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Resumo 3º modulo Geografia do Brasil

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Resumo e anotações do terceiro módulo – Antonio Alcir da Silva Arruda 
8ª SEMANA : industrialização e rearranjos espaciais regionais. 
TEXTO 1: “A industrialização descentralizada no Brasil” do livro: CASTRO, A. de B. 7 ensaios 
sobre a economia brasileira. (pp.89-101) 
 Ruy Moreira aborda o início da industrialização no Brasil, ou seja a passagem do estágio 
pantacionista para a industrialização como principal meio de produção, apontando três períodos: até 
1870 (beneficiamento e doméstica), de 1870 a 1920 (fábrica moderna) e 1920 a 1950 
(autonomização da indústria em relação ao campo). Aborda o conceito de vila operária, que atrelava 
o trabalhador numa forma de controle do industrial sob sua vida cotidiana. Fala também sobre a 
proposital centralização da indústria em São Paulo e como ela foi expandindo para os outros locais 
depois desta monopolização espacial. Seu pensamento principal: O monopólio da terra é o centro. 
 
 Rui Moreira diz: com o término do ciclo do café, finda a fase plantacionista e 
hegemônica da agricultura na produção nacional, terminando os grandes ciclos, mas a 
agricultura se torna industrializada passando a ser o setor predominante da economia. 
 O Café não é o responsável pela origem da indústria, mas é o responsável pela 
intensificação da industrialização gerando excedentes agrícolas. A indústria surge da 
acumulação desses excedentes agrícolas, mas não só o excedente agrícola do café 
mas de outras culturas também. 
 As indústrias configuram uma arrumação regional que é diferente de outras indústrias 
regionais. Ou seja pode-se dizer que as indústrias regionais são especializadas em 
determinado produto agrícola ou de base. 
 No sec XIX antes da indústria verificava-se a existência de bens não duráveis ou bens 
de consumo como os alimentos, os têxteis e as bebidas. 
 As características dessas indústria de bens de consumo são: a dispersão pelas regiões 
entre 1870 e 1920 conforme Castro são chamadas de indústria doméstica voltada para 
a agricultura com a localização estabelecida em zona rural. 
 Entre 1920 – 1950 – Autonomização da indústria frente ao campo e “urbanização da 
indústria. Motivada pela oferta de mão de obra e disponibilidade de energia para 
maquinário. 
 Criação do homem urbano industrial (sociedade do trabalho) houve também uma 
setorização da indústria ligada a bens de produção (duráveis) 
 Até 1930 – a industrialização era descentralizada de acordo com a vocação regional 
como borracha, charque no sul, cacau na Bahia e assim por diante. Essa indústria 
eram prolongamentos da agricultura voltados para exportação. Do ponto de vista do 
mercado interno as indústrias eram restritas no atendimento do mercado local ou na 
contrapartida a exportação. Não havia interação regional pois o sistema de transportes 
era deficitário e só se desenvolveria mais tarde com as ferrovias. 
Espaço molecular – economias regionais = nacionalmente organizadas até 1930 
 Pós 1930 – Indústria mais elaborada e central (aquela que o café produziu) Rui Moreira 
diz que se formou um binômio denominado pela fábrica – vila que era estabelecida por 
uma relação da fabrica com a fazenda exemplo (madeireira). Após 1930 – Espaço 
monopolista -> economia nacional regionalmente organizada com diferenças regionais. 
 Pós 1950 – Indústria diversificada com ramos industriais concentrados territorialmente 
e com especializações regionais bem definidas. 
 Em 1808 – foi revogada a lei de 1775 relativa ao alvará que proibia instalação das 
indústrias e tecido no Brasil. 
 Em 1850 – Proibição de tráfego de escravos e da Lei de Terras que facilitam a 
liberação de capitais que eram investidos na escravidão. 
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TEXTO 2: “Sobre a divisão territorial do trabalho no Brasil” (SCARLATO, F. C.) do livro: ROSS, 
J. Geografia do Brasil. (pp.338-355). - Trechos selecionados do Cap. IV Expansão Capitalista 
no Brasil e Desenvolvimento Regional Desigual do livro OLIVEIRA, F. de: Elegia para uma 
Re(li)gião. 
 1939 -1945 II Guerra – Aceleração da industrialização no Brasil de certa 
