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Produção animal em sistemas orgânicos Módulo 3 pg. 2Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Abertura do módulo 3 Olá! Que ótimo que você está aqui! Antes de começar o tema deste módulo, é importante que você saiba que o consumo de produtos de origem animal no Brasil cresce a cada ano; ele é muito bem aceito pelo mercado interno, e tem grande interesse do mercado internacional. Agora sim, neste módulo, você irá compreender como é a produção de animais em sistemas orgânicos, conhecendo as principais leis e Instruções Normativas que a regulamentam sobre a aquisição, alimentação, instalação, sanidade e bem- estar. Serão abordados assuntos sobre bovinos, caprinos, suínos, aves, abelhas e peixes. Além disso, você saberá como é a produção de ingredientes de rações orgânicas, como as fontes proteicas, energéticas, volumosas e as misturas. É claro que não podia faltar: você ainda terá conhecimento sobre a adubação e os defensivos agrícolas que podem ser utilizados na produção de alimentos para os animais, em sistemas orgânicos. Avance para iniciar os estudos do módulo 3! Boa leitura! Fotos: 1, 2, 3, e 4 - Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Fotos: 5 e 6 - Tony Oliveira. Sistema CNA/Senar 1 4 2 5 3 6 As normas para a produção de animais em sistemas orgânicos Aula 1 Foto: Igo Estrela. Sistema CNA/Senar pg. 4Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Já se sabe que toda a produção orgânica no Brasil é regulamentada por legislação, a qual orienta os produtores e dá segurança sobre a origem dos alimentos aos consumidores. Nos módulos anteriores, você estudou sobre a produção de hortaliças e frutas, mas e os alimentos de origem animal? Onde entram nesse modo de produção? No decorrer deste estudo, você irá compreender as normas regulatórias para a aquisição, alimentação, instalação, sanidade e bem-estar na produção orgânica animal. Vamos começar? Estando pronto(a), siga com a leitura! Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Introdução à produção orgânica de animais A Portaria do MAPA nº 52/2021 é a mais importante para a produção orgânica animal, pois é ela que estabelece o regulamento técnico para os sistemas orgânicos de produção e determina as substâncias e práticas permitidas para o uso nos sistemas orgânicos. Além dela, existe a Instrução Normativa Interministerial nº 28/2011, que dispõe sobre a produção aquícola, já que esta apresenta suas particularidades. Instrução Normativa Interministerial nº 28/2011 Iniciativa conjunta do Ministério da Pesca e Aquicultura e do MAPA. pg. 5Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Algo que se destaca nessas normas é que a produção orgânica animal deve atender, em todas as fases do sistema produtivo, o bem-estar animal, a sanidade, a higiene dos animais e das instalações, e ofertar uma alimentação de qualidade e adequada às exigências de cada espécie. Você já entendeu que todos os produtores que queiram entrar no sistema orgânico de frutas e hortaliças devem passar por um período chamado de conversão, e com os animais isso não é diferente. Para que os animais, seus produtos e subprodutos sejam considerados orgânicos e recebam o selo do SisOrg, eles devem permanecer na propriedade, sendo criados sob os princípios da agricultura orgânica, por um período pré-estabelecido que você conhecerá logo à frente. A Portaria do MAPA nº 52/2021 também determina que técnicas como a inseminação artificial podem ser usadas somente se o sêmen for de animais oriundos de sistemas orgânicos. Veja o que mais Roberto tem para acrescentar sobre isso! Saiba que é proibida a transferência de embrião, fertilização in vitro e outras técnicas que induzam a produção artificial de hormônios. A sincronização de cio por métodos físicos ou comportamentais é permitida, e lembre-se ainda de que os animais devem ser vacinados, e que o manejo sanitário deve atender à legislação sanitária vigente. Fica a dica pg. 6Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos As normas regulatórias para aquisições ou conversão da criação dos animais para uma produção orgânica Ainda de acordo com a portaria do MAPA nº 52/2021, para adquirir animais destinados à produção orgânica, é necessário seguir os requisitos em destaque. Devem ser provenientes do sistema orgânico, mas quando isso não for possível, podem ser adquiridos animais de unidades de produção não orgânicas, preferencialmente em conversão para o sistema orgânico, ou que adotem conduta de bem-estar animal, devendo ser aprovado pelo OAC ou pela OCS sempre respeitando o período de conversão previsto no regulamento. Todos os animais, sejam eles provenientes de novas aquisições ou, então, aqueles que já vivem na propriedade, mas com uma produção convencional, devem passar por um período de vida em sistema orgânico para então serem considerados de tal forma, e isso vai variar de acordo com a espécie criada na propriedade. Clique nos títulos e confira o período de cada uma delas. Novas aquisições Para o início da produção, reposição ou ampliação. pg. 7Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Aves de corte e de postura • Aves de corte 3/4 do período de vida, sendo que aves de corte não orgânicas podem entrar no sistema com 15 dias de vida. • Aves de postura 75 dias, sendo que aves de postura não orgânicas podem entrar no sistema com 35 dias de vida. Bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos, equídeos e suínos • Bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos leiteiros Tempo mínimo de 6 meses. • Bovinos, bubalinos e equídeos para corte 2/3 do período de vida do animal, sendo esse período no mínimo de 12 meses. • Ovinos, caprinos e suínos de corte 3/4 do período de vida, sendo esse período no mínimo de 6 meses. pg. 8Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Animais aquícolas • Aquícolas em sistemas de viveiros de terra em áreas que não-orgânicas anteriormente 12 meses • Aquícolas em sistemas de viveiros de terra, em áreas com produção anterior Pelo menos um ciclo de produção • Aquícolas em sistemas de estruturas novas, em áreas abertas e viveiros de terra nova Não é necessário período de conversão Colmeias, enxames e outros animais • Colmeias em produção, enxames capturados ou adquiridos de unidades de produção não orgânica Mínimo de 120 dias • Enxames capturados dentro de propriedades orgânicas Mínimo de 30 dias Quando for necessário repor e/ou adquirir novos enxames, somente até 10% do total adquirido pode ser proveniente, anualmente, de sistemas convencionais, sempre observando o período de conversão. • Demais animais Mínimo de 3/4 do período de vida pg. 9Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Muito bem, você acabou de conhecer como deve ser o processo de aquisição e conversão da criação dos animais, mas como deve ser feita a alimentação deles em um sistema orgânico? Ficou curioso? Então, siga com a leitura. O conteúdo a seguir está disponível no AVA, na seção de vídeo Sistema orgânico em foco. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. Sistema orgânico em foco Animais de produção orgânica somente poderão se alimentar de produtos orgânicos, provenientes daquelas propriedades que possuam o manejo orgânico. Em casos de escassez ou em condições especiais, como enchentes, seca extrema, queimadas ou incêndio criminoso, por exemplo, será permitido adotar a alimentação convencional proporcionalmente à ingestão diária dos animais. As normas regulatórias para alimentação dos animais http://ead.senar.org.br/ pg. 10Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Para ruminantes, será de 15% de matéria seca; para não ruminantes, será de 20%. Aditivos e auxiliares tecnológicos devem ser de fontes naturais, mas compostos nitrogenados não proteicos e nitrogênio sintético não podem ser usados como fontes alimentares. A amamentação dos animaisdeve ser feita pela mãe ou por uma fêmea substituta. Na impossibilidade, será permitido o aleitamento artificial, desde que o leite seja da mesma espécie animal. E como deve ser feito o aleitamento desses animais!? • Bovinos, bubalinos e equinos: 90 dias; • Ovinos e Caprinos: 45 dias; • Suínos: 28 dias. A portaria do MAPA, número 52 de 2021, em seu anexo III, contém todas as substâncias permitidas para uso na alimentação de animais em sistemas orgânicos. Como, por exemplo, o melaço, os peixes, crustáceos e moluscos, pós e extratos de plantas, leite e produtos lácteos. A disponibilidade de água sem contaminantes também é muito importante; ela deve estar distribuída de forma acessível a todos os animais. pg. 11Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos No caso da alimentação dos peixes, as mesmas orientações serão seguidas, além do que é definido em legislação específica. Os peixes não podem ser alimentados com restos de animais terrestres, organismos geneticamente modificados e nem dejetos de animais para alimentação direta. O uso de excrementos animais, na adubação de tanques e viveiros, será permitido somente quando os excrementos forem compostados e bioestabilizados. O seu uso como adubação de cobertura é proibido! Os produtos de sistemas de criação com o uso intensivo de alimentos e produtos veterinários, que são proibidos pela legislação de orgânicos, só serão permitidos quando não existir outra alternativa disponível na região. E desde que os limites de contaminantes não ultrapassem os valores estabelecidos na legislação específica. Em caso de imprevistos ou de escassez, os peixes poderão ser alimentados com produtos convencionais, mas é importante respeitar o limite de ingestão diária de 20% de matéria seca. Importante lembrar: somente peixes alojados em instalações revestidas com material impermeável, com sistema de recirculação de água semifechado, podem se alimentar exclusivamente de ração. pg. 12Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Interessante saber que até mesmo a alimentação dos animais deve seguir normas específicas, não é mesmo? Mas e o local onde eles vivem? Deve haver alguma regra também sobre isso? O próximo tópico trata exatamente sobre esse assunto, então, prossiga! Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar As normas regulatórias para as instalações dos animais As instalações para os animais na produção orgânica devem atender todos os requisitos de bem- estar animal, devendo dispor de temperatura, umidade e ventilação adequadas. O animal deve ser capaz de realizar seus movimentos naturais, não podendo ser privado de sua liberdade. Para garantir isso, a legislação estabelece a lotação máxima de animais por unidade de área, conforme você pode ver a seguir. pg. 13Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Aves poedeiras: Aves de corte: 30 kg por m² 7 galinhas por m² Suínos adultos até 50 kg: Suínos até 85 kg: Suínos até 110 kg: galpão com 0,8 m² por animal galpão com 1,1 m² por animal galpão com 1,3 m² por animal Leitões acima de 28 dias e até 30kg: galpão com 0,6 m² por animal Lotação animais por instalação Bovinos e bubalinos de leite: Ovelhas e cabras: Bovinos de corte: 6 m² 0,5 m² 1,5 m² por unidade animal para animais jovens por animal de reprodução 1,5 m² para cada 100 kg de peso vivo pg. 14Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Para os demais animais, a OAC ou OCS deve estipular as densidades máximas em função das características, como tamanho, peso e hábitos. Deve ser observado o bem-estar e o comportamento natural das espécies, além da capacidade do pasto. Fique por dentro de outros detalhes importantes para criação de animais em sistemas orgânicos: OAC Organismo de Avaliação da Conformidade OCS Organização de Controle Social Fotos: Marcos Giesteira. Sistema CNA/Senar Permanência em áreas externas Segundo a legislação, os animais devem ficar pelo menos 6 horas durante o período diurno em uma área externa com sol e com forragem disponível; a lotação máxima de animais por unidade de área externa é conforme as recomendações presentes na Portaria do MAPA nº 52/2021. A cerca elétrica é permitida desde que respeitadas as medidas de segurança do uso. pg. 15Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Limpeza das instalações Para a limpeza das instalações, é possível utilizar, além da água, alguns produtos, como o iodo, o álcool etílico, o ácido acético, sabões e detergentes biodegradáveis, como cal e hipoclorito de sódio. O anexo I da Portaria do MAPA nº52/2021 apresenta quais produtos são permitidos. Confecções das camas As camas devem ser feitas com material natural e livre de resíduos de substâncias não permitidas para uso na produção orgânica animal. É preciso ter cuidado para que não ocorra excesso de umidade nas instalações de armazenagem e manipulação de dejetos, incluindo as áreas de compostagem. As normas regulatórias para as instalações de apiários são um pouco diferentes daquelas existentes nos sistemas convencionais. Eles devem ser instalados onde fique fácil o monitoramento e cuidados com as pessoas que irão manipulá- los. Além disso, precisam estar com no mínimo 5 km de distância dos centros urbanos, estradas, zonas industriais, aterros e unidades de produção não agrícola. Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar pg. 16Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Para a limpeza e controle de pragas dos enxames, devem ser usados cal virgem, hipoclorito de sódio, álcool e outros, que também podem ser consultados no anexo I da Portaria do MAPA nº52/2021. Sobre as instalações para peixes, o Roberto tem uma dica importante! Veja só! Nas instalações para peixes, devem ser utilizados materiais de preferência naturais, reciclados ou livres de resíduos de substâncias químicas; é preciso colocar tanques de decantação, filtros biológicos ou mecânicos para a remoção dos resíduos e efluentes como os descritos na Instrução Normativa Interministerial nº 28/2011. O cuidado para que não ocorra a contaminação das águas subterrâneas e superficiais ao fazer a armazenagem e manipulação dos resíduos também deve ser tomado. Algumas substâncias, como o ozônio, ácido húmico, sulfato tribásico de cobre e outros podem ser usados para a limpeza das instalações e equipamentos, conforme consta no anexo II dessa mesma Instrução Normativa. Instrução Normativa Interministerial nº 28/2011 Iniciativa conjunta do Ministério da Pesca e Aquicultura e do MAPA. Fica a dica pg. 17Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos As normas regulatórias para o manejo sanitário dos animais A produção orgânica de animais prevê cuidados sanitários, assim como a produção convencional, mas nem todos os produtos e medicamentos usados na última são permitidas na primeira. Na conversa que vem a seguir, entre o Roberto e o Vítor, eles falam sobre os produtos que podem ser utilizados para a prevenção e tratamento de enfermidades em animais, como os sabões e detergentes biodegradáveis, iodo e seus derivados, preparados homeopáticos, plantas medicinais, drogas vegetais e seus derivados, além de outros. Este conteúdo está disponível no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), em formato de áudio. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. http://ead.senar.org.br/ pg. 18Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Vítor: Oi, Roberto! Eu queria mesmo falar com você sobre isso. Ainda não tinha certeza, mas imaginei que os produtos devem ser um pouco diferentes dos da produção convencional mesmo. Vítor: Mas, Roberto, e se eu tratar um animal com produtos permitidos para a produção orgânica e o tratamento não apresentar resultados, o que eu posso fazer? Quem sabe, compartilha Roberto: Olá, Vítor! Eu queria falar com você hoje sobre os produtosusados nos cuidados com os animais. Você sabia que todos esses produtos comerciais devem atender a legislação de produção orgânica e ser adequados aos usos nos animais? Roberto: Pois é! Na produção orgânica, a legislação exige que o produtor registre todos os tratamentos realizados nos animais, constando data de aplicação, período de tratamento, identificação dos animais e dos produtos utilizados. Como em tudo na produção orgânica, é necessário seguir as recomendações da legislação sanitária do Brasil: fazer os exames e administrar as vacinas obrigatórias nos animais. pg. 19Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Vítor: Existe mais alguma recomendação no caso de utilizar produtos não orgânicos? Vítor: Mas esses são casos mais raros, não é? Onde é necessário utilizar medicamentos convencionais. Roberto: Nesse caso, podem ser usados os produtos convencionais para evitar o sofrimento do animal. A certificadora deve ser comunicada, e o animal deve passar por um período de carência de duas vezes o período recomendado na bula do produto; em qualquer caso, o período deve ser no mínimo de noventa e seis horas após o uso dos medicamentos, para que ele possa ser considerado orgânico novamente. Roberto: Existe sim: o animal deve ser isolado durante o tratamento, e seus produtos não podem ser vendidos como orgânicos durante esse período de isolamento. pg. 20Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Vítor: E os medicamentos podem ser utilizados em qualquer caso? Vítor: Ok, acho que entendi bem, Roberto! Muito obrigada pela ajuda! Roberto: Certo, Vítor, qualquer dúvida sobre isso, entre em contato! Roberto: Isso mesmo, Vítor! Essa não deve ser uma prática corriqueira, podendo os medicamentos convencionais ser usados no máximo duas vezes no período de doze meses. Caso necessite de mais tratamentos, o animal deverá ser retirado da certificação orgânica. Roberto: Que bom que você perguntou isso, Vítor! Não podem ser usados medicamentos para estimular o crescimento ou produção, e nem medicamentos provenientes de organismos geneticamente modificados. Para tratamentos hormonais, podem-se utilizar apenas os permitidos na produção orgânica e para fins terapêuticos. pg. 21Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Quanta informação importante, não é mesmo? E ainda, quanto ao manejo sanitário dos enxames de abelhas, é preciso sempre cuidar para que elas não apresentem doenças, mas, se houver, devem ser tratadas de preferência com fitoterápicos e homeopáticos. O Roberto tem uma dica bem importante sobre isso! Veja só! Quando for usado um tratamento convencional nas abelhas, com substâncias químicas sintéticas, por exemplo, é preciso lembrar que não se pode comercializar esse mel como produto orgânico, já que é obrigatório o registro do produto utilizado, a data de sua aplicação, o período de tratamento e a identificação da colmeia em que o produto foi utilizado. Nesse caso, para recuperar o selo de orgânico, o apiário deve passar novamente por um período de conversão. Fique sempre atento! Para a produção de peixes orgânicos, as substâncias permitidas constam no anexo I da Instrução Normativa Interministerial nº 28/2011. Quando necessário, cada lote de peixe pode fazer tratamento convencional somente uma vez por ciclo de produção. Quanto