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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
Alexandre Nápoles – Estatuto da Criança e do Adolescente 
Isolada de ECA 
 
INTRODUÇÃO 
 
· Criança (Art. 2º) – até 12 anos incompletos 
· Adolescente - entre 12 e 18 anos de idade. 
 
OBS: Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU, art. 1º, estabelece que toda pessoa menor de 18 
anos é criança. 
 
A distinção no ECA traz algumas consequências, por exemplo: 
 
1) Medida socioeducativa – não se aplica tal medida contra criança infratora, somente ao adolescente 
infrator (art. 112). À criança aplica-se medida de proteção (art. 101). 
2) Adoção – o adolescente deve ser necessariamente ouvido (art. 45, §2º). A criança poderá ser ouvida, 
mas sua opinião não impedirá que seja colocada em família substituta. 
 
Aplica-se o ECA às pessoas entre 18 e 21 anos? 
 
 Sim, em caso de medida excepcional ou em casos expressos em lei, apesar de já ser considerado 
ADULTO (§único, art. 2º). 
 Ex: Ato infracional cometido por adolescente com 17 anos e 11 meses. Ele ficará internado até os 21 
anos de idade, quando haverá a desinternação compulsória (art. 121, §5º). 
 
CUIDADO: Segundo o STF (HC 94938/RJ), a emancipação civil não altera a incidência do ECA, uma vez 
que a proteção integral é devida em função da faixa etária da pessoa, utiliza-se o critério objetivo-
cronológico. 
 
O CC de 2002 alterou o ECA para reduzir a maioridade civil de 21 anos para 18? 
 
 A doutrina majoritária, o STJ (HC 180.066/RJ e RHC 27535) e o STF (HC 97.539/RJ) entendem que o CC 
não interferiu no ECA, já que este é lei especial. 
 Assim, o Novo Código Civil não revogou o art. 121, § 5.º, do ECA, devendo permanecer a idade de 21 
anos como limite para a liberação compulsória de adolescente em cumprimento de medida 
socioeducativa, pois leva-se em consideração apenas a idade do adolescente ao tempo do fato (§ 
único, art. 104), sendo irrelevante o adolescente atingir a maioridade civil ou penal durante seu 
cumprimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
PRINCÍPIOS 
 
 Os princípios devem ser interpretados em consonância com as garantias fundamentais previstas em 
favor das crianças e adolescentes. 
 
1) Da Prioridade Absoluta 
 A proteção da criança e do adolescente é dever da família, da sociedade e do Estado. Nestes termos, 
o art. 227 da CF, c/c art. 4º do ECA, estabelece: 
 “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão.” 
 
A garantia de prioridade compreende (§ único, art. 4º ECA): 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à 
juventude. 
 
ATENÇÃO: O STF (AgRg no RE 410715/SP) entendeu não ser possível opor a tese da reserva do possível 
em face desse princípio. 
 
2) Da Proteção Integral 
 Lançado no art. 1º do ECA, se opõe à ultrapassada doutrina da situação irregular prevista no Código 
de Menores (Lei nº 6.697/79) que focava a atenção da norma somente nos menores em situação 
irregular. Ou seja, a proteção integral contempla diversas políticas públicas a todas as crianças e 
adolescentes, não reduzindo a intervenção a apuração de atos infracionais. 
 
Aspectos da proteção integral (arts. 3º e 4º): 
1) Sobrevivência (Direito à vida, à saúde e à alimentação) 
2) Desenvolvimento pessoal e integral (Direito à educação, à cultura, ao lazer e à profissionalização) 
3) Respeito à integridade física, psíquica e moral (Direito à liberdade, respeito, dignidade, convivência 
familiar e comunitária) 
 
3) Da Brevidade e da Excepcionalidade 
 Devem ser aplicados quando da imposição de qualquer medida privativa de liberdade, conforme 
dispõe o art. 227, §3º, V, da CF. 
 Segundo o princípio da brevidade a manutenção de uma medida privativa de liberdade deve durar 
somente o prazo necessário para a ressocialização do adolescente. 
 O princípio da excepcionalidade impõe que a aplicação da privação de liberdade apenas deva 
ocorrer se não houver outra mais adequada, dando preferência às medidas em meio aberto. 
 
 
 
 
 
 
3 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
4) Do interesse superior da criança ou do adolescente 
 Levando em consideração que são sujeitos de direitos, o interesse superior do público infanto-
juvenil deve ser respeitado em qualquer situação, e não apenas quando haja ameaça/violação de 
direitos. 
 Segundo o art. 100, IV, do ECA, quando da aplicação de medidas de proteção a intervenção deve 
atender prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da 
consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos interesses 
presentes no caso concreto. 
 
5) Da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento 
 Previsto no art. 6º do ECA, significa dizer que toda e qualquer medida aplicada à criança e ao 
adolescente deverá considerar que eles estão experimentando um processo de formação e 
transformação psíquica e física. 
 
6) Da participação popular 
 Fica garantida a participação popular na formulação das políticas públicas e no controle das ações 
vinculadas à infância e à juventude através de organizações representativas (art. 227, §§ 3º e 7º c/c 
art. 204, II, ambos da CF). 
 
 (TRT-SP/Juiz do Trabalho/2012) A garantia de prioridade absoluta assegurada à criança e ao adolescente 
concernente a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao 
esporte, ao lazer, à profissionalização e à cultura, dentre outros, compreende: 
 
a) Procedência de atendimento apenas nos serviços públicos. 
R: ERRADA. Não somente nos serviços públicos, mas também nos de relevância pública (§único, “b”, 
art.4º). 
b) Primazia de receber proteção e socorro em circunstâncias pré-estabelecidas pelo Poder Público. 
R: ERRADA. O socorro é assegurado em quaisquer circunstâncias (§único, “a”, art.4º). 
c) Preferência exclusiva na formulação das políticas sociais públicas. 
R: ERRADA. A preferência na formulação e também na execução das políticas públicas (§único, “c”, 
art.4º). 
d) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à 
juventude. 
R: CORRETA. (§único, “d”, art.4º). 
e) Apenas os deveres da família e do poder público na adoção destas medidas prioritárias. 
R: ERRADA. A comunidade e a sociedade em geral também têm o dever de assegurar essas medidas 
(art.4º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
(CESPE/TJ-AC-Juiz/2012) No que tange aos princípios gerais orientadores do ECA, assinale a opção 
correta. 
 
a) O princípio da prioridade absoluta não pode ser interpretado de forma isolada, devendo ser 
interpretado de forma integrada aos demais sistemas de defesa da sociedade. Dessa forma, a 
decisão do administrador público entre a construção de uma creche e a de um abrigo para idosos, 
ambos necessários, deverá recair sobre a segunda, dada a prevalência da lei mais recente, no caso, 
o Estatuto do Idoso. 
 
R: ERRADA. O art. 4º, §único, “c” do ECA impõe que a garantia de prioridade compreende a 
preferência naformulação e na execução das políticas sociais públicas ou de relevância pública. 
Portanto, a decisão do administrador público deverá recair na construção de uma creche. 
 
 b) Buscando efetivar o princípio da prioridade absoluta, o legislador incluiu no ECA um rol taxativo de 
preceitos a serem seguidos. 
 
R: ERRADA. Não há um rol taxativo, mas exemplificativo, basta fazer a leitura do art. 3º do ECA que 
estabelece que “sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por 
lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o 
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de 
dignidade”. 
 
 c) O princípio do melhor interesse tem aplicação limitada ao público infanto-juvenil cujos direitos 
reconhecidos no ECA forem ameaçados ou violados por ação ou omissão da sociedade ou do Estado, 
ou por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável. 
 
R: ERRADA. O princípio do melhor interesse não se limita a um público infanto-juvenil que se 
encontra em situação de risco, mas a todos os infantes. Lembre-se que o ECA garante,em seu art. 
1º, a proteção integral à criança e ao adolescente. 
 
d) De acordo com o princípio da centralização, inovação promovida pelo ECA, a União tem competência 
para criar normas gerais e específicas de atendimento a crianças e adolescentes para sanar omissão 
dos governos estaduais e municipais. 
 
