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IESPES DIREITO CIVIL - NOITE - TURMA 2 SEM ALUNOS: FABRICIO COSTA MAX MARCELO RIBEIRO LEÃO ATIVIDADE QUAL O ARTIGO OU PARÁGRAFO QUE FUNDAMENTA O CASO? Atividade em dupla. Escolha um entre os três temas indicados no mural. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo Diário da Justiça Eletrônico | Maio / 2022 | JRP\2022\497679 Leis os dois Acórdãos sobre o tema escolhido pela sua dupla e responda: 1 - Indique em quais artigos do Código Civil (Parte Geral) são regulados o tema escolhido. Art. 5 º A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos; II - pelo casamento; III - pelo exercício de emprego público efetivo; IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. 2 – Indique qual artigo (inciso ou parágrafo) do Código Civil está fundamentado em cada caso. Artigo 5 da Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002 Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: I - pela concessão dos pais No texto hipotético apresentado, os seguintes artigos (incisos ou parágrafos) do Código Civil foram citados como fundamentos jurídicos: ● Art. 139, I, II e III: define o erro substancial nos negócios jurídicos; ● Art. 1.691: estabelece a cessação da pensão alimentícia em caso de emancipação; ● Art. 1.723: define a emancipação e os efeitos jurídicos decorrentes; ● Art. 1.728: dispõe sobre a anulação da emancipação em caso de erro ou vício de consentimento. O artigo 139 do Código Civil brasileiro define o erro substancial como um dos vícios que podem afetar a validade dos negócios jurídicos. Os incisos I, II e III deste artigo tratam especificamente do erro substancial nos seguintes termos: I - quando respeita à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração ou a alguma das suas condições essenciais; II - quando respeita à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante; III - quando o erro concerne a pessoa ou coisa que era o principal motivo para a conclusão do negócio, se a outra parte sabia ou devia saber deste motivo, ou se assumiu o risco de o provocar. Dessa forma, o erro substancial pode ocorrer quando há uma falsa compreensão ou desconhecimento de elementos essenciais do negócio jurídico, como o objeto, as condições ou a identidade das partes envolvidas, o que pode acarretar a anulação ou a revisão do negócio afetado pelo vício. 3 - Elabore um relatório com até 2 parágrafos descrevendo cada caso, sem indicar o resultado do julgamento. Trata-se de recurso de apelação interposto pela parte autora em face da sentença que julgou improcedente a ação anulatória de emancipação. Inicialmente, constata-se que nos autos é incontroverso que o autor foi emancipado aos 17 anos de idade por outorga do seu genitor, ora réu. A parte autora alega que a emancipação deve ser anulada por erro substancial, uma vez que desconhecia os efeitos da referida emancipação. Porém, tal alegação não encontra respaldo jurídico. Trata-se de ação declaratória de inexistência de capacidade civil para emancipação c/c anulação de escritura pública de emancipação. 4 - Elabore a sua decisão/voto indicando os fundamentos jurídicos (leis, princípios jurídicos, jurisprudências, etc.). Não se vislumbra do processo que o Autor e seu genitor não tivessem ciência do que efetivamente estavam a praticar e assinaram a emancipação de forma espontânea, livre de qualquer constrangimento. A mera circunstância de não terem aferido todas consequências que decorreriam do ato praticado não enseja a pretendida nulidade do ato, pois dos fundamentos da inicial depreende-se mero arrependimento e não a ocorrência de erro. O desconhecimento da legislação não pode ser deduzida como justificativa para a anulação de qualquer ato. O Código Civil, em seu artigo 139, define que o erro é substancial quando interessa à natureza do negócio, ao objeto principal da declaração, ou a alguma das qualidades essenciais, ou ainda quando concerne à identidade ou à qualidade essencial da pessoa a quem se refira a declaração de vontade, desde que tenha influído nesta de modo relevante, ou quando sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo único ou principal do negócio jurídico. No caso em questão, o desconhecimento dos efeitos da emancipação não se enquadra em nenhuma das hipóteses acima mencionadas. Ademais, as partes optaram pelo instituto correto para a finalidade desejada, qual seja, a emancipação, de forma que não há vício de consentimento que autorize a pretendida anulação. Quanto ao argumento de que a parte autora desconhecia a lei que prevê a cessação da pensão por morte em razão da emancipação, cabe ressaltar que tal desconhecimento não se confunde com vício de consentimento e não autoriza a anulação da emancipação. Portanto, não merece provimento a apelação interposta pela parte autora, uma vez que a r. sentença atacada analisou de forma correta as questões suscitadas, com adequada fundamentação jurídica à hipótese em exame, além de bem avaliar o conjunto probatório. Ante o exposto, nego provimento ao recurso, mantendo a sentença em todos os seus termos. Sem honorários advocatícios adicionais, uma vez que não foram apresentadas contrarrazões à apelação. É o meu voto. (Local e data) (Nome do Juiz ou Desembargador Relator) 5 - Socialize com a turma as suas considerações acerca dos casos. O MENOR FOI EMANCIPADO DE FORMA EQUIVOCADA DEVIDO SEU PAI DE POUCA INSTRUÇÃO PENSAR QUE A EMANCIPAÇÃO DO MENOR O ABDICARIA DO DEVER DE ASSINAR PAPÉIS, CONSIDERAVA QUE A O ATO DE (EMANCIPAÇÃO) DO MENOR TERIA O MESMO PODER DE UMA PROCURAÇÃO. O relatório apresenta uma ação declaratória de inexistência de capacidade civil para emancipação e anulação de escritura pública de emancipação com efeito ex tunc. A sentença julgou o pedido improcedente e condenou o autor ao pagamento das custas, despesas processuais e verba honorária. “O autor apela, alegando que ficou privado de saúde, alimentação, educação e