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Produção de Alimentos em Sistemas Orgânicos - Módulo 3 - SENAR

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Prévia do material em texto

Produção 
animal em 
sistemas 
orgânicos
Módulo 3
pg. 2Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Abertura do módulo 3
Olá! Que ótimo que você está aqui! 
Antes de começar o tema deste módulo, é importante que 
você saiba que o consumo de produtos de origem animal no 
Brasil cresce a cada ano; ele é muito bem aceito pelo mercado 
interno, e tem grande interesse do mercado internacional.
Agora sim, neste módulo, você irá compreender como é a 
produção de animais em sistemas orgânicos, conhecendo as 
principais leis e Instruções Normativas que a regulamentam 
sobre a aquisição, alimentação, instalação, sanidade e bem-
estar. Serão abordados assuntos sobre bovinos, caprinos, 
suínos, aves, abelhas e peixes.
Além disso, você saberá como é a produção de ingredientes 
de rações orgânicas, como as fontes proteicas, energéticas, 
volumosas e as misturas. É claro que não podia faltar: você 
ainda terá conhecimento sobre a adubação e os defensivos 
agrícolas que podem ser utilizados na produção de alimentos 
para os animais, em sistemas orgânicos.
Avance para iniciar os estudos 
do módulo 3!
Boa leitura!
Fotos: 1, 2, 3, e 4 - Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar
Fotos: 5 e 6 - Tony Oliveira. Sistema CNA/Senar
1
4
2
5
3
6
As normas para 
a produção de 
animais em 
sistemas orgânicos
Aula 1
Foto: Igo Estrela. Sistema CNA/Senar
pg. 4Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Já se sabe que toda a produção orgânica no Brasil é 
regulamentada por legislação, a qual orienta os produtores e 
dá segurança sobre a origem dos alimentos aos consumidores. 
Nos módulos anteriores, você estudou sobre a produção de 
hortaliças e frutas, mas e os alimentos de origem animal? 
Onde entram nesse modo de produção?
No decorrer deste estudo, você irá compreender as normas 
regulatórias para a aquisição, alimentação, instalação, 
sanidade e bem-estar na produção orgânica animal. Vamos 
começar? Estando pronto(a), siga com a leitura!
Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar
Introdução à produção 
orgânica de animais
A Portaria do MAPA nº 52/2021 é a mais importante para a produção orgânica animal, pois é 
ela que estabelece o regulamento técnico para os sistemas orgânicos de produção e determina 
as substâncias e práticas permitidas para o uso nos sistemas orgânicos. Além dela, existe a 
Instrução Normativa Interministerial nº 28/2011, que dispõe sobre a produção aquícola, já que 
esta apresenta suas particularidades.
Instrução 
Normativa 
Interministerial 
nº 28/2011
Iniciativa conjunta do 
Ministério da Pesca 
e Aquicultura e do 
MAPA.
pg. 5Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Algo que se destaca nessas normas é que a produção orgânica animal deve atender, em todas 
as fases do sistema produtivo, o bem-estar animal, a sanidade, a higiene dos animais e das 
instalações, e ofertar uma alimentação de qualidade e adequada às exigências de cada espécie.
Você já entendeu que todos os produtores que queiram entrar no sistema orgânico de frutas e 
hortaliças devem passar por um período chamado de conversão, e com os animais isso não 
é diferente. 
Para que os animais, seus produtos e subprodutos sejam 
considerados orgânicos e recebam o selo do SisOrg, eles 
devem permanecer na propriedade, sendo criados sob 
os princípios da agricultura orgânica, por um período 
pré-estabelecido que você conhecerá logo à frente.
A Portaria do MAPA nº 52/2021 também determina que técnicas como a inseminação artificial 
podem ser usadas somente se o sêmen for de animais oriundos de sistemas orgânicos. Veja o 
que mais Roberto tem para acrescentar sobre isso!
Saiba que é proibida a transferência de embrião, fertilização 
in vitro e outras técnicas que induzam a produção artificial 
de hormônios. A sincronização de cio por métodos físicos ou 
comportamentais é permitida, e lembre-se ainda de que os 
animais devem ser vacinados, e que o manejo sanitário deve 
atender à legislação sanitária vigente.
Fica a dica
pg. 6Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
As normas regulatórias para 
aquisições ou conversão da criação 
dos animais para uma produção 
orgânica
Ainda de acordo com a portaria do MAPA nº 52/2021, para adquirir animais destinados à 
produção orgânica, é necessário seguir os requisitos em destaque.
Devem ser provenientes do sistema orgânico, mas quando isso 
não for possível, podem ser adquiridos animais de unidades 
de produção não orgânicas, preferencialmente em conversão 
para o sistema orgânico, ou que adotem conduta de bem-estar 
animal, devendo ser aprovado pelo OAC ou pela OCS sempre 
respeitando o período de conversão previsto no regulamento. 
Todos os animais, sejam eles provenientes de novas aquisições ou, então, aqueles que já vivem 
na propriedade, mas com uma produção convencional, devem passar por um período de vida em 
sistema orgânico para então serem considerados de tal forma, e isso vai variar de acordo com a 
espécie criada na propriedade. Clique nos títulos e confira o período de cada uma delas. 
Novas 
aquisições
Para o início da 
produção, reposição 
ou ampliação.
pg. 7Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Aves de corte e de postura
• Aves de corte
3/4 do período de vida, sendo que aves de corte não orgânicas podem entrar no 
sistema com 15 dias de vida.
• Aves de postura
75 dias, sendo que aves de postura não orgânicas podem entrar no sistema com 
35 dias de vida.
Bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, equídeos e suínos
• Bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos leiteiros
Tempo mínimo de 6 meses.
• Bovinos, bubalinos e equídeos para corte
2/3 do período de vida do animal, sendo esse período no mínimo de 12 meses.
• Ovinos, caprinos e suínos de corte 
3/4 do período de vida, sendo esse período no mínimo de 6 meses.
pg. 8Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Animais aquícolas
• Aquícolas em sistemas de viveiros de terra em áreas que não-orgânicas 
anteriormente
12 meses
• Aquícolas em sistemas de viveiros de terra, em áreas com produção 
anterior
Pelo menos um ciclo de produção
• Aquícolas em sistemas de estruturas novas, em áreas abertas e viveiros 
de terra nova 
Não é necessário período de conversão
Colmeias, enxames e outros animais
• Colmeias em produção, enxames capturados ou adquiridos de unidades 
de produção não orgânica
Mínimo de 120 dias
• Enxames capturados dentro de propriedades orgânicas
Mínimo de 30 dias
Quando for necessário repor e/ou adquirir novos enxames, somente até 10% do 
total adquirido pode ser proveniente, anualmente, de sistemas convencionais, 
sempre observando o período de conversão.
• Demais animais 
Mínimo de 3/4 do período de vida
pg. 9Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Muito bem, você acabou de conhecer como deve ser o 
processo de aquisição e conversão da criação dos animais, 
mas como deve ser feita a alimentação deles em um sistema 
orgânico? Ficou curioso? Então, siga com a leitura.
O conteúdo a seguir está disponível no AVA, na seção de 
vídeo Sistema orgânico em foco.
Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a 
página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado.
Sistema orgânico em foco
Animais de produção orgânica somente poderão se alimentar 
de produtos orgânicos, provenientes daquelas propriedades 
que possuam o manejo orgânico.
Em casos de escassez ou em condições especiais, como 
enchentes, seca extrema, queimadas ou incêndio criminoso, 
por exemplo, será permitido adotar a alimentação 
convencional proporcionalmente à ingestão diária 
dos animais. 
As normas regulatórias para 
alimentação dos animais
http://ead.senar.org.br/
pg. 10Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Para ruminantes, será de 15% de matéria seca; para não 
ruminantes, será de 20%.
Aditivos e auxiliares tecnológicos devem ser de fontes 
naturais, mas compostos nitrogenados não proteicos e 
nitrogênio sintético não podem ser usados como fontes 
alimentares.
A amamentação dos animaisdeve ser feita pela mãe ou por 
uma fêmea substituta. Na impossibilidade, será permitido o 
aleitamento artificial, desde que o leite seja da mesma espécie 
animal.
E como deve ser feito o aleitamento desses animais!?
• Bovinos, bubalinos e equinos: 90 dias;
• Ovinos e Caprinos: 45 dias;
• Suínos: 28 dias.
A portaria do MAPA, número 52 de 2021, em seu anexo 
III, contém todas as substâncias permitidas para uso na 
alimentação de animais em sistemas orgânicos.
Como, por exemplo, o melaço, os peixes, crustáceos e 
moluscos, pós e extratos de plantas, leite e produtos lácteos.
A disponibilidade de água sem contaminantes também 
é muito importante; ela deve estar distribuída de forma 
acessível a todos os animais.
pg. 11Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
No caso da alimentação dos peixes, as mesmas orientações 
serão seguidas, além do que é definido em legislação 
específica.
Os peixes não podem ser alimentados com restos de animais 
terrestres, organismos geneticamente modificados e nem 
dejetos de animais para alimentação direta.
