, é, a, solicitação, dirigida, à,mesma, autoridade, que,expediu,o,ato,,para,que,ela,o,aprecie,novamente,e,,caso,concorde,com,o, solicitante,, invalide,ou,modifique,sua,decisão,original.,Constitui,uma,“etapa, prévia”, à, apreciação, dos, recursos, administrativos, (se, a, autoridade, reconsiderar,sua,decisão,,o, recurso,nem,segue,para,a,autoridade,superior)., Já, a, segunda, frase, descreve, o, recurso, hierárquico, impróprio,, que, é, aquele, dirigido,a,autoridade,não,integrante,da,estrutura,hierárquica,da,que,expediu,o, ato,recorrido,(ex:,recursos,dirigidos,ao,CARF,contra,atos,da,Receita,Federal,e, recurso,endereçado,ao,Ministério,contra,ato,praticado,por,uma,autarquia,a,ele, vinculada)., , Gabarito:,Certo, 10., (Cespe, –,AGU, 2013),O!recurso!hierárquico! impróprio,!na!medida!em!que!é! dirigido! à! autoridade! de! órgão! não! integrado! na! mesma! hierarquia! daquela! que! proferiu!o!ato,!independe!de!previsão!legal.! ! Comentário:, O, recurso, hierárquico, impróprio, só, é, cabível, se, previsto, expressamente,em,lei., , Gabarito:,Errado, SISTEMA!DE!CONTROLE!INTERNO! Como vimos, controle interno aquele exercido dentro de um mesmo Poder, geralmente por rgo especializado que tenha sido criado para essa finalidade. No geral, o rgo de controle interno subordina-se diretamente autoridade administrativa mxima do ente, a qual dispe, dessa forma, de um mecanismo de avaliao para as aes desempenhadas fora da esfera de suas atribuies privativas. O controle interno um controle tcnico, vale dizer, serve para avaliar a conduta dos agentes pblicos tendo como parmetro os limites delineados nas normas administrativas. A Constituio Federal dispe que os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio mantero um sistema de controle interno (CF, 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 23!de!142! art. 74), de forma integrada. Resumidamente, o sistema de controle interno, no mbito da Unio, organiza-se da seguinte forma: Poder Legislativo, Poder Judicirio, MPU, TCU Cada rgo possui seu prprio controle interno. Ex: uma unidade de controle interno na Cmara, uma no Senado; uma no STF, uma no STJ; uma no Ministrio Pblico Federal, uma no Ministrio Pblico Militar; uma no TCU etc. Poder Executivo îrgo Central: MTFC (ex-CGU) Ð orientao normativa e superviso tcnica dos demais rgos; îrgos Setoriais: Secretarias de Controle Interno (Ciset) da Casa Civil, da AGU, do Ministrio das Relaes Exteriores, do Ministrio da Defesa e do Denasus do Ministrio da Sade; Unidades Setoriais da Ciset do Ministrio da Defesa: unidades de controle interno dos comandos militares; Unidades de controle interno prprias das entidades da administrao indireta. As atribuies dos rgos de controle interno, conforme previsto no art. 74 da CF, so: I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execuo dos programas de governo e dos oramentos da Unio; II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto eficcia e eficincia, da gesto oramentria, financeira e patrimonial nos rgos e entidades da administrao federal, bem como da aplicao de recursos pblicos por entidades de direito privado; III - exercer o controle das operaes de crdito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da Unio; IV - apoiar o controle externo no exerccio de sua misso institucional. Tais atribuies podem ser resumidas em: • Criando!condições!indispensáveis!à!sua! eficácia Apoiar!o!controle!externo • Visando!assegurar!a!legalidade,!a!eficiência!e!a! eficácia!da!gestão. Servir!como!