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Classificação dos Protozoários Parasitos do Ser Humano Urara Kawazoe Departamento de Biologia Animal Instituto de Biologia Unicamp 2014 Filo Sub-Filo Sarcomastigophora (presença de flagelos ou pseudópodes) Mastigophora (com flagelos) Sarcodina (com pseudópodes) Apicomplexa (“complexo apical”) Ciliophora (presença de cílios) Levine et al., 1980 J. Eukaryot. Microbiol., 52(5), 2005 pp. 399–451 2005 by the International Society of Protistologists The New Higher Level Classification of Eukaryotes with Emphasis on the Taxonomy of Protists SINA M. ADL, ALASTAIR G. B. SIMPSON, MARK A. FARMER, ROBERT A. ANDERSEN, O. ROGER ANDERSON,d JOHN R. BARTA, SAMUEL S. BOWSER, GUY BRUGEROLLE, ROBERT A. FENSOME,h SUZANNE FREDERICQ, TIMOTHY Y. JAMES, SERGEI KARPOV, PAUL KUGRENS, JOHN KRUG, CHRISTOPHER E. LANE,n LOUISE A. LEWIS, JEAN LODGE, DENIS H. LYNN, DAVID G. MANN, RICHARD M. MCCOURT, LEONEL MENDOZA, ØJVIND MOESTRUP, SHARON E. MOZLEY-STANDRIDGE, THOMAS A. NERAD, CAROL A. SHEARER, ALEXEY V. SMIRNOV, FREDERICK W. SPIEGEL and MAX F. J. R. TAYLOR Sistemática baseada em estudo filogenético molecular e ultraestrutura Classificação dos Eucariotos Super grupos: dados complementares sobre ultra-estrutura, bioquímica, filogenia molecular Amoebozoa: amebas, espécies sem mitocondria Excavata: Diplomonadida – Giardiinae (Giardia) Trichomonadada – Ex. Trichomonas Kinetoplastea – Trypanosomatida (Leishmania, Trypanosoma) Chromalveolata: Alveolata - Apicomplexa entre outras (Ex. Toxoplasma, Plasmodium) ADL et al., 2005 Sub-Filo Mastigophora e Sarcodina Classe Zoomastigophora (Levine et al., 1980) Ordem Família Gênero Kinetoplastida Trypanosomatida e Leishmania Trypanosoma Diplomonadida Hexamitidae Giardia Trichomonadida Trichomonadidae Trichomonas Entamoeba Amoebida Entamoebidae Iodamoeba Endolimax Acanthamoebidae Acanthamoeba Schizopyrenida Schizopyrenidae Naegleria Filo Apicomplexa Complexo Apical: conjunto de organelas na parte apical das formas infectantes Anéis polares Conóide Micronemas Roptrias Grânulos densos Apicoplasto Baun et al. (2006) (Levine et al., 1980) Filo Apicomplexa / Classe Sporozoea Sub-Classe Coccidia/ Ordem Eucoccidiida 1. Sub-Ordem Eimeriina Família Gênero Cryptosporidiidae Cryptosporidium Eimeriidae Cyclospora, Isospora Sarcocystidae Toxoplasma, Neospora, Sarcocystis, Cystoisospora 2. Sub-Ordem Haemosporina Família Plasmodiidae Gênero Plasmodium Levine et al., 1980 Amebas comensais e patogênica Urara Kawazoe Departamento de Biologia Animal Instituto de Biologia Unicamp 2014 Amebas comensais e patogênica Importância Transmissão via alimento ou água 500 milhões de pessoas infectadas/ano no mundo 10% com formas invasivas – 40 a 50 milhões com colite amebiana 40.000 a 100.000 mortes/ano/mundo Distribuição geográfica: cosmopolita, países em desenvolvimento, regiões tropicais e subtropicais (até 50% - México, Egito, Índia) Países desenvolvidos: homossexuais, imigrantes, turistas em áreas endêmicas, indivíduos imunodeprimidos ou com HIV Espécies de interesse humano: patogênica e comensais Amebas comensais e patogênica Classificação Super-grupo Amoebozoa (ADL et al., 2005) Filo Sarcomastigophora Superclasse Rhizopoda Ordem Amoebida Família Entamoebidae Sub-filo Sarcodina Classe Lobozia Gênero Entamoeba Iodamoeba Endolimax Levine et al., 1980 Espécies