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AÇÃO 1. Conceito A ação é um fenômeno pelo qual alguém vai ao Estado e provoca-o para prestar jurisdição em um conflito de interesse. Sendo composto por dois conceitos; Ação de direito material: possibilidade, segundo o ordenamento jurídico legal, de realizar a pretensão insatisfeita independentemente da cooperação do obrigado. Ação de direito processual: direito de obter, do Estado, o exame do caso concreto a fim de garantir, sobre ele, em substituição às partes, a autoridade do ordenamento jurídico pela imposição dos seus resultados práticos. 2. Teorias 2.1. Teoria Imanentista A ação é o direito de pedir em juízo o que nos é devido, sendo o direito reagindo a uma agressão, portanto é o princípio da co-extensão, onde todo o direito corresponde a uma ação e toda ação corresponde a um direito, tal princípio era adorado pelo Código Civil de 1916. Essa teoria se mostra ineficiente, pois não analisa a sentença de improcedência, onde o juiz não reconhece o direito, dessa maneira forma-se uma perplexidade. 2.2. Teoria do Direito Concreto da Ação A ação é um direito autônomo, não pressupondo o direito subjetivo material ameaçado ou violado. Porquanto também há lugar a ação, para obter uma simples declaração da existência ou inexistência de uma relação jurídica. A ação seria um direito público e concreto, ou seja, existe ação onde no caso concreto há direito material alegado. Essa teoria também deixa uma perplexidade, pois se o juiz nega a existência do direito, não há ação. Para essa teoria, o direito de ação é o direito a uma sentença favorável (de procedência). Assim, o direito de ação é concreto e condicionado (se no caso concreto houver efetivamente o direito material alegado). Essa teoria deixa, tal como a imanentista, a mesma “situação de perplexidade”. 2.3. Teoria do Direito Abstrato da Ação O direito da ação depende do direito material, ele é universal para todo e qualquer cidadão. Assim a ação é um direito abstrato, pois não depende de existência do direito no caso concreto, sendo suficiente a mera alegação. O que está diante da ação é a prestação jurisdicional. O direito de ação, portanto, é abstrato e incondicionado, resulta diretamente do monopólio estatal da justiça (do status civitatis). a) Prestação Jurisdicional: processo do qual resulta a resposta jurisdicional b) Tutela jurisdicional: é quando existe o direito material. Uma vez exercido o direito de ação, o juiz não poderá recusar-se a exarar a sentença de mérito, seja favorável ou não àquele que a exercitou. 2.4. Teoria Eclética da Ação O ecletismo é o aproveitamento de elementos de duas ou mais teorias para construir uma nova, essa é a teoria que é refletida no nosso ordenamento. O autor Liebman reconhece a existência de um direito constitucional de ação, um direito que resulta diretamente do próprio status de cidadão. Isso porque se o Estado monopolizou a justiça ele é devedor perante cada cidadão da prestação jurisdicional, assim é um direito geral e abstrato, sendo incondicionado, por isso é um direito público (porque é perante o Estado) subjetivo. Assim, segue-se um raciocínio abstrato. O autor destaca que o direito processual de ação é o direito à efetiva prestação jurisdicional no caso concreto; direito ao julgamento do mérito. Só existe o direito processual de ação para o autor se, no caso concreto por ele trazido, estiverem presentes certas condições, por isso o direito constitucional de ação tem um sentido fundamentalógico, sendo assim condicionado, concretista. O julgamento do mérito, que pode ser favorável ou desfavorável, não afeta a existência ou a inexistência do direito processual de ação, pois, uma coisa é a prestação jurisdicional e, outra, a tutela jurisdicional. Aqui ele é abstrato, podendo haver ou não tutela. 2.4.1. Condições a) Possibilidade Jurídica do Pedido: leva em conta a espécie/tipo do pedido, se esse pedido foi admitido no ordenamento é juridicamente possível. Porém existem pedidos impossível, como o usucapião de bens públicos, por exemplo. Dessa forma, não se fala em procedência ou não do pedido, isso é função do julgamento de mérito. É analisado o tipo, a espécie. b) Interesse Processual (interesse de agir): liga-se a utilidade da prestação jurisdicional, se mede pela necessidade da prestação jurisdicional para a satisfação da pretensão e adequação entre a espécie de ação escolhida pelo autor (o remédio jurídico-processual; a “via eleita”) e o provimento buscado. c) Legitimidade de parte (legitimidade ad causam): as partes (autor e réu) são legitimados para entrar na relação processual se forem as mesmas da relação de direito material. Isso é a legitimação ordinária. Existe também a legitimação extraordinária, que diz que a lei, e somente ela, pode autorizar alguém a ser legitimado a pleitear em nome próprio (ele é o autor), mas a favor de direito alheio. Ex. Sindicato. Não sendo atendida, no caso concreto, qualquer das condições da ação, o autor não terá o direito processual de ação, isto é, não terá o direito à prestação jurisdicional/ao julgamento do mérito, por isto o juiz deverá extinguir o processo sem julgamento do mérito. 2.4.2. Diferença do Concretismo de Liebman e da Teoria Concretista O concretismo de Liebman faz condicionar a existência do Direito Processual de ação a apuração, em cada caso concreto, das condições da ação. A teoria do direito concreto de ação diz que só existe ação se no caso concreto existir direito material alegado.
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