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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Nome: Juliana Cristina Ribeiro Matrícula 17113110247 Polo: Darcy Ribeiro – Volta Redonda AD7 – Estude: Capítulo 24 de “Filosofando”, das págs. 236 a 250 e responda às questões: 1. Diferencie Socialismo Utópico de Socialismo Científico (Materialismo histórico). Segundo a autora Maria Lucia de Arruda Aranha, em seu livro Filosofando, socialismo utópico foi uma corrente de pensamento estabelecida por Owen, Saint-Simon e Fourier, que tinha como objetivo a criação de uma sociedade ideal, que seria alcançada de forma pacífica graças à boa vontade da burguesia. O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a palavra utopia, significa "em nenhum lugar" (u-topos) e embora possa ter uma conotação positiva, de algo que "ainda não é", mas "poderá vir a ser", utopia faz referência a algo que não existe ou não pode ser alcançado. Já a denominação dada por Marx é pejorativa, pois não vê em tais teorias nenhuma condição de reverter o quadro de injustiça e exploração vigentes. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma lenta e gradual. A existência do capitalismo e da sua essência desigual ajuda no surgimento da teoria do socialismo, pois os pensadores da época perceberam essa essência e trabalharam em uma teoria que fosse igualitária para ambos os lados da sociedade, e que não só a burguesia fosse privilegiada, preocupando-se então com uma sociedade ideal, perfeita. Deste modo, os pensadores acreditavam que a implantação do socialismo ocorreria de modo lento e gradual, sendo estruturada em meio ao pacifismo e com o apoio da burguesia. O que se mostra falho depois da Revolução Francesa, onde a burguesia resolve se refugiar na corrupção e no despotismo napoleônico, e o pensamento de implantar pacificamente e lentamente o socialismo utópico se converteu em uma guerra de conquistas. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Já o socialismo científico estudado por Marx e Engels preocupa-se em estudar o capitalismo e as suas contradições, considerando o socialismo utópico uma visão ingênua da sociedade corrompida pelo capitalismo. E nesta visão, os dois chegam à conclusão de que o capitalismo se autodestruiria por seus elementos desiguais e quando a classe trabalhadora entendesse isso, o capitalismo entraria em decadência. Marx e Engels chegam à conclusão de que o socialismo seria uma parte intermediária para esta mudança da sociedade. O estágio final seria o ápice, a sociedade comunista, onde não haveria Estado, propriedade privada e classe dominante, e representaria o máximo da evolução do homem na história. Analisando estes fatos, o socialismo utópico é uma forma leviana e ingênua de se pensar, pois a sociedade já esta corrompida pela visão de lucro antes mesmo do surgimento do capitalismo, no feudalismo notamos isso, senhores feudais querendo mais terras. É um fato que se fossemos implantar o socialismo na sociedade, não seria de modo pacifico como nota Marx e Engels. Entretanto, não há margem para que se possa existir uma sociedade igualitária neste momento da sociedade, pois as pessoas buscam apenas o seu próprio lucro, pois se a sociedade estivesse preparada pra esta revolução, isto aconteceria por meia das ideias de Marx e Engels. Noutro trecho do texto, a autora mostra que o filósofo e sociólogo Karl Marx se distanciou do conceito de socialismo utópico, visto que de acordo com essa corrente a fórmula para alcançar a igualdade na sociedade não era discutida. Sendo assim o oposto do socialismo utópico é o socialismo científico, que criticava o utópico porque este não tinha em conta as raízes do capitalismo. Karl Marx classificava os métodos dos utópicos de "burgueses", porque eles se baseavam na transformação súbita, na consciência dos indivíduos das classes dominantes, acreditando que só assim se alcançaria o objetivo do socialismo. O socialismo utópico surgiu como resposta aos abusos causados pelo liberalismo e capitalismo na altura da Revolução Industrial. Nesta ocasião, muitos trabalhadores; sendo muitos deles crianças; viviam em grande miséria e eram explorados, com horários de trabalho UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro absurdos