Buscar

Ranking de Peças

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 174 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 174 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 174 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
1 
 
 
Ranking de 
peças 
Penal 2ª Fase XXXIII Exame 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
2 
 
 
 
 
PENAL 2ª FASE XXXIII EXAME 
Ranking de peças 
 
Prof. Nidal Ahmad, 
Prof. Letícia Neves e 
Prof. Arnaldo Quaresma 
Apelação .............................................................................................................. 3 
Memoriais ............................................................................................................ 12 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia .............................. 20 
Resposta à acusação ......................................................................................... 28 
Agravo em Execução ......................................................................................... 34 
Contrarrazões de Apelação ............................................................................... 41 
Queixa-crime ..................................................................................................... 48 
Revisão Criminal ................................................................................................ 53 
Relaxamento de Prisão ...................................................................................... 58 
Apelação do Assistente de Acusação no Procedimento do Júri .................... 64 
Memoriais do Júri .............................................................................................. 74 
Recurso Ordinário Constitucional .................................................................... 78 
Apelação no Tribunal do Júri ............................................................................ 82 
Defesa Preliminar - Funcionário público .......................................................... 86 
Defesa Preliminar - Lei de Drogas ..................................................................... 89 
Embargos Infringentes ...................................................................................... 93 
Liberdade provisória.......................................................................................... 98 
Revogação da prisão preventiva ..................................................................... 102 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
3 
 
Razões de Apelação ......................................................................................... 107 
Contrarrazões de recurso em sentido estrito ................................................. 123 
Queixa-crime subsidiária ................................................................................. 129 
Recurso Especial ............................................................................................... 131 
Recurso Extraordinário .................................................................................... 144 
Contrarrazões de Apelação do Júri ................................................................. 152 
Carta testemunhável ........................................................................................ 157 
Mandado de Segurança Criminal .................................................................... 169 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do seu curso preparatório 
para a 2ª Fase do XXXIII Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas 
aulas. Além disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe CEISC. 
Atualizado em outubro de 2021. 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
4 
Apelação 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXX EXAME 
Recurso de Apelação 
 
Enunciado 
 
Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 anos, foi denunciado como incurso nas 
sanções penais dos artigos 302 da Lei nº 9.503/97, por duas vezes, e 303, do mesmo 
diploma legal, todos eles em concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no dia 
08 de julho de 2017, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo automotor, com 
imprudência em razão do excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que estavam 
Júlio e Mário, este com 9 anos, causando lesões que foram a causa eficiente da morte de 
ambos”. Consta, ainda, da inicial acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou 
lesionado Pedro, que passava pelo local com sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em 
alta velocidade de Carlos”. 
As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame cadavérico, enquanto Pedro 
foi atendido em hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual foi 
elaborado laudo indireto de corpo de delito com base no boletim de atendimento médico. 
Pedro nunca compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto Médico 
Legal, apesar de testemunhas presenciais confirmarem as lesões sofridas. 
No curso da instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro localizado. 
Em seu interrogatório, Carlos negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo que 
perdeu o controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame 
pericial realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso 
de velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista. O exame 
A explicação teórica sobre Apelação está disponível no módulo “Curso Regular 2ª 
Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
5 
pericial, todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do 
automóvel, o que poderia ter contribuído para o resultado. 
Após manifestação das partes, o juiz em atuação perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de 
São Gonçalo/RJ, em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a pretensão punitiva 
do Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a 
condenação de Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado no exame 
pericial. 
No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal e, 
com relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no Art. 61, 
inciso II, alínea h, do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 meses. 
Não havendo causas de aumento ou diminuição, reconhecido o concurso material, a pena 
final ficou acomodada em 04 anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos 
do Art. 44, inciso I, do CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da pena, 
com fundamento na gravidade em concreto da conduta. O Ministério Público foi intimado 
e manteve-se inerte. 
A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de setembro de 2019, quarta-feira, para 
adoção das medidas cabíveis. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Carlos, 
redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, 
apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia 
do prazo para interposição, considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em 
todos os locais do país. (Valor: 5,00). 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
6 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE SÃO GONÇALO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
CARLOS, já qualificado nos autos, por meio de seu procurador 
infra-assinado, conforme procuração em anexo, vem, respeitosamente, à 
presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, 
com base no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. 
Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as 
razões inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado do 
Rio de Janeiro.Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 
Local..., 23 de setembro de 2019. 
Advogado... 
OAB... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
7 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Apelante: CARLOS 
Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I – DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do delito do artigo 302, por 
duas vezes, e artigo 303, ambos da Lei nº 9.503/97, na forma do artigo 69 do 
Código Penal. 
Foram ouvidas as testemunhas da acusação e interrogado o réu. 
A vítima Pedro não foi localizada para ser ouvida. 
O juiz proferiu a sentença condenando o réu a pena privativa de 
liberdade de 04 anos e 09 meses. 
 
II – DO DIREITO 
 
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
O réu foi condenado por ter praticado lesão corporal culposa na 
direção de veículo automotor contra a vítima Pedro. Todavia, a vítima Pedro 
não realizou o exame de corpo de delito e não compareceu em sede policial 
para narrar o ocorrido, inexistindo manifestação quanto à representação, 
condição indispensável para o oferecimento da denúncia por parte do 
Ministério Público, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9.099/95 e artigo 291, 
§1º da Lei nº 9.503/97. 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
8 
Assim, como houve a decadência do direito da representação, 
já que passados mais de 06 meses desde a ciência da autoria do fato, incidiu 
a extinção da punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal 
culposa na condução de veículo automotor, com base no artigo 107, inciso IV 
do Código Penal OU artigo 38 do Código de Processo Penal. 
 
