Buscar

Imunoprofilaxia: Vacinas e Soro

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Universidade Federal da Bahia 
Instituto de Ciências da Saúde 
Departamento de Ciências da Biointeração. 
Curso: Biotecnologia 
Disciplina: Biossegurança – ICSA04 
Discente: Gabriel Gomes 
 
Imunoprofilaxia: Vacina e Soro 
 
Podemos definir imunoprofilaxia como uma forma de constituir uma proteção ao 
indivíduo contra doenças infecciosas ou toxi-infecciosas [1], isto é, é uma forma de 
adquiri imunidade para prover a proteção especifica contra a maioria dos patógenos 
nocivos comuns. A imunoprofilaxia pode ser classificada em ativa ou passiva. 
• Imunoprofilaxia passiva 
 
Imunidade pode ser adquirida sem que o sistema imune seja estimulado por um 
antígeno. Isso é feito pela transferência de soro ou gamaglobulinas de um doador imune 
para um indivíduo não imune. Alternativamente, células imunes de um indivíduo 
imunizado podem ser usadas para transferir imunidade. Imunidade passiva pode ser 
adquirida naturalmente ou artificialmente [2]. 
A imunidade passiva natural é o tipo mais comum de imunidade passiva, sendo 
caracterizada pela passagem de anticorpos da mãe para o feto através da placenta. Essa 
transferência de anticorpos ocorre nos últimos 2 meses de gestação, de modo a conferir 
uma boa imunidade à criança durante seu primeiro ano de vida. A imunidade passiva 
artificial pode ser adquirida sob três formas principais: a imunoglobulina humana 
combinada, a imunoglobulina humana hiperimune e o soro heterólogo [3]. 
A imunoglobulina humana combinada é produzida através da combinação 
de anticorpos IgG de milhares de doadores adultos. Como é um derivado de muitos 
doadores diferentes, imunoglobulina contém anticorpos contra diferentes antígenos. 
A imunoglobulina humana hiperimune ou específica é aquela que possui altos 
títulos de anticorpos específicos – por exemplo, anti-hepatite B ou antitétano. São 
produzidas a partir de plasma humano hiperimune, ou seja, com altos títulos de 
determinados anticorpos. Podem ser usadas por via intravenosa ou intramuscular, 
dependendo do tipo de produto e do fabricante. 
A tabela 1 abaixo mostra as principais imunoglobulinas hiperimune / especificas 
disponíveis no mercado brasileiro e no mundo [4] 
 
Tabela 1: Imunoglobulinas Específicas 
 
Tipo de imunoglobulina 
Anti-hepatite A Anti-sarampo 
Anti-caxumba Anti-rubéola 
Anti-hepatite B Antivaricela 
Antidifteria Antitétano 
Anti-CMV Anti-D (anti-Rh0) 
Anti-rábica 
Fonte: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
 
Os soros heterólogos são uma solução de imunoglobulinas específicas purificadas, 
obtidas a partir do soro de equinos hiperimunizados. Temos à disposição diferentes soros 
heterólogos a saber: soro antibotrópico, anticrotálico, antielapídico, antiaracnídico, 
antiescorpiônico, antirábico, antidiftérico e antitetânico. A via de administração pode ser 
a intravenosa, intramuscular ou subcutânea. A dose varia de caso a caso. O diagnóstico 
clínico preciso é fator fundamental na indicação do tipo de soro bem como a sua 
posologia. [5] 
A tabela 2 a seguir mostra os principais soros heterólogos disponíveis no Brasil. 
Tabela 2: Soros heterólogos 
Soro O que é? Indicações 
Antibotrópico (IVB) 
Solução purificada de 
imunoglobulinas 
específicas, obtidas de soro 
de eqüídeos 
hiperimunizados com 
veneno de serpentes do 
gênero Bothrops 
Para o tratamento de 
acidentes comprovados de 
picadas de serpentes do 
gênero Bothrops (jararaca, 
jararacussu, urutu, cotiara e 
outras). 
Anticrotálico 
O soro anticrotálico é uma 
solução de 
imunoglobulinas 
específicas purificadas, 
obtidas de soro de eqüinos 
hiperimunizados, com 
venenos de serpentes do 
gênero Crotalus. 
Para o tratamento de 
envenenamento provocado 
pelas picadas de serpentes 
do 
gênero Crotalus (cascavel). 
 