e sem condições. Na Inglaterra, Robert Owen chegou colocar em prática alguns princípios do socialismo utópico em algumas das suas fábricas, reduzindo a carga horária, aumentando os salários e providenciando soluções de habitação para os seus trabalhadores. Já o socialismo científico, também conhecido como marxismo, tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo. Os socialistas científicos criticavam o socialismo utópico porque viam nesta corrente uma passividade e uma utopia, pois esperavam que os indivíduos exploradores ganhassem uma consciência social para que as reformas fossem postas em prática. O socialismo científico tinha objetivos semelhantes, mas tinha uma visão menos "romântica", pois previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada. 2. Explique os conceitos marxistas de alienação e de ideologia. Segundo a autora, Karl Marx foi o filosofo que abordou o conceito de alienação em seus trabalhos, onde enfatiza que o sistema capitalista é um sistema extremamente explorador e injusto, principalmente com as classes menos favorecidas economicamente, principalmente a classe do proletariado, que sente na pele a todo o momento essa injustiça. Para Marx, no capitalismo sempre há injustiça social, já que a riqueza é resultado de um processo de exploração sobre o trabalhador. Marx considerava o capitalismo selvagem onde o operário produz, mas o lucro, em sua maioria, é direcionado para o patrão. Dessa forma o capitalismo se baseava em um regime econômico de exploração. O menos favorecido alienado torna-se preso, alheio a si em função do trabalho, então, acontece quando é negado ao operário o objeto criado, ou seja, o objeto é alheio ao sujeito criador. Já o conceito de ideologia aparece em Marx como equivalente de ilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as ideias aparecem como motor da vida real. No marxismo posterior a Marx, ganha outro sentido, bastante diferente: ideologia é qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais particulares. Como a ideologia mascara a divisão do trabalho e gera a alienação, os donos das UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EMADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro máquinas no século XVIII colocavam a sua ideologia acima da de seus trabalhadores, buscando atingir a riqueza. Dessa forma, os trabalhadores tornavam-se alienados, buscando uma maior produção, mas recebendo sempre a menor parte de seu trabalho, se tornando assim, alienados. 3. Resuma as ideias anarquistas. Segundo o texto de Maria Lucia de Arruda Aranha, é comum as pessoas identificarem anarquismo com caos, "bagunça", porém na verdade, não se trata disso. Etimologicamente, a palavra é formada pelo sufixo archon, que em grego significa "governante", e em, "sem", ou seja, "sem governante". O princípio que rege o anarquismo está na declaração de que o Estado é nocivo e desnecessário, pois há formas alternativas de organização voluntária. O anarquismo foi um movimento contemporâneo às teorias socialistas desenvolvidas por Karl Marx e Friedrich Engels, onde eles acreditavam que os indivíduos na sociedade anarquista devem adotar formas de cooperação voluntária e autodisciplina, capazes de estabelecer um equilíbrio ideal entre a ordem social e as liberdades do indivíduo. Bakunin foi um dos maiores seguidores das teses de Proudhon. Discordante das teorias marxistas, Bakunin não aceitava a ideia de que o alcance de uma sociedade comunista passava pela manutenção de um Estado transitório. Para Bakunin, a abolição do Estado deveria ser imediata. Por isso, ele defendeu o uso da violência para que os governos fossem rapidamente extinguidos. Nem mesmo os partidos políticos eram vistos como vias de representação da liberdade de pensamento humano. Se a religião, o Estado e a propriedade contribuíram em determinado momento histórico para o desenvolvimento do homem, passam a ser restrições a sua emancipação. No entanto, a tese anarquista da negação do Estado não deve levar as pessoas a pensarem que se trata de uma proposta individualista, pois a organização não coercitiva se funda na cooperação e na aceitação da comunidade. O homem é um ser naturalmente capaz de viver em paz com seus semelhantes, mas as instituições