O uso de excrementos animais, na adubação de tanques e 
viveiros, será permitido somente quando os excrementos 
forem compostados e bioestabilizados. O seu uso como 
adubação de cobertura é proibido!
Os produtos de sistemas de criação com o uso intensivo de 
alimentos e produtos veterinários, que são proibidos pela 
legislação de orgânicos, só serão permitidos quando não 
existir outra alternativa disponível na região.
E desde que os limites de contaminantes não ultrapassem os 
valores estabelecidos na legislação específica.
Em caso de imprevistos ou de escassez, os peixes poderão 
ser alimentados com produtos convencionais, mas é 
importante respeitar o limite de ingestão diária de 20% de 
matéria seca.
Importante lembrar: somente peixes alojados em instalações 
revestidas com material impermeável, com sistema de 
recirculação de água semifechado, podem se alimentar 
exclusivamente de ração.
pg. 12Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Interessante saber que até mesmo a alimentação dos 
animais deve seguir normas específicas, não é mesmo? 
Mas e o local onde eles vivem? Deve haver alguma regra 
também sobre isso? O próximo tópico trata exatamente 
sobre esse assunto, então, prossiga!
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
As normas regulatórias para 
as instalações dos animais
As instalações para os animais na produção orgânica devem atender todos os requisitos de bem-
estar animal, devendo dispor de temperatura, umidade e ventilação adequadas. O animal deve ser 
capaz de realizar seus movimentos naturais, não podendo ser privado de sua liberdade. 
Para garantir isso, a legislação estabelece a lotação máxima de animais por unidade de área, 
conforme você pode ver a seguir.
pg. 13Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Aves poedeiras:
Aves de corte: 30 kg por m²
7 galinhas por m²
Suínos adultos até 50 kg:
Suínos até 85 kg: 
Suínos até 110 kg:
galpão com 0,8 m² por animal
galpão com 1,1 m² por animal
galpão com 1,3 m² por animal
Leitões acima de 28 
dias e até 30kg: 
galpão com 0,6 m² 
por animal
Lotação animais por instalação
Bovinos e bubalinos de leite: Ovelhas e cabras:
Bovinos de corte: 
6 m²
0,5 m²
1,5 m²
por unidade 
animal
para animais 
jovens
por animal de 
reprodução
1,5 m² para cada
100 kg de peso vivo
pg. 14Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Para os demais animais, a OAC ou OCS deve estipular as 
densidades máximas em função das características, como 
tamanho, peso e hábitos. Deve ser observado o bem-estar e 
o comportamento natural das espécies, além da capacidade 
do pasto.
Fique por dentro de outros detalhes importantes para criação 
de animais em sistemas orgânicos:
OAC
Organismo de 
Avaliação da 
Conformidade
OCS
Organização de 
Controle Social
Fotos: Marcos Giesteira. Sistema CNA/Senar
Permanência em áreas 
externas 
Segundo a legislação, os animais devem ficar pelo 
menos 6 horas durante o período diurno em uma área 
externa com sol e com forragem disponível; a lotação 
máxima de animais por unidade de área externa é 
conforme as recomendações presentes na Portaria do 
MAPA nº 52/2021. 
A cerca elétrica é permitida desde que respeitadas as 
medidas de segurança do uso.
pg. 15Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Limpeza das instalações
Para a limpeza das instalações, é possível utilizar, além 
da água, alguns produtos, como o iodo, o álcool etílico, 
o ácido acético, sabões e detergentes biodegradáveis, 
como cal e hipoclorito de sódio. O anexo I da Portaria 
do MAPA nº52/2021 apresenta quais produtos são 
permitidos.
Confecções das camas
As camas devem ser feitas com material natural e livre 
de resíduos de substâncias não permitidas para uso na 
produção orgânica animal. É preciso ter cuidado para 
que não ocorra excesso de umidade nas instalações de 
armazenagem e manipulação de dejetos, incluindo as 
áreas de compostagem.
As normas regulatórias para as instalações de apiários são um pouco diferentes 
daquelas existentes nos sistemas convencionais. Eles devem ser instalados 
onde fique fácil o monitoramento e cuidados com as pessoas que irão manipulá-
los. Além disso, precisam estar com no mínimo 5 km de distância dos centros 
urbanos, estradas, zonas industriais, aterros e unidades de produção não agrícola. 
Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar
pg. 16Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Para a limpeza e controle de pragas dos enxames, devem ser usados 
cal virgem, hipoclorito de sódio, álcool e outros, que também podem ser 
consultados no anexo I da Portaria do MAPA nº52/2021. 
Sobre as instalações para peixes, o Roberto tem uma dica importante! 
Veja só!
Nas instalações para peixes, devem 
ser utilizados materiais de preferência 
naturais, reciclados ou livres de 
resíduos de substâncias químicas; é 
preciso colocar tanques de decantação, 
filtros biológicos ou mecânicos para a 
remoção dos resíduos e efluentes como 
os descritos na Instrução Normativa 
Interministerial nº 28/2011. 
 
O cuidado para que não ocorra a 
contaminação das águas subterrâneas 
e superficiais ao fazer a armazenagem 
e manipulação dos resíduos também 
deve ser tomado. Algumas substâncias, 
como o ozônio, ácido húmico, sulfato 
tribásico de cobre e outros podem ser 
usados para a limpeza das instalações 
e equipamentos, conforme consta 
no anexo II dessa mesma Instrução 
Normativa.
Instrução Normativa 
Interministerial nº 28/2011
Iniciativa conjunta do Ministério da Pesca e 
Aquicultura e do MAPA.
Fica a dica
pg. 17Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
As normas regulatórias para o 
manejo sanitário dos animais
A produção orgânica de animais prevê cuidados sanitários, assim como a produção convencional, 
mas nem todos os produtos e medicamentos usados na última são permitidas na primeira.
Na conversa que vem a seguir, entre o Roberto e o Vítor, 
eles falam sobre os produtos que podem ser utilizados para 
a prevenção e tratamento de enfermidades em animais, 
como os sabões e detergentes biodegradáveis, iodo e seus 
derivados, preparados homeopáticos, plantas medicinais, 
drogas vegetais e seus derivados, além de outros.
Este conteúdo está disponível no seu Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA), em formato de áudio.
Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a 
página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado.
http://ead.senar.org.br/
pg. 18Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Vítor: Oi, Roberto! Eu queria mesmo falar com você 
sobre isso. Ainda não tinha certeza, mas imaginei que os 
produtos devem ser um pouco diferentes dos da produção 
convencional mesmo.
Vítor: Mas, Roberto, e se eu tratar um animal com produtos 
permitidos para a produção orgânica e o tratamento não 
apresentar resultados, o que eu posso fazer?
Quem sabe, compartilha
Roberto: Olá, Vítor! Eu queria falar com você hoje sobre 
os produtosusados nos cuidados com os animais. Você 
sabia que todos esses produtos comerciais devem atender a 
legislação de produção orgânica e ser adequados aos usos 
nos animais?
Roberto: Pois é! Na produção orgânica, a legislação exige 
que o produtor registre todos os tratamentos realizados 
nos animais, constando data de aplicação, período de 
tratamento, identificação dos animais e dos produtos 
utilizados. Como em tudo na produção orgânica, é 
necessário seguir as recomendações da legislação sanitária 
do Brasil: fazer os exames e administrar as vacinas 
obrigatórias nos animais.
pg. 19Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Vítor: Existe mais alguma recomendação no caso de utilizar 
produtos não orgânicos?
Vítor: Mas esses são casos mais raros, não é? Onde é 
necessário utilizar medicamentos convencionais.
Roberto: Nesse caso, podem ser usados os produtos 
convencionais para evitar o sofrimento do animal. A 
certificadora deve ser comunicada, e o animal deve passar 
por um período de carência de duas vezes o período 
recomendado na bula do produto; em qualquer caso, o 
período deve ser no mínimo de noventa e seis horas após o 
uso dos medicamentos, para que ele possa ser considerado 
orgânico novamente.
Roberto: Existe sim: o animal deve ser isolado durante o 
tratamento, e seus produtos não podem ser vendidos como 
orgânicos durante esse período de isolamento.
pg. 20Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Vítor: E os medicamentos podem ser utilizados em 
qualquer caso?
Vítor: Ok, acho que entendi bem, Roberto! Muito obrigada 
pela ajuda!
Roberto: Certo, Vítor, qualquer dúvida sobre isso, entre 
em contato!
Roberto: Isso mesmo, Vítor! Essa não deve ser uma prática 
corriqueira, podendo os medicamentos convencionais ser 
usados no máximo duas vezes no período de doze meses. 
Caso necessite de mais tratamentos, o animal deverá ser 
retirado da certificação orgânica.
Roberto: Que bom que você perguntou isso, Vítor! 
Não podem ser usados medicamentos para estimular 
o crescimento ou produção, e nem medicamentos 
provenientes de organismos geneticamente modificados. 
