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FORMAS DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM POPULAÇÕES ANIMAIS SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA EIXO TEMÁTICO MEDICINA PREVENTIVA E SAÚDE COLETIVA I Prof. Andréa Maria Góes Negrão Tipos de Populações Fechadas Abertas Quando nenhum indivíduo novo é adicionado ao longo do tempo de observação de um evento. Quando novos membros são adicionados ao longo do tempo de observação de um evento. o o o o o o o o o o Tₒ T1 o o o o o o o o o o o o o Tₒ T1 Ocorrência de Doenças Caso Foco É o animal infectado ou doente - refere-se, portanto, à fonte de infecção Trata-se de um ou mais animais doentes, numa área ou concentração pequena - normalmente o foco é identificado como rebanho infectado Ocorrência de Doenças Ocorrência de Doenças Ocorrência de Doenças Ocorrência de Doenças - Casos Ocorrência de Doenças - Focos Fatores de risco São fatores que estão associados a um risco aumentado de adoecer São condições biológicas ou todas as características ou circunstâncias que, quando presentes em determinados grupos de população, estão associadas a uma maior probabilidade de desenvolvimento de um determinado transtorno, por parte desta população Risco em epidemiologia significa a probabilidade de que indivíduos sadios, expostos a certos fatores, adquiram uma doença. Corresponde a uma população sujeita a determinados fatores ou com determinadas características, que a tornam mais propensa a ter ou adquirir determinada doença. Grupos de risco Ocorrência de Doenças - Riscos fatores de risco grupo de risco Água não tratada e diarréia pessoa exposta a água não tratada Ocorrência de Doenças – Grupos de Risco - leptospirose FREQÜÊNCIA Medidas de Ocorrência de Doenças É um termo genérico utilizado em epidemiologia para descrever a frequência de uma doença ou de outro atributo ou evento identificado na população, sem fazer distinção entre incidência ou prevalência Medidas de Freqüência de Doença Dizem respeito à saúde de populações – delimitadas no tempo e no espaço Mostram a evolução de uma determinada doença numa população Mostram efeitos de ações de serviços de saúde sobre uma população Mostram efeitos de medicamentos sobre um grupo estudado Mostram sobrevida de grupos observados São números que: FREQÜÊNCIA ABSOLUTA FREQÜÊNCIA RELATIVA Frequência relativa acumulada é o somatório da sua frequência relativa com todas as anteriores (as dos valores anteriores) Frequência absoluta acumulada é o somatório da sua frequência absoluta com todas as anteriores (as dos valores anteriores) é o resultado da contagem direta de uma série de eventos da mesma natureza Chama-se frequência relativa de determinado atributo a relação entre o número de indivíduos que apresentam esse atributo e total de indivíduos considerados Frequências absoluta e relativa das doenças infectocontagiosas mais comuns em cães atendidos no HOVET-UFRA, demonstrando o diagnóstico suspeito e conclusivo, no período de 2007 a 2011 Medidas de Freqüência de Doença DOENÇA SUSPEITO CONCLUSIVO TOTAL F f Fa fa F f Fa fa F f (%) Fa fa (%) CINOMOSE 722 63,2 722 63,2 38 79 38 79 760 63,2 760 63,2 GASTROENTERITE 232 19,9 954 82,6 7 15 45 94 239 19,9 999 83,04 LEPTOSPIROSE 151 12,8 1105 95,6 3 6 48 100 154 12,8 1153 95,6 PARVOVIROSE 50 4,15 1155 100 0 0 48 100 50 4,15 1203 100 TOTAL 1155 100 1155 100 48 100 48 100 1203 100 1203 100 Frequência relativa das doenças infectocontagiosas mais comuns em cães atendidos no HOVET-UFRA, no período de 2007 a 2011 Medidas de Freqüência de Doença 760 239 154 50 Medidas de Freqüência de Doença As Medidas de Freqüência dividem-se em: Incidências Prevalências Expressa o número de casos novos de uma doença, em um determinado intervalo de tempo Expressa o número de casos existentes de uma doença, em um dado momento INCIDÊNCIA – Expressa a freqüência de casos novos de uma enfermidade em um determinado espaço de tempo, dando a idéia dinâmica do desenvolvimento do fenômeno PREVALÊNCIA – Expressa a freqüência de casos (novos e antigos) de uma enfermidade em um momento determinado Medidas de Freqüência de Doença Nº de casos existentes (novos e antigos) população exposta ao risco x 100 Nº de casos novos (iniciados) num período população expostos ao risco x 100 Diferenças entre Incidências e Prevalências INCIDÊNCIA PREVALÊNCIA Numerador Número