Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS EM CÃES E GATOS O sistema respiratório é dividido em: Vias aéreas superiores ou anteriores: Fossas e seios nasais Faringe – área de comunicação do trato digestivo e do trato respiratório Laringe Traquéia Vias aéreas inferiores ou posteriores: Brônquios Bronquíolos Alvéolos Interstício pulmonar Mecanismos de Defesa A exacerbação da função desses mecanismos, muitas vezes levam a sinalização clinica do paciente Epitélio cilíndrico poliestratificado - possui cílios que empurram as sujeiras para fora do trato respiratório Células caliciformes Muco – mecanismos de defesa importante, pois é responsável por “segurar” as substancias estranhas, que podem causar lesão no trato respiratório (TR). Espirro – sinaliza lesões em fossas e seios nasais. Se animal inalar substancia que irrita as fossas nasais ele espirra. Se há uma inflamação crônica no local, o espirro é intenso. Tosse – sintoma que ajuda a localizar a lesão no TR. As tosses mais ruidosas estão associadas em processos inflamatórios em traqueia, brônquios, pois são áreas onde os receptores de tosse são mais intensos. O estimulo (mecânico, químico ou inflamatório) promove a redução do calibre das vias aéreas, altera a velocidade do fluxo aéreo que vai estimular os receptores da tosse e através do nervo vago vai estimular o centro da tosse no córtex cerebral e animal responde tossindo. A tosse é a liberação de um volume grande de ar para tentar expulsar aquilo que está fazendo a via aérea reduzir o seu calibre. (processo inflamatório, produção excessiva de muco) A tosse quando se torna patológica, vai aumentar a irritação da via aérea e a tosse acaba se tornando um ciclo vicioso: quanto mais o animal tosse, mais irrita a via aérea e mais ainda ele vai tossir. Muitas vezes temos que quebrar esse ciclo, ou diminuindo a produção de secreção (ação local), ou agindo diretamente no centro da tosse, que é uma ação central. Quando estimulamos a tosse manipulando a traqueia o esperado é uma tosse leve e depois parar. É uma resposta rápida e curta. Se a resposta demorar a acontecer é porque não há nada instalado ou o problema respiratório é leve. Já se o animal após a estimulação tossir de forma mais prolongada e for uma tosse mais ruidosa, é um problema mais grave. A forma como a tosse se manifesta pode mostrar a localização da lesão no TR. Tosse produtiva – produz a secreção mas nem sempre é observada pois o animal deglute a secreção Tosse improdutiva – é seca, não produz secreção Tosse úmida – é a que tem a secreção Tosse seca – não ouve som de liquido nem da secreção revolvendo no TR. Tosse ruidosa – é uma tosse bem barulhenta. Isso ajuda a localizar a lesão. Costuma incomodar o proprietário. É a tosse relacionada a processos instalados em faringe, laringe, traqueia e brônquios. É a tosse da bronquite, faringite, da doença valvar degenerativa crônica, do colapso de traqueia. Tosse discreta – muitas vezes o proprietário nem percebe que o animal está tossindo. Está relacionada a processos instalados em bronquiolos, alvéolos e interstício pulmonar. É a tosse de edema pulmonar, pneumonia, processos neoplásicos. Tosse diurna – se é diurna ou noturna é relativo. Pois se o proprietário não fica de dia com o cachorro ele não sabe relatar se o animal tosse de dia também. Animais com doença respiratória geralmente costumam ter tosse diurna. Mas pode apresentar tosse a qualquer momento. Tosse noturna – pacientes com problemas cardíacos tendem a tossir mais à noite. Dificuldade Respiratória Do Paciente Dispneia Inspiratória – dificuldade na entrada de ar nos pulmões Relação com enfermidades das vias aéreas superiores ou anteriores Expiratória – dificuldade na saída de ar nos pulmões. Enfermidades das vias aéreas inferiores ou posteriores Mista – dificuldade na entrada