aos reprodutores, podem ser feitos somente três tratamentos durante toda sua vida, e eles não podem ser vendidos como orgânicos para consumo alimentar humano ou animal. A sanidade desses animais é de extrema importância, assim, deve-se ter todo cuidado para que o sistema esteja em equilíbrio e não precise retirar animais da produção. Foto Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Fica a dica pg. 22Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos As normas regulatórias para o bem-estar animal A produção orgânica de animais prevê a promoção do bem-estar animal como um dos seus princípios. Então, os produtores devem garantir que o animal esteja: Livre de fome, sede, desnutrição, dor, doenças e injúrias. Confortável em suas instalações, sem medo e estresse. Ser livre para expressar o seu comportamento natural. Por isso, o produtor não deve forçar a alimentação, e deve estabelecer uma relação ética e racional com os animais para evitar o estresse; os ruminantes devem estar livres para o pastoreio, ter sombra e água para promover o conforto, entre outras atividades. Especificamente, visando ao bem-estar dos animais, a legislação dos orgânicos prevê alguns cuidados, como consta na Portaria do MAPA nº 52/2021. O Vítor está por dentro do que traz essa portaria, e relata alguns cuidados a seguir. Foto Tony Oliveira. Sistema CNA/Senar pg. 23Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos É importante que você saiba que o corte de dentes, pontas de chifres, castração, mochamento e marcações somente devem ser feitas quando necessárias e na idade apropriada, para que não ocorra dor em excesso e o animal se recupere apropriadamente. Práticas como a debicagem das aves, muda forçada em aves de postura, o corte da cauda de suínos, inserção de anel no focinho e descorna de animais ferem totalmente o bem-estar animal, causando dor e, por isso, não são permitidas pela legislação de orgânicos. Conheça outras particularidades trazidas na legislação de orgânicos de acordo com alguns grupos de animais: Aplicando a técnica Não devem estar feridos, enfermos, fracos ou extenuados. É proibido obrigar animais a trabalhos excessivos ou superiores às suas forças por meio de torturas ou castigos. Os cuidados vão da produção agrícola até as fases de transporte e abate, evitando que causem sofrimento desnecessários aos animais. Animais utilizados para o trabalho É proibida a mutilação das abelhas, como o corte das asas. O manejo dos favos deve ser atencioso para que não haja colheita dos favos com ovos ou larvas. Além disso, não é permitido o uso de querosene e gasolina para gerar fumaça, pois isso pode causar estresse nos animais. Bem-estar animal das abelhas Deve-se dar preferência a animais adaptados às condições climáticas do local e ao manejo empregado. As instalações devem ser feitas e projetadas de forma a não gerar estresse nos animais. Além disso, nas fases de recria e engorda em sistemas intensivos não é permitida na produção orgânica. Bem-estar animal dos peixes pg. 24Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Suas conquistas! Você concluiu a leitura desta primeira aula do módulo 3. Parabéns! A aula seguinte traz algumas práticas na produção de alimentos para animais em sistemas orgânicos. Lembre-se de que, no AVA, você deve responder uma pergunta para conquistar sua recompensa e, assim, desbloquear a aula seguinte. O desbloqueio das aulas irá lhe garantir o selo do módulo, e somente na tela de conclusão você poderá baixar o áudio contendo o resumo no canal de podcast do Um Giro no Agro. Ele é um excelente recurso para rever todos os temas do módulo quando quiser! Siga em frente e boa leitura! Fica a dica Produção de alimentos para animais em sistemas orgânicos Aula 2 pg. 26Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Na produção animal orgânica, existem alguns requisitos em relação ao alimento fornecido aos animais, seja in natura ou na forma de ração. Nesta segunda aula, você irá aprender um pouco sobre a produção de alimentos, ingredientes e processamento de rações orgânicas. Para a produção de alimentos que serão fornecidos aos animais, em uma criação considerada totalmente orgânica, é necessário conhecer como é realizado o manejo do solo, os diferentes tipos de adubação, insumos e defensivos que são utilizados, ou seja, a produção de alimentos deve também ser orgânica. Então, vamos analisar alguns pontos importantes sobre a qualidade do manejo? O manejo de solos é algo primordial para qualquer atividade agrícola, e não é diferentepara a produção orgânica. Nesse caso, alguns cuidados extras são requeridos, os quais são abordados na Lei dos orgânicos. A qualidade no manejo do solo na produção orgânica de animais Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Lei dos orgânicos Lei nº 10.831/2003 pg. 27Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Já falamos sobre esse assunto nos módulos anteriores, quando tratamos sobre a produção orgânica vegetal. Para a produção animal, os princípios de manejo são os mesmos: garantir a biodiversidade dos solos, a manutenção da ciclagem de nutrientes, e estimular o seu uso de forma sustentável. Em relação à produção animal, é preciso levar em conta que o solo é o meio de desenvolvimento da maior parte dos alimentos, mas também suporta o pastoreio dos animais criados de forma orgânica. Por isso, é necessário se atentar para as normas de lotação máxima nos locais de criação, evitando sobrecarga dos solos e sua contaminação com os dejetos. Além disso, os solos devem possuir boa qualidade química e física, pois essas características têm grande influência no crescimento das pastagens e cereais, que formam os principais grupos de alimentos dos animais. A adubação e defensivos utilizados na produção de alimentos orgânicos para os animais Você se lembra de como promover a adubação nos solos de forma orgânica? Vamos relembrar alguns dos conceitos que abordamos nos módulos anteriores, e lembrar que a adubação orgânica é a principal fonte de nutrientes para os solos no manejo orgânico. Vamos lá? pg. 28Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Para promover o aumento da matéria orgânica, é possível utilizar, por exemplo, folhas secas, gramas e esterco animal. Recomenda-se sempre usar a adubação orgânica para que você tenha uma boa resposta na produção, pois as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo melhoram com seu uso, impactando positivamente na produção dos alimentos. Reveja alguns pontos sobre o manejo da produção que serve de alimento para os animais orgânicos: Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Aplicação de adubo orgânico Aplicando adubo orgânico adequadamente, é possível manter a fertilidade do solo e proporcionar uma boa nutrição às plantas. O adubo orgânico pode ser usado sozinho ou também consorciado com fertilizantes minerais naturais, como o pó de rocha. Para o incremento de matéria orgânica, podem ser utilizados, por exemplo, os estercos provenientes da produção animal, adubação verde, biofertilizantes, compostos e vermicompostos. Uso de fertilizantes Segundo o anexo V da Portaria do MAPA nº 52 de 2021, existem os fertilizantes, corretivos e substratos que podem ser usados na produção orgânica, tendo como exemplo algumas algas marinhas, biofertilizantes obtidos de componentes de origem vegetal, compostos orgânicos, vermicomposto e substratos de plantas, os quais devem ser livres de contaminantes e substâncias tóxicas. Mas atenção, pois é necessário que a certificadora autorize o seu uso. pg. 29Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Controle de daninhas e pragas Para o controle de plantas daninhas e problemas fitossanitários, como pragas e doenças, é possível utilizar uma série de insumos, desde que não sejam resultantes de síntese química. Consulte a legislação para conhecer os insumos que são permitidos! A produção de alimentos para ração animal O conteúdo a seguir está disponível no Ambiente Virtual de Aprendizagem em um vídeo, na seção Sistema orgânico em foco. Você sabia que as rações oferecidas para animais orgânicos devem seguir as orientações da legislação de orgânicos? E que, além disso, os alimentos de origem vegetal devem ser provenientes da própria propriedade orgânica ou de outras, desde que, também, tenham esse tipo de manejo? Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. http://ead.senar.org.br/ pg. 30Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Sistema orgânico em foco Ração orgânica para animais! Será que tem muita diferença para uma ração não orgânica?! Existem alguns requisitos para a produção de ração orgânica, e isso leva o próprio produtor a fabricá-la. Hoje em dia, o mercado ainda não consegue atender a demanda da produção orgânica animal. Assim, muitos insumos não são encontrados ou possuem um preço alto. A ração animal orgânica deve seguir as orientações da legislação, assim, devem ser utilizados produtos de origem vegetal orgânica, sem toxinas, hormônios, aditivos e estimulantes sintéticos. Esses alimentos de origem vegetal devem vir da sua própria propriedade, ou de outras propriedades que sigam o manejo orgânico. A prática de processamento das rações permite a melhoria da qualidade do alimento, aumentando a digestibilidade dos nutrientes, e melhorando o aproveitamento dos ingredientes oferecidos aos animais. Antes de implantar a lavoura para produzir grãos e pastagens para os animais, é importante observar as recomendações da produção orgânica vegetal. pg. 31Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Além disso, para que as rações orgânicas tenham um desempenho esperado, é importante que a dieta seja corretamente balanceada. É importante seguir as recomendações técnicas para atender as exigências nutricionais e, dependendo da espécie e categoria animal, usar animais adaptados, ou seja, animais que respondem ao manejo oferecido. É importante lembrar o período de conversão, que deve ser respeitado seguindo o estabelecido na legislação vigente. Geralmente, o período de conversão indicado para manejo orgânico na produção vegetal de culturas anuais é de doze meses, enquanto para culturas perenes será de dezoito meses. Assim, propriedades que passam do sistema de produção convencional para o sistema de produção orgânica devem manter um período de conversão com manejo orgânico ou sem nenhuma produção vegetal de pastagens perenes. Dessa forma, o próximo ciclo será considerado orgânico. Aqui cabe um ponto de atenção! Caso a propriedade não seja toda certificada, lembre-se de que é preciso cuidar com a demarcação das áreas orgânicas e convencionais, a distância entre essas áreas, a direção dos ventos e a posição topográfica. Aplicando a técnica Muito bem, depois de conhecer sobre a produção de rações em sistemas orgânicos, veja o que o Vítor destaca. pg. 32Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Existem alguns nutrientes que são importantes para o bom desenvolvimento dos animais e que estão presentes em determinados vegetais, ou até mesmo em outros grupos de animais, portanto, a produção de alimentos deve se atentar a alguns detalhes que você conhecerá seguindo com a leitura. Produção de alimentos proteicos Para a alimentação dos animais, as proteínas são um dos grupos mais importantes de nutrientes. Isso porque elas são responsáveis pela formação dos órgãos e tecidos dos animais. Elas podem ser provenientes de fontes animais ou vegetais, sendo que os vegetais são os mais significativos. Plantas da família Fabaceae, conhecidas como leguminosas, fazem parte do grupo mais significativo de fonte proteica para animais. Os concentrados proteicos são aqueles alimentos ricos em proteínas e que contêm: Mais de 20% de proteína bruta na matéria seca. E menos de 18% de fibra bruta na matéria seca. pg. 33Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Como exemplo de fonte proteica, podemos citar o farelo de soja, farelo de girassol e farelo de algodão que devem ser de origem orgânica. A soja, importante componente proteico, é usada em quase todas as rações animais, principalmente em farelo de soja, que é o seu principal subproduto e muito usado na alimentação de animais não-ruminantes. Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar OGMs Organismos Geneticamente Modificados Produção de alimentos energéticos Muito bem, você acaboude estudar sobre os alimentos de fonte proteica, mas apesar de serem os mais importantes, eles não são os únicos essenciais para o desenvolvimento dos animais. Mas lembre-se! Além da obrigatoriedade da soja ser produzida de forma orgânica, ela não pode ser transgênica, pois OGMs não são permitidos na produção orgânica. Além disso, você não pode usar, no sistema orgânico, compostos nitrogenados não-proteicos e nitrogênio sintético, como a ureia. pg. 34Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos O conteúdo a seguir irá te apresentar os alimentos de fonte energética. Este conteúdo está disponível no AVA, na seção de vídeo Sistema orgânico em foco. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. Sistema orgânico em foco Concentrados energéticos são alimentos ricos em energia. Possuem menos de 20% de proteína bruta e menos de 18% de fibra bruta na matéria seca. O componente energético mais conhecido é o milho, obtido a partir da produção orgânica e não transgênica. Podem ainda ser usados o sorgo, o milheto, a aveia e o farelo de arroz, desde que sejam orgânicos. O milho possui um alto valor energético, sendo usado na alimentação de todas as espécies animais. Na produção orgânica, você pode fazer o cultivo orgânico usando cultivares tradicionais ou crioulas, pois são geralmente mais resistentes e adaptadas às condições climáticas e insumos orgânicos. Caso não as possua, procure cultivares melhoradas, mas nunca transgênicas. As cultivares escolhidas devem ter procedência dos sistemas orgânicos. http://ead.senar.org.br/ pg. 35Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos O milho pode ser oferecido aos animais em grãos ou moído. Para a ração, recomenda-se moer e separar em peneiras de 2 milímetros, e depois adicionar os outros produtos. É importante armazenar essa ração em local arejado, seco e limpo, para evitar o ataque de pragas, como roedores, pássaros e fungos. E, para promover o bem-estar dos animais, é necessário usar matéria-prima de boa qualidade e bem equilibrada. Além desses, também é possível usar os lipídeos como fontes energéticas alimentares, que são as gorduras e óleos. São pouco solúveis em água, mas são solúveis em solventes orgânicos. Fornecem energia e podem fornecer uma série de ácidos graxos essenciais importantes para algumas espécies animais. Alguns exemplos de fontes lipídicas para as formulações de ração são sebos e óleos obtidos de alguns cereais, como soja, milho e canola. São usados em pequenas quantidades, mas melhoram a palatabilidade das rações, a absorção das vitaminas lipossolúveis, e ainda podem melhorar a sua consistência. Por fim, fica a dica! Rações produzidas em sistemas orgânicos possuem um tempo de vida menor que as rações comerciais. Assim, devem ser consumidas no máximo em até 60 dias. pg. 36Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Produção de alimentos volumosos Os alimentos volumosos são aqueles que apresentam: Baixo teor energético Altos teores de fibra ou de água Normalmente, são os de menores custos e mais fáceis de serem produzidos na forma orgânica. Eles podem ser divididos em volumosos úmidos e secos. Clique nos títulos e acompanhe os exemplos. • Pastagens nativa e cultivadas. • Silagem de milho, sorgo, cana e capim. • Capineiras de capim elefante e cana. Volumosos úmidos • Palha de milho, arroz, soja. • Feno de alfafa, tifton. • Os especiais, que pode ser a casquinha de soja e a casca de algodão. Volumosos secos pg. 37Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Lembre-se de que eles devem ser plantados e manejados em um sistema orgânico para que você possa usar na alimentação dos seus animais. A quantidade administrada para cada animal varia conforme a espécie, idade e raça. As forragens, como as gramíneas, as leguminosas e as pastagens, contribuem para fornecer a quantidade necessária de alimentos volumosos para os animais, especialmente os ruminantes. Mas veja a dica do Roberto sobre isso! As pastagens têm o benefício de não dependerem da realização do processamento, pois os animais se alimentam delas diretamente. Já as forragens, em sua maioria, devem ser processadas, envolvem operações como a colheita, a moagem e o armazenamento, podendo ser utilizadas in natura ou conservadas na forma de silagem, pré-secado ou feno. Misturas para formulações de ração para alimentação dos animais Como visto, as rações devem possuir uma quantidade de fontes volumosas, que são basicamente as fibras. Os concentrados devem ser em porção maior e são os componentes proteicos e energéticos. Fica a dica pg. 38Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos A necessidade nutricional varia conforme a espécie, a raça e a fase do desenvolvimento do animal, portanto, o alimento fornecido deve estar balanceado com as quantidades corretas para que ele possa se desenvolver. Além disso, é possível criar formulações para a manutenção ou para aumentar a produção animal em geral. Por isso, é necessária uma avaliação técnica para verificar as exigências dos animais e sua capacidade de produção. Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Lembre-se sempre de verificar quais produtos podem ser usados na produção orgânica, e de conversar com as OCSs e OACs para ajudar em relação à formulação específica para o animal que se produz. Algumas vezes, é necessário incrementar a mistura com vitaminas para criar uma ração balanceada ao animal. Esses materiais, que não são considerados matéria-prima, possuem uma importante função nutricional. No sistema orgânico, não são todos os suplementos que podem ser usados, então atenção em relação às substâncias permitidas. pg. 39Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Suas conquistas! Você concluiu a leitura desta aula. Parabéns! Note que você está mais próximo de concluir o módulo. Siga com a leitura da aula 3! Lembre-se de que, no AVA, você deve responder uma pergunta para conquistar sua recompensa e, assim, desbloquear a aula seguinte. O desbloqueio das aulas irá lhe garantir o selo do módulo, e somente na tela de conclusão você poderá baixar o áudio contendo o resumo no canal de podcast do Um Giro no Agro. Ele é um excelente recurso para rever todos os temas do módulo quando quiser! Boa leitura! Fica a dica A criação dos animais de acordo com suas espécies Aula 3 Foto: Tony Oliveira e Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar. pg. 41Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Nesta aula, abordaremos os aspectos gerais da produção dos principais animais nos sistemas orgânicos, a partir das necessidades e características de cada um dos grupos: Aves Bovinos Suínos Caprinos Ovinos Peixes Abelhas Fotos: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar pg. 42Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Aspectos gerais sobre a criação das aves poedeiras e de corte A criação de aves poedeiras e de corte no sistema orgânico deve ser localizada no mínimo a 3 km de aviários de reprodução, e a 5 km de linhas puras: bisavós, avós e incubatórios. Pode ser usada uma estrutura de aviário fixo ou móvel, que tenha uma área de contato social onde as aves possam interagir entre si, que possam se movimentar e descansar, além de serem capazes de expressar as suas características naturais. Acompanhe mais detalhes sobre a produção de aves. As informações podem ser vistas a seguir, ou no AVA, na seção de vídeo Sistema orgânico em foco. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. http://ead.senar.org.br/ pg. 43Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Sistema orgânico em foco A mobilidade dos galinheiros móveis permite a adubação em áreas específicas, utilizando o excremento das aves. Com eles, é possível criar aves poedeiras, colocando ninhos;mas também é possível criar aves de corte. Em galinheiros fixos, é possível usar alguns materiais disponíveis na propriedade ou adaptar estruturas antigas. Quando esses animais ficam em piquetes ou pastos, é recomendado realizar um plantio de cobertura, com um gramado enriquecido para proteger o solo da erosão, do pisoteio e para a alimentação desses animais. Os materiais utilizados para construir a cama das instalações devem ser de madeiras sem tratamento químico, como a maravalha, o cepilho e o sabugo de milho picado. É importante ter cuidado com o excesso de umidade nesse local, pois pode ser prejudicial para as aves. As vacinas devem ser feitas conforme o que a legislação prevê, e o controle de enfermidades deve ser feito sempre com o uso de homeopatia e fitoterapia. Caso seja necessário utilizar medicamentos convencionais, é importante que sejam utilizados no máximo duas vezes no mesmo ciclo. Para a produção de ovos orgânicos, é necessário que se tenham raças de galinhas adaptadas ao sistema orgânico. Por isso, é necessário animais mais rústicos, que sejam menos exigentes em relação à alimentação. pg. 44Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Nessas condições, essas aves podem produzir uma quantidade menor de ovos em relação às criações convencionais, com uma produção média de 60 a 75 ovos por ano. Fica a dica É recomendável ter um macho para cada 10 galinhas. E o abate dos frangos deve ser após os 81 dias de idade. Aspectos gerais sobre a criação de suínos Um dos sistemas de produção orgânica de suínos usado com muita frequência é a criação ao ar livre. Esses espaços abertos permitem que os animais expressem os seus comportamentos naturais de fuçar, de rolar na lama, repousar em palha seca, caminhar e ter acesso ao sol, permitindo assim o reforço da sua musculatura. pg. 45Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Em sistema de produção ao ar livre, os animais vivem em piquetes feitos com cercas ou telas elétricas com corrente alternada. É possível criar cabanas móveis dentro dos piquetes para que os animais possam se abrigar. Os piquetes podem oferecer diversas vantagens. Para utilizá-los da melhor forma, você deve observar outros fatores. Acompanhe! Telas elétricas com corrente alternada Sempre com baixa voltagem, apenas para promover um desconforto, nunca sofrimento do animal. Cobertura vegetal Os piquetes devem possuir uma cobertura vegetal, que sirva também para alimentação. Tempo de permanência O tempo de permanência dos suínos nesses piquetes é até eles chegarem aos 25-30 quilos de peso vivo. Momento da venda dos suínos Vivem nesses piquetes nas fases de creche, maternidade e reprodução; são vendidos para outros locais somente na fase de terminação, caso o proprietário não a faça. pg. 46Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Os animais usados na produção orgânica, ao ar livre, são de raças nativas que não exigem muito em relação à alimentação e ao manejo sanitário como os animais de alto rendimento. Sendo assim, a criação de suínos ao ar livre é uma boa alternativa, não somente para os animais, mas também para os produtores, pois se torna mais rentável, não sendo necessários investimentos com grandes estruturas. Entretanto, eles também podem ser criados em instalações, desde que haja ambientes abertos onde eles possam passar algum tempo durante o dia, respeitando-se a capacidade máxima de animais por área. Independentemente das instalações utilizadas, a produção de suíno orgânico deve atender as especificidades da alimentação, sendo que 40% dos alimentos orgânicos deve ser produzido na propriedade. Caso haja necessidade de produzir as rações, elas não devem ter aditivos químicos, mas podem ser complementadas com soro de leite, farelo de arroz integral, mandioca integral, sabugo de milho, abóbora, batata-doce, cama de frango, raspas de mandioca, sorgo de baixo tanino e outros. Esses alimentos devem ser sempre livres de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes. Aplicando a técnica pg. 47Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Já em relação ao controle de doenças, veja a seguir a possibilidade de tratamentos: Homeopatias e fitoterápicos Podem ser usados homeopatias e fitoterápicos como tratamentos preventivos de doenças. Medicamentos convencionais Os medicamentos convencionais somente podem ser usados com prescrição veterinária e autorizados pela certificadora. pg. 48Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos A criação de bovinos leiteiros orgânicos é muito mais comum do que a de bovinos para corte. Começaremos falando para você sobre a produção de bovinos leiteiros, que têm como principal produto o leite orgânico. Para conhecer mais detalhes sobre esse assunto, veja a seção a seguir, ou no AVA, em um vídeo muito interessante. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. A produção de suínos ainda tem alguns desafios, como a geração e o tratamento de resíduos. Por essa razão, não existe produção de suínos orgânicos em grande escala no Brasil. A maior parte dessa criação é realizada por agricultores familiares. Por isso, os estercos são utilizados no local, preparados em composteiras e reutilizados como adubação orgânica. Tratamentos semelhantes são também realizados pelos estercos de aves e de bovinos em sistemas orgânicos. Aspectos gerais sobre a criação de bovinos leiteiros e de corte http://ead.senar.org.br/ pg. 49Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Sistema orgânico em foco Quando o assunto é bovinocultura de leite orgânica, são proibidos o uso de medicamentos como: antibióticos, hormônios, estimulantes de apetites, ureia, aditivos na alimentação e promotores de crescimento. O manejo sanitário deve ser feito usando todas as vacinas e exames estabelecidos pela lei sanitária. O controle de ectoparasitas e endoparasitas deve ser sem a utilização de medicamentos químicos, sendo recomendados a homeopatia, os fitoterápicos e o controle biológico como forma de prevenção. Em uma criação orgânica, é recomendado o uso de animais mestiços com zebuínos leiteiros e seus cruzamentos, resultando em um animal mais rústico e com menores exigências nutricionais e ambientais. Para a reprodução, é permitida a monta natural! Já a inseminação artificial não pode ser utilizada com técnicas como a transferência de embriões, fertilização in vitro, sincronização de cio e técnicas que utilizem a indução hormonal artificial. Para que o leite seja considerado orgânico e receba o selo da SisOrg, é preciso que seja produzido, armazenado e processado sob os requisitos legais da produção orgânica. pg. 50Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Portanto, os cuidados com a criação dos bovinos devem se estender até a retirada do leite, no armazenamento, transporte, beneficiamento e processamento, especialmente para que não haja contaminação e mistura com o leite convencional. É recomendado que toda a cadeia seja somente para o produto orgânico! Ou, então, as instalações devem ser separadas! Para o produtor familiar, é necessário que ele conheça as necessidades dos consumidores para que lhes seja oferecido um produto que possa ser adquirido com máxima brevidade, já que o leite e seus produtos são artigos perecíveis. Os produtos certificados possuem um preço maior de venda e, por isso, podem ser uma boa fonte de ingressos para os produtores. Na bovinocultura de corte, o chamado boi orgânico tem ganhado destaque, sendo necessário escolher, para iniciar a sua criação, um animal que seja adaptado ao clima local, nunca o submeter a uma temperatura que não considere o conforto térmico da sua raça. Por isso, é possível manter 20% de animais convencionais no rebanho com o objetivo de conseguir o melhoramento genético dos animais da propriedade. Cliquenas setas a seguir para entender o que é necessário para que o animal seja considerado um boi orgânico: Foto: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar pg. 51Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos No Brasil No Brasil, deve fazer parte de um sistema orgânico pelo menos 2/3 do período de sua vida, sendo esse período de pelo menos 12 meses. Na europa Na Europa, esse animal deve nascer em um sistema orgânico. Por isso, observe qual é o mercado consumidor que você deseja atingir com seu produto, pois, se for o mercado externo, a produção deve estar adequada aos requisitos legais internacionais. pg. 52Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Alguns alimentos permitidos para os bovinos manejados em sistemas orgânicos são a silagem, feno, palhas, tubérculos, cereais, leguminosas, algas, melaço, soro de laticínios, sal marinho e outros. Alimentos não permitidos no sistema orgânico são aqueles com defensivos químicos, resíduos de solventes ou organismos geneticamente modificados, rações com resíduos animais, antibióticos, ureia, promotores de crescimento, conservantes e corantes artificiais, bem como vitaminas e suplementos de fontes sintéticas. Em relação ao manejo desses animais, é permitida a castração e a descorna, mas com o emprego de métodos que atendam a todos os requisitos de bem-estar animal. É preciso atentar para a quantidade máxima de animais a serem mantidos em um determinado espaço, mesmo se o sistema for de rotação de pastagem. Além disso, o local de pastagens deve ter alguns requisitos muito importantes. Clique nas setas para visualizá-los: Foto: Wenderson Araujo/Trilux. Sistema CNA/Senar Descorna Prática que objetiva eliminar os chifres do animal, extraindo-os ou não permitindo seu crescimento. Sombra Água acessível e de boa qualidade Proteção contra ventos fortes pg. 53Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Lembre-se de que, na produção orgânica, é sempre necessário que você conheça a história do local onde será instalado o empreendimento, para atender os requisitos básicos que a legislação de produtos orgânicos exige. O manejo sanitário segue as mesmas diretrizes indicadas para os bovinos de leite: o animal que for tratado com medicamentos convencionais deve ser isolado do restante do grupo e atender ao período de carência recomendado. O sistema silvipastoril e o Pastoreio Racional Voisin (PRV) são métodos muito usados nas bovinoculturas de leite e de corte sob o manejo orgânico. O PRV é um sistema de manejo das pastagens que se baseia na intervenção humana permanente, em todos os processos, a começar pelo cuidado com a conservação do solo. É baseado no piqueteamento das áreas de pastos, onde são oferecidos uma forragem de boa qualidade em relação à estação que se encontra, água e sombra. É feita a rotação desses animais nos piquetes para que eles sempre tenham uma alimentação de boa qualidade. É um sistema que traz muitos benefícios, além de conseguir atender às demandas exigidas pela produção orgânica. Quanto ao transporte, devemos levar em consideração também o bem-estar animal, proporcionando a esses animais um transporte que tenha uma boa ventilação, sem estresse, e que não seja escorregadio, evitando assim fraturas. Esses animais costumam ser calmos, então o manejo deles é muito fácil, lembrando que o estresse pode ser prejudicial na hora do abate. Veja a dica do Roberto! Aplicando a técnica pg. 54Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Recomenda-se que o frigorífico não seja muito longe da propriedade, devendo ser credenciado pelas certificadoras de orgânicos. Para o abate, deve ser feita a insensibilização corretamente, evitando, assim, o sofrimento do animal. Além de todos os cuidados que devem ser seguidos conforme a legislação de orgânicos, é preciso também atentar para os cuidados sanitários, que orientam qualquer produção animal no Brasil. Todo e qualquer medicamento ou procedimento que necessite ser alterado na forma de produção deve estar descrito no Plano de manejo orgânico da propriedade, e deve ser autorizado pela certificadora. Aspectos gerais sobre a criação de caprinos e ovinos O semiárido nordestino brasileiro possui experiências exitosas quanto à produção de caprinos, que juntamente com os ovinos são chamados de pequenos ruminantes. Os caprinos são produzidos, em sua maior parte, no território nordestino. Os ovinos são mais produzidos e melhor adaptados aos territórios do sul do Brasil, devido às condições climáticas. Fica a dica pg. 55Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos A criação de caprinos no Brasil é feita, principalmente, por agricultores familiares, sendo obtidos produtos como a carne, o leite e seus subprodutos, enquanto a produção de ovinos orgânicos é, em sua maioria, para a obtenção de carnes. A produção pode ser realizada de forma semelhante à produção de bovinos de corte, em pleno pasto, em piquetes e semiconfinados. A recomendação de alimentação precisa seguir as normas da legislação, e deve ser adaptada às necessidades de cada raça e aos ingredientes disponíveis no local. É recomendado sempre utilizar raças mais rústicas, pois estas são, em geral, mais adaptadas às condições locais. Para a produção de caprinos no semiárido brasileiro, é recomendada a utilização da vegetação nativa, da caatinga, sempre que possível, e que esteja em adequação às normas ambientais brasileiras. Veja, a seguir, três técnicas para a alimentação animal que podem ser utilizadas nessas ocasiões: Fica a dica pg. 56Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Raleamento É o controle seletivo de árvores e arbustos para a produção de vegetação herbácea. Você deve fazer a retirada de plantas, porém, mantendo as que têm valores forrageiros, sistema radicular profundo, valor madeireiro, e devem- se controlar os arbustos pioneiros e tóxicos. Rebaixamento Consiste no corte de espécies lenhosas para induzir a rebrotação das forragens, na altura que os animais possam consumir suas folhas e ramos durante a estação seca. Enriquecimento de áreas raleadas com espécies vegetais introduzidas Introdução de outras espécies nas áreas, devendo ser introduzidas no período chuvoso. Recomenda-se que o enriquecimento seja feito ao estrato herbáceo ou lenhoso, devendo-se utilizar espécies perenes. pg. 57Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Em relação ao manejo sanitário, é necessário aplicar as vacinas exigidas pela lei sanitária, e para o tratamento de doenças recomenda-se o uso de homeopatia, fitoterapia e acupuntura. Lembre-se sempre que devemos fazer um manejo preventivo para evitar o tratamento terapêutico, aquele que é feito quando já existe a doença. Recomenda-se evitar a ocupação superior à de 5- 7 dias, e fazer o descanso da área de pelo menos 30 dias, pois é uma alternativa que ajuda a diminuir os índices de ectoparasitas e endoparasitas. Aspectos gerais sobre a criação de peixes A produção de peixes orgânicos envolve uma série de detalhes que precisam ser observados. A seguir, acompanhe uma conversa esclarecedora entre Vítor e Roberto sobre esse assunto. Não deixe de conferir o áudio no AVA, na seção Quem sabe, compartilha! Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. Fica a dica http://ead.senar.org.br/ pg. 58Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Roberto: Olá, Vítor! Posso sim, claro! Na produção de peixes orgânicos, assim como todas as outras formas de produção orgânica animal, todos os insumos e os animais, na forma de alevinos, pós-larvas e reprodutores, devem ser de procedência de sistemas orgânicos. Roberto: Se possível, o que se recomenda é trabalhar com produção de peixes nativos, porque são raças mais rústicas e adaptadas às condições locais. Quem sabe, compartilha Vítor: Oi, Roberto! Você sabe que eu produzo galinhas aquina minha propriedade, não é? Mas eu estava pensando em ampliar a produção para outros animais. Li sobre produção orgânica de peixes, mas confesso que não sabia que era possível. Você pode me explicar um pouco sobre isso? Vítor: E eu posso produzir qualquer peixe? pg. 59Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Roberto: Consegue sim! O tempo de conversão de manejo convencional para o orgânico deve ser de até doze meses, para sistemas de viveiros de terra, e de um ciclo de produção em sistemas que já tinham produções anteriores de forma diversa do sistema orgânico. Roberto: Isso mesmo, Vítor! E você sabia que, para inserir um reprodutor no plantel, se não for oriundo de produção orgânica, ele deve permanecer na propriedade por três meses antes de ser introduzido como reprodutor? Mas é preciso ter muita atenção, porque esses peixes, quando descartados dos plantéis de reprodutores, não poderão ser vendidos como orgânicos, mesmo que sejam de propriedades orgânicas. Vítor: E quem já produz peixe de forma convencional, consegue mudar para produção orgânica? Vítor: Então, em sistemas que nunca foram utilizados, não é necessário o período de conversão? pg. 60Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Roberto: Ela deve ser natural, sem recorrer a métodos artificiais. Se não for possível ser natural, a certificadora pode autorizar um outro método adequado. Roberto: Existem sim! Não são permitidos animais obtidos através de gimnogênese, populações artificialmente esterilizadas, cultivos de poliplóides, organismos geneticamente modificados e organismos sexualmente revestidos. Vítor: E como deve ser a reprodução dos animais? Vítor: Além disso, existem outras regras para a produção orgânica de peixes? pg. 61Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Roberto: Na verdade, podem ser introduzidos na alimentação produtos que não sejam orgânicos, desde que noventa por cento da biomassa cultivada seja obtida a partir da produção orgânica. Roberto: Imagina, Vítor! Qualquer dúvida, pode contar comigo! Vítor: Ok, entendi! E a alimentação desses animais, deve ser orgânica também, não é? Vítor: Então, muito obrigada pela ajuda, Roberto! Vou pensar se começarei a produzir peixes aqui na propriedade. pg. 62Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Apicultura e