R: ERRADA. O ECA estabelece o princípio da descentralização político-administrativa, conforme seu 
art, 88, III, e não da centralização. Ademais, a CF/88 em seu art. 24, XV, estabelece a competência 
concorrente da União, dos Estados e do DF em legislar sobre a proteção à infância e à juventude; o 
§ 1º desse artigo explicita que no âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-
se-á a estabelecer normas gerais. 
 
e) Com importância reconhecida desde o século XIX, o princípio do melhor interesse foi adotado pela 
comunidade internacional, em 1959, na Declaração dos Direitos da Criança e, por esse motivo, 
malgrado a diferença de enfoque, foi incluído no Código de Menores de 1979, ainda que sob a égide 
da doutrina da situação irregular. 
 
 
 
5 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
R: CORRETA. O Código de Menores (1979) incluiu o princípio do melhor interesse da criança em 
seu Art. 5º nos seguintes termos: “Na aplicação desta Lei, a proteção aos interesses do 
menor sobrelevará qualquer outro bem ou interesse juridicamente tutelado.” 
 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - VIDA E SAÚDE 
 
 O ECA garante à criança e ao adolescente o direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação 
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 
em condições dignas de existência (Art. 7º). 
 
Nesse sentido o ECA prevê vários direitos, quais sejam: 
· Atendimento à gestante (art. 8º e 10º): 
a) Via SUS no período pré e pós-natal; 
b) atendimento obedecendo-se aos princípios de regionalização e hierarquização do Sistema; 
c) A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-
natal. 
d) apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem. 
e) assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, para prevenir ou minorar as 
consequências do estado puerperal. Essa assistência também deverá ser prestada a gestantes ou 
mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. 
f) Os hospitais públicos e particulares são obrigados a: 
 I - manter registro, através de prontuários individuais, pelo prazo de 18 anos; 
II - identificar o recém-nascido e a mãe; 
III - proceder a exames sobre o metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento; 
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. 
· Atendimento à criança e ao adolescente: 
a) será integral, por intermédio do SUS, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para 
promoção, proteção e recuperação da saúde (art. 11). 
b) o poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento, 
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade (art. 9º c/c inciso L, do art. 
5º da CF). 
c) Criança com deficiência tem direito à receber atendimento especializado (§1º, art. 11). 
d) É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias (§ único, 
art. 14). 
e) Medicamentos, próteses e outros tratamentos serão fornecidos gratuitamente pelo poder público (§ 
2º, art. 11). 
f) Casos de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho 
Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais (Art. 13). 
 
g) nos casos de internação os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições 
para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável (art. 12). Os Hospitais 
também deverão manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à 
mãe (V, art. 10). 
 
 
 
6 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
 (IX EXAME) Assegurar o direito fundamental à vida e à saúde da criança e do adolescente é dever da 
família, da sociedade e do Poder Público. Acerca da regulamentação desses direitos pelo Estatuto 
da Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são 
obrigados a manter os prontuários individuais, pelo prazo de dez anos, assim como fornecer 
declaração de nascimento. 
 
R: ERRADA. Segundo o art. 10, I, os hospitais estão obrigados a manter os prontuários por 18 anos. 
O inciso IV, destaca que na declaração de nascimento deve constar as intercorrências do parto e do 
desenvolvimento do neonato. 
 
B) Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e 
pós-natal, salvo se a mesma manifestar interesse em entregar seus filhos para adoção, quando será 
assegurada assistência psicológica pré-natal apenas. 
 
R: ERRADA. Conforme estabelece o §5º, do art. 8º, essa assistência também deve ser assegurada às 
gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. Tais medidas são 
para prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. 
Elas serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude (§ único, art. 13, 
introduzido pela Lei nº 12.010/2009). 
 
C) A gestante tem direito ao acompanhamento pré-natal, sendo-lhe assegurado o direito de ser atendida 
no parto pelo mesmo médico que a acompanhou, assim como de optar pelo tipo de parto a que 
será submetida. 
 
R: ERRADA. O ECA não salvaguarda direito da gestante de optar pelo tipo do parto. Ademais, o §2º 
do art. 8º estabelece que preferencialmente a parturiente será acompanhada pelo mesmo médico 
que fez seu pré-natal. 
 
D) O atendimento pré-natal à gestante inclui o dever do poder público de propiciar apoio alimentar à 
gestante, como forma de assegurar o direito à vida e à saúde do nascituro. 
 
R: CORRETA. Previsto no §3º, art. 8º. 
 
(MPE-RO/2008) Como forma de proteção à criança, o ECA estabeleceu normas de proteção à gestante e 
à nutriz. No que concerne a essas normas, assinale a opção incorreta. 
 
A) A gestante tem direito, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), ao atendimento pré e perinatal. 
 
R: CORRETA. Previsto no art. 8º. 
 
B) A parturiente deve ser atendida, preferencialmente, pelo mesmo médico que a acompanhou na fase 
pré-natal. 
 
R: CORRETA. Art. 8, §2º. 
 
 
 
7 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?C) É dever do poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem. 
 
R: CORRETA. Art. 8, §3º. 
 
D) Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos ou particulares, são 
obrigados a manter alojamento conjunto, que possibilite a permanência do neonato junto à mãe. 
 
R: CORRETA. Art. 10, V. Os hospitais também são obrigados: I - manter registro das atividades 
desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos; 
 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão 
digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa 
competente; 
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do 
recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto 
e do desenvolvimento do neonato; 
 
E) O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento 
materno, excluídas as penitenciárias femininas, pois é vedada permanência de bebês no ambiente 
carcerário. 
 
R: ERRADA. O aleitamento materno também deve ser assegurado às detentas (art. 9º c/c art. 5º, L, 
da CF). 
 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA 
 
· Espécies de Família: 
1) Natural – é a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes (art. 226, §4º, da 
CF, c/c art. 25 do ECA). 
2) Família extensa ou ampliada - se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, 
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos 
de afinidade e afetividade (§ único, art. 25 do ECA). 
3) Substituta - para a qual o menor deve ser encaminhado de maneira excepcional, por meio de qualquer 
das três modalidades possíveis, que são: guarda, tutela e adoção (art. 28 do ECA). 
· A regra é que a criança e o adolescente seja criado e educado no seio da sua família e, 
excepcionalmente, em família substituta em ambiente livre da presença de pessoas dependentes 
de substância entorpecentes (art. 19). 
· É dever do Estado assegurar assistência à família criando mecanismos para coibir a violência no 
âmbito de suas relações (§ 8º, art. 226, CF). 
 
Deveres dos pais: 
· sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a 
obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais (art. 22). A CF também estabelece 
o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (Art. 229). 
 
poder familiar: 
 
 
8 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
 
· É o poder-dever dos pais de criarem e educarem seus filhos. Assim, é função típica dos pais, 
exercido igualmente pelo pai e pela mãe, e deve durar por toda a menoridade (até os 18 anos), não 
sendo suscetível de renúncia voluntária, aliás essa função é irrenunciável, inalienável e indelegável. 
· A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais 
e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos 
(Art. 1.632 do CC). As novas núpcias de um dos pais não dá ao novo cônjuge poder familiar quanto 
aos filhos do relacionamento anterior (Art. 1.636 do CC). 
· Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação (Art. 20). 
 
Extinção, suspensão e perda do poder familiar: 
· Não há poder familiar absoluto. Assim, em casos expressos em lei poderá haver a extinção, 
suspensão ou perda do poder familiar. 
· A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a 
suspensão do poder familiar (art. 23 ECA). 
 
Extingue-se o poder familiar (Art. 1.635 do CC): 
1) pela morte dos pais ou do filho; 
2) pela emancipação; 
3) pela maioridade; 
4) pela adoção; 
5) por decisão judicial no caso de perda do poder familiar. 
 
