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Aula 07 Linguística II

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Linguística II
Marilda Franco de Moura
Aula 7
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Sociolinguística 
Social + linguístico = Diversas abordagens
Reação ao pensamento estruturalista e gerativista
Esse modelo teórico-metodológico rompe com correntes anteriores (estruturalismo e gerativismo) que analisavam a língua como uma estrutura homogênea, resultante da aplicação de regras categóricas, passível de ser estudada fora de seu contexto social. 
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Sociolinguística
Nova abordagem
Mostra a variação sistemática, motivada por pressões sociais e também linguísticas
Postula que é na heterogeneidade da língua que se deve buscar a estrutura e o funcionamento do sistema. 
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Essa nova área surgiu voltada para a função social da linguagem e a influência dos fatores sociais sobre a língua, situando-se dentro da Linguística como a área que trata das relações entre linguagem e sociedade. 
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Linguagem e função
A linguagem não é usada somente para veicular informações.
A linguagem ocupa a função de comunicar ao ouvinte a posição que o falante ocupa de fato ou acha que ocupa na sociedade em que vive. 
As pessoas falam para serem “ouvidas”, às vezes para serem respeitadas e também para exercer uma influência no ambiente em que realizam os atos linguísticos. 
 (Boudier, 1977). 
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O objeto de estudo
Linhas de pensamento usualmente reunidas sob rótulo sociolinguística se estabelecem a partir do lugar que privilegiam para as intersecções entre língua e sociedade:
Teoria da Variação e Mudança
Etnografia da Fala
Sociologia da Linguagem
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etnografia
substantivo feminino 
estudo descritivo das diversas etnias, de suas características antropológicas, sociais etc.
registro descritivo da cultura material de um determinado povo.
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Formas variantes linguísticas
“Toda língua é heterogênea, o que significa que toda língua comporta no seu interior formas em variação.
 
Formas em variação - maneiras diferentes de dizer” a mesma coisa” 
 (p. 54).
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Para Labov (1978), trata-se de diversas maneiras de dizer a mesma coisa em um mesmo contexto e com o mesmo valor de verdade, ou com o mesmo sentido referencial. 
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Bright propôs que a Sociolinguística deveria “demonstrar a covariação sistemática das variações linguística e social.
Relacionar as variações linguísticas observáveis em uma comunidade às diferenciações existentes na estrutura social desta mesma sociedade” 
 (BRIGHT, 1974, p. 56). 
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Trabalho em sociolinguística
Linguística
Extralinguística
Dimensão espacial
Dimensão social
Dimensão contextual
Dimensão temporal
Dimensão histórico
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Diversidade linguística e fatores socialmente definidos
Identidade social do emissor ou falante – relevante, por exemplo, no estudo de dialetos de classes sociais e das diferenças entre falas femininas e masculinas;
Identidade social do receptor ou ouvinte – relevante, por exemplo, no estudo das formas de tratamento, da baby talk (fala utilizada por adultos para se dirigirem aos bebês);
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Contexto social – relevante, por exemplo, no estudo das diferenças entre a forma e a função dos estilos formal e informal, existentes na grande maioria das línguas;
Julgamento social - distinto que os falantes fazem do próprio comportamento linguístico e sobre o dos outros, isto é, as atitudes linguísticas. 
 (ALKMIN, 2004, p. 28-29)
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A Sociolinguística foi constituindo-se e definindo-se ao longo do surgimento de pesquisas importantes e interdisciplinares, como a do importante antropólogo Franz Boas e, mais tarde, por seus discípulos de grande prestígio: Edward Sapir e Benjamin L. Whorf.
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Após um longo caminho percorrido, afirma-se que “o objeto de estudo da Sociolinguística é a língua falada em seu contexto social, ou seja, num contexto de interação verbal entre pessoas que compartilham um conjunto de normas que orientam os usos linguísticos” 
 (ALKMIN, 2004, 28)
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A variação linguística
Contexto social
Esse novo modo de “olhar” a língua permitiu analisar e descrever o uso de variáveis linguísticas pelos indivíduos em uma determinada comunidade de fala em momento de enunciação.
Mostrou que a presença da heterogeneidade, governada por regras variáveis, é o que permite ao sistema linguístico se manter em funcionamento mesmo nos períodos de mudança linguística. 
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Significação social das formas variantes
O momento da enunciação é aquele em que para cada lugar de variação da língua o falante faz uma escolha. 
Essa escolha se dá em função da relação de interlocução na qual é posto. 
Em função dela, o falante revela quem ele é (ou quem ele quer parecer que é), para alguém que ele imagina ser, em função do lugar onde se encontraram. 
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A noção de comunidade linguística
Labov (1972, p. 57), o sistema variável que coloca à disposição do falante as formas em variação. Podemos pensar o conjunto de falantes de uma língua como a comunidade linguística, ou podemos pensar apenas os surfistas da praia da Joaquina como uma comunidade linguística. 
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Sociolinguística 
Comunidade de fala
Procura estabelecer que características um grupo de falantes compartilha para então embasar suas pesquisas?
Relacionar quais fatores estariam atuando na variação e na mudança da língua? 
Quais as semelhanças e as diferenças linguísticas de um grupo?
A razão pela qual certos grupos de falantes compartilham traços linguísticos que os distinguem de outros grupos.
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Labov, Guy (2000; 2001)
Propriedades na Sociolinguística 
Características linguísticas compartilhadas: palavras, sons ou construções gramaticais que são usadas na comunidade, mas não fora dela.
Densidade de comunicação interna relativamente alta: as pessoas falam mais com outras que estão dentro do grupo do que com aquelas que estão fora dele.
Normas compartilhadas: atitudes em comum sobre o uso da língua, normas em comum sobre a direção da variação estilística, avaliações sociais em comum sobre variáveis linguísticas.
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A dimensão espacial
Uma comunidade linguística pode ser concebida espacialmente. 
Há a possibilidade de relacionar cada uma das variantes (dialetos) a uma determinada região geográfica do Brasil.
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O conceito de dialeto
Do ponto de vista linguístico, um dialeto seria um sistema caracterizado por um conjunto de variantes linguísticas específicas – em contraste com outro (s) dialeto (s) que se caracterizariam por outras variantes.
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A dimensão espacial
e identificação do sujeito
Determinados traços linguísticos, quando de natureza dialetal geográfica, tendem a marcar profundamente os falantes. 
Mesmo que um falante rejeite uma determinada característica de seu dialeto, costuma ser muito difícil o abandono completo de tal característica, especialmente, quando se trata de marca fonológica.
 