de interesse humano Amebas não patogênicas (comensais) Endolimax nana Iodamoeba butschlii Entamoeba coli Ameba patogênica: amebíase Entamoeba histolytica – virulenta, invasiva Entamoeba dispar – avirulenta, não invasiva Entamoeba moshkovskii - avirulenta Características Morfológicas Iodamoeba butschlii Endolimax nana Trofozoíto (9-14 m) Cisto (10-12 m) Trofozoíto (7-9 m) Cisto (6-8 m) Características morfológicas: Entamoeba coli Trofozoíto (20-50 m) Cisto (15-20 m) Entamoeba histolytica/E. dispar Trofozoíto (20 –40 m) Cisto (08 – 20 m) Características biológicas Trofozoíto: anaeróbico ou aeróbico facultativo (até 5% O2) Membrana cística: carbohidratos, lipídeos, proteínas (membrana plasmática) e quitina (membrana cística). Locomoção: pseudópodes Ingestão de alimentos: fagocitose , pinocitose Multiplicação: divisão binária dos trofozoítos Ciclo de vida: monoxeno bestpractice.bmj.com Ciclo de vida: Entamoeba histolytica tulane.edu pathmicro.med.sc.edu Mecanismo de Invasão (fator de virulência do parasito) Aspectos Clínicos e Sintomas Formas assintomáticas Formas sintomáticas Amebíase intestinal - Não – disentérica: evacuações diarreicas ou não (fezes moles ou pastosas) - Disentérica (10% dos casos): dores abdominais, cólicas, diarreia líquida com muco e sangue ( 8 ou mais x/dia) - Colite invasiva (10 a 25%): + 30 evacuações/dia (pode causar morte em crianças e imunodeprimidos) - Ameboma no ceco e retossigmóide: lesão pseudo- tumoral, necrose dos tecidos, resposta inflamatória, edema dos tecidos (dor, sangramento) - Apendicite amebiana: ulceração + processo inflamatório Aspectos Clínicas Amebíase extra-intestinal Amebíase hepática (1%): necrose coliquativa (abcesso amebiano), ruptura, infecção bacteriana, propagação para outros órgãos (febre, dor e hepatomegalia) Amebíase cutânea Amebíase em outros órgãos: pulmão, cérebro, baço, rim, etc. pathmicro.med.sc.edu Abcesso amebiano Fatores de virulência do hospedeiro: multifatorial Localização geográfica, raça, sexo, idade, resposta imune, estado nutricional, dieta, alcoolismo, hábitos sexuais, homossexuais Resposta imune: celular (citocinas) e resposta humoral: IgA e IgG (ativação das vias clássicas e alternativa do complemento) Ambiente do parasito: flora bacteriana patogênica associada (Salmonella, Shiguela, Staphillococcus) – aumento da aderência dos trofozoítos à célula epitelial e indução das citocinas pro-inflamatórias: maior dano (Galván-Moroyoqui et al., 2011) Epidemiologia (Brasil) Sul e Sudeste: 2,5 a 11% de prevalência Nordeste e Centro Oeste: 11% Região Amazônica: até 19% Doença endêmica mais frequente em crianças malnutridas e adultos Portadores assintomáticos Trabalhadores de esgotos Alguns animais sensíveis: coelhos, cães, gatos, porcos, primatas Cistos viáveis por cerca de 20 dias Epidemiologia Bangladesh e India: 109 exame de fezes de crianças pré- escolares, 21% E. moshkovskii e 73% desses também com E. histolytica e E. dispar (Ralston & Petri Jr, 2011). Entamoeba histolytica: distribuição geográfica no Brasil Belém (PA) E. histolytica 29,5% E. dispar ? Silva et al, 2005 Fortaleza (CE) E. histolytica 14,9% E. dispar 10,6% Oliveira-Costa et al., 2006 Manaus (AM) E. histolytica 6,8% E. dispar 14,7% Benetton et al., 2005 Salvador (BA) E. histolytica 0 E. dispar 3,2% Santos, 2007 Belo Horizonte (MG) E. histolytica 0 E. dispar 