Suspende-se o poder familiar (Art. 1.637 do CC): 
1) por abuso de autoridade dos pais; 
2) por dilapidação dos bens dos filhos; 
3) quando o pai ou a mãe forem condenados por sentença irrecorrível em virtude de crime cuja pena 
exceda a 2 anos de prisão. 
 
Perde-se o poder familiar (Art. 1.638 do CC): 
1) castigar imoderadamente o filho; 
2) deixar o filho em abandono; 
3) praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; 
4) incidir, reiteradamente, nas faltas que causem suspensão do poder familiar 
 
Perda x Extinção 
· Perda é uma sanção imposta por sentença judicial, enquanto a extinção são atos ou fatos jurídicos 
que naturalmente colocam fim ao poder familiar. 
ATENÇÃO: A perda é uma modalidade de extinção do poder familiar. 
 
Procedimentos para extinção, suspensão e perda do poder familiar 
1) No caso de extinção: Em se tratando de fatos jurídicos (morte e maioridade) não há procedimentos, a 
extinção é automática. 
 No caso da emancipação poderá ser feita pelos pais ou por um deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o 
tutor, se o menor tiver 16 anos completos (art. 5º, §único, I do CC) 
 
 
9 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
2) No caso de perda ou suspensão (arts. 157 a 163 do ECA): 
I. provocação do MP ou de quem tenha legítimo interesse. Não poderá se iniciar de ofício pelo magistrado; 
II. Ouvido o MP, poderá o juiz decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o 
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, 
mediante termo de responsabilidade; 
III. Citação pessoal do Requerido para, no prazo de 10 dias, oferecer resposta escrita, indicando as provas 
a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e documentos; 
IV. Não sendo contestado o pedido, o juiz dará vista dos autos ao MP, por 5 dias, salvo quando este for o 
requerente, decidindo em igual prazo. 
V. O juiz determinará a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou 
multidisciplinar, bem como a oitiva de até 10 testemunhas (juiz pode limitar a até 3 testemunhas) 
que comprovem a presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar; 
VI. Audiência de instrução e julgamento. É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem 
identificados e estiverem em local conhecido ; 
VII. Sentença em até 120 dias que será averbada à margem do registro de nascimento da criança. 
 
OBS: as ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e 
emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé (artigo 141, §2º) 
 
Do acolhimento familiar ou institucional (art. 28 e parágrafos). 
· É medida de proteção temporária e excepcional, pois a preferência é a manutenção ou reintegração 
do infante à sua família (§1º e 3º art. 34). 
· O acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional (§1o, art. 34). 
· Reavaliação - no máximo, a cada 6 meses, devendo o magistrado, com base em relatório elaborado 
por equipe interprofissional, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração 
familiar ou colocação em família substituta (guarda, tutela ou adoção). 
· Tempo máximo de acolhimento - 2 anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
 
Das entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional 
· PRINCÍCIPIOS (Art. 92 do ECA): 
 
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar; 
II - integração em família substituta,quando esgotados os recursos de manutenção na família natural 
ou extensa; 
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação; 
V - não desmembramento de grupos de irmãos; 
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes 
abrigados; 
VII - participação na vida da comunidade local; 
VIII - preparação gradativa para o desligamento; 
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo. 
 
 
 
 
 
 
10 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
· Dirigente da entidade 
1) Status jurídico - é equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. 
2) Deveres: 
a) Respeitar os princípios previstos no art. 92 do ECA; 
b) remeter à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 meses, relatório circunstanciado acerca da 
situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para fins da reavaliação. 
 
PROCEDIMENTOS PARA O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL 
 
· Conselho Tutelar ou MP requer ao Magistrado. 
· Expedição de Guia de Acolhimento pela autoridade judiciária; 
· A entidade após receber o infante deve elaborar um plano individual de atendimento (PIA), visando 
à reintegração familiar, ressalvada ordem escrita e fundamentada em contrário do magistrado; 
· Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento 
familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista MP, pelo 
prazo de 5 dias, decidindo em igual prazo. 
Acolhimento sem determinação judicial – é uma exceção utilizada em caso de urgência, mas as 
entidades devem fazer comunicação do fato em até 24 horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob 
pena de responsabilidade (art. 93). 
 
Reconhecimento de filhos 
 
· O reconhecimento poderá ser feito pelos pais, de maneira conjunta ou separadamente, no próprio 
termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer 
que seja a origem da filiação. 
· O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele 
deixar descendentes (art. 1.609, § único, do CC e art. 26 do ECA). 
· O reconhecimento é irrevogável e incondicional, sendo considerado ineficaz qualquer condição 
inserida no ato de reconhecimento do filho. É direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, 
podendo ser exercido contra os pais ou seus herdeiros (Art. 27 do ECA). 
 
 (XIII EXAME) Vilma, avó materna do menor Oscar, de quinze anos de idade, pretende mover ação de 
suspensão do poder familiar em face de Onísio e Paula, pais do menor. Argumenta que Oscar estaria 
na condição de evasão escolar e os pais negligentes, embora incansavelmente questionados por 
Vilma quanto as consequências negativas para a formação de Oscar. Considere a hipótese narrada e 
assinale a única opção correta aplicável ao caso. 
 
A) Do ponto de vista processual, Vilma não tem legitimidade para propor a ação que deve ser movida 
exclusivamente pelo Ministério Público, diante da indisponibilidade do direito em questão, a quem 
a interessada deve dirigir a argumentação para a tomada das medidas judiciais cabíveis. 
 
R: ERRADA. Vilma, o MP ou quem tenha o legítimo interesse podem propor a ação (vide art. 1.637 
CC c/c Art. 155 do ECA). 
 
B) Do ponto de vista material, os elementos indicados por Vilma são suficientes ao pleito de suspensão 
do poder familiar, do mesmo modo que a falta ou a carência de recursos materiais são, ainda que 
isoladamente, justo motivo para propositura da medida de suspensão do poder familiar. 
 
 
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R: ERRADA. Apesar do art. 22 ECA, incumbir aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos 
filhos menores, o art. 23, destaca que a falta de recursos materiais, por si só, não autoriza a medida 
de suspensão do poder familiar, devendo a criança permanecer na família de origem, a qual deverá 
ser incluída em programas de oficiais de auxílio. 
 
C) Do ponto de vista material, os argumentos indicados por Vilma são irrelevantes a dar ensejo à medida 
de suspensão de poder familiar, medida grave e excepcionalmente aplicada, mas são suficientes ao 
pleito de aplicação de multa e repreensão aos pais negligentes, por se tratar de infração 
administrativa. 
 
R: ERRADA. O artigo 24 ECA determina expressamente que a perda e a suspensão do poder familiar 
serão decretadas judicialmente na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e 
obrigações a que alude o artigo 22 ECA, dentre os quais está o dever de educação dos filhos menores 
(entenda-se educação formal). 
 
D) Do ponto de vista processual, Vilma possui legitimidade para propor a ação de suspensão do 
poder familiar e, tramitando o processo perante a Justiça da Infância e da Juventude, é impositiva a 
isenção de custas e emolumentos, independente de concessão da gratuidade de justiça, conforme 
dispõe expressa e literalmente o ECA. 
 
R: CORRETA. Segundo o art. 155 ECA e 1.637 do CC, qualquer parente da criança ou adolescente 
pode requerer ao juiz a suspensão do poder familiar. No que diz respeito às custas, o artigo 141, §2º 
determina expressamente que as ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da 
Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé. 
 
(CESPE/OAB/2009.2) No que se refere ao direito à convivência familiar e comunitária, assinale a 
opção correta com base no ECA. 
 
A) O pátrio poder não poderá ser exercido, simultaneamente, pelo pai e pela mãe. Em caso de 
discordância quanto a quem caberá titularizá-lo, a ambos será facultado o direito de recorrer à 
autoridade judiciária competente para a solução da divergência. 
 