e na saída do ar Combinação de patologias em várias porções das vias aéreas A importância de saber qual o tipo de tosse, de dispneia e localizar a lesão é para tentar estabelecer a estratégia terapêutica do paciente. Até porque muitas vezes não se tem o diagnostico, não se cabe a causa do processo, mas se for caso de emergência, tem que tomar as medidas cabíveis à situação: Se for paciente com dispneia inspiratória – o ar não consegue entrar no pulmão e o paciente precisa ser entubado. Se for paciente com dispneia expiratória – precisa saber se é cardiopata (é edema?), será uma broncopneumonia. Pensar em doenças que acometem vias aéreas inferiores. PARALISIA DE LARINGE É comum em pacientes como Beagle, Labradores, Cocker Spaniel e outros animais de grande porte que desenvolvam o hipotireoidismo. Eles tem tendência a fazer a paralisia de laringe que envolve debilidade da musculatura e dos ligamentos, e a laringe não se abre da forma adequada quando existe a pressão do ar para a entrada na via aérea. O ar entra pelas narinas e quando chega na laringe não consegue atravessar por causa da paralisia. A paralisia pode ser total ou parcial. Não tem tratamento farmacológico. Somente cirúrgico. Diagnóstico A sinalização clinica é que o animal apresenta dispneia inspiratória intensa. Tem que descartar neoplasias da região cervical. Pode haver tumores caudais a região da traqueia que comprimam a laringe e possa ocasionar. Radiografia cervical pode mostrar isso, sugerindo a presença da massa e uma tomografia computadorizada confirma isso. Se não é neoplasia e o animal apresenta uma dispneia respiratória intensa e é das raças predispostas a isso, a primeira coisa a fazer é testar se o paciente tem Hipotireoidismo. Depois fazer uma Laringoscopia, onde o paciente vai ser anestesiado e com o endoscópio vamos observar a movimentação da cartilagem laríngea do paciente. Só que como ele está anestesiado essa movimentação se perde. Administramos então uma substancia analéptico respiratório que vai promover a movimentação da cartilagem laríngea. Só que o efeito da substância só dura alguns minutos. Se a laringe não conseguir se movimentar de forma adequada, então provavelmente é uma paralisia de laringe. A correção é cirúrgica. Não é uma cirurgia simples, e nem sempre a recuperação é a contento. Se há risco de morte do animal, cabe pensar na cirurgia. Se não for tão grave o quadro, é valido tratar primeiramente a endocrinopatia e se responder, não precisa recomendar a cirurgia. DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS DE TRATO RESPIRATÓRIO Histórico e anamnese Exame Físico Exames complementares • Radiografia torácica - radiografia das vias aéreas •Outros: Serão solicitados de acordo com sua suspeita – hemograma completo é um grande aliado. RINITES E SINUSITES São comuns na clinica de pequenos animais. São aqueles animais que vivem espirrando. É preciso investigar o que está levando as rinites e sinusites. Possíveis causas: Vírus (calicivírus ) – em gatos filhotes é bem comum. É um dos componentes da rinotraqueite felina. Bactérias (secundárias) – teve um processo inflamatório que levou a mucosa ficar sensível e as bactérias oportunistas a agirem Clamidiose - comum em gatos Fungos (Sporothryx, Cryptococcus, Aspergillus, Histoplasma) – os dois primeiros comuns em gatos e os outros dois em cães. Alérgicas – muito comum e fácil de tratar. Neoplasias – difícil de tratar devido à localização, pois a massa é difícil de remover pois invade tecido ósseo. Pólipos – comuns em gatos Idiopáticas Sinais Clínicos Espirros – são bem frequentes. Dispnéia inspiratória – a mucosa da via aérea pode estar inflamada de tal forma a estar edemaciada e o animal não consegue manter o padrão respiratório. Provavelmente tem massa, pólipo, lesão tecidual causada por fungos que