autoritárias deformam e atrofiam suas tendências UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro cooperativas. Surge, então, um aparente paradoxo, ou seja, a realização da ordem na anarquia; essa ordem na anarquia é uma ordem natural. Essa oposição do anarquismo às instituições se inspira na ideia de que o homem precisa ser completamente livre para o alcance da liberdade. Em outras palavras, o anarquismo defende que a liberdade humana parte dos próprios homens e não de suas instituições. A responsabilidade do indivíduo deveria tomar o lugar das regras dos líderes e governos. A sociedade estatal possui uma estrutura cuja construção é artificial, pois cria uma pirâmide em que a ordem é imposta de cima para baixo. A sociedade anarquista seria não uma estrutura, mas um organismo que cresce de acordo com as leis da natureza, e a ordem natural se expressa pela autodisciplina e cooperação voluntária e não pela decisão hierárquica. Por isso, os anarquistas repudiam até a formação de partidos, já que estes prejudicam a espontaneidade de ação, tendem a se burocratizar e a exercer formas de poder. Também temem as estruturas teóricas, porque podem tornar-se um corpo dogmático. Daí o anarquismo ser mais conhecido como movimento vivo e não tanto como doutrina. A ausência de controle e de poder torna o movimento anarquista oscilante, sempre frágil e flexível, podendo ficar inativo por muito tempo para surgir espontaneamente quando necessário. A crítica à existência do Estado leva à tentativa de inversão da pirâmide de poder que o Estado representa; a organização social que deriva dessa inversão rege-se pelo princípio da descentralização, procurando estabelecer a forma mais direta de relação, ou seja, a do contato "cara a cara". A responsabilidade começa a partir dos núcleos vitais da vida social, onde também são tomadas as decisões: o local de trabalho, os bairros. Quando isso não é possível por envolver outros segmentos, formam-se federações. O importante, porém, é manter a participação, a colaboração, a consulta direta entre as pessoas envolvidas. Os anarquistas criticam a forma tradicional de democracia parlamentar, pois a representação contém o risco de alçar ao poder um demagogo. Quando a decisão envolve áreas mais amplas, havendo necessidade de convocação de assembleia, a proposta é de escolha de delegados por tempo limitado e sujeitos à revogação do seu mandato. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UNIDADE DE VOLTA REDONDA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS PROGRAMA NACIONAL DE FORMAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – PNAP/UAB BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Além da crítica feita ao Estado, os anarquistas preveem que a supressão da propriedade privada dos meios de produção deve dar lugar a formas de organização que estimulem as ações dos indivíduos livres no corpo coletivo, o que poderia se tornar possível na comuna livre e em empresas dirigidas coletivamente. Da mesma forma repudiam a estrutura hierárquica da Igreja e defendem o ateísmo como condição de autonomia moral do homem, liberto dos dogmas e da noção de pecado: "Para afirmar o homem, é preciso negar Deus". Já no final do século XIX, o movimento sindical deu ampla força ao anarquismo, gerando o movimento chamado anarco-sindicalismo, pelo qual os sindicatos não deveriam se preocupar apenas em conseguir melhores salários, mas em se tornar agentes de transformação da sociedade. Segundo o espírito anarquista, os sindicatos não têm poder centralizado, mas se organizam em pequenos grupos de fábrica, e a ampliação dos contatos em nível estadual e nacional deve sempre preservar a participação direta do trabalhador. Foi na Espanha que o movimento atingiu maior expressividade, até quando não pôde mais resistir à ação dos exércitos do ditador Franco. Do mesmo modo, o advento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha significou o enfraquecimento do movimento naqueles países. O anarquismo ressurgiu timidamente depois da Segunda Guerra Mundial e recrudesceu na década de 60 com o ativismo de jovens de vários países da Europa e da América, culminando com o movimento estudantil de 1968 em Paris.
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