Buscar

Acessibilidade ao Currículo na Educação Inclusiva

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
CENTRO DE EDUCAÇÃO E HUMANIDADES 
FACULDADE DE EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO CECIERJ /Consórcio CEDERJ / UAB 
Curso de Licenciatura em Pedagogia – modalidade EAD 
 
 
Disciplina: Educação Inclusiva e Cotidiano Escolar 
Coordenadora: Prof.ª Dr.ª Rosana Glat 
Tutoras: Prof.ª Ms. Amanda Carlou; Prof.ª Dr.ª Annie Redig; Prof.ª Dr.ª 
Cristina Angélica Mascaro; Prof.ª Ms. Suzanli Estef 
 
 
 
Aula 4 
 ACESSIBILIDADE AO CURRÍCULO1 
 
 
 A prática educacional embasada no princípio no princípio da inclusão demanda 
que a escola esteja preparada para garantir a acessibilidade de todos os alunos aos 
espaços e processos pedagógicos, eliminando barreiras arquitetônicas, de 
sinalização/comunicação ou de utilização dos recursos pedagógicos da escola2. Sem 
acessibilidade não há inclusão. 
Podemos afirmar que a acessibilidade é, portanto, o pré-requisito para a 
implementação da inclusão escolar, e demanda duas condições básicas: remoção de 
eventuais barreiras impeditivas para a participação de todos os alunos em todos os 
espaços e momentos escolares e o fomento de propostas pedagógicas e utilização de 
recursos didáticos adequados às necessidades educacionais especiais de qualquer aluno. 
Certamente, como vimos na aula anterior3, os direitos das pessoas com 
deficiências estão garantidos em nosso país por uma legislação modelo para os padrões 
internacionais, como, por exemplo, o Plano Viver sem Limites (BRASIL, 2011). 
Entretanto, apesar de todas essas conquistas, seu acesso à escola e demais lugares 
 
1 Esta aula, que foi elaborada com a colaboração da Profª Cristina Angélica Mascaro, tutora da nossa 
disciplina, é uma adaptação do texto Acessibilidade ao currículo: pré-requisito para o processo ensino-
aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular (FERNANDES, 
ANTUNES & GLAT, 2011). 
2 Na próxima aula aprofundaremos as adaptações curriculares e de recursos pedagógicos. 
3 Aula 4: Educação Inclusiva nas políticas públicas brasileira. 
públicos ainda é dificultado pelas barreiras físicas e arquitetônicas, por vezes 
intransponíveis, com as quais se deparam cotidianamente. 
Historicamente o termo acessibilidade se restringia à remoção de barreiras 
arquitetônicas e adaptações de logradouros para indivíduos com deficiências físicas e 
dificuldades locomotoras. De fato, a presença de degraus altos em escadas, banheiros e 
transporte público não adaptados, buracos nas vias públicas, entre outras barreiras 
arquitetônicas, impedem o exercício de um dos direitos mais básicos de qualquer 
cidadão que é deslocar-se livremente. E são essas mesmas barreiras que alunos com 
alguma deficiência física ou dificuldade de locomoção enfrentam ao chegar na escola 
comum. Atualmente, porém, este conceito foi ampliado para o modelo denominado 
Desenho Universal, cujo objetivo, como aponta Camisão (2007), é de tornar os ambientes 
mais inclusivos possíveis, promovendo condições de acesso à locomoção, comunicação, 
informação e conhecimento para todas as pessoas. 
Nesse sentido, é importante pontuar que rampas, corrimãos e banheiros 
adaptados, por exemplo, não beneficiam apenas os usuários de muletas ou cadeiras de 
rodas; mas sim todos aqueles que por limitações funcionais decorrentes da idade 
(idosos)4, de condições físicas temporárias (por exemplo, estado gestacional), condições 
clínicas permanentes ou temporárias (obesidade, problemas cardíacos, recuperação de 
cirurgias ou fraturas, etc.) necessitam de adaptações para sua locomoção5. 
O conceito de Desenho Universal vem sendo disseminado desde o início da 
década de 1990 pela Organização das Nações Unidas (ONU) que recomenda a 
elaboração de políticas públicas e normas técnicas que atendam à acessibilidade física, 
de informação e comunicação. O Brasil vem, sobretudo nos últimos anos, aderindo a este 
movimento e instituindo inúmeras leis, portarias e decretos que definem parâmetros e 
estabelecem normas de acessibilidade para órgãos, entidades, logradouros públicos e 
privados6. 
 
