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Evento 963 SENT1 Decisão do Juri 28 09 2017

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12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=711506… 1/14
Poder Judiciário
JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Rio Grande do Sul
11ª Vara Federal de Porto Alegre
Rua Otavio Francisco Caruso da Rocha, 600, 4º andar - Ala Oeste - atendimento ao público das 13h às 18h
- Bairro: Praia de Belas - CEP: 90010-395 - Fone: (51)32149426 - www.jfrs.jus.br - Email:
rspoa11@jfrs.gov.br
PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI Nº 5033898-
87.2012.4.04.7100/RS
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ACUSADO: EZEQUIEL DE SOUZA DOS SANTOS
ACUSADO: HERNANDO BARBOSA DE LIMA
ACUSADO: ALESSANDRO NORONHA DA SILVA
ACUSADO: GLAUBER DOS SANTOS MELO
SENTENÇA
RELATÓRIO
O Ministério Público Federal, com base no Inquérito Policial n.
5054488-22.2011.404.7100 e da Comunicação de Prisão em Flagrante n. 5050836-
94.2011.404.7100, ofertou denúncia em face de:
ALESSANDRO NORONHA DA SILVA, de alcunha 'Sandro',
brasileiro, nascido em 08/07/1973, em Porto Alegre, RS, filho de
José Roberto de Oliveira Silva e Maria da Glória Noronha, titular do
RG nº 4056477451-SSP/RS, inscrito no CPF sob o nº 596.309.810-
68, residente na Rua Alcedo Azevedo, nº 310, no Município de Porto
Alegre, RS, atualmente recolhido na Penitenciária Modulada de
Charqueadas, RS;
GLAUBER DOS SANTOS MELO, brasileiro, nascido em
04/02/1962, em Rosário, RS, filho de Geneci dos Santos Melo, titular
do RG nº 6112316391-SSP/RS, falecido;
EZEQUIEL DE SOUZA DOS SANTOS, brasileiro, nascido em
25/04/1982, em Viamão, RS, filho de Agenor Arlete Cardoso dos
Santos e Lurdes de Souza dos Santos, titular do RG nº 8080294691-
SSP/RS, inscrito no CPF sob o nº 809.005.770-53, residente na Rua
José Bonifácio, nº 776, bairro Santa Isabel, no Município de Viamão,
RS, atualmente recolhido na Penitenciária Modulada de
Charqueadas, RS; e
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=711506… 2/14
HERNANDO BARBOSA DE LIMA, de alcunha 'Nando',
brasileiro, nascido em 07/02/1985, em Porto Alegre, RS, filho de
Orides Xavier de Lima e Cleonice Forte Barbosa, titular do RG nº
8091245442-SSP/RS, inscrito no CPF sob o nº 006.932.760-29,
residente na Rua Orfanotrófio, nº 300, fundos, Cristal, no Município
de Porto Alegre, RS, recolhido na Penitenciária Modulada de
Charqueadas, RS; dando-os como incursos nas sanções do artigo
157, § 2º, incisos I, II e V, do Código Penal (primeiro fato); do
artigo 121, caput, e § 2º, inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do
Código Penal (segundo fato); do artigo 129, § 1º, inciso I, do
Código Penal (terceiro fato); e do artigo 16, parágrafo único,
inciso IV, da Lei nº 10.826/03 (quarto fato), todos em concurso
material.
Como primeiro fato delituoso reportado, narrou a denúncia que os
réus Alessandro, Glauber, Ezequiel e Hernando, no dia 08 de agosto de 2011, por
volta das 19h30min, no Supermercado Eldorado, localizado na Rua Sombrio, nº
639, Centro, na cidade de Eldorado do Sul/RS, em conjunção de esforços e prévio
ajuste de vontades, mediante violência e grave ameaça, com o emprego de armas
de fogo, subtraíram um revólver da marca Taurus, calibre .38 SPL, de fabricação
nacional, 01 cano, sistema de repetição de nº IJ 28272, pertencentes à vítima João
Basso, proprietário do estabelecimento comercial.
Como segundo, trouxe a denúncia que, no mesmo dia, após
assaltarem o referido estabelecimento comercial em Eldorado do Sul/RS, o
acusados Alessandro, Glauber, Ezequiel e Hernando, em comunhão de vontades e
conjugação de esforços, a fim de assegurar a ocultação e a impunidade de outro
crime (referido no parágrafo anterior), durante perseguição, tentaram matar os
Policiais Rodoviários Federais João Francisco Ribeiro de Oliveira e Luciano Edgar
Machado, assim como os Policiais Militares Gérson Calebe da Rosa Flores e
Marcelo da Silva Sabino, todos no exercício de suas funções, somente não
provocando os resultados visados por circunstâncias alheias à vontade dos agentes.