R: ERRADA. O poder familiar será exercido em igualdade de condições pelo pai e pela mãe (art. 21). 
A expressão pátrio poder foi alterada por poder familiar pela Lei nº 12.010/2009. 
 
B) Na ausência dos pais, o pátrio poder poderá ser delegado, nessa ordem: ao irmão mais velho, 
desde que já tenha alcançado a maioridade, ao tio paterno ou ao avô paterno. Na ausência de 
qualquer um desses, o pátrio poder poderá, excepcionalmente, ser delegado à avó materna. 
 
R: ERRADA. No ECA e no CC não há previsão de delegação do poder familiar. O poder familiar é 
irrenunciável, inalienável e indelegável. Nesse sentido, o CC estabelece, no art. 1.631, que compete 
o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com 
exclusividade. 
 
 
 
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C) Toda criança ou adolescente tem direito à educação no seio da sua família e, excepcionalmente, em 
família substituta, assegurada a participação efetiva da mãe biológica no convívio diário com o 
educando, em ambiente livre da presença de pessoas discriminadas. 
 
R: ERRADA. Primeira parte está correta. Será assegurada a convivência familiar e comunitária, em 
ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substância entorpecentes (art. 19). 
 
D) Os filhos, havidos, ou não, da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e 
qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
R: CORRETA. Texto expresso do art. 20. 
 
 (EXAME 2010.3) Com relação aos procedimentos para a perda e a suspensão do poder familiar regulados 
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que 
 
A) a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, poderá decretar liminar ou incidentalmente a 
suspensão do poder familiar, independentemente da gravidade do motivo. 
 
R: ERRADA. Somente se houver motivo grave poderá haver a suspensão do poder familiar. A criança 
ou adolescente ficará confiado a pessoaidônea, mediante termo de responsabilidade (art. 157). 
 
OBS: A suspensão é ato temporário e atinge somente o exercício e não a titularidade da função 
paterna, esta permanece intacta. 
 
B) o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar dispensa que os pais sejam ouvidos, mesmo 
se estes forem identificados e estiverem em local conhecido. 
 
R: ERRADA. É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem identificados e estiverem em 
local conhecido (ECA, art. 161, § 4°). 
 
C) o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério 
Público ou de quem tenha legítimo interesse. 
 
R: CORRETA. Tanto o MP quanto qualquer interessado podem dar início ao procedimento para perda 
ou suspensão do poder familiar (art. 155, ECA). 
 
D) em conformidade com a nova redação dada pela Lei 12.010, de 3 de agosto de 2009, o prazo máximo 
para a conclusão do procedimento de perda ou suspensão do poder familiar será de 180 (cento e 
oitenta) dias. 
 
R: ERRADA. Afronta o art. 163, ECA, que determina prazo máximo de 120 dias para a conclusão do 
procedimento de perda ou suspensão do poder familiar. 
 
Colocação em família substituta 
· É medida excepcional e somente existem três formas: guarda, tutela ou adoção. Pode ocorrer 
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente (art. 28 ECA). 
 
 
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· Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de 
afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida (§3º, art. 28). 
· Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe 
interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as 
implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada (§ 1º, art. 28). 
· Tratando-se de maior de 12 anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em 
audiência. (§ 2º, art. 28). 
· Os grupos de irmãos serão colocados na mesma família substituta, ressalvada a comprovada 
existência de risco de abuso ou outra situação, procurando-se sempre evitar o rompimento 
definitivo dos vínculos fraternais (§4º, art. 28). 
· A luz do princípio da proteção integral, não se deferirá colocação em família substituta à pessoa que 
demonstre, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza do instituto ou que não ofereça 
ambiente familiar adequado (art. 29). 
· Preparação gradativa e acompanhamento posterior será necessária para a colocação em família 
substituta, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, 
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de 
garantia do direito à convivência familiar (§5º, art. 28). 
· A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na 
modalidade de adoção (Art. 31). 
· No caso de criança ou adolescente indígena ou quilombola é ainda obrigatório (§6º, art. 28): 
 
I - que sejam respeitadas sua identidade social e cultural, costumes, tradições e instituições, desde que 
não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos pelo ECA e CF. 
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da 
mesma etnia; 
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no 
caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou 
multidisciplinar que irá acompanhar o caso. 
 
 (XIV EXAME) A Declaração Universal dos Direitos da Criança reconhece como necessária ao 
desenvolvimento completo e harmonioso das crianças e dos adolescentes a necessidade de 
cuidados e um ambiente de afeto e de segurança moral e material, o que prioritariamente deve 
ocorrer na companhia e sob a responsabilidade dos pais. Mas, em circunstâncias excepcionais, a 
criança ou o adolescente podem ser confiados às chamadas famílias substitutas. A respeito da 
colocação de criança ou adolescente em família substituta, segundo os termos do Estatuto da 
Criança e do Adolescente, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O ECA disciplina procedimento específico para a colocação em família substituta de criança ou 
adolescente indígena, que requer, obrigatoriamente, a intervenção e oitiva de representantes de 
órgão federal responsável pela política indígena e de antropólogos. 
R: CORRETA. Também abarca quilombolas. O § 6º, do art. 28 ainda prevê: I – o respeito a identidade 
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições; II – prioridade de 
colocação no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia. 
 
B) A criança ou adolescente será prévia e necessariamente ouvida pela equipe interprofissional no curso 
do processo, dispensando-se o consentimento da criança ou adolescente, que será substituído pelo 
parecer da equipe. 
 
 
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R: ERRADA. O §1º, do art. 28, estabelece que SEMPRE QUE POSSÍVEL o infante será previamente 
ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de 
compreensão sobre as implicações da medida. Também indica que a sua opinião será devidamente 
considerada, não sendo substituída por parecer da equipe. 
Lembre-se que se for maior de 12 anos de idade, será NECESSÁRIO seu consentimento, colhido em 
audiência (§2º, art. 28). 
 
C) A colocação da criança ou adolescente em família substituta, por ser de caráter provisório e precário, 
exime o guardião ou o tutor dos deveres de companhia e guarda, que poderão ser transferidos a 
terceiros. 
 
R: ERRADA. O guardião e o tutor estão obrigados a prestação de assistência material, moral e 
educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, 
inclusive aos pais (art. 33). Lembre-se que a tutela implica necessariamente o dever de guarda 
(§único, art. 36). 
 
D) A guarda e a tutela são as únicas modalidades de colocação da criança ou adolescente em família 
substituta, que pode ser nacional ou estrangeira, sendo a adoção medida de colocação em família 
definitiva, não em família substituta. 
 
R: ERRADA. Adoção também é uma das forma de colocação em família substituta (art. 28). A adoção 
é medida excepcional e irrevogável (§1º, art. 39) e poderá haver, excepcionalmente, na modalidade 
internacional. 
 
(IX EXAME) A respeito da família substituta, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, 
assinale a afirmativa correta. 
 
A) A colocação em família substituta de maior de doze anos de idade far-se-á mediante consentimento do 
menor, colhido em audiência. 
 
R: CORRETA. Previsão do §2º, art. 28. Ademais, sempre que possível, a criança ou o adolescente será 
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e 
grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada 
(§1º, art. 28). 
 
B) Os grupos de irmãos serão sempre colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta. 
 
R: ERRADA. Sempre não. Poderá ser em famílias distintas se comprovada existência de risco de 
abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade da solução, procurando-se, 
em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais (§ 4º, art. 28). 
 
C) A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na 
modalidade de tutela. 
 
R: ERRADA. É medida excepcional, mas somente é admissível na modalidade de adoção (art. 31). 
· Adoção internacional - aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado forado Brasil (art. 51). 
 
 
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D) A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, sendo esta limitada 
pela situação jurídica da criança ou adolescente. 
 
R: ERRADA. Primeira parte está correta (art. 28). Mas, a colocação será independentemente da 
situação jurídica da criança ou adolescente (art. 28, caput), ou seja, tanto faz se a criança ou 
adolescente está numa família ou numa entidade sob acolhimento. 
 