de novos casos de doença durante um período específico de tempo; Número de casos existentes (novos e velhos) de uma doença em um ponto do tempo Denominador População em risco População em risco Foco Se o evento é um novo caso; Tempo de início da doença Presença ou ausência de doença; O período de tempo é arbitrário, pode ser um curto espaço de tempo Utilização Expressa o risco de tornar-se doente; É a principal medida para doenças ou condições agudas, mas pode, também ser utilizada para doenças crônicas Estima a probabilidade de a população estar doente no período do tempo em que o estudo está sendo realizado; Mais útil em estudos que visam determinar a carga de doenças crônicas em uma população Fatores que podem influenciar a Prevalência Aumenta Diminui Maior duração da doença Menor duração da doença Aumento da sobrevida do animal, mesmo sem a cura da doença Maior letalidade da doença Aumento de novos casos (aumento da incidência) Redução de novos casos (diminuição da incidência) Imigração de casos Imigração de animais sadios Emigração de animais sadios Emigração de casos Imigração de animais susceptíveis Aumento da taxa de cura da doença Diferenças entre Incidências e Prevalências Diabetes Resfriado comum Isso implica dizer que o resfriado ocorre mais frequentemente do que o diabetes, mas por um curto período, enquanto que o diabetes aparece menos frequentemente, mas por um longo período A relação entre incidência e prevalência varia entre as doenças Uma mesma doença pode apresentar: Baixa incidência e alta prevalência Alta incidência e baixa prevalência Formas de Ocorrência de Doenças em Populações Animais Distribuição ESPACIAL da ocorrência de doenças Distribuição TEMPORAL da ocorrência de doenças Distribuição Espacial da Ocorrência de Doenças Paisagem Valioso indicador das características biogeográficas de uma região Distribuição espacial das doenças transmissíveis Associação dos agentes das doenças transmissíveis Distribuição Espacial da Ocorrência de Doenças Nem sempre a doença acompanha a distribuição geográfica do seu hospedeiro Outros fatores podem exercer ação restritiva a sua ocorrência Distribuição Espacial da Ocorrência de Doenças 3. O agente pode encontrar limitações ambientais à sobrevivência de seus estágios de vida livre A doença pode estar ausente de uma área geográfica quando: 1. Uma parte da população hospedeira está protegida, por uma infecção prévia ou por um programa de imunização 2. Seu agente foi erradicado ou é exótico Fonte: http://www.oie.int/es/sanidad-animal-en-el-mundo/datos-especificos-de-eeb/mapa/ Fonte: http://www.oie.int/es/sanidad-animal-en-el-mundo/datos-especificos-de-eeb/mapa/ Ocorrência de Febre Aftosa em 2011 Ocorrência da malária no mundo - 2010Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Envolve o intervalo de TEMPO nas manifestações dos eventos que a caracterizam A variável TEMPO oferece valiosos subsídios para a mensuração do processo-doença Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Endemeion “habitar” Epidemeion “visitar” Hipócrates buscou apresentar explicações a respeito da ocorrência de doenças em populações Não estar presente Presente em casos esporádicos Presente em níveis habituais Presente em níveis acima dos habituais Uma doença pode se apresentar em uma população das seguintes formas: Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma epidêmica Forma endêmica Surto Epidêmico Pandemia Forma esporádica Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma Esporádica Quando a doença está normalmente ausente da população de uma área geográfica, mas que pode aí ocorrer Ocorrência rara, sem qualquer expectativa ou regularidade previsível Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma Esporádica É mantido na população – forma inaparente – doença em determinados indivíduos É mantido em alguma outra espécie que convive no mesmo ambiente – em condições favoráveis ocorre a transmissão interespécie – doença volta a se manifestar Sobrevive em alguma estrutura particular do ambiente – situações favoráveis – risco de infecção Nestes casos pode ocorrer que o AGENTE: Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma Endêmica Está normalmente presente na população da área geográfica Apresenta frequência regular previsível – com valores que oscilam dentro de limites normais ou