No processo de interação social, nos momentos de enunciação, tais marcas linguísticas aparecerão, no jogo da interlocução, como características definidoras de cada interlocutor.
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Dimensão social
Os significados sociais que decorrem dos papéis sociais podem determinar o funcionamento das
formas linguísticas, quando se trata de partes da língua cuja função é, por exemplo, a referência aos participantes da enunciação. 
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Dimensão temporal
Variação:
Variação estável
Mudança em progresso
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Referências
ALKMIN, T. M. Sociolinguística. In: MUSSALIM, F.; BENTES. (Org.). Introdução à Linguística: domínios e fronteiras. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2004.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2005. 
Bourdieu, P. and Passeron, J. C. (1977) Reproduction in Education, Society and Culture. Beverly Hills: Sage.
CAMACHO, Roberto Gomes. Sociolinguística. In: MUSSALIM E BENTES F. A. C. (Org.) Introdução à linguística: domínios e fronteiras. São Paulo: Cortez, 2004.
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CASTILHO, A. T. de. Variação linguística, norma culta e ensino da língua materna. In: Subsídios à proposta curricular de língua portuguesa para o 1º e 2º graus – Coletânea de textos, vol. I. São Paulo, SEE-SP/ Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas, 1988.
LABOV, W. The social motivation of a sound change. In: Sociolinguistic patterns.Philadelphia., University of Pensylvania Press, 1963.
______. The study of language in its social context. In:___.Sociolinguistic Patterns. 3. ed. Philadelphia: University of Pensylvania Press, 1975.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 4ªed. São Paulo: Cortez, 2003.
PRETI, D. Sociolinguística, os níveis de fala: um estudo do diálogo sociolinguístico na literatura brasileira. São Paulo: Edusp, 2003. 
Referências
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Linguística II
Marilda Franco de Moura
Atividade 7
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Atividade - Pesquisador
Saber como as pessoas utilizam a língua quando não são observadas, pois, quando os falantes sabem que são observados, produzem um troca para um estilo mais formal.
O grau de interferência do observador deve ser o menor possível.
O falante precisa saber que está sendo gravado e que será objeto de análise.
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Questionário Semântico Lexical
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Assuntos para a pesquisa
Namoro/casamento
Sonhos
Religião
Jogos
Escola
Língua
Família
Comida
Relatos de fatos passados
Trabalho
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Segundo Guy e Zilles (2007), uma das melhores formas de garantir que haja representatividade é o uso de uma amostra aleatória que dê a cada informante ou dado potencial existente na população total igual probabilidade de serem incluídos na amostra. 
Para se estimar a relação entre amostra e o universo de onde foi retirada usam-se as medidas de significância, comuns em pesquisas de base quantitativa.
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