Guarda 
· É modalidade de colocação em família substituta confiada à terceiros sempre que os pais não 
possuem condições de exercer o poder familiar. 
· Diferencia-se da tutela e da adoção, em especial, por não pressupor destituição ou suspensão do 
poder familiar dos pais (família natural). 
 
· Obriga a prestar assistência material, moral e educacional, conferindo a seu detentor o direito de 
opor-se a terceiros, inclusive aos pais (art. 33). 
· A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, 
nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros (§1º art. 33). 
 
Espécies de Guarda: 
 
1) De fato – Quando há criança ou adolescente que já esteja sendo criado por alguém, mas que não 
possui o termo de guarda. Assim, irá tornar de direito uma situação meramente fática. O ECA não 
considera a guarda de fato como uma espécie, mas como uma finalidade para da guarda de direito, 
ou seja, regularizar situação de posse de fato (art. 33, §1º). 
 
2) Provisória – Ocorre quando, durante o processo de tutela ou adoção, os futuros tutores ou pais 
adotivos solicitam a guarda da criança ou adolescente. Poderá ser deferida liminar ou 
incidentalmente. 
 
3) Permanente – É medida excepcional deferida fora dos casos de tutela e adoção para atender eventual 
ausência dos pais ou responsável ou outra situação peculiar (§2º do art. 33). 
 
4) Especial – É o acolhimento estimulado pelo poder público, sob a forma de guarda, de criança ou 
adolescente afastado do convívio familiar (art. 34). Será concedido incentivos fiscais e subsídios. 
 
 Guarda Previdenciária? 
 A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de 
direito, inclusive previdenciários (§3º, art. 33). Mas, não se pode deferir a guarda tão somente para 
fins previdenciários, pois configura desvio de finalidade da guarda (STJ RESP 696204). Deve existir 
guarda de fato, para então ser concedido o benefício previdenciário à criança e ao adolescente. 
 
· ATENÇÃO: Qualquer espécie de guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato 
judicial fundamentado, ouvido o MP (art. 35). 
· Visitação e Alimentos - o deferimento da guarda a terceiros não impede o exercício do direito de 
visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos (§4º, art. 33). 
 
 
 
 
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Tutela 
 
· É uma das formas definitivas de colocação em família substituta. 
· Pressupõe a morte dos pais, sua declaração de ausência, ou prévia decretação da perda ou 
suspensão poder familiar (ex: castigo imoderado, abandono, abuso de autoridade) e implica 
necessariamente o dever de guarda (§único, art. 36 do ECA, c/c art. 1.728 do CC). 
· O Tutor terá poderes para reger e administrar os bens do infante. 
· Idade limite para tutela - será deferida a pessoa de até 18 anos incompletos. 
 
Adoção 
 
· A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os 
recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa (§1º do art. 39). 
 
· Idade mínima do adotante - 18 anos, independentemente do estado civil (art. 42). 
· Idade máxima do adotando - 18 anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela 
dos adotantes (Art. 40). 
 Se for maior de 18 anos a adoção tramitará na Vara de Família e será regida pelo CC, aplicando-se o 
ECA subsidiariamente. Salvo se o menor já estava sob a guarda ou tutela do adotante e o processo 
tenha iniciado até os 21 anos do adotado, quando a competência será da Vara da Infância e da 
Juventude. 
 
· Diferença de idade entre adotante e adotado – O adotante há de ser, pelo menos, 16 anos mais 
velho do que o adotando (§3º, art.42). 
· Restrições para adotar: 
 
1) É vedada a adoção por procuração (§2º, art. 39); 
2) Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando (§1º, art. 42). ATENÇÃO à Tio pode adotar 
sobrinho, pois não existe proibição de que colaterais adotem; 
3) Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador 
adotar o pupilo ou o curatelado (art. 44). 
 
· Formas de adoção: 
1) Adoção conjunta - é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união 
estável, comprovada a estabilidade da família (§ 2o , art. 42). 
 
2) Adoção por casais separados - Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros 
podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde 
que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja 
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda 
(§4º, art. 42). 
 
3) Adoção unilateral – é permitido que o cônjuge ou concubino adote o filho do outro, caso em que são 
mantidos os vínculos de filiação entre o adotado e o pai/mãe biológico e os respectivos parentes (§ 
1º, art. 41). 
 
 
 
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4) Adoção post mortem – poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, 
vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença (§ 6º, do art. 42). 
 
5) Adoção em união homoafetiva – O STJ, no Resp 889852/RS, permitiu a adoção por casais que vivam 
em união homoafetiva. O fundamento da decisão foi a análise da adoção apresentar reais vantagens 
para o adotando, conforme estabelece o art. 43 do ECA. 
 O STF, na ADI 4277/DF e na ADPF 132/RJ, já reconheceu a união estável para casais do mesmo sexo. 
Nesse sentido, o CNJ aprovou a resolução nº 175 que obriga os cartórios de todo o país a celebrar 
o casamento civil e converter a união estável homoafetiva em casamento. 
 
6) Adoção por estrangeiros - aquela na qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora 
do Brasil (art. 51). É medida excepcional (art. 31). 
 Requisitos: 
 a) que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto; 
 b) que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família 
substituta brasileira, após consulta aos cadastros; 
 c) que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu 
estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer 
elaborado por equipe interprofissional. 
 
OBS: Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção 
internacional de criança ou adolescente brasileiro (§2º, art. 51). 
 
· Efeitos da Adoção: 
 
1) A adoção é irrevogável, por isso que a morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais 
naturais (arts. 39, §1º e 49). 
 
2) Atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, 
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais (art. 
41). 
 
3) É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, 
descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária (§2º, art. 41). 
 
4) O adotado tem direito deconhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao 
processo, após completar 18 anos. O acesso ao processo também poderá ser deferido ao menor de 
18 anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica (art. 48). 
 
5) O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante 
mandado do qual não se fornecerá certidão. A inscrição consignará o nome dos adotantes como 
pais, bem como o nome de seus ascendentes (art. 47). 
 
· O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado e a pedido do 
adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua 
residência (§§ 2º e 3 º do art. 47). 
 
 
 
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· Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro (§ 4º do art. 
47). 
 
· A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá 
determinar a modificação do prenome (§ 5º do art. 47). 
 
(XII EXAME) Paulo, de 4 anos, é filho de Carla e não teve a sua paternidade reconhecida. Cláudio, avô de 
Carla e bisavô de Paulo, muito preocupado com o futuro do bisneto, pretende adotá-lo, tendo em 
vista que Carla ostenta uma situação financeira precária e, na opinião do avô, não é muito 
responsável. Acerca da possibilidade de adoção de Paulo por Cláudio, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Cláudio sendo bisavô de Paulo e membro de sua família extensa, terá prioridade na adoção da 
criança, exigindo-se, contudo, que Carla, mãe de Paulo, autorize e que o adotando dê o seu 
consentimento em juízo. 
 
R: ERRADA. Cláudio não poderá adotar Paulo, pois é vedado os ascendentes adotar, bem como os irmãos 
do adotando (§1º, art. 42). Ademais, o consentimento do Paulo somente será imprescindível a partir 
dos 12 anos de idade (§2º, art. 45). 
 
B) Cláudio, por ser bisavô de Paulo, não poderá adotá-lo, mesmo que Carla consinta, já que tal medida 
excepcional não é permitida quando o adotante é ascendente ou irmão do adotando. 
 
R: CORRETA. 
 
C) Como Cláudio só poderá adotar Paulo se Carla for destituída do poder familiar exercido em favor da 
criança, a medida, dada a sua excepcionalidade, só se justificaria na hipótese de adoção bilateral. 
 
R: ERRADA. 
 
D) Claudio, por ser bisavô de Paulo, por um lado, tem prioridade na adoção da criança, mas, por outro, só 
poderá adotá-lo se Carla, além de autorizar a medida, for destituída do poder familiar. 
 