viver dignamente após a cessação do benefício do seu pai para a sua subsistência decorrente do ato unilateral de emancipação, que foi contrário aos seus interesses. O voto destaca que a emancipação contrária aos interesses do menor é passível de revisão pelo Judiciário e que, no caso em questão, a emancipação foi totalmente contrária ao interesse do menor”. O apelado incorreu em um erro, vício de consentimento, ao interpretar equivocadamente uma situação fática e a lei e, fundado em sua cognição falsa, manifestou vontade, criando, modificando e extinguindo vínculos jurídicos do autor em seu total prejuízo. O voto é favorável ao apelante e dispensa o preparo, pois o autor é beneficiário da Justiça gratuita. Não foram oferecidas contrarrazões. Outras considerações acerca do caso. No voto, o relator explica que uma vez concedida a emancipação pelos pais, ela não pode ser revogada a qualquer título, exceto quando presente nulidade absoluta, ressalvando-se sempre os direitos de terceiros de boa-fé. No entanto, o relator conclui que não há evidência de que o autor e seu genitor não tinham ciência do que estavam a praticar e assinaram a emancipação de forma espontânea, livre de qualquer constrangimento. A mera circunstância de não terem aferido todas as consequências que decorreriam do ato praticado não enseja a pretendida nulidade do ato, pois dos fundamentos da inicial depreende-se mero arrependimento e não a ocorrência de erro. O desconhecimento da legislação não pode ser deduzido como justificativapara a anulação de qualquer ato. Assim, o relator concorda com a r. sentença que não comporta reparos, pois a emancipação trouxe benefício ao autor no momento em que foi realizada, legitimando-o a não mais depender de seu pai para a assinatura de documentos. A r. sentença está correta ao afirmar que não há nulidade absoluta no ato de emancipação e, portanto, não há como anulá-lo com efeito ex tunc. DECISAO O autor alega que a emancipação foi concedida com base em um erro substancial e, portanto, deveria ser anulada. No voto, o juiz João Pazine Neto argumenta que o desconhecimento dos efeitos da emancipação não se enquadra nas hipóteses previstas pelo Código Civil para caracterizar um erro substancial. Além disso, o desconhecimento da lei quanto à cessação da pensão por morte em razão da emancipação não configura vício de consentimento e não autoriza a anulação da emancipação. Portanto, o juiz nega provimento ao recurso e mantém a sentença anterior que rejeitou o pedido de anulação da emancipação. O texto demonstra o uso de terminologia jurídica e a aplicação de princípios do direito civil para solucionar um caso concreto. ANOTAÇÕES - Jurisprudência 1 - A responsabilidade civil, que é regulada pelos artigos 186 a 188 do Código Civil (Parte Geral). Certamente. Os artigos 186 a 188 do Código Civil (Parte Geral) tratam da responsabilidade civil, ou seja, da obrigação de indenizar os danos causados a outrem em decorrência de ação ou omissão ilícita. O artigo 186 estabelece que aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito e fica obrigado a repará-lo. O artigo 187 estabelece que também comete ato ilícito aquele que, por omissão voluntária, negligência ou imprudência, deixar de agir para evitar o dano a outrem. Já o artigo 188 estabelece que, no caso de dano causado por mais de uma pessoa, todas elas respondem solidariamente pela reparação 2 - No primeiro caso, a fundamentação jurídica está no artigo 186 do Código Civil, que dispõe sobre a responsabilidade civil subjetiva, que ocorre quando alguém, por ação ou omissão voluntária, viola direito e causa dano a outra pessoa. No segundo caso, a fundamentação está no artigo 927 do Código Civil, que trata da responsabilidade civil objetiva, que ocorre quando a pessoa que causou o dano tem o dever de indenizar independentemente de culpa, por exemplo, no caso de atividades de risco. 3 - No primeiro caso, uma pessoa teria causado danos morais e materiais a outra em razão de uma discussão em um supermercado, que culminou em agressões físicas. No segundo caso, um cachorro teria escapado da casa de sua dona e causado danos materiais a um vizinho. 4 - No primeiro caso, entendo que a pessoa que causou os danos deve ser responsabilizada civilmente, pois agiu com culpa ao iniciar a discussão e posteriormente agredir fisicamente a outra pessoa. Além disso, a agressão causou danos morais e materiais à vítima, que devem ser reparados pela pessoa que causou o dano. No segundo caso, a dona do cachorro deve ser responsabilizada objetivamente pelos danos materiais causados pelo animal, já que é sua obrigação garantir a segurança da comunidade em relação ao seu animal de estimação. 5 - Em ambos os casos, a responsabilidade civil é um tema importante que deve ser levado em consideração quando há causas de danos a terceiros. É importante que as pessoas entendam a importância de agir com responsabilidade e cuidado para evitar causar danos a outras pessoas ou propriedades. Além disso, é fundamental que a justiça seja feita e que os danos sejam reparados para que haja uma sociedade mais justa e equilibrada jurisprudência Essa é a ementa de uma decisão de segunda instância, referente a uma apelação cível em que se discutiu a anulação de um ato jurídico de emancipação voluntária. A ementa destaca que a emancipação por concessão dos pais ou por sentença judicial pode ser desconstituída por vício de vontade, em casos excepcionais, quando o ato é inválido por erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. No caso em questão, a alegação foi de erro essencial, mas não houve provas concludentes que demonstrassem essa alegação, tornando a anulação do ato de emancipação voluntária incabível. Portanto, o recurso não foi provido. A decisão foi proferida em 03/12/2014, na Comarca de Belo Horizonte, tendo como apelantes M.A.P.A. e outro(a)(s), A.F.P.G.
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