órgão!de! assessoramento!da! autoridade!administrativa 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 24!de!142! Uma das misses do controle interno apoiar o controle externo. Como veremos adiante, a expresso Òcontrole externoÓ, na Constituio Federal, se refere ao controle financeiro exercido sobre a Administrao Pblica pelo Congresso Nacional com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio (TCU). O trabalho do controle interno fundamental para dar suporteao controle externo, sobretudo o desenvolvido pelo TCU. Na prtica, o controle interno apoia o controle externo por meio da realizao de auditorias nas contas dos responsveis do rgo ou entidade a que esteja vinculado, emitindo relatrio, certificado de auditoria e parecer para subsidiar o exame e julgamento a cargo do Tribunal de Contas. Alm disso, os rgos integrantes do sistema de controle interno devero alertar formalmente a autoridade administrativa competente para que instaure tomada de contas especial, sempre que tiverem conhecimento de qualquer das ocorrncias que demandem esse procedimento. Os responsveis pelo controle interno tambm tm o dever de comunicar ao Tribunal de Contas qualquer irregularidade ou ilegalidade de que tenham conhecimento, sob pena de responsabilidade solidria9 (CF, art. 74, ¤1¼). Todavia, deve ficar claro que, embora o controle interno tenha o dever estabelecido constitucionalmente de apoiar o controle externo, no h relao de hierarquia entre eles, h complementaridade. , 11., (FCC, –, TCE/PR, 2011), Nos! termos! previstos! na! Constituição! Federal,! os! responsáveis! pelo! controle! interno,! ao! tomarem! conhecimento! de! qualquer! irregularidade!ou!ilegalidade,!dela!darão!ciência!ao!Tribunal!de!Contas,!sob!pena!de! a)!demissão!a!bem!do!serviço!público.! b)!responsabilidade!subsidiária.! c)!responsabilidade!solidária.! d)!exoneração.! e)!suspensão.! Comentários:, Nos, termos, do, art., 74,, §1º, da, CF,, os, responsáveis, pelo, controle, interno, que, não, derem, ciência, ao, Tribunal, de, Contas, acerca, de, !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 9!As!bancas!gostam!de!tentar!confundir!o!candidato!dizendo!que!a!responsabilidade!é!subsidiária.!NÃO!É!! A!responsabilidade!é!SOLIDÁRIA.! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 25!de!142! qualquer, irregularidade,ou, ilegalidade,de,que,tenham,conhecimento,,estarão, sujeitos,a,responsabilidade,solidária:, §"1º"D"Os"responsáveis"pelo"controle"interno,"ao"tomarem"conhecimento"de"qualquer" irregularidade"ou"ilegalidade,"dela"darão"ciência"ao"Tribunal"de"Contas"da"União,"sob" pena"de"responsabilidade"solidária." Quer, dizer, que, os, servidores, do, controle, interno, responderão, pela, irregularidade,ou,ilegalidade,em,igualdade,de,condições,com,a,pessoa,que,a, cometeu.,Vale,ressaltar,que,a,responsabilidade,solidária,não,livra,o,servidor, de, outras, punições, administrativas,, inclusive, as, citadas, no, quesito, (demissão,, suspensão, ou, exoneração),, conforme, venha, a, ser, apurado, em, processo, administrativo,, se, for, o, caso., Todavia,, o, que, interessa, para, a, questão,é,o,que,está,previsto,no,mencionado,dispositivo,constitucional.!! Gabarito:,alternativa,“c”, 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 26!de!142! CONTROLE+LEGISLATIVO+ O controle legislativo pode ser entendido como o controle exercido pelas casas legislativas (Cmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional) diretamente ou por meio dos Tribunais de Contas. A Constituio Federal, ao tratar em seu art. 70 da fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Administrao Pblica Federal, consagra o controle legislativo da seguinte maneira: Art. 70. A fiscalizao contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas, ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Note, inicialmente, que o controle financeiro da Unio, vale dizer, da Administrao Pblica Federal, ser exercido mediante os seguintes sistemas de controle: #! Sistema de controle externo #! Sistema de controle interno Ressalte-se que, por fora do chamado princpio de simetria presente no art. 75 da CF10, os sistemas de controle nos Estados, Distrito Federal e Municpios, previstos nas respectivas Constituies e Leis Orgnicas, devem seguir, no que couber, as disposies relativas Unio previstas na Carta da Repblica11. J abordamos o sistema de controle interno ao estudarmos o art. 74 da CF. Vimos que se trata de um controle administrativo, exercido por rgos especializados dentro de cada Poder. Nos interessa agora o sistema de controle externo, a cargo do Poder Legislativo. Como vimos, controle externo, em sentido amplo, toda fiscalizao exercida por um ente que no integra a estrutura na qual o fiscalizado est inserido. Todavia, na Constituio Federal, a expresso Òcontrole externoÓ se refere apenas fiscalizao contbil, oramentria e !