R: ERRADA. 
 
(X EXAME) Acerca da colocação da criança ou do adolescente em família substituta na modalidade 
adoção, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A adoção extingue os vínculos pretéritos entre o adotado e a família anterior, porém, 
excepcionalmente, no caso de falecimento dos adotantes, o poder familiar dos pais naturais poderá 
ser restabelecido, se atender ao melhor interesse do menor. 
 
R: ERRADA. A adoção é irrevogável (§1º, art. 39). A morte dos adotantes não restabelece o poder 
familiar dos pais naturais (art. 49). 
 
B) A adoção produz os seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença declaratória do estado 
de filiação, porém, se o adotante vier a falecer no curso do procedimento os efeitos retroagirão à 
data do óbito. 
 
 
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R: ERRADA. A sentença é constitutiva, não declaratória, conforme dispõe o art. 47, §7º. Ademais, 
deve haver inequívoca manifestação de vontade de adoção pelo adotante no curso do 
procedimento (§ 6º, art. 42). 
 
C) A adoção depende do consentimento do adotando, se maior de 12 anos de idade, e dos pais do 
adotando ou do representante legal deste ou do guardião legal ou de fato, na falta dos primeiros. 
 
R: ERRADA. O ECA não prevê o consentimento do guardião, somente dos pais e do representante 
legal (art. 45). 
 
OBS: O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam 
desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar (§1º, art. 45). 
 
D) A adoção produz os seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, porém, se 
o adotante vier a falecer após inequívoca manifestação de vontade no curso do procedimento, os 
efeitos retroagirão à data do óbito. 
 
R: CORRETA. Texto expresso do § 7º, art. 47 - Adoção post mortem. 
 
(VI EXAME) Um famoso casal de artistas residente e domiciliado nos Estados Unidos, em viagem ao Brasil 
para o lançamento do seu mais novo filme, se encantou por Caio, de 4 anos, a quem pretende adotar. 
Caio teve sua filiação reconhecida exclusivamente pela mãe Isabel, que, após uma longa conversa 
com o casal, concluiu que o melhor para o filho era ser adotado, tendo em vista que o famoso casal 
possuía condições infinitamente melhores de bem criar e educar Caio. Além disso, Isabel ficou 
convencida do amor espontâneo e sincero que o casal de imediato nutriu pelo menino. Ante a 
situação hipotética, é correto afirmar que 
 
A) a adoção só é concedida quando for impossível manter a criança ou o adolescente em sua família, 
razão pela qual o consentimento de Isabel é irrelevante para a apreciação do pedido do famoso 
casal, que será deferido caso represente o melhor interesse de Caio. 
 
R: ERRADA. Apesar de se levar em consideração as vantagens reais para Caio e os motivos legítimos 
(art. 44), a adoção dependerá do consentimento de Isabel (art. 45), já que ela não foi destituída do 
poder familiar. 
• LEMBRE-SE: Se Caio fosse maior de 12 anos de idade, seria também necessário o seu consentimento 
(§2º, art. 45 c/c III, art. 51). 
 
B) independentemente da manifestação de vontade de Isabel, o famoso casal terá prioridade na adoção 
de Caio, depois de esgotadas todas as possibilidades de colocação de Caio em uma família brasileira. 
 
R: ERRADA. A manifestação de Isabel será relevante (art. 45). A adoção internacional somente será 
deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, não for encontrado 
interessado com residência permanente no Brasil (§ 10º art. 50 c/c II, art. 51). 
 
C) Tendo em vista o consentimento da mãe de Caio, o famoso casal terá prioridade em sua adoção em 
face de outros casais já previamente inscritos nos cadastros de interessados na adoção, mantidos 
pela Justiça da Infância e da Juventude. 
 
 
20 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
 
R: ERRADA. Quem terá prioridade na adoção serão os casais brasileiros cadastrados e habilitados 
com residência permanente no Brasil (§ 10º art. 50 c/c II, art. 51). 
 
D) a adoção internacional é medida excepcional; entretanto, em virtude do consentimento de Isabel 
para a adoção de seu filho pelo famoso casal, este só não terá prioridade se houver casal de 
brasileiro, residente no Brasil, habilitado para a adoção. 
 
R: CORRETA. (art. 31 c/c art. 45 e §10º, art. 50). 
 
(V EXAME) Fernando e Eulália decidiram adotar uma menina. Iniciaram o processo de adoção em 
maio de 2010. Com o estágio de convivência em curso, o casal se divorciou. Diante do fim do 
casamento dos pretendentes à adoção, é correto afirmar que 
 
A) a adoção deverá ser suspensa, e outro casal adotará a menor, segundo o princípio do melhor interesse 
do menor, pois a adoção é medida geradora do vínculo familiar. 
 
R: ERRADA. Fernado e Eulália poderão realizar a adoção conjunta se acordarem sobre a guarda e o 
regime de visitas, já que o estágio de convivência iniciou enquanto casado. Mas, deverá ser 
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda 
(§4º, art. 42). 
 
B) a adoção poderá prosseguir, contanto que o casal opte pela guarda compartilhada no acordo de 
divórcio, mesmoque o estágio de convivência não tenha sido iniciado na constância do período de 
convivência. 
 
R: ERRADA. O estágio de convivência deve se iniciar ainda enquanto casados. Ademais, desde que 
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada (§ 5º, art. 42). 
• LEMBRE-SE: A regra é que para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados 
civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família, sendo exceção a 
adoção entre divorciados. 
 
C) a adoção será deferida, contanto que o casal acorde sobre a guarda, regime de visitas e desde que o 
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja 
comprovada a existência de vínculo de afinidade e afetividade com aquele que não seja o detentor 
da guarda que justifique a excepcionalidade da concessão. 
 
R: CORRETA. Conforme estabelece o §4º, art. 42. 
 
D) a lei não prevê tal hipótese, pois está em desacordo com os ditames constitucionais da paternidade 
responsável. 
 
R: ERRADA. 
 
 
 
 
 
 
21 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS – EDUCAÇÃO 
• A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, 
preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes (art. 53): 
 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - direito de ser respeitado por seus educadores; 
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; 
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; 
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. 
• Direito à participação das propostas educacionais - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência e 
participação do processo pedagógico (§ único do art. 53). 
• Repartição de competências: 
 
1) União - sistema federal de ensino e o dos Territórios (§ 1º, 211, CF); 
2) Estados e o DF - prioritariamente o ensino fundamental e médio (§ 3º, 211, CF); 
3) Municípios - prioritariamente o ensino fundamental e a educação infantil (§ 2º, 211, CF). 
 
• É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente (Art. 54): 
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade 
própria. Esse direito é público subjetivo (§ 1º, art. 54) . O não oferecimento do serviço ou sua oferta 
irregular importa responsabilidade da autoridade competente (§ 2º, art. 54) . 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino (art. 54, III, c/c art. 208, III, CF); 
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a 5 anos de idade (art. 208, IV, da CF - EC nº 
53/2006). No ECA a idade é até 6 anos (art. 54, IV). 
 
CUIDADO: A CF foi alterada e agora destaca que a educação básica será obrigatória e gratuita dos 4 aos 
17 anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso 
na idade própria (art. 208, I, CF – Ec nº 59/2009). Haverá também progressiva universalização do 
ensino médio gratuito (art. 208, II, CF – EC nº 14/1996). 
 
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de 
cada um; 
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; 
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. 
• Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de 
ensino (Art. 55). 
• Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos 
de (Art. 56): 
I - maus-tratos envolvendo seus alunos; 
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; 
 
 
22 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? 
 
III - elevados níveis de repetência. 
 