industrialização existente. Problema – a aceleração da industrialização acaba por ser 
concentradora e gera mais desigualdade, pois a riqueza concentrada em poucos, 
explora o trabalho de muitos com baixo salario. Assim existe uma limitação no 
crescimento do mercado interno de consumo, e a indústria é baseada então para o 
mercado externo através da exportação. 
 Depois da 2ª guerra: As multinacionais se instalam no Brasil visando à competitividade 
na exploração das condições trabalhistas com mão de obra barata, assim a visão 
multinacional é uma visão para o mercado internacional através de exportações, não 
para o mercado interno que possui pouco índice de consumo, por causa do baixo 
poder aquisitivo. 
 Divisão Territorial do Trabalho = Conceito de espacialização econômica onde ocorre a 
divisão das funções desempenhadas por uma região em um plano econômico. Ex: 
Fornecimento de matérias primas – industrialização – fornecimento de capitais – 
consumo. Ou seja cada região se especializa em uma determinada atividade. 
 Substituição das importações que resulta em um crescimento interno do consumo de 
manufaturados por causa da circulação do dinheiro. 
 1941 – Criação da CSN – importante indústria de base. 
 1933 – 1939 - Crescimento de 7,2% ao ano 
 1930 – 1945 – Criação de vários órgão públicos, ou seja a importância do Estado foi 
fundamental. Para a industrialização. 
 Wanderlei Messias da Costa foca no período de Juscelino Kubistchek e o “Plano de Metas”, com o 
intento de “crescer 50 anos em 05”. Em termos de território, faz avanço á interlandia, levando o 
desenvolvimento para o interior do país, causando grande desigualdades nos costumes e a cultura 
daqueles que viviam no lugar. Para a execução do plano, se utilizou de recursos do tesouro 
nacional e recursos externos. A construção de Brasília foi estratégia de centralização do governo no 
centro do território. Outro aspecto do plano de metas foi a criação de órgãos de desenvolvimento, 
como a SUDENE. 
 Plano de Metas - 50 anos em cinco – JK – As indústrias de ponta precisam de 
indústrias complementares, formando -se assim alguns polos industriais. Como por 
exemplo a indústria automobilística. O sudeste se mostra uma região articuladora para 
a unificação dos mercados regionais. 
 Padrão do arranjo industrial atual: Integrado, concentrado e desigual. Divisão territorial 
do trabalho passa a ser industrial. 
 Pós anos 50 
 - Plano de metas – Concentração qualitativa ( diversificação do parque industrial) – 
Disseminação da indústria tradicional pelo pais ( têxtil, alimentícia) 
 - Desindustrialização – desconcentração industrial e agro industrialização. Provocada 
por alguns fatores locais. Tais como - Legislação ambiental, congestionamentos na 
sede e por políticas públicas ( incentivos fiscais) e exploração da mão local no destino. 
 Mesmo com a desconcentração das indústrias do centro sul para outras regiões , os 
comandos gestores e aportes financeiros ficaram sediados na região de origem. 
 Industrialização e transição – A industrialização é o estágio final de uma fase mais 
longa do modo de produção capitalista: Neste período o capital subordina o trabalho 
nas condições técnicas dadas pelo desenvolvimento histórico anterior. A estrutura de 
transição não é uma simples justaposição de modos de produção diferentes. 
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 II – Como os frutos da industrialização são repartidos? – A industrialização é o reforço 
da dominação do capital sobre otrabalho. 
 “ Todo desenvolvimento de relações de produção implica em um tipo de 
desenvolvimento das forças produtivas e portanto a transformação das relações 
técnicas de produção correspondentes as antigas relações de produção” 
 - A industrialização representa essa transformação ( revolucionarização) do processo 
de trabalho pelas relações de produção capitalista. 
 MARX – “ Em toda produção capitalista na medida em que ele não cria somente 
valores de uso mas ainda a mais valia, as condições de trabalho dominam o 
trabalhador, bem longe de estarem a ele submetidas, entretanto é a maquina que 
primeiro faz dessa transformação uma realidade técnica.” 
 