meliponicultura orgânica A apicultura e a meliponicultora são atividades que podem ser desenvolvidas em todas as regiões do país. A apicultura é a produção de abelhas com ferrão, e a meliponicultura, de abelhas sem ferrão. Algumas espécies são conhecidas por nomes diversos, dependendo da região do país. Há diversas espécies de abelhas sem ferrão nativas do Brasil, e essa atividade é facilmente realizada sob o sistema orgânico. Com a criação de abelhas, é possível obter cera, mel, geleia real, própolis e pólen. Abelha europeia (Apis melífera), com ferrão. Jataí-amarela (Tetragonisca angustula), sem ferrão. Para os produtos serem reconhecidos como orgânicos, é necessário que a criação esteja sob manejo orgânico por no mínimo 120 dias. Sendo assim, a cera para a fabricação de novas folhas deve ser proveniente de unidades orgânicas de produção ou dos próprios opérculos. Não devem ser reutilizadas ceras e favos que não sejam orgânicos. Em casos especiais, você deve consultar a OAC e a OCS para a autorização de ceras que não tenham procedência orgânica, mas elas não devem ter sido formadas com produtos proibidos para a apicultura orgânica. Aplicando a técnica pg. 63Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos A localização de apiários orgânicos deve ser em um local com presença de néctar e pólen em um raio de no mínimo 3 km; a área deve possuir culturas com manejo orgânico, vegetação nativa ou espontânea, e outras culturas em que só sejam aplicados produtos permitidos. Caso não encontre essas condições, você pode aumentar o raio para 5 km. Ademais, a alimentação artificial somente pode ser usada após a última colheita, que deve ocorrer até 15 dias antes do início do próximo ciclo de produção, e sempre é necessária a aprovação da certificadora. Nesses casos, devem ser registradas: • a quantidade de produto utilizado; • a data em que o produtor usou a alimentação artificial e • os enxames que foram alimentados. No final da época de produção de mel, deve-se deixar uma reserva suficiente para que elas sobrevivam até o início do próximo ciclo de produção. Caso ocorram dificuldades para a alimentação desses animais, você pode usar uma alimentação artificial com mel, açúcar e plantas orgânicas da unidade de produção. A colheita de mel nos favos que contenham ovos ou larvas de abelhas e a destruição das abelhas nos favos como método associado à colheita dos produtos da apicultura são proibidos na produção orgânica. pg. 64Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Existem algumas opções. Você pode substituir a rainha. Pode ocorrer a supressão dos machos quando a colmeia for atacada pelo ácaro Varroa jacobsoni. E não é permitido usar repelentes químicos durante as operações de extração de mel. Para o manejo das abelhas, o uso de fumaça deve ser de materiais naturais ou madeiras sem tratamento químico. O uso de querosene e gasolina para gerar fumaça é proibido. Além disso, os materiais para a construção das caixas onde as abelhas irão ficar não podem lhes causar intoxicação. Lembre-se de que, no AVA, você deve responder uma pergunta para conquistar sua recompensa e, assim, desbloquear a aula seguinte. O desbloqueio das aulas irá lhe garantir o selo do módulo, e somente na tela de conclusão você poderá baixar o áudio contendo o resumo no canal de podcast do Um Giro no Agro. Ele é um excelente recurso para rever todos os temas do módulo quando quiser! Aplicando a técnica Fica a dica pg. 65Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Suas conquistas! Chegamos ao fim da apresentação de conteúdo do módulo 3. Veja só: Agora, você já pode concluir o módulo! Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Conclusão Módulo 3 pg. 67Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Chegamos ao fim deste terceiro e último módulo do curso. Nele, foi possível aprender como ocorre todo o processo da produção animal orgânica, desde a preparação da área onde você irá plantar os alimentos que serão fornecidos para os animais, até as características de cada animal de produção. Lembre-se sempre de que a base para esse sistema dar certo é a alimentação desses animais com produtos orgânicos, e que o bem-estar animal deve sempre ser priorizado. Além disso, é necessário considerar o período de conversão e as especificidades exigidas pela Lei para cada espécie: aves, suínos, bovinos, caprinos, ovinos, peixes e abelhas. E lembre-se de que, na tela de conclusão do AVA, você poderá baixar sua recompensa por suas conquistas – o áudio contendo o resumo no canal de podcast do Um Giro no Agro, cujo tema é: Produção de frutas em sistemas orgânicos! Acesse e garanta a sua recompensa! Siga em frente e veja as questões da Atividade de Aprendizagem do módulo 2. http://ead.senar.org.br/ Atividade de aprendizagem Módulo 3 pg. 69Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Viu só quanta coisa você já aprendeu até aqui? Reveja os principais assuntos abordados antes de testar os seus conhecimentos! Foto: Marcos Giesteira. Sistema CNA/Senar Retrospectiva da produção orgânica Vamos relembrar como é a produção de animais em sistemas orgânicos?! Quando falamos das leis envolvidas na produção de animais, não podemos deixar de citar a Portaria do MAPA número 52 de 2021, pois ela estabelece o regulamento técnico e as listas de substâncias e práticas para o uso em sistemas orgânicos de produção. No AVA, você pode acompanhar esta revisão em um vídeo. Não deixe de assistir! E atenção! A tela de encerramento só será liberada após a conclusão da atividade dentrodo AVA. As respostas devem ser enviadas obrigatoriamente por lá. Dessa forma, você terá um feedback confirmando se você respondeu corretamente ou se deverá tentar novamente. Depois da segunda tentativa, a resposta correta será apresentada. Se você estiver conectado à internet e quiser ir direto para a página do Portal EAD do Senar, clique no ícone ao lado. http://ead.senar.org.br/ pg. 70Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Também é muito importante relembrar que todos os produtores que queiram iniciar a produção de orgânicos devem passar por um período de conversão. Para adquirir animais destinados à produção orgânica, é necessário que sejam derivados do sistema orgânico; mas, quando não for possível, podem ser de unidades não orgânicas, preferencialmente em período de conversão. Os animais de produção orgânica somente poderão se alimentar de produtos orgânicos provenientes de propriedades que possuam o manejo orgânico. A amamentação dos animais deve ser feita pela mãe ou pela fêmea substituta. Quando isso não for possível, será permitido o aleitamento artificial; no entanto, o leite precisa ser da mesma espécie animal. As instalações para os animais na produção orgânica devem atender a todos os requisitos de bem-estar animal, devendo dispor de temperatura, umidade e ventilação adequadas. Na produção orgânica de animais nem todos os produtos e medicamentos usados no sistema convencional são permitidos. Os produtores devem considerar que o animal esteja livre de fome, sede, desnutrição, confortável em suas instalações, livre de dor, doença, injúria, e ser livre para expressar o seu comportamento natural, sem medo e sem estresse. pg. 71Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Foto: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Foto: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar Para a produção de alimentos orgânicos que serão fornecidos aos animais, é necessário conhecer como é realizado o manejo do solo. E os princípios são os mesmos da produção vegetal: garantir a biodiversidade dos solos, a manutenção da ciclagem de nutrientes, e estimular o seu uso de forma sustentável. E lembre-se! Para promover o aumento da matéria orgânica, é possível utilizar folhas secas, gramas, esterco animal, entre outros procedimentos. Existem alguns requisitos em relação à ração orgânica, e cabe muitas vezes ao produtor realizar a sua fabricação. Para a alimentação dos animais, as proteínas são um dos grupos mais importantes de nutrientes. Ao falarmos dos aspectos gerais da produção dos principais animais nos sistemas orgânicos, devemos levar em conta as necessidades e características de cada um dos grupos: aves, bovinos, suínos, caprinos, ovinos, peixes e abelhas. Certo, agora que você reviu o tema, leia os enunciados com atenção, e analise a informação trazida em cada alternativa. Trouxemos as perguntas para cá. Assim, caso precise, antes de respondê-las no AVA, você poderá rever o conteúdo estudado. pg. 72Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos 1. Sr. João, vizinho da propriedade de Vítor, está em processo de certificação da sua produção de suínos e caprinos. Ele já produzia esses animais, mas no sistema convencional. O técnico Roberto lhe passou um documento baseado na Portaria (MAPA) nº 52/2021, que contém todas as normas que deve seguir. Entretanto, são muitas as regras, e ele acabou se confundindo e realizando atividades que não estão de acordo com as normas da produção orgânica. Identifique essa inadequação entre as alternativas. a. Para a limpeza dos chiqueiros, ele utiliza água, ácido acético, sabões e detergentes. b. As instalações para abrigo dos suínos têm aberturas para um sistema de ventilação o que lhes proporciona maior conforto térmico. c. Quando as cabras não podem amamentar os filhotes, Sr. João alimenta os filhotes com leite de vacas, produzido em sistemas orgânicos. d. Os suínos ficarão pelo menos 6 meses na propriedade, sendo tratados sob os cuidados da produção orgânica até serem comercializados para o frigorífico, para o processamento da carne orgânica. 