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ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles NEOPLASIAS NOMENCLATURA Neoplasia significa “novo crescimento”, e um novo crescimento é denominado de neoplasma. Tumor foi originalmente aplicado ao edema causado pela inflamação, mas atualmente se iguala a neoplasma. Os tumores, benignos e malignos, apresentam dois componentes básicos: (1) células neoplásicas clonais que constituem seu parênquima e (2) estroma reativo feito de tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e quantidade variável de macrófagos e linfócitos. Tumores Benignos Um tumor é benigno quando suas características micro e macroscópicas são consideradas relativamente inocentes, ele permanece localizado, não consegue se disseminar para outros sítios e geralmente pode ser removido por cirurgia local; o paciente normalmente sobrevive. Em geral, os tumores benignos são designados pela ligação do sufixo -oma à célula de origem. Os tumores de células mesenquimais geralmente seguem essa regra. Por exemplo: Tumor benigno em tecidos fibrosos: fibroma. Tumor cartilaginoso benigno condroma. A nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é mais complexa. São classificados de forma diversificada, com base em suas próprias células de origem, padrão microscópico, sua arquitetura macroscópica, etc. Adenoma - neoplasma epitelial benigno derivado de glândulas, apesar de poderem, ou não, formar estruturas glandulares. As neoplasias epiteliais benignas que produzem micro e macroscopicamente projeções visíveis, semelhantes a dedos ou verrucosas que surgem a partir de suas superfícies epiteliais, são os papilomas. Aquelas que formam grandes massas císticas, como no ovário, são os cistadenomas. Alguns tumores produzem padrões papilares que se projetam nos espaços císticos e são denominados cistadenomas papilares. Quando uma neoplasia, benigna ou maligna, produz uma projeção macroscopicamente visível sobre a superfície mucosa e se projeta, por exemplo, no lúmen gástrico ou colônico, os pólipos. Tumores Malignos Os que surgem do tecido mesenquimal geralmente são denominados de sarcomas. Ex: fibrossarcoma, condrossarcoma, leiomiossarcoma e rabdomiossarcoma. Origem nas células epiteliais, derivados de qualquer uma das três camadas germinativas, são denominados carcinomas. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Os carcinomas podem ser ainda mais qualificados. Exemplo: Carcinoma de células escamosas - câncer em que as células tumorais lembram o epitélio escamoso estratificado; Adenocarcinoma - lesão em que as células epiteliais neoplásicas crescem em padrões glandulares. Com certa frequência, um câncer é composto por células indiferenciadas de origem tecidual desconhecida e deve ser designado meramente como um tumor maligno indiferenciado. Características das Neoplasias Benignas e Malignas DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA A diferenciação refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico lembram as células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente; a falta de diferenciação é denominada anaplasia. Em geral, os tumores benignos são bem diferenciados. As neoplasias malignas são caracterizadas por uma ampla gama de diferenciação das células parenquimatosas, de surpreendentemente bem diferenciadas a completamente indiferenciadas (anáplasicos). A falta de diferenciação, frequentemente está associada a muitas outras alterações morfológicas. Pleomorfismo. Tanto as células quanto os núcleos mostram, caracteristicamente, um pleomorfismo – uma variação no tamanho e na forma. As células dentro do mesmo tumor não são uniformes, mas variam desde grandes células, muitas vezes maiores do que suas vizinhas, até células extremamente pequenas e de aspecto primitivo. Morfologia nuclear anormal: Caracteristicamente, o núcleo contém cromatina abundante e se cora fortemente (hipercromático). Os núcleos são desproporcionalmente grandes em comparação com a célula, e a razão núcleo-citoplasma pode chegar a 1:1, em vez da relação normal de 1:4 ou 1:6. A forma do núcleo é variável e frequentemente irregular, e a cromatina, comumente, está grosseiramente agrupada e distribuída pela membrana nuclear. Normalmente, grandes nucléolos estão presentes nesses núcleos. Mitoses: os tumores indiferenciados usualmente possuem grande número de mitoses, refletindo a maior atividade proliferativa das células parenquimatosas. Mais importante como característica morfológica de malignidade são as figuras mitóticas atípicas, bizarras e, algumas vezes, produzindo fusos tripolares, quadripolares ou multipolares. Perda de polaridade: Além das anormalidades citológicas, a orientação das células anaplásicas é marcantemente alterada (i.e., elas ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles perdem a polaridade normal). Lençóis ou grandes massas de células tumorais crescem de maneira anárquica e desorganizada. Outras alterações: Outra característica da anaplasia é a formação de células gigantes tumorais, algumas possuindo somente um único núcleo gigante e polimórfico, enquanto outras apresentam dois ou mais grandes núcleos hipercromáticos. Displasia: crescimento desordenado. Pode ser encontrada principalmente em epitélios, e é caracterizada por uma constelação de alterações que incluem a perda da uniformidade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetônica. Quando as alterações displásicas são marcantes e envolvem toda a espessura do epitélio, porém a lesão permanece confinada pela membrana basal, ela é considerada como um neoplasma pré-invasivo e é denominada carcinoma in situ. Uma vez que as células tumorais tenham rompido a membrana basal, diz-se que o tumor é invasivo. As alterações displásicas são frequentemente encontradas adjacentes a focos de carcinoma invasivo e em algumas situações, tais como em fumantes de cigarro de longo prazo e em pessoas com esôfago de Barrett, a displasia epitelial grave comumente antecede o aparecimento do câncer. TAXAS DE CRESCIMENTO Quando um tumor sólido puder ser detectado clinicamente, significa que ele já completou a maior parte de seu ciclo de vida. A taxa de crescimento de um tumor é determinada por três fatores principais: - O tempo de duplicação das células tumorais; - A fração das células tumorais que se encontram no grupo replicativo; - A taxa com que as células são perdidas ou morrem. A proporção de células dentro da população tumoral que estão no grupo replicativo é referida como fração de crescimento. À medida que o tumor continua a crescer, as células deixam o grupo replicativo em números continuamente crescentes como consequência da descamação, da falta de nutrientes, da necrose, da apoptose, da diferenciação e da reversão da fase não proliferativa do ciclo celular (G0). Em última instância, o crescimento progressivo dos tumores e a taxa com que eles crescem são determinados por um excesso de produção celular em relação à perda celular. Tumores de crescimento rápido podem ter uma renovação celular alta, significando que tanto as taxas de proliferação quanto as taxas de apoptose são altas. Obviamente, para que haja crescimento do tumor, a taxa de proliferação deve exceder a de morte celular. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles INVASÃO LOCAL Praticamente todos os tumores benignos crescem como uma massa expansiva coesa que permanece localizada em seu sítio de origem e não apresenta a capacidade de infiltrar, invadirou metastatizar para sítios distantes, como fazem os tumores malignos. Geralmente desenvolvem uma margem de tecido conjuntivo comprimido que o separa do tecido hospedeiro. Essa cápsula se deriva, em grande parte, da MEC do tecido nativo devido à atrofia das células parenquimatosas normais que estão sob pressão de um tumor em expansão. Essa cápsula não evita que o tumor cresça, mas mantém o tumor benigno como uma massa discreta, facilmente palpável e bem móvel, que pode ser enucleada cirurgicamente. O crescimento dos cânceres é acompanhado por infiltração progressiva, invasão e destruição dos tecidos Circunjacentes. Em geral, os tumores malignos são pouco demarcados do tecido normal ao seu redor e não há um plano de clivagem bem definido. METÁSTASES São implantes tumorais descontínuos com o tumor primário. Os neoplasmas benignos não metastatizam. Com poucas exceções, todos os tumores malignos podem gerar metástases. As principais exceções são: a maioria dos gliomas do SNC e os carcinomas basocelulares da pele. Vias de disseminação Implante de células tumorais em cavidades e superfícies corpóreas: pode ocorrer sempre que um neoplasma maligno penetra em uma “campo aberto” natural. A cavidade peritoneal é o local mais frequentemente envolvido, mas qualquer outra cavidade – pleural, pericárdica, subaracnoidea e do espaço articular – pode ser afetada. Disseminação Linfática: via mais comum para a disseminação dos carcinomas e os sarcomas podem também usar essa rota. Os tumores não contêm linfáticos funcionais, mas os vasos linfáticos localizados nas margens tumorais são aparentemente suficientes para a disseminação das células tumorais. O padrão de envolvimento dos linfonodos segue as rotas naturais da drenagem linfática. No câncer de mama, a determinação do envolvimento dos linfonodos axilares é muito importante para a avaliação do curso futuro da doença e para a seleção de estratégias terapêuticas cabíveis. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Para evitar a morbidade cirúrgica considerável associada a uma completa dissecção de linfonodos axilares, uma biópsia dos linfonodos sentinelas frequentemente é utilizada para avaliar a presença ou ausência de lesões metastáticas nos linfonodos. Um linfonodo sentinela é definido como “o primeiro linfonodo em uma bacia linfática que recebe o fluxo da linfa que vem do tumor primário.” Disseminação Hematogênica: A disseminação hematogênica é típica dos sarcomas, mas também é vista nos carcinomas. As artérias, com suas paredes mais espessas, são menos prontamente penetradas do que as veias. A disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam um êmbolo tumoral adicional. Com a invasão venosa, as células produzidas pelo sangue seguem o fluxo venoso de drenagem do sítio do neoplasma, enquanto as células tumorais frequentemente se detêm no primeiro leito capilar que encontram. O fígado e os pulmões são mais frequentemente envolvidos nessa disseminação hematogênica, porque toda a drenagem da área portal flui para o fígado e todo o sangue da cava flui para os pulmões. Os tumores malignos que surgem em íntima proximidade com a coluna vertebral com frequência embolizam através do plexo paraverteberal, e essa via está envolvida nas frequentes metástases vertebrais dos carcinomas da tireoide e da próstata. O carcinoma de mama dissemina-se preferencialmente para o osso, os carcinomas broncogênicos tendem a envolver as glândulas suprarrenais e o cérebro, e os neuroblastomas disseminam-se para o fígado e para os ossos. INVASÃO E METASTASE Para que as células tumorais se soltem do tumor primário, entrem nos vasos sanguíneos ou linfáticos e produzam um segundo crescimento em um sítio distante, elas devem passar por um série de passos. A cascata metastática será dividida em duas fases: (1) invasão da matriz extracelular (MEC); (2) disseminação vascular, instalação das células tumorais e colonização. 1. INVASÃO DA MEC As células tumorais devem interagir com a MEC em diversos estágios da cascata metastática. Um carcinoma deve primeiro romper a membrana basal subjacente, então atravessar o tecido conjuntivo intersticial e, em última instância, ter acesso à circulação através da penetração na membrana basal vascular. Alterações (“relaxamento”) das interações célula-célula do tumor. Degradação da MEC. Ligação a novos componentes da MEC. Migração das células tumorais. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles A dissociação das células, uma da outra, é frequentemente uma consequência das alterações nas moléculas de adesão intercelulares. Provavelmente, essas alterações reduzem a capacidade das células de se aderirem umas às outras e facilita o seu desligamento do tumor primário e consequente avanço em direção aos tecidos circunjacentes. As E-caderinas estão unidas ao citoesqueleto por cateninas, proteínas que estão sob a membrana plasmática. A função normal da E-caderina depende de sua ligação às cateninas. Em alguns tumores, a E-caderina é normal, mas sua expressão está reduzida devido a mutações no gene para a α-catenina. Degradação local da membrana basal e do tecido conjuntivo intersticial. As células tumorais podem elas mesmas secretar enzimas proteolíticas, ou induzir as células estromais (p. ex., fibroblastos e células inflamatórias) a elaborar proteases. Alterações na ligação das células tumorais a proteínas da MEC. As células epiteliais normais possuem receptores, como as integrinas, para a laminina da membrana basal e para o colágeno que estão polarizados em sua superfície basal; esses receptores ajudam a manter as células em um estado quiescente, diferenciado. A perda de adesão nas células normais leva à indução da apoptose, enquanto que, as células tumorais são resistentes a essa forma de morte celular. Além disso, a própria matriz se torna modificada de maneira a promover a invasão e a metástase. Locomoção é a última etapa da invasão, impulsionando as células tumorais através da membrana basal degradada e das zonas de proteólise da matriz. As células devem se ligar à matriz na extremidade de avanço, soltar- se da matriz na extremidade final e contrair o citoesqueleto de actina para seguir adiante. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Disseminação Vascular e Instalação das Células Tumorais Uma vez que atinjam a circulação, as células tumorais ficam vulneráveis à destruição por uma variedade de mecanismos, incluindo o estresse mecânico de cisalhamento, a apoptose estimulada pela perda de adesão e a defesa imune inata e adaptativa. O sítio em que as células tumorais circulantes deixam os capilares para formar depósitos secundários está relacionado, em parte, à localização anatômica do tumor primário, com a maioria das metástases ocorrendo no primeiro leito capilar disponível para o tumor. O tropismo por um órgão específico pode estar relacionado aos seguintes mecanismos: Como o primeiro passo para o extravasamento é a adesão ao endotélio, as células tumorais podem ter moléculas de adesão cujos ligantes são expressos preferencialmente nas células endoteliais do órgão-alvo. As células endoteliais dos leitos vasculares de vários tecidos diferem em sua expressão dos ligantes para moléculas de adesão. As quimiocinas possuem um importante papel na determinação dos tecidos-alvo parametástases. Solo infértil. Ex: musculo esquelético As células tumorais são bastante inefi cientes em colonizar órgãos distantes. INCIDÊNCIA DO CÂNCER Os tumores mais comuns em homens surgem na próstata, nos pulmões e na região colorretal. Em mulheres, os cânceres de mama, pulmão e da região colorretal são os mais frequentes. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles FATORES DE RISCO IDADE Tem uma influência importante na probabilidade de ser atingido por câncer. A maioria dos carcinomas ocorre nos anos mais tardios da vida (>55 anos). A incidência crescente com a idade pode ser explicada pelo acúmulo de mutações somáticas associadas à emergência de neoplasmas malignos. O declínio na imunocompetência, que acompanha o envelhecimento, também pode ser um fator. Os neoplasmas comuns da lactância e da infância incluem os denominados tumores de células pequenas azuis e redondas, tais como o neuroblastoma, o tumor de Wilms, o retinoblastoma, as leucemias agudas e os rabdomiossarcomas. PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA PARA O CÂNCER Pode ser dividida em três categorias: Síndromes Neoplásicas Hereditárias com Padrão Autossômico Dominante: A mutação herdada geralmente é uma mutação pontual que ocorre em um único alelo de um gene supressor de tumor. O silenciamento do segundo alelo ocorre nas células somáticas, geralmente como consequência de deleção ou recombinação. Em cada síndrome, os tumores tendem a surgir em sítios e tecidos específicos, apesar de poderem envolver mais de uma localização. Não há aumento na predisposição para o câncer em geral. Os tumores dentro desse grupo frequentemente estão associados a um fenótipo marcador específico. Como em outras condições autossômicas dominantes, ocorre tanto a penetrância incompleta quanto a expressividade variável. Síndromes do Defeito no Reparo do DNA Grupo de condições predisponentes ao câncer que é coletivamente caracterizado por defeitos no reparo de DNA com resultante instabilidade do DNA. Essas condições geralmente apresentam um padrão de herança autossômico recessivo. A HNPCC (uma condição autossômica dominante provocada pela inativação de um gene de reparo errôneo de pareamento do DNA) é a síndrome mais comum de predisposição ao câncer, aumentando a suscetibilidade de câncer colorretal, e