 
9ª SEMANA : Aula: Industrialização-urbanização, questão regional e políticas territoriais 
pré-golpe militar de 1964. 
TEXTO 1: Capítulo 5 “Políticas territoriais nos anos 1950” do livro: COSTA, W. M. da. O Estado 
e as políticas territoriais no Brasil. (pp.49-59). 
 Wanderlei Messias da Costa foca no período de Juscelino Kubistchek e o “Plano de Metas”, com o 
intento de “crescer 50 anos em 05”. Em termos de território, faz avanço á interlandia, levando o 
desenvolvimento para o interior do país, causando grande desigualdades nos costumes e a cultura 
daqueles que viviam no lugar. Para a execução do plano, se utilizou de recursos do tesouro 
nacional e recursos externos. A construção de Brasília foi estratégia de centralização do governo no 
centro do território. Outro aspecto do plano de metas foi a criação de órgãos de desenvolvimento, 
como a SUDENE. 
 
 Política territorial – “ formulada e aplicada o mais diretamente possível as modificações 
na estrutura territorial do Brasil” 
 - Qualquer atividade exploradora do Estado que implique uma dada concepção do 
espaço nacional. 
 - Tudo que exija infraestrutura com investimento estatal ou mesmo investimento 
privado incentivado é denominado de política territorial para ocupação demográfica. 
 - Expansão dos mercados e atividades produtivas não são de fato politica territorial, 
mas os geógrafos entendem desta forma. 
 -Podemos pensar que as politicas territoriais no Brasil não são recentes. O Brasil é 
fruto de políticas territoriais desde a colônia (Sesmarias) 
 - Nordeste e Amazônia -> Regiões problema DNOCS, SDB 
 Estado novo = Estado forte instituído por Getúlio Vargas na década de 30 que era 
concentracionista e centralizadora transferindo o fundo público ( impostos) para a 
indústria em detrimento da atividade agrícola. Fruto de parceria entre o Estado e o 
poder oligárquico. 
 Questão Regional – Questão das grandes desigualdades econômicas representadas 
pelas indústrias e comercio; políticas representadas pelo poder coronelista e sociais 
através dos níveis de vida representados pela educação e saúde principalmente, entre 
as regiões do Brasil. 
 Infraestrutura do território -> nível de desenvolvimento das regiões em que o Estado 
Nacional demonstrou preocupação entre 1940 e 1950. 
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 Pra enfrentar o problema da questão regional o Estado lança mão de políticas 
territoriais. 
 A primeira divisão territorial do Brasil é de 1941 – proposta por Fábio de Macedo do 
IBGE – que divide o Brasil em grandes regionais naturais – Amazonas , Leste, Sul, 
Centro Oeste e sudeste. 
 Década de 50 – A questão regional é uma preocupação do Estado que através de 
politicas territoriais tenta fazer o equilíbrio entre as regiões e consequentemente 
eliminar as desigualdades. No entanto criam-se algumas vezes um problema 
denominado de ideologia geográfica 0nde são deslocadas contradições sociais como 
se fossem espaciais, por exemplo a frase “ O sul explora o nordeste”. 
 Antes de 40 -> apenas medidas emergenciais . Em 1953 foi criada a Amazônia legal-> 
SPVEA. A preocupação era integrar essas regiões ao centro sul e a desconcentração 
populacional do centro sul. 
TEXTO 2: Capítulo V “Industrialização e interdependência (1955-1960)” do livro IANNI, O. 
Estado e planejamento econômico no Brasil. (pp.141-156 / 171-172). 
 IANNI – Governo JK -> aprofundamento das relações entre Estado e economia. 
 -Impulso da industrialização e dos setores privados e estrangeiros. Consolida-se uma 
politica de desenvolvimento dependente do capital externo. 
 Plano de metas – 56-60 – Contava com a base para industrialização montada na 
década anterior, era baseada em 30 objetivos, sendo alguns principais como a 
infraestruturas, energia e transporte, o rodoviariasmo (rodovias nacionais, integradoras 
e um acento na indústria de ponta (automobilística). 
 -Modernização do Estado através do aparelho estatal – representados pela criação de 
órgãos públicos e bases produtivas para fazer o desenvolvimento econômico. 
 - Acentua a centralidade do centro sul mesmo com a dispersão da produção 
econômica, das estruturas governamentais e de ocupação demográfica para o centro 
oeste. 
 SUDENE criada em 1959 tinha o objetivo de industrializar a região. Surge num 
contexto explosivo das tensões sociais (ligas camponesas) no NE, como alternativa de 
controle e enfrentamento político dessas tensões. Representadas pela concentração 
de terras e ligas camponesas que sem empregos migram para o centro sul. 
 - Transferências de recursos de outras regiões conduzidas para regiões menos 
dinâmicas sob o patrocínio do Estado. 
 - Modernização das indústrias existentes na região, sendo, portanto uma 
industrialização relativa, pois não há criações de indústrias de ponta. 
 Macroplanejamento – Planejamento centrado no estado que define o macro regiões; 
cria órgão e conceitua as regiões desiguais quanto ao crescimento econômico. 
10ª SEMANA: Políticas territoriais do regime militar: metropolização/desconcentração 
industrial e modernização conservadora. 
TEXTO 1 Item “Modernização conservadora”, do livro: BECKER, B.K., EGLER, C. Brasil: uma 
nova potência regional na economia-mundo. (pp.136-149). 
 