2. O cuidado com o bem-estar animal é algo imprescindível para a produção orgânica. Vítor e sua família já tinham ouvido falar sobre o tema, mas, agora que estão produzindo aves e bovinos sob o sistema orgânico, tiveram que adaptar várias técnicas e equipamentos para adequarem-se às regras e permitir que os animais tenham uma boa qualidade de vida. Entre as alternativas, qual delas Vítor deve seguir para garantir o bem-estar dos animais? a. O corte das pontas de chifres, castração, mochamento e marcações nos bovinos podem ser realizadas em alguns casos, desde que na idade adequada do animal. b. O bem-estar animal se restringe aos aspectos da produção e, por isso, não interfere nas etapas de transporte e abate, portanto, não deve ser uma preocupação para Vítor. c. Vítor deve realizar a debicagem das aves para que elas, ao se bicarem, não causem ferimentos umas nas outras. d. Ele deve estar atento para o bem-estar dos animais de produção, como os bovinos e as aves que serão os certificados, porém, não precisa ter essa preocupação com aqueles utilizados para o trabalho. pg. 73Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos 3. Vítor começou a produzir gado de corte e consultou o veterinário, que lhe aconselhou sobre os alimentos que podem ser ministrados aos animais e as quantidades. Ele sugeriu que Vítor cultive os alimentos na propriedade. Dentre as alternativas, qual a que indica fontes de alimentos energéticos que podem ser produzidos por ele na propriedade seguindo as orientações da produção orgânica? a. Pastagens nativa e feno. b. Farelo de soja e farelo de algodão. c. Ureia e aveia. d. Milho e aveia. 4. A criação de bovinos para a produção de leite orgânico é uma atividade em que os produtores, em geral, têm sucesso, pois os produtos dessa produção têm preços de mercado superiores aos do sistema convencional. Entretanto, algumas características especiais de criação e manejo de animais são requeridas na produção orgânica. Por isso, realizou-se um curso com alguns produtores que querem iniciar o período de conversão; durante as discussões, as determinações legais da produção foram conhecidas. Dentre as alternativas, qual a que está prevista na legislação de orgânicos? a. O manejo dos animais para a produção de leite deve ser exclusivamente em sistema de rotação, pois esse é o sistema que favorece uma melhor nutrição, e isso fará com que os animais produzam mais leite. b. Os requisitos legais nacionais são os mesmos requeridos no mundo todo. Por isso, o leite orgânico produzido no Brasil pode ser comercializado para o mercado externo. c. Para a produção orgânica de animais, não podem ser ministrados aos animais alimentos provenientes de sistemas de produção convencional ou em conversão. d. O local de pastagens, seja rotativo ou não, deve ter sombra, água acessível e de boa qualidade, e proteção contra ventos fortes. pg. 74Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos 5. Uma amiga de Márcia possui uma propriedade em transição agroecológica, onde tem algumas atividades produtivas certificadas, como é o caso da produção de hortaliças. A produção animal que possui na propriedade é ainda sob o manejo convencional, mas no próximo ano ela quer iniciar a produção orgânica. O técnico da certificadora avaliou o modo como ela produz alguns desses animais e constatou um grupo cujo aspecto de manejo que ela já faz é correto, segue a orientação da produção orgânica. Dentre as atividades que ela realiza com os animais, qual é a que já está adequada ao manejo orgânico? a. Os peixes produzidos na propriedade são obtidos a partir de populações esterilizadas artificialmente e consomem ração orgânica. b. As aves mantidas na propriedade do Paulo são criadas em ambientes ao ar livre, em galinheiros móveis, onde podem ciscar e caminhar no solo.c. A produção de suínos é realizada em instalações onde os animais permanecem toda a vida fechados sem ir a piquetes, recebendo aí toda a alimentação e a água de que precisam. d. A produção de mel de Paulo está indo muito bem. Ele possui 10 caixas que foram instaladas com cera orgânica. Na extração de mel, Paulo utiliza um equipamento a base de gasolina para ser mais ágil a extração. Parabéns! Você finalizou a análise da atividade de aprendizagem. Avance! Encerramento Módulo 3 pg. 76Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Agora sim! Vamos encerrar o curso de Produção de alimentos em sistemas orgânicos. Parabéns por ter chegado até aqui! Nos primeiros módulos, vimos as características da produção vegetal, de hortaliças e frutas, dois segmentos que mais são produzidos e comercializados no Brasil e no mundo. A conservação dos recursos naturais é uma aliada na produção dos alimentos orgânicos, e, por isso, os cuidados com o manejo do solo, adubação e promoção da diversidade são princípios da produção orgânica. Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar. Esses cuidados se estendem também à produção orgânica animal, tema do último módulo do curso. A produção animal apresenta uma série de requisitos específicos, que vão desde as instalações, alimentação e manejo, que devem primar pelo bem-estar dos animais, até a conservação dos recursos. Foram trazidas algumas características para a criação de aves, bovinos, suínos, caprinos, ovinos, peixes e abelhas, mas sabemos que outros animais também podem ser produzidos no sistema orgânico. Fotos: Wenderson Araujo. Sistema CNA/Senar. Considerando que a demanda de produtos vegetais e animais orgânicos é crescente, esperamos que este curso tenha fornecido conhecimento para você qualificar a sua produção, seguindo as normas e exigências legais necessárias para a certificação de orgânicos. pg. 77Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Finalização do curso Muito bem! Parabéns pela conclusão deste curso. Mas atenção! Para que seu certificado de conclusão seja disponibilizado, você deverá acessar o AVA e navegar por todas as telas, realizar as atividades de aprendizagem, e, depois de cumprir essas duas etapas, deve responder a pesquisa de satisfação. Assim que terminá-la, o acesso ao seu certificado estará liberado. http://ead.senar.org.br/ pg. 78Módulo 3 – Produção de alimentos em sistemas orgânicos Referências bibliográficas ALCÂNTARA, F. A. Manejo Agroecológico do Solo, Embrapa Arroz e Feijão. Documentos, n. 314, 2017. 28 p. Disponível em: http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1076545. Acesso em: 3 set. 2021. AVILA, V. S.; SOARES, J. P. G. Produção de ovos no sistema orgânico. Rev. Ampl. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves. Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2010, 104 p. Disponível em: http:// www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/881191. Acesso em: 27 set. 2021. BORGES, A. L. et al. Cultivo orgânico de fruteiras tropicais: manejo do solo e da cultura. Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF, 2003. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Lei Federal nº 10.831 de dezembro de 2003. Dispõe sobre normas para a produção de produtos orgânicos vegetais e animais. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 dez. 2003. Seção 1, p.11. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.831.htm. Acesso em: 3 set. 2021. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento. Lei Federal nº 10.831 de dezembro de 2003. 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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Ministério Do Meio Ambiente. Instrução Normativa Conjunta nº 17, de 28 de maio de 2009. Normas técnicas para a obtenção de produtos orgânicos oriundos do extrativismo sustentável orgânico. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 29 maio 2009, Seção 1. Disponível em: https://www.gov.br/ agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/legislacao/portugues/instrucao-normativa- conjunta-mapa-mma-no-17-de-28-de-maio-de-2009-extrativismo-sustentavel-organico.pdf/ view. Acesso em: 25 jun. 2021. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 52, de 15 de março de 2021. Estabelece o Regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção e as listas de substâncias e práticas para o uso nos Sistemas Orgânicos de Produção. Diário Oficial da União, Brasília, 15 mar. 2021. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-52-de-15- de-marco-de-2021-310003720 Acesso em: 30 mai. 2021. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério da Pesca e Aquicultura. Instrução Normativa Interministerial nº 28, de 8 de junho de 2011. Estabelece Normas Técnicas para os Sistemas Orgânicos de Produção Aquícola a serem seguidos por toda pessoa física ou jurídica responsável por unidades de produção em conversão ou por sistemas orgânicos de produção. Diário Oficial da União, Brasília, 28 jun. 2011. Disponível em: https://www.gov.br/ agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos/legislacao/portugues/instrucao-normativa- interministerial-no-28-de-08-de-junho-de-2011-producao-de-organismos-aquaticos.pdf/view. Acesso em: 27 set. 2021. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 52 de 15 de março de 2021. Estabelece o regulamento Técnico para os Sistemas Orgânicos de Produção e as listas de substâncias e práticas para uso nos Sistemas Orgânicos de produção. Diário Oficial da União, Brasília, 52 mar. 2021. 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