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Agroecologia - Caderno VI

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AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 1
Nº 06
PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS NO MANEJO
DE PRAGAS E DOENÇAS
AGROECOLOGIA
Cadernos
da Agricultura Familiar
2014
Ano Internacional
da Agricultura Familiar
Camponesa e Indígena
2 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Foto:Jarbas Mattos
Jardim da Fantasia
Bem-te-vi, bem-te-vi
Andar por um jardim em fl or
Chamando os bichos de amor
Tua boca pingava mel
Bem te quis, bem te quis
E ainda quero muito mais
Maior que a imensidão da paz
Bem maior que o sol
Onde estás?
Voei por este céu azul
Andei estradas do além
Onde estará meu bem
Onde estás?
Nas nuvens ou na insensatez
Me beije só mais uma vez
Depois volte prá lá.
Paulinho Pedra Azul
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 3
O Cerrado brasileiro, a savana mais rica do mundo em biodiversidade, ocupa 
quase um quarto (mais de 20%) do território nacional. Distribuído por 2.036.448 
quilômetros quadrados, o bioma reúne mais de 15 mil espécies de plantas e 
mais de 1,5 mil espécies de animais. 
Os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas 
Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo, e ainda o Distrito 
Federal, são áreas de incidência contínua de Cerrado no Brasil. Também 
existem enclaves de Cerrado no Amapá, em Roraima e no Amazonas. 
Do Cerrado surgem abundantes nascentes para as três grandes bacias 
hidrográficas brasileiras – Amazônica, do São Francisco e do Prata. Essa fartura 
de águas contribui para que o Cerrado guarde mais de 30% da biodiversidade 
brasileira. Um patrimônio que, infelizmente, encontra-se ameaçado pela 
ocupação de uma agricultura devastadora, centrada nas monoculturas e no 
uso dos agrotóxicos. 
A Agroecologia, abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da 
natureza, em que se trabalha a fertilidade e o cultivo do solo sem o uso de 
fertilizantes químicos e de agrotóxicos, é uma alternativa boa para cuidar do 
Cerrado, porque gera renda para as famílias de agricultores e agricultoras 
familiares e, ao mesmo tempo, contribui para preservar a biodiversidade e 
proteger o Meio Ambiente.
Nesta cartilha, você encontra informações essenciais para fazer da 
Agroecologia uma prática sustentável em seu pedaço de chão. São ideias 
simples, práticas, eficientes e criativas para você explorar, aplicar e multiplicar 
e, assim, contribuir para o manejo agroecológico de nossas riquezas naturais, 
para uma alimentação mais saudável na mesa brasileira e para uma melhor 
qualidade de vida no Brasil e no mundo inteiro. 
Bom Proveito! 
BOAS-VINDAS 
Tardezinha, quando o sol,
Se esconde atrás da serra,
Aparece o véu da noite,
Para escurecer a terra!
Fruto do Cerrado
4 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Lobo-guará (Chrysocyonbrachyuru) Trata-se de animal de pernas e pelagem longas, de 
cor laranja-avermelhado e orelhas grandes. Possui uma crina negra no dorso, mesma 
cor do focinho, das patas dianteiras e de mais da metade distal das patas traseiras.
Fonte: www.anda.jor.br/28/02/2012/animal-ameacado-de-extincao-o-lobo-guara-vive-no-cerrado
Estudos demonstram que no Cerrado existem 11 mil espécies de plantas 
nativas catalogadas, 220 espécies de plantas de uso medicinal comprovado 
e 400 espécies de plantas utilizadas na recuperação de solos degradados.
No Cerrado encontram-se 200 espécies de mamíferos conhecidas, 800 
espécies de aves, 180 espécies de répteis, 150 espécies de anfíbios e 1.200 
espécies de peixes. O Cerrado serve de refúgio para 13% das borboletas, 
35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. 
Cerca de 137 espécies de animais do Cerrado encontram-se ameaçadas de 
extinção. A anta, a capivara, o cachorro-do-mato-vinagre, o gato maracajá, a 
jaguatirica, o lobo-guará, a onça-pintada, a suçuarana e o tamanduá-bandeira 
são alguns dos animais do Cerrado em risco de extinção.
CERRADO
Biodiversidade em Números
Foto: Wikimedia | Autor: Sage Ross
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 5
A Organização das Nações Unidas (ONU) defi ne Desenvolvimento Sustentável 
como o modelo de desenvolvimento capaz de suprir as necessidades dos 
seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta de 
atender as gerações futuras.
Segundo a ONU, o Desenvolvimento Sustentável, base e essência da 
Agroecologia, se baseia em nove princípios: 
1. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos. 
2. Melhorar a qualidade de vida humana. 
3. Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra. 
4. Minimizar o esgotamento de recursos não-renováveis.
5. Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra. 
6. Modifi car atitudes e práticas pessoais.
7. Permitir que as comunidades cuidassem de seu próprio ambiente.
8. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento 
e conservação. 
9. Constituir uma aliança global.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
6 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Foto: trepadeira-trepadeira.blogspot.com.br
SUMÁRIO
08
09
11
23
13
25
28
3414
35
27
30
ALTERNATIVAS PARA UMA NATUREZA 
AMEAÇADA
PRAGAS – RESPOSTA DA NATUREZA 
AO DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO
IMPACTO DOS AGROTÓXICOS
PRINCIPAIS AGENTES CAUSADORES 
DE DOENÇAS
MUDANÇA DE RUMOS
DOENÇAS MAIS COMUNS NAS ÁREAS 
DE PRODUÇÃO DO CERRADO
DEFENSIVOS NATURAIS
RECEITAS SIMPLES PARA O TRATAMENTO 
DAS DOENÇAS EM ÁREAS DE CERRADO
PILARES DA SAÚDE DOS 
ECOSSISTEMAS
BIBLIOGRAFIA
DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE ALGUMAS 
PRAGAS EM ÁREAS DE CERRADO
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 7
EXPEDIENTE
Agroecologia – Práticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Cadernos da Agricultura Familiar - 06
Pesquisa: Aldimar Nunes Vieira, Zezé Weiss
Redação e Beneficiamento de Textos: Nathália Santiago, Zezé Weiss
Edição: Zezé Weiss
Revisão: Lucia Resende
Projeto Gráfico: Anderson Blaine
Maio/2014
Tiragem: 5.000 exemplares
Esta cartilha, chamada Agroecologia – Práticas Sustentáveis no Manejo de 
Pragas e Doenças –, é inspirada na cartilha Agroecologia – Plante esta Ideia 
–, coordenada pela Fundação Adenauer para o Projeto de Agricultura Familiar, 
Agroecologia e Mercado – Desenvolvimento Sustentável da Agricultura 
Familiar no Nordeste –, produzida sob a coordenação da jornalista Maristela 
Crispim. 