Para tratamentos hormonais, podem-se utilizar apenas os 
permitidos na produção orgânica e para fins terapêuticos.
pg. 21Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Quanta informação importante, não é mesmo? E ainda, quanto ao manejo sanitário dos enxames 
de abelhas, é preciso sempre cuidar para que elas não apresentem doenças, mas, se houver, 
devem ser tratadas de preferência com fitoterápicos e homeopáticos. O Roberto tem uma dica 
bem importante sobre isso! Veja só!
Quando for usado um tratamento convencional nas abelhas, 
com substâncias químicas sintéticas, por exemplo, é preciso 
lembrar que não se pode comercializar esse mel como produto 
orgânico, já que é obrigatório o registro do produto utilizado, a 
data de sua aplicação, o período de tratamento e a identificação 
da colmeia em que o produto foi utilizado. Nesse caso, para 
recuperar o selo de orgânico, o apiário deve passar novamente 
por um período de conversão. Fique sempre atento!
Para a produção de peixes orgânicos, as substâncias 
permitidas constam no anexo I da Instrução Normativa 
Interministerial nº 28/2011. 
Quando necessário, cada lote de peixe pode fazer tratamento 
convencional somente uma vez por ciclo de produção. Quanto 
aos reprodutores, podem ser feitos somente três tratamentos 
durante toda sua vida, e eles não podem ser vendidos como 
orgânicos para consumo alimentar humano ou animal.
A sanidade desses animais é de extrema importância, assim, 
deve-se ter todo cuidado para que o sistema esteja em 
equilíbrio e não precise retirar animais da produção.
Foto Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
Fica a dica
pg. 22Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
As normas regulatórias 
para o bem-estar animal
A produção orgânica de animais prevê a promoção do bem-estar animal como um dos seus 
princípios. Então, os produtores devem garantir que o animal esteja:
Livre de fome, sede, 
desnutrição, dor, 
doenças e injúrias.
Confortável em suas 
instalações, sem 
medo e estresse.
Ser livre para 
expressar o seu 
comportamento 
natural.
Por isso, o produtor não deve forçar a alimentação, e deve estabelecer uma relação ética 
e racional com os animais para evitar o estresse; os ruminantes devem estar livres para o 
pastoreio, ter sombra e água para promover o conforto, entre outras atividades. 
Especificamente, visando ao bem-estar dos animais, a legislação dos orgânicos prevê alguns 
cuidados, como consta na Portaria do MAPA nº 52/2021. O Vítor está por dentro do que traz 
essa portaria, e relata alguns cuidados a seguir. Foto Tony Oliveira. Sistema CNA/Senar
pg. 23Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
É importante que você saiba que o corte de dentes, pontas 
de chifres, castração, mochamento e marcações somente 
devem ser feitas quando necessárias e na idade apropriada, 
para que não ocorra dor em excesso e o animal se recupere 
apropriadamente. Práticas como a debicagem das aves, muda 
forçada em aves de postura, o corte da cauda de suínos, 
inserção de anel no focinho e descorna de animais ferem 
totalmente o bem-estar animal, causando dor e, por isso, não 
são permitidas pela legislação de orgânicos.
Conheça outras particularidades trazidas na legislação de orgânicos de acordo com alguns 
grupos de animais:
Aplicando 
a técnica
Não devem estar feridos, 
enfermos, fracos ou extenuados. 
É proibido obrigar animais a 
trabalhos excessivos ou superiores 
às suas forças por meio de 
torturas ou castigos. Os cuidados 
vão da produção agrícola até 
as fases de transporte e abate, 
evitando que causem sofrimento 
desnecessários aos animais. 
Animais utilizados 
para o trabalho
É proibida a mutilação das 
abelhas, como o corte das asas. 
O manejo dos favos deve ser 
atencioso para que não haja 
colheita dos favos com ovos ou 
larvas. Além disso, não é permitido 
o uso de querosene e gasolina 
para gerar fumaça, pois isso pode 
causar estresse nos animais.
Bem-estar 
animal das abelhas
Deve-se dar preferência a animais 
adaptados às condições climáticas 
do local e ao manejo empregado. 
As instalações devem ser feitas e 
projetadas de forma a não gerar 
estresse nos animais. Além disso, 
nas fases de recria e engorda 
em sistemas intensivos não é 
permitida na produção orgânica.
Bem-estar 
animal dos peixes
pg. 24Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Suas conquistas!
Você concluiu a leitura desta primeira aula do módulo 3. Parabéns!
A aula seguinte traz algumas práticas na produção de alimentos para animais em sistemas orgânicos.
Lembre-se de que, no AVA, você deve responder uma pergunta para 
conquistar sua recompensa e, assim, desbloquear a aula seguinte. O 
desbloqueio das aulas irá lhe garantir o selo do módulo, e somente 
na tela de conclusão você poderá baixar o áudio contendo o resumo 
no canal de podcast do Um Giro no Agro. 
 
Ele é um excelente recurso para rever todos os temas do módulo 
quando quiser!
Siga em frente e boa leitura!
Fica a dica
Produção de 
alimentos para 
animais em 
sistemas orgânicos
Aula 2
pg. 26Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Na produção animal orgânica, existem alguns requisitos em 
relação ao alimento fornecido aos animais, seja in natura 
ou na forma de ração. Nesta segunda aula, você irá aprender 
um pouco sobre a produção de alimentos, ingredientes e 
processamento de rações orgânicas.
Para a produção de alimentos que serão fornecidos aos 
animais, em uma criação considerada totalmente orgânica, é 
necessário conhecer como é realizado o manejo do solo, os 
diferentes tipos de adubação, insumos e defensivos que são 
utilizados, ou seja, a produção de alimentos deve também ser 
orgânica. Então, vamos analisar alguns pontos importantes 
sobre a qualidade do manejo?
O manejo de solos é algo 
primordial para qualquer 
atividade agrícola, e não é 
diferentepara a produção 
orgânica. Nesse caso, 
alguns cuidados extras 
são requeridos, os quais 
são abordados na 
Lei dos orgânicos.
A qualidade no manejo do solo na 
produção orgânica de animais
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
Lei dos 
orgânicos
Lei nº 10.831/2003
pg. 27Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Já falamos sobre esse assunto nos módulos anteriores, 
quando tratamos sobre a produção orgânica vegetal. Para 
a produção animal, os princípios de manejo são os mesmos: 
garantir a biodiversidade dos solos, a manutenção da ciclagem 
de nutrientes, e estimular o seu uso de forma sustentável. 
Em relação à produção animal, é preciso levar em conta que o solo é o meio de desenvolvimento 
da maior parte dos alimentos, mas também suporta o pastoreio dos animais criados de forma 
orgânica. Por isso, é necessário se atentar para as normas de lotação máxima nos locais de 
criação, evitando sobrecarga dos solos e sua contaminação com os dejetos.
Além disso, os solos devem possuir boa qualidade química e física, pois essas características 
têm grande influência no crescimento das pastagens e cereais, que formam os principais grupos 
de alimentos dos animais.
A adubação e defensivos utilizados 
na produção de alimentos orgânicos 
para os animais
Você se lembra de como promover a adubação nos solos de forma orgânica? Vamos relembrar alguns dos conceitos que 
abordamos nos módulos anteriores, e lembrar que a adubação orgânica é a principal fonte de nutrientes para os solos no manejo 
orgânico. Vamos lá?
pg. 28Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Para promover o aumento da matéria orgânica, é possível 
utilizar, por exemplo, folhas secas, gramas e esterco animal. 
Recomenda-se sempre usar a adubação orgânica para 
que você tenha uma boa resposta na produção, pois as 
propriedades físicas, químicas e biológicas do solo 
melhoram com seu uso, impactando positivamente na 
produção dos alimentos.
Reveja alguns pontos sobre o manejo da produção que 
serve de alimento para os animais orgânicos:
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
Aplicação de adubo orgânico
Aplicando adubo orgânico adequadamente, é possível manter a fertilidade do solo e 
proporcionar uma boa nutrição às plantas. O adubo orgânico pode ser usado sozinho 
ou também consorciado com fertilizantes minerais naturais, como o pó de rocha. Para o 
incremento de matéria orgânica, podem ser utilizados, por exemplo, os estercos provenientes 
da produção animal, adubação verde, biofertilizantes, compostos e vermicompostos.
Uso de fertilizantes
Segundo o anexo V da Portaria do MAPA nº 52 de 2021, existem os fertilizantes, corretivos e 
substratos que podem ser usados na produção orgânica, tendo como exemplo algumas algas 
marinhas, biofertilizantes obtidos de componentes de origem vegetal, compostos orgânicos, 
vermicomposto e substratos de plantas, os quais devem ser livres de contaminantes e 
substâncias tóxicas. Mas atenção, pois é necessário que a certificadora autorize o seu uso.
pg. 29Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Controle de daninhas e pragas
Para o controle de plantas daninhas e problemas fitossanitários, como pragas e doenças, é 
possível utilizar uma série de insumos, desde que não sejam resultantes de síntese química. 
Consulte a legislação para conhecer os insumos que são permitidos!
A produção de alimentos 
para ração animal
O conteúdo a seguir está disponível no Ambiente Virtual de 
Aprendizagem em um vídeo, na seção Sistema orgânico em foco. 
