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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
DEPARTAMENTO DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
Clariane Natale Campos
João Vilson Damasceno
Kallaham Nascimento Soares Coelho
Pollyne Braga de Freitas
Misael Robert Mendes Monteiro
Análise dos arts. 239 a 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente e Art. 64 Código de Defesa do Consumidor.
São Luís
2017
	Dos Crimes – Promover ou auxiliar o envio para o exterior sem observância das formalidades legais (tráfico internacional de criança e de adolescente). Lei 8.069/90.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro: 
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
	Fundamentação Jurídica 
	Art. 239, da Lei 8.069/90. (ECA)
	Tipo objetivo 
	PROMOVER- (proporcionar o implemento de algo, impulsionar o efetivo envio do menor ao exterior, de forma que o menor efetivamente deixe o território nacional e ingresse no território estrangeiro.), ou, “AUXILIAR” (fornecer ajuda ou suporte de qualquer espécie), são os verbos, cujo objeto é a efetivação de ato destinado a enviar criança ou adolescente ao exterior.
	Elemento subjetivo 
	Dolo - vontade livre e consciente. Não existe a forma culposa. Pode haver elemento subjetivo do tipo específico, consistente em “ter o fito de obter lucro”.
	Elemento normativo
	Inobservância das formalidades legais. Neste caso, o envio do menor deixa de atender aos requisitos legalmente exigidos para o envio.
	Figura simples e qualificada 
	Forma simples prevista no caput do artigo. 
Forma qualificada prevista no parágrafo único. Neste caso o crime será qualificado se houver emprego de violência, grave ameaça ou fraude. Havendo esses meios executórios, o legislador estabeleceu uma qualificadora e a pena é maior em razão da maior reprovabilidade da conduta. O legislador determinou ainda a aplicação da pena correspondente à violência. Assim, além da pena cominada para este tipo penal, deve ser aplicada, se ocorrer no caso concreto, a pena da lesão corporal. 
	Causa de aumento de pena e causa de diminuição 
	Havendo violência, grave ameaça ou fraude, a pena é ainda mais elevada. Aplicada no mínimo, o regime mais favorável é o semiaberto.
	Bem juridicamente tutelado 
	Proteção à família da criança e do adolescente.
	Objeto material
	Ato destinado ao envio de criança ou adolescente ao exterior.
	Sujeito ativo 
	Qualquer pessoa.
	Sujeito passivo 
	A criança ou adolescente 
	Consumação 
	Segundo a jurisprudência e parte da doutrina, acompanhando aqui Rogerio Sanches Cunha, o crime é formal, não se exigindo, para sua consumação, a produção de resultado naturalístico (a saída da criança ou adolescente do país ou, mesmo, a efetiva obtenção do lucro almejado). Outros, aqui incluso Gabriel Habib, afirma que se consuma, em se tratando do verbo efetivar, com o efetivo envio do menor ao exterior, sendo necessário que o menor saia do território nacional e ingresse no território estrangeiro. Em se tratando do verbo auxiliar, o delito consuma-se com a prática de qualquer ato idôneo e antecedente que possa contribuir para o envio do menor ao exterior.
	Tentativa 
	A tentativa é perfeitamente admissível, pois trata-se crime plurissubsistente.
	Ação penal 
	Pública incondicionada.
	Pena 
	Reclusão de quatro a seis anos, e multa. 
	Competência 
	A competência é da Justiça Federal, conforme art. 109, V da CF.
	Possibilidade de concurso de crimes 
	O parágrafo único que prevê a qualificadora traz, expressamente, uma hipótese de concurso material entre a figura qualificada do art. 239 do ECA e o crime tipificado pelo emprego da violência. – “além da pena correspondente à violência”. 
É juridicamente possível o concurso entre os crimes dos arts. 237 e 239 do ECA, de vez que os bens jurídicos tutelados pelos tipos penais são diversos.
	Possibilidades de concursos de pessoas 
	O texto do art. 139, do ECA aponta expressamente a ação de auxiliar, reiterando o disposto no art. 29, do CP. 
	Possibilidade de suspenção condicional do processo 
	Incabível, pois a pena mínima cominada ultrapassa 1 ano (art. 89 da Lei 9.099/95).
	Confronto com outros crimes similares
	O art. 239, da Lei 8.069/90 pode ser comparado como art. 245, §2, do CP. O art. 239, da Lei 8.069/90, é mais abrangente e também especial, assim, revogou, tacitamente, o referido art. 245, § 2.º, do Código Penal. No art. 245, §2, do CP, o agente auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. Já no art. 239, da Lei 9.069/90, o autor auxilia ou promove a efetivação de ato destinado a enviar criança ou adolescente ao exterior, com o fito de obter lucro ou com inobservância das formalidades legais.
	Classificação doutrinária 
	Crime comum (pode ser cometido por qualquer pessoa); formal (independe da ocorrência de resultado naturalístico, consistente em efetivo prejuízo para a família ou para a criança ou adolescente); de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (os verbos implicam em ações); instantâneo (a consumação se dá em momento determinado); de perigo abstrato (presume-se a probabilidade de dano); unissubjetivo (pode ser cometido por uma só pessoa); plurissubsistente (praticada em vários atos); admite tentativa.
