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Distúrbios comportamentais em cães e gatos - PD

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Maria Carolina B. de Castro 
DISTÚRBIOS COMPORTAMENTAIS EM CÃES E GATOS 
O isolamento dos animais pode levar a ansiedade, depressão e pânico, que levam aos distúrbios 
de comportamento. 
Sinais: destruição de objetos, vocalização, eliminação de fezes em locais inapropriados, 
anorexia, tentativa de fuga, automutilação. 
Esses distúrbios apresentam números crescentes de queixas, e dependendo de qual for o 
distúrbio (como os animais agressivos) é a principal causa de eutanásia. 
Corpo (soma) ≠ Mente (psíquico) → única unidade 
Em pequenos animais: lesões autoinduzidas, com distúrbios psicológicos como base → cães 
obsessivos compulsivos. 
 
➢ TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO (TOC) 
Obsessão: ideia, pensamento, impulso ou imagem repetitivos, experimentados como intrusivos 
ou sem sentido (observado em humanos) 
Em animais, se fala mais em compulsão: comportamento repetitivo, proposital e intencional, 
realizado de maneira estereotipada, em resposta a uma obsessão. Não é prazeroso e sim redutor 
de ansiedade. 
Podem ser divididos em 4 tipos, sendo eles: 
Locomotores – giro em parafuso, perseguição da cauda, perseguição de luzes, latido ritmado e 
intenso, arranhadura de chão, ataque a objetos inanimados, marcha em círculos, saltos → 
existem gatilhos para esse comportamento, e alguns fatores levam a esses sinais, podendo ser 
estresse, ansiedade, conflito e frustração. 
Alucinações – mordedura do ar, abocanhar moscas, contemplação do céu, olhar fixamente em 
uma direção. 
Autolesivos – ataque às pernas ou cauda, esfregar de face, dermatite acral por lambedura, 
mordedura de unhas, sucção e lambedura, mastigação de pedras, polifagia/polidipsia, gatos 
podem comer fezes, lambedura de objetos ou proprietário. Nesse caso, podem se desenvolver 
sem conflito óbvio. 
Os fatores que influenciam no desenvolvimento desses fatores estereotipados: grande 
estresse, condição de tédio, solidão (sem companhia humana ou animal), confinamento 
prolongado em jaulas, contenção contínua em correntes, canil pequeno, dominação por um 
proprietário ditador, morte na família. 
Pode haver predisposição racial em relação a esses sinais (dobermann pode fazer mais sucção 
de flanco, labrador pode mastigar e ingerir pedras...). 
Etiologia: doença psicogênica secundária à problemas emocionais ou fator irritante primário. 
Lambedura por exemplo, faz com que o organismo libere endorfina, dopamina, serotonina → 
bem estar e analgesia → ulceração e contaminação. Essa lambedura libera opióides endógenos 
que estimulam o centro do prazer no córtex cerebral, o que reforça o comportamento, se 
tornando um ciclo vicioso → automutilação. 
Diagnóstico: por exclusão, tem que excluir distúrbios de hipersensibilidade, distúrbios de 
hiperatividade, distúrbio de ansiedade permanente. Realizar exame físico e laboratoriais. 
Histórico, filmar o animal para identificar o comportamento em casa, qual é o gatilho. 
Tratamento: Clínico (identificar e eliminar a causa, mais passeios e maior tempo na companhia 
de pessoas, novo cãozinho como companhia, evitar o confinamento em jaulas canis ou 
corredores, modificação comportamental). Critérios para a modificação comportamental: saber 
se o proprietário está disposto ou não, reestruturação da relação animal e dono (treinamento 
de obediência), condicionamento da partida (estimular o cão a ocupar-se com outra atividade), 
plano de partida (simular uma real partida, não necessariamente produz ansiedade), não usar 
punição para controlar a automutilação (efeito reverso), atividades físicas podem reduzir o 
comportamento compulsivo. Farmacológico: Objetivo é reduzir o estresse temporariamente até 
que o cão possa aprender a estar calmo (modificação comportamental), a medicação deve ser 
acompanhada de técnicas de modificação de comportamento. Drogas ansiolíticas como 
Fenobarbital (sedação intensa e hepatotoxicidade), Hidroxizine, Diazepam, não utiliza sempre, 
só pra tirar de uma crise em um momento. Antidepressivos triclíciclos que bloqueiam a 
receptação de noradrenalina e serotonina na membrana neuronal, aumento da serotonina 
(reduz o medo e a ansiedade), aumento da noradrenalina (melhora a resposta do paciente para 
a mudança comportamental), esses medicamentos são pra uso mais crônico, demora uns 30 
dias para começar a fazer efeito. Esses fármacos são a Clomipramina (demora 2 meses pra iniciar 
efeito, porém tem efeitos colaterais como convulsão, arritmia, hepatotoxicidade, anorexia, 
diarreia, vomito), Amitriptilina (demora 30 dias pra iniciar efeito, tem como EC convulsões e 
arritmias cardíacas), Imipramina. Existem os inibidores específicos da receptação de serotonina, 
que bloqueiam seletivamente a receptação sináptica de serotonina, menos efeitos 
anticolinérgicos sedativos e cardiovasculares, sendo eles: Fluoxetina, Paroxetina e Sertralina, 
tem efeitos colaterais bem menos intensos então são os mais utilizados. Existe a Hidrocodona, 
que faz substituição de opioides endógenos, é uma fonte exógena de opióide que diminui o 
desejo do cão em estimular a liberação de endorfinas, porém é a cada 8h. A terapia com fármaco 
pode ser de 6 meses, 1 ano, depende se a mudança comportamental está surtindo efeito, e após 
isso faz o desmame (não retira de forma abrupta). 
 