Você sabia que as rações oferecidas para animais orgânicos 
devem seguir as orientações da legislação de orgânicos? E 
que, além disso, os alimentos de origem vegetal devem ser 
provenientes da própria propriedade orgânica ou de outras, 
desde que, também, tenham esse tipo de manejo?
Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a 
página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado.
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pg. 30Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Sistema orgânico em foco
Ração orgânica para animais! Será que tem muita diferença 
para uma ração não orgânica?!
Existem alguns requisitos para a produção de ração orgânica, 
e isso leva o próprio produtor a fabricá-la.
Hoje em dia, o mercado ainda não consegue atender a 
demanda da produção orgânica animal. 
Assim, muitos insumos não são encontrados ou possuem um 
preço alto.
A ração animal orgânica deve seguir as orientações da 
legislação, assim, devem ser utilizados produtos de origem 
vegetal orgânica, sem toxinas, hormônios, aditivos e 
estimulantes sintéticos.
Esses alimentos de origem vegetal devem vir da sua própria 
propriedade, ou de outras propriedades que sigam o manejo 
orgânico.
A prática de processamento das rações permite a melhoria 
da qualidade do alimento, aumentando a digestibilidade dos 
nutrientes, e melhorando o aproveitamento dos ingredientes 
oferecidos aos animais.
Antes de implantar a lavoura para produzir grãos e pastagens 
para os animais, é importante observar as recomendações da 
produção orgânica vegetal.
pg. 31Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Além disso, para que as rações orgânicas tenham um 
desempenho esperado, é importante que a dieta seja 
corretamente balanceada.
É importante seguir as recomendações técnicas para atender 
as exigências nutricionais e, dependendo da espécie e 
categoria animal, usar animais adaptados, ou seja, animais 
que respondem ao manejo oferecido.
É importante lembrar o período de conversão, que deve ser 
respeitado seguindo o estabelecido na legislação vigente.
Geralmente, o período de conversão indicado para manejo 
orgânico na produção vegetal de culturas anuais é de doze 
meses, enquanto para culturas perenes será de dezoito meses.
Assim, propriedades que passam do sistema de produção 
convencional para o sistema de produção orgânica devem 
manter um período de conversão com manejo orgânico ou 
sem nenhuma produção vegetal de pastagens perenes.
Dessa forma, o próximo ciclo será considerado orgânico.
Aqui cabe um ponto de atenção! Caso a propriedade não 
seja toda certificada, lembre-se de que é preciso cuidar 
com a demarcação das áreas orgânicas e convencionais, a 
distância entre essas áreas, a direção dos ventos e a posição 
topográfica.
Aplicando 
a técnica
Muito bem, depois de conhecer sobre a produção de rações em sistemas orgânicos, veja o que 
o Vítor destaca.
pg. 32Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Existem alguns nutrientes que são importantes para o bom desenvolvimento dos animais e 
que estão presentes em determinados vegetais, ou até mesmo em outros grupos de animais, 
portanto, a produção de alimentos deve se atentar a alguns detalhes que você conhecerá 
seguindo com a leitura.
Produção de alimentos proteicos 
Para a alimentação dos animais, as proteínas são um dos grupos mais importantes de 
nutrientes. Isso porque elas são responsáveis pela formação dos órgãos e tecidos dos animais. 
Elas podem ser provenientes de fontes animais ou vegetais, sendo que os vegetais são os 
mais significativos. 
Plantas da família Fabaceae, conhecidas como leguminosas, 
fazem parte do grupo mais significativo de fonte proteica 
para animais. 
Os concentrados proteicos são aqueles alimentos ricos em proteínas e que contêm:
Mais de 20% de proteína 
bruta na matéria seca.
E menos de 18% de fibra 
bruta na matéria seca. 
pg. 33Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Como exemplo de fonte proteica, podemos citar 
o farelo de soja, farelo de girassol e farelo de 
algodão que devem ser de origem orgânica.
A soja, importante componente proteico, é usada em 
quase todas as rações animais, principalmente em farelo 
de soja, que é o seu principal subproduto e muito usado na 
alimentação de animais não-ruminantes.
Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
OGMs
Organismos 
Geneticamente 
Modificados
Produção de alimentos energéticos
Muito bem, você acaboude estudar sobre os alimentos de fonte proteica, mas apesar de serem 
os mais importantes, eles não são os únicos essenciais para o desenvolvimento dos animais. 
Mas lembre-se! Além da 
obrigatoriedade da soja 
ser produzida de forma 
orgânica, ela não pode ser 
transgênica, pois OGMs 
não são permitidos na 
produção orgânica.
Além disso, você não pode usar, no sistema orgânico, 
compostos nitrogenados não-proteicos e nitrogênio sintético, 
como a ureia.
pg. 34Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
O conteúdo a seguir irá te apresentar os alimentos de fonte 
energética. Este conteúdo está disponível no AVA, na seção 
de vídeo Sistema orgânico em foco.
Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a 
página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado.
Sistema orgânico em foco
Concentrados energéticos são alimentos ricos em energia. 
Possuem menos de 20% de proteína bruta e menos de 18% 
de fibra bruta na matéria seca.
O componente energético mais conhecido é o milho, obtido a 
partir da produção orgânica e não transgênica. Podem ainda 
ser usados o sorgo, o milheto, a aveia e o farelo de arroz, 
desde que sejam orgânicos.
O milho possui um alto valor energético, sendo usado na 
alimentação de todas as espécies animais.
Na produção orgânica, você pode fazer o cultivo orgânico 
usando cultivares tradicionais ou crioulas, pois são 
geralmente mais resistentes e adaptadas às condições 
climáticas e insumos orgânicos.
Caso não as possua, procure cultivares melhoradas, mas 
nunca transgênicas. As cultivares escolhidas devem ter 
procedência dos sistemas orgânicos.
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pg. 35Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
O milho pode ser oferecido aos animais em grãos ou moído. 
Para a ração, recomenda-se moer e separar em peneiras de 2 
milímetros, e depois adicionar os outros produtos.
É importante armazenar essa ração em local arejado, seco 
e limpo, para evitar o ataque de pragas, como roedores, 
pássaros e fungos. E, para promover o bem-estar dos animais, 
é necessário usar matéria-prima de boa qualidade e bem 
equilibrada.
Além desses, também é possível usar os lipídeos como fontes 
energéticas alimentares, que são as gorduras e óleos.
São pouco solúveis em água, mas são solúveis em solventes 
orgânicos. 
Fornecem energia e podem fornecer uma série de ácidos 
graxos essenciais importantes para algumas espécies 
animais.
Alguns exemplos de fontes lipídicas para as formulações de 
ração são sebos e óleos obtidos de alguns cereais, como soja, 
milho e canola. 
São usados em pequenas quantidades, mas melhoram 
a palatabilidade das rações, a absorção das vitaminas 
lipossolúveis, e ainda podem melhorar a sua consistência.
Por fim, fica a dica! Rações produzidas em sistemas 
orgânicos possuem um tempo de vida menor que as rações 
comerciais. Assim, devem ser consumidas no máximo em 
até 60 dias.
pg. 36Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Produção de alimentos volumosos
Os alimentos volumosos são aqueles que apresentam:
Baixo teor energético Altos teores de fibra 
ou de água
Normalmente, são os de menores custos e mais fáceis de serem produzidos na forma orgânica. 
Eles podem ser divididos em volumosos úmidos e secos. Clique nos títulos e acompanhe 
os exemplos.
• Pastagens nativa e cultivadas.
• Silagem de milho, sorgo, cana e capim.
• Capineiras de capim elefante e cana.
Volumosos 
úmidos
• Palha de milho, arroz, soja.
• Feno de alfafa, tifton.
• Os especiais, que pode ser a casquinha de soja e a 
casca de algodão.
Volumosos 
secos
pg. 37Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Lembre-se de que eles devem ser plantados e manejados em um sistema orgânico para que 
você possa usar na alimentação dos seus animais. A quantidade administrada para cada animal 
varia conforme a espécie, idade e raça.
As forragens, como as gramíneas, as leguminosas e as pastagens, contribuem para fornecer a 
quantidade necessária de alimentos volumosos para os animais, especialmente os ruminantes. 
Mas veja a dica do Roberto sobre isso!
As pastagens têm o benefício de não dependerem da 
realização do processamento, pois os animais se alimentam 
delas diretamente. Já as forragens, em sua maioria, devem ser 
processadas, envolvem operações como a colheita, a moagem 
e o armazenamento, podendo ser utilizadas in natura ou 
conservadas na forma de silagem, pré-secado ou feno.
Misturas para formulações de ração 
para alimentação dos animais
Como visto, as rações devem possuir uma quantidade de fontes volumosas, que são 
basicamente as fibras. Os concentrados devem ser em porção maior e são os componentes 
proteicos e energéticos. 
Fica a dica
pg. 38Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
A necessidade nutricional varia conforme a espécie, a raça 
e a fase do desenvolvimento do animal, portanto, o alimento 
fornecido deve estar balanceado com as quantidades corretas 
para que ele possa se desenvolver.