4 Segundo Barbosa (2006) a probabilidade de uma pessoa idosa adquirir alguma incapacidade chega a ser 
de 10% até os 21 anos, eleva-se a 36% em pessoas na faixa etária de 55 a 64 anos, atingindo 72% naquelas 
com mais de 80 anos. 
5 Aqui cabe apontar, porém, que, algumas adaptações tomadas de forma isolada, como, por exemplo, 
orelhões rebaixados para pessoas usuárias de cadeiras de rodas sem informações em piso tátil, podem 
prejudicar a acessibilidade de pessoas cegas, logo contraiam a proposta de Desenho Universal. 
6 Essas orientações podem ser encontradas nas normas de acessibilidade editadas pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (ABNT, 2007). 
 
Entre estes dispositivos legais destaca-se o Decreto 5296, de 02 de dezembro de 
2004, que define acessibilidade como: 
 
Condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, 
dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos 
serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de 
comunicação e informação por pessoa portadora de deficiência ou com 
mobilidade reduzida. 
 
Este decreto também apresenta, em seu Artigo 8º, o conceito de Desenho 
Universal, como: 
 
Concepção de espaços, artefatos e produtos que visam atender 
simultaneamente todas as pessoas, com diferentes características 
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável, 
constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a 
acessibilidade. 
 
Pode-se definir acessibilidade, portanto, como a eliminação ou redução das 
barreiras. Estas, por sua vez, consistem em qualquer entrave ou obstáculo que limite ou 
impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a 
possibilidade das pessoas se comunicarem e terem acesso à informação. Podem ser, 
portanto, urbanísticas envolvendo as edificações, espaços de circulação e os transportes, 
bem como referentes aos sistemas de comunicação e informação. 
A garantia de acesso ao currículo envolve, também, a possibilidade de utilização 
dos recursos didáticos da escola; entretanto, em grande parte dos casos, as dificuldades 
são tantas, que muitos estudantes com deficiências acabam abandonando a escola. Mais 
grave ainda é que, essas barreiras frequentemente se tornam uma “justificativa” da 
escola para a sua não-inclusão, com a alegação de que “não está preparada para receber 
esses alunos”, o que se configura como uma forma explícita de exclusão. 
No entanto, a acessibilidade nas escolas é assegurada, entre outras legislações, 
pela Resolução nº 2 do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2001) que, em seu 
Artigo 12°, assim versa: 
 
Os sistemas de ensino, nos termos da Lei 10.098/2000 e da Lei 
10.172/2001, devem assegurar a acessibilidade aos alunos que 
apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a 
eliminação de barreiras arquitetônicas urbanísticas, na edificação – 
incluindo instalações, equipamentos e mobiliário – e nos transportes 
escolares, bem como de barreiras de comunicação, provendo as escolas 
de recursos humanos e materiais necessários. 
 
Ainda no parágrafo 1° deste mesmo artigo, fica determinado que: 
 
Para atender aos padrões mínimos estabelecidos com respeito à 
acessibilidade, deve ser realizada a adaptação das escolas existentes e 
condicionada a autorização de construção e funcionamento de novas 
escolas ao preenchimento dos requisitos de infra-estrutura definidos. 
 
É importante ressaltar, também, que além das barreiras arquitetônicas, de 
comunicação e informação, a participação plena das pessoas com deficiências nos 
espaçossociais, de modo geral, é cerceada por conta das chamadas barreiras atitudinais, 
os seja, o preconceito e a discriminação. Essas barreiras atitudinais podem ser 
atenuadas por meio de mudanças da forma de se pensar e de ver a pessoa com 
deficiência, na medida em que não enfatizamos a restrição, mas sim, a sua 
funcionalidade. Isto é, a capacidade do sujeito, apesar de sua deficiência, pessoas de 
exercer qualquer atividade desde que tenham sido removidas as barreiras de 
acessibilidade. 
Veja a seguir, ilustrações que exemplificam ambientes e recursos que favorecem a 
acessibilidade. 
 
