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Farmacologia veterinária II TERAPIA ANTIMICROBIANA ANTIMICROBIANOS Antibacterianos, antifúngicos, antiprotozoários, anti-helmínticos, antivirais São substancias utilizadas para combater microorganismos. Específicos Atuam sobre os microorganismos responsáveis pela doença Quimioterápicos: sintéticos, modificados em laboratório. Antibióticos: naturais (produzidos por fungos) Ex: Penicilinas naturais. *Pentabiótico: associação de Penicilinas naturais Inespecíficos Atuam sobre qualquer microorganismo, patogênico ou não. Ex: antissépticos e desinfetantes TOXICIDADE SELETIVA : morte do MO invasor sem afetar as células do hospedeiro . B-lactâmicos , Sulfa – Trimetoprim TOXICIDADE SELETIVA RELATIVA: controle da [ ] do fármaco de modo a afetar o MO em níveis tolerados pelo hospedeiro. (Dependendo da dose/ [ ], é tóxico ao hospedeiro. Ex Gentamicina - altamente tóxica para os rins) * Gentamicina Precisa de oxigênio no local da ação para oxidar e agir sobre a bactéria (não se usa em pacientes em choque). * Em infecções graves, usar um bactericida. * Estreptomicina anti gram- . Não deve ser utilizada em mastite (não chega ao local da infecção) PRESCRIÇÃO RACIONAL DE ATM Eficácia variável de acordo com o paciente, o local da infecção (se há edema, pouca irrigação, fármaco não chega) , e características dos fármacos .Requer conhecimento: ▫da identidade do microrganismo e sua sensibilidade aos agentes; ▫do sítio de infecção; ▫das características e segurança do fármaco; TERAPIA ESPECÍFICA cultura e antibiograma TERAPIA EMPÍRICA sem a identificação da bactéria específica▫das condições fisiopatológicas do animal; ▫do custo da terapia ANTIMICROBIANO IDEAL Preferir bactericidas ou fungicidas ao invés de bacteriostáticos ou fungistáticos; Espectro específico contra MO patogênicos; Alto índice terapêutico (eficácia x toxicidade) *pode variar as doses Não provocar reações de sensibilização; Não interferir na imunidade (síntese de anticorpos, migração celular); Não favorecer a indução de resistência (impossível) Possuir atividade na presença de fluidos orgânicos (exsudato, pus...); Distribuir-se por todos os tecidos e líquidos orgânicos em concentrações adequadas; Poder ser administrado por diferentes vias (oral, parenteral direta ou indireta – tópica); Preço acessível REGRAS GERAIS DA ANTIMICROBIANOTERAPIA •Utilizar um antimicrobiano com as características ideais ; •CONTROLE DO uso profilático; •CUIDADO COM associações comerciais; •Utilizar, sempre que possível, o exame microbiológico e o antibiograma (resposta in vivo pode ser diferente); •Respeitar a posologia, incluindo a duração do tratamento e via de administração –REQUER CONHECIMENTOS DE FARMACOLOGIA •Respeitar as condições fisiopatológicas do paciente; •Avaliar as vantagens e desvantagens de cada antimicrobiano quanto às diferenças farmacocinéticas; •Respeitar o período de carência. CLASSIFICAÇÃO DE ATM DE ACORDO COM O MECANISMO DE AÇÃO EFICÁCIA MICROBIOLÓGICA Capacidade de um antibacteriano eliminar (efeito bactericida) ou inibir a multiplicação de bactérias (efeito bacteriostático). BACTERIOSTÁTICO interferência na função celular bacteriana, impedindo a capacidade da bactéria se reproduzir Ex: Cloranfenicol , tetraciclinas, macrolídeos , nitrofuranos , licosaminas , sulfas, trimetoprim , novobiocina BACTERICIDA mata a bactéria pela eliminação do meio necessário de sobrevivência Ex: Peniciclinas , cefalosporinas , aminoglicosídeos , quinolonas , rifamicinas , polimixinas , polipeptídeos. EFEITO PÓS-ANTIBIÓTICO Antibióticos com ↑ relação Cmáx/MIC inibem a multiplicação bacteriana mesmo após a queda da [ ] abaixo do MIC por tempo prolongado -Aminoglicosídeos e fluoroquinolonas Antibióticos com parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâminos tempo – dependentes são desprovidos de efeito pós – antibiótico. -Betalactâmicos ESPECTRO DE AÇÃO DOS ATM PEQUENO ESPECTRO : atuam em um tipo ou grupo limitado de MO (Cefalosporinas) ESPECTRO AMPLIADO : contra Gram + e contra um significativo número de Gram - (Ampicilina) AMPLO ESPECTRO : afetam ampla variedade de sp microbianas ( Quinolonas ). Podem alterar a flora bacteriana normal e causar infecções oportunistas (p.ex. Cândida). Barreira hemato-encefálica: tratamento de meningite depende da capacidade do fármaco alcançar o LCR. Presença de inflamação: facilita ou dificulta a deposição do ATM??? Próstata: prostatite bacteriana - dificuldade do antibiótico atravessar o epitélio prostático. O pH prostático é ácido dificulta a ação de fármacos básicos (trimetoprima). DISTRIBUIÇÃO E ELIMINAÇÃO DE ATM Atm em geral são hidrofílicos. ↓ grau de ligação à prot plasmáticas = eliminação renal. Exceções: -Cloranfenicol Maior solubilidade em lipídeos-Metronidazol -Ceftriaxona -Sulfametoxazol -Trimetroprima Ligação a proteínas plasmáticas não parece influenciar a atividade antimicrobiana. Agentes lipofílicos têm alta ligação com proteínas plasmáticas e adequada [ ] no sítio de infecção. EFEITOS ADVERSOS Efeitos tóxicos: [ ] superiores às terapêuticas junto ao órgão ou sistema suscetível. Aminoglicosídeos, com baixo índice terapêutico, podem induzir a oto- e nefrotoxicidade. Betalactâmicos em altas doses podem levar a neurotoxicidade. Efeitos colaterais: dor epigástrica por efeito irritativo - tetraciclinas e eritromicina. Efeitos secundários: superinfecção (desequilíbrio da flora normal – candidíase com uso de ampicilina) e efeitos secundários decorrentes de lise de microrganismos. Reações de hipersensibilidade: resposta imunológica a antimicrobianos que funcionam como haptenos. São independentes de dose e de difícil previsibilidade. ASSOCIAÇÃO DE ATM Vantagens Sinergia de efeito (associação é mais eficaz que cada ATB isoladamente) Prevenção de resistência; Tratamento de infecções polimicrobianas; Diminuição de dose menos efeito tóxico. Desvantagem Escolha errada antagonismo de efeito INTERAÇÕES ENTRE ATM Sinergismo Inibição sequencial da mesma via metabólica Sulfametoxazol + trimetroprima Inibição de enzimas degradadoras Inibidores de betalactamase (sulfactam e ácido clavulânico) + betalactâmicos Inibidores de síntese de parede e aminoglicosídeos Penicilinas + aminoglicosídeos (1ª aumenta permeabilidade para o 2º) Antagonismo Bacteriostáticos + betalactâmicos Cloranfenicol (doses até 50mg/kg)+ penicilina ATB’s que se ligam à fração 50S do ribossoma competição Macrolídios (eritromicina), cloranfenicol e lincosaminas (clindamicina) Antagonismo in vitro Quinolonas + cloranfenicol/ vancomicina/ rifampicina RESISTÊNCIA BACTERIANA Resistência intrínseca: a bactéria é naturalmente resistente ao antibiótico Ex: uso de beta-lactâmico em agentes desprovidos de parede celular (Mycoplasma) Resistência adquirida: decorrente da exposição continuada ou não aos ATM MECANICMOS BIOQUÍMICOS DA RESISTÊNCIA BACTERIANA •Inibição enzimática; •Perda de permeabilidade de membrana; •Exclusão ativa do antimicrobiano; •Alterações do sítio de ligação ribossômico; •Superprodução de enzimas-alvo; •Derivação de síntese enzimática; •Alteração de receptores de membrana; •Redução da captação; •Hidrólise ou modificação estrutural do antimicrobiano. CAUSAS DO INSUCESSO NA TERAPIA ATM •Tratamento de infecções não sensíveis (viroses) •Pirexias de origem desconhecida (lupus sistêmico p.ex.) •Falhas na escolha do antimicrobiano e/ou da posologia •Terapia tardia (lesões) •Focos infecciosos encistados (pus, necrose, cálculos, corpos estranhos...) •Tecidos não atingidos pelo antimicrobiano •Resistência in vivo (difere daresposta in vitro)...
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