 Via latino americano para a modernidade, o Estado negocia com o grupo privado a 
manutenção de privilégios na inclusão ou exclusão da coisa pública, em troca do apoio 
ao projeto de modernização de cima para baixo: exemplo o agronegócio que possui a 
característica inerente ao negocio de: 
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 Concentrar terras; Degradar meio ambiente; Explorar mão de obra; Não respeitar as 
territorialidades. Pode-se fazer referencia histórica ao clientelismo e percebe-se uma 
forma demonstradora do coronelismo ainda bem atual. 
TEXTO 2: Capítulo 6 “As políticas territoriais após 1964” do livro: COSTA, W. M. da. O Estado 
e as políticas territoriais no Brasil. (pp.61-64). 
 A professora Bertha Becker aborda também sobre os governos militares, a estratégia de integração 
nacional, a articulação das regiões, a incorporação da Amazônia na economia nacional e o poder 
centralizado no macro planejamento neta construção de modelo econômico político. Aborda 
também o regionalismo como forma de conter as revoltas. A justificativa da expansão capitalista 
para outras regiões fora do eixo foi resolver a disparidade regional, não levando em conta que 
sempre existiram poderes exploratórios na própria região. Ex. Sudeste explora o nordeste, não 
levando conta que existem elites exploratórias também no nordeste. 
 
 Wanderlei Messias da Costa discute sobre os governos militares, sua estratégia de dominação de 
território e Planos Nacional de Desenvolvimento, os PND’s. Esta integração territorial causou uma 
ilusão de igualdaderegional e ainda, com a expansão do desenvolvimento nacional custa, em 
grande parte, mutilação das comunidades tradicionais e aumento no êxodo rural e formação de 
exército de reserva. A modernização conservadora foi à via latino americana para a modernidade 
de cima para baixo. Torna-se então a modernidade proposta por via conservadora muito 
contraditória e dialética. O campo continua concentrado na mão de poucos latifundiários. Também é 
abordado os super órgãos governamentais, o programa decenal, com foco nos polos de 
crescimento de Perroux, que não foi implantado e o programa estratégico, integralista com foco na 
Amazônia e desenvolvimento industrial. 
 
 
 Ditadura – 1964 a 1985 -> 1962 Plano trienal (João Goulart) – Combate a 
concentração econômica. Em algumas regiões do pais em detrimento de outras (NE e 
Amazonas). 
 1964-1966 – programa de ação do governo representado por movimentos migratórios 
de capital e polos de desenvolvimento de eletroeletrônicos. Os polos industriais 
possuem um efeito polarizador do entorno em sua região de influencia desenvolvendo 
outras localidades. (polarização) 
 PND I – 1972 – 1974 - Expansão das fronteiras econômicas e criação de regiões 
metropolitanas. 
 PND II 1975 – 1979 – SUDAM, Polamazonia. 
 As politicas territoriais do regime militar (PND I e II) tiveram como objetivo legítimos o 
poder do governo militar e o seu controle do Estado conforme Berta Becker e Claudio 
Egler 
 Transamazônica- Inaugurada em 1972 – Importância da urbanização do territorio como 
estratégia geopolítica e geoeconômica 
 