(VII EXAME) Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, consagra a 
doutrina da proteção integral da criança e do adolescente, assegurando - lhes direitos fundamentais, 
entre os quais o direito à educação. Igualmente, é - lhes franqueado o acesso à cultura, ao esporte 
e ao lazer preparando - os para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, fornecendo 
- lhes elementos para seu pleno desenvolvimento e realização como pessoa humana. De acordo com 
as disposições expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que 
 
A) Toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados por seus educadores, mas não 
poderão contestar os critérios avaliativos, uma vez que estes são estabelecidos pelas instâncias 
educacionais superiores, norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC. 
 
R: ERRADA. A primeira parte está correta, prevista no art. 53, II. Porém, o ECA garante o direito à 
contestar os critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores (III, art. 53). 
 
B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, 
mas sem a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. 
 
R: ERRADA. Há o direito ao ensino fundamental obrigatório e gratuito (prevista no art. 54, I). Mas, o 
ECA expressamente prevê que o ensino médio terá uma progressiva extensão da obrigatoriedade 
e gratuidade (II, art. 54). 
 
C) Não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino àqueles genitores ou responsáveis 
pela criança ou adolescente que, por convicções ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos 
métodos de educação escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos. 
 
R: ERRADA. É dever dos pais matricular os filhos na rede regular de ensino (art. 55). Os pais podem 
inclusive responder criminalmente por abandono intelectual (art. 246, CP). 
 
D) Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos 
de maus-tratos envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, 
esgotados os recursos escolares, assim como os elevados níveis de repetência. 
 
R: CORRETA. Previsto no Art. 56. 
 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS - PROFISSIONALIZAÇÃO E PROTEÇÃO NO TRABALHO 
 
 
 
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O que é aprendizagem? 
 
· É a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de 
educação em vigor (art. 62 do ECA). Essa formação obedecerá aos seguintes princípios (art. 63): 
 I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular; 
 II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente; 
 III - horário especial para o exercício das atividades. 
 
· Bolsa de aprendizagem – assegurada ao aprendiz (cuidado com Art. 64). 
 
· Direitos trabalhistas e previdenciários – são assegurados ao adolescente aprendiz, maior de 14 anos 
(Art. 65). 
 
· Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido (Art. 66). 
 
 (IV EXAME) Washington, adolescente com 14 (quatorze) anos, movido pelo desejo de ajudar seus 
genitores no sustento do núcleo familiar pobre, pretende iniciar atividade laborativa como 
ensacador de compras na pequena mercearia Tudo Tem, que funciona 24h, localizada em sua 
comunidade. Recentemente, esta foi pacificada pelas Forças de Segurança Nacional. Tendo como 
substrato a tutela do Estatuto da Criança e do Adolescente no tocante ao Direito à Profissionalização 
e à Proteção no Trabalho, assinale a alternativa correta.A) Washington poderá ser contratado como ensacador de compras, mesmo não sendo tal atividade de 
aprendizagem, pois, como já possui 14 (quatorze) anos, tem discernimento suficiente para firmar o 
contrato de trabalho e, assim, prestar auxílio material aos seus pais, adotando a louvável atitude de 
preferir o trabalho às ruas. 
 
R: ERRADA. Por 2 motivos: 1) A atividade de ensacador não é enquadrada como de formação 
técnico-profissional, não sendo atividade de aprendiz; 2) Washington não poderá laborar à noite até 
completar 18 anos, nem em trabalho perigoso ou insalubre (art. 7º, XXXIII, CF, c/c art. 60 e 67 do 
ECA). 
 
B) Como a comunidade onde reside Washington foi pacificada pelas forças de paz, não há falar em local 
perigoso ou insalubre para o menor; assim, poderá o adolescente exercer a carga horária laborativa 
no período das 22h às 24h, sem qualquer restrição legal, desde que procure outra atividade 
laborativa que seja de formação técnico-profissional. 
 
R: ERRADA. É vedado o trabalho noturno aos menores de 18 anos (art. 7º XXXIII, CF). É considerado 
noturno o trabalho das 22h às 5h (art. 67, I, ECA). 
 
C) Washington não poderá trabalhar na mercearia como ensacador de compras, pois tal atividade não é 
enquadrada como de formação técnico-profissional; portanto, não se pode afirmar que o menor 
exercerá atividade laborativa na condição de aprendiz. 
 
R: CORRETA. 
 
 
 
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D) Na condição de aprendiz, não é necessário que o adolescente goze de horário especial compatível com 
a garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular. 
 
R: ERRADA. Constitui-se como princípio da formação o acesso e frequência obrigatória ao ensino 
regular; que a atividade seja compatível com o desenvolvimento do adolescente e em horário 
especial (art. 63). 
 
DA PREVENÇÃO ESPECIAL 
 
· Diversões e espetáculos públicos - O poder público regulará informando sobre a natureza deles, as 
faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre 
inadequada (Art. 74). 
Deverá ser afixada pelos responsáveis das diversões e espetáculos públicos, em lugar visível e de 
fácil acesso, informação destacada sobre a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no 
certificado de classificação. 
 
· Acesso de acesso às diversões e espetáculos públicos - Toda criança ou adolescente terá acesso de 
acordo com a classificação da sua faixa etária. As crianças menores de 10 anos somente poderão 
ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou 
responsável (art. 75). 
 
Quais os produtos proibidos de venda à criança ou ao adolescente? 
I - armas, munições e explosivos; 
II - bebidas alcoólicas; 
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por utilização 
indevida; 
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de 
provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida; 
V - revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado. Estas deverão ser comercializadas 
em embalagem lacrada, com a advertência de seu conteúdo. As que contenham mensagens 
pornográficas ou obscenas devem ser protegidas com embalagem opaca (art. 78); 
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes. 
 
OBS: Em caso de descumprimento o ECA prevê sanções penais e administrativas. 
• Hospedagem de criança ou adolescente (Art. 82) - É proibida em hotel, motel, pensão ou 
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável 
(namorado não é responsável). 
 
Autorização para Viajar 
• Viagem Nacional – Adolescente não precisa de autorização para viajar. A criança precisará de 
autorização judicial para viajar para fora da comarca onde reside, se estiver desacompanhada dos 
pais ou responsável (art.83). 
• A autorização não será exigida quando (§1º, art. 83): 
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da Federação, ou 
incluída na mesma região metropolitana; E 
 
 
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b) a criança estiver acompanhada: 
 I) de ascendente ou colateral maior, até o 3º grau, comprovado documentalmente o parentesco; OU 
 II) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável. 
 
OBS: A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por 
2anos. 
• Viagem internacional – a regra é que a criança ou adolescente precisará de autorização judicial. Esta 
será dispensável, se a (art. 84): 
 I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; OU 
 II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento 
com firma reconhecida. 
 
 Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território 
nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior (Art. 
85). 
 
 (VIII EXAME) João e Maria, ambos adolescentes, com dezessete e dezesseis anos, respectivamente, 
resolvem realizar uma viagem para comemorar o aniversário de um ano de namoro. Como destino, 
o jovem casal elege Armação dos Búzios, no estado do de Janeiro, e efetua a reserva, por telefone, 
em uma pousada do balneário. Considerando a normativa acerca da prevenção especial contida na 
Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O casal poderá hospedar-se na pousada reservada sem quaisquer restrições, já que ambos são maiores 
de dezesseis anos e, portanto, relativamente capazes para a prática desse tipo de ato civil, não 
podendo ser exigido que estejam acompanhados dos pais ou responsáveis nem que apresentem 
autorização destes. 
 
R: ERRADA. João e Maria devem ter autorização ou estar acompanhados pelos pais ou responsável, 
pois é proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou 
estabelecimento congênere (Art. 82). 
 
 B) O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe apenas a hospedagem de crianças e adolescentes em 
motel, desacompanhadas de seus pais ou responsável, sendo permitida a hospedagem em hotéis 
ou estabelecimentos congêneres, uma vez que este são obrigados a manter regularmente o registro 
de entrada de seus hóspedes. 
 
R: ERRADA. 
 