obstrui a passagem do ar. É um sintoma que deve-se pensar em algo grave. Deformidade da face – ou tem massa ou tem fungo destruindo o tecido e ocasiona a deformidade Hiporexia ou anorexia (anosmia) – porque o animal não sente o cheiro da comida, principalmenteos gatos. Quando perde o olfato se chama anosmia. Febre – se for um processo infeccioso vai estar presente Letargia Rinorreia – mucosa, purulenta, sanguinolenta – se for um processo inflamatório ou viral a rinorreia é mucosa (corisa), se for infecção secundaria a secreção é purulenta (já tem leucócitos), quando é sanguinolenta pode ser processo infeccioso (geralmente é bilateral) ou neoplasia ou um pólipo (pincipalmente se a rinorreia for unilateral) Diagnostico Exame físico – mostra alterações compatíveis com a lesão. Se for leve e discreto não se tem alteração na via a érea superior. O que vai ocasionar alterações maiores são aqueles mais graves, os que causam lesões mais graves. Se o paciente tiver dispneia inspiratória é um fator bem importante. Exames complementares Lavado nasal: precisa sedar o paciente. Material obtido do lavado- encaminha para citologia e cultura. Tem que enciar para os dois. Pois se tiver uma neoplasia e uma infecção secundaria pode tratar a infecção. Rinoscopia – nem sempre pode ser feita de forma anterógrada. Em gatos tem que ser rinoscopia retrograda. Retira material para histopatologia. • Coleta de material para histopatologia, cultura do fragmento de tecido retirado Radiografia dos seios da face – mostra o velamento dos seios e se tem processo inflamatório Tomografia computadorizada – e muito importante para estabelecer estratégia cirúrgica. Neoplasias que invadam tecido ósseo não adianta fazer cirurgia. O ideal é tentar diminuir a massa através de quimioterapia. Para neoplasia o prognóstico é ruim. Tratamento Neoplasias ou pólipos- cirúrgico Infecções secundárias- antibiótico terapia (amoxicilina + clavulanato; cefalexina; ideal= aguardar o resultado do teste de sensibilidade). Se possível embasar a antibioticoterapia na cultura do lavado. Se não for possível fazer de forma empírica. O antibiótico tem que chegar no tecido ósseo. Fungica- cetoconazol ou itraconazol – muita paciência, pois a resposta positiva ao tratamento pode ocorrer somente após 30 dias. No inicio ela age como fungistático e depois ela age como fungicida. Alérgicas- corticoterapia aerossólica Tratamento de Suporte Soro fisiológico – lavado nasal pelo menos 4 vezes ao dia – de 0,5 a 2 ml em cada narina. O animal precisa sentir cheiro para poder se alimentar. Estimulantes do apetite – em casos extremos em que o animal não esteja se alimentando Ciproheptadina vitaminas do complexo B levedo de cerveja. Descongestionantes nasais: • Sorine infantil – 1 gota em cada narina até 4 vezes ao dia • Afrin – 1 gota em cada narina até 3 vezes ao dia COLAPSO DE TRAQUEIA É uma doença muito comum em cães principalmente, e as duas raças que mais desenvolvem são Poodle e Yorshire. Geralmente raças de pequeno porte tem tendência a desenvolver. Algumas raças de grande porte também como Labrador. Há fator genético e cães portadores de colapso de traqueia passam para seus descendentes. Animais portadores devem ser castrados. Quando o ar entra na traqueia ele distende a traqueia e a luz se abre para o ar passar. Isso ocorre na inspiração e na expiração. Quando o paciente apresenta o colapso, tem uma redução da glicosaminas e glicoproteínas que formam a cartilagem. E essa redução dessas substâncias faz com que essa cartilagem não consiga manter a patencia da traqueia e ela não consegue se manter aberta. Então membrana muscular pende para a luz da traqueia uma vez que a cartilagem não dá sustentação. Conforme ela vai pendendo vai obstruindo. GRAUS DE COLAPSO DE TRAQUEIA Conforme os graus vão aumentando a luz traqueal vai