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 10!Art.% 75.% As% normas% estabelecidas% nesta% Seção% [art.% 70% a% 75]% aplicam9se,% no% que% couber,% à% organização,% composição%e%fiscalização%dos%Tribunais%de%Contas%dos%Estados%e%do%Distrito%Federal,%bem%como%dos%Tribunais% e%Conselhos%de%Contas%dos%Municípios.% 11!Veja! bem:! “no% que% couber”,! ou! seja,! podem! ocorrer! alterações! nas! normas! locais,! levandoYse! em! consideração! as! especificidades! de! cada! região,! desde% que% não% sejam% incompatíveis% com% o% modelo% estabelecido%para%a%esfera%federal.! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 27!de!142! financeira exercida sobre a Administrao Pblica pelo Poder Legislativo, muitas vezes chamada apenas de controle financeiro. A Carta Magna deixa isso assente em seu art. 70, caput (ÒA fiscalizao... ser exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo...Ó), transcrito anteriormente, e tambm no art. 71: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, ser exercido com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, ao qual compete: De fato, a expresso Òcontrole externoÓ demonstra a principal caracterstica do controle legislativo, realizado por rgo exgeno aos que administram os recursos pblicos e que representa os interesses dos verdadeiros donos desses recursos, a sociedade. Portanto, na Constituio Federal, somente o controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a Administrao Pblica recebe a denominao de controle externo. Na esfera federal, o titular do controle externo o Congresso Nacional; no mbito dos Estados, o titular a Assembleia Legislativa, enquanto nos Municpios, o controle externo cabe s respectivas Cmaras Municipais. Segundo a CF, o titular do controle externo o Poder Legislativo; na esfera federal, portanto, o titular o Congresso Nacional. A fim de possibilitar o exerccio do controle externo, a Carta Magna conferiu ao Tribunal de Contas da Unio (TCU) a misso de auxiliar o Congresso Nacional, mediante a definio de competncias prprias e privativas para a Corte de Contas (CF, art. 71). Cuidado com o termo ÒauxiliarÓ, que pode levar a interpretaes errneas. O TCU no subordinado hierarquicamente ao Congresso Nacional! No exerccio do controle externo, a Constituio reservou ao TCU atividades de cunho tcnico, como a realizao de auditorias e o exame e julgamento da gesto dos administradores pblicos. O Congresso Nacional, embora titular do controle externo, no pode exercer nenhuma das atribuiesconferidas exclusivamente Corte de Contas. No campo do controle externo, cabe ao Parlamento atividades de cunho poltico, tambm previstas na Constituio, sem qualquer relao administrativa, hierrquica ou mesmo de coordenao com o Tribunal de Contas. Como se v, ambos atuam em vertentes diferentes do controle externo. 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 28!de!142! Assim, por exemplo, o Congresso Nacional no tem competncia para realizar diretamente uma auditoria contbil em um Ministrio do Governo Federal. Deve solicit-la ao TCU. Este, por sua vez, no realizar a referida fiscalizao por causa de uma eventual subordinao ao Congresso, e sim porque tal atividade da sua competncia privativa, conferida diretamente pela Constituio (CF, art. 71, IV), conforme veremos adiante. Pelo que foi dito, pode-se perceber que, no mbito federal, os sujeitos ativos do controle externo, isto , os rgos que exercem as aes de fiscalizao, so: o Congresso Nacional, na qualidade de titular do controle; e o TCU, com competncias prprias e privativas para auxiliar o Congresso, mas sem lhe ser subordinado. Por sua vez, os sujeitos passivos do controle externo, isto , os agentes que sofrem as aes de controle, so todos que, de alguma maneira, administrem recursos pblicos, no importa se pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, da administrao direta ou da indireta, do