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Profª Ariane Salgado Disciplina: Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Antropologia Forense Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 Odontologia Legal Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal: Antropologia Forense Ariane Salgado Profª Ariane Salgado Disciplina: Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Antropologia Forense Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 ANTROPOLOGIA FORENSE Mesmo com a melhoria das metodologias de extração, fragmentaçao e leitura do DNA, a Antropologia preserva seu valor como método diagnóstico. PLANEJAMENTO DA PERÍCIA Antes de iniciar uma perícia, a formulação das questões a serem resolvidas é essencial. Deve-se tentar traçar ao máximo todos os pontos que serão necessários para elucidar um caso investigativo com perguntas do tipo: • Qual o tipo da perícia que devemos efetuar? • Há suspeita de que aquele material tenha pertencido a um indivíduo desaparecido? • Há como entrar em contato com a família? • Que tipo de informações queremos obter dos familiares? • Em que circunstâncias se deu o desaparecimentos? • Foram encontrados juntos à ossada objetos ou outros materiais? • Esse material de exame estava inumado ou semi-inumado? • Há quanto tempo a pessoa suspeita desapareceu? • O local onde a ossada foi encontrada continua preservado? ETAPAS DA IDENTIFICAÇÃO 1º etapa- Arqueologia forense. É feita uma escavação minuciosa do local onde se encontra o corpo. Profª Ariane Salgado Disciplina: Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Antropologia Forense Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 2º etapa- Antropologia social. Consiste na coleta de informações ao redor da área do crime (entrevistas às pessoas da região, consulta em arquivos municipais, eclesiásticos e militares, etc.) 3º etapa- Investigação laboratorial. Há uma aplicação de técnicas como a osteologia humana (área que se debruça sobre o estudo dos ossos que compõe o esqueleto), paleopatologia (ramo da ciência que se dedica ao estudo das doenças do passado) e tafonomia (estudo sistemático da evolução de fósseis). Pode ainda ser feita uma reconstrução facial do cadáver e superposição fotográfica. ASPECTO DO OSSO INUMADO OBSERVAÇÕES TEMPO DE MORTE Ossos recobertos de mofo 2 a 4 anos Canal medular enegrecido 6 a 8 anos Ausência de cartilagens e ligamentos Mais de 5 anos Desaparecimento das graxas dos ossos 5 a 10 anos Canal medular branco como a superfície Mais de 10 anos Persistência de restos de popla dentária Até 14 anos Desaparecimento completo da polpa 16 a 20 anos Desaparecimento dos canais de Havers Mais de 20 anos Osso quebradiço, frágil, superfície porosa Mais de 50 anos EXAME SEQUENCIAL • 1° Fotografar e examinar o material tal qual ele foi enviado. • 2° Proceder ao exame das vestes, com fotografias das mesmas. Profª Ariane Salgado Disciplina: Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Antropologia Forense Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 • 3° Os ossos deverão ser limpos, as vestes lavadas, reexaminadas, novamente fotografadas e posteriormente acondicionadas em sacos plásticos hermeticamente fechados. LIMPEZA E EXAME DA OSSADA 1. Colocação em recipiente plástico com solução de hipoclorito de sódio na proporção de 1:10 litros de água, por 24 horas. 2. Retirada do material, lavagem e escovação para retirada de eventuais aderências de tecidos moles. 3. Colocação em recipiente plástico com solução de peróxido de hidrogênio 120 volumes na proporção de 500mL:10L de água, por 24h. 4. Retirada do material e secagem no sol, quando se dispõe de área privativa, ou em estufa a aproximadamente 60°C. 5. Depois de secos, os ossos devem ser montados numa mesa antropológica, com o desenho de um esqueleto de 1,70m de altura. Isso ajuda na verificação de ossos ausentes e facilita o manuseio. Ossos fraturados podem ser colados com cola quente ou com cera 7, preenchendo os espaços vazios, o que permite a sua reconstrução. Procede-se ao estudo para investigação diagnóstica dos dados biotipológicos através de metodologias morfológicas ou qualitativas e métricas ou quantitativas. 6. Não existe um protocolo padrão. Cada equipe deve montar um protocolo que melhor se adpte a realidade do seu instituto no que concerne às condições técnicas, disponibilidade de equipamentos e metodologias. 7. O local indicado para esse tipo de perícia é o serviço de Antropologia Forense, nunca o interior de delegacias, quartéis, prisões, etc. 8. Os laudos devem ser explicativos, fundamentados, mostrando as coincidências e discordâncias encontradas, e esclarecedores quanto ao índice de acerto das metodologias utilizadas. Profª Ariane Salgado Disciplina: Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Antropologia Forense Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 9. Quando houver coincidência dos dados biotipológicos e havendo um suspeito desaparecido, pode-se realizar a prososcopia, ou superposição de imagens. Consiste em superpor, por computação gráfica ou vídeo, duas imagens (crânio e fotografia do suspeito desaparecido) ou três imagens (crânio, fotografia e radiografia), com a referência dos pontos craniométricos para que exista precisão neste processo. É uma metodologia auxiliar. 10. Deve-se, quando se dispuser de radografia dos seios da face (maxilares e frontais) tiradas em vida e fornecida pela fampilia, proceder ao exame comparativo com a radiografia do crânio em estudo. Os seios frontais obedecem ao critério de unicidade. 11. Raios X de ossos longos, fornecidos pela família, também se prestam para a identificação pela comparação morfológica e de proporcionalidades, ou mesmo identificação por próteses ósseas metálicas. 12. A solicitação do prontuário odontológico é um procedimento obrigatório. 13. Pode-se coletar um segmento de osso ou dentes para que se faça o teste de DNA nos casos em que existir um suspeito desaparecido para compará-lo com um parente próximo (filho, pai, irmão, etc). CHECK-LIST • Examinar e fotografar os ossos e vestes tal qual foram recebidos; • Reexaminar e fotografar com calma, após a lavagem das vestes e limpeza dos ossos; • Colar e reconstruir ossos fraturados de interesse na perícia; • Usar metodologias qualitativas e quantitativas no diagnóstico dos dados biotipológicos; • Havendo suspeito desaparecido, obter da família dados de interesse pericial: prontuário odontológico, fotos, número de vestes e calçados, radiografias, endereço e telefone de parentes próximos, etc. Profª Ariane Salgado Disciplina: Conceitos Fundamentais de Odontologia Legal – Identificação Humana – Antropologia Forense Curso preparatório para o concurso do ITEP - 2017 • Buscar dados, lesões ósseas ou sinais que ajudem a estabelecer a causa da morte, quando possível. • Buscar auxílios extramuros quando necessário. • Coletar e armanezar material para exame de DNA. • Montar laudo com linguagem clara, explicativo, ilustrativo (fotografias, croquis e gráficos), com esclarecimento sobre as metodologias empregadas, apontando coincidências e discordâncias, com conclusão justificada e consciente
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