Acessibilidade Arquitetônica 
 
 
 
 
 
 
Como discutido, a efetivação da Educação Inclusiva demanda que a escola esteja 
adaptada para garantir a acessibilidade de todos os alunos aos espaços e processos 
pedagógicos, eliminando barreiras arquitetônicas, de sinalização e de utilização dos 
recursos didáticos nas escolas. Estas mudanças são denominadas “adaptações de 
acessibilidade ao currículo” (BRASIL, 1998), também conhecida como adaptações 
curriculares de grande porte, e incluem as condições físicas, materiais e de comunicação 
que a escola proporciona para receber alunos com diferentes tipos de necessidades 
especiais e propiciando sua participação em atividades e desenvolvimento acadêmico 
(OLIVEIRA & GLAT, 2003; GLAT, 2006). 
Ao se falar em acessibilidade, há uma tendência a se enfatizar os aspectos físicos, 
como se o fato do aluno poder se locomover livremente na escola garantisse sua inclusão 
educacional. Certamente isso é muito importante, contudo, pode no máximo permitir 
sua inserção social, não sendo suficiente para o processo de aprendizagem e construção 
do conhecimento. 
Nesta perspectiva, o conceito de acessibilidade envolve também as adaptações de 
pequeno porte (BRASIL, 1998) ou o uso de recursos didáticos específicos, denominadas 
ajudas técnicas ou tecnologias assistiva. Estas, como será apresentado na aula próxima 
aula, proporcionam, até mesmo para alunos com comprometimentos severos ou 
múltiplas deficiências formas autônomas ou semiautônomas de interagir e de aprender. 
As barreiras sinalização ou de comunicação têm uma grande importância para 
nossa discussão, pois afetam não só o acesso à informação de modo geral, mas também 
prejudicam diretamente a aprendizagem escolar. Assim sendo, a concepção de 
acessibilidade assumida no Decreto 5296 abrange o compromisso da Educação para, 
além da adaptação física, garantindo a promoção das chamadas ajudas técnicas ou 
tecnologia assistiva. 
O Comitê Brasileiro de Ajudas Técnicas7, assim conceitua Tecnologias Assistivas: 
[...]uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba 
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que 
objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, 
de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua 
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL, 2007). 
 
De acordo com Bersh (2008) a Tecnologia Assistiva deve ser entendida como um 
auxílio para promoção e ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou para 
possibilitar a realização da função desejada e que se encontra impedida por 
circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento. Sendo seu objetivo proporcionar 
independência, qualidade de vida e inclusão social. 
Por sua constituição básica, o ser humano privilegia no contato com o mundo 
exterior os sentidos da audição (tempo) e visão (espaço). Assim sendo, o campo da 
comunicação geralmente é marcado pelo apelo visual ou auditivo. Na mídia televisiva, 
por exemplo, estes canais se alternam, propagandas, noticiários e demais programas 
utilizam um ou outro meio. Quando o canal privilegiado é o visual, o indivíduo com 
surdez tem acesso à comunicação e o com cegueira não; em contrapartida se o apelo é 
eminentemente auditivo o que tem surdez não pode acompanhar o que está sendo 
veiculado. 
Não resta dúvida de que a barreira da comunicação e informação revela-se hoje 
como uma das condições mais importantes para a ruptura da exclusão social, sendo tão 
determinante, ou mais, do que a barreira física. O acesso a livros, jornais e à cultura, de 
modo geral, é fundamental na sociedade em que vivemos. Entretanto, a maioria dos 
 
7 Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República - 
SEDH/PR, através da portaria nº 142, instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, que reúne um grupo de 
especialistas brasileiros e representantes de órgãos governamentais. Entre seus objetivos incluem-se: 
apresentar propostas de políticas governamentais e parcerias entre a sociedade civil e órgãos públicos 
referentes à área de tecnologia assistiva; estruturar as diretrizes da área de conhecimento; e propor a 
elaboração de estudos e pesquisas. 
municípios de nosso país não dispõe de centros de transcrição em Braille para acervo 
bibliográfico a ser consumido pela população de brasileiros com deficiência visual, e as 
audiotecas (bibliotecas de gravação de livros) também são raras e precárias. 
Essas dificuldades têm sido parcialmente minimizadas com o advento da 
informática e da internet, que, por meio dos sistemas de ledores de tela, como por 
exemplo, o DOSVOX (software livre)8, o VISUAL VISION9, Jaws10 e outros aumentaram o 
acesso à informação e comunicação das pessoas com deficiência visual. Para facilitar a 
expressão comunicativa pode-se, inclusive, adaptar o teclado para Braille. Da mesma 
forma que, com o auxílio de uma lupa especial ou ampliador de caracteres uma pessoa 
com baixa visão pode ter acesso aos textos digitalizados e disponíveis no computador. 
Veja a seguir, exemplos de recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência 
visual. 
 