Muitos dos dados daquele texto foram copiados e adaptados às necessidades 
dos projetos da Rede Terra e do Instituto Itiquira para o Cerrado e para as 
pessoas do Campo. As duas instituições manifestam seu reconhecimento e 
agradecem à equipe de produção, à Fundação Adenauer, pela realização, à 
União Europeia, pelo apoio à cartilha do Nordeste, e às parcerias em Brasília, 
pela realização dos Cadernos do Cerrado.
Todos os direitos para a utilização desta Cartilha-Caderno são livres. 
Qualquer parte poderá ser utilizada ou reproduzida, desde que seu uso seja 
exclusivamente sem fins lucrativos e que sejam reconhecidos os créditos.
AGRADECIMENTO
www.redeterra.org.br www.xapuri.infowww.institutoitiquira.org.br
Produção:Realização:
8 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Foto: saudecampofloresta.unb.br
O Brasil é um dos países que mais consomem agrotóxicos no mundo. Em 
2008, as terras brasileiras receberam 700 milhões de toneladas de veneno, 
colocando nosso País à frente dos Estados Unidos, até então o maior 
consumidor de agrotóxicos no Planeta. Ou seja, passamos a ser o país 
campeão mundial de agressão química à natureza. 
Os pesticidas e fertilizantes químicos persistem por muito tempo na natureza, 
contaminando os alimentos, o solo e a água, com consequências ainda 
desconhecidas para a saúde humana e a vida na Terra. Mesmo assim, o veneno 
continuabaixando, sem dó nem piedade, sobre a terra em que vivemos. 
Os alertas sobre os riscos do uso de produtos químicos para os/as trabalhadores/
as rurais e para os/as consumidores/s são constantes e crescentes. Como 
consequência, a demanda por alimentos orgânicos – produzidos sem veneno 
e sem agredir a natureza – vem crescendo.
Os agrotóxicos não matam somente os insetos ou micro-organismos 
considerados pragas, mas também os seus inimigos naturais, que mantêm o 
equilíbrio das populações, por meio do controle biológico. Assim também é 
eliminada a vida nos solos, que ficam doentes e não conseguem mais gerar 
plantas saudáveis e resistentes. 
Ao final são as “pragas” que ficam cada vez mais resistentes contra os diversos 
produtos químicos. Ao final, com as “pragas” mais resistentes, aumenta a 
necessidade do agronegócio de usar os agrotóxicos. 
ALTERNATIVAS PARA UMA 
NATUREZA AMEAÇADA
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 9
As chamadas pragas preocupam os seres humanos há milhares de anos, 
desde a domesticação das plantas e dos animais. Os insetos ou quaisquer 
outros organismos que atacam uma plantação – dos micro-organismos como 
os fungos, as bactérias e os nematoides, até os mamíferos mais evoluídos – 
são considerados pragas pelos/as pelos/as produtores/as rurais. 
Cerca de 60% da fauna identificada até hoje no mundo são insetos. Estima-se 
que 67 mil espécies de organismos chamados nocivos ataquem os cultivos 
agrícolas em diferentes partes do mundo. Dessas, 5% são consideradas como 
pragas. Mas nem sempre as pragas são nocivas aos cultivos. Ao contrário, 
muitas delas ajudam a manter o equilíbrio ecológico em nosso planeta. 
As formigas e os cupins, por exemplo, são considerados pragas em muitos 
lugares do mundo, mas representam 20% da biomassa animal total da Terra 
e têm um papel decisivo na reciclagem e na cadeia alimentar dos sistemas 
florestais, portanto são importantes para o funcionamento dos ecossistemas. 
Algumas espécies de formigas predadoras controlam o aumento de outros 
insetos, ajudando o/a trabalhador/a rural fazer o controle natural das 
infestações destes insetos. 
Portanto, no manejo ecológico, o conceito de praga não existe, e o que é 
chamado de praga são somente organismos que ocupam diferentes posições 
nos ecossistemas. As suas populações se regulam conforme a abundância de 
alimentos e a existência de seus inimigos. O aumento de uma das populações 
é uma resposta da natureza a algum desiquilíbrio no sistema. 
Os desequilíbrios são mais constantes nas monoculturas introduzidas pelo 
ser humano, porque o monocultivo desequilibra o ecossistema. Ao enfrentar 
desequilíbrios, a Natureza busca seus próprios mecanismos para atacar a 
invasão das plantas de uma só espécie e, assim, tentar voltar à sua condição 
natural, que é a diversidade, com o equilíbrio biológico.
PRAGAS – RESPOSTA DA NATUREZA 
AO DESEQUILÍBRIO ECOLÓGICO
10 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Lagarta de soja | Foto: blog.ourofino.com
SOLUÇÃO PARA AS “PRAGAS” 
A solução do problema das “pragas” passa por:
• Fim do uso do veneno;
• Mais investimentos no desenvolvimento e na 
divulgação das alternativas do manejo ecológico, 
que se inicia com a prevenção, através do equilíbrio 
nutricional do solo;
• Diversificação da produção agroecológica;
• Controle biológico através do equilíbrio natural entre 
as espécies;
• Plantação e aplicação de plantas que afastam ou 
atraem os insetos e microrganismos dos cultivos, 
antes de tratar infestações e doenças com remédios 
naturais.
A adoção de sistemas integrados e diversificados em pequenas 
e médias propriedades completa o ciclo de alternativas para o 
manejo biológico das pragas nos cultivos do Cerrado.
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 11
IMPACTO DOS AGROTÓXICOS
O controle biológico é o instrumento que a Natureza, com o manejo de alguns 
insetos predadores, usa para controlar o crescimento da população de outros 
insetos, ácaros, nematoides, fungos, bactérias e vírus. 
Ninguém sabe ao certo como e por que uma praga aparece, mas é de 
conhecimento comum que as pragas nos cultivos são mais frequentes onde 
são feitas profundas mudanças na agricultura. Ao combater as pragas com 
agrotóxicos, o ser humano altera o equilíbrio ecológico mantido pela Natureza. 
A introdução do monocultivo em grande escala, do uso intensivo de fertilizantes 
químicos e de agrotóxicos, do plantio de plantas exóticas, híbridas ou 
transgênicas na substituição de variedades nativas, na chamada “Revolução 
Verde” das últimas décadas, que de verde não tem nada, são fatores que 
aumentam o desequilíbrio dos ecossistemas e ameaçam a qualidade de vida 
no Planeta. 
Nesse novo ciclo vicioso, a concentração das terras com as monoculturas 
extensivas aumenta a probabilidade de ataques por organismos que danificam 
as plantações. No combate a esses organismos:
• Os agrotóxicos não matam somente as pragas, mas também os seus 
inimigos naturais. 