Além disso, é possível criar formulações para a manutenção 
ou para aumentar a produção animal em geral. Por isso, é 
necessária uma avaliação técnica para verificar as exigências 
dos animais e sua capacidade de produção. 
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
Lembre-se sempre de verificar quais produtos podem 
ser usados na produção orgânica, e de conversar com 
as OCSs e OACs para ajudar em relação à formulação 
específica para o animal que se produz. 
Algumas vezes, é necessário incrementar a mistura com vitaminas para criar uma ração 
balanceada ao animal. Esses materiais, que não são considerados matéria-prima, possuem uma 
importante função nutricional. No sistema orgânico, não são todos os suplementos que podem 
ser usados, então atenção em relação às substâncias permitidas.
pg. 39Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Suas conquistas!
Você concluiu a leitura desta aula. Parabéns! Note que você está mais próximo de concluir o módulo.
Siga com a leitura da aula 3!
Lembre-se de que, no AVA, você deve responder uma pergunta para 
conquistar sua recompensa e, assim, desbloquear a aula seguinte. O 
desbloqueio das aulas irá lhe garantir o selo do módulo, e somente 
na tela de conclusão você poderá baixar o áudio contendo o resumo 
no canal de podcast do Um Giro no Agro. 
 
Ele é um excelente recurso para rever todos os temas do módulo 
quando quiser!
Boa leitura!
Fica a dica
A criação dos 
animais de 
acordo com 
suas espécies
Aula 3
Foto: Tony Oliveira e Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar.
pg. 41Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Nesta aula, abordaremos os aspectos gerais da produção dos principais animais nos sistemas 
orgânicos, a partir das necessidades e características de cada um dos grupos:
Aves Bovinos Suínos Caprinos
Ovinos Peixes Abelhas
Fotos: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
pg. 42Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Aspectos gerais sobre a 
criação das aves poedeiras 
e de corte
A criação de aves poedeiras e de corte no sistema 
orgânico deve ser localizada no mínimo a 3 km de aviários 
de reprodução, e a 5 km de linhas puras: bisavós, avós 
e incubatórios. 
Pode ser usada uma estrutura de aviário fixo ou móvel, 
que tenha uma área de contato social onde as aves 
possam interagir entre si, que possam se movimentar e 
descansar, além de serem capazes de expressar as suas 
características naturais.
Acompanhe mais detalhes sobre a produção de aves. As 
informações podem ser vistas a seguir, ou no AVA, na seção de 
vídeo Sistema orgânico em foco.
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pg. 43Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Sistema orgânico em foco
A mobilidade dos galinheiros móveis permite a adubação em 
áreas específicas, utilizando o excremento das aves.
Com eles, é possível criar aves poedeiras, colocando ninhos;mas também é possível criar aves de corte.
Em galinheiros fixos, é possível usar alguns materiais 
disponíveis na propriedade ou adaptar estruturas antigas.
Quando esses animais ficam em piquetes ou pastos, é 
recomendado realizar um plantio de cobertura, com um 
gramado enriquecido para proteger o solo da erosão, do 
pisoteio e para a alimentação desses animais.
Os materiais utilizados para construir a cama das instalações 
devem ser de madeiras sem tratamento químico, como a 
maravalha, o cepilho e o sabugo de milho picado.
É importante ter cuidado com o excesso de umidade nesse 
local, pois pode ser prejudicial para as aves.
As vacinas devem ser feitas conforme o que a legislação 
prevê, e o controle de enfermidades deve ser feito sempre 
com o uso de homeopatia e fitoterapia. Caso seja necessário 
utilizar medicamentos convencionais, é importante que sejam 
utilizados no máximo duas vezes no mesmo ciclo.
Para a produção de ovos orgânicos, é necessário que se 
tenham raças de galinhas adaptadas ao sistema orgânico. 
Por isso, é necessário animais mais rústicos, que sejam 
menos exigentes em relação à alimentação.
pg. 44Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Nessas condições, essas aves podem 
produzir uma quantidade menor de ovos 
em relação às criações convencionais, 
com uma produção média de 60 a 75 
ovos por ano.
Fica a dica
É recomendável ter um macho para cada 10 galinhas.
E o abate dos frangos deve ser após os 81 dias de idade.
Aspectos gerais sobre 
a criação de suínos
Um dos sistemas de produção orgânica de suínos usado com 
muita frequência é a criação ao ar livre. 
Esses espaços abertos permitem que os animais expressem 
os seus comportamentos naturais de fuçar, de rolar na 
lama, repousar em palha seca, caminhar e ter acesso ao sol, 
permitindo assim o reforço da sua musculatura. 
pg. 45Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Em sistema de produção ao ar livre, os animais vivem em 
piquetes feitos com cercas ou telas elétricas com corrente 
alternada. É possível criar cabanas móveis dentro dos piquetes 
para que os animais possam se abrigar. Os piquetes podem 
oferecer diversas vantagens. Para utilizá-los da melhor forma, 
você deve observar outros fatores. Acompanhe!
Telas elétricas com corrente 
alternada
Sempre com baixa voltagem, apenas para promover um 
desconforto, nunca sofrimento do animal.
Cobertura vegetal
Os piquetes devem possuir uma cobertura vegetal, que sirva 
também para alimentação.
Tempo de permanência
O tempo de permanência dos suínos nesses piquetes é até 
eles chegarem aos 25-30 quilos de peso vivo.
Momento da venda dos suínos
Vivem nesses piquetes nas fases de creche, maternidade e 
reprodução; são vendidos para outros locais somente na fase 
de terminação, caso o proprietário não a faça.
pg. 46Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Os animais usados na produção orgânica, ao ar livre, são de raças nativas que não exigem muito 
em relação à alimentação e ao manejo sanitário como os animais de alto rendimento. 
Sendo assim, a criação de suínos ao ar livre 
é uma boa alternativa, não somente para os 
animais, mas também para os produtores, pois 
se torna mais rentável, não sendo necessários 
investimentos com grandes estruturas. 
Entretanto, eles também podem ser criados em instalações, desde que haja ambientes abertos 
onde eles possam passar algum tempo durante o dia, respeitando-se a capacidade máxima de 
animais por área. 
Independentemente das instalações utilizadas, a produção 
de suíno orgânico deve atender as especificidades da 
alimentação, sendo que 40% dos alimentos orgânicos deve 
ser produzido na propriedade. Caso haja necessidade de 
produzir as rações, elas não devem ter aditivos químicos, 
mas podem ser complementadas com soro de leite, farelo de 
arroz integral, mandioca integral, sabugo de milho, abóbora, 
batata-doce, cama de frango, raspas de mandioca, sorgo de 
baixo tanino e outros. 
Esses alimentos devem ser sempre livres de organismos geneticamente modificados e 
radiações ionizantes.
Aplicando 
a técnica
pg. 47Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Já em relação ao controle de doenças, veja a seguir a possibilidade de tratamentos:
Homeopatias e fitoterápicos 
Podem ser usados homeopatias e fitoterápicos como 
tratamentos preventivos de doenças.
Medicamentos convencionais
Os medicamentos convencionais somente podem ser 
usados com prescrição veterinária e autorizados pela 
certificadora.
pg. 48Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
A criação de bovinos leiteiros orgânicos é muito mais 
comum do que a de bovinos para corte. Começaremos 
falando para você sobre a produção de bovinos leiteiros, 
que têm como principal produto o leite orgânico. 
Para conhecer mais detalhes sobre esse assunto, 
veja a seção a seguir, ou no AVA, em um vídeo muito 
interessante.
Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a 
página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado.
A produção de suínos ainda tem alguns desafios, como a geração e o tratamento de resíduos. 
Por essa razão, não existe produção de suínos orgânicos em grande escala no Brasil. A maior 
parte dessa criação é realizada por agricultores familiares. 
Por isso, os estercos são utilizados no local, preparados em composteiras e reutilizados como 
adubação orgânica. Tratamentos semelhantes são também realizados pelos estercos de aves e 
de bovinos em sistemas orgânicos. 
Aspectos gerais sobre a 
criação de bovinos leiteiros 
e de corte
http://ead.senar.org.br/
pg. 49Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Sistema orgânico em foco
Quando o assunto é bovinocultura de leite orgânica, 
são proibidos o uso de medicamentos como: antibióticos, 
hormônios, estimulantes de apetites, ureia, aditivos na 
alimentação e promotores de crescimento.
O manejo sanitário deve ser feito usando todas as vacinas e 
exames estabelecidos pela lei sanitária. 
O controle de ectoparasitas e endoparasitas deve ser sem a 
utilização de medicamentos químicos, sendo recomendados 
a homeopatia, os fitoterápicos e o controle biológico como 
forma de prevenção.
Em uma criação orgânica, é recomendado o uso de animais 
mestiços com zebuínos leiteiros e seus cruzamentos, 
resultando em um animal mais rústico e com menores 
exigências nutricionais e ambientais.
Para a reprodução, é permitida a monta natural! Já a 
inseminação artificial não pode ser utilizada com técnicas 
como a transferência de embriões, fertilização in vitro, 
sincronização de cio e técnicas que utilizem a indução 
hormonal artificial.