cada vez mais diminuindo. O processo pode ir evoluindo, ou já chegar no grau 4. No grau 4 o prognostico é ruim. Exame clínico Histórico/anamnese O paciente com colapso de traqueia sinaliza isso com muita tosse. E proprietário diz que o animal se engasga quando come ração, quando bebe água, quando se agita. Proprietário relata que desde filhote o animal tossia. É uma tosse ruidosa, mas o proprietário só leva quando passa a incomodar. Características da tosse: Tosse seca e crônica (desde filhote) Frequência: de esporádica a frequente/ associada a atividade física, vocalização, ingestão de água ou alimento. A frequência e a intensidade dessa tosse vão depender da gravidade do colapso. Quanto mais grave for a lesão, mais frequente e mais intensa será essa tosse. Se durante a auscultação da traqueia, no momento da inspiração se percebe que aumentou o ruído respiratório, pode-se suspeitar de colapso traqueal. Se ao colocar o estetoscópio no animal e no simples toque do aparelho na traqueia estimular a tosse, o animal pode ser portador de colapso de traqueia, principalmente se ele for de raça predisponente ao problema. O mesmo se dá se ao primeiro toque na traqueia, a tosse for imediatamente estimulada. Geralmente, o portador de problemas respiratório é obeso. Um animal cardiopata tem o desgaste metabólico muito intenso por conta da doença cardíaca. Tendência a ser magro ou não ganhar peso. Animal com doença respiratória não consegue se exercitar, mas ele come bem, então ele come, está cansado, se deita, não se exercita e engorda. Na ausculta da traqueia, o que se percebe é aumento de ruído respiratório. A traqueia tem a porção cervical e a porção torácica. Pode colapsar somente uma das porções ou as duas. Se for colapso na região cervical - o paciente apresenta dispneia inspiratória Se for colapso na região torácica - o paciente apresenta dispneia expiratória O paciente pode apresentar mucosa cianótica no estresse. Proprietário relata que toda vez que ele tosse fica roxinho. Paciente com colapso de traqueia morre por estresse. O sistema respiratório é responsável também pela troca de calor, e se o paciente não respira de forma adequada a troca o calor fica prejudicada. O animal estressado vai elevar a sua temperatura corporal por conta disso, e se ele não respira bem, a troca vai ficar prejudicada, ele pode entrar em quadro de hipertemia e vir a óbito. O ideal é não tosar, não levar para banho em Pets, nada que possa estressar o animal. Exames Complementares Radiografia cervico-torácica – tem que ser nas posições látero-lateral D e E, e sinalizar para o radiologista que está investigando colapso de traqueia, porque ai ele vai fazer na inspiração e expiração, se for possível fazer essa exposição. Durante a inspiração (visualiza o colapso cervical) e na expiração (visualiza o colapso torácico) Tangencial (skyline) – consegue obter diagnostico do colapso cervical – raio X incide tangencial a traqueia. Traqueoscopia – se pensar em tratar o paciente de forma não conservadora, é invasivo. Na imagem de radiografia vê-se o colapso da traqueia e na região posterior ao colapso, a traqueia está maior. É uma dilatação pós estenótica. A traqueia foi diminuindo seu tamanho e o ar para conseguir vencer a obstrução tem que ter uma pressão maior e após passar pela obstrução ele dilata a estrutura. Quando se tem uma estenose em qualquer lugar do organismo, existe logo após uma dilatação pós estenótica. O coração está aumentado, dilatação do AE, dorsalização da traqueia, compressão de brônquio principal esquerdo, padrão pulmonar alterado (intersticial e alveolar) – já estava fazendo edema pulmonar. Traqueostopia – musculo dorsal da traqueia tendendo para a luz traqueal. As imagens acima são da mesma paciente. A da esquerda é no momento da inspiração onde se percebe o colapso