Como terceiro, a denúncia relatou que os acusados Alessandro,
Glauber, Ezequiel e Hernando, no mesmo dia, por volta das 20 horas, durante a
fuga narrada no segundo fato, em comunhão de vontades e conjugação de
esforços, na Av. Júlio de Castilhos, próximo ao nº 566, bairro Centro, nesta
Capital, atropelaram a vítima Rita de Cássia do Amaral, que conduzia uma
motocicleta e, assim, ofenderam sua integridade corporal, produzindo-lhe lesões
corporais de natureza grave, as quais resultaram em incapacidade para as
ocupações habituais por mais de 30 (trinta) dias.
Por derradeiro, a denúncia historiou que os réus Alessandro, Glauber,
Ezequiel e Hernando, no mesmo dia, agindo de forma consciente e voluntária, em
comunhão de vontades e conjugação de esforços, portavam 03 (três) armas de fogo
com as numerações de série raspadas, além das respectivas munições,
instrumentos por eles utilizados no roubo consumado na cidade de Eldorado do
Sul/RS, bem como na tentativa de homicídio dos Policiais Rodoviários Federais
João Francisco Ribeiro de Oliveira e Luciano Edgar Machado, e dos Policiais
Militares Gérson Calebe da Rosa Flores e Marcelo da Silva Sabino, consoante
narrado nos primeiro e segundo fatos.
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
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A denúncia foi recebida em 18 de junho de 2012 (Evento 3).
Após regular instrução, aos 05 de julho de 2013, foi julgado
procedente o jus accusationes (evento 333) para o efeito de pronunciar todos os
acusados a fim de que fossem submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri,
como incursos:
a) em relação ao primeiro fato, nas sanções do artigo 157, § 2º,
incisos I, II e V, do Código Penal;
b) no tocante ao segundo, nas sanções do artigo 121, caput, e § 2º,
inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal;
c) quanto ao terceiro, nas sanções do artigo 129, § 1º, inciso I, do
Código Penal; e
d) no atinente ao quarto, nas sanções do artigo 16, parágrafo único,
inciso IV, da Lei nº 10.826/03.
Na ocasião, foi decidido que os acusados não poderiam aguardar o
julgamento em liberdade, pois permaneciam presentes os requisitos que
justificaram o decreto de suas prisões preventivas (Evento 12 da Comunicação
de Prisão em Flagrante n. 50508369420114047100): para a garantia da ordem
pública (periculosidade dos agentes e, sobretudo, para que se evitassem novos
delitos) e para que fosse resguardada eventual aplicação da lei penal (neste último
caso, observo que, ao tempo dos delitos denunciados, Alessandro, Ezequiel e
Hernando, conforme as informações constantes nas fls. 72-74 do Evento 1, NOT-
CRIME4, do Inquérito Policial n. 50544882220114047100, ostentavam a
qualidade negativa de foragidos da Justiça).
Irresigadas, as defesas de Ezequiel, Glauber, Hernando e Alessandro
interpuseram recursos em sentido estrito (Eventos 359, 365 e 377).
A sentença transitou em julgado para o Ministério Público Federal.
Mantida a sentença por este Juízo, os autos foram remetidos ao
Tribunal Regional Federal da 4ª Região para o julgamento do recurso interposto.
Nos autos do Recurso em Sentido Estrito interposto (n.
50564050820134047100), a sentença de pronúncia foi mantida.
Inconformadas, as defesas interpuseram recurso especial perante o
Superior Tribunal de Justiça.
Em razão da inércia e da demora do Superior Tribunal de Justiça
em julgar o Recurso Especial n. 1.486.316/RS, o Supremo Tribunal Federal, no
julgamento do Habeas Corpus n. 134.900/RS (Evento 494), determinou que este
Juízo tomasse as providências necessárias para a realização do Júri,
independentemente do julgamento do recurso especial. A inércia do STJ foi tão
prolongada que um dos acusados - Glauber - acabou falecendo,o que provocou a
sentença extintiva de puniblidade lançada no evento 533 em janeiro do corrente
ano.
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
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Posteriormente, em abril de 2017, o Superior Tribunal de Justiça
negou provimento ao recurso especial interposto, tendo a decisão transitado em
julgado em 9 de maio de 2017 (Evento 619).
Assim, pronunciados, os acusados Alessandro Noronha da Silva,
Ezequiel de Souza dos Santos e Hernando Barbosa de Lima foram submetidos a
julgamento pelo Tribunal do Júri, na data de ontem (27/09/2017), pela prática dos
seguintes delitos:
a) em relação ao primeiro fato, nas sanções do artigo 157, § 2º,
incisos I, II e V, do Código Penal;
b) no tocante ao segundo, nas sanções do artigo 121, caput, e § 2º,
inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal;
c) quanto ao terceiro, nas sanções do artigo 129, § 1º, inciso I, do
Código Penal; e
d) no atinente ao quarto, nas sanções do artigo 16, parágrafo único,
inciso IV, da Lei nº 10.826/03.