• As pragas muitas vezes ficam resistentes contra as substâncias 
químicas. Para combatê-las, é preciso aplicar quantidade e 
diversidade cada vez maior de agrotóxicos. 
• Os agrotóxicos diminuem a respiração, a transpiração e a fotossíntese, 
prejudicando a resistência das plantas. 
• Os adubos químicos e os agrotóxicos interferem no equilíbrio dos 
micro-organismos e prejudicam a disponibilidade de nutrientes 
disponíveis no solo para as plantas. 
• Os agrotóxicos matam minhocas, besouros, abelhas e outros 
pequenos organismos benéficos para a agricultura.
• Os agrotóxicos também contaminam o solo, a água e afetam a 
saúde dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais. Os fertilizantes 
químicos geralmente contêm metais pesados, como o cádmio. Esses 
metais são ingeridos junto aos alimentos, não são eliminados e se 
armazenam no corpo.
12 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
O cádmio provoca principalmente distúrbios gastrointestinais. O mercúrio, 
utilizado em fungicidas, se concentra em diversas partes do corpo como 
pele, cabelo, glândulas sudoríparas e salivares, tireoide, sistema digestivo, 
pulmões, pâncreas, fígado, rins, aparelho reprodutivo e cérebro, provocando 
inúmeros problemas de saúde. 
Os alimentos impregnados por agrotóxicos chegam os mercados urbanos 
e prejudicam a saúde também das pessoas que vivem nas cidades. Esses 
riscos variam de acordo com o tempo e a dose da exposição aos diferentes 
venenos. Os efeitos podem ser agudos ou crônicos, causando intoxicações, 
dores de cabeça, alergias, náuseas e vômitos nas pessoas e nos animais. 
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 13
O aumento dos casos de câncer e de outras doenças graves, muitas vezes 
associado à ingestão cotidiana de venenos como parte da alimentação 
humana, tem feito com que casa vez mais consumidores/as procurem 
alimentos saudáveis, produzidos sem a utilização de agrotóxicos e fertilizantes 
químicos. 
Segundo pesquisas recentes:
• 17% dos/as brasileiros/as preferem produtos orgânicos;
• Mais de 3,5 milhões de brasileiros/as consomem produtos orgânicos 
de uma a cinco vezes por semana;
• Somente 2% dos/s produtores/as agrícolas do país abastecem o 
mercado com produtos orgânicos.
O mercado oferta, portanto, enormes oportunidades para a produção orgânica. 
O cultivo agroecológico deixa de ser uma ideia boa, uma filosofia, e passa a 
ser uma alternativa e até mesmo uma necessidade para o desenvolvimento 
de novos modelos de agricultura sustentável, capazes de corrigir os efeitos 
negativos da agricultura tradicional.
MUDANÇA DE RUMOS
Foto: www.acaifrooty.com.br
14 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
O uso de sementes crioulas, ou nativas, o manejo e a conservação dos solos, o 
cultivo de agroflorestas e o controlebiológico são ações que contribuem para 
o aumento da biodiversidade e para o equilíbrio ecológico. Os biofertilizantes 
fazem parte dos pilares de manutenção da saúde dos ecossistemas.
MANEJO PREVENTIVO DAS PRAGAS
O melhor jeito de evitar a ação das pragas e doenças nos plantios é fazer um 
manejo preventivo para fortalecer as defesas internas de seus ecossistemas 
e, assim, eliminar as chances do ataque do cultivo por alguma espécie 
indesejada. 
O manejo preventivo pode ser feito com a adoção de um conjunto de 
sistemas de produção integrados dentro da propriedade, ou mesmo em suas 
vizinhanças, imitando a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas que já 
existem em equilíbrio na Natureza. 
Esse equilíbrio se consegue com o plantio de espécies consorciadas, que se 
complementam, respeitando seus ciclos, criando interações positivas, dando 
preferência às plantas nativas mais resistentes e adaptadas às condições 
locais. 
O primeiro passo é cuidar bem do solo, porque um solo saudável alimenta 
bem as plantas que ficam mais resistentes e se protegem melhor das pragas 
e das doenças, que tendem a se manifestar nas plantas mais fracas, com 
deficiência de nutrientes. A planta que o parasita tenta matar é sempre a mais 
frágil, a mais inadequada. 
Para que o solo esteja saudável, cheio de nutrientes e micro-organismos é 
importante:
• Cobertura vegetal para a conservação do solo e da água;
• Adubação periódica com matéria orgânica;
• Rotação de cultivos;
• Adubação verde, com o plantio de leguminosas e gramíneas.
PILARES DA SAÚDE DOS 
ECOSSISTEMAS 
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 15
MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS
MANEJO DE PLANTAS ESPONTÂNEAS
As plantas que surgem espontaneamente são muitas vezes chamadas de 
“plantas daninhas”, “mato” ou mesmo “pragas”. No manejo agroecológico, 
as plantas diferentes da cultura são chamadas de “espontâneas”, porque 
surgem sem serem plantadas, mas isso não significa que sejam prejudiciais 
à cultura. 
Mesmo podendo causar perdas às culturas pela competição por água, luz e 
nutrientes, ao invés de eliminar as plantas espontâneas – até mesmo aplicando 
herbicidas – deve-se conviver com elas. Cada uma dessas plantas tem seu 
papel de proteger a superfície do solo, estocar nutrientes e hospedar insetos 
polinizadores.
Há plantas mais problemáticas nos ciclos de diferentes culturas, sendo 
preciso avaliar o dano econômico para planejar as estratégias de manejo. Se 
for necessária a eliminação seletiva, ou o controle dessas plantas, podem ser 
usadas as seguintes técnicas de manejo:
Fazer cobertura do solo – com plantas vivas ou secas impedem o 
desenvolvimento de plantas espontâneas;
Manejo Preventivo
Fortalecimento do 
agroecossistema
Seleção do Cultivo, 
Manejo e preservação
Aumento da 
Biodiversidade na 
propriedade e ao redor
Aumento de inimigos 
naturais
Construir solo saudável, 
(preservação da vida no 
subsolo)
Outras práticas de 
manejo que previnem 
pragas
Construir solo saudável, 
(preservação da vida no 
subsolo)
Insumos nativos do 
solo
Plantas saudáveis com o mínimo 
dano de insetos ou doenças.
Outras práticas de 
manejo que previnem 
pragas
Rendimento ótimo 
e qualidade, 
com melhoria da 
paisagem e dos 
serviços ecológicos 
do ecossistema com 
efeitos ambientais 
positivos
Manejo Planejado
pos-plantio
Manejo Reativo
Se os objetivos não 
estão sendo alcançados
Objetivo Geral
1
2
4 6
3 5
16 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Não revolver o solo – para manter as sementes das plantas 
espontâneas na superfície do solo, sem condições adequadas à sua 
germinação.