B) DA INEXISTÊNCIA DE IMPRUDÊNCIA 
O juiz apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser 
necessária a condenação de Carlos em razão da imperícia, conforme 
mencionado no exame pericial. Todavia, o Magistrado não poderia ter 
condenado o réu em razão da imperícia, pois o Ministério Público não narrou 
na denúncia este fato, violando o princípio da correlação. 
De outro lado, foi acostado exame pericial realizado nos 
automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de 
velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista. 
Assim, como não houve comprovação da imprudência e nem do 
excesso de velocidade, pugna-se pela absolvição de Carlos, com base no 
artigo 386, inciso VII do Código de Processo Penal. 
 
C) DA AGRAVANTE 
O juiz reconheceu a agravante prevista no artigo 61, inciso II, 
alínea “h” do Código Penal, pelo fato da vítima ser criança. Todavia, tal 
agravante somente pode ser aplicada aos crimes dolosos e, não ao crime 
culposo como é o caso, sob pena de configuração de responsabilidade penal 
objetiva. 
Além disso, não havia possibilidade de o réu saber que havia 
criança no veículo que estavam Júlio e Mário. 
Assim, requer seja afastada a agravante em razão da idade da 
vítima, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal. 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
9 
D) DO CONCURSO FORMAL 
O Juiz reconheceu o concurso material, ficando a pena 
acomodada em 04 anos e 09 meses. Todavia, ocorreu concurso formal entre 
os delitos, já que com uma única conduta o réu causou mais de um resultado. 
Assim, requer seja afastado o concurso material de crimes, 
reconhecendo o concurso formal dos delitos, devendo ser usado, se mantida 
a condenação, o critério da exasperação da pena, com base no artigo 70 do 
Código Penal. 
 
E) DO REGIME CARCERÁRIO 
O Juiz fixou o regime inicial fechado de cumprimento de pena, 
com fundamento na gravidade em concreto da conduta. Todavia, nos termos 
do artigo 33, “caput”, do Código Penal não é possível fixar o regime inicial 
fechado ao agente condenado pela prática de crime punido unicamente com 
pena de detenção. 
Assim, requer o afastamento do regime fechado, aplicando-se o 
regime aberto ou semiaberto. 
 
F) DA SUBSTITUIÇÃO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE 
DIREITOS 
O Juiz não substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos em razão do quantum final, nos termos do artigo 44, inciso I, do 
Código Penal. Todavia, é cabível a substituição da pena privativa de liberdade 
por restritiva de direitos, independente do quantum de pena aplicada, já que 
o limite do artigo 44, inciso I do Código Penal é aplicável exclusivamente aos 
crimes dolosos. 
Assim, requer a substituição da pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
10 
III – DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente 
recurso, com a reforma da decisão, a fim de que: 
a) Seja declarada extinta a punibilidade de Carlos no que tange ao delito de 
lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, com base no artigo 
107, inciso IV, do Código Penal; 
b) Seja o réu absolvido, com base no artigo 386, inciso VII do Código de 
Processo Penal; 
c) Seja afastada a agravante em razão da idade da vítima, prevista no artigo 
61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal; 
d) Seja afastado o concurso material de crimes; 
e) Seja afastado o regime fechado, aplicando-se o regime aberto ou 
semiaberto; 
f) Seja realizada a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de 
direitos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 23 de setembro de 2019. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
11 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
12 
Memoriais 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXII EXAME OAB 
Memoriais 
 
Enunciado 
 
Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava 
em sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, 
nascido em 29 de novembro de 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel. 
Em determinado momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do 
imóvel, para comemorar a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado 
da casa, que começou a pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta 
da casa, mas Luiz, em razão de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando 
por último na fila para saída da residência. Percebendo que o fogo estava dele se 
aproximando e que iria atingi-lo em segundos, Luiz desferiu um forte soco na cabeça do 
irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar o imóvel. Igor ficou caído por alguns 
momentos, mas conseguiu sair da casa da família, sangrando em razão do golpe recebido. 
Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a 
autoria do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal. 
Luiz, verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade 
de saúde e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial 
após ser intimado, narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor 
do fato responsabilizado criminalmente. 
Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados 
ao Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a 
existência de lesão de natureza leve na cabeça, ofereceu denúncia, perante a 5ª Vara 
A explicação teórica sobre Memoriais está disponível no módulo “Curso Regular 2ª 
Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
13 
Criminal de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções 
penais do Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta 
de suspensão condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei nº 11.340/06,que 
veda a aplicação dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 
11.340/06) estabeleceu nova pena para o delito imputado. 
Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na 
aplicação do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados durante 
a instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o 
desinteresse em responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu 
interrogatório. Em seguida, foi acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão 
corporal da vítima atestando a existência de lesões de natureza leve, assim como a Folha 
de Antecedentes Criminais de Luiz, que registrava uma única condenação, com trânsito em 
julgado em 10 de dezembro de 2019, pela prática de contravenção penal. 
O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu 
nos termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso I, do CP. Em 
seguida, a defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para 
apresentação da medida cabível. 
Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de 
Luiz, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, 
expondo todas as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada 
no último dia do prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem 
considerados dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00) 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
14 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS 
 
Processo nº 
 
LUIZ, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, 
com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, apresentar MEMORIAIS, com base no artigo 403 § 3º OU artigo 
404, parágrafo único, ambos do Código de Processo Penal. 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal 
previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal. 
Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, a qual 
confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em 
responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante o interrogatório. 
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos 
da denúncia, destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal. 
A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática 
do delito previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara 
Criminal da Comarca de Porto Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de 
vontade da vítima. 
Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de 
lesão corporal leve é de ação penal pública condicionada à representação. No 
caso, a vítima demonstrou não ter interesse em ver o autor do fato 
responsabilizado criminalmente, não havendo, pois, representação para o 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
15 
oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal 
pública condicionada à representação. 
Logo, incidiu a extinção da punibilidade, já que entre a data do 
fato e pelo menos até a intimação para manifestação defensiva já teria 
passado mais de seis meses, nos termos do artigo 38 do Código de Processo 
Penal e artigo 107, inciso IV, do Código Penal, sem que tenha havido 
representação, ocorrendo, portanto, a decadência. 
Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do 
processo, nos termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do 
Código de Processo Penal. 
 
B) DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO 
PROCESSO 
O Ministério Publico deixou de oferecer proposta de suspensão 
condicional do processo com fundamento no artigo 41 da Lei nº 11.340/06, 
que veda a aplicação dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que 
aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu nova pena para o delito imputado. 
Todavia, o crime não foi praticado no contexto da violência 
doméstica e familiar contra a mulher, não sendo aplicável a previsão do artigo 
41 da Lei nº 11.340/06 pelo fato da vítima ser homem. Logo, pugna-se pela 
nulidade decorrente do não oferecimento da proposta de suspensão 
condicional do processo. 
 
C) DO ESTADO DE NECESSIDADE 
O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve 
empregada contra seu irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em 
razão de sua idade e pela dificuldade de locomoção, o réu acabou ficando por 
último na fila para a saída da residência. 
Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu 
agiu em estado de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
16 
artigo 24 e artigo 23, inciso I, ambos do Código Penal, pois utilizou meios 
disponíveis para se defender, não sendo razoável a exigência do sacrifício. 
Assim, diante do afastamento da ilicitude da conduta, pugna-se 
pelo reconhecimento do estado de necessidade, com a absolvição com base 
no artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal. 
 
D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL 
A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as 
circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis. 
 
E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA 
O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos 
da denúncia, com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante 
da condenação definitiva pela prática de contravenção anterior. 
Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em 
julgado, pela prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto 
do artigo 63 do Código Penal, que prevê a reincidência quando o agente 
comete novo crime após o trânsito em julgado da sentença condenatória pela 
prática de crime anterior. 
Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no 
artigo 61, inciso I, do Código Penal. 
 
F) DA ATENUANTE DA IDADE 
O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual 
deve ser reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código 
Penal. 
 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
17 
G) DA ATENUANTE DO ARTIGO 65, INCISO III, ALÍNEA “B”, DO CP 
O réu, verificando as consequências de seus atos, 
imediatamente levou o irmão para unidade de saúde e pagou pelo tratamento 
médico necessário. Logo, o réu procurou, logo após o crime, evitar ou minorar 
as consequências de seus atos, levando a vítima para o hospital e pagando 
pelo seu tratamento. 
Assim, pugna-se pelo reconhecimento da atenuante do artigo 
65, inciso III, alínea “b”, do Código Penal. 
 
H) DO REGIME ABERTO 
O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve 
qualificada, nos termos do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena 
de três meses a três anos. Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena 
não será superior a quatro anos. Além disso, trata-se de crime apenado com 
detenção, não sendo possível a fixação de regime fechado, nos termos do 
artigo 33, “caput”, do Código Penal. 
Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do 
cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código 
Penal. 
 
I) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA 
Considerando a primariedade do réu e a pena a ser aplicada, que 
não será superior a dois anos, será cabível a concessão da suspensão 
condicional da pena, nos termos do artigo 77 do Código Penal. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do 
artigo 107, inciso IV, do Código Penal; 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
18 
b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos 
do artigo 564, III, “a”, e inciso IV, do Código de Processo Penal; 
c) Nulidade do processopela falta de oferecimento de proposta 
de suspensão condicional do processo; 
d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de 
Processo Penal; 
e) Aplicação da pena-base no mínimo legal; 
f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, 
alínea “b”, do Código Penal; 
g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea 
“c”, do Código Penal; 
h) Concessão de suspensão condicional da pena. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 25 de janeiro de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
19 
Distribuição de pontos 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
20 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME OAB 
Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia 
 
 
Enunciado 
 
Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém 
completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido 
pela informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, 
com quem mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a 
reação de seus pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda 
de Túlio para realizar um aborto. 
Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda 
era proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa 
a fazer uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita 
ser o feto. Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em 
seguida, comparecem à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos 
médicos que, na verdade, Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que 
fora expelido não era um feto. 
Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, 
“caput”, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri 
da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, 
apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014. 
A explicação teórica sobre Recurso em Sentido Estrito contra decisão de 
pronúncia está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: 
Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
21 
Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas 
e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes 
apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. 
Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, 
foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a 
informação de que ela não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes 
Criminais de Túlio sem outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que 
o remédio utilizado não causara lesões na adolescente. 
Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o 
magistrado proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na 
mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira, ocasião em que as partes foram 
intimadas. 
Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija 
a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas 
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, 
considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. 
(Valor: 5,00) 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
22 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL 
DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS 
 
Processo nº ... 
 
 
 
TÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, 
com base no artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e 
procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de 
Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente 
recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio 
Grande do Sul, para o devido processamento. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 25 de junho de 2018 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
23 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 
 
Recorrente: TÚLIO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul 
Colenda Câmara Criminal 
 
 
I) DOS FATOS 
O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de 
tentativa de aborto, previsto no artigo 126, “caput”, combinado com artigo 
14, inciso II, ambos do Código Penal. 
Durante a instrução, foram ouvidas as testemunhas e 
Joaquina, bem ainda realizado o interrogatório. Encerrada a instrução, o 
Magistrado proferiu decisão pronunciando o recorrente pelo crime 
previsto no artigo 126, “caput”, combinado com artigo 14, inciso II, ambos 
do Código Penal. 
A defesa foi intimada da decisão no dia 18 de junho de 2018, 
segunda-feira. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) PRELIMINAR 
A1) DA PRESCRIÇÃO 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
24 
O réu foi denunciado pela prática do crime do artigo 126, 
“caput”, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A 
pena máxima do delito de aborto é 04 anos de reclusão. Logo, o prazo 
prescricional é de 8 anos, nos termos do artigo 109, inciso IV, do Código 
Penal. 
Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época 
do fato, o prazo prescricional deverá ser contado pela metade, forte artigo 
115 do Código Penal. Assim o prazo prescricional, no caso, é de 04 anos. 
Entre a data de recebimento da denúncia, 22/01/2014, até a 
data de publicação da sentença de pronúncia, dia 18/06/2018, decorreram 
mais de 04 anos, configurando a prescrição da pretensão punitiva em 
abstrato do delito em tela. 
Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela 
prescrição, nos termos no artigo 107, inciso IV, do Código Penal. 
 