0,38% Oliveira-Costa et al., 2006 Tratamento Formas invasivas: derivados imidazólicos: metronidazol (Flagyl)/ornidazol/ nitroimidazol/senidazol / tinidazol. Formas não – invasivas: antibióticos paramomicina. Diagnóstico, Controle e Prevenção Parasitológico: Método de Faust e cols. (cistos), Método direto (trofozoítos hematófagos) ou hematoxilina férrica Engenharia e educação sanitária Portadores assintomáticos Tratamento Lavar verduras e outros alimentos frescos Água descontaminada Alimentos protegidos Super-grupo Excavata (ADL et al, 2005) Família Vahlkampfidae Gênero Naegleria Espécie N. fowleri Super-grupo Amoebozoa Família Hartimanellidae Gênero Acanthamoeba Espécie A. castellani, A. cullbertsoni, A. polyphaga Família Leptomyxidae Gênero Balamuthia Espécie B. mandrilaris Família Thecamebidae Gênero Sappinia Espécie S. diploidea Amebas de vida livre potencialmente patogênicas Classificação Amebas de Vida Livre Potencialmente patogênicas Principais espécies: Naegleria fowleri – meningoencefalite amebiana primária (PAN) em pessoas jovens e sadias (trofozoíto, cisto, trofozoíto com 2 flagelo) Acanthamoeba spp. e Balamuthia mandrillaris – encefalite amebiana granulomatosa (GAE) em indivíduos debilitados ou imunodeficientes (trofozoíto e cisto) Acantamoeba castellanii, A. culbertsoni, A. polyphaga, A. hatchetti, A. rhysodes – ceratite em pessoas saudáveis com trauma ocular, usuários de lente de contato Sappinia diploidea: encefalite amebiana granulomatosa (um caso) Naegleria fowleri Trofozoíto no cérebro www.dpd.cdc.gov/dpdx/ Cisto Ciclo de vida Naegleria fowlery Infecção intranasal –epitélio via neuro e bulbo olfatório - cérebro Isolamento: água de lagos , piscinas, de rede de abastecimento, água mineral, fezes humanas Meningoencefalite amebiana primária (PAM) Período de incubação: 1 a 15 dias Causa: destruição da superfície para partes profundas do encéfalo Instalação: rápida e súbita – doença aguda (5 a 6 dias) Sintomas: cefaléia, náuseas, vômito, febre alta, rigidez na nuca, distúrbios mentais Coma e morte (1 a 2 semanas) Presença de trofozoítos Tratamento: Anfotericina B, miconazol Acanthamoeba e Balamuthia Balamuthia mandrillaris Acanthamoeba spp. Cisto na córnea Trofozoíto Trofozoíto no cérebro Cisto no cérebro Cisto www.dpd.cdc.gov/dpdx Ciclo de Vida Porta de entrada: pele, pulmão, olho ou epitélio neuro-olfatório/invasão do SNC secundário Disseminação: via hematogênica a partir de lesões na pele Encefalite amebiana granulomatosa (GAE) Instalação: lenta, evolução prolongada (30 ou mais dias) Sintomas: otite, distúrbios mentais, coma, morte Presença de cistos e trofozoítos Extra-crânio: pulmão, córnea, pele e outros locais Tratamento: Cetoconazol, miconazol, sulfadiazina, entre outros. dpd.cdc.gov/dpdx/ Ceratite por Acanthamoeba Porta de entrada: trauma na córnea Usuários de lente de contato Período de incubação: dias Sintomas: desconforto ocular, dor ocular severa, fotofobia, visão embaçada Presença de trofozoítos e cistos Tratamento: polihexametileno, clorexidina, Brolene publico.soblec.br Scielo.br Diagnóstico Exame direto do líquor, secreções faringeanas e pulmonares, lesões de pele, raspados da córnea, fragmentos de tecidos No ambiente: água, solo, aparelho de ar- condicionado Isolamento e cultivo das amostras (meio agar- soja) PCR
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