Fazer controle mecânico – por meio de capinas, manuais ou 
mecânicas ou, melhor ainda, de roçadas, a partir do momento em que 
as plantas espontâneas atingem o ponto de dano econômico.
CONTROLE BIOLÓGICO 
O controle biológico é feito através do equilíbrio natural da biodiversidade 
entre os organismos predadores que atacam as plantações e os seus inimigos 
naturais. Quando o equilíbrio ecológico é mantido nas matas, bosques, 
árvores, lavouras, agroflorestas, hortas, pomares e quintais, as espécies se 
acertam entre elas mesmas no ciclo natural da vida. 
Quando o equilíbrio ecológico é quebrado, pode haver necessidade de se 
fazer o controle biológico das espécies predadoras. Algumas plantas, como 
o sorgo (favorece a reprodução do percevejo, que se alimenta de ácaros e 
lagartas), cumprem esse papel. Alguns outros animais predadores, como as 
formigas (controlam o aumento de outros insetos), que são controladas por 
aves ou lagartos, também contribuem para o controle biológico. 
Existem outros animais que são fundamentais para o controle biológico: 
Joaninhas: são insetos pequenos e têm coloração variada. Elas 
predam cochonilhas, pulgões, ácaros, mosca branca e ovos de lagarta 
do algodão.
Sapos e rãs: alimentam-se de insetos, larvas, gafanhotos e mariposas.
Lagartixas: predam mosquitos e outros insetos domésticos.
Vespas: controlam pulgões das cucurbitáceas, broca de tomate, ovos 
de cochonilha, mandarová (ou mandruvá) da mandioca, dentre outros.
Andorinhas: alimentam-se por dia de uma quantidade de insetos que 
equivale à metade de seu próprio peso.
No campo das plantas, a Crotalária (Crotalariajuncea) atrai as libélulas, que são 
as predadoras naturais de mosquitos, incluindo o Aedes aegypti, o conhecido 
mosquito da Dengue. Essa planta tem também uma grande capacidade de 
fixar nitrogênio, razão porque é muito utilizada como adubo verde na rotação 
de culturas e para enriquecer o solo.
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 17
BIOFERTILIZANTES
Os biofertilizantes são uma alternativa aos adubos químicos. Seu uso ajuda 
a manter a planta equilibrada e mais resistente às pragas. Existem vários 
biofertilizantes, desde o mais simples, que leva apenas esterco e água, ao 
mais completo (enriquecido) que leva calcários, cinzas ou qualquer outra fonte 
de complemento de mineral. O preparo dos biofertilizantes é simples, desde 
que tomados alguns cuidados: 
• Usar esterco fresco (mais rico em micro-organismos e nitrogênio) e 
água limpa, o mais pura possível; 
• Manter o recipiente protegido da luz direta do sol;
• Adicionar os ingredientes enriquecedores de forma lenta e gradual;
• Manter a temperatura em torno dos 38ºC. 
Um biofertilizante fica pronto por volta de duas semanas. Depois de pronto, 
seu odor é agradável. Como a parte sólida se separa da parte líquida, é 
importante agitar a bomba antes de cada aplicação. Desde que bem cuidado, 
o biofertilizante não tem prazo de validade. Alguns biofertilizantes mais usados:
SUPERMAGRO
O supermagro foi usado inicialmente no município de Ipê, no Rio Grande do 
Sul, para os plantios de maçã. Hoje o supermagro é utilizado em outras partes 
do Brasil, principalmente para os plantios de beterraba, morango, tomate, 
milho, uva e similares. 
Ingredientes
• 30 Kg de esterco fresco de gado; 
• 2,0 Kg de sulfato de zinco; 
• 2,0 Kg de sulfato de magnésio; 
• 0,3 Kg de sulfato de manganês; 
• 0,3 Kg de sulfato de cobre; 
• 0,3 Kg de sulfato de ferro; 
• 0,05 Kg de sulfato de cobalto; 
• 0,1 Kg de molibdato de sódio; 
• 1,5 Kg de bórax; 
• 2,0 Kg de cloreto de cálcio; 
• 2,6 Kg de fosfato natural; 
• 1,3 Kg de cinza; 
• 27 litros de leite (pode ser soro de leite); 
• 18 litros de melado de cana (ou 36 de caldo de cana). 
18 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Preparo: 
1. Misturar todos os minerais. Então, temos 12,45 Kg de mistura. 
2. Primeiro dia
Num recipiente de 250 litros, colocar 30 litros de esterco, 60 litros 
de água, 3 litros de leite e 2 litros de melado de cana. Misturar 
bem e deixar fermentar, sem contato com sol ou chuva. 
3. Dias 4, 7, 10, 13,16,19 e 22
Acrescentar 1 Kg desta mistura junto com 3 litros de leite e 2 
litros do melado, a cada vez. Assim, sucessivamente, até o dia 
25, quando se coloca o resto da mistura (1,95 Kg), mais o leite e 
o melado. 
4. Depois de 10 a 15 dias, após o dia em que se acrescentaram os 
últimos ingredientes à mistura (22º dia, desde o início do processo), o 
produto estará pronto para ser peneirado e utilizado. 
ATENÇÃO!
Durante o processo é necessário observar se a fermentação 
está acontecendo. O produto deve ter um cheiro agradável 
de melado e ser facilmente peneirado. Esse biofertilizante 
enriquecido também pode ser utilizado junto com as caldas 
bordalesa e sulfocálcica, principalmente para o controle de 
doenças causadas por fungos.
URINA DE VACA
A urina animal contém fenóis, hormônios e milhares de substâncias com 
quantias de nutrientes bem superiores ao esterco, aumentando o sistema de 
defesa das plantas, ao mesmo tempo em que serve como adubo para as 
hortaliças. 
Preparo
Após a coleta, a urina deve ser armazenada durante o período mínimo 
de 3 dias, em vasilhames bem fechados que podem ser as garrafas 
plásticas de 2 litros, para que a ureia da urina se transforme em amônia. 
Depois, é só misturar um copo da urina em 20 litros de água. 
Uso
Pulverizar sobre a planta a cada 15 dias, para aumentar a resistência. 
Serve para o tomate, quiabo, jiló e demais olerícolas. No caso da 
alface, aplicar no solo duas vezes durante o ciclo da planta. 
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 19
URINA DE VACA ENRIQUECIDA
Parte do mesmo princípio, porém com mais ingredientes. 
Ingredientes
• 100 g de farinha de trigo;
• 20 litros de água; 
• 50 g de sabão neutro; 
• 200 ml de urina de vaca. 
Preparo
Dissolver a farinha de trigo em 1 litro de água. Dissolver também as 50 
g de sabão neutro em 1 litro de água quente. Em seguida adicionar os 
18 litros de água restantes às duas caldas previamente coadas e, por 
último, adicionar os 200 ml de urina de vaca. 