TEXTO 3: “A experiência de planejamento regional no Brasil” (ARAÚJO, T. B. de) do livro: 
LAVINAS, L. et al (Org.). Reestruturação do espaço urbano e regional no Brasil. (pp.87-95). 
 - Expansão das redes de capital fixo 
 - o planejamento territorial/ regional na ditadura foi imposto 
 Consequências – concentração da economia nos oligopólios. – ampliação da 
articulação comercial entre regiões. – integração produtiva – dinâmica dos movimentos 
migratórios com direção ao centro oeste e Amazônia. 
 O crescimento demográfico foi acompanhado por um processo de aceleração da 
urbanização. 
 Agricultura - binômio extrativismo e agro extrativismo – fixação do homem na floresta – 
modo de ocupação tradicional através de uma grande articulação entre seus 
ecossistemas, rio, floresta e várzeas. A organização do espaço foi baseada em estrada 
e terra 
 Frente de expansão – terras e recursos submetidos ao sistema de preços nacionais. 
 Consequências da ditadura – Fundo público -> riqueza em forma de imposto coletado, 
disponibilizado para expansão economica no território nacional. 
 - aprofundamento das disparidades econômicas entre regiões. 
 Conflitos sociais e ambientais regionais 
 
TEXTO 4: “Brasil nos anos 90: opções estratégicas e dinâmica regional” (ARAÚJO, T. B. de) In: 
R. B. Estudos Urbanos e Regionais, no. 2, nov.1999. (pp.9-24). 
 Anos 80 – Crise fiscal e orçamentária – grande inflação – quadro de crise com 
endividamento publico elevado. Década perdida. 
 Anos 90 – Internacionalização da economia brasileira -> opção pela financeirização 
 Na esfera produtiva não se busca a integração do mercado interno, mas a inserção no 
mercado mundial de empresas. 
 Aprofundamento das desigualdades regionais 
 Tendência à fragmentação com as chamadas ilhas dinâmicas exemplificada pelo 
agronegócio -> Não é no estado inteiro que o agronegócio traz melhorias e riqueza, 
mas somente em algumas cidades e ou regiões, por isso é chamada de fragmentação 
da politica territorial. 
conclusão 
A Geografia do Brasil apresenta mais um capítulo de tramas do sistema capitalista que, para se 
sustentar, entra em mais um conceito exploratório. Apesar de governos pensarem em 
desenvolvimento nacional, sempre quem tem prioridade é a própria elite que tenta aplicar este 
desenvolvimento. Muitas vezes o desenvolvimento ocorre, nem sempre devido às aplicações de 
planos mirabolantes, mas pela própria condição da economia mundial. Entretanto, abre condições 
para uma reflexão importante: Este desenvolvimento alcança quem? E à custa de quem? 
Pensar no fundamento espacial terra-território-Estado significa pensar em uma série de relações 
sociais, políticas e econômicas que atravessam toda a formação territorial brasileira, desde o período 
colonial (com as sesmarias), passando pelo imperial e republicano. Significa pensar o papel da 
propriedade da terra para a dominação territorial, econômica e política. Para José de Souza Martins o 
problema da concentração da terra se constitui num dos principais obstáculos para a modernização 
da sociedade brasileira,identificando o caráter patrimonialista da nossa sociedade, algo que persiste 
desde a colônia até os dias atuais (não-reforma agrária, conflitos fundiários etc.). A Lei de Terras de 
1850 dá continuidade e impulso a este fundamento, ao tornar a terra uma mercadoria, criando a 
propriedade privada da terra no Brasil. Um bom exemplo desse fundamento pode ser observado por 
meio do agronegócio, que institui uma modernização produtiva sem desconcentração da propriedade, 
pelo contrário, pressupondo a concentração da terra como meio de realizar a produção em grande 
escala de commodities agrícolas (soja, milho,algodão, carne processada). O fundamento terra-
território-Estado é ainda fortemente atuante no Brasil, é um dado estrutural da sociabilidade e do 
poder político e econômico (renda da terra, terra como garantia em transações financeiras/de crédito), 
sendo sintetizado pela ideia de que quem controla a terra (propriedade), controla o território 
(controle espacial alargado) e o poder político. 
 
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