traqueal cervical. Já no momento da expiração, o colapso desaparece. A silhueta cardíaca está alterada. O átrio direito está aumentado. Alteração comum em paciente com distúrbio respiratório – D invertido, porque é possível desenhar um D invertido no lado direito do coração. O aumento do lado direito do coração é consequência de um distúrbio respiratório, que está sobrecarregando o lado direito do coração. Se a sobrecarga cardíaca for pequena não precisa tratar a fim de nãosobrecarregar o organismo com medicamentos. Manejo não farmacológico usar coleira peitoral. Não pode de forma alguma usar coleira de pescoço. Pode-se usar também a coleira gentle leader. Redução de peso – para evitar sobrecarrega respiratória Evitar inalantes irritativos – incensos, fumaça de cigarro, perfume, amaciante, desinfetante, produtos de limpeza com cheiro Cirurgia para implantação de prótese ou stent (último caso) – pode colapsar outra porção da traqueia, pode necrosar o anel da traqueia. Manejo não farmacológico Não emergencial : Antitussígenos Codeína Hidrocodona Dextrometorfano – pode agitar o animal, mas é uma reação individual, tem que avisar o proprietário que o animal pode excitar. Corticoterapia inalatória Beclometasona (Clenil A) - nebulizador Fliuticasona (Flixotide) – espaçador Budesonida (Pulmicort) – espaçador ou nebulização Broncodilatadores – quando nem o antitussígeno nem a nebulização ajudaram. O objetivo é ação inflamatória. Metilxantinas: aminofilina, teofilina – tem ação de diminuir o inflamatório local e aumentam o batimento dos cílios das células pulmonares o que favorece a diminuição da reação inflamatória local. Agonistas beta adrenérgicos: clembuterol, albuterol, terbutalina – cães tem tendência a promover taquicardia. Usa se o animal desenvolver intolerância a Metilxantinas. Primeiro tenta a Metilxantina e se não tiver resposta entra com os beta adrenérgicos. Tempo de administração – depende da resposta do paciente. Geralmente se faz 14 dias de tratamento e avalia o paciente. Se respondeu de forma satisfatória suspende a medicação e acompanha. Se não respondeu mantém a medicação até dar resultado. Vai trocando a medicação, se iniciou com Aminofilina e não teve resposta troca por Teofilina. Se não respondeu troca por outro broncodilatador. Vai trocando até ser adequado para o paciente. Normalmente o tratamento é rápido. Sulfato de Condroitina (Osteocart): seria usado para reposição da cartilagem e melhorar a condição clinica do paciente. Uso Controverso: Ele sozinho não controla o quadro e nem minimiza os sintomas. Tem que usar medicações para controle do processo inflamatório. Sem Comprovação Científica - não há estudos que comprovem os resultados Alguns Resultados Positivos – mas são reações individuais. Quando paciente entra na emergência... Verificar temperatura corporal do paciente – se estiver alta, temos que resfriar o paciente. Pode usar bolsa de gelo e principalmente na região cervical do paciente, pois próximo ao SNC e isso ajuda no resfriamento da temperatura corporal, e usar álcool nas extremidades. Primeira opção sempre é resfriar o paciente com gelo e álcool. Antipiréticos – Dipirona – se não tiver resposta ao gelo Sedação – morfina + acepromazina – usada no paciente que não precisa ser entubado – reduz a ansiedade do paciente. Usar em acesso venoso. O acesso venoso tem que estar sempre a mão, para os casos de emergência. Essa combinação pode causar hipotensão muito grave no paciente. Tem que monitorar a pressão arterial. propofol + midazolam - caso seja necessário entubar. Pode causar depressão no centro respiratório. Monitorar o paciente. Oxigenioterapia - é fundamental no tratamento Máscara, tubo endotraqueal, cateter nasal – pode sedar e por a máscara. Vai usar o que for mais confortável e acessível para o paciente. Oxigênio