 
FUNDAMENTAÇÃO
Observo, antes de mais nada, que a quesitação não seguiu a ordem
dos delitos segundo posta temporalmente no mundo dos fatos ou na própria
denúncia, em razão da necessidade de definição da competência do juri popular
que, como é sabido, somente pode discorrer sobre crimes dolosos contra a vida e
os com eles conectados, daí por que os jurados foram primeiramente expostos à
acusação pelo delito de tentiva qualificada de homicídio e, uma vez firmada a
competência, foram indagados acerca dos demais delitos segundo a ordem
temporal, tudo nos termos da sentença de pronúncia e decisões posteriores que a
confirmaram.
Deste modo, solidificada a competência do Conselho de Sentença
para o julgamento, assim foi decidido:
FATO 2 - artigo 121, caput, e § 2º, inciso V, c/c o art. 14, II,
ambos do Código Penal (tentativa de homicídio qualificado)
Alessandro Noronha da Silva
O Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a materialidade
e a autoria delitivas, reconheceu a qualificadora do inciso V, bem como rejeitou a
tese defensiva de resistência à execução de ato legal pelos policiais, condenando,
portanto, Alessandro Noronha da Silva nas sanções do artigo 121, caput, e § 2º,
inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal.
Ezequiel de Souza dos Santos
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
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O Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a materialidade
e a autoria delitivas, reconheceu a qualificadora do inciso V, bem como rejeitou a
teses defensiva de resistência à execução de ato legal pelos policiais, condenando,
portanto, Ezequiel de Souza dos Santos nas sanções do artigo 121, caput, e § 2º,
inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal.
Hernando Barbosa de Lima
O Conselho de Sentença, quanto ao segundo fato (tentativa de
homicídio qualificado), respondeu negativamente ao segundo quesito, atinente à
autoria, e, via de consequência, absolveu o acusado Hernando Barbosa de Lima.
 
FATO 1 - artigo 157, § 2º, incisos I, II e V, do Código Penal
(roubo triplamente qualificado)
Alessandro Noronha da Silva
O Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a materialidade
e a autoria delitivas e teve por presentes somente as qualificadoras constantes dos
incisos I e II do art. 157, rejeitando, de outra parte, as demais teses defensivas e,
deste modo, condenou Alessandro Noronha da Silva nas sanções do artigo 157, §
2º, incisos I e II, do Código Penal.
Ezequiel de Souza dos Santos
O Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a materialidade
e a autoria delitivas e teve por presentes somente as qualificadoras previstas nos
incisos I e II do art. 157, rejeitando, por outro lado, as demais teses defensivas e,
assim, condenou Ezequiel de Souza dos Santos nas penas do artigo 157, § 2º,
incisos I e II, do Código Penal.
Hernando Barbosa de Lima
O Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a materialidade
e a autoria delitivas e teve por presente somente a qualificadora constante do
inciso II do aart. 157 (prática de roubo com concurso de duas ou mais pessoas),
rejeitando as demais teses defensivas e, deste modo, condenou Hernando Barbosa
de Lima nas sanções do artigo 157, § 2º, inciso II, do Código Penal.
 
FATO 3 - artigo 129, § 1º, inciso I, do Código Penal (lesões
corporais graves).
No ponto, ressalto que a quesitação acerca do delito em apreço
iniciou-se no tocante ao réu Hernando, porquanto a tese articulada por sua defesa
constituída em plenário de julgamento centrou-se em possível ocorrência de
homicídio culposo que, uma vez acolhida pelo Conselho de Sentença, poderia
prejudicar a quesitação quanto aos demais denunciados e a própria quesitação
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
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acerca da qualificadora constante do § 1º, art. 129, do Código Penal, dada
signitificativa parte da doutrina não admitir participação ou co-autoria em delitos
culposos. Destarte, assim decidiram soberanamente os jurados:
Hernando Barbosa de Lima
O Conselho de Sentença, conquanto tenha admitido como
comprovadas a materialidade e a autoria delitivas, reputou presente a ausência de
dolo, absolvendo Hernando Barbosa de Lima pelo delito de lesões corporais
dolosas, reconhecendo, todavia, que a ofensa à integridade física da motociclista
Rita fora causada por ato culposo do mencionado réu (artigo 129, § 6º, do Código
Penal), condenando-o por tanto. Assim, ficou prejudicada a quesitação acerca da
qualificadora constante do artigo 129, § 1º, inciso I, do Código Penal
(incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias), que pertine tão-
somente às lesões corporais dolosas. Por aquele mesmo motivo indicado no
parágrafo anterior, reputou-se por prejudicada a quesitação relativa às lesões
corporais graves no tocante aos demais réus (Alessandro e Ezequiel), daí
resultando suas absolvições quanto ao terceiro fato, a luz do que dispõe o artigo
386, inciso IV, do Código de Processo Penal, por ser o mais apropriado para o caso
sob análise.
