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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ 
DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA SÃO PAULO
MARCELO SANTOS SILVA, brasileiro, solteiro, engenheiro, inscrito no CPF/MF sob o nº. 007.000.000-85, portador da carteira de identidade RG de n°. 630000-0, residente e domiciliado na cidade do Rio de Janeiro na Rua da Divina Providência, 560, Bairro Lola, respeitosamente vem, à presença de Vossa Excelência, por suas advogadas, com escritório profissional na Rua Conselheiro Laurindo, 502, propor:
AÇÃO REDIBITÓRIA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, CUMULADA COM PEDIDO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E TUTELA DE URGÊNCIA
Em face de ‘’G’’ S.A, inscrita no CNPJ sob o nº. 00046000/0000-00, com sede em São Paulo, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.
DOS FATOS
O requerente efetuou a compra de um aparelho de ar condicionado fabricado pela requerida, devidamente entregue pela mesma, porém desde de o momento de instalação, passou a apresentar problemas, desarmando e não refrigerando o ambiente. Em virtude dos problemas apresentados, o requerente, no dia 25 de janeiro de 2013, entrou em contato com a requerida, que prestou devidamente o serviço de assistência técnica. Nessa oportunidade, foi trocado o termostato do aparelho. Todavia, apresar disso, o problema persistiu, razão pela qual o requerente por diversas vezes, entrou em contato com a requerida a fim de tentar resolver a questão amigavelmente. 
Porém, tendo transcorrido o prazo de 30 dias sem a resolução do defeito pelo fornecedor, Marcelo requereu a substituição do produto. 
Ocorre que, para a surpresa do requerente, a requerida negou a substituição do mesmo afirmando que enviaria um novo técnico a sua residência para analisar novamente o produto
Sem embargo, a assistência técnica somente poderia ser realizada após 15 dias, devido à grande quantidade de demandas no período do verão. 
Registra- se, ainda, que, em pleno verão, a troca do aparelho de ar condicionado se faz uma medida urgente, posto que as temperaturas atingem níveis cada vez mais alarmantes.
Ademais, o requerente comprou o produto justamente em função da chegada do verão, e o mesmo foi prejudicado moralmente.
DOS DIREITOS
DO VÍCIO OCULTO/REDIBITÓRIO
O embasamento legal para a pretensão autoral se faz na Constituição Federal, no Código de Defesa do consumidor, no Código de Processo Civil e, principalmente, na jurisprudência pátria. À Luz da Constituição, vejamos o teor do inciso X do Art. 5º:
‘’ X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; ’’
No caso, como se pode ver, o requerente teve sua vida privada violada, vez que a requerida lhe forneceu um produto com vício oculto. 
Esta relação, que é de consumo, tendo em vista vulnerabilidade técnica e econômica, deve ser promovida pelo Estado, como diz a CF/88, verbis:
‘’XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; ’’
Já o Códex consumerista estabelece que:
‘’Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.’’
§ 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; 
Vale registrar que no caso do requerente, o vício ficou evidenciado desde do momento da instalação do produto desta vez, o mesmo foi levado a assistência técnico e não houve êxito no concerto do mesmo. 
Houve diversas reclamações pelo requerente, pelo mesmo vício, além de respostas da requerida totalmente descabida, cuja pretensão que se vê é apenas se esquivar de sua responsabilidade, ou pior: fingir que nada aconteceu e oferecer ao cliente novamente o produto (defeituoso), se privando do que deveria fazer: descobrir e efetivamente reparar o vício.
Pois bem, tratando-se de vício oculto como se viu anteriormente, o CDC prevê que cabe ao consumidor escolher alternativamente se quer a restituição do valor pago ou a substituição.
Vale destacar, ainda, que existe o prazo decadencial para o ajuizamento da ação, que é de 90 (noventa) dias, a contar da constatação do vício.
É este o entendimento jurisprudencial sobre o tema, senão vejamos:
APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO ADESIVO. PRELIMINAR REJEITADA.RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA FABRICANTE E DO FORNECEDOR. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. ARTIGO 18. SUBSTITUIÇÃO DO VEÍCULO. DEFEITO DE FABRICAÇÃO. DANOS MORAIS. SENTENÇA MANTIDA.CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
1. Inexistência de ofensa ao artigo 514, inciso II, do Código de Processo Civil. Caso em que as razões recursais enfrentam suficientemente a fundamentação lançada na sentença. Preliminar rejeitada.514IICódigo de Processo Civil
2. A regra é que o prazo decadencial - em se tratando de vícios no fornecimento de produtos duráveis - é de 90 dias (inciso II, art. 26,CDC), sendo que, quando o caso envolver vícios ocultos, o prazo somente se iniciará a partir da data em que o vício for efetivamente constatado pelo consumidor (§ 3ºdo art.26doCDC). No caso dos autos, o veículo foi adquirido pela autora em 13.08.2005. Contudo, o março inicial conta-se a partir da data em que o defeito se tornou efetivamente constatado a partir da última abertura da ordem de serviço requerida pelo autor, ou seja, em 09.06.2006 (fl. 29).
3. Tendo em vista que no caso em questão incide a hipótese prevista no artigo18doCódigo de Defesa do Consumidor, o fabricante e o comerciante devem responder de forma solidária, uma vez que ambas as rés estão inseridas no conceito de "fornecedor" (artigo3º, do CDC), conquanto a parte autora está inserida como "consumidora" do produto.
4. Resta clara a ilicitude e abusividade da conduta das demandadas, que venderam à autora veículo com vícios ocultos que a obrigaram a reiteradamente levá-lo para conserto, colocando, inclusive, em risco a segurança da consumidora.
5. Trata-se de hipótese de dano moralin re ipsa, que dispensa a comprovação de sua extensão, sendo evidenciado pelas circunstâncias do fato.
6.Manutenção da indenização fixada pela sentença, pois quantia que se mostra adequada ao caso e aos parâmetros adotados por este colegiado.
(70048035364 RS, Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Data de Julgamento: 18/07/2012, Nona Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 20/07/2012)
(sem grifos no original).
Como dito, o autor constatou que realmente trata-se de um vício oculto após o defeito se repetir.
DANOS MORAIS

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