esperados Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma Endêmica As doenças endêmicas são aquelas doenças infecciosas que afetam de forma permanente ou em determinados períodos uma região Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Níveis de Frequência de Endemicidade Alta endemicidade Moderada endemicidade Baixa endemicidade Hiperendêmica Mesoendêmica Hipoendêmica significa a transmissão intensa e persistente significa uma transmissão baixa e pouco persistente significa uma transmissão moderada Sazonal Perene Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma Epidêmica É quando a frequência da doença, numa população de uma área geográfica, em um intervalo de tempo, ultrapassa os limites esperados considerados como usuais ou endêmicos Quando a freqüência da doença ultrapassa os limites esperados endêmicos. Elevação brusca, temporária, estatisticamente significante superior ao limite da faixa endêmica Ocorrência em uma região ou comunidade de um número de casos em excesso, em relação ao que normalmente seria esperado Forma Epidêmica O número de casos necessários para definir uma epidemia varia de acordo com: 1. O agente 2. População exposta - tamanho, tipo e suscetibilidade 3. O momento e local da ocorrência da doença A identificação de uma epidemia também depende da freqüência usual da doença na região, no mesmo grupo populacional, durante a mesma estação do ano Forma Epidêmica Um pequeno número de casos de uma doença que não tinha ocorrido previamente na região, pode ser o suficiente para constituir a ocorrência de uma epidemia A dinâmica de uma epidemia é determinada pelas características do seu agente, seu modo de transmissão e pela suscetibilidade dos seus hospedeiros Forma Epidêmica Forma Epidêmica Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Surto Epidêmico É quando a frequência da doença, numa população de uma área geográfica restrita, em um intervalo de tempo, ultrapassa os limites esperados considerados como usuais ou endêmicos Uma propriedade, um haras, canil, etc Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Pandemia Quando a epidemia se expande, de forma incontrolável, atingindo uma ampla população, comprometendo vários países e mesmo continentes Série de epidemias localizadas em diferentes regiões e que ocorrem em vários países ao mesmo tempo Emprega critérios para caracterizar a expressão dessa normalidade ou regularidade de freqüência do evento- doença Conceito de valores normais ou esperados são designados pela estatística Forma Endêmica Como saber qual a frequência habitual ou endêmica de uma doença? Como saber qual a frequência habitual ou endêmica de uma doença? Para a identificação precisa-se de um DIAGRAMA DE CONTROLE - pressupõe a disponibilidade, em tempo oportuno, de séries históricas rigorosamente atualizadas e, portanto, a existência de sistemas específicos de vigilância É também importante, para garantir a comparabilidade dos dados de uma SÉRIE HISTÓRICA – com a definição de caso, assim como as técnicas laboratoriais utilizadas para o diagnóstico da doença em questão, não tenham variado no tempo É composto graficamente por três linhas: Limite superior do canal endêmico Limite Inferior do canal endêmico Valor Central (índice endêmico) Como saber qual a frequência habitual ou Endêmica? Para construção do DIAGRAMA DE CONTROLE é necessário ter os dados de frequência da doença por vários anos, não podendo computar os anos em que houve epidemia Deve ter-se previamente uma série histórica sem anos epidêmicos Para cada mês determina-se o valor central, o limite superior e inferior Para tanto pode-se usar a mediana e freqüências inframáximas e supramínimas ou pode-se usar a média e desvio padrão Como saber qual a frequência habitual ou Endêmica? Como saber qual a frequência habitual ou Endêmica? Como saber qual a frequência habitual ou Endêmica? Como saber qual a frequência habitual ou Endêmica? Distribuição Temporal da Ocorrência de Doenças Forma quantitativa Compara valores da ocorrência atual de uma doença, numa área geográfica, com aqueles obtidos no passado Forma Endêmica Conceito de normal ou usual Como determinar se uma doença é endêmica numa região Para afirmarmos que uma doença ocorra de forma endêmica numa região é necessário que estabeleçamos o intervalo de confiança da freqüência de sua ocorrência na área, com base nos registros