 
FATO 4 - artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei n.
10.826/03 (porte de armas de fogo com numeração raspada ou suprimida)
Alessandro Noronha da Silva
O Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a materialidade
e a autoria delitivas. Reconheceu, contudo, a atenuante de confissão operada pelo
réu, bem como que Alessandro portava uma arma calibre 32 como meio necessário
para a prática de outro delito (a tentativa de homicídio doloso ou o roubo ao
mercado em Eldorado do Sul/RS), entendendo, assim, que Alessandro Noronha da
Silva haveria de ser absolvido da prática do delito sob comento, com base no
artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal, por não constituir o fato
infração penal isolada, porque absorvido por outro delito.
Ezequiel de Souza dos Santos
De igual sorte o Conselho de Sentença admitiu como comprovadas a
materialidade e a autoria delitivas. Reconheceu, todavia, que Ezequiel portava uma
arma calibre 38 como meio necessário para a prática de outro delito (a tentativa de
homicídio doloso ou o roubo ao mercado em Eldorado do Sul/RS), considerando,
assim, que Ezequiel de Souza dos Santos haveria de ser absolvido da prática do
delito sob análise, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo
Penal, por não constituir o fato infração penal isolada, uma vez que absorvido pelo
outro delito.
Hernando Barbosa de Lima
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=711506… 7/14
O Conselhode Sentença, conquanto tenha admitido como
comprovada a materialidade delitiva, acolheu a tese da defensiva de negativa de
autoria, absolvendo-o.
 
ANTE O EXPOSTO, acolhendo a decisão do Conselho de Sentença,
declaro:
a) Alessandro Noronha da Silva, quanto ao primeiro fato
denunciado, como condenado às sanções do artigo 157, § 2º, incisos I e II, do
Código Penal; no tocante ao segundo fato, como condenado às sanções do artigo
121, caput, § 2º, inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal; absolvido
quanto ao terceiro fato (artigo 129, § 1º, inciso I, do Código Penal), o que faço
com base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal; e igualmente
absolvido com relação ao quarto fato (artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei
n. 10.826/03), o que faço com base no artigo 386, inciso III, do Código de
Processo Penal;
b) Ezequiel de Souza dos Santos, quanto ao primeiro fato
denunciado, como condenado às nas sanções do artigo 157, § 2º, incisos I e II, do
Código Penal; no tocante ao segundo fato, como condenado às sanções do artigo
121, caput, e § 2º, inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal; absolvido
quanto ao terceiro fato (artigo 129, § 1º, inciso I, do Código Penal), o que faço
com base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal; e igualmente
absolvido com relação ao quarto fato (artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei
n. 10.826/03), o que faço com arrimo no artigo 386, inciso III, do Código de
Processo Penal;
c) Hernando Barbosa de Lima, quanto ao primeiro fato
denunciado, como condenado às sanções do artigo 157, § 2º, inciso II, do Código
Penal; absolvido no tocante ao segundo fato denunciado (artigo 121, caput, e § 2º,
inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal), com base no artigo 386, inciso
IV, do Código de Processo Penal; quanto ao terceiro fato, como condenado ás
sanções do artigo 129, § 6, do Código Penal; e absolvido com relação ao quarto
fato denunciado (artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/03), com
base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal.
 
Quantifico, portanto, a reprimenda penal.
ALESSANDRO NORONHA DA SILVA
Fato 1
Da análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,
verifico que Alessandro agiu livre e conscientemente; o acusado não é primário,
conforme a certidão juntada no Evento 928, uma vez que possui seis outras
condenações anteriores a esta (Processos n. 003/2.11.0003473-1,
001/2.05.0016752-5, 001/2.05.0081383-4, 001/2.05.0170727-2,
001/2.05.0232112-2, 001/2.10.0009790-9); nada há em desabono a sua conduta
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=711506… 8/14
social, em razão de que as condenações já são valoradas à título de maus
antecedentes; agiu com dolo normal a delitos da espécie; os elementos constantes
nos autos não permitem avaliar a personalidade do réu, assim não o prejudicando;
as circunstâncias do delito são graves, uma vez que expôs a risco a vida de
terceiros para além do normal, tendo em vista que o supermercado estava aberto e
com clientes; os motivos e as conseqüências do crime são normais à espécie.