Poder Legislativo, Executivo ou Judicirio. A condio para que se assuma o dever de prestar contas ao controle externo a gesto de recursos pblicos, conforme disposto no art. 70, pargrafo nico da CF: Art. 70 (...) Pargrafo nico. Prestar contas qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria. O objeto do controle legislativo de carter financeiro so os atos administrativos que envolvam receitas e despesas pblicas. Ao controle externo compete examinar se tais atos foram praticados em conformidade com a lei e com os princpios administrativos, ou, ainda, se atenderam aos objetivos dos planos e programas de governo. 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 29!de!142! Sujeitos!do! controle!externo! Ativo:! Congresso! Nacional! (titular)! e! TCU! (órgão! técnico,! sem! subordinação).! Passivos:! Administradores! das! unidades! de! todos! os! Poderes! constituídos,! incluindo:! administração! direta,! autarquias,! fundações,! empresas! estatais,! sociedades! de! economia! mista,! agências! reguladoras,! organizações! sociais,! concessionárias! de! serviço!público!etc.! Entidades! privadas! e! pessoas! físicas! que,! de! alguma! forma,! administrem!recursos!públicos!federais.! Objetos!do! controle!externo! Licitações,! contratos,! pessoal,! obras,! patrimônio,! sistemas,! concessões! de! aposentadoria,! pensões,! reforma,! admissões! de! pessoal,! arrecadação! e! renúncia! de! receita,! dívida,! convênios,! privatizações,! concessões! de! serviço,! programas,! políticas! de! governo.! Segundo o art. 70, caput da CF, as reas alcanadas pelo controle externo so: contbil, financeira, oramentria, operacional e patrimonial. Assim, suponha que o Ministrio da Educao, no mbito do programa fictcio ÒLivro para TodosÓ tenha realizado uma licitao para adquirir livros didticos destinados a escolas pblicas e uma denncia encaminhada ao TCU com elementos indicando possveis irregularidades na compra. Para apur-la, o Tribunal de Contas poder realizar uma fiscalizao que, dependendo do objeto da denncia, ser de natureza: Natureza!da! fiscalização! O!que!será!fiscalizado! Exemplo! Contábil! Lançamentos!e! escrituração!contábil! Auditoria!para!verificar!se!os!eventos!contábeis! relacionados! à! aquisição! dos! livros! foram! corretamente!registrados!no!SIAFI.! Financeira! Arrecadação!de! receitas!e!execução!de! despesas! Acompanhamento! para! verificar! se! os! pagamentos! efetuados! ao! fornecedor! dos! livros!estão!de!acordo!com!o!contrato.! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 30!de!142! Orçamentária! Elaboração!e!execução! dos!orçamentos! Inspeção!para!verificar!a!existência!de!previsão! orçamentária!para!a!aquisição.! Operacional! Processos! administrativos!e! programas!de!governo! Auditoria! no! Programa! “Livro! para! Todos”,! a! fim!de!verificar!se!a!distribuição!dos!livros!está! beneficiando! os! destinatários! da! forma! e! na! medida!desejada!pelo!Programa.!! Patrimonial! Guarda!e!administração! de!bens!móveis!e! imóveis! Auditoria!para! verificar! se!os! livros! adquiridos! foram! realmente!entregues!pelo! fornecedor! e! se! foram! corretamente! distribuídos! para! as! escolas!cadastradas!no!Programa.! Segundo o mesmo dispositivo da Constituio (art. 70, caput), os aspectos a serem verificados nas fiscalizaes, ou seja, os possveis focos do controle so: legalidade, legitimidade, economicidade, aplicao das subvenes e renncia de receitas. Vejamos como os trs primeiros (legalidade, legitimidade e economicidade) podem ser aplicados ao nosso exemplo: Foco!da! fiscalização! Característica! Exemplo! Legalidade! Verifica! se! a! conduta! do! gestor! guarda! consonância! com! as! normas! aplicáveis,! de! qualquer! espécie! H! leis,! regimentos,! resoluções,!portarias!etc.!! Verificar:! se! o! processo! licitatório! seguiu! a! Lei! de! Licitações;! se! os! pagamentos! foram! realizados! de! acordo!com!a!previsão!contratual;!se! as! regras! da! contabilidade! pública! foram! obedecidas! na! realização! dos! lançamentos!contábeis.! Legitimidade! Verifica! se! o! ato! atende! ao! interesse! público,! à! impessoalidade,! à! moralidade! e! aos! demais! princípios! administrativos! expressos! e! implícitos!na!Constituição.! Verificar! se! as! escolas! mais! necessitadas!foram!atendidas!em!vez! de,!ao!contrário,!serem!privilegiadas! aquelas! cujos! responsáveis! teriam! relações! políticas! com! o! Ministro.! Nesse! último! caso,! a! aquisição! seria! ilegítima,! mesmo! se! realizada! em! conformidade! com! a! Lei! de! Licitações.! 