C) A proibição da legislação especial refere - se apenas às crianças, na definição do ECA consideradas como 
as pessoas de até doze anos de idade incompletos, sendo, portanto, dispensável que os adolescentes 
estejam acompanhados dos pais ou responsáveis, ou, ainda, autorizados por estes para a regular 
hospedagem. 
 
R: ERRADA. 
 
D) O titular da pousada, ou um de seus prepostos, pode, legitimamente e fundado na legislação especial 
que tutela a criança e o adolescente, negar - se a promover a hospedagem do jovem casal, já que 
 
 
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ambos estão desacompanhados dos pais ou responsável e desprovidos, igualmente, da autorização 
específica exigida pelo ECA. 
 
R: CORRETA. Art. 82. 
 
 (XIII EXAME) João e Joana são pais de Mila, 9 anos, e de Letícia, 8 anos. João mudou-se para Maringá 
depois do divórcio, e levou sua filha mais nova para morar com ele. Nas férias escolares, Letícia quer 
ir ao Rio de Janeiro visitar sua mãe, enquanto Mila deseja passar seus dias livres com seu pai em 
Maringá. Avalie as situações apresentadas a seguir e, de acordo com o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Letícia poderá viajar sem autorização judicial se a sua prima, Olívia, que tem 19 anos, aceitar 
acompanhá-la. Mila poderá viajar sem autorização, se a sua avó, Filomena, a acompanhar.R: ERRADA. Mila poderá viajar com sua avó, sem autorização judicial, pois está acompanhada de 
ascendente. Mas, Letícia não poderá viajar, porque Olívia é prima. Poderia se estivesse 
acompanhada de ascendente ou colateral maior, até o 3º grau (tio, irmão) comprovado 
documentalmente o parentesco; ou se estivesse acompanhada de pessoa maior, expressamente 
autorizada pelo pai, mãe ou responsável (art. 83, §1º, b). 
 
B) Se houver prévia e expressa autorização dos pais ou responsáveis, Letícia e Mila ficam dispensadas da 
autorização judicial e poderão viajar desacompanhadas dentro do território nacional. 
 
R: ERRADA. Elas podem ficar dispensadas da autorização judicial, se estiverem acompanhadas de 
pessoa maior de idade, já que possuem autorização expressa dos pais ou responsável. 
 
C) Letícia poderá viajar desacompanhada dos pais por todo território nacional se houver autorização 
judicial, que poderá ser concedida pelo prazo de dois anos. Mila não precisará de autorização judicial 
para ir a Maringá se seu tio José aceitar acompanhá-la. 
 
R: CORRETA. Previsão art. 83. Cabe um destaque quanto a Mila. Realmente ela não precisará de 
autorização judicial para ir a Maringá se seu tio José aceitar acompanha-la, pois o tio é parente 
colateral de 3 ̊ grau, desde que ele seja maior e o parentesco esteja comprovado 
documentalmente. 
 
D) Mila poderia aproveitar a ida de sua vizinha Maria, de 23 anos, para acompanhá-la, desde que 
devidamente autorizada por seus pais, enquanto Letícia não precisaria de autorização judicial se seu 
padrinho, Ricardo, primo do seu pai, a acompanhasse. 
 
R: ERRADA. Mila poderia viajar nessas condições. Mas, Letícia não, pois precisaria de autorização 
judicial para viajar com Ricardo, pois o mesmo não é colateral até o 3º grau. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MEDIDAS DE PROTEÇÃO 
 
São aplicáveis sempre que os direitos das crianças e adolescentes forem ameaçados ou violados 
(art. 98): 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III - em razão de sua conduta. 
 
Parâmetros para aplicação das medidas (art. 100): 
1) as necessidades pedagógicas; 
2) preferência por medidas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. 
 
· Princípios que regem a aplicação das medidas (§único, art. 100): 
 
- condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos; 
- proteção integral e prioritária; 
- interesse superior da criança e do adolescente; 
- intervenção precoce e mínima pelas autoridades e instituições. 
- responsabilidade primária e solidária do poder público; 
- responsabilidade parental. 
 
· As medidas de proteção são (rol não taxativo - art. 101): 
 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade (Ex: infante em 
situação de rua); 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários (Ex: infante com os vínculos familiares 
fragilizados); 
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental (Ex: 
infante não matriculado em escola); 
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente (Ex: 
família sem condições financeiras); 
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou 
ambulatorial (Ex: infante com alguma enfermidade sem receber tratamento); 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e 
toxicômanos (Ex: infante viciado em drogas); 
VII - acolhimento institucional (Ex: infante com os vínculos familiares fragilizados ou rompidos); 
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; 
IX - colocação em família substituta. 
 
· As medidas protetivas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a 
qualquer tempo (Art. 99). 
 
ATENÇÃO: O acolhimento institucional e o familiar são medidas provisórias e excepcionais, 
utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para 
colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade (§ 1º, art. 101). 
 
 
 
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· Caberá ao Conselho Tutelar aplicar as medidas previstas nos itens I a VII (Art. 136, I). No caso dos 
itens VIII e IX somente o magistrado tem competência para aplicá-las. 
 
(XI EXAME) A interpretação e aplicação da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA) 
deve perseguir os objetivos de proteção integral e prioritária dos direitos das crianças e dos 
adolescentes, que deles são titulares. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A aplicação das medidas específicas de proteção previstas pelo ECA pode se dar cumulativamente, 
devendo a autoridade competente escolher a mais adequada diante das necessidades específicas 
do destinatário. 
 
R: CORRETA. Art. 99 c/c VIII, §único, art. 100. Deve-se levar em conta as necessidades pedagógicas, 
preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. 
 
B) Se Joana, que tem 09 anos, tiver seus direitos violados por ação ou omissão do Estado, serão cabíveis 
as medidas específicas de proteção previstas pelo ECA que, dependendo das circunstâncias, não 
deverão ser aplicadas ao mesmo tempo. 
 
R: ERRADA. As medidas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas 
a qualquer tempo (art. 99). 
 
C) Se Júlio, que tem 09 anos, tiver seus direitos violados por abuso ou omissão dos pais, não serão 
aplicáveis as medidas específicas de proteção, mas, sim, medidas destinadas aos pais ou 
responsável, previstas pelo ECA. 
 
R: ERRADA. As medidas de proteção também são aplicáveis quando seus direitos são violados por 
falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, bem como da sociedade, do Estado ou de sua 
própria conduta (art. 98). 
 
D) As medidas específicas de proteção previstas pelo ECA devem ser aplicadas de modo a afastar uma 
intervenção precoce, efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida, sob pena de 
responsabilidade primária e solidária do poder público. 
 
R: ERRADA. Trata-se de um princípio que a intervenção das autoridades competentes deva ser 
precoce, efetuada logo que a situação de perigo seja conhecida (VI, §único, art. 100). 
 
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA 
 
Medidas socioeducativas (Art. 112 – rol exaustivo): 
I - advertência; 
II - obrigação de reparar o dano; 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - liberdade assistida; 
 
V - inserção em regime de semi-liberdade; 
VI - internação em estabelecimento educacional; 
 
 
 
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Autoridade competente para aplicação da Medida Socioeducativa 
• É o Juiz da Infância e da Juventude, por se tratar de atividade tipicamente jurisdicional (art. 146 e 
Súm. 108 do STJ). 
 
Requisitos para aplicação da Medida Socioeducativa (Art. 114) 
 
reparação do dano 
prestação de serviços à comunidade 
liberdade assistida 
regime de semi-liberdade 
internação 
 
advertência 
 
 
 
É possível cumular medidas de proteção com medidas socioeducativas? 
· Sim, sempre que o adolescente se encontre em situação de risco (art. 112, VII). 
· As medidas socioeducativas poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como 
substituídas a qualquer tempo (art. 113). 
 
Quais os critérios para a aplicação da medida socioeducativa? 
· O Juiz da Infância e da Juventude levará em conta a capacidade do adolescente de cumprir a 
medida, as circunstâncias e a gravidade da infração para que se possa aferir a proporcionalidade

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