 
 
 
Antielapídico 
O soro antielapídico é uma 
solução de 
imunoglobulinas 
específicas purificadas, 
obtidas de soro de eqüinos 
hiperimunizados, com 
venenos de serpentes do 
gênero Micrurus (corais 
verdadeiras). 
Para o tratamento dos 
envenenamentos 
provocados por picadas de 
serpentes do 
gênero Micrurus (corais 
verdadeiras) 
Antiescorpiônico 
O soro antiescorpiônico é 
uma solução injetável de 
imunoglobulinas 
Para o tratamento dos 
envenenamentos 
provocados por picadas de 
específicas, purificadas e 
concentradas, obtidas de 
soros de eqüinos 
hiperimunizados com 
venenos de escorpiões do 
gênero Tityus. 
escorpião do 
gênero Tityus. 
Fonte: Elaboração própria. 
A importância do uso imunoprofilaxia passiva é a ação imediata para imunização, 
uma vez que disponibiliza anticorpos no organismo do paciente logo após administração 
do imunobiológico. Contudo essa imunidade é de caráter temporário, pois os anticorpos 
circulantes são degradados em semanas ou meses, não restando imunidade depois da 
diminuição do nível sérico de anticorpo transferido. 
Em acidentes com animais peçonhentos é necessária a rápida disponibilidade de 
anticorpos circulantes para neutralização do veneno. Isso é obtido pela administração do 
soro heterólogo, que contém anticorpos contra a peçonha inoculada, logo após o acidente. 
De forma semelhante ocorre no uso de imunoglobulina contra hepatite B em profissionais 
de saúde não imunizados que sofrem acidente perfuro cortante com fonte HBSAg 
positivo. 
Deve-se dar preferência ao uso do soro homólogo (imunoglobulinas de origem 
humana) sempre que disponíveis pelo menor risco de anafilaxia e doença do soro, que 
ocorrem habitualmente pela presença da proteína equina no imunobiológico 
administrado. Não há, porém, imunoglobulina de origem humana disponível para o 
tratamento de acidentes com animais peçonhentos e difteria, tendo-se que fazer uso do 
soro heterólogo, de origem animal, nestas situações. [6] 
• Imunoprofilaxia ativa 
 
A imunização ativa ocorre quando o próprio sistema imune, ao entrar em contato 
com uma substância estranha ao organismo, responde produzindo anticorpos e células 
imunes (linfócitos T). Esse tipo de imunidade geralmente dura por vários anos, às vezes, 
por toda uma vida. Os dois meios de se adquirir imunidade ativa são contraindo uma 
doença infecciosa e a vacinação [3]. 
As vacinas são utilizadas para prevenir enfermidades infecto-contagiosas são 
compostas atualmente por diferentes unidades do microorganismo, podendo ser 
preparada com o organismo vivo, geralmente atenuado, ou morto, ou ainda com frações 
naturais do microorganismo (polissacarídios, frações peptídicas e protéicas, DNA) ou 
advindas com as técnicas de biologia molecular. 
Vacina é uma preparação não patogênica de microorganismos inteiros mortos ou 
modificados ou de seus componentes, que induzem um estímulo de uma resposta imune 
específica no indivíduo vacinado contra o microorganismo patogênico. 
Algumas vacinas são constituídas por microorganismos vivos, que de forma geral 
ocorrem naturalmente e que compartilham importantes antígenos com patógenos, mas 
não são eles próprios patogênicos. O risco deste tipo de vacina é a contaminação e 
patologia em pacientes com comprometimento imunológico (imunosuprimidos e 
imunodeficientes). Uma das vantagens é que o micróbio pode ser transmitido de 
indivíduos vacinados a outros indivíduos da população. 
Outro tipo é o descrito com microorganismos mortos que, por processos físicos 
ou químicos, perdem a capacidade de proliferar e de causar infecção ou doença, ou 
microorganismos atenuados, conseguidos pela utilização de métodos biológicos 
convencionais, que, crescendo por longos períodos de tempo em células de uma espécie 
que não é o seu hospedeiro habitual,perdem a capacidade infectante. 
Outras vacinas são preparadas com subunidades de microorganismos que consistem 
de toxóides (toxinas modificadas) como as preparadas para difteria, tétano, de frações 
glicoconjugadas (vacina atual contra Haemophilus influenzae tipo B = Hib), frações 
peptídicas ou protéicas. As mais atuais são as que envolvem técnicas de DNA 
recombinante com vacinas preparadas com fração do DNA ou com fração protéica 
(hepatite B).lguns esquemas de vacinação utilizam esquemas individuais anti-tetânica, 
Salk, Sabin, Hib ou combinados em tríplices como no caso da DPT (difteria, coqueluche 
e tétano) e a MMR (sarampo, caxumba e rubéola). Os programas de vacinação de varíola 
foram suspensos visto que a varíola foi erradicada. 
 Somente laboratórios controlados e registrados estão autorizados atualmente a ter 
acesso a cepa do vírus. A disponibilização de vacinas deve ser por autorização e registro 
da OMS 
Quando um agente infeccioso como os vírus, bactérias, ou parasitas infectam o 
indivíduo, uma resposta imune complexa é desencadeada, envolvendo células do sistema 
imunológico, anticorpos, uma variedade de substâncias que funcionam como sinais, além 
de que desencadeiam também eventos do processo de defesa inespecífico. A resposta 
imune capacita o corpo a escapar ou se proteger contra a doença, ou a lutar contra o 
invasor de forma específica antes que ele cause danos ao organismo. 
De forma semelhante às respostas imunológicas às vacinas podem neutralizar 
toxinas e eliminar células cancerosas. Após um primeiro ataque pelo agente infeccioso o 
sistema imune permanece sensibilizado contra o agente durante um longo período de 
tempo. Esta então chamada memória imunológica capacita uma reação ainda mais 
eficiente e rápida a subseqüentes desafios pelo mesmo microorganismo. A vacina 
sensibiliza nossos sistemas de defesa imunológica por simular uma infecção, embora nos 
assegure de danos inerentes a exposição a versão virulenta do respectivo agente 
infeccioso. 
A vacinação deve ser vista como um procedimento de prevenção de doenças 
infecciosas [7]. 
A vantagem da proteção conferida pela imunização ativa é sua característica 
duradoura, justificada pela existência de uma memória imunológica (permanência de 
linfócitos B na circulação e medula óssea que se replicam e produzem rapidamente 
anticorpos quando há novo contato com o antígeno – booster). 
Uma limitação deste tipo de imunidade é a demora que há entre a administração do 
antígeno e a produção de anticorpos, isto é, não há imunidade imediatamente após a 
injeção do imunobiológico. Devendo a vacinação ocorrer antes da exposição ao patógeno 
(antígeno) para garantir imunidade (proteção) adequada. 
Ter infecção natural (exposição natural ao patógeno –antígeno- com ou sem 
adoecimento clínico) é uma forma de adquirir imunidade ativa. Após ter certas doenças 
(varicela, sarampo, hepatite A) o indivíduo fica imunizado (protegido) não tendo mais o 
risco de adquiri-las, mesmo se exposto ao agente infeccioso novamente. 
O mesmo princípio acontece na administração de vacinas: o uso de um antígeno 
(microorganismo, parte dele ou um produto modificado a partir deste microorganismo) 
com o objetivo de mimetizar a infecção natural sem causar adoecimento, conferindo 
assim imunidade de forma segura. 
Muitos fatores podem interferir na resposta imunológica à vacinação. Alguns 
relativos ao imunobiológico como sua conservação, sua dose e o tipo de antígeno, a via 
de administração utilizada e a presença de adjuvantes na composição vacinal; outros 
relativos ao hospedeiro como idade, nutrição, características genéticas, doenças 
coexistentes como imunossupressão e a presença de anticorpos circulantes (maternos ou 
hemoderivados) [8]. 
 