tomados nos anos imediatamente anteriores Toma-se o n de casos/anos durante vários anos que antecederam o período em estudo Calcula-se a média (x) e o respectivo desvio padrão (s) dessa distribuição A faixa que caracterizará o perfil da distribuição estatística de ocorrência da doença será expressa pelos valores compreendidos entre x+1,96s e x-1,96s Frequência de Rebanhos Bovinos Reagentes à Brucelose - Estado do Pará - anos de 2004 a 2010 - ADEPARÁ 38,59 37,5 43,36 31,01 21,41 17,7 21,48 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Ano f(%) Desvio Quadrado dos desvios 2004 38,59 8,48 71,91 2005 37,5 7,39 54,61 2006 43,36 13,25 175,56 2007 31,01 0,9 0,81 2008 21,41 -8,07 65,12 2009 17,7 -12,41 154,0 2010 21,48 -8,63 74,47 Soma 211,1 596,48 Média: 211,1 /7 = 30,11 Desvio Padrão: Deve-se tirar a raiz quadrada da variância: 85,21 9,2 Variância: É a soma dos quadrados dos desvios dividida pelo número de anos: 596,48/7 = 85,21 Perfil da distribuição: x-1,96s e x+1,96s Limite mínimo: 30,11 – 18,03 = 12,08 Limite máximo: 30,11+ 18,03 = 48,14 Média:211,1/7 = 30,11 Variância: 596,48/7 = 85,21 Perfil da distribuição: x-1,96s e x+1,96s Limite máximo: 30,11+ 18,03 = 48,14 Limite mínimo: 30,11 – 18,03 = 12,08 Intervalo de confiança: 12,08 a 48,14 Desvio Padrão: 9,2 38,59 37,5 43,36 31,01 21,41 17,7 21,48 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Intervalo de confiança: 12,08 a 48,14 1 2 ,0 8 a 4 8 ,1 4 48,14 12,08 Frequência de Rebanhos Bovinos Reagentes à Brucelose - Estado do Pará - anos de 2004 a 2010 - ADEPARÁ Dois índices definem se uma doença se converte em doença Endêmica O índice de prevalência – mede o número de casos afetados ou que podem ser afetados O índice de mortalidade – os que morrem ou vão morrer pela doença Se estes dois itens forem altos e a existência da doença se prolongue no tempo – passa a ser endêmica Curva Epidêmica de uma Doença Tendência da distribuição Temporal das doenças Variação secular ou tendência secular Variações periódicas: cíclicas e estacionais Epidemias maciças ou em ponto Epidemias progressivas Variações regulares ou endêmicas Variações irregulares ou epidêmicas É obtido pela divisão do número total de animais mortos por uma doença em um período, pelo número da população naquele período, multiplicado por 100 Taxa de Mortalidade TM = Nº de animais mortos no período Nº de animais expostos ao risco (população) x 100 A letalidade refere-se à incidência de mortes entre portadores de uma determinada doença, em um certo período de tempo, dividida pela população de doentes É importante lembrar que, na letalidade, o denominador é o número de doentes Taxa de Letalidade x 100 Nº de animais mortos no período Nº de animais doentes TL = Dados sobre uma doença hipotética em bovinos foram avaliados num período de 4 semanas numa população com 1550 animais. A doença em questão causa distúrbios respiratórios e a imunidade dura pelo menos 24 meses. No dia 0, 45 animais já estavam com a doença. Ao completar uma semana (dia 7, semana 1) 60 novos casos foram diagnosticados. Na segunda semana 75 casos novos foram diagnosticados, com 54 e 35 casos na terceira e quarta semana respectivamente. Sabendo que no dia 1 da quarta semana foram vendidos 180 animais, calcule: a) Prevalência dia 0 (Prev 0); b) Prevalência ao final da primeira semana (Prev 7); c) Incidência por semana; d) Incidência no período de 4 semanas (incidência cumulada no período). Período de 4 semanas População: 1550 animais Dia 0 – 45 animais já estavam com a doença Dia 7 (semana 1) – 60 novos casos foram diagnosticados Segunda semana – 75 casos novos foram diagnosticados Terceira semana – 54 casos novos Quarta semana – 35 casos novos No dia 1 da quarta semana foram vendidos 180 animais, calcule: a) Prevalência dia 0: 45/1550x100 = 2,9% b) Prevalência ao final da primeira semana: 45+60/1550x100 = 6,7% c) Incidência por semana; 1ᵒ: 60/1550x100 = 3,87; 2ᵒ: 75/1550x100 = 4,83; 3ᵒ: 54/1550x100 = 3,48; 4ᵒ: 35/1370 (1550-180)x100 = 2,55; d) Incidência no período de 4 semanas (incidência acumulada no período): 224 (60+75+54+35)/1370(1550-180)x100 = 16,35 População: 50 suínos 1. Qual a incidência no período? 2. Qual a prevalência nos dias 01/01 e 31/12? 3. Qual a prevalência no período? 7/50x100 = 14% 4/50x100 = 8% 3/50x100 = 6% 11/50x100 = 22%
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