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 31!de!142! Economicidade! Analisa! a! relação! custo/benefício! da! despesa! pública,! isto! é,! se! o! gasto! foi! realizado! com! minimização! dos! custos! e! sem! comprometimento! dos! padrões! de!qualidade.! Verificar!se!o!preço!dos!livros!está!de! acordo! com! os! referenciais! de! mercado!ou,!na!falta,!se!o!valor!pago! é! razoável,! compatível! com! a! natureza! e! a! qualidade! da! publicação.!! Alm desses aspectos, a Constituio determina expressamente a fiscalizao da aplicao das subvenes e da renncia de receitas, cujo exame envolve avaliaes de legalidade, legitimidade e economicidade. Subvenes, de acordo com a Lei 4.320/1964, so transfernciasde recursos oramentrios destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas. Classificam-se em subvenes sociais quando destinadas a rgos ou entidades de carter assistencial, cultural ou de educao; e em subvenes econmicas, quando se destinam a cobrir dficits de empresas pblicas ou privadas de carter industrial, comercial, agrcola ou pastoril. Assim, os beneficirios devero prestar contas da aplicao das subvenes recebidas, sujeitando-se devida fiscalizao dos rgos de controle. Renncia de receita, nos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal, envolve benefcios que impliquem reduo discriminada de tributos, tais como anistia, remisso, concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota ou alterao de base de clculo. Assim, o Poder Legislativo, com o auxlio do Tribunal de Contas, deve fiscalizar os rgos e entidades que tenham atribuio de conceder, gerenciar ou utilizar recursos provenientes de renncia de receita. 12., (Cespe, –, MPTCDF, 2013), Em! relação! ao! controle! externo! exercido! pelo! Congresso!Nacional,!a!fiscalização!financeira!diz!respeito!ao!acompanhamento!da! execução! do! orçamento! e! da! verificação! dos! registros! adequados! nas! rubricas! orçamentárias.! ! Comentário:, O, acompanhamento, da, execução, do, orçamento, e, a, verificação,dos, registros,adequados,nas, rubricas,orçamentárias,é,objeto,da, fiscalização,orçamentária.,Já,a,fiscalização,financeira,diz,respeito,ao,controle, da, arrecadação, de, receitas, e, da, execução, de, despesas,, por, meio, do, 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 32!de!142! acompanhamento,dos,depósitos,bancários,, dos,pagamentos, efetuados,, dos, ingressos,dos,valores,etc., , Gabarito:,Errado, 13., (Cespe, –, AFT, 2013), O! controle! da! administração! realizado! pelo! Poder! Legislativo! com! o! auxílio! do! TCU! abrange! o! denominado! controle! de! economicidade,!pelo!qual!se!verifica!se!o!órgão!público!procedeu!da!maneira!mais! econômica! na! aplicação! da! despesa,! atendendo! à! adequada! relação! de! custoL benefício.! ! Comentário:, O, controle, de, economicidade, relacionaKse, à, noção, de, racionalidade, e, eficiência, na, realização,da,despesa,pública.,DeveKse,buscar, não, apenas, gastar, menos,, mas, gastar, bem,, adquirindo, bens, e, serviços, de, qualidade,, na, quantidade, necessária, (nem, mais,, nem, menos), e, a, preços, compatíveis,com,o,mercado., , Gabarito:,Certo, O controle legislativo s pode ocorrer nas hipteses, nas situaes e nos limites diretamente previstos na Constituio Federal. Nesse sentido, a CF prev, no mbito do controle externo, atribuies que so de carter poltico e, por isso, exclusivas das casas legislativas (controle parlamentar direto); e atribuies de carter tcnico, exclusivas do Tribunal de Contas (controle tcnico). Vamos estud- las, ento! CONTROLE!PARLAMENTAR!DIRETO! Existem algumas atribuies relacionadas ao controle externo que