 
 
 
 
 
 
Scanner para converter textos impressos em texto digital e leitura em Português 
e Inglês. 
 
 
Máquina de datilografia em Braille 
 
8 Sistema operacional que interage com o usuário através da voz sintetizada, em português e sem sotaque, 
o que permite um nível alto de independência no estudo e no trabalho. 
http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/ 
9 Trata-se de um ledor de telas capaz de informar aos usuários quais são os controles (botão, lista, menu, 
etc) de qualquer janela do Windows, inclusive, para navegar na internet. 
10 tipo leitor de tela que fornece assistência para que pessoas com deficiência visual possam utilizar melhor o 
computador O Jaws oferece tecnologia de voz sintetizada, em ambiente Windows, para acessar software, aplicativos 
e recursos na Internet. 
 
 
Impressora em Braille 
 
Reglete de Alumínio com Prancheta em Madeira e Punção para escrita em Braille 
 
No entanto, independentemente dos avanços, se levarmos em consideração o 
número de escolas públicas brasileiras que têm acesso a computadores e à internet, 32% 
e 15% respectivamente, conforme Censo Escolar (BRASIL, 2005a), fica evidente que este 
recurso ainda é privilégio de poucos, sobretudo no interior do país. Além disso, embora 
o direito de acessibilidade às páginas na internet de órgãos públicos seja garantido por 
lei, as páginas e os sites de modo geral, bem como as comunidades virtuais, encontram-
se repletos de barreiras digitais, com excessos de movimentos e efeitos que dificultam anavegação por meio dos ledores de tela. 
 A acessibilidade aos meios de comunicação e à informação é também ainda muito 
restrita para pessoas com deficiência auditiva, sobretudo aquelas que não têm domínio 
da língua oral (falada e compreendida via leitura labial). Indivíduos que apenas se 
utilizam da língua de sinais, têm seu acesso à educação, bens e serviços, de modo geral, 
ainda limitado. Por exemplo, a maioria dos programas de TV não é legendada11, e são 
pouquíssimas as escolas que dispõem de professores ou intérpretes de língua de sinais12 
para os alunos surdos incluídos nas classes comuns. 
 
11 A não ser que o aparelho de televisão possua a função “closed caption” ou legenda oculta, que é 
acionada através do menu ou de uma tecla específica. 
12 No Brasil é utilizada a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). 
 Entre as ajudas técnicas, incluem-se também a Comunicação Alternativa e 
Ampliada que se constitui de recursos eletrônicos ou não (por exemplo, pranchas de 
comunicação confeccionada pelos professores) que permitem a comunicação expressiva 
e receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. A Comunicação 
Alternativa também é muito utilizada no campo da informática, com as adaptações de 
acesso ao computador, já mencionadas, como sintetizadores de voz, teclados 
modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de 
voz, etc.), mouse adaptado, entre outras (PELOSI, 2006; 2007; BRESCH, 2007). Observe, 
a seguir, alguns exemplos de recursos de acessibilidade digital. 
 
 
 
 
 
 Comunicação Alternativa 
 
 Software Leitor de Telas 
 
 
 Lupa digital 
 
 
 