Uso
Pulverizar molhando bem todas as folhas da lavoura nas horas mais 
frescas do dia.
ATENÇÃO!
Como colher?
Na hora da retirada do leite, a vaca geralmente urina, momento 
em que a urina deve ser recolhida em um balde. 
Como guardar? 
Em recipientes fechados, a urina poderá permanecer por até 
um ano sem perder a ação. 
Cuidados na Aplicação
Por causa do cheiro forte, a urina de vaca atua como repelente de 
insetos, principalmente para combater ataques de moscas, pulgões e 
lagartas. Para a sua aplicação, é recomendado o uso dos equipamentos 
de proteção individuais (EPIs). 
Em dosagens adaptadas, os biofertilizantes de urina de vaca são recomendados 
para as seguintes culturas: 
Quiabo, jiló, berinjela
Dissolver um litro de urina em 100 litros de agua. Pulverizar de 15 em 
15 dias. 
20 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Tomate, pimentão, pepino, feijão de vagem, alface, couve
Dissolver ½ litro de urina em 100 litros de água. Pulverizar uma vez 
por semana. 
Abacaxi
Até os quatro meses de idade. Dissolver 1 litro de urina em 100 litros de 
água e pulverizar uma vez por mês. A partir do 5º mês até a floração: 
2,5 litros de urina em 100 litros de água, aplicados uma vez ao mês até 
os primeiros sinais de indução da floração. Suspender a aplicação 
antes da floração e só retornar a aplicação após o avermelhamento.
Coco, acerola, limão, laranja, tangerina, banana, pinha, jabuticaba, 
goiaba e graviola
1ª Aplicação: via solo, em plantas pequenas, dissolver 1 litro de urina 
em 100 litros de água e aplicar no solo uma única vez. 
2ª Aplicação: (30 dias) via folhas, dissolver 1 litro de urina em 100 
litros de água para as plantas pequenas e 5 litros de urina em 100 
litros de água para as plantas grandes. 
3ª Aplicação: 1 litro de urina em 100 litros de água com aplicações 
regulares, a cada 30 dias.
ESTERCO COMO BIOFERTILIZANTE:
Ingredientes
• 40 kg de esterco fresco de gado; 
• 10 kg de esterco fresco de aves; 
• 2 latas de 20 litros de diferentes folhas verdes; 
• 30 litros de leite ou soro de leite (sem sal); 
• 18 litros de garapa; 
• 10 kg de cinza; 
• 4 quilos de farinha de osso; 
• 1 kg de calcário dolomítico. 
Preparo
Completar com água e mexer bem, esperando de 7 a 10 dias para 
coar e usar. 
Uso
2 litros da solução em 100 litros de água, para tratamento foliar;
20 litros da solução em 100 litros de água para adubar o solo.
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 21
CALDAS NATURAIS
As caldas são produtos com substâncias orgânicas e minerais que exercem 
uma ação benéfica sobre o metabolismo das plantas. Essas substâncias 
são: cinzas, leite ou soro de leite, água de vermicomposto, enxofre, caldas 
bordalesa e sulfocálcica, esterco líquido fermentado, enriquecido com macro 
e micronutrientes. As mais usadas são bordalesa, sulfocálcica e viçosa.
CALDA BORDALESA
Ingredientes
• 200 g de sulfato de cobre;
• 200 g de cal virgem;
• 20 litros de água limpa. 
Preparo
1. Em uma vasilha, colocar 10 litros de água. Colocar os 200 gramas 
de sulfato de cobre em uma trouxinha de pano ralo. Amarrar a trouxinha 
no meio de uma vara e colocar a vara de forma que se apoie nas bordas 
da vasilha, deixando a trouxinha “mergulhar” na água. Geralmente, 
após uma hora, o sulfato de cobre estará todo dissolvido. 
2. Em outro recipiente, com capacidade superior a 20 litros, colocar, 
em pequenas quantidades, os 200 g de cal virgem e água, até formar 
uma pasta consistente. Em seguida, juntar água até completar 10 
litros. 
3. Em seguida, despejar a calda contendo o sulfato de cobre sobre 
a calda contendo a cal, que estará na vasilha maior. 
4. Agitar bastante a mistura, enquanto vai sendo preparada. 
5. Verificar se a calda apresenta o pH desejável, que é o neutro, 
mergulhando na solução uma lâmina de canivete bem limpa, deixando 
meio minuto. Se, ao retirar, a lâmina apresentar formação de ferrugem, 
o pH ainda está ácido.
6. Se o pH estiver ácido, é só colocar mais um pouco se solução 
de água e cal, até que não mais se processe a reação de ferrugem. A 
aplicação deve ser feita no mesmo dia do preparo.
22 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Calda biofertilizante | Foto: Sebrae
CALDA BIOFERTILIZANTE
A calda biofertilizante demonstrou excelente efeito no aumento da resistência 
às pragas e moléstias e, como adubo foliar, é eficiente para inúmeras plantas. 
O processo de produção é bastante simples, sendo viável sua produção na 
propriedade, desde que exista esterco de gado disponível.
Ingredientes
• 10 litros de esterco fresco; 
• 3 litros de esterco de galinha; 
• 500 gramas de açúcar e água. 
Preparo 
Num recipiente plástico de 20 litros, colocar meia lata (10 litros) de 
esterco de curral, o esterco de galinha e o açúcar. Completar com 
água, evitando transbordar, fechar bem e deixar 5 dias. 
Uso
Na aplicação, a calda pronta deve ser diluída na proporção de 1 litro 
desta para 10 litros de água.
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 23
Alguns dos principais agentes que podem atacar os cultivos direta ou 
indiretamente, servindo de vetores de outras doenças, especialmente em 
hortas, são: 
Fungos
São vegetais sem clorofila que causam diversas doenças como a antracnose, 
que queima as folhas e causa apodrecimento de frutos, muito comum nas 
mangueiras, cajueiros e mamoeiros, por exemplo. Causam também as 
conhecidas ferrugens, formando pequenas manchas nas folhas. É importante 
remover as folhas infectadas e aplicar uma calda à base de cobre (tipo 
bordalesa). Uma forma de prevenção é a neutralização da acidez do solo com 
calcário. Uma dica de aplicação é: 1 kg para covas de 80 cm x 80 cm x 80 cm 
ou 300 gramas por m2.
Bactérias 
Disseminam-se rapidamentee causam a famosa murcha bacteriana, levando 
a planta à morte. A planta parece estar sofrendo por falta de água e, mesmo 
regada, continua murchando até morrer. São as bactérias agindo. Como são 
de difícil controle, a planta toda precisa ser eliminada imediatamente. Outra 
dica: fazer a rotação de culturas, diversificando a produção e utilizando o 
manejo adequado. Uma bacteriose pode inviabilizar algumas culturas por 
longos períodos em solos infestados. Por exemplo, a Ralstoniasolanacearum, 
que causa murcha nos tomateiros, permanece no solo por muito tempo.