Para que o leite seja considerado orgânico e receba o selo 
da SisOrg, é preciso que seja produzido, armazenado e 
processado sob os requisitos legais da produção orgânica.
pg. 50Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Portanto, os cuidados com a criação dos bovinos devem 
se estender até a retirada do leite, no armazenamento, 
transporte, beneficiamento e processamento, especialmente 
para que não haja contaminação e mistura com o leite 
convencional.
É recomendado que toda a cadeia seja somente para o 
produto orgânico! Ou, então, as instalações devem ser 
separadas!
Para o produtor familiar, é necessário que ele conheça as 
necessidades dos consumidores para que lhes seja oferecido 
um produto que possa ser adquirido com máxima brevidade, já 
que o leite e seus produtos são artigos perecíveis. Os produtos 
certificados possuem um preço maior de venda e, por isso, 
podem ser uma boa fonte de ingressos para os produtores.
Na bovinocultura de corte, o chamado boi orgânico tem 
ganhado destaque, sendo necessário escolher, para iniciar a 
sua criação, um animal que seja adaptado ao clima local, nunca 
o submeter a uma temperatura que não considere o conforto 
térmico da sua raça. 
Por isso, é possível manter 20% de animais convencionais 
no rebanho com o objetivo de conseguir o melhoramento 
genético dos animais da propriedade. Cliquenas setas a seguir 
para entender o que é necessário para que o animal seja 
considerado um boi orgânico:
Foto: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar
pg. 51Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
No Brasil
No Brasil, deve fazer parte de um sistema orgânico pelo 
menos 2/3 do período de sua vida, sendo esse período de 
pelo menos 12 meses.
Na europa
Na Europa, esse animal deve nascer em um 
sistema orgânico.
Por isso, observe qual é o mercado consumidor que você deseja atingir com seu produto, pois, se 
for o mercado externo, a produção deve estar adequada aos requisitos legais internacionais.
pg. 52Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Alguns alimentos permitidos para os bovinos manejados em sistemas 
orgânicos são a silagem, feno, palhas, tubérculos, cereais, leguminosas, 
algas, melaço, soro de laticínios, sal marinho e outros.
Alimentos não permitidos no sistema orgânico são aqueles 
com defensivos químicos, resíduos de solventes ou organismos 
geneticamente modificados, rações com resíduos animais, antibióticos, 
ureia, promotores de crescimento, conservantes e corantes artificiais, 
bem como vitaminas e suplementos de fontes sintéticas.
Em relação ao manejo desses animais, é permitida a castração e a 
descorna, mas com o emprego de métodos que atendam a todos os 
requisitos de bem-estar animal. 
É preciso atentar para a quantidade máxima de animais a serem 
mantidos em um determinado espaço, mesmo se o sistema for de 
rotação de pastagem. Além disso, o local de pastagens deve ter alguns 
requisitos muito importantes. Clique nas setas para visualizá-los:
Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar
Descorna
Prática que objetiva eliminar os chifres do animal, 
extraindo-os ou não permitindo seu crescimento.
Sombra Água acessível e de boa qualidade
Proteção contra 
ventos fortes
pg. 53Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Lembre-se de que, na produção orgânica, é sempre necessário que você conheça a história do 
local onde será instalado o empreendimento, para atender os requisitos básicos que a legislação 
de produtos orgânicos exige.
O manejo sanitário segue as mesmas diretrizes indicadas para os bovinos de leite: o animal que 
for tratado com medicamentos convencionais deve ser isolado do restante do grupo e atender ao 
período de carência recomendado.
O sistema silvipastoril e o Pastoreio Racional Voisin (PRV) são 
métodos muito usados nas bovinoculturas de leite e de corte 
sob o manejo orgânico. 
 
O PRV é um sistema de manejo das pastagens que se baseia 
na intervenção humana permanente, em todos os processos, a 
começar pelo cuidado com a conservação do solo. É baseado 
no piqueteamento das áreas de pastos, onde são oferecidos 
uma forragem de boa qualidade em relação à estação que se 
encontra, água e sombra.
É feita a rotação desses animais nos piquetes para que eles sempre tenham uma alimentação de 
boa qualidade. É um sistema que traz muitos benefícios, além de conseguir atender às demandas 
exigidas pela produção orgânica.
Quanto ao transporte, devemos levar em consideração também o bem-estar animal, 
proporcionando a esses animais um transporte que tenha uma boa ventilação, sem estresse, e 
que não seja escorregadio, evitando assim fraturas.
Esses animais costumam ser calmos, então o manejo deles é muito fácil, lembrando que o 
estresse pode ser prejudicial na hora do abate. Veja a dica do Roberto!
Aplicando 
a técnica
pg. 54Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Recomenda-se que o frigorífico não seja muito longe da 
propriedade, devendo ser credenciado pelas certificadoras 
de orgânicos. Para o abate, deve ser feita a insensibilização 
corretamente, evitando, assim, o sofrimento do animal.
Além de todos os cuidados que devem ser seguidos conforme a legislação de orgânicos, é 
preciso também atentar para os cuidados sanitários, que orientam qualquer produção animal 
no Brasil. Todo e qualquer medicamento ou procedimento que necessite ser alterado na forma 
de produção deve estar descrito no Plano de manejo orgânico da propriedade, e deve ser 
autorizado pela certificadora.
Aspectos gerais sobre a criação 
de caprinos e ovinos
O semiárido nordestino brasileiro possui experiências exitosas quanto à produção de caprinos, 
que juntamente com os ovinos são chamados de pequenos ruminantes. 
Os caprinos são produzidos, 
em sua maior parte, no 
território nordestino.
Os ovinos são mais produzidos e melhor 
adaptados aos territórios do sul do Brasil, 
devido às condições climáticas.
Fica a dica
pg. 55Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
A criação de caprinos no Brasil é feita, principalmente, por agricultores familiares, sendo obtidos 
produtos como a carne, o leite e seus subprodutos, enquanto a produção de ovinos orgânicos é, 
em sua maioria, para a obtenção de carnes. A produção pode ser realizada de forma semelhante 
à produção de bovinos de corte, em pleno pasto, em piquetes e semiconfinados. 
A recomendação de alimentação precisa seguir as normas da 
legislação, e deve ser adaptada às necessidades de cada raça 
e aos ingredientes disponíveis no local. É recomendado sempre 
utilizar raças mais rústicas, pois estas são, em geral, mais 
adaptadas às condições locais.
Para a produção de caprinos no semiárido brasileiro, é recomendada a utilização da vegetação 
nativa, da caatinga, sempre que possível, e que esteja em adequação às normas ambientais 
brasileiras. Veja, a seguir, três técnicas para a alimentação animal que podem ser utilizadas 
nessas ocasiões:
Fica a dica
pg. 56Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Raleamento
É o controle seletivo de árvores e arbustos para 
a produção de vegetação herbácea. Você deve 
fazer a retirada de plantas, porém, mantendo 
as que têm valores forrageiros, sistema 
radicular profundo, valor madeireiro, e devem-
se controlar os arbustos pioneiros e tóxicos.
Rebaixamento
Consiste no corte de espécies 
lenhosas para induzir a rebrotação 
das forragens, na altura que os 
animais possam consumir suas folhas 
e ramos durante a estação seca.
Enriquecimento 
de áreas raleadas 
com espécies vegetais 
introduzidas
Introdução de outras espécies nas áreas, 
devendo ser introduzidas no período chuvoso. 
Recomenda-se que o enriquecimento seja feito 
ao estrato herbáceo ou lenhoso, devendo-se 
utilizar espécies perenes.
pg. 57Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Em relação ao manejo sanitário, é necessário aplicar as vacinas exigidas pela lei sanitária, e para o 
tratamento de doenças recomenda-se o uso de homeopatia, fitoterapia e acupuntura. 
Lembre-se sempre que devemos fazer um manejo preventivo 
para evitar o tratamento terapêutico, aquele que é feito quando já 
existe a doença. 
Recomenda-se evitar a ocupação superior à de 5- 7 dias, e fazer o descanso da área de pelo menos 
30 dias, pois é uma alternativa que ajuda a diminuir os índices de ectoparasitas e endoparasitas.
Aspectos gerais sobre a 
criação de peixes
A produção de peixes orgânicos envolve uma série de 
detalhes que precisam ser observados. A seguir, acompanhe 
uma conversa esclarecedora entre Vítor e Roberto sobre 
esse assunto. Não deixe de conferir o áudio no AVA, na 
seção Quem sabe, compartilha! 
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Fica a dica
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pg. 58Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Roberto: Olá, Vítor! Posso sim, claro! Na produção de 
peixes orgânicos, assim como todas as outras formas de 
produção orgânica animal, todos os insumos e os animais, 
na forma de alevinos, pós-larvas e reprodutores, devem ser 
de procedência de sistemas orgânicos.
Roberto: Se possível, o que se recomenda é trabalhar com 
produção de peixes nativos, porque são raças mais rústicas 
e adaptadas às condições locais.