A2) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO 
O Ministério Público deixou de oferecer a suspensão 
condicional do processo, mesmo sendo postulado pela defesa. Todavia, 
nos termos do artigo 89 da Lei nº 9.099/95, caberá ao Ministério Público 
oferecer proposta suspensão condicional do processo quando a pena 
mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano, abrangidos ou não 
por esta Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais se 
destacam a primariedade e a presença dos requisitos do artigo 77 do 
Código Penal. 
O réu faz jus ao benefício, pois o crime de aborto tentando 
pelo qual foi denunciado possui pena mínima não superior a um ano. Além 
disso, o recorrente é primário e de bons antecedentes, conforme folha de 
antecedentes criminais sem outras anotações juntada no processo. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
25 
Logo, deve ser declarada a nulidade da instrução e da decisão 
de pronúncia, uma vez que não foi oferecida a proposta de suspensão 
condicional do processo. 
 
A3) DO CERCEAMENTO DE DEFESA 
Após encerrada a instrução, foram juntados aos autos o 
boletim de atendimento médico de Joaquina e a Folha de Antecedentes 
Criminais de Túlio, sendo que, de imediato, o juiz proferiu decisão após 
juntada sem dar vista às partes.Todavia, ao não conceder vista do boletim médico e da folha 
de antecedentes criminais à defesa, houve clara violação do princípio do 
contraditório e da ampla defesa, previsto no artigo 5º, inciso LV, da 
Constituição Federal/88. 
Logo, deve ser anulada a decisão de pronúncia em razão do 
cerceamento de defesa. 
 
B) DO MÉRITO 
B1) DO CRIME IMPOSSÍVEL 
O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto. 
Todavia, conforme boletim de atendimento médico, Joaquina não estava 
grávida no momento dos fatos. Nos termos do artigo 17 do Código Penal, 
não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por 
absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito. 
Trata-se, portanto, de crime impossível. 
No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que 
Joaquina não estava grávida para causar o aborto. O reconhecimento do 
crime impossível gera a atipicidade da conduta e, consequentemente, a 
absolvição sumária pelo fato evidente não constituir crime, com base no 
artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
26 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente 
recurso, com a REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que: 
a) Seja declarada a extinção da punibilidade, com base no artigo 107, inciso 
IV, do Código Penal; 
b) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento de 
proposta de suspensão condicional do processo; 
c) Seja declarada a nulidade da decisão de pronúncia, por violação do 
princípio da ampla defesa; 
d) Absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do Código de 
Processo Penal. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 25 de junho de 2018. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
27 
Distribuição de pontos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
28 
Resposta à acusação 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXV EXAME OAB 
Resposta à Acusação 
 
Enunciado 
 
Patrick, nascido em 04/06/1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua 
casa em Araruama, em 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o 
namorado de sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. 
Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que 
não parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma 
perna enfaixada devido a um acidente de trânsito. 
Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma 
arma de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo 
ele autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a 
debilidade permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na 
direção de sua perna. 
Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da 
arma de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia 
para narrar a conduta de Patrick. 
Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do 
fato, quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam 
no portão da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, 
perante o juízo competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do Art. 
129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a 
denúncia, vieram as principais peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de 
A explicação teórica sobre Resposta à Acusação está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
29 
Antecedentes Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal em curso pela 
suposta prática do crime do Art. 168 do Código 
Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual concluiu 
pela total incapacidade de efetuar disparos. 
Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à 
residência de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão 
desse único comparecimento no dia 26/02/2018, certifica que o réu estava se ocultando 
para não ser citado e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado 
do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que 
presenciou a conduta do oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, 
informando o ocorrido e esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado 
por 15 dias. O advogado entra em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue 
encaminhar uma procuração para adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena 
síntese do ocorrido por escrito. 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça 
jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de 
direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo. 
(Valor: 5,00) 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
30 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE ARARUAMA/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
PATRICK, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de 
Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos 
artigos 396 e 396-A, ambos do Código de Processo Penal, pelos fatos e 
fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS 
No dia 05/03/2017, o réu Patrick viu Lauro, namorado de sua 
sobrinha, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. 
Após conclusão do Inquérito Policial, o Ministério Público 
ofereceu denúncia contra o réu como incurso nas sanções penais do artigo 
129, § 1º, inciso III, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. 
Foi juntado laudo de exame pericial da arma apreendida, o 
qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. 
O oficial de justiça, considerando que o réu se ocultava para 
não ser citado, procedeu à citação por hora certa. 
 
II) DO DIREITO 
A) DA NULIDADE DA CITAÇÃO 
O oficial de justiça compareceu à residência do réu e, em 
razão do único comparecimento realizado no dia 26/02/2018, certificou 
que réu estava se ocultando para não ser citado, realizando, no dia 
seguinte, a citação por hora certa. 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
31 
Todavia, Patrick não estava se ocultando para ser citado, pois 
sua residência estava fechada porque ele estava trabalhando em 
embarcação e o oficial de justiça somente compareceu em uma 
oportunidade. 
Além disso, o oficial de justiça compareceu apenas uma vez 
na residência do réu, sendo necessário procurar o réu duas vezes sem o 
encontrar para efetivar a citação por hora certa, nos termos do artigo 362 
do Código de Processo Penal c/c o artigo 252 do Código de Processo Civil. 
Assim, verifica-se a nulidade da citação, nos termos do artigo 
564, inciso III, alínea “e”, do Código de Processo Penal. 
 