➢ SÍNDROME DA ANGÚSTIA POR SEPARAÇÃO 
Conceito: Compreende os comportamentos inadequados de cães e gatos quando deixados 
sozinhos ou separados de pessoas significativas. Sofrimento de separação, leva a sinais de 
ansiedade, medo e comportamento fóbico. 
Epidemiologia e possíveis causas: É a segunda doença de comportamento mais comum, 1/3 dos 
animais são cães mestiços (pois os SRD são mais abandonados), 2/3 são mais machos 
(demarcação de território e agressividade podem fazer com que esses animais sejam mais 
abandonados). Relacionada a uma mudança brusca na rotina do animal, ficando por mais tempo 
sozinho. Acontece mais em filhotes, que não tiveram socialização com outros animais. Em 
animais mais velhos está relacionado a outros animais que podem ter falecido. O tutor relata 
que ocorre há alguns minutos antes e após o proprietário sair. Quando o tutor retorna, o animal 
demonstra euforia, pode não conter urina ou fezes. 
Sinais: miccção e defecação inapropriada, vocalização excessiva, comportamento destrutivo, 
escavação e salivação excessiva, comportamento medroso, tremores, vômito e diarreia, 
lambedura excessiva, automutilação, cumprimentos superativos, procura de atenção excessiva, 
tentativa de fuga, agressão. 
Diagnóstico: Anamnese cuidadosa, presença de 2 ou mais sinais, exames laboratoriais (hemograma, 
urinálise), filmagem do cães (estimar extensão do problema, descartar outras causas). 
Tratamento: Em casos mais brandos (que é só solidão) pode adotar outro animal para fazer 
companhia, deixar a TV ligada, rádio ligado, contratar uma petsitter, creches, hotelzinho, deixar 
a roupa do dono na caminha do animal, brinquedos para entreter durante o período em que o 
tutor for sair (para o animal não perceber), tutor não deve reforçar a euforia em sua volta. 
Também pode entrar com os fármacos em casos mais severos. 
 
➢ AGRESSIVIDADE 
É o principal distúrbio comportamental, principalmente quando dirigida à pessoas (saúde 
pública). 
É o distúrbio que mais acaba levando o tutor a fazer a eutanásia do animal. 
Causas variadas: Tensão (ambiental, população, emocional, dor, irritação), Raça (fatores 
genéticos, influências maternas, atitudes das pessoas referente às raças). 
Fatores predisponentes: deficiente socialização, falta de respostas a comandos básicos, ter sido 
punido física e/ou verbalmente, ser alimentado diretamente à mesa, medo a estímulos 
específicos, recolhidos de rua/canis. 
Agressividade contra pessoas: dominância, medo, dor, atividade redirigida, brincadeira, 
território. 
Agressividade contra outros cães: dominância, reprodução, sexo, território e maternidade. 
Agressividade contra outras espéciesde animais: predação, medo e maternidade. 
Machos são mais agressivos em relação a pessoas, fêmeas são mais agressivas porém é mais por 
medo. 
Raças puras como Cocker spaniel inglês e pastor alemão são mais agressivos. 
Ataque a outros gatos: sexo (entre machos, entre fêmeas é mais ameaça), território, medo, 
brincadeira e maternidade. 
Ataque de gato às pessoas: brincadeira, atividade redirigida, medo, maternidade e 
manipulação. 
Para outras espécies: predação, maternidade e medo. 
Diagnóstico: anamnese cuidadosa, exames laboratoriais (hemograma, urinálise, alterações 
neurológicas), filmagem do cão para estimar a extensão do problema dele. Modificação do 
comportamento e farmacológico, não usar sedativos neurolépticos (como acepromazina) pois 
podem aumentar a desorientação e impedem a aprendizagem. Castração pode ajudar ou não, 
depende da raça, do ambiente, se é dominante ou não. Adestramento ajuda quando filhote, 
principalmente. 
Utilização de florais, acupuntura.

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