so exercidas diretamente pelo Poder Legislativo, o conhecido controle parlamentar direto ou controle poltico. O controle parlamentar direto ou poltico, a exemplo do controle judicial, decorre da estrutura de diviso de poderes, ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. Assim, o Legislativo o responsvel por aprovar as polticas pblicas, bem como as regras para a arrecadao de receitas e a programao oramentria da execuo das despesas, as quais devem ser seguidas e executadas majoritariamente pelo Poder Executivo, mas tambm pelos responsveis pelas unidades administrativas dos demais Poderes, obedecendo aos princpios da legalidade, legitimidade e economicidade. Buscando o equilbrio entre os Poderes, a Constituio definiu que a 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 33!de!142! prestao de contas deve ser feita ao mesmo Poder que definiu as regras, o Legislativo, que o titular de controle externo. Como veremos, nem todas as atribuies do controle parlamentar direto esto relacionadas ao controle externo financeiro. Muitas so atribuies essencialmente polticas, e no necessariamente envolvem o exame das receitas e despesas pblicas, a exemplo da aprovao da nomeao de autoridades. Dentre as atribuies do controle parlamentar, o art. 49 da CF enumera que da competncia exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa; IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo; X Ð fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta; Quanto ao inciso V, cumpre salientar que a competncia para a sustao do ato normativo produzido pelo Executivo que exceda dos limites de sua competncia do Congresso Nacional (no do Senado ou da Cmara). Alm disso, h alguns pontos que merecem ateno: $! o Congresso Nacional pode sustar os atos normativos advindos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. No h que se falar em anulao, que s poderia ser feita pela prpria Administrao (autotutela) ou pelo Judicirio (controle judicial); $! os atos normativos que podem ser sustados so os do Poder Executivo (no do Judicirio). Lembrando que a CF atribui ao Poder Executivo, por intermdio do Presidente da Repblica, a competncia privativa para editar decretos e regulamentos visando assegurar a fiel execuo das leis (art. 84, IV), assim como para editar decretos autnomos sobre a organizao e funcionamento da administrao federal, quando no implicar aumento de despesa nem criao ou extino de rgos pblicos e sobre a extino de cargos ou funes pblicas, quando vagos. Ademais, o art. 68 da CF prev a possibilidade de o Presidente da Repblica editar as chamadas leis delegadas, mediante delegao do Congresso Nacional. Toda vez que, nessas situaes, o Executivo for alm de seus limites quando da elaborao dos atos normativos, estar exorbitando do poder regulamentar, cabendo a sustao pelo Congresso Nacional. Prosseguindo no art. 49 da CF, o inciso IX se refere competncia do Congresso Nacional para julgar as contas do Presidente da 04210046302 Direito'Administrativo'para'TRE3CE' Analista'Judiciário'–'Área'Judiciária' Teoria'e'exercícios'comentados' Prof.'Erick'Alves'–'Aula'11! ! ! ! Prof.'Erick'Alves! www.estrategiaconcursos.com.br! 34!de!142! Repblica. Mais adiante, veremos que o Tribunal de Contas no julga as contas do Chefe do Executivo, mas to s as aprecia, mediante a emisso de parecer prvio. A competncia para julgamento das contas do Chefe do Executivo, no caso federal, do Congresso Nacional, e constitui ato poltico. Na hiptese de no apresentao das contas ao Congresso Nacional, no prazo de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, competncia privativa da Cmara dos Deputados (no do Congresso ou do Senado) proceder tomada de contas do Presidente da Repblica (CF, art. 51, II), sendo esse mais um exemplo de controle parlamentar. Quanto ao inciso X do art. 49, a doutrina aponta que a principal finalidade do dispositivo explicitar que o controle da Administrao Pblica tambm uma funo tpica do Poder Legislativo, to importante quanto a funo de editar leis primrias.
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