B) DO CRIME IMPOSSÍVEL 
O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal 
grave tentado. Todavia, a arma de fogo utilizada não era apta a efetuar 
disparos, conforme laudo pericial acostado. Logo, o meio utilizado era 
absolutamente ineficaz para produzir qualquer resultado. 
Nos termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a 
tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito. Trata-se, 
portanto, de crime impossível. 
O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da 
conduta e, consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato 
evidentementenão constituir crime, com base no artigo 397, inciso III, do 
Código de Processo Penal. 
 
C) DA LEGÍTIMA DEFESA 
O réu foi acusado de ter agredido a vítima, sendo-lhe 
imputado o crime de lesão corporal grave tentado. Todavia, Patrick agiu 
amparado pela legítima defesa, prevista nos artigos 25 e 23, inciso II, ambos 
do Código Penal. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
32 
No caso, o réu usou moderadamente dos meios que tinha à 
sua disposição, já que estava com a perna enfaixada devido a um acidente 
de trânsito, para repelir injusta agressão praticada contra a sua sobrinha. 
Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas 
lesionar, buscando atingir a sua perna, para fazer cessar a agressão. 
Assim, diante da legítima defesa, requer a absolvição sumária, 
tendo em vista que há manifesta causa excludente da ilicitude, com 
fundamento no artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) Reconhecimento da nulidade do ato de citação, nos termos do artigo 
564, inciso III, alínea “e”, do Código de Processo Penal; 
b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso I, do Código de 
Processo Penal. 
c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de 
Processo Penal. 
d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente 
prova testemunhal. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1. Maria...; 
2. José...; 
3. Natália... 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 09 de março de 2018. 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
33 
Distribuição de pontos 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
34 
Agravo em Execução 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XVI EXAME OAB 
Agravo em execução 
 
Enunciado 
 
Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime 
de roubo simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave 
ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi 
recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal 
conduta, foi Gilberto denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do Art. 
157, “caput”, do Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de 
reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado 
para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao processo 
em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal 
que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi 
punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos 
benefícios da execução penal. 
No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de 
obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca 
do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, 
apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes 
argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o 
momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse 
hediondo, não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista 
A explicação teórica sobre Agravo em Execução está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Letícia Neves”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
35 
que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena 
imposta para obtenção do livramento condicional; c) indispensabilidade da realização de 
exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são 
extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. Você, advogado(a) de 
Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma segunda-feira. 
Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso 
concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do 
prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
36 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE 
EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
 
GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com 
base no artigo 197 da Lei de Execução Penal. 
Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o 
juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo 
Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o recurso ao 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 30 de março de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
37 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Recorrente: GILBERTO 
Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Processo nº... 
 
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
 
I) DOS FATOS 
O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas 
sanções penais do artigo 157, “caput”, do Código Penal, sendo-lhe 
aplicada pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão 
em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em 
julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. 
O agravante formulou pedido de obtenção de livramento 
condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio 
de Janeiro/RJ, que foi indeferido. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, 
sob o fundamento de que o crime de roubo é crime hediondo, não tendo 
sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa 
de liberdade. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
38 
Todavia o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em 
vista que não está previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90. 
Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena 
para concessão do benefício, mas 1/3 da pena, já que o agravante não é 
reincidente, conforme prevê o artigo 83, inciso I, do Código Penal. 
 
B) DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, 
argumentando, ainda, que não estariam preenchidos os requisitos 
objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador 
de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para 
obtenção do livramento condicional. 
Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da 
legalidade, uma vez que o artigo 83, inciso II, do Código Penal prevê que 
apenas o condenado reincidente na prática do crime doloso tem que 
cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus ao livramento 
condicional. 
Logo, embora conste no artigo 83, inciso I, do Código Penal, 
que o condenado não reincidente e portador de bons antecedentes deve 
cumprir 1/3 da pena, essa fração deve ser aplicada também caso o 
acusado seja portador de maus antecedentes, além de não reincidente. 
Diante do exposto, deverá observar o requisito objetivo para 
o livramento condicional após cumprimento de 1/3 da pena. 
 
C) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO 
O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, 
porque considera indispensável a realização de exame criminológico, 
tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são graves e 
causam severos prejuízos paraa sociedade. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
39 
Todavia, o exame criminológico não é obrigatório para fins 
de obtenção da progressão de regime ou do livramento condicional, 
bastando atestado de bom comportamento expedido pelo diretor do 
estabelecimento carcerário, nos termos do artigo 112, §1º, da Lei nº 
7.210/84. 
O simples fato de considerar o crime de roubo grave não 
justifica a realização do exame criminológico, devendo a decisão ser 
devidamente fundamentada considerando o caso concreto, nos termos 
da Súmula 439 do STJ. 
Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta 
grave dentro do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a 
realização do exame. 
 
III – DO PEDIDO 
 Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente 
recurso, com a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o 
livramento condicional, com a consequente expedição do alvará de 
soltura, já que o recorrente preenche os requisitos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 30 de março de 2015. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
40 
Distribuição de pontos 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
41 
Contrarrazões de Apelação 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XIX EXAME OAB (Adaptada) 
Contrarrazões de Apelação 
 