demais pode intoxicar o animal. Paciente precisa do CO2 para estimular o centro respiratório para que ele estimule a ventilação espontânea. Ao oferecer muito oxigênio ao animal, diminui o CO2, e o centro respiratório começa a ser inibido e não responde mais de forma satisfatória. Pode entubar, deixar no O2, mas eventualmente deixa ele sem a mascara de oxigênio, e depois recoloca. Antitussígenos Butorfanol – já possui ação sedativa além da ação antitussígena. Qualquer agente ansiolítico, o animal pode apresentar o efeito paradoxal. Pode tanto sedar ou agitar. Quando for sedar um animal, atentar a função hepática do animal. Se ele apresenta alguma alteração hepática ele poderá demorar um pouco mais a responder a sedação. Se o paciente for muito gordinho, também pode ter uma demora a responder a sedação. Não ficar repicando até animal sedar. Para evitar sedar demais o animal. É desejável que o sistema respiratório responda de forma fisiológica. Corticoterapia sistêmica – animais que entram em angustia respiratória fazem edema de mucosa e só corrige isso com corticoide. Dexametasona Metilpredinisolona – não usa mais Hidrocortisona – para paciente com hiperadrenocorticismo. É um fármaco de ação rápida e é rapidamente eliminada do organismo e não interfere tanto no eixo hipotalâmico-hipofisário, e pode descompensar paciente com hiperadrenocorticismo. Broncodilatadores Metilxantinas - Aminofilina – se for aplicada via endovenosa tem que ser muito diluída e muito lenta. Se for de forma concentrada e rápida pode desenvolver arritimia. Terbutalina – tem maior potencial de arritimias. Adrenalina via endo-traqueal – tem que dobrar a dose daquela usada em via endovenosa se for usar via endotraqueal. Usa em paciente entubado. BRONQUITE Ela é comum nos cães e gatos e pode ser aguda ou crônica. A bronquite aguda (com broncoespasmo) no gato era chamada de Asma felina, e atualmente é chamada de Doença Bronquial Inflamatória Aguda dos Felinos. Etiopatogenia Geralmente a bronquite é deflagrada por: Hipersensibilidade (alergia/atopia) Poluição atmosférica – poluentes que ocasionem irritação das mucosas respiratórias Odores fortes Fumaça de cigarro Infecções do trato respiratório Paciente que tem tendência ao processo crônico quando ele agutiza, ou seja o paciente está compensado e fez uma crise aguda aconteceu uma infecção oportunista que fez o animal agutizar. A causa disso é poluição atmosférica, odore fortes e fumaça de cigarro. A esquerda se vê um bronquíolo normal e a direita se vê uma área inflamada com edema peribronquial formação de muco na luz do bronquial e é isso que faz o animal sinalizar a bronquite. A bronquite pode se instalar lentamente. Ela não precisa ser aguda. O animal pode ter o processo se instalando de forma crônica. É ocasionada por vezes devido ao processo de hipersensibilidade tardia. Um individuo exposto constantemente a um antígeno e não faz uma reação imediata mas em um determinado momento ele faz uma reação. É uma reação tardia, que é o que frequentemente acontece nos cães. Eles respondem de forma tardia. O estimulo crônico nesses pacientes vai fazer com que ele sinaliza de forma mais lenta, mais crônica. Já existem os animais que quando entram em contato com uma determinada substancia que irrite a via aérea, e que eles não tolerem a substancia, eles vão fazer uma reação imediata (por exemplo poeira de obra). Sempre que o animal chega ao consultório com crise respiratória aguda, perguntar se mudou algo no ambiente. Pois se não houve mudança pode ser um processo infeccioso. Sinais Clínicos Tosse – a intensidade e a frequência vão depender da gravidade da lesão. Seca (processo inflamatório com pouca secreção) a úmida (produção exacerbada de muco) Esporádica (processo compensado) à frequente (crises que podem ser sazonais) – a tosse frequente