intestino delgado, de endométrio e de ovário. Cânceres Familiares Caracteristicas incluem a idade precoce ao acometimento, tumores que surgem em dois ou mais parentes próximos ao caso índice e, ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles algumas vezes, tumores múltiplos ou bilaterais. Os cânceres familiares não estão associados a fenótipos marcadores específicos. CONDIÇÕES PREDISPONENTES NÃO HEREDITÁRIAS Inflamação crônica e câncer: Trabalhos recentes demonstraram que nas situações em que há uma inflamação crônica não resolvida, a resposta imune pode se tornar desadaptada, promovendo a tumorigenêse. Esse processo regenerativo conta com o auxílio e cooperação de uma pletora de fatores de crescimento, citocinas, quimiocinas e outras substâncias bioativas produzidas por células imunes ativadas que promovem a sobrevivência celular, o remodelamento tecidual e a angiogênese. Em alguns casos, a inflamação crônica pode aumentar o grupo de células-tronco teciduais, que se tornam susceptíveis ao efeito de agentes mutagênicos. Esses mediadores também causam estresse genômico e mutações; As células imunes ativadas também produzem espécies reativas de oxigênio que são diretamente genotóxicas. Muitos desses mediadores promovem a sobrevivência celular, mesmo em face do dano genômico. Em curto prazo, isso pode ser uma reação adaptativa; provavelmente o organismo sobreviverá e as células danificadas poderão ser reparadas ou eliminadas mais tarde. Contudo, na inflamação crônica, tal comportamento representa uma desadaptação, já que permite a criação e a permanência de tais mutações, eventualmente levando ao câncer. BASES MOLECULARES DO CANCER O dano genético não letal encontra-se no cerne da carcinogênese. Tal dano genético (ou mutação) pode ser adquirido pela ação de agentes ambientais, como substâncias químicas, radiação, ou vírus, ou pode ser herdado na linhagem germinativa. Um tumor é formado pela expansão clonal de uma única célula precursora que sofreu lesão genética (são monoclonais). Quatro classes de genes reguladores normais – os proto- oncogenes promotores do crescimento, os genes supressores do tumor que inibem o crescimento, os genes que regulam a morte celular programada (apoptose) e os genes envolvidos no reparo do DNA – são os principais alvos do dano genético. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Os alelos mutantes dos proto-oncogenes são considerados dominantes, pois eles transformam as células, independentemente da presença de sua contraparte normal. Em contraste, tipicamente, ambos os alelos normais dos genes supressores de tumor devem estar lesionados para que ocorra a transformação. Algumas vezes, a perda de um simples alelo de um gene supressor de tumor reduz os níveis de atividade da proteína suficientemente para que os freios sobre a proliferação celular e sobrevivência sejam liberados. A carcinogênese é um processo em múltiplas etapas, tanto a nível fenotípico quanto a nível genético, resultante do acúmulo de múltiplas mutações. Com o decorrer do tempo, muitos tumores se tornam mais agressivos e adquirem um maior potencial maligno. Esse fenômeno é referido como progressão tumoral e não é uma simples função do aumento do tamanho tumoral. A nível molecular, a progressão tumoral e a heterogeneidade associada a ela resultam, mais provavelmente, de múltiplas mutações que se acumulam independentemente em diferentes células, gerando subclones com habilidades variadas de crescimento, invasão, metástase e resistência (ou resposta) à terapia. Algumas das mutações podem ser letais; outras podem estimular o crescimento celular afetando outros proto-oncogenes ou genes supressores de tumor. Apesar de a maioria dos tumores malignos ser de origem monoclonal, quando eles se tornam clinicamente evidentes suas células constituintes são extremamente heterogêneas. Durante e progressão, as células tumorais estão sujeitas a pressões de seleção imune e não imune. ALTERAÇÕES ESSENCIAIS PARA A TRANSFORMAÇÃO MALIGNA Sete alterações fundamentais na fisiologia celular que, juntas, determinam o fenótipo maligno: Autossuficiência nos sinais de crescimento: Os tumores apresentam a capacidade de proliferação sem estímulos externos, em geral como consequência da ativação de oncogenes. lnsensibilidade aos sinais inibidores do crescimento: Os tumores podem não responder às moléculas que são inibidoras da proliferação de células normais, como o fator de crescimento transformador β (TGF-β) e inibidores diretos das cinases dependentes de ciclina (CDKI). Evasão da apoptose: Os tumores podem ser resistentes à morte celular programada, como consequência da inativação do p53 ou de ativação de genes antiapoptóticos. Potencial de replicação ilimitado: As células tumorais apresentam capacidade de proliferação sem restrições, evitando a senescência celular e a catástrofe mitótica. Angiogênese mantida: As células tumorais, assim como as células normais, não são capazes de crescer sem a formação de um suprimento vascular para trazer nutrientes e oxigênio e remover os produtos do catabolismo. Portanto, os tumores devem induzir a angiogênese. Capacidade de invadir e metastatizar: As metástases tumorais são a causa da grande maioria das mortes por câncer e ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles dependem de processos que são intrínsecos à célula ou são iniciados por sinais do ambiente tecidual. Defeitos no reparo do DNA: Os tumores podem falhar em reparar ao dano ao DNA causado por carcinógenos ou causado durante a proliferação celular desregulada, levando à instabilidade genômica e a mutações em proto-oncogenes ou genes supressores de tumor. AUTOSSUFICIÊNCIA NOS SINAIS DE CRESCIMENTO: ONCOGENES Os genes que promovem o crescimento celular autônomo nas células cancerosas são os oncogenes, e suas contrapartes celulares não mutadas são chamadas de proto-oncogenes. Os oncogenes são criados por mutações nos proto-oncogenes e se caracterizam pela capacidade de promover o crescimento celular na ausência de sinais promotores de crescimento normais. Seus produtos, oncoproteínas, lembram os produtos normais dos proto-oncogenes, só que as oncoproteínas frequentemente são desprovidas de importantes elementos reguladores internos e sua produção nas células transformadas não depende de fatores de crescimento ou de outros sinais externos. Sob condições fisiológicas, a proliferação celular pode ser prontamente definida nas seguintes etapas: Ligação de um fator de crescimento ao seu receptor específico. Ativação transitória e limitada do receptor do fator de crescimento, que, por sua vez, ativa diversas proteínas transdutoras de sinal no folheto interno da membrana plasmática. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Transmissão do sinal transduzido através do citosol para o núcleo por meio dos segundos mensageiros, ou por uma cascata de moléculas transdutoras de sinal. Indução e ativação dos fatores nucleares reguladores que iniciam a transcrição do DNA. Entrada e progressão da célula no ciclo celular, resultado, finalmente, na divisão celular. As proteínas codificadas pelos proto-oncogenes podem atuar como fatores de crescimento ou como seus receptores, como transdutores de sinal, como fatores de transcrição ou como componentes do ciclo celular. Fatores de Crescimento. As células normais requerem uma estimulação pelos fatores de crescimento para que haja proliferação. A maioria dos fatores de crescimento solúveis são produzidos por um tipo celular e agem em uma célula adjacente para estimular a proliferação (ação parácrina). Contudo, muitas células neoplásicas adquirem a habilidade de sintetizar os mesmos fatores de crescimento a que são responsivas, gerando uma alça autócrina. Receptores de Fator de Crescimento. Foram encontrados diversos oncogenes que codificam os receptores de fator de crescimento. Uma importante classe de receptores de FC são as proteínas transmembrana com um domínio de ligação externa e um domínio citoplasmático do tipo tirosina-cinase. Nas formas normais desses receptores, a cinase se torna transitoriamente ativada pela ligação do fator de crescimento específico, seguida rapidamente pela dimerização do receptor e pela fosforilação pela tirosina de diversos substratos que fazem parte da cascata de sinalização. As versões oncogênicas desses receptores estão associadas a dimerização e ativação constitucionais, sem a ligação com o fator do crescimento. Os receptores mutantes liberam sinais mitogênicos contínuos para a célula, mesmo na ausência do fator de crescimento no ambiente. Os receptores do fator de crescimento podem ser ativados constitutivamente nos tumores por múltiplos mecanismos diferentes, inclusive por mutações, rearranjos gênicos e superexpressão. Essas mutações são passíveis de inibição específica pelo inibidor de tirosina-cinase mesilato de imatinib. Esse tipo de terapia, dirigida a uma alteração específica na célula cancerosa, é denominada terapia- alvo. Bem mais comum do que as mutações dos proto-oncogenes é a superexpressão de formas normais de receptores de fatores de ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles crescimento. Em alguns tumores, a expressão aumentada do receptor resulta de amplificação gênica, mas em muitos casos as bases moleculares da expressão aumentada do receptor não são completamente conhecidas. Proteínas Transdutoras de Sinal A maioria dessas proteínas está estrategicamente localizada no espaço interno da membrana plasmática, de onde recebem sinais de fora da célula (p. ex., por ativação dos receptores de fator de crescimento) e os transmitem para o núcleo celular. Bioquimicamente, as proteínas transdutoras de sinal são heterogêneas. Ex. é a família RAS de proteínas de ligação ao trifosfato de guanina (GTP) (proteínas G). ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles A, O papel do p53 na manutenção da integridade de genoma. A ativação do p53 normal pelos agentes que provocam dano ao DNA ou pela hipoxia leva à interrupção do ciclo celular em G1 e à indução do reparo do DNA, pela regulação aumentada da transcrição do inibidor da cinase dependente de ciclina CDKN1A (p21) e dos genes GADD45. O reparo bem-sucedido do DNA permite que as células procedam com o ciclo celular; se o reparo do DNA falha, o p53 ativa a apoptose ou a senescência. Nas células com perda ou mutação do p53, o dano ao DNA não induz a interrupção do ciclo celular ou o reparo do DNA e as células geneticamente danificadas proliferam, dando origem, eventualmente, aos neoplasmas malignos. B, A p53 medeia a repressão gênica pela ativação da transcrição de miRNA. A p53 ativa a transcrição da família do mir34 de miRNA. Os mir34 reprimem a tradução de ambas as classes de genes proliferativos, como as ciclinas e os genes antiapoptóticos, como o BCL-2. A repressão desses genes pode promover tanto a quiescência quanto a senescência, ou ainda a apoptose. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles AGENTES CANCERÍGENOS Os efeitos cumulativos de diferentes agentes são os responsáveis pelo início, promoção, progressão e inibição do tumor. A carcinogênese é determinada pela exposição a esses agentes, em uma dada freqüência e período de tempo, e pela interação entre eles. Devem ser consideradas, também, as características individuais, que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular. O período de latência varia com a intensidade do estímulo carcinogênico, com a presença ou ausência dos agentes oncoiniciadores, oncopromotores e oncoaceleradores, e com o tipo e localização primária do câncer. Portanto, a presença dos agentes cancerígenos, por si só, não pode ser responsabilizada pelo desenvolvimento dos tumores. Há, porém, casos em que isto acontece. Agente oncoiniciador - é capaz de provocar diretamente o dano genético das células, iniciando o processo de carcinogênese, é chamado agente iniciador ou oncoiniciador. Como exemplo de inciador temos o benzopireno, um dos componentes da fumaça do cigarro e alguns vírus oncogênicos, entre outros. Agente oncopromotor - atua sobre as células iniciadas, transformando-as em malignas. Agente oncoacelerador - caracteriza-se pela multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Atua no estágio final do processo. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles CARCINOGENESE POR AG. QUIMICOS É dividida em três estágios: Iniciação: resulta da exposição de células a uma dose suficientede um agente carcinogênico (iniciador); uma célula iniciada está alterada geneticamente, tornando-se potencialmente capaz de dar origem a um tumor. A iniciação isolada, no entanto, não é suficiente para a formação do tumor. A iniciação causa lesão DNA permanente (mutações). Promoção: os promotores (tais como hormônios, fenois e drogas) podem induzir tumores nas células previamente iniciadas, mas não são tumorigênicos por si só. Além do mais, os tumores não ocorrem quando o agente promotor é aplicado antes, em vez de depois, do agente iniciador. Isto significa dizer que os agentes químicos promotores não afetam o DNA diretamente e são reversíveis. Progressão: indução de novas mutações genéticas com desenvolvimento de subclones de células neoplásicas. Onde o desenvolvimento de uma neoplasia invasiva é o ponto final da progressão. As substâncias químicas que podem causar a iniciação da carcinogênese podem ser classificadas em duas categorias: de ação direta e de ação indireta. 1) os carcinógenos de ação direta não precisam sofrer metabolismo hepático já agem aderindo às moléculas de DNA e as lesando; 2) e os carcinógenos de ação indireta (hidrocarbonetos policíclicos - fumaça de churrasco; aminas aromáticas – corantes; nitrosaminas – ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles alimentos enlatados; asbestos – que causam mesotelioma; cloreto de vinil – que causam hepatocarcinoma; cromo – presente no cimento que câncer de pele) precisam de conversão metabólica para produzir carcinógenos finais capazes de transformar células. IMUNOLOGIA TUMORAL Imunoeditoração do câncer descreve os efeitos do sistema imunológico na prevenção da formação de tumores, e também para “esculpir” as propriedades imunogênicas dos tumores, selecionando as células tumorais que escapam à eliminação imunológica. ANTIGENOS TUMORAIS Antígenos tumor-específicos, que estão presentes somente nas células tumorais e não em qualquer uma das células normais, Antígenos associados ao tumor, que estão presentes nas células tumorais e também em algumas células normais. A classificação moderna para os antígenos tumorais é baseada em sua estrutura molecular e sua fonte. As tentativas iniciais de purificar e caracterizar os antígenos tumorais se basearam na produção de anticorpos monoclonais específicos para as células tumorais e na definição dos antígenos que esses anticorpos podem reconhecer. Um avanço importante nesse campo foi o desenvolvimento de técnicas para a identificação de antígenos tumorais que foram reconhecidos por linfócitos T citotóxicos (CTL) porque os CTL são o principal mecanismo imunológico de defesa contra os tumores. Os CTL reconhecem os peptídeos derivados das proteínas citoplasmáticas que são apresentados ligados às moléculas do complexo de histocompatibilidade principal classe I (MHC). Produtos de Genes Mutados. A transformação neoplásica resulta das alterações genéticas em protooncogenes e em genes supressores de tumor; essas proteínas mutadas representam antígenos que nunca foram vistos pelo sistema imunológico e, assim, podem ser reconhecidos como sendo não próprios. Além disso, devido à instabilidade genética das células tumorais, muitos genes diferentes podem estar mutados nessas células, incluindo os genes cujos produtos não são relacionados ao fenótipo transformado e não possuem função conhecida. Os produtos desses genes mutados também podem ser antígenos tumorais em potencial. Os produtos dos proto-oncogenes alterados, os genes supressores de tumor ou outros genes mutados não associados à transformação são sintetizados no citoplasma das células tumorais, e como qualquer proteína citoplasmática, podem entrar na via de processamento do MHC classe I e serem reconhecidos por células T CD8+. Além disso, essas proteínas podem entrar na via de processamento do MHC classe II nas células apresentadoras de antígeno que possuem células tumorais mortas fagocitadas e, assim, também serem reconhecidas pelas células T CD4+. Como essas proteínas alteradas não estão presentes nas células normais, elas não induzem a autotolerância. Alguns pacientes com câncer possuem células CD4+ e CD8+ circulantes que podem responder aos produtos dos oncogenes mutados, tais como as proteínas RAS, p53 e BCR-ABL. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Proteínas Celulares Superexpressas ou Expressas de Forma Aberrante. Os antígenos tumorais podem ser proteínas celulares normais que estão expressas de forma anormal nas células tumorais e produzem uma resposta imunológica. Antígenos Tumorais Produzidos por Vírus Oncogênicos: O mais potente desses antígenos são as proteínas produzidas por um vírus de DNA latente; ex.: o HPV e o EBV. Há abundante evidência de que os CTL reconhecem o antígeno desses vírus e de que um sistema imunológico competente possui uma função na vigilância contra os tumores induzidos por vírus, devido à sua habilidade em reconhecer e destruir as células infectadas por vírus. O conceito de vigilância imunológica contra tumores é mais bem estabelecido para tumores induzidos por vírus de DNA. Antígenos Oncofetais: Os antígenos oncofetais são proteínas expressas em altos níveis nas células cancerosas e nos tecidos normais em desenvolvimento (fetais), mas não nos tecidos adultos. Acredita-se que os genes que codificam essas proteínas são silenciados durante o desenvolvimento e são liberados quando há transformação maligna. Os dois antígenos oncofetais mais completamente caracterizados são o antígeno carcinoembriônico (CEA) e a α-fetoproteína (AFP). Glicolipídios e Glicoproteínas de Superfície Celular Alterados. A maioria dos tumores humanos e experimentais expressam níveis maiores do que o normal e/ou formas anormais de glicoproteínas de superfície e de glicolipídios, que podem ser marcadores diagnósticos e alvos para terapia. Essas moléculas alteradas incluem gangliosídeos, antígenos de grupos sanguíneos e mucinas. Antígenos de Diferenciação Específicos para o Tipo Celular Os tumores expressam moléculas que normalmente estão presentes nas suas células de origem. São os antígenos de diferenciação, porque são específicos para a linhagens particulares ou estágios de diferenciação de diversos tipos celulares. Tais antígenos de diferenciação são tipicamente autoantígenos normais e, portanto, não induzem resposta imune em hospedeiros que apresentam tumores. MECANISMOS EFETORES ANTITUMORAIS ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Linfócitos T citotóxicos: Em humanos, os CTL CD8+ possuem um papel protetor contra os neoplasmas associados a vírus (p. ex., tumores induzidos por EBV e HPV) e foram demonstrados no sangue e nos infiltrados tumorais de pacientes com câncer. Em alguns casos, tais células T CD8+ não se desenvolvem espontaneamente in vivo, mas podem ser geradas por imunização das células dendríticas pulsadas com antígeno tumoral. Células natural killer: As células NK são linfócitos capazes de destruir as células tumorais sem sensibilização prévia e,assim, podem prover a primeira linha de defesa contra as células tumorais. Após sua ativação com IL-2 e IL-15, as células NK podem lisar uma ampla gama de tumores humanos, incluindo muitos dos que parecem ser não imunogênicos para as células T. As células T e NK parecem gerar mecanismos antitumorais complementares. Os tumores que não são capazes de expressar antígenos do MHC classe I não podem ser reconhecidos pelas células T, mas esses tumores podem ativar as células NK porque elassão inibidas pelo reconhecimento de uma moléculas classe I autólogas normais. Macrófagos: Macrófagos ativados exibem citotoxicidade contra as células tumorais in vitro. As células T, as células NK e os macrófagos podem colaborar na reatividade antitumoral, porque o interferon-γ, uma citocina secretada por células T e por células NK, é um potente ativador de macrófagos. Os macrófagos ativados podem destruir o tumor por mecanismos similares àqueles usados para destruir micróbios (p. ex., produção de metabólitos reativos do oxigênio); ou por secreção de TNF. Anticorpos: Apesar de não haver evidências para os efeitos protetores dos anticorpos antitumorais contra tumores, a administração de anticorpos monoclonais contra as células tumorais pode ser efetiva terapeuticamente. VIGILÂNCIA E ESCAPES IMUNES Crescimento seletivo de variantes antígeno-negativas: Durante a progressão tumoral, subclones fortemente imunogênicos podem ser eliminados. Perda ou redução da expressão de moléculas de MHC: As células tumorais podem não ser capazes de expressar níveis normais de moléculas de HLA classe I, escapando assim do ataque por células T citotóxicas. Tais células, contudo, podem ativar as células NK. Falta de coestimulação: a sensibilização das cels T requer 2 sinais. Apesar de as células tumorais poderem expressar antígenos peptídicos com moléculas de classe I, elas frequentemente não expressam as moléculas coestimulátorias. Isso não somente evita a sensibilização, mas também pode gerar células T anérgicas, ou pior, fazer com que sofram apoptose. Outros: Imunossupressão, mascaramento de antígenos, apoptose de cels T citotóxicas. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles 1-Tipo de tumor( local) marcar o numero do marcador tumoral Alfafetoproteína (AFP) A AFP pode ajudar a diagnosticar e orientar o tratamento de câncer de fígado. Os níveis normais de AFP são geralmente menores a 10 ng/ml. Os níveis da AFP estão aumentados na maioria dos pacientes com câncer hepático, é útil no acompanhamento da resposta ao tratamento. Se o tumor for completamente ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles removido cirurgicamente, o nível da AFP deve voltar a valores normais. Se o nível subir, pode significar uma recidiva da doença. A AFP também é maior em determinados tumores de células germinativas, como alguns tipos de câncer de testículo, certos tipos raros de câncer de ovário e os tumores de células germinativas que se originam na região torácica. Quinase do Linfoma Anaplásico (ALK) Alguns cânceres de pulmão têm alterações no gene ALK que induz as células cancerígenas a produzirem uma proteína que provoca o crescimento fora de controle. BCR-ABL As células da leucemia mieloide crônica (LMC) contém um gene anormal denominado BCR-ABL. O exame de PCR pode detectar este gene em quantidades muito pequenas no sangue ou na medula óssea. Antígeno Tumoral da Bexiga (BTA) O BTA é encontrado na urina de muitos pacientes com câncer de bexiga. Não específico para ca de bexiga. Às vezes é usado junto com NMP22 para determinar a recidiva do câncer de bexiga. BRAF Mutações no gene BRAF podem ser encontradas no melanoma, no câncer de tireoide e no câncer colorretal. Cerca da metade dos melanomas têm uma mutação BRAF, na maioria das vezes o BRAF V600. Esta mutação faz com que o gene produza uma proteína BRAF alterada, que sinaliza as células de melanoma para crescerem e se dividirem. CA 19-9 Desenvolvido para a detecção do câncer colorretal, mas é mais frequentemente usado em pacientes com câncer de pâncreas. Na doença inicial, o nível pode ser normal, por isso não é um bom marcador para triagem. Ainda assim, é o melhor marcador tumoral para acompanhamento de pacientes com câncer de pâncreas. CA 15-3 O marcador tumoral CA 15-3 é usado principalmente em pacientes com câncer de mama. Níveis sanguíneos elevados são encontrados em cerca de 10% dos pacientes com doença inicial e em cerca de 70% dos pacientes com doença avançada. O valor normal é geralmente inferior a 30 U/ml, dependendo do laboratório. Mas, valores da ordem de 100 U/mL podem ser observados em mulheres que não têm câncer. Níveis deste marcador também podem estar elevados em outros tipos de câncer, como o de pulmão, cólon, pâncreas e ovário. Calcitonina A calcitonina é um hormônio produzido pelas células parafoliculares C da glândula tireoide, que normalmente ajuda a regular os níveis de cálcio no sangue. Os valores de calcitonina normais devem estar abaixo 5 a 12 pg/mL. No carcinoma medular da tireoide (MTC), um tipo raro de câncer que começa nas células parafoliculares C, os níveis sanguíneos deste hormônio são frequentemente superiores a 100 pg/ml. Este é um dos marcadores tumorais raros, que pode ser usado para ajudar a detectar o câncer precocemente. Antígeno Carcinoembrionário (CEA) ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles O CEA não é usado para diagnosticar ou detectar o câncer de intestino, mas é o marcador de tumor preferido para ajudar a prever o prognóstico em pacientes com câncer colorretal. Os níveis de CEA são utilizados para monitorar a resposta terapêutica e detecção precoce de uma recidiva após o tratamento. Mesmo em tabagistas, valores maiores do que 5,5 ng/ml não são normais. Quanto maior o valor de CEA no momento do diagnóstico significa probabilidade de doença avançada. O CEA pode ser usado para câncer de pulmão e de mama. Este marcador pode também estar alterado em outros tipos de câncer, como melanoma, linfoma, tireoide, pâncreas, fígado, estômago, rim, próstata, ovário, colo do útero e bexiga. Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico (EGFR) Esta proteína, também conhecida como HER1, é um receptor que ajuda no crescimento celular. O EGFR pode ser utilizado para guiar o tratamento e prever os resultados do câncer de pulmão de não pequenas células, câncer de cabeça e pescoço, câncer colorretal, câncer do pâncreas ou do câncer de mama. HER2 (HER2/neu, erbB-2 ou EGFR2) HER2 é uma proteína que induz algumas células cancerígenas a crescer. Ela está presente em quantidade maior do que o normal na superfície de células cancerígenas em 1 em cada 5 pacientes com câncer de mama. Níveis superiores aos normais também podem ser encontrados no câncer de estômago e esôfago. Os tumores HER2-positivos tendem a crescer e se espalharem mais rapidamente do que outros tipos de câncer. Receptores Hormonais As amostras de tumores de mama de todos os pacientes com câncer de mama (M e F) são investigadas para receptores de estrogênio e progesterona. Os cânceres de mama que contêm receptores de estrogênio são denominados ER- positivo, e os com receptores de progesterona são PR-positivo. Tumores com esses receptores hormonais positivos tendem a crescer mais lentamente e podem ter um melhor prognóstico. Alguns tumores ginecológicos, como os cânceres de endométrio e sarcomas do estroma endometrial, também são investigados para os receptores hormonais. Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) Os níveis de HCG ou beta-HCG ou β-HCG no sangue estão aumentados em pacientes com alguns tipos de câncer de testículo e ovário (tumores de células germinativas) e doença trofoblástica gestacional, principalmente coriocarcinoma. Eles também estão aumentados em alguns pacientes com tumores de células germinativas do mediastino. Os níveis de HCG podem ser usados no diagnóstico, para monitorar a resposta ao tratamento e para detectar precocemente uma recidiva. Antígeno Prostático Específico (PSA) O PSA é um marcador tumoral para o câncer de próstata. O nível de PSA no sangue pode estar elevado no câncer de próstata, mas também pode ser afetado por outras razões. Homens com hiperplasia prostática benigna, frequentemente têm níveis mais elevados. O nível de PSA também tende a ser maior em homens mais velhos e aqueles com próstatas infeccionadas ou inflamadas. Ele também pode estar elevado um dia ou dois após a ejaculação. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles O PSA é importante no monitoramento da resposta terapêutica e no acompanhamento de homens com câncer de próstata. Nos homens tratados cirurgicamente com objetivo de cura, o PSA deve cair para um nível indetectável. O PSA também deve cair após o tratamento radioterápico. Um aumento no nível do PSA pode ser sinal de recidiva. Fosfatase Ácida Prostática (PAP) O PAP foi o primeiro marcador tumoral usado no câncer de próstata. Este marcador possui limitações, pois costuma se apresentar elevado apenas nos estágios mais avançados da doença, não sendo por isso, de muita utilidade nos estágios iniciais. Após o surgimento do PSA como marcador para o câncer de próstata, o PAP caiu em desuso. O PAP também pode ser usado para ajudar no diagnóstico do mieloma múltiplo e o câncer de pulmão. 2 – Caso clínico de câncer de colo do útero escrever a conduta. Envolve tecidos contíguos: Tecidos paracervicais, bexiga urinária, ureteres, o reto e a vagina. Linfonodos locais e distantes também são envolvidos. Via hematogênica Metástases distantes podem ser encontradas no fígado, pulmões, medula óssea e outras estruturas Estadiamento Estágio 0 - Carcinoma in situ (CIN III, HSIL) Estágio I - Carcinoma confinado ao colo uterino - Ia - Carcinoma pré-clínico, diagnosticado apenas por microscopia - Ia1 - Invasão do estroma < 3 mm e < 7 mm (carcinoma microinvasivo) - Ia2 - Invasão do estroma > 3 mm e < 5 mm, invasão horizontal < 7 mm - Ib - Carcinoma histologicamente invasivo confinado ao colo uterino e maior que o estágio Ia2 Estágio II - Carcinoma se estende além do colo uterino, mas não até a parede pélvica. O carcinoma envolve a vagina, mas não o terço inferior. Estágio III - O carcinoma se estende para a parede pélvica. Ao exame retal não existe um espaço sem câncer entre o tumor e a parede pélvica. O tumor envolve o terço inferior da vagina. Estágio IV - O carcinoma se estende além da pelve real ou envolve a mucosa da bexiga ou do reto. Este estágio também inclui câncer com disseminação metastática. Tratamento Depende do estádio clínico em que a doença se encontra; A idade e a presença de doenças associadas são importantes para a decisão. O tratamento inicial é realizado com cirurgia ou radioterapia Para as pacientes com doença mais avançada e que estende para fora do colo do útero, o tratamento é baseado em radioterapia A radioterapia para doença avançada deverá ser feita com quimioterapia concomitante e tem o objetivo de potencializar o efeito da radioterapia A maioria dos cânceres invasivos é tratada por histerectomia com dissecção de linfonodos e, para lesões avançadas, irradiação. O tratamento da doença restrita ao colo do útero e em pacientes que não tenham risco cirúrgico aumentado é realizada com cirurgia de Histerectomia Radical: Retirada do útero em conjunto com os paramétrios laterais (ligamentos laterais ao útero), paramétrios posteriores (ligamentos entre útero e sacro) e o segmento superior da vagina ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles É também realizada a linfadenectomia pélvica bilateral (retirada dos linfonodos que se encontram junto aos vasos e nervos da pelve) Após confirmação por biópsia de tecido, mulheres com LSIL podem ser acompanhadas de modo conservador com esfregaços repetidos e acompanhamento próximo HSILs são tratadas com conização cervical (excisão) 3 - Migração das metástases molécula importante para o rompimento da MEC. E-caderina – cateninas. Ou metaloproteinases? 4 - Marcador tumoral e o que está correto a respeito dele. Muito usado nas neoplasias ginecológicas. CA 125 CA 125 é o marcador tumoral padrão usado para acompanhar as mulheres durante ou após o tratamento do câncer epitelial de ovário. Os níveis sanguíneos normais são normalmente inferiores a 35 U/ml. Mais de 90% das mulheres com câncer de ovário avançado apresentam altos níveis de CA 125. Os níveis desse marcador também podem ser elevados em homens e mulheres com câncer de pulmão, pâncreas, mama, fígado e cólon, e em pessoas que já tiveram câncer. 5 - V ou F sobre hpv Doença associado à infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV) do tipo alto risco. 140 tipos de HPV, 40 deles podem infectar o trato genital. Classificados como baixo e alto risco. Baixo risco: 6 e 11 - lesões benignas (verrugas genitais); mínimo risco de progressão para o câncer. Alto risco: alto potencial oncogênico com o tipo 16, 18,( responsáveis por 70% dos casos de câncer do colo do útero) 31, 33 e 45. Não existe tratamento para este vírus, a infecção pelo HPV se resolve espontaneamente na grande maioria das vezes. 80% das mulheres irão em algum momento da vida entrar em contato com algum tipo de HPV Os HPVs de alto risco oncogênico atualmente são considerados como o fator isolado mais importante na oncogênese cervical Os HPVs de alto risco também foram detectados em carcinomas de células escamosas vaginais, carcinomas vulvares, penianos, anais, tonsilares e orofaríngeos As proteínas virais E6 e E7 são críticas para efeito oncogênico de HPV HPVs infectam as células basais imaturas do epitélio escamoso em áreas de ruptura epitelial ou células escamosas metaplásicas imaturas presentes na junção escamocolunar. A infecção por HPV nestes locais requer lesão do epitélio superficial, permitindo o acesso do vírus às células imaturas da camada basal do epitélio Os HPVs também podem infectar células glandulares ou células neuroendócrinas presentes na mucosa cervical e se tornar maligna. Resultando em adenocarcinomas e carcinomas adenoescamosos e neuroendócrinos. São menos comuns. Células glandulares e neuroendócrinas não suportam a replicação efetiva do HPV. O colo uterino, com suas áreas relativamente grandes de epitélio metaplásico escamoso imaturo, é particularmente vulnerável à infecção por HPV. Embora o vírus possa infectar apenas as células escamosas imaturas, a replicação de HPV ocorre nas células escamosas em maturação resultando em um efeito citopático, “atipia coilocítica” que consiste em atipia nuclear e um halo citoplasmático perinuclear ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles O HPV ativa o ciclo celular interferindo com a função de Rb e p53, dois importantes genes supressores de tumor ONCOGÊNESE PELO HPV E6: Interrompem as vias de morte celular pela ligação