Assim sendo, existindo duas circunstâncias negativas, quais sejam,
ausência de primariedade e as graves circunstâncias do delito, fixo a pena-base em
07 (sete) anos de reclusão e 20 (vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um
trigésimo) do salário mínimo vigente à época do fato delituoso (agosto de 2011),
devidamente atualizado a partir de então.
Diante das qualificadoras reconhecidas pelo Conselho de Sentença
(incisos I e II do § 2º do artigo 157 do Código Penal), a pena acima deve ser
elevada em ½ (metade), daí resultando 10 (dez) anos e 06 (seis) meses de reclusão,
mantida a pena pecuniária no patamar em que já fixada.
No que tange às circunstâncias que agravam a pena, conforme a
certidão constante no Evento 928, além das seis condenações ali já consideradas,
verifico que Alessandro possui uma sétima condenação, Processo n.
001/2.05.0736714-7, de onde extario que é reincidente, porquanto já teve contra
si, dentro do qüinqüênio anterior aos fatos apurados nesta Ação Penal, uma
sentença penal condenatória, cujos fatos são anteriores aos do presente processo. É
o réu, portanto, reincidente, razão por que aumento a pena em 02 (dois) anos, do
que resultam 12 (doze) anos e 06 (seis) meses de reclusão, mantida a multa acima
fixada.
Inexistem atenuantes, causas de aumento ou de diminuição de pena,
razão por que as penas acima são as definitivas.
Fato 2
Da análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,
verifico que Alessandro agiu livre e conscientemente; o acusado não é primário,
conforme a certidão juntada no Evento 928, uma vez que possui seis outras
condenações anteriores a esta (Processos n. 003/2.11.0003473-1,
001/2.05.0016752-5, 001/2.05.0081383-4, 001/2.05.0170727-2,
001/2.05.0232112-2, 001/2.10.0009790-9); nada há em desabono a sua conduta
social, em razão de que as condenações já são valoradas à título de maus
antecedentes; agiu com dolo normal a delitos da espécie; os elementos constantes
nos autos não permitem avaliar a personalidade do réu, assim não o prejudicando;
os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do crime são normais à espécie.
Assim sendo, existindo uma circunstância negativa, qual seja,
ausência de primariedade, fixo a pena-base em 14 (catorze) anos de reclusão,
tendo em vista a qualificadora reconhecida como presente pelo Conselho de
Sentença (inciso V, do artigo 121, § 2º, do Código Penal).
No que tange às circunstâncias que agravam a pena, conforme a
certidão constante no Evento 928, além das seis condenações ali já referidas,
Alessandro possui uma sétima condenação, Processo n. 001/2.05.0736714-7, de
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=711506… 9/14
onde verifico que é reincidente, porquanto já teve contra si, dentro do qüinqüênio
anterior aos fatos apurados nesta Ação Penal, uma sentença penal condenatória,
cujos fatos são anteriores aos do presente processo. É o réu, portanto, reincidente,
pelo que aumento a pena em outros 03 (três) anos, daí se extraindo 17 (dezessete)
anos.
Inexistem atenuantes e causas de aumento de pena.
Incide, outrossim, a causa de diminuição de pena da tentativa,
prevista no artigo 14, inciso II, do Código Penal, uma vez que, conquanto não
tenham sido muitos os tiros disparados por Alessandro, por outro lado, os
testemunhos dos policiais rodoviários e do policial militar reportaram que também
não foram poucos, do que se retira tenha o iter criminis se estendido por algum
tempo. Assim, reduzo a pena acima fixada em 1/2 (metade), tornando-a definitiva
em 8 (oito) anos e 6 (seis) meses.
Concurso material
Tendo em conta que Alessandro, mediante mais de uma ação,
praticou os dois delitos acima referidos, aplica-se o disposto no artigo 69 do
Código Penal, o que implica o somatório de penas, do que resulta pena definitiva
de 21 (vinte e um) anos e 06 (seis) meses de reclusão e 20 (vinte) dias-multa, no
valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à época do
fato delituoso (agosto de 2011), devidamente atualizado a partir de então.
O regime inicial para o cumprimento da pena haverá de ser o
fechado, conforme o § 2º do artigo 33 do Código Penal.
 
EZEQUIEL DE SOUZA DOS SANTOS
Fato 1
Da análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,
verifico que Ezequiel agiu livre e conscientemente; o acusado não é primário,
conforme a certidão juntada no Evento 928, porém tal situação será avaliada
posteriormente, para fins de reincidência; nada há em desabono a sua conduta
social; agiu com dolo normal a delitos da espécie; os elementos constantesnos
autos não permitem avaliar a personalidade do réu, assim não o prejudicando; as
circunstâncias do delito são graves, uma vez que expôs a risco de vida terceiros
que frequentavam o supermercado; os motivos e as conseqüências do crime são
normais à espécie.