Software para comunicação em LIBRAS 
 
Função de mouse 
 
 
Ponteira utilizada para digitação e 
Teclado adaptado 
 
 Para alunos com deficiências visuais também há uma série de equipamentos e 
recursos pedagógicos e materiais que facilitam sua aprendizagem e inclusão em classes 
regulares, como por exemplo, transcrição de livros didáticos em Braille, mapas ou outros 
materiais em relevo, lupas ou fontes maiores, etc. Para os que têm deficiências auditivas, 
além de enfatizar o uso de material visual, destaca-se o apoio de intérpretes de língua de 
sinais e a capacitação do professor e demais colegas nessa língua. 
 Entretanto, embora ainda de forma insipiente, algumas escolas já dispõem de 
intérpretes de língua de sinais, conforme sugerido acima. Isso facilita muito a 
comunicação entre o aluno deficiente auditivo e o professor ouvinte, bem como a 
comunicação com os demais colegas. Também têm crescido no Brasil, nos últimos anos, 
as ofertas de cursos de cursos de LIBRAS e de Braille para os professores do ensino 
regular. Esta é uma iniciativa de grande importância para o processo de inclusão escolar, 
pois contribui para a remoção das barreiras que dificultam a acessibilidade ao processo 
formal de aprendizagem de alunos com deficiências sensoriais. 
 Além dos materiais, é importante que o professor faça adaptações na forma de 
apresentação das atividades acadêmicas ou lúdicas. Por exemplo, ler para o aluno com 
deficiência visual o que está escrito no quadro, ou, ao contrário, apresentar por escrito 
ao aluno com deficiência auditiva o que será discutido; colocar um sinalizador auditivo, 
como um guizo, em uma bola que está sendo utilizada em um jogo, entre outras. 
 No caso de alunos com deficiências múltiplas, fisioterapeutas ou terapeutas 
ocupacionais podem ajudar o professor a realizar adaptações que lhes melhorem a 
postura, possibilitando aos alunos acompanhar e participar melhor da dinâmica da aula. 
Como por exemplo, ajustar a cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o 
conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, 
assentos e encostos anatômicos). 
 As expressões “ajudas técnicas” ou “tecnologias assistivas” podem dar a 
impressão de que são recursos de elevada sofisticação tecnológica. No entanto, a maioria 
delas é simples e pode ser feita pelo professor na sala de aula. Algumas das mais comuns 
são: engrossar ou fixar com emborrachados ou extensores lápis, canetas e materiais 
usados para escrever, pintar, colorir, facilitando a apreensão e a coordenação motora 
específica para essas atividades; fazer suporte de madeira para livro em cima da carteira 
em uma altura adequada; projetar um assento e um encosto na cadeira que permitam 
estabilidade postural e favoreça o uso funcional das mãos (PELOSI, 2007; BRESCH, 
2008). Estas e outras adaptações de materiais escolares proporcionam ao aluno acesso 
às atividades escolares, e consequentemente ao currículo. 
 É importante ressaltar, também, que além das barreiras arquitetônicas, de 
comunicação e informação, a participação plena das pessoas com deficiências nos 
espaços sociais, de modo geral, é cerceada por conta das chamadas barreiras atitudinais, 
os seja, o preconceito e a discriminação. Essas barreiras atitudinais podem ser 
atenuadas por meio de mudanças da forma de se pensar e de ver a pessoa com 
deficiência, na medida em que não enfatizamos a restrição, mas sim, a sua 
funcionalidade. Isto é, a capacidade do sujeito, apesar de sua deficiência, pessoas de 
exercer qualquer atividade desde que tenham sido removidas as barreiras de 
acessibilidade. 
Para combater o preconceito --- maior impedimento para inclusão social da 
pessoal com deficiência --- não basta a legislação. É necessário uma transformação na 
cultura, o que demanda permanente discussão desde a infância. E esta é uma das 
grandes vantagens de uma escola em que crianças com e sem deficiências convivem 
juntas. Não há dúvidas que elas se transformarão em adultos mais tolerantes e à vontade 
com a diversidade social. 
Diante do exposto, enfatizamos que o pré-requisito para a para a inclusão 
educacional de alunos com necessidades especiais é a constituição de espaços escolares 
acessíveis a todos que lhes permitam circular livremente e participar, junto com os 
demais, de todas as atividades, acadêmicas ou não. Também ressaltamos a importância 
das adaptações e criação de recursos materiais e estratégias de ensino (ajudas técnicas 
ou tecnologia assistiva) que garantam as condições necessárias de acesso ao currículo 
para esses alunos, visando sua autonomia e desenvolvimento acadêmico, psicológico e 
social. 
 