a p53 Previnem a senescência replicativa pela suprarregulação da telomerase (E6) O E6 do HPV induz a degradação rápida de p53 por proteólise dependente de ubiquitina, reduzindo os níveis de p53 em 2-3x. E7 Ciclo celular pela ligação a RB e suprarregulação de ciclina E (E7) O E7 forma complexo com a forma hipofosforilada (ativa) de RB, promovendo sua proteólise pela via proteossômica Induzir a duplicação de centrossomos e a instabilidade genômica (E6, E7) Neoplasias intra-epiteliais cervicais (NIC) A progressão à doença invasiva é < 1% para a NIC I, 5 % para a NIC II e > 12 % para a NIC III. NIC I: lesão intraepitelial escamosa de baixograu (LSIL): infecção por HPV, não existem rupturas ou alterações significativas do ciclo celular. Não é tratada como lesão pré-maligna NIC II e NIC III: lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL): desregulação progressiva do ciclo celular pelo HPV, aumento da proliferação celular, diminuição ou parada da maturação epitelial. > 80% das LSILs e 100% dos HSILs estão associadas a HPVs de alto risco oncogênico O HPV 16 é o tipo de HPV mais detectado nas duas categorias de lesão DIAGNÓSTICO DE SIL – LESÃO INTRAEPITELIAL ESCAMOSA Identificação de atipia nuclear Aumento nuclear Hipercromasia (coloração escura) Presença de grânulos grosseiros de cromatina Variação dos tamanhos e formas nucleares As alterações nucleares podem ser acompanhadas por halos citoplasmáticos indicativos de ruptura do citoesqueleto As alterações nucleares e o halo perinuclear: ATIPIA COILOCÍTICA Classificação de SIL em baixo ou alto grau Se baseia na expansão da camada de células imaturas a partir de sua localização basal normal Se as células escamosas atípicas imaturas estiverem confinadas ao terço inferior do epitélio, a lesão é classificada como LSIL ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Se houver expansão para dois terços da espessura epitelial, é classificada como HSIL CARCINOMA CERVICAL O carcinoma de células escamosas é o subtipo histológico mais comum de câncer cervical: 80% dos casos. 2° tipo tumoral mais comum é o adenocarcinoma cervical: 15%, se desenvolve a partir de uma lesão precursora: adenocarcinoma in situ. Pacientes com carcinomas adenoescamosos e neuroendócrinos, apresentam um prognóstico menos favorável do que pacientes com carcinomas de células escamosas ou adenocarcinomas. - Esta evolução infeliz ocorre porque a triagem de Papanicolaou é menos eficaz na detecção destes tipos de câncer 6 – Lâmina de HPB sobre sintomas que causa e exceto: O maior tamanho da glândula e a contração mediada pelos músculos lisos da próstata causa obstrução ureteral. O aumento da resistência ao fluxo urinário provoca hipertrofia e distensão da bexiga, acompanhada por retenção urinária. Os pacientes apresentam aumento da frequência urinária, noctúria, dificuldade em iniciar e interromper o fluxo de urina, gotejamento por sobrefluxo, disúria (micção dolorosa) e maior risco de desenvolver infecções bacterianas da bexiga e dos rins. Retenção urinária aguda e súbita aparece por motivos desconhecidos e requer cateterização de emergência. Hiperplasia do estroma prostático e das células epiteliais, resultando na formação de nódulos grandes, razoavelmente distintos na região periuretral da próstata. Quando grandes, os nódulos comprimem e estreitam o canal uretral, causando obstrução parcial ou completa da uretra. Acomete 20% dos homens de 40 anos de idade, 70% aos 60 anos e 90% aos 80 anos. Não existe uma correlação direta entre as alterações histológicas e os sintomas clínicos. Ocorre uma redução geral na taxa de morte celular, resultante do acúmulo de células senescentes na próstata. Os andrógenos, que são necessários para o desenvolvimento de HPB, podem não apenas aumentar a proliferação celular, mas também inibir a morte celular. O principal andrógeno na próstata, constituindo 90% dos andrógenos prostáticos totais, é a diidrotestosterona (DHT). 7 - HPB a respeito da etiopatogenia Estas glândulas são separadas por um estroma fibromuscular abundante. Os andrógenos testiculares controlam o crescimento e a sobrevida das células prostáticas. Apenas 3 processos patológicos afetam a glândula prostática com frequência suficiente para merecer uma discussão: Inflamação, Aumento nodular benigno, Tumores. 8 - tbm etiopategia na prostata celula acometida, localizacao, etc As células estromais são responsáveis pelo crescimento prostático dependente de andrógeno. A ligação de DHT com AR (receptor de andrógeno) ativa a transcrição dos genes dependentes de andrógenos, resultando em maior produção de vários fatores do crescimento e seus receptores. Aumentando fator de crescimento de fibroblastos (FGF): importante na mediação da regulação parácrina do crescimento prostático estimulado por andrógenos. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Microscopicamente, a característica típica de HPB é a modularidade. A composição dos nódulos varia de nódulos fibromusculares puramente estromais a nódulos fibroepiteliais com predominância glandular. O diagnóstico da HPB geralmente não pode ser feito na biópsia por agulha. 9 – Marcar incorreta fisiopatologia da próstata ADENOCARCINOMA: Lesão precursora: neoplasia intraepitelial prostática (PIN). Polimorfismos hereditários: aqueles que possuem parentes de primeiro grau com câncer de próstata apresentam o dobro de risco e aqueles com 2 parentes de primeiro grau possuem 5x o risco de desenvolver câncer de próstata. Mutações nas linhas germinativas do supressor de tumor brca2 possuem um risco 20x maior de desenvolver câncer de próstata. Os andrógenos desempenham um papel importante no câncer de próstata. Que se ligam ao receptor androgênico (AR) e induzem a expressão de genes pró- crescimento e pró-sobrevida. Em relação às diferenças no risco de câncer de próstata entre as raças, o gene de AR relacionado ao cromossomo X contém uma sequência polimorfa composta por repetições do códon CAG (codifica a glutamina). Infelizmente, a maioria dos tumores eventualmente se torna resistente ao bloqueio androgênico. Mutações somáticas adquiridas e alterações epigenéticas específicas para o tumor (ETS, GSTP1, PTEN, RB, P16/1NK4A, MLH1, MSH2 E APC). MARCADORES PROSTÁTICOS DO CA DE PROSTATA Antígeno prostático específico (PSA) EZH-2 (amplificador de zeste-2) Alfa-metilacil-CoA racemase (AMACR) PCA3 MORFOLOGIA: 70% dos casos, surge na zona periférica. O tecido neoplásico é granuloso e firme. A extensão local envolve mais o tecido periprostático: vesículas seminais, base da bexiga urinária, o que pode resultar em obstrução ureteral na doença avançada. As metástases se disseminam pelos linfáticos para os nodos obturadores. A disseminação hematogênica ocorre principalmente para os ossos (esqueleto axial: coluna lombar, o fêmur proximal, a pelve, a coluna torácica e as costelas). Histologicamente: a maioria das lesões consiste em adenocarcinomas que produzem padrões glandulares bem definidos. As glândulas são menores que as glândulas benignas, são mais aglomeradas e não possuem ramificações e dobras papilares. A camada de células basais externas típicas de glândulas benignas está ausente. O citoplasma das células tumorais varia de pálido ou claro. Os núcleos são grandes e muitas vezes contêm um ou mais nucléolos grandes. Existe uma variação no tamanho e na forma do núcleo. Quantidade escassa de tecido disponível para exame histológico removido por biópsia de agulha. A biópsia obtém amostras apenas de algumas poucas glândulas malignas em meio a muitas glândulas benignas. Característica diferencial entre as glândulas prostáticas benignas e malignas: as glândulas benignas contêm células basais, enquanto estas estão ausentes no câncer. CLASSIFICAÇÃO E ESTADIAMENTO Sistema de Gleason: 5 graus com base nos padrões glandulares de diferenciação. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Grau 1: representa os tumores mais bem diferenciados, onde as glândulas neoplásicas têm aspecto uniforme e redondo e estão agrupadas em nódulos bem circunscritos. Tumores de grau 5 não exibem diferenciação glandular e as célulastumorais infiltram o estroma na forma de cordões, lâminas e ninhos. Combinadas em grupos com comportamento biológico semelhante: - Graus 2 a 4: câncer bem diferenciado - 5 e 6: tumor de grau intermediário - 7: câncer moderadamente a pouco diferenciado - 8 a 10: tumor de alto grau. A classificação é importante porque o grau e o estágio são os melhores indicadores de prognóstico. O estadiamento também é importante para a seleção da forma de terapia apropriada. VALORES DE PSA 2,5 ng/mL para homens de 40 a 49 anos de idade. 