Assim sendo, existindo uma circunstância negativa, qual seja, grave
circunstâncias em que praticado o delito, fixo a pena-base em 05 (cinco) anos de
reclusão e 20 (vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do
salário mínimo vigente à época do fato delituoso (agosto de 2011), devidamente
atualizado a partir de então.
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
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Diante das qualificadoras reconhecidas pelo Conselho de Sentença
(incisos I e II do § 2º do artigo 157 do Código Penal), a pena acima é elevada em
½ (metade), daí resultando 7 (sete) anos e 06 (seis) meses de reclusão, mantida a
multa.
No que tange às circunstâncias que agravam a pena, conforme a
certidão constante no Evento 928, verifico que Ezequiel possui uma condenação
anterior (Processo n. 001/2.09.0025212-0), de onde verifico que é reincidente,
porquanto já teve contra si, dentro do qüinqüênio anterior aos fatos apurados nesta
Ação Penal, uma sentença penal condenatória, cujos fatos são anteriores aos do
presente processo. É o réu, portanto, reincidente, pelo que aumento a pena em
outros 02 (dois) anos, daí resultando 09 (nove) anos e 06 (seis) meses de reclusão,
mantida a multa, que são as penas quantificadas em definitivo porque inexistentes
atenuantes, causas de aumento ou de diminuição de pena
Fato 2
Da análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,
verifico que Ezequiel agiu livre e conscientemente; o acusado não é primário,
conforme a certidão juntada no Evento 928, porém tal situação será avaliada
posteriormente, para fins de reincidência; nada há em desabono a sua conduta
social; agiu com dolo normal a delitos da espécie; os elementos constantes nos
autos não permitem avaliar a personalidade do réu, assim não o prejudicando; os
motivos, as circunstâncias e as conseqüências do crime são normais à espécie.
Assim sendo, não existindo circunstâncias negativas, fixo a pena-
base no mínimo legal, qual seja, em 12 (doze) anos de reclusão, considerada a
qualificadora reconhecida pelo Conselho de Sentença (inciso V, do artigo 121, §
2º, do Código Penal).
No atinente às circunstâncias que agravam a pena, conforme a
certidão constante no Evento 928, verifico que Ezequiel possui uma condenação
anterior (Processo n. 001/2.09.0025212-0), pelo que considero-o reincidente,
porquanto já teve contra si, dentro do qüinqüênio anterior aos fatos apurados nesta
Ação Penal, uma sentença penal condenatória, cujos fatos são anteriores aos do
presente processo. É o réu, portanto, reincidente, pelo que aumento a pena em
outros 03 (três) anos, daí resultando 15 (quinze) anos de reclusão.
Inexistem atenuantes e causas de aumento de pena.
Incide na espécie, ainda, a causa de diminuição de pena da tentativa,
prevista no artigo 14, inciso II, do Código Penal, uma vez que, conquanto não
tenham sido muitos os tiros disparados por Ezequiel, por outro lado, os
testemunhos dos policiais rodoviários e do policial militar reportaram que também
não foram poucos, do que se retira tenha o iter criminis se estendido por algum
tempo. Assim, reduzo a pena acima fixada em 1/2 (metade), tornando-a definitiva
em 7 (sete) anos e 6 (seis) meses.
Concurso material
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=71150… 11/14
Considerando que o réu Ezequiel, mediante mais de uma ação,
praticou os delitos acima referidos, aplica-se o disposto no artigo 69 do Código
Penal e, deste modo, as penas aplicam-se cumulativamente, o que resulta em 17
(dezessete) anos de reclusão e 20 (vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30
(um trigésimo) do salário mínimo vigente à época do fato delituoso (agosto de
2011), devidamente atualizado a partir de então.
O regime inicial para o cumprimento da pena haverá de ser o
fechado, conforme o § 2º do artigo 33 do Código Penal.
 
HERNANDO BARBOSA DE LIMA
Fato 1
Da análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,
verifico que Hernando agiu livre e conscientemente; o acusado não é primário,
conforme a certidão juntada no Evento 928, uma vez que possui duas outras
condenações anteriores a esta (Processos n. 001/2.08.0013078-3 e
001/2.10.0054022-5); nada há em desabono a sua conduta social; agiu com dolo
normal a delitos da espécie; os elementos constantes nos autos não permitem
avaliar a personalidade do réu, assim não o prejudicando; as circunstâncias do
delito são graves, uma vez que expôs terceiros que frequentavam o supermercado
a risco de vida das pessoas; os motivos e as conseqüências do crime são normais à
espécie.
Assim sendo, existindo duas circunstâncias negativas, quais sejam,
ausência de primariedade e graves circunstâncias em que praticado o delito, fixo a
pena-base em 07 (sete) anos de reclusão e 20 (vinte) dias-multa, no valor unitário
de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo vigente à época do fato delituoso
(agosto de 2011), devidamente atualizado a partir de então.