O quadro abaixo apresenta alguns gêneros de bactérias e seus sintomas:
Bactéria Sintomas Principais culturas
Clavibacter Murcha e cancro Tomate e pimentão
Curtobacterium Murcha Feijão de vagem e ervilha
Erwinia Podridão mole Cenoura, repolho, 
hortaliças
Pseudomonas Manchar foliar, podridão 
mole
Alho, cebola e 
curcubitáceas
Ralstonia Murcha Solanáceas
Xanthomonas Mancha foliar Solanáceas, Brássicas e 
outras
 Vírus 
PRINCIPAIS AGENTES CAUSADORES 
DE DOENÇAS
24 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
São transmitidos por insetos sugadores, como pulgões, por exemplo, 
e também por sementes e mudas contaminadas ou ferramentas não 
higienizadas. Causam manchas amareladas entre as nervuras das plantas. A 
solução é fortalecer o solo para aumentar sua fertilidade, tornando a planta 
mais vigorosa e eliminando os insetos transmissores do vírus.
Nematoides
São “parentes” das lombrigas e atacam pelo solo. As plantas afetadas 
apresentam raízes grossas e cheias de fendas. Num ataque intenso, provocam 
a morte da planta. Sua disseminação é altamente dependente do ser humano, 
seja por meio de mudas contaminadas, pelo deslocamento de equipamentos 
de áreas contaminadas para áreas sadias, ou por meio da irrigação. Causam 
nos tecidos das plantas danos mecânicos pelos seus movimentos e retiram 
nutrientes para seu sustento. As plantas ficam enfraquecidas e suscetíveis ao 
ataque de outros organismos, como fungos e bactérias. O plantio de cravo-
de-defunto na área infestada ajuda no controle. 
Nematoides na soja | Foto: ruralcentro.uol.com.br
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 25
ANTRACNOSE
Causa lesões em frutos, em campo ou após a colheita. É mais problemática 
em cultivos de verão, quando ocorrem temperatura e umidade altas. Inicia-
se com pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente 
e podem atingir todo o fruto. Sob alta umidade, o centro das lesões fica 
recoberto por uma camada cor-de-rosa, formada por esporos do fungo. Os 
frutos atacados não caem.
FERRUGEM
Ocorre nas folhas com pequenas pústulas elípticas, a princípio recobertas pela 
cutícula. Nesta fase, a planta apresenta-se com folhas secas e depauperadas 
e a produção já está comprometida, devido ao pequeno tamanho dos bulbos 
produzidos.
FUMAGINA
Consequência da infestação de pulgões, moscas brancas ou cochonilhas, 
que secretam substância adocicada na superfície de folhas e frutos, onde se 
desenvolve um fungo de cor escura. Este fungo não infecta nenhum órgão 
da planta, mas dá um aspecto estranho e desagradável e pode afetar a 
capacidade de fotossíntese.
MELA
Afeta toda a parte aérea da planta e apresenta basicamente dois tipos de 
sintomas. O primeiro aparece nas folhas como pequenas manchas aquosas, 
arredondadas, de cor mais clara que a parte sadia, e essas manchas são 
rodeadas por bordos de cor castanho-avermelhada. À medida que a infecção 
progride, ocorre uma intensa produção de micélio de cor castanho-claro, em 
ambas as faces das folhas, formando uma teia micélica.
MÍLDIO
Os sintomas iniciam-se com uma descoloração nas folhas que evolui para 
uma mancha alongada no sentido do comprimento das mesmas. Com o 
avanço da doença, hastes florais e folhas podem quebrar e/ou secar.
DOENÇAS MAIS COMUNS NAS 
ÁREAS DE PRODUÇÃO DO CERRADO
26 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Ferrugem na cana de açucar | Foto: www.bomsucessonoticiasonline.com.br
MURCHA OU FUSARIOSE
Ataca os vasos lenhosos a partir das raízes causando murcha generalizada e 
morte rápida das plantas. A doença se inicia pelas extremidades do ramo e 
neste momento, antes da generalização da murcha, as raízes já se encontram 
apodrecidas.
NEMATOIDE DAS GALHAS
As plantas afetadas apresentam desenvolvimento abaixo do normal, 
amarelecimento das folhas e murchamento. Estes sintomas se devem à 
formação de galhas (engrossamentos) e apodrecimento das raízes, que 
perdem a capacidade normal de absorver água e nutrientes do solo.
OÍDIO
Ataca muito os cultivos irrigados por gotejamento. Ocorrem manchas claras 
na superfície superior das folhas. Sob condições favoráveis à doença, essas 
manchas tornam-se necróticas ou com muitas pontuações negras, com 
formato pouco definido. A parte inferior da folha fica recoberta com estruturas 
esbranquiçadas do fungo. Entretanto, podem ocorrer clorose e necrose, sem 
que se perceba claramente o “pó branco”, o que dificulta o diagnóstico da 
doença. Folhas muito atacadas podem cair, mas os frutos não são atacados 
pela doença.
TOMBAMENTO
O tombamento é uma doença que afeta muitas culturas. Sua preferência é 
por plantas jovens e ocorre em sementeiras, em copinhos, em bandejas ou 
em mudas recém-transplantadas. As mudas ficam escuras ou apodrecem na 
base do caule, provocando o tombamento da planta. Sob leve pressão, o 
topo da planta se desprende sem que a raiz seja arrancada.
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 27
Em geral, as doenças nas plantas são provocadas pelas bactérias, fungos, 
nematoides ou vírus e, normalmente, não são visíveis a olho nu durante o 
tempo de incubação. Não se deve proceder a um controle qualquer no sistema 
de produção sem saber com que tipo de praga e doença se está lidando. 
Para fazer um diagnóstico da doença o mais fácil é comparar os sintomas com 
fotografias ou descrições de publicações, quando não for possível consultar 
um/a extensionista ou agrônomo/a experiente. Em caso de dúvida, é melhor 
enviar o material a um laboratório de Fitopatologia de universidades ou 
instituições de pesquisa. É preciso entrar em contato antes, para se informar 
sobre os critérios de encaminhamento de material. 
PASSOS PARA UM BOM DIAGNÓSTICO
1. Identificação do organismo que causa maior dano à cultura 
A observação do sistema vai além das culturas. Ele tem que ser analisado 
como um todo e com frequência, para identificar a presença de todos os 
elementos novos do ecossistema e os danos que estejam causando. Podem 
ser adotadas práticas que incentivem a reprodução de seus principais 
inimigos naturais. O bicudo, por exemplo, é o inseto mais importante no 
elenco de organismos que prejudicam a cultura do algodão. Na cultura da 
banana, os principais organismos são os fungos responsáveis pelo “Mal 
da Sigatoka” e pelo “Mal do Panamá”.