Enunciado 
 
No dia 24 de dezembro de 2020, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não 
identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a 
ingerir bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em 
companhia do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia 
bebido, subtraiu, mediante grave ameaça, os pertences de uma moça desconhecida que 
caminhava tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de 
sair do médico e saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi 
denunciado pela prática de crime de roubo majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II 
e VII, do Código Penal. 
Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde 
constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como 
indiciado e três ações penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma 
delas haver sentença com trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de 
Instrução e Julgamento ouvidos a vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após 
o crime, na posse dos bens subtraídos. Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em 
silêncio. Ao final da instrução, após alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi 
julgada procedente, com Rodrigo sendo condenado a pena de 05 anos e 04 meses de 
reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto, e 13 dias-multa. O juiz aplicou a pena-base 
no mínimo legal, além de não reconhecer qualquer agravante ou atenuante. Na terceira fase 
A explicação teórica sobre Contrarrazões de Apelação está disponível no módulo 
“Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal 
Ahmad”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
42 
da aplicação da pena, reconheceu a majorante mencionada na denúncia e realizou um 
aumento de 1/3 da pena imposta. 
O Ministério Público foi intimado da sentença em 13 de setembro de 2021, uma segunda-
feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de 
apelação perante o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões 
recursais, no dia 30 de setembro de 2021, requerendo: 
i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de 
Antecedentes Criminais do acusado; 
ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código 
Penal; 
iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no 
Art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as 
majorantes; 
iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem 
assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em 
toda a sociedade. 
A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do 
Ministério Público e intimou, no dia 18 de outubro de 2021 (segunda-feira), sendo terça feira 
dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível. 
Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser 
inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, 
no último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00) 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
43 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ 
 
Processo nº... 
 
 
 
 
RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença 
de Vossa Excelência, apresentar as presentes CONTRARRAZÕES DE 
RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600 do Código de Processo 
Penal, requerendo sejam recebidas, com posterior remessa ao Tribunal de 
Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 26 de outubro de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
44 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO 
Apelado: RODRIGO 
 
CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
I) DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo 
majorado, na forma do artigo 157, §2º, inciso II e VII, do Código Penal. 
Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença 
condenatória, aplicando a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser 
cumprida em regime semiaberto, e 13 dias-multa. 
Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de 
apelação, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de 
setembro de 2021. 
O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério 
Público e intimou a defesa para apresentar a medida cabível. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO 
O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 13 de 
setembro de 2021 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro 
de 2021. Todavia, nos termos do artigo 593 do Código de Processo Penal, 
o prazo para interpor recurso de apelação é de 05 dias. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
45 
Logo, considerando que entre a data da intimação da 
sentença e da interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 
dias, conclui-se que o recurso de apelação interposto pelo Ministério 
Público é intempestivo. 
Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido. 
 
B) DO AUMENTO DA PENA-BASE 
O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo 
em vista a existência de diversas anotações na folha de antecedentes 
criminais do acusado. Todavia, nos termos da Súmula 444 do Superior 
Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações penais em curso e 
condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o 
reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus 
antecedentes, sob pena de violação do princípio da presunção de 
inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal/88. 
Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser 
mantida no mínimo legal. 
 
C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ 
O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante 
pela prática de crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso 
II, alínea “h”, do Código Penal. Todavia, o réu não tinhaconhecimento de 
que a vítima estava grávida. A própria vítima recém tinha saído do médico 
e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês, não sendo, 
portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima. 
Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob 
pena de responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa 
circunstância, não agiu com dolo ou culpa. 
 
 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
46 
D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA 
O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da 
embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l”, do 
Código Penal. Todavia, o réu não ingeriu bebida alcóolica com o objetivo 
de praticar crime ou para tomar coragem para cometer delito, uma vez 
que bebeu em comemoração durante evento festivo. 
Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária 
ou, até mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da 
embriaguez preordenada. 
 
E) DO AUMENTO DA PENA 
 O Ministério Público postulou a majoração do quantum de 
aumento em razão das causas de aumentos previstas no art. 157, §2º, 
incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas 
as majorantes. 
 Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que 
a elevação da fração da pena exige motivação idônea, não sendo 
suficiente fundamentar o aumento apenas com base no número de 
majorantes, conforme a Súmula 443 do Superior Tribunal de Justiça. 
 Logo, deve ser mantida a majoração da pena. 
 
F) DO REGIME CARCERÁRIO 
O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado 
de cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do 
Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a 
sociedade. 
Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo 
Tribunal Federal, eventual gravidade em abstrato do delito não constitui 
motivação idônea para a fixação do regime mais severo do que a pena 
aplicada permitir. 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
47 
Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, 
sendo, portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena 
imposta permite, com base na gravidade em abstrato do delito, nos 
termos da Súmula 440 do Superior Tribunal de Justiça. 
Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a 
população do Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação 
de regime carcerário mais severo, porque amparada na gravidade em 
abstrato de delito, deverá ser mantido o regime carcerário semiaberto 
fixado na sentença. 
 
III) DO PEDIDO 
 
Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, 
IMPROVIDO o recurso de apelação interposto, mantendo-se, por 
conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., 26 de outubro de 2021. 
 
Advogado... 
OAB... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
48 
Queixa-crime 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XV EXAME OAB (Adaptada) 
Queixa-crime 
 
 
Enunciado 
 
Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma 
das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com 
seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas 
da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo 
contemporâneo. 
No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à 
noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de 
Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o 
convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil 
pessoal, para todos os seus contatos. 
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social 
e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da 
comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio 
na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de 
Enrico. 
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte 
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, 
bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, e, com o propósito de prejudicar Enrico perante 
A explicação teórica sobre Queixa-crime está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
49 
seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo 
dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, 
inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve 
que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio 
de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos 
de Helena em seu perfil pessoal. 
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e 
Ramirez, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou 
disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa 
comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de 
Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade 
policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social 
na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico 
procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de 
advogado de Enrico, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio 
de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas 
corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00 pontos) 
A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar 
respaldo à pretensão. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
50 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA 
CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ 
 
 
 
 
 
 
 
ENRICO, nacionalidade..., estado civil..., engenheiro, RG..., 
CPF..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...., por 
meio do seu procurador infra-assinado, com procuração com poderes 
especiais, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar 
a presente QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, todos do 
Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra 
HELENA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., com 
endereço eletrônico..., residente na Rua ..., pelos fatos a seguir expostos. 
 