Diante da qualificadora reconhecida pelo Conselho de Sentença
(inciso I do § 2º do artigo 157 do Código Penal), a pena acima é elevada em 1/3
(um terço), daí resultando 09 (nove) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, mantida
a multa.
No que tange às circunstâncias que agravam a pena, conforme a
certidão constante no Evento 928, além das duas condenações ali já referidas,
Hernando possui uma terceira condenação, no Processo n. 001/2.06.0029971-7, de
onde verifico que é reincidente, porquanto já teve contra si, dentro do qüinqüênio
anterior aos fatos apurados nesta Ação Penal, uma sentença penal condenatória,
cujos fatos são anteriores aos do presente processo. É o réu, portanto, reincidente,
pelo que aumento a pena em 02 (dois) anos, do que resultam 11 (onze) anos e 04
(quatro) meses de reclusão - mantida a multa - de pena definitiva, dada a ausência
de causas de aumento ou de diminuição das penas.
Fato 3
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
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Da análise das circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal,
verifico que Hernando não é primário, conforme a certidão juntada no Evento 928,
uma vez que possui duas outras condenações anteriores a esta (Processos n.
001/2.08.0013078-3 e 001/2.10.0054022-5); nada há em desabono a sua conduta
social; os elementos constantes nos autos não permitem avaliar a personalidade do
réu, assim não o prejudicando; as conseqüências do crime foram extremamente
graves, uma vez que, conforme o depoimento prestado pela vítima em Plenário, a
mesma restou incapaz para as ocupações habituais por seis meses, perdeu um dos
empregos que possuía, sendo ela o arrimo da sua família, deixou dívidas que não
puderam ser pagas, uma vez que o benefício recebido pelo INSS era muito inferior
ao salário que recebia quando na ativa, e teve o seu nome inscrito em cadastros de
inadimplentes, como SPC e Serasa; as circunstâncias e os motivos do crime são
normais à espécie.
Assim sendo, existindo duas circunstâncias negativas, quais sejam,
ausência de primariedade e conseqüências do crime, fixo a pena-base em 06 (seis)
meses de detenção.
No que tange às circunstâncias que agravam a pena, conforme a
certidão constante no Evento 928, além das duas condenações ali já referidas,
Hernando possui uma terceira condenação, no Processo n. 001/2.06.0029971-7, de
onde verifico que é reincidente, porquanto já teve contra si, dentro do qüinqüênioanterior aos fatos apurados nesta Ação Penal, uma sentença penal condenatória,
cujos fatos são anteriores aos do presente processo. É o réu, portanto, reincidente,
pelo que aumento a pena em 03 (três) meses, que resultam em 09 (nove) meses de
detenção.
Em razão do disposto na Súmula 545 do STJ ("Quando a confissão
for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu fará jus à
atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal."), reduzo a pena acima em
03 (três) meses, daí se extraindo 06 (seis) meses de detenção.
Inexistem causas de aumento ou de diminuição de pena, tornando-se
a pena acima, definitiva, quanto ao fato sob análise.
Concurso material
Considerando que o réu Hernando, mediante mais de uma ação,
praticou os delitos acima referidos, aplica-se o disposto no artigo 69 do Código
Penal e, deste modo, as penas aplicam-se cumulativamente, o que resulta em 11
(onze) anos e 04 (quatro) meses de reclusão; 06 (seis) meses de detenção e 20
(vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo
vigente à época do fato delituoso (agosto de 2011), devidamente atualizado a
partir de então.
O regime inicial para o cumprimento da pena deverá ser o fechado,
conforme o § 2º do artigo 33 do Código Penal.
Todavia, como já transcorreram 06 (seis) anos, 01 (um) mês e 19
(dezenove) dias desde a data em que foi preso em flagrante pelos fatos apontados
na denúncia, restam para ser cumpridos, em razão de detração (artigo 42 do
Código Penal), 05 (cinco) anos, 03 (três) meses e 11 (onze) dias, o que remete,
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=71150… 13/14
sem maiores indagações e inegavelmente, ao regime aberto, em virtude da
progressão de regime a que faz jus. Muito da pena que, na prática, Hernando
cumpriu em regime fechado deu-se em razão da demora, muito além do razoável,
provocada pelo Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Recurso Especial n.
1.486.316/RS. Em razão disto, expeça-se alvará de soltura, se por outro motivo
não estiver preso, o condenado Hernando Barbosa de Lima.
