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Industrialização do Japão

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HISTORIA ECONOMICA GERAL
CURSO DE CIÊNCIAS ECONOMICAS
II ONDA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL – ESTUDOS DE CASOS
JAPÃO 
 Desde o inicio do século XVII (1603) o Japão vinha sendo governado por um regime chamado de shogunato Tokugawa, que era uma aliança entre a nobreza dos shoguns ou daymio (proprietarios de terras) e samurais (soldados e poetas), onde estes se revezavam no poder mantendo o imperador numa posição meramente simbólica. Ate 1868, e por aproximadamente 250 anos, o Japão foi um pais basicamente agrícola, feudal e com baixo nível de renda per capita.
Todavia devido as características do próprio regime, o shogunato tokugawa não era governando por direito divino como o imperador, se sentia inseguro quanto a tentativas de golpe e conspirações por outros grupos de shoguns ou samurais, e para evitar isto, o mesmo convocava a capital todos os nobres (proprietários de terra) para uma temporada anual. Este fato teve como consequências o desenvolvimento de vilas e cidades ao longo do caminho feito pelas caravanas de nobres, com o aparecimento de hospedarias, lojas, oficinas de peças de reposição das carruagens etc. Com isto foi surgindo uma burguesia nas cidades que negociavam usando moeda – a prata domestica.
Como a industrialização da I Onda, surgem na Asia as grandes potencias imperialistas dividindo o mundo entre si, vão caindo sucessivamente, a India, Indonesia, a China é humilhada pelos ingleses na Guerra do Opio. A este movimento, o Japão tentou se fechar, se isolando do exterior, e permitindo a entrada de navios estrangeiros em apenas um porto do Japão.
Em julho de 1853 uma esquadra de 4 navios comandada por Matthew Perry chega na baia de Edo (Toquio) exigindo a abertura dos portos japoneses. Esta concessão foi efetivada pelo Tratado de Paz e Amizade de 1854, conhecido como Tratados Infames, dado que comprometia a autonomia nacional, e pelo qual estrangeiros no Japão eram julgados pela justiça de seus países de origem, os países ocidentais abriram consulados no Japão, e este só poderia taxar as importações em 5% ad valorem. As consequências foram sentidas imediatamente na desorganização da economia, desvalorização da moeda nacional, aumento dos impostos. De acordo com E. T.Filho “ em consequência, a base polititica do regime Tokugawa tornou-se mais restrita. Seus oponentes aproveitaram a oportunidade para obter adesões, questionando o regime como demasiado subserviente aos “bárbaros estrangeiros”. A radicalização do processo político levou o pais à beira de uma guerra civil” (1999, p. 227). Podemos afirmar que o impacto desta humilhação para os japoneses foi semelhante a que os prussianos sofreram na batalha de Jena e os russos na derrota da Guerra da Criméia. Uma conscientização de que algo teria que ser feito para que o pais não viesse a ser dominado por potencias agora industrializadas.
O medo que a guerra civil conduzisse a intervenção estrangeira e posterior colonização do país pelas grandes potencias, tal como foi caso de outros países asiáticos, levou as próprias elites a negociarem o fim do regime. 
Em 1868, o ultimo shogun Tokugawa devolve formalmente o poder ao Imperador, e este forma o Genro (Conselho dos Pares do Imperador). Neste exato momento, o Japão se beneficia da existência de outros conflitos no mundo como a Guerra da Secessão nos USA, a Guerra Fraco-Prussiana etc, evitando assim a possibilidade de uma nova intervenção estrangeira.
 O slogan dos revolucionários era ‘país rico, força armada forte” , mais para conseguir isto era necessário construir um país industrial e moderno. Nos anos imediatamente posteriores a 1868, o Estado japonês enfrentava o dilema de construir um pais independente e ao mesmo estava amarrado as clausulas dos Tratados Infames .
MEDIDAS ADOTADAS PELO NOVO GOVERNO MEIJI:
Foram eliminados os direitos feudais das duas classes mais importantes: os daymio (senhores da terra) e os samurais
Os daymio foram obrigados a doarem as suas terras para o governo em troca de uma pensão anual, mais tarde transformada em títulos públicos
Os feudos foram transformados em prefeituras e governadas por burocratas nomeados pelo governo central
As terras foram dadas aos camponeses que teriam que pagar ao governo , não com a metade da colheita, mas com um terço do valor em dinheiro, sob a forma de imposto rural. Se estimula assim a venda para o mercado e a monetização da economia.
Os daymio depositam seus títulos do governo nos bancos e recebem ações destes, deixando a terra e vivendo agora do capital financeiro.
Unificação do espaço nacional através da modernização dos meios de transporte e comunicação – telegrafo e ferrovias; se estimula a marinha de guerra e mercante.
Reforma monetária com a criação de uma moeda nacional única – o iene
Estimulo à industrialização com a vinda de engenheiros estrangeiros, importação de maquinas e a ida de japoneses para estudar e trabalhar no exterior. O Estado fundou sociedades em diversos setores: têxteis, vidro, cimento, pepel, fundição, mecânica, minas , estradas de ferro, telegrafo, industria naval etc. Depois os governo vai passar para o setor privado muitas de suas empresas a preços baixos . 
Financiamento: no inicio da industrialização as exportações de produtos agrícolas (cha e seda) e o imposto rural vão ter um papel fundamental no processo de financiamento. 
O progresso é tanto que em 1894 o Japão entra em guerra com a China e sai vitorioso, podendo agora explorar matérias primas da Mandchuria e da Coreia; recebe pesadas indenizações da China em libras esterlinas, o que o leva a aderir ao padrão ouro em 1897 e em 1899 a autonomia tarifaria é conquistada, como também o direito de julgar estrangeiros de acordo com a lei japonesa.
A adoção do padrão-ouro representou a integração do Japão no sistema financeiro internacional. A ameaça da colonização estava afastada e podendo agora dispor de credito internacional.
Os empréstimos externos vão constituir na segunda fonte de financiamento para a industrialização. A partir de 1902, com a assinatura do Tratado de Aliança Militar Anglo-Japonesa, o mercado financeiro britânico se abre para os japoneses. Os japoneses vão fazer uso deste recurso e nas vésperas da Primeira Guerra Mundial o Japão apresentava uma das maiores dividas externas do mundo. Mas esta guerra vem salvar o Japão, por não participar e já apresentando uma industria solida, este vai suprir os países da Asia com as importações antes feitas de países europeus, agora impossibilitados de fornecer produtos industriais dado que suas industrias estavam voltadas para a produção para a guerra. O Japão inicia este processo profundamente endividado e ao fim do conflito já é um pais credor.
Um outro fato que mostra o sucesso japonês é a guerra de 1905 com Russia, na qual o Japão sai vitorioso, se tornando a primeira nação asiática a derrotar um pais europeu.
BIBLIOGRAFIA .
FIORI, J.L., Estados e Moedas no Desenvolvimento das Nações. Petropolis, RJ, Ed. Vozes, 1999
TORRES FILHO, E. T., Japão: Da Industrialização Tardia à Globalização Financeira. In J. L. Fiori (org.) op. Cit. PP.223-250.
MAURO, F., Historia Economica Mundial 1790-1970. Rio de Janeiro, Ed. Zahar, 1976. PP.229-232.

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