está relacionada a exposição a algo que agutizou o processo. Alguns proprietários relatam que animais sentem as mudanças climáticas extremas. Exame Fisico Na ausculta do pulmão a gente vai perceber que o ruído expiratório vai estar alterado. O animal quando expira percebe-se uma dificuldade de colocar o ar para fora. Se tem secreção nos brônquios, a gente escuta na auscultação as crepitações. As crepitações mostram que existe muco e paciente pode vir a desenvolver broncopneumonia. Paciente que tem bronquite percebemos: sibilo (pelo edema peribranquial e redução da luz), ruído respiratório aumentado, cianose na crise respiratória (em estresse, atividade física – situaçãoinclusive que ele não consegue realizar) Radiografia torácica – além do exame físico, nos mostra a bronquite e ajuda a distinguir se é aguda ou crônica. Quando o processo é agudo a radiografia não ajuda, porque ainda não tem lesão suficiente que consiga ser visualizada no raio x. Quando a estrutura está cronicamente lesada, daí visualiza no raio X. Broncoscopia – é ferramenta importante porque há neoplasias difusas que na radiografia torácica elas mimetizam a bronquite. Parece ser bronquite, mas é uma neoplasia, é um carcinoma bronquiogênico. Faz-se uma citologia do lavado que vai ajudar no diagnostico do carcinoma. É raro esse tipo de neoplasia. É mais comum em cães grandes, Labradores principalmente. Quando está tratando o animal e ele não melhora com o tratamento protocolar da bronquite, tem que investigar e no material da broncoscopia pode ser usado para fazer citologia, histopatologia e antibiograma. Gato com cardiomiopatia não tosse. Primeiramente pensar em doença respiratória (bronquite crônica, asma felina) em ultimo caso pensar em cardiomiopatia. Imagem radiográfica com os brônquios espessados, formando o Donnuts. No gato faz o mesmo procedimento. Faz a radiografia torácica e se observar as alterações na radiografia, o processo é agudo. Quando ainda não tem lesões importantes, a estrutura na radiografia fica hiperinflada. Mas é difícil achar isso na imagem. Se estiver escrito no laudo já sabe que é bronquite. Tratamento Manejo Ambiental Retirar perfumes e produtos de limpeza Nunca deixar próximo a fumaça de cigarro O manejo no ambiente já dá resposta positiva nos pacientes – retirar cheiros fortes e fumaças (cigarro, incenso) Manejo Farmacológico Crises Agudas Corticoterapia sistêmica + broncodilatador Gatos: Corticoterapia parenteral + aminofilina ou terbutalina parenteral – nos gatos pode usar a Terbutalina com mais segurança, pois a taquicardia não se desenvolve com tanta facilidade. Quando o gato chegar com angustia respiratória: corticoterapia (Dexametasona parenteral) e Terbutalina parenteral. Se não tiver Terbutalina faz Aminofilina. Cães: • Corticoterapia parenteral (Beclometasona , Fliuticasona – Flixotide, Budesonida – Pulmicort)+ aminofilina • Oxigenoterapia: via mais confortável para o animal Se o paciente estiver muito ansioso tem que sedar. Se não conseguir resposta satisfatória com a sedação, oxigênio, broncodilatador e corticoterapia entuba o paciente. Mas é raro entubar paciente com bronquite. Crises Crônicas Corticoterapia aerossólica + broncodilatador – nebulização ou bombinha com corticoide mais um broncodilatador por via oral. Gatos • Fluticasona, beclometasona ou budesonida+ albuterol (aerossolização) ou aminofilina (VO) – gatos Às vezes tem dificuldade para medicamentos via oral e de fazer nebulização. Pode-se pensar na bombinha e ser associada com corticoide e broncodilatador. Cachorros Fluticasona ou beclometasona (aerossolização) + aminofilina (VO) Mucolíticos: acetil-cisteína – porque no processo existe produção de muco, e precisamos fazer com que ele fique muito espesso para evitar obstrução. 30/5/15 sistema respiratório Página 15
Compartilhar