2. Amostragem da população dos organismos prejudiciais 
A presença das “pragas” precisa ser monitorada por meio da contagem de 
ovos, larvas e organismos adultos (no caso de insetos), ou da vistoria das 
plantas (porcentagem de dano em caso de doenças fúngicas, bacterianas 
ou viróticas). Essa é uma atividade obrigatória para saber quando é preciso 
agir e como promover o equilíbrio ecológico de todo o sistema de produção.
3. Escolher e utilizar as práticas de controle
Mesmo promovendo o equilíbrio, alguns insetos e organismos podem ser 
persistentes. Quando existem ameaças desses organismos é necessário 
adotar práticas “curativas”. Estas consistem na aplicação de “remédios” 
para as plantas, que tanto combatem as doenças como fortalecem também 
o sistema imunológico das plantas.
DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS 
28 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
Quando nas áreas de produção já houvera incidência de doenças e pragas, 
é necessário passar ao manejo reativo, ou seja, agir de forma específica para 
conter os danos nas plantações enquanto se reconstitui o equilíbrio biológico 
do ecossistema. Esse tratamento pode ser feito com defensivos naturais. 
Os defensivos naturais, também chamados de “alternativos”, por serem uma 
alternativa aos agrotóxicos, são produtos preparados a partir de substâncias 
não prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, que favorecem a 
produção de alimentos mais saudáveis para o consumidor final.
Antes do surgimento de agrotóxicos, os agricultores e agricultoras 
preparavam e utilizavam os produtos a partir de materiais disponíveis nas 
suas propriedades e proximidades. Com o surgimento da indústria agrotóxica, 
esses conhecimentos estão se perdendo, mas ainda permanecem nas 
comunidades campesinas tradicionais e em alguns setores acadêmicos.
Entre os defensivos naturais encontram-se os biofertilizantes líquidos, as 
caldas, os feromônios, os extratos de plantas e os óleos. Os defensivos 
naturais estimulam o metabolismo das plantas, fazendo-as reagir quando 
pulverizados sobre elas, aumentando a resistência aos ataques.
INSTRUÇÕES BÁSICAS PARA APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS NATURAIS
• Se houver necessidade de intervenção para controle da praga e/ou 
doença, utilizar produtos com menor efeito sobre os inimigos naturais 
das pragas.
• Se houver necessidade de intervenção para controle da praga e/ou 
doença, utilizar produtos com menor efeito sobre os inimigos naturais 
das pragas.
• Nunca misture duas ou mais receitas na mesma aplicação e dê um 
intervalo de um ou mais dias entre as aplicações de receitas diferentes.
• Mantenha o produto que foi preparado afastado de crianças e animais 
domésticos.
• Mantenha o produto afastado de alimentos ou de ração animal, pois, 
embora alternativo, podem ocorrer reações indesejadas em caso de 
acidentes, visto que são substâncias concentradas.
• Mantenha afastado das áreas de preparo e aplicação: crianças, 
animais domésticos e pessoas desprotegidas, nos casos dos 
defensivos mais fortes, como a pimenta e o fumo.
• Não utilize equipamentos com vazamentos. Não desentupa bicos, 
DEFENSIVOS NATURAIS
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 29
orifícios, válvulas dos pulverizadores com a boca, pois sempre ficam 
resíduos que podem causar alguma irritação.
• Não aplique defensivo natural quando houver ventos fortes, nem 
contra o sentido do vento. Aplique sempre nas horas mais frias do 
dia.
• Não prepare defensivos que envolvam produtos mais fortes com as 
mãos desprotegidas. Nestes casos, não se esqueça de se proteger, 
usando os equipamentos de proteção individual (EPIs).
Foto: portal.cerac.org.br
30 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
ÁCAROS 
São “primos” das aranhas, sugadores e invisíveis a olho nu. Sua presença 
é notável pela presença de teias na parte inferior das folhas, em brotações 
novas, em flores e frutos. Diminuem o ritmo de crescimento e podem matar 
a planta. Deve-se manter a umidade na planta, pois os ácaros não gostam 
de umidade, ou retirar as partes atacadas. Repelentes são cravo-de-defunto, 
coentro e alho. A calda de fumo também ajuda no controle. Outro método 
eficaz de combate ao ácaro é o soro de leite.
Soro de leite
Ingredientes
1 copo de leite azedo;
1 litro de água.
Preparo
Misturar o leite azedo a água. 
Uso
Pulverizar. Quando pulverizado sobre as plantas, o soro provoca o 
ressecamento e mata o ácaro.
LAGARTAS
São devoradoras das folhas. Muitas vezes podem ser catadas com as mãos 
(utilizar luvas adequadas). Cuidado com as lagartas de fogo, aquelas adultas 
com pelos vistosos, mas urticantes. A lagarta-rosca é de coloração parda 
e corta as plantas rente ao solo. Ficam enroladas para se proteger e são 
encontradas quando estão a uns 10 cm de profundidade, ao redor da planta. 
Uma boa forma de combater as lagartas é pulverizar com água de cinza.
Água de cinza
Ingredientes
2 kg de cinza; 
10 litros de água. 
Preparo
Misturar a cinza com a água.
Uso
Pulverizar as plantas com a mistura.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE 
ALGUMAS PRAGAS EM ÁREAS DE 
CERRADO
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 31
PULGÕES
Os pulgões são insetos sugadores de multiplicação muito rápida, com coloração 
variada. Atacam brotos novos na parte inferior das folhas e nos caules, produzindo 
uma substância açucarada e deixando a planta mais susceptível a outras pragas. 
Esses insetos são um sinal de manejo errado de adubação, por isso é preciso 
evitar adubo fresco (não curtido) e adubação excessivamente nitrogenada (por 
exemplo, muita ureia). Os pulgões atacam quando o solo é pobre em matéria 
orgânica. As joaninhas, suas predadoras naturais, comem os ovos dos pulgões. 
As flores de cenoura atraem um tipo de mosca que devora os pulgões. Às vezes 
um bom jato d’água, quando a planta é firme, elimina os pulgões. Pode-se aplicar 
calda de fumo ou macerado de urtiga. Se forem poucas plantas doentes, pode-
se passar uma mistura de água e álcool em partes iguais nas plantas afetadas. 
Também pode ser usado preparo de urtiga, arruda, alamanda ou coentro para 
pulverizar as folhas doentes. Os pulgões também são combatidos com: 
Chorumão de urtiga (Urtica urens L)
Ingredientes
4 kg de urtiga dioica; 
60 litros de água. 
Preparo
Misturar e deixar fermentar por 60 dias.