Referências 
 
[1] BOTELHO, Bianca et al. Imunoprofilaxia e Imunossupressão. Disponível em: 
<http://biointer.blogspot.com.br/2010/07/imunologia-imuoprofilaxia-e.html> Acesso 
em: 04 de dezembro de 2016. 
[2] SCRIB. Imunoprofilaxia. Disponível em: 
<https://pt.scribd.com/doc/222971069/IMUNOPROFILAXIA> Acesso em: 04 de 
dezembro de 2016. 
[3] TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7° REGIÃO – TRT 7. Imunização. 
Disponível em: <http://www.trt7.jus.br/das/htm/docs/imunizacoes.pdf> Acesso em: 04 
de dezembro de 2016. 
[4] AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Diretrizes 
para transfusão de imunoglobulinas. Disponível em: 
<http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/CP/CP%5B7489-5-0%5D.PDF> Acesso em: 
04 de dezembro de 2016. 
[5] VACINAS. Soro heterólogo. Disponível em: 
<http://www.vacinas.org.br/novo/soros_heter_logos/a-conte_do.htm> Acesso em: 04 de 
dezembro de 2016 
[6] RISCO BIOLOGICO. Imunização passiva. Disponível em: 
<http://www.riscobiologico.org/pagina_basica.asp?id_pagina=52> Acesso em: 04 de 
dezembro de 2016 
[7] CENTRO CULTURAL MINISTÉRIO DA SAÚDE - CCSM. Manual de 
biossegurança: Parte VI Infecções virais e vacinas. Disponível em: 
<http://www.ccs.saude.gov.br/visa/publicacoes/arquivos/P6_Infec%C3%A7%C3%B5es
_Virais_e_Vacinas.pdf> Acesso em: 04 de dezembro de 2016 
[8] RISCO BIOLOGICO. Imunização ativa. Disponível em: 
<http://www.riscobiologico.org/pagina_basica.asp?id_pagina=51> Acesso em: 04 de 
dezembro de 2016

Continue navegando

Outros materiais