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Resumos Fisiologia Isadora Tassinari Pâncreas Endócrino

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PÂNCREAS ENDÓCRINO 
 
SÍNTESE DE INSULINA: 
Nas células beta pancreáticas, a insulina é sintetizada, assim como outros hormônios peptídicos, 
nos ribossomos na forma de pré-pró-hormônio. Na medida em que passa pelo retículo endoplasmático 
ela perde o peptídeo sinalizador (sequência-sinal) e é transformada em pró-insulina. 
A pró-insulina tem duas cadeias α e β conectadas pelo peptídeo C, o que permite o dobramento 
da molécula e a formação das pontes dissulfeto. A pró-insulina é processada por endopeptidases que 
clivam o peptídeo C. No aparelho de Golgi, a pró insulina é empacotada em vesículas com enzimas 
proteolíticas cortam o pró-homônio, originando hormômios ativos, até que as células beta recebam um 
sinal para que essas vesículas se fundam com a membrana e liberem o hormônio ativo na corrente 
sanguínea. 
SECREÇÃO DE INSULINA: 
O aumento da glicose na corrente sanguínea, proveniente da absorção no intestino delgado, 
chegam às células beta no pâncreas. A glicose é captada por GLUT2 para dentro da célula. O aumento 
de glicose intracelular estimula as vias da glicólise e do ciclo de Krebs que aumentam a produção 
intracelular de ATP. 
O ATP intracelular se liga aos Canais de K⁺ sensíveis ao ATP, fechando-os. A retenção de K⁺ 
despolariza a célula. Essa despolarização abre os canais de Ca ²⁺ voltagem dependentes e mais Ca ²⁺ entra 
na célula a favor do gradiente eletroquímico. O Ca ²⁺ se liga a proteínas que promovem o processo de 
exocitose das vesículas contendo insulina, que se difundem com a membrana, liberando insulina no 
espaço extracelular. 
Ativação Simpática: 
Em momentos de estresse, a secreção de insulina é inibida pelos estímulos simpáticos que dão 
início a uma série de reações no pâncreas endócrino – fato que é reforçado pela liberação de 
catecolaminas pela medula da glândula suprarrenal. A adrenalina e noradrenalina inibem a secreção de 
insulina e desviam o metabolismo para a gliconeogênese para fornecer substrato extra para o sistema 
nervoso e músculo esquelético. 
Ativação Parassimpática: 
A ativação simpática para o TGI aumenta durante e após uma refeição. O estímulo 
parassimpático para as células beta estimula a secreção de insulna. 
Efeitos antecipatórios dos hormônios do GI: 
Tem se mostrado que mais ou menos 50% da secreção de insulina é estimulada pelo GLP -1 
(Peptídeo Semelhante ao Glucagon). O GLP-1 e o GIP (Peptídeo Inibidor Gástrico) são hormônios da 
família das incretinas e produzidos por células do intestino em resposta a ingestão de nutrientes. As 
incretinas, através da circulação chegam às células beta pancreáticas e podem alcança-las antes que a 
primeira glicose seja absorvida. A liberação antecipatória da insulina em resposta a esses hormônios evita 
um aumento súbito nas concentrações de glicose plasmática quando os alimentos são absorvidos. 
Outros hormônios do GI – CCK e Gastrina – amplificam a secreção de insulina. 
O receptor de insulina tem atividade tirosina-cinase que inicia uma complexa cascata celular. O 
receptor de insulina ativado fosforila proteínas que incluem um grupo IRS-1 – substrato do receptor de 
 
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insulina. Essas proteínas atuam por determinadas vias para influenciar o metabolismo e transporte 
celular. 
Tecidos Alvo: Fígado, tecido adiposo e tecido muscular esquelético. 
A resposta da célula alvo é aumentar o metabolismo da glicose e em alguns tecidos a insulina 
também regula os GLUTs. Outros tecidos alvo (encéfalo e epitélio de transporte renal e intestinal) são 
independentes de insulina, não precisam dela para captar glicose. 
INSULINA GLICOSE PLASMÁTICA DE VÁRIAS MANEIRAS: 
 Aumenta o transporte de glicose na maioria das células sensíveis à insulina: No tecido 
muscular e adiposo, as células precisam de insulina para captar quantidades suficientes de 
glicose. Sem insulina, os GLUT 4 nesses tecidos se reduzem e ficam empacotados em 
vesículas no citosol. Quando a insulina se liga ao receptor e o ativa, a cascata de transdução 
de sinal resultante faz as vesículas se moverem para a membrana celular e inserirem os 
GLUT 4 por exocitose. As células captam glicose do interstício por difusão facilitada. 
O tecido muscular esquelético em exercício não precisa da insulina para que a glicose entre 
na célula. Quando os músculos contraem, os GLUT4 são incluídos na membrana mesmo 
sem insulina, aumentando a captação celular de glicose. 
Ativação simpática = músculo precisa de glicose para liberar energia. Inibindo insulina, faz o 
fígado liberar glicose no sangue e impede as células adiposas de captarem, deixando mais 
glicose para o músculo em exercício, que não requer insulina para captção de glicose. 
No fígado, o transporte de glicose não é diretamente dependente de insulina, mas é 
influenciado pela sua ausencia ou presença. Os hepatócitos produzem GLUT2 que estão 
sempre presentes na membrana da célula. No jejum, a glicose se move para fora do fígado 
em direção a circulação, para manter a homeostasia da glicose. Os hepatócitos convertem 
glicogênio armazenado e aminoácidos em glicose. A glicose recém formada se move a favor 
do gradiente de concentração (para fora) através dos GLUT2. Se os GLUT2 fossem retirados 
da membrana no estado de jejum (como é no tecido adiposo e músculo esquelético) a 
glicose não teria como sair do hepatócito. No estado alimentado, a insulina ativa a 
hexocinase, enzima que fosforila a glicose em glicose-6-fosfato, reação de fosforilação que 
mantém a glicose intracelular em concentrações mais baixas que a concentração plasmática 
de glicose. Aí, a glicose se difunde para os hepatócitos e os GLUT2 operam em direção 
reversa. 
 A insulina aumenta a utilização e armazenamento da glicose, ativa enzimas par 
GLICÓLISE, GLICOGÊNESE, e inibe enzimas para GLICOGENÓLISE, GLICONEOGÊNESE e 
LIPÓLISE, garantindo que o metabolismo vá na direção no anabolismo. Se for ingerida mais 
glicose do que o necessário para produção de energia, o excesso é convertido em glicogênio 
ou ácidos graxos. 
 Aumenta a utilização de aminoácidos, ativa enzimas para síntese proteica e inibe enzimas 
que promovem a quebra de proteínas. Se uma refeição tem só proteínas, os aminoácidos 
são usados para síntese proteica pelo fígado e pelo músculo. O excesso de aminoácidos é 
convertido em ácidos graxos. 
 Promove a síntese de lipídeos, porque inibe a β-oxidação de AG e promove a conversão do 
excesso de glicose e aminoácidos em TG (lipogênese). Os TG em excesso são estocados no 
tecido adiposo como gotículas de lipídeos.

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