3,5 ng/mL para homens 50 a 59 anos. 4,5 ng/mL para homens 60 a 69 anos. 6,5 ng/mL para homens 70 a 79 anos. A porcentagem de PSA livre (PSA livre/PSA total × 100) é menor em homens com câncer de próstata do que em homens com HPB: PSA livre > 25% : baixo risco de câncer PSA livre < 10%: constituI uma preocupação para câncer. Avaliação da velocidade de PSA ou da taxa de alteração de PSA: Homens com câncer de próstata demonstram maior velocidade no aumento de PSA (alteração de 0,75 ng/mL por ano). TRATAMENTO Cirurgia, Radioterapia, Manipulações hormonais. Atualmente o tratamento mais comum para câncer de próstata clinicamente localizado é a prostatectomia radical. O prognóstico após a prostatectomia radical é baseado no estágio patológico, estado das margens e grau de Gleason. O carcinoma avançado metastático é tratado por privação androgênica, orquiectomia ou pela administração de agonistas sintéticos de hormônio liberador do hormônio luteinizante (LHRH). 10 - BCG neoplasia de bexiga - BCG (M. bovis - bacilo de CalmetteGuérin): ATIVA MACROFAGO – IL-1/B7 O bacillus Calmette-Guerin (BCG), uma cepa viva atenuada de Mycobacterium bovis utilizada na profilaxia de tuberculose. É considerada a imunoterapia intravesical mais eficaz para o tratamento de câncer de bexiga em estágio inicial A vacina BCG é administrada diretamente na bexiga através de um cateter. O mecanismo de ação na imunoterapia do câncer não é completamente conhecido, mas alguns estudos sugerem que ela atua como ajudante de células T em especial a citocinas das células conhecida como resposta Th1. As células do sistema imunológico são atraídas para a bexiga e ativadas pela BCG, que por sua vez afeta as células do câncer de bexiga. O tratamento com BCG pode provocar sintomas como gripe, febre, calafrios, fadiga e sensação de queimação na bexiga. Na bula, seu uso é indicado para o tratamento de carcinoma urotelial plano primário/recorrente in situ da bexiga, como adjuvante de tratamento subsequente ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles a ressecção de carcinoma urotelial superficial da bexiga primário ou recorrente no estádio Ta T1 grau 1, 2 ou 3. A eficácia do tratamento com Imuno BCG depende de seu uso adequado, com possível benefício nas seguintes indicações: (1) tratar câncer superficial de bexiga (2) reduzir número e frequência de tumores recorrentes, e (3) impedir a progressão da doença. - Corinebacterium parvum - anti-helmíntico - levamisol • Terapia com citocinas - Interferons alfa, beta e gama, IL-1,2,4 e 5, GM-CSF e TNF. Terapia gênica: Genes do antígeno HLA B7 (MHC I), tornando mais imunogênica para a ação de células T específicas. Anticorpos monoclonais: - O limite entre a estimulação e a supressão ocasionada pela presença de anticorpos anti-T, é muito sutil, constituindo um risco muito grande. Vacina antitumoral CANCER DA PELE Feridas na pele que demorem mais de 4 semanas para cicatrizar; Sinais com variação na cor; Manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram. O carcinoma basocelular pode apresentar-se como lesão (ferida ou nódulo) com a evolução lenta. O carcinoma espinocelular também surge por meio de uma ferida, porém evolui mais rapidamente. Pode acompanhar secreção e coceira Pode formar metástase Melanoma: forma mais agressiva de câncer de pele Tumor originado de pinta ou sinal ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Sinais de alerta: Assimetria Bordas irregulares Cor – podem haver dois ou mais tons de cores Diâmetro - > 6mm Causas 90% estão relacionados a radiação uv. 8% devido a anormalidades cromossômicas 2% desconhecido Aspectos morfológicos Crescimento radial – descreve a disseminação horizontal na epiderme e na derme superficial. Ex. lentigo maligno: geralmente presente como uma lesão indolente na face de homens mais velhos e que podem permanecer na fase de crescimento radial por varias décadas. Disseminação superficial: o tipo mais comum de melanoma, geralmente envolvendo a pele superexposta. Lentigo acral/ mucoso: não esta relacionado a exposição solar. Mais comum em pessoas de pele escura, o diagnostico muitas vezes é atrasado. Cresc. Vertical – as cels tumorais invadem em direção as camadas dérmicas mais profundas como uma massa expansível. Nodular: crescimento rápido, é vertical dando ao tumor uma profundidade de Breslow (espessura do melanoma primário medido a partir da camada granular da epiderme até a parte mais profunda do tumor). Fatores prognósticos Uma vez que o melanoma é excisado, vários aspectos clínicos e patológicos são utilizados para avaliar a probabilidade da disseminação metastática e o prognóstico. Profundidade do tumor Numero de mitoses Evidencia de regressão do tumor A presença e o numero de linfócitos infiltrantes do tumor (LITS) Sexo Localização (extremidade ou parte central do corpo) CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS 2º tipo de câncer mais comum Mais de 2 cm e localizados em áreas de risco (boca e orelha) ou relacionados a ulceras crônicas tem um risco maior de metastase e mrecem atenção redobrada. Aspectos morfológicos: Em geral é uma lesão que exibe crescimento. Inicialmente começa como um nódulo avermelhado, endurecido, com a superfície mais áspera, com casquinhas (hiperqueratose). Eventualmente pode ferir e não cicatrizar. ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles Carcinoma de células basais Câncer invasivo mais comum em seres humanos Crescimento lento e raramente sofrem metastase Possuem uma tendência para ocorrer em sítios expostos ao sol e em pessoas levemente pigmentadas. Associada a imunossupressão e em pessoas com defeitos hereditários no reparo do dna, tais como xerodermia pigmentosa. Se manifestam clinicamente como pápulas peroladas que muitas vezes contem vasos sanguíneos subepidérmicos dilatados, proeminentes (telangiectasias). Sinais de alerta: Pequena ferida que não cicatriza ou que sangra repetidamente Pequena elevação na pele de cor esbranquiçada, onde pode ser possível observar vasos sanguíneos. Pequena mancha marrom que aumenta com o tempo. Tipos de carcinoma basocelular: C.B. Nodular: tipo mais comum de carcinoma, podendo apresentar uma ferida no centro. C.B. Superficial: afeta as regiões mais externas da pele, podendo ser confundido com eritema na pele. C.B. Infiltrativo: é o carcinoma mais agressivo, sendo comum; Carcinoma pigmentado: manchas com regiões mais escuras que dificultam o diagnóstico diferencial de um melanoma. Outras neoplasias de pele: dermatofibrossarcoma protuberante Crescimento lento, localmente agressivos, raramente metastatizam; São nódulos firmes e sólidos que surgem com maior frequência no tronco. Tumores protuberantes agregados dentro de uma placa ou nódulo firme que pode ulcerar. CANCER DE MAMA FATORES DE RISCO Parentes em 1º grau com CA de mama, exposição estrogênica, densidade mamária, etc.ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles O carcinoma da mama é a malignidade não da pele mais comum em mulheres. Carcinoma in situ O CDIS consiste em uma população clonal maligna de células limitadas aos ductos e lóbulos pela membrana basal. As células mioepiteliais estão preservadas, apesar de poderem estar em menor número. O CDIS pode se espalhar pelos ductos e lóbulos e produzir lesões extensas envolvendo um setor inteiro da mama. Quando o CDIS envolve lóbulos, os ácinos estão usualmente distorcidos e abertos, e adquirem o aspecto de pequenos ductos. Carcinoma invasivo infiltrante Tumores palpáveis estão associados a metástases linfonodais axilares em mais de 50% dos pacientes. Carcinomas grandes podem estar fixos na parede torácica ou causar reentrâncias na pele. Quando o tumor envolve a porção central da mama, pode ocorrer retração do mamilo. Os linfáticos podem estar tão envolvidos que bloqueiam a área local de drenagem da pele e causam linfedema e espessamento da pele. O termo carcinoma inflamatório é reservado a tumores que se apresentam com uma mama intumescida, eritematosa. Essa aparência macroscópica é ROTERO SOI MODULAR 03 AC. Lívia Macedo Brito e Carolline Meirelles causada por extensa invasão e obstrução dos linfáticos dérmicos pelas células tumorais. Carcinoma Invasivo, Nenhum Tipo Específico (NTE; Carcinoma Ductal Invasivo) Os carcinomas invasivos sem nenhum tipo específico incluem a maioria dos carcinomas (70% a 80%). Referências Aster, K. (2008). Robbins Patologia Basica. Elsevier.
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