I – DOS FATOS 
 
No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em 
Niterói, a querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando-
lhe fato ofensivo à sua reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o 
decoro. 
Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que 
também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos 
contatos do querelante, por meio do seu computador pessoal, instalado 
em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico o seguinte 
comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa 
de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”, e, com o propósito 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de OrdemRanking de peças 
 
51 
de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua 
reputação, acrescentou que “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 
do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, 
estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que 
trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as 
expressões injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede 
social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, 
incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no artigo 141, §2º, do 
Código Penal. 
 
II – DO DIREITO 
Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e 
que no dia 10 de março, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, 
inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em 
que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo, a 
querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do 
Código Penal. 
Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, 
irresponsável e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, 
previsto no artigo 140 do Código Penal. 
Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as 
expressões injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede 
social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, por 
meio de rede mundial de computador, incidindo, por isso, a causa de 
aumento de pena prevista no artigo 141, §2º, do Código Penal. 
Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto, 
mediante única publicação, com desígnios autônomos, em concurso 
formal imperfeito de crimes, nos termos do artigo 70, 2ª parte, do Código 
Penal. 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
52 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, o querelante requer: 
a) a designação de audiência de reconciliação, prevista no 
artigo 520 do Código de Processo Penal; 
b) o recebimento da queixa-crime; 
c) a citação da querelada; 
d) a procedência do pedido, com a consequente condenação 
da querelada pela prática dos crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, 
inciso §2º, e artigo 70, todos do Código Penal; 
e) a fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do 
artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal; 
f) a produção de provas, com a oitiva das testemunhas 
arroladas. 
 
Local..., 6 de novembro de 2021. 
 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
1) CARLOS...; 
2) MIGUEL...; 
3) RAMIREZ... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
53 
Revisão Criminal 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – X Exame da OAB 
Revisão criminal 
Enunciado 
 
Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor 
de propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do 
carro para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a 
chave na ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito 
de revendê-lo no Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu 
perseguição ininterrupta, tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, 
exatamente quando esta tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que 
estava guardado em local não revelado. Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida. 
No curso do processo, as testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, 
negociando a venda do bem no país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa-fé 
arrolado como testemunha, o qual, em suas declarações, ratificou os fatos. Também ficou 
apurado que Jane possuía maus antecedentes e reincidente específica nesse tipo de crime, 
bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido 
logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessou o crime 
em seu interrogatório. 
Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial 
fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em 
consideração a confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as 
consequências do crime, quais sejam, a morte da vítima e os danos decorrentes da 
subtração de bem essencial à sua subsistência. A condenação transitou definitivamente em 
A explicação teórica sobre Revisão Criminal está disponível no módulo “Curso 
Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Tchê, é bom estudar! l Prof. Letícia Neves”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
54 
julgado, e a ré iniciou o cumprimento da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de 
março de 2013, você, já na condição de advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a 
mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único parente vivo da vítima, que se identificou 
como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo 
os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde o veículo estava escondido. 
O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no mesmo dia do 
telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem como que 
tal veículo estava em seu poder desde então. 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas 
Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0) 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
55 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO 
 
 
 
 
 
JANE, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., RG..., CPF..., 
com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., por seu 
procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência ajuizar a presente 
REVISÃO CRIMINAL, com base no artigo 621, inciso I e III, do Código de 
Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS 
 
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto 
qualificado, ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo 
automotor de propriedade de Gabriela. 
Após o encerramento da instrução e oferecimento das 
alegações finais, o Magistrado proferiu decisão condenando a requerente 
a 05 anos de reclusão no regime fechado. 
Após o trânsito em julgado, o filho da vítima informou que, no 
dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe 
telefonou, indicando o local onde o veículo estava escondido. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
56 
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto 
qualificado, ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo 
automotor de propriedade de Gabriela. 
Todavia, não foi considerada na sentença condenatória a 
causa de diminuição da pena consistente no arrependimento posterior, 
previsto no artigo 16 do Código Penal. 
O filho da vítima, que nunca fora mencionado no processo 
que deu origem à condenação do requerente, informou que, no dia 27 de 
outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou 
indicando o local onde o veículo estava escondido, acrescentando que no 
mesmo dia do telefonema foi ao local e pegou o veículo de volta, sem 
nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde 
então. 
Logo, surgiu prova nova no sentido de que a requerente teria 
restituído o veículo antes do recebimento da denúncia, razão pela qual 
deve ser considerada a causa de diminuição da pena em face do 
arrependimento posterior, no se grau máximo, qual seja, em 2/3, já que o 
bem subtraído foi devolvido na sua integralidade. 
 
B) DA QUALIFICADORA 
A requerente foi denunciada pela prática do crimede furto 
qualificado, ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo 
automotor de propriedade de Gabriela, sendo qualificado porque teria 
subtraído para transportar para o Paraguai. 
Todavia, o fato novo, consistente nas declarações do filho da 
vítima, comprova que o veículo não chegou a ser transportado para o 
exterior, já que teria sido restituído à vítima. 
Logo, não incidiu a qualificadora prevista no §5º do artigo 155 
do Código Penal. Por isso, cabível a desclassificação do furto qualificado 
para o furto simples (artigo 155, “caput”, do Código Penal). 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
57 
C) DO REGIME FECHADO 
A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto 
qualificado, ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo 
automotor de propriedade de Gabriela, sendo condenada a cinco anos de 
reclusão, em regime fechado. 
Todavia, considerando o afastamento da qualificadora e do 
arrependimento posterior e a consequente diminuição em 2/3, a pena não 
será superior a quatro anos. Além disso, a reparação do dano promovida 
pela requerente prepondera sobre os maus antecedentes, sendo, 
portanto, as circunstâncias judiciais favoráveis. 
Logo, nos termos da Súmula 269 do Superior Tribunal de 
Justiça, é possível a fixação do regime semiaberto ao condenado à pena 
não superior a quaro anos, com circunstâncias judiciais favoráveis. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja julgada procedente a ação de 
revisão criminal, a fim de que seja, nos termos do artigo 626 do Código de 
Processo Penal: 
a) Desclassificada a conduta de furto qualificado para o furto simples; 
b) A diminuição da pena privativa de liberdade, em face do 
arrependimento posterior; 
c) A fixação do regime semiaberto (ou a mudança para referido regime) 
para o cumprimento da pena privativa de liberdade. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local..., data... 
Advogado... 
OAB... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
58 
Relaxamento de Prisão 
 