Quem sabe, compartilha
Vítor: Oi, Roberto! Você sabe que eu produzo galinhas aquina minha propriedade, não é? Mas eu estava pensando em 
ampliar a produção para outros animais. Li sobre produção 
orgânica de peixes, mas confesso que não sabia que era 
possível. Você pode me explicar um pouco sobre isso?
Vítor: E eu posso produzir qualquer peixe?
pg. 59Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Roberto: Consegue sim! O tempo de conversão de manejo 
convencional para o orgânico deve ser de até doze meses, 
para sistemas de viveiros de terra, e de um ciclo de 
produção em sistemas que já tinham produções anteriores 
de forma diversa do sistema orgânico.
Roberto: Isso mesmo, Vítor! E você sabia que, para inserir 
um reprodutor no plantel, se não for oriundo de produção 
orgânica, ele deve permanecer na propriedade por três 
meses antes de ser introduzido como reprodutor? Mas é 
preciso ter muita atenção, porque esses peixes, quando 
descartados dos plantéis de reprodutores, não poderão 
ser vendidos como orgânicos, mesmo que sejam de 
propriedades orgânicas.
Vítor: E quem já produz peixe de forma convencional, 
consegue mudar para produção orgânica?
Vítor: Então, em sistemas que nunca foram utilizados, não é 
necessário o período de conversão?
pg. 60Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Roberto: Ela deve ser natural, sem recorrer a métodos 
artificiais. Se não for possível ser natural, a certificadora 
pode autorizar um outro método adequado.
Roberto: Existem sim! Não são permitidos animais obtidos 
através de gimnogênese, populações artificialmente 
esterilizadas, cultivos de poliplóides, organismos 
geneticamente modificados e organismos sexualmente 
revestidos.
Vítor: E como deve ser a reprodução dos animais?
Vítor: Além disso, existem outras regras para a produção 
orgânica de peixes?
pg. 61Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Roberto: Na verdade, podem ser introduzidos na 
alimentação produtos que não sejam orgânicos, desde 
que noventa por cento da biomassa cultivada seja obtida a 
partir da produção orgânica.
Roberto: Imagina, Vítor! Qualquer dúvida, pode 
contar comigo!
Vítor: Ok, entendi! E a alimentação desses animais, deve ser 
orgânica também, não é?
Vítor: Então, muito obrigada pela ajuda, Roberto! Vou 
pensar se começarei a produzir peixes aqui na propriedade.
pg. 62Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Apicultura e meliponicultura 
orgânica
A apicultura e a meliponicultora são atividades que podem ser 
desenvolvidas em todas as regiões do país. 
A apicultura é a produção de abelhas com ferrão, e a 
meliponicultura, de abelhas sem ferrão. Algumas espécies 
são conhecidas por nomes diversos, dependendo da região do 
país. Há diversas espécies de abelhas sem ferrão nativas do 
Brasil, e essa atividade é facilmente realizada sob o sistema 
orgânico. Com a criação de abelhas, é possível obter cera, mel, 
geleia real, própolis e pólen.
Abelha europeia (Apis 
melífera), com ferrão.
Jataí-amarela (Tetragonisca 
angustula), sem ferrão.
Para os produtos serem reconhecidos como orgânicos, é necessário que a criação esteja sob 
manejo orgânico por no mínimo 120 dias. Sendo assim, a cera para a fabricação de novas folhas 
deve ser proveniente de unidades orgânicas de produção ou dos próprios opérculos. 
Não devem ser reutilizadas ceras e favos que não sejam 
orgânicos. Em casos especiais, você deve consultar a OAC 
e a OCS para a autorização de ceras que não tenham 
procedência orgânica, mas elas não devem ter sido formadas 
com produtos proibidos para a apicultura orgânica.
Aplicando 
a técnica
pg. 63Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
A localização de apiários orgânicos deve ser em um local com presença de néctar e pólen em um 
raio de no mínimo 3 km; a área deve possuir culturas com manejo orgânico, vegetação nativa ou 
espontânea, e outras culturas em que só sejam aplicados produtos permitidos. 
Caso não encontre essas condições, você 
pode aumentar o raio para 5 km.
Ademais, a alimentação artificial somente pode ser usada após a última colheita, que deve 
ocorrer até 15 dias antes do início do próximo ciclo de produção, e sempre é necessária a 
aprovação da certificadora. Nesses casos, devem ser registradas:
• a quantidade de produto utilizado;
• a data em que o produtor usou a alimentação artificial e
• os enxames que foram alimentados.
No final da época de produção de mel, deve-se deixar uma 
reserva suficiente para que elas sobrevivam até o início 
do próximo ciclo de produção. Caso ocorram dificuldades 
para a alimentação desses animais, você pode usar uma 
alimentação artificial com mel, açúcar e plantas orgânicas da 
unidade de produção.
A colheita de mel nos favos que contenham ovos ou larvas 
de abelhas e a destruição das abelhas nos favos como 
método associado à colheita dos produtos da apicultura são 
proibidos na produção orgânica.
pg. 64Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Existem algumas opções. Você pode substituir a rainha. Pode ocorrer a supressão dos machos 
quando a colmeia for atacada pelo ácaro Varroa jacobsoni. E não é permitido usar repelentes 
químicos durante as operações de extração de mel. 
Para o manejo das abelhas, o uso de fumaça deve ser de 
materiais naturais ou madeiras sem tratamento químico. O uso 
de querosene e gasolina para gerar fumaça é proibido. 
Além disso, os materiais para a construção das caixas onde as abelhas irão ficar não podem lhes 
causar intoxicação.
Lembre-se de que, no AVA, você deve responder uma 
pergunta para conquistar sua recompensa e, assim, 
desbloquear a aula seguinte. O desbloqueio das aulas irá lhe 
garantir o selo do módulo, e somente na tela de conclusão 
você poderá baixar o áudio contendo o resumo no canal de 
podcast do Um Giro no Agro. 
 
Ele é um excelente recurso para rever todos os temas do 
módulo quando quiser!
Aplicando 
a técnica
Fica a dica
pg. 65Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Suas conquistas!
Chegamos ao fim da apresentação de conteúdo do módulo 3. Veja só:
Agora, você já pode concluir o módulo!
Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar
Conclusão
Módulo 3
pg. 67Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Chegamos ao fim deste terceiro e último módulo do curso.
Nele, foi possível aprender como ocorre todo o processo da 
produção animal orgânica, desde a preparação da área onde 
você irá plantar os alimentos que serão fornecidos para os 
animais, até as características de cada animal de produção.
Lembre-se sempre de que a base para esse sistema dar certo 
é a alimentação desses animais com produtos orgânicos, e 
que o bem-estar animal deve sempre ser priorizado. Além 
disso, é necessário considerar o período de conversão e 
as especificidades exigidas pela Lei para cada espécie: 
aves, suínos, bovinos, caprinos, ovinos, peixes e abelhas.
E lembre-se de que, na tela de conclusão do AVA, você 
poderá baixar sua recompensa por suas conquistas – o 
áudio contendo o resumo no canal de podcast do Um Giro 
no Agro, cujo tema é: Produção de frutas em sistemas 
orgânicos! Acesse e garanta a sua recompensa!
Siga em frente e veja as questões da Atividade 
de Aprendizagem do módulo 2.
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Atividade de 
aprendizagem
Módulo 3
pg. 69Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Viu só quanta coisa você já aprendeu até aqui? Reveja os principais assuntos abordados antes 
de testar os seus conhecimentos!
Foto: Marcos Giesteira. 
Sistema CNA/Senar
Retrospectiva da produção orgânica
Vamos relembrar como é a produção de animais em 
sistemas orgânicos?!
Quando falamos das leis envolvidas na produção de animais, 
não podemos deixar de citar a Portaria do MAPA número 52 
de 2021, pois ela estabelece o regulamento técnico e as listas 
de substâncias e práticas para o uso em sistemas orgânicos 
de produção.
No AVA, você pode acompanhar esta revisão em um vídeo. 
Não deixe de assistir!
E atenção! A tela de encerramento só será liberada após a 
conclusão da atividade dentrodo AVA. 
As respostas devem ser enviadas obrigatoriamente por lá. 
Dessa forma, você terá um feedback confirmando se você 
respondeu corretamente ou se deverá tentar novamente. 
Depois da segunda tentativa, a resposta correta será 
apresentada.
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pg. 70Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Wenderson Araujo. 
Sistema CNA/Senar
Também é muito importante relembrar que todos os 
produtores que queiram iniciar a produção de orgânicos 
devem passar por um período de conversão.
Para adquirir animais destinados à produção orgânica, 
é necessário que sejam derivados do sistema orgânico; 
mas, quando não for possível, podem ser de unidades não 
orgânicas, preferencialmente em período de conversão.
Os animais de produção orgânica somente poderão 
se alimentar de produtos orgânicos provenientes de 
propriedades que possuam o manejo orgânico.
A amamentação dos animais deve ser feita pela mãe ou pela 
fêmea substituta.
Quando isso não for possível, será permitido o aleitamento 
artificial; no entanto, o leite precisa ser da mesma espécie 
animal.
