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Ética Hacker
Ser um hacker é ético?Bem... na verdade, não é bem por aí.
O professor e coordenador de curso Edgar Albuquerque, da UNISO, falou a respeito desse tema e mostrou a importância de se usar os termos corretos. Edgar é formado em T.I., letras e filosofia;o que lhe permitiu unir o raciocínio e a lógica à informática, e então esclarecer a questão.
Em primeiro lugar, hacker não é aquela pessoa que invade contas do twitter, como muitos pensam.Esse termo é usado de maneira equivocada, pois os especialistas em informática que invadem e quebram sistemas são os crackers. O hack é simplesmente um truque que se usa para facilitar o processo. Assim sendo, os hackers são pessoas que pensam de forma diferente e conseguem resolver situações através de processos diferentes (usando "truques").
E como pensam os hackers? De uma maneira diferente das “pessoas normais”. Obviamente isso causa estranhamento, e torna difícil entender porque alguém faria as coisas de modo diferente.
A tecnologia é desenvolvida, testada e padronizada,e as pessoas se acostumam a ela e a um certo modo "universal" de usá-la. Os hackers vão além. Eles imaginam como seria possível usar a mesma tecnologia sem tanta dificuldade e criam soluções originais e práticas... hackeando.
Hoje é muito comum ouvirmos dizer que vivemos na era da informação, da computação, que nunca se teve tanta coisa em tão pouco espaço, que tudo é virtual, dentre várias outras frases feitas que praticamente se tornaram ditos populares. Contudo, as pessoas ainda insistem em manter padrões de comportamento que se assemelham aos da era industrial do século XX.
Novas profissões surgem e o mercado muda, mas muitos continuam resistentes às mudanças e se defendem com argumentos diversos, porém desprovidos de lógica. Não foi só o mercado e a sociedade que mudaram, a lógica também mudou e não se pode pensar essa mudança sob a antiga lógica.
Querer moldar a sociedade e a tecnologia atuais nos padrões “clássicos” é uma incoerente e irritante. Frases do tipo “eu aprendi assim”, “na minha época...” e “faça do meu jeito”, que são usadas para tentar fazer com que a nova geração se comporte como a antiga num mundo que avança cada vez mais rápido, é comparável a pedir que uma criança tropece para que não corra tão rápido.
Concorrência desleal, irrealidade, fantasia e falta de respeito às tradições foram algumas das expressões usadas pelos fabricantes de vela, quando a lâmpada foi inventada; ou pelos livreiros, quando a internet se popularizou; e esse comportamento se repete até hoje. A inevitável substituição do mundo físico pelo mundo digital vem sendo freada pelo pensamento mecânico do século XX,que se mostra cada vez mais ultrapassado na era atual.
O trabalho é visto como sofrimento, como um mal necessário... Tal visão remonta à Grécia antiga e se estende até o século XX; dos mitos gregos e passagens bíblicas até os jargões atuais. Mas seja qual for a fonte, essa visão antiquada é borrifada nas novas gerações; e muitos dos que nasceram nos últimos quinze anos estão impregnados de tal mentalidade.
O trabalho pode ser sofrimento e dever, mas também pode ser uma diversão ou um desafio; embora para muitos isso ainda soe como utopia. Se trabalhar é um processo padronizado e obrigatório que gera resultados pelo sofrimento, por que não hackeá-lo?
Se trabalhar é obrigatório, hackeando-se o processo mudam-se alguns valores, se o padrão é considerar o trabalho como um fim para se obter algo, o processo se torna excruciante, os hackers vem o trabalho como meio e não como fim, a motivação é o processo em si, o desafio e não apenas seus resultados.
Trabalho é isolamento da mente, exige concentração, silêncio, ambiente organizado, traje formal, local e horário definido. Mas não é nada em que um hacker não possa dar um jeitinho. Não estamos na tal "era da informação"? Os estímulos não vêm de todos os lados, o tempo todo? Não será isso alimento para o cérebro e seu potencial criativo? Por que bloquear o cérebro, limitando-o a um processo mecânico, em plena era digital?
A nova geração acostuma-se cada vez mais a fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, e a fazê-las direito; algo quase impossível para a velha geração. Não é que a nova geração seja melhor do que a velha; ela apenas nasceu em um mundo que a induz a isso desde a sua infância.
Trabalhar ouvindo música era impensável até pouco tempo atrás, mas hoje há quem produza mais assim. Trabalhar de madrugada e comendo? Quanta displicência... Ou não? Onde estão os moldes? Cadê os parâmetros? Estão sendo deixados definitivamente no lugar de onde não deveriam ter sido trazidos: o século passado.
Que uma empresa precise de todos os tipos de funcionários – antigos e modernos – podemos admitir. Não há dúvida de que a mescla entre a velha e a nova geração deve ocorrer, pois ambas podem contribuir a seu modo para a produção; mas é preferível que todos aprendam a hackear e a viver num mundo novo.
Velho não é quem viveu primaveras demais; é quem se recusa a aprender e acaba por ficar limitado, em uma era em que a informação está em todos os lugares, e ao mesmo tempo em lugar nenhum. A tecnologia digital não impõe restrições à idade, mas à mentalidade.
Os hacks são processos pra otimizar o tempo. A era digital demanda tempo, e os processos mecânicos o consomem, além de serem geralmente tediosos ou cansativos. Os hackers transformam esse sofrimento mecânico em desafios, e se tudo dá certo, ainda sobra tempo pra se ter tempo.
Deve ser ótimo ser movido a desafios, fazer as coisas de maneira diferente e ainda ter tempo. O que mais um hacker poderia querer? Reconhecimento. Mais do que um simples agradecimento ou até mesmo dinheiro, os hackers querem ser vistos resolvendo problemas e fazendo o que ninguém fez antes e para conseguirem tal reconhecimento encontraram na própria internet a ferramenta para obter o reconhecimento e expõem online suas soluções e hacks.
Os hackers não escondem seus resultados tampouco suas maneiras, eles se mostram e postam tutorais demonstrando sua solução prática para burlar o sistema. Os tutoriais estão espalhados por todos os cantos da internet, e vão desde como invadir contas e instalar programas ilegais até como evitar que o leite ferva e como não amassar a manga da camisa.
Ética e comportamento mudam com o tempo, e é necessário hackeá-los.Na ética hacker os desafios movem o mundo digital. Isso não significa a extinção de um velho mundo; mas apenas uma solução prática e original para se fazer a transição para uma nova era digital. Pena que alguns ainda se equivocam com esses truques.
Paulo Pedroso, dezembro de 2015

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