 
 
 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – VI EXAME OAB (adaptada) 
Relaxamento de Prisão 
 
Enunciado 
 
No dia 10 de março de 2020, após ingerir um litro de vinho na sede de sua fazenda, José 
Alves pegou seu automóvel e passou a conduzi-lo ao longo da estrada que tangencia sua 
propriedade rural. Após percorrer cerca de dois quilômetros na estrada absolutamente 
deserta, José Alves foi surpreendido por uma equipe da Polícia Militar que lá estava a fim de 
procurar um indivíduo foragido do presídio da localidade. Abordado pelos policiais, José 
Alves saiu de seu veículo trôpego e exalando forte odor de álcool, oportunidade em que, 
de maneira incisiva, os policiais lhe compeliram a realizar um teste de alcoolemia em 
aparelho de ar alveolar. Realizado o teste, foi constatado que José Alves tinha concentração 
de álcool de um miligrama por litro de ar expelido pelos pulmões, razão pela qual os policiais 
o conduziram à Unidade de Polícia Judiciária, onde foi lavrado Auto de Prisão em Flagrante 
pela prática do crime previsto no artigo 306 da Lei 9.503/1997, sendo-lhe negado no 
referido Auto de Prisão em Flagrante o direito de entrevistar-se com seus advogados ou 
com seus familiares. 
Dois dias após a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante, em razão de José Alves ter 
permanecido encarcerado na Delegacia de Polícia, você é procurado pela família do preso, 
sob protestos de que não conseguiam vê-lo e de que o delegado não comunicara o fato ao 
juízo competente, tampouco à Defensoria Pública. 
A explicação teórica sobre Relaxamento de Prisão está disponível no módulo 
“Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Mauro 
Stürmer”. 
 
Observação 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
59 
Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso 
concreto acima, na qualidade de advogado de José Alves, redija a peça cabível, exclusiva 
de advogado, no que tange à liberdade de seu cliente, questionando, em juízo, eventuais 
ilegalidades praticadas pela Autoridade Policial, alegando para tanto toda a matéria de 
direito pertinente ao caso. (Valor 5,00) 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
60 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA 
CRIMINAL DA COMARCA... 
 
Autos nº... 
 
 
 
 
JOSÉ ALVES, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., 
RG..., CPF..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., vem, 
por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer o 
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, com base no artigo 310, 
inciso I, do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXV, da 
Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
 
I) DOS FATOS 
 
O requerente foi preso em flagrante, acusado de ter 
praticado o delito previsto no artigo 306 da Lei nº 9.503/97. 
O requerente foi compelido a realizar o teste de 
alcoolemia em aparelho alveolar, sendo-lhe negado no auto de prisão em 
flagrante o direito de se entrevistar com advogado e com seus familiares. 
O requerente permaneceu preso dois dias após a 
lavratura da prisão em flagrante, sendo que a autoridade policial não 
comunicou o fato ao juízo competente nem à Defensoria Pública. 
 
II) DO DIREITO 
 
A) DA PROVA ILÍCITA 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
61 
O requerente foi compelido a realizar o teste de alcoolemia 
em aparelho de ar alveolar. Todavia, trata-se de prova ilícita, porque violou 
o direito do requerente de não produzir prova contra si mesmo, previsto 
no artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal/88 e artigo 8º, § 2, alínea 
“g”, do Decreto 678/92. 
Além disso, o requerente foi forçado a realizar o teste de 
alcoolemia. Logo, trata-se de prova ilícita, nos termos do artigo 157 do 
Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LVI, da Constituição 
Federal/88. 
 
B) DO DIREITO À ADVOGADO E COMUNICAÇÃO À FAMÍLIA 
A autoridade policial negou ao requerente o direito de se 
entrevistar com advogado, bem como não permitiu comunicação com a 
família. 
Todavia, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de 
Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição Federal/88, o 
preso tem direito à assistência de advogado. Logo, deveria a autoridade 
policial viabilizar a presença de advogado ou encaminhar a cópia dos 
autos à defensoria Pública. 
Além disso, a família do preso não foi imediatamente 
comunicada sobre a prisão, havendo, portanto, violação ao artigo 306, 
“caput”, do Código de Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXII, da 
Constituição Federal/88. 
 
C) DA AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO AO JUIZ COMPETENTE E À 
DEFENSORIA PÚBLICA 
A autoridade policial não comunicou a prisão ao juiz 
competente, nem tampouco à Defensoria Pública. 
Todavia, nos termos do artigo 306, § 1º, do Código de 
Processo Penal, e artigo 5º, inciso LXII, da Constituição Federal, a prisão 
 
 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem 
Ranking de peças 
 
62 
deveria ser comunicada imediatamente ao juiz competente, bem como à 
Defensoria Pública, no prazo de 24 horas. 
Logo, trata-se de prisão ilegal. 
 
D) DA NO TA DE CULPA 
Após o decurso de dois dias da lavratura da prisão em 
flagrante, o Delegado não havia comunicado e, portanto, encaminhado os 
autos ao juiz competente, não entregando, pois, a nota de culpa. 
Todavia, conforme o artigo 306, §2º, do Código de Processo 
Penal, no prazo de 24 horas após a realização da prisão, deveria ser 
entregue a nota de culpa ao flagrado. 
Logo, trata-se de prisão ilegal. 
 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) O relaxamento da prisão em flagrante; 
b) Expedição do alvará de soltura; 
c) Vista ao Ministério Público. 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB... 
 
Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de

Outros materiais