Uso
Diluir 1 litro da calda em 20 litros de água. Esta receita também é 
nutritiva para as plantas.
Preparado de babosa (Aloe vera)
Ingredientes
1 balde de babosa; 
1 balde de água. 
Preparo
Picar toda a babosa e misturar com a água, deixando curtir por 24 horas. 
Uso
Para pulverizar a planta, usar 1 litro da calda para 5 de água. Após a 
aplicação, deixar a planta descansar por 8 dias.
Preparado de folhas e talos de tomateiro (Lycopersiconesculentum)
Ingredientes
1/2 kg de folhas e talos de tomateiro; 
1 litro de álcool. 
Preparo 
Picar as folhas e talos do tomateiro, misturar com o álcool e deixar em 
repouso por alguns dias. Depois do repouso, coar o produto. 
Uso
No momento do uso, diluir um copo do extrato em 10 litros de água e 
pulverizar sobre as plantas.
32 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
VAQUINHAS
Insetos de cor verde com listras amareladas, que se alimentam das folhas das 
plantas prejudicando seu crescimento.
Pimenta (Capsicum spp.)
Ingredientes
500g de pimenta vermelha; 
4 litros de água; 
5 colheres de sopa de sabão de coco em pó. 
Preparo
Bater as pimentas em um liquidificador com 2 litros de água até a 
trituração total. Coar o preparado e misturar o sabão de coco em pó, 
acrescentando então os 2 litros restantes. 
Uso
Pulverizar sobre as plantas atacadas.
Cebola (Allium cepa L.)
Ingredientes
1 kg de cebola; 
10 litros de água. 
Preparo
Cortar a cebola e misturar na água e deixar curtir por 10 dias. 
Uso
Pulverizar as plantas.
LESMAS E CARACÓIS
Moluscos que deixam um rastro brilhante e se alimentam das folhas. Durante o 
dia se escondem debaixo de tábuas, tijolos, pedaços de madeira ou qualquer 
outro entulho deixado na área de horta, o que deve ser, portanto, evitado. 
Uma boa forma de combater as lesmas é misturar água e café e pulverizar, 
ou mesmo colocar um pouco de borra de café no vaso ou canteiro. Outras 
formas de combate:
Chuchu (Sechium edule Schnartz)
Ingredientes
Chuchu e sal. 
Preparo
Colocar dentro de latas rasas o chuchu em pedaços e depois adicionar 
um pouco de sal. 
Uso
É bastante atrativo para lesmas e caracóis, possibilitando seu controle 
mecânico.
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 33
Percevejo-gaucho | Foto: Renan Assunção
Cerveja com água açucarada
Ingredientes
Cerveja, água e açúcar.
Preparo
Misturar água, cerveja e um poucode açúcar.
Uso
Colocar à noite perto das plantas atacadas um prato raso com a 
mistura de cerveja e água açucarada. Na manhã seguinte as lesmas 
estarão dentro do prato. Possibilita o controle mecânico, uma vez que 
esta associação apresenta-se bastante atrativa. 
TATUZINHO 
Os bichos-de-conta, tatuzinhos-de-jardim ou tatu-bolinha contam com mais 
de 3 mil espécies. São pequenos animais de corpo comprido, normalmente 
acinzentado ou rosado, que vivem em locais úmidos, debaixo das pedras ou 
dos detritos vegetais de que se alimentam. Eles atacam as hortaliças e se 
alimentam de raízes, porém não trazem grandes prejuízos às hortaliças. 
PERCEVEJOS 
Conhecido também como Maria fedida ou fede-fede pelo odor desagradável 
que exalam, algumas espécies sugam as plantas, outras são extremamente 
benéficas, sendo predadoras de outras pragas, como lagartas. Portanto, 
algumas espécies devem ser conhecidas e protegidas. Entre as maléficas 
estão os barbeiros, transmissores da doença de chagas. Primeiro devem ser 
removidos manualmente, se não surtir efeito, a calda de fumo pode funcionar 
como repelente.
34 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças
BICARBONATO DE SÓDIO
Usado para o controle do Oídio. 
Ingredientes 
100g de bicarbonato; 10 litros de água. 
Preparo
Misturar o bicarbonato com os 10 litros de água.
Uso
Pulverizar as plantas.
EXTRATO DE ALHO (ALLIUMSATIVUM)
Usado para o controle do míldio e da ferrugem. 
Ingredientes
4 dentes de alho; 
1 litro de água. 
Preparo
Amassar os dentes de alho em um litro de água e deixar em repouso 
por 12 dias. 
Uso
Após este período, diluir a solução em 9 litros de água, filtrar e pulverizar 
sobre as plantas. Excelente também no controle de nematoides.
EXTRATO DE CAMOMILA (ALATRICARIACOMOMILA L.) 
Indicado para o tratamento das doenças causadas por fungos. 
Ingredientes
100 gramas de flores de camomila; 
1 litro de água. 
Preparo
Bater no liquidificador as flores com a água. Deixar de molho por 12 
horas, coar e em seguida diluir o extrato em 20 litros de água. 
Uso
Pulverizar semanalmente.
RECEITAS SIMPLES PARA O TRATAMENTO 
DAS DOENÇAS EM ÁREAS DE CERRADO
AGROECOLOGIA
Cadernos da Agricultura Familiar 35
Agroecologia – Plante esta Ideia. Agricultura Familiar – Agroecologia e 
Mercado. Caderno 01. Fundação Konrad Adenauer, 2008.
Revista do IDEC – Edição 162 – Fevereiro 2012
• www.aia2014.gov.br
• www.anda.jor.br/28/02/2012/animal-ameacado-de-extincao-o-lobo-
guara-vive-no-cerrado
• chc.cienciahoje.uol.com.br
• www.atitudessustentaveis.com.br/ecologia-urbana/cinco-cidades-
que-se-dedicam-a-mudar-o-mundo-atraves-da-sustentabilidade
• www.eco4u.wordpress.com
BIBLIOGRAFIA
MAMOEIRO (CARICAPAPAYA) 
Usado para o controle do míldio e da ferrugem no cafeeiro. 
Ingredientes
700 gramas de folhas picadas; 
1 litro de água. 
Preparo
Bater no liquidificador as folhas picadas com a água. Deixar de molho 
por 12 horas, coar e em seguida diluir em 20 litros de água. Para 
aumentar a aderência e ampliar a ação contra pragas, acrescentar 
100 g de sabão comum, previamente diluído em 1 litro de água.
Uso
Pulverizar as plantas.
SUCO DE LIMÃO (CITRUSLIMON) 
Ingredientes
5 limões; 
10 litros de água. 
Preparo
Fazer o suco de limão.
Uso
Pulverizar sobre as plantas, repetindo a cada 14 dias.
36 AGROECOLOGIAPráticas Sustentáveis no Manejo de Pragas e Doenças

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