 
 
 ACESSIBILIDADE BRASIL. Acessando a Web: O que é a Acessibilidade. 
Link:http://www.acessobrasil.org.br/index.php?itemid=45 
 ACESSIBILIDADELEGAL.AcessibilidadeLegal. 
 Linkhttp://www.acessibilidadelegal.com/index.php 
 GOVERNO ELETRÔNICO. Cartilha de Usabilidade para Sítios e Portais do Governo 
Federal. 2005. 
 Link: http://www.governoeletronico.gov.br/governoeletronico/> 
 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS, INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL. Recursos para a educação 
inclusiva. 2009. 
Link:http://sf.puc.zip.net/arch2009-07-12_2009-07-18.html > 
 TROCADEIDEIAS. Tecnologias Assistivas. 2007. 
Link:http://trocadeideias.pbworks.com/w/page/22485681/Tecnologias%20Assistivas 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Centro Especializado em Desenvolvimento 
Infantil: Porto Alegre, 2008. Disponível em: <http: 
http://proeja.com/portal/images/semana-quimica/2011-10-19/tec-assistiva.pdf> 
Acesso em: 24 de Fevereiro de 2013. 
 
BRASIL. Parâmetros Curriculares: adaptações curriculares – estratégias para a educação 
de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/SEESP, 1998. 
 
_________. Resolução CNE/CEB Nº 2, de 11 de setembro de 2001. Estabeleceas Diretrizes 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Diário Oficial da União. Brasília, 
14 de set. 2001. Seção 1E, p. 39-40, 2001. 
 
_________. Decreto 5296, Regulamenta as Leis n°s 10.048, de 8 de novembro de 2000, que 
dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 
2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade, Diário Oficial da União, Brasília, de 02 de dezembro de 2004. 
 
_________. Ministério da Educação. INEP. Censo escolar 2004-2005. Brasília, 2005. 
 
BRASIL. Secretaria dos Direitos Humanos. Comitê de Ajudas Técnicas. Ata da III reunião 
do Comitê de Ajudas Técnicas –CAT. Disp. em: http://www. 
Sugestão de sites para complementar informação sobre o tema da aula 
mj.gov.br/corde/arquivos/doc/Ata%20III%2019%20e%2020%20abril2007.doc. >. 
Acesso em: 10 jul. 2007. 
 
_________. Decreto 7612 de 17 de novembro de 2011 - Institui o Plano Nacional dos Direitos 
da Pessoa com Deficiência - Plano Viver sem Limite, 2011. 
 
 
CAMISÃO, V. Acessibilidade & Educação Inclusiva. Disponível em: 
<www.cnotinfor.pt/inclusiva>. Acesso em: 23 abr. 2007. 
 
FERNANDES, E. M.; K. C. V & GLAT, R. Acessibilidade ao currículo: pré-requisito para o 
processo ensino-aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais no 
ensino regular. In: Glat, R. (Org): Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escola. Rio de 
Janeiro: 7 Letras, pg. 53 - 64, 2011. 
 
FONTES, M. F. Manual de iniciação à informática para deficientes visuais / Marcos Freire 
Fontes. -2ª ed. - Salvador: Sistema FIEB. SENAI. Departamento Regional da Bahia; Dow 
Brasil Nordeste Ltda. 2005. 
GLAT, R. Acessibilidade para pessoas com deficiência mental. Cadernos de Textos da I 
Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com deficiência - “Acessibilidade: você 
também tem compromisso”, Brasília,12 a 15 de maio, 2006, p. 52-54. 
 
MARQUES, C. A. A estetização do espaço: perspectivas de inserção ou de exclusão da 
pessoa portadora de deficiência. Educação em Foco. Juiz de Fora: UFJF. v.4, nº. 2, p.71-82, 
set./fev. 1999/2000. 
 
OLIVEIRA. E. S. & GLAT, R. Educação Inclusiva: ensino fundamental para portadores de 
necessidades especiais. In: VALLE, B. de B. R.; NOBRE, D.; ANDRADE, E. R.; OLIVEIRA, E. 
G.; BONFIM, M. S. I. do M.; FARAH NETO, M.; GLAT, R. & ROSA, S. P. Fundamentos teóricos 
e metodológicos do ensino fundamental. Curitiba: IESDE, 2003. 
 
PELOSI, M. B. Por uma escola que ensine e não apenas acolha recursos e estratégias para 
a inclusão escolar. In: MANZINI, E. J. (Org.). Inclusão e acessibilidade. ABPEE, Marília/SP. 
2006, p. 121-132. 
 
____________. Centro de Terapia Ocupacional com Tecnologia Assistiva e Comunicação 
Alternativa. Disponível em: <www.comunicacaoalternativa.com.br.> Acesso em: 27 abr. 
2007.

Continue navegando

Outros materiais