As instalações para os animais na produção orgânica devem 
atender a todos os requisitos de bem-estar animal, devendo 
dispor de temperatura, umidade e ventilação adequadas.
Na produção orgânica de animais nem todos os produtos 
e medicamentos usados no sistema convencional são 
permitidos.
Os produtores devem considerar que o animal esteja livre 
de fome, sede, desnutrição, confortável em suas instalações, 
livre de dor, doença, injúria, e ser livre para expressar o seu 
comportamento natural, sem medo e sem estresse.
pg. 71Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Foto: Wenderson Araujo. 
Sistema CNA/Senar
Foto: Wenderson Araujo. 
Sistema CNA/Senar
Para a produção de alimentos orgânicos que serão fornecidos 
aos animais, é necessário conhecer como é realizado o 
manejo do solo.
E os princípios são os mesmos da produção vegetal: garantir 
a biodiversidade dos solos, a manutenção da ciclagem de 
nutrientes, e estimular o seu uso de forma sustentável.
E lembre-se! Para promover o aumento da matéria orgânica, 
é possível utilizar folhas secas, gramas, esterco animal, entre 
outros procedimentos.
Existem alguns requisitos em relação à ração orgânica, e cabe 
muitas vezes ao produtor realizar a sua fabricação.
Para a alimentação dos animais, as proteínas são um dos 
grupos mais importantes de nutrientes.
Ao falarmos dos aspectos gerais da produção dos principais 
animais nos sistemas orgânicos, devemos levar em conta as 
necessidades e características de cada um dos grupos: aves, 
bovinos, suínos, caprinos, ovinos, peixes e abelhas.
Certo, agora que você reviu o tema, leia os enunciados com atenção, e analise a informação 
trazida em cada alternativa. 
Trouxemos as perguntas para cá. Assim, caso precise, antes de respondê-las no AVA, você 
poderá rever o conteúdo estudado.
pg. 72Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
1. Sr. João, vizinho da propriedade de Vítor, está em processo de certificação da 
sua produção de suínos e caprinos. Ele já produzia esses animais, mas no sistema 
convencional. O técnico Roberto lhe passou um documento baseado na Portaria (MAPA) 
nº 52/2021, que contém todas as normas que deve seguir. Entretanto, são muitas as 
regras, e ele acabou se confundindo e realizando atividades que não estão de acordo 
com as normas da produção orgânica. Identifique essa inadequação entre as alternativas.
a. Para a limpeza dos chiqueiros, ele utiliza água, ácido acético, sabões e detergentes. 
b. As instalações para abrigo dos suínos têm aberturas para um sistema de ventilação o 
que lhes proporciona maior conforto térmico. 
c. Quando as cabras não podem amamentar os filhotes, Sr. João alimenta os filhotes com 
leite de vacas, produzido em sistemas orgânicos. 
d. Os suínos ficarão pelo menos 6 meses na propriedade, sendo tratados sob os 
cuidados da produção orgânica até serem comercializados para o frigorífico, para o 
processamento da carne orgânica.
2. O cuidado com o bem-estar animal é algo imprescindível para a produção orgânica. Vítor 
e sua família já tinham ouvido falar sobre o tema, mas, agora que estão produzindo aves e 
bovinos sob o sistema orgânico, tiveram que adaptar várias técnicas e equipamentos para 
adequarem-se às regras e permitir que os animais tenham uma boa qualidade de vida. 
Entre as alternativas, qual delas Vítor deve seguir para garantir o bem-estar dos animais?
a. O corte das pontas de chifres, castração, mochamento e marcações nos bovinos podem 
ser realizadas em alguns casos, desde que na idade adequada do animal.
b. O bem-estar animal se restringe aos aspectos da produção e, por isso, não interfere nas 
etapas de transporte e abate, portanto, não deve ser uma preocupação para Vítor.
c. Vítor deve realizar a debicagem das aves para que elas, ao se bicarem, não causem 
ferimentos umas nas outras.
d. Ele deve estar atento para o bem-estar dos animais de produção, como os bovinos e as 
aves que serão os certificados, porém, não precisa ter essa preocupação com aqueles 
utilizados para o trabalho. 
pg. 73Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
3. Vítor começou a produzir gado de corte e consultou o veterinário, que lhe aconselhou 
sobre os alimentos que podem ser ministrados aos animais e as quantidades. Ele 
sugeriu que Vítor cultive os alimentos na propriedade. Dentre as alternativas, qual 
a que indica fontes de alimentos energéticos que podem ser produzidos por ele na 
propriedade seguindo as orientações da produção orgânica?
a. Pastagens nativa e feno.
b. Farelo de soja e farelo de algodão.
c. Ureia e aveia.
d. Milho e aveia.
4. A criação de bovinos para a produção de leite orgânico é uma atividade em que os 
produtores, em geral, têm sucesso, pois os produtos dessa produção têm preços de 
mercado superiores aos do sistema convencional. Entretanto, algumas características 
especiais de criação e manejo de animais são requeridas na produção orgânica. 
Por isso, realizou-se um curso com alguns produtores que querem iniciar o período 
de conversão; durante as discussões, as determinações legais da produção foram 
conhecidas. Dentre as alternativas, qual a que está prevista na legislação de orgânicos?
a. O manejo dos animais para a produção de leite deve ser exclusivamente em sistema 
de rotação, pois esse é o sistema que favorece uma melhor nutrição, e isso fará com 
que os animais produzam mais leite.
b. Os requisitos legais nacionais são os mesmos requeridos no mundo todo. Por isso, o 
leite orgânico produzido no Brasil pode ser comercializado para o mercado externo.
c. Para a produção orgânica de animais, não podem ser ministrados aos animais 
alimentos provenientes de sistemas de produção convencional ou em conversão.
d. O local de pastagens, seja rotativo ou não, deve ter sombra, água acessível e de boa 
qualidade, e proteção contra ventos fortes.
pg. 74Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
5. Uma amiga de Márcia possui uma propriedade em transição agroecológica, onde tem 
algumas atividades produtivas certificadas, como é o caso da produção de hortaliças. 
A produção animal que possui na propriedade é ainda sob o manejo convencional, 
mas no próximo ano ela quer iniciar a produção orgânica. O técnico da certificadora 
avaliou o modo como ela produz alguns desses animais e constatou um grupo cujo 
aspecto de manejo que ela já faz é correto, segue a orientação da produção orgânica. 
Dentre as atividades que ela realiza com os animais, qual é a que já está adequada ao 
manejo orgânico?
a. Os peixes produzidos na propriedade são obtidos a partir de populações esterilizadas 
artificialmente e consomem ração orgânica.
b. As aves mantidas na propriedade do Paulo são criadas em ambientes ao ar livre, em 
galinheiros móveis, onde podem ciscar e caminhar no solo.c. A produção de suínos é realizada em instalações onde os animais permanecem toda 
a vida fechados sem ir a piquetes, recebendo aí toda a alimentação e a água de que 
precisam. 
d. A produção de mel de Paulo está indo muito bem. Ele possui 10 caixas que foram 
instaladas com cera orgânica. Na extração de mel, Paulo utiliza um equipamento a 
base de gasolina para ser mais ágil a extração.
Parabéns!
Você finalizou a análise da atividade 
de aprendizagem.
Avance!
Encerramento
Módulo 3
pg. 76Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Agora sim! Vamos encerrar o curso de Produção de alimentos 
em sistemas orgânicos. Parabéns por ter chegado até aqui!
Nos primeiros módulos, vimos as características da produção 
vegetal, de hortaliças e frutas, dois segmentos que mais 
são produzidos e comercializados no Brasil e no mundo. A 
conservação dos recursos naturais é uma aliada na produção 
dos alimentos orgânicos, e, por isso, os cuidados com o 
manejo do solo, adubação e promoção da diversidade são 
princípios da produção orgânica. 
Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar.
Esses cuidados se estendem também à produção orgânica 
animal, tema do último módulo do curso. A produção animal 
apresenta uma série de requisitos específicos, que vão desde 
as instalações, alimentação e manejo, que devem primar pelo 
bem-estar dos animais, até a conservação dos recursos. 
Foram trazidas algumas características para a criação de 
aves, bovinos, suínos, caprinos, ovinos, peixes e abelhas, mas 
sabemos que outros animais também podem ser produzidos 
no sistema orgânico. Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar.
Considerando que a demanda de produtos vegetais e 
animais orgânicos é crescente, esperamos que este curso 
tenha fornecido conhecimento para você qualificar a 
sua produção, seguindo as normas e exigências legais 
necessárias para a certificação de orgânicos.
pg. 77Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Finalização do curso
Muito bem! Parabéns pela conclusão deste curso. Mas atenção! 
Para que seu certificado de conclusão seja 
disponibilizado, você deverá acessar o AVA e navegar por 
todas as telas, realizar as atividades de aprendizagem, e, 
depois de cumprir essas duas etapas, deve responder a 
pesquisa de satisfação. Assim que terminá-la, o acesso ao 
seu certificado estará liberado.
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pg. 78Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos
Referências bibliográficas
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Embrapa Suínos e Aves. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2010, 104 p. Disponível em: http://
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