 
DISPOSITIVO
ANTE O EXPOSTO, acolhendo a decisão do Conselho de
Sentença, declaro:
a) Alessandro Noronha da Silva: a.1) absolvido quanto ao artigo
129, § 1º, inciso I, do Código Penal, com base no artigo 386, inciso IV, do Código
de Processo Penal; a.2) absolvido com relação ao artigo 16, parágrafo único,
inciso IV, da Lei n. 10.826/03, com base no artigo 386, inciso III, do Código de
Processo Penal; a.3) como incurso nas sanções do artigo 157, § 2º, incisos I e II,
do Código Penal; a.4) como incurso nas sanções do artigo 121, caput, e § 2º, inciso
V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal; do que resulta, em razão do concurso
material, a pena privativa de liberdade total de 21 (vinte e um) anos e 06 (seis)
meses de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, e 20
(vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário mínimo
vigente à época do fato delituoso (agosto de 2011), devidamente atualizado a
partir de então.
b) Ezequiel de Souza dos Santos, já qualificado: b.1) absolvido
quanto ao terceiro fato (artigo 129, § 1º, inciso I, do Código Penal), com base no
artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal; b.2) absolvido com relação ao
quarto fato (artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei n. 10.826/03), com base
no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal; b.3) incurso nas sanções do
artigo 157, § 2º, incisos I e II, do Código Penal; b.4) incurso nas sanções do artigo
121, caput, e § 2º, inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal; do que
resulta, em razão do concurso material, a pena privativa de liberdade total de 17
(dezessete) anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado,
e 20 (vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um trigésimo) do salário
mínimo vigente à época do fato delituoso (agosto de 2011), devidamente
atualizado a partir de então.
c) Hernando Barbosa de Lima, já qualificado: c.1) absolvido do
artigo 121, caput, e § 2º, inciso V, c/c o art. 14, II, ambos do Código Penal, com
base no artigo 386, inciso IV, do Código de Processo Penal; c.2) absolvido do
artigo 16, parágrafo único, inciso IV, da Lei nº 10.826/03, com base no artigo 386,
inciso IV, do Código de Processo Penal; c.3) incurso nas sanções do artigo 157, §
2º, inciso II, do Código Penal; c.4) incurso nas sanções do artigo 129, § 6º, do
Código Penal; do que resulta, em razão do concurso material, a pena privativa de
liberdade total de 11 (onze) anos e 04 (quatro) meses de reclusão, 06 (seis)
meses de detenção, 20 (vinte) dias-multa, no valor unitário de 1/30 (um
trigésimo) do salário mínimo vigente à época do fato delituoso (agosto de
2011), devidamente atualizado a partir de então.
12/10/2017 Evento 963 - SENT1
https://eproc.jfrs.jus.br/eprocV2/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=711506611852459321501963560321&evento=71150… 14/14
5033898-87.2012.4.04.7100 710004943234 .V30 CKC© CKC
Os réus arcarão com as custas processuais, na proporção de 1/4 (um
quarto) para cada um.
O réu Hernando poderá manifestar apelo em liberdade, em razão de
que a pena já cumprida permite a progressão de regime para o regime aberto. Em
razão disto, expeça-se alvará de soltura em favor do condenado Hernando
Barbosa de Lima, se por outro motivo não estiver preso.
Com relação aos acusados Alessandro e Ezequiel, indefiro o pedido
de liberdade veiculado, uma vez as penas cumpridas até o momento, na forma de
prisão cautelar, não permitem a progressão de regime de modo a alterar o regime
fechado inicial, uma vez que condenados por crime hediondo, bem como porque
mantidos os pressupostos da prisão preventiva decretada no Evento 12 da
Comunicação de Prisão em Flagrante n. 5050836-94.2011.404.7100/RS, quais
sejam, a manutenção da ordem pública e a aplicação da lei penal, porque ambos
possuem condenações anteriores e, quando da prisão em flagrante, ostentavam a
condição de foragidos da Justiça.
Posta em julgado, adotem-se as seguintes providências: a) restitua-
se à vítima João Basso, ou a procurador com poderes específicos, o revólver da
marca Taurus, calibre .38 SPL, de fabricação nacional, 01 cano, sistema de
repetição de nº IJ 28272; b) calculem-se as custas e as multas; c) encaminhe-se a
ficha individual dos condenados para autuação e distribuição à Vara de Execuções
Penais desta Subseção, requerendo-se a comprovação da efetiva distribuição; d)
com a comprovação da distribuição do processo de execução penal, altere-se a
situação de parte para “condenado – arquivado” e, dando-se baixa, arquivem-se os
autos.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.
 
Documento eletrônico assinado por RICARDO HUMBERTO SILVA BORNE, Juiz Federal Substituto,
na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº
17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível no endereço
eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código
verificador 710004943234v30 e do código CRC b60eda32. 
 
Informações adicionais da assinatura: 
Signatário (a): RICARDO HUMBERTO SILVA BORNE 
Data e Hora: 28/09/2017 18:16:28

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