	Súmula, Jurisprudência e exemplo
	“O art. 239 do ECA pune quem promove ou auxilia o envio de criança ou adolescente para o Exterior com intuito de lucro independentemente da finalidade do envio, vale dizer, para fins lícitos ou ilícitos. E a fraude que qualifica o delito no seu parágrafo único pode se configurar na falsidade material e ideológica perpetrada para a consecução do objetivo criminoso, podendo ser empregada tanto contra a criança quanto contra a Administração Pública e seus agentes” (REsp 1.202.292/RJ, 6.ª Turma, rel. Maria Thereza de Assis Moura, DJ 21.05.2013).
“O delito tipificado no art. 239 do Estatuto da Criança e do Adolescente é formal, porque consuma-se com a simples conduta de auxiliar na efetivação de atos destinados ao envio de criança ao exterior, sem a observância das formalidades legais ou com a finalidade de obter lucro, não sendo exigido o efetivo envio do menor ao exterior” (REsp 1023002/PE, Rel. Min. Alderita Ramos de Oliveira (Des. Conv. do TJ/PE), j. 09/08/2012).
	Dos Crimes – Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual. Lei 8.069/90.
Art. 241-C.  Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Parágrafo único.  Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material produzido na forma do caput deste artigo.
	Fundamentação Jurídica 
	Art.241- C, da Lei 8.069 /90. (ECA)
	Tipo objetivo 
	SIMULAR - significa representar ou reproduzir algo com a aparência de realidade. Nesse delito, pune-se a conduta do agente que representa, como se fosse real, a participação de criança ou de adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica. O menor não está na cena de sexo explícito ou na cena pornográfica, porém o agente simula esta situação por meio da adulteração, da montagem ou da modificação de fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação visual, que são os meios executórios para a simulação.
	Elemento subjetivo 
	É o dolo. Não se exige elemento subjetivo específico,nem se pune a forma culposa
	Figura simples e qualificada 
	Forma simples prevista no caput do artigo.
	Causa de aumento de pena e causa de diminuição 
	Não há previsão 
	Bem juridicamente tutelado 
	Formação moral de crianças e adolescentes.
	Objeto material
	Foto, vídeo ou outra forma de representação visual pornográfica simulada, envolvendo menores de 18 anos.
	Sujeito ativo 
	Trata-se de crime comum, portanto, pode ser praticado por qualquer pessoa.
	Sujeito passivo 
	A criança ou adolescente envolvida na cena simulada.
	Consumação 
	A consumação ocorre com a finalização da simulação na fotografia, no vídeo ou em qualquer outra forma de representação visual.
	Tentativa 
	A tentativa é perfeitamente admissível, pois trata-se crime plurissubsistente.
	Ação penal 
	Crime de ação penal pública incondicionada
	Pena 
	Reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
	
	Possibilidades de concursos de pessoas 
	É possível o concurso de pessoas, seja coautoria ou participação.
	Possibilidade de suspenção condicional do processo 
	É admissível a suspenção condicional do processo, pois a pena mínima cominada não ultrapassa 1 ano (art. 89 da Lei 9.099/
	Confronto com outros crimes similares
	O Parágrafo único do art. 241-C, da Lei 8.069 /90, prevê uma conduta equiparada, segundo a qual se incrimina qualquer espécie de circulação, movimentação, divulgação, publicação ou armazenamento do material simulado.
Os verbos que configuram o delito previsto no art.241- C, da Lei 8.069/90, são na sua maioria os mesmos contidos nos arts. 241, 241-A e 241-B., contudo, nesses tipos penais o material é verdadeiro, isso é, no material há realmente crianças ou adolescentes em cenas de sexo explícito ou pornográfica. No tipo penal em comento, não há realmente crianças ou adolescentes em cenas de sexo explícito ou pornográfica no material, mas, sim, somente a simulação.
	Classificação doutrinária 
	crime comum (pode ser cometido por qualquer pessoa); formal (independe da ocorrência de resultado naturalístico, consistente em efetivo prejuízo para a formação moral da criança ou do adolescente); de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); comissivo (o verbo implica em ação); instantâneo (a consumação se dá em momento determinado); de perigo abstrato (presume-se a probabilidade de dano); unissubjetivo (pode ser cometido por uma só pessoa); plurissubsistente (praticada em vários atos); admite tentativa
	Súmula, Jurisprudência e exemplo
	
	Art. 240.  Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:             (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.       (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 1o  Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.     (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o  Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:             (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;           (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou          (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.              (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
	Sujeito ativo
	Crime comum, na medida em que pode ser praticado por qualquer pessoa.
	Sujeito passivo
	Criança ou adolescente.
	Objeto jurídico
	Proteção à formação moral das crianças e adolescentes.
	Consumação e tentativa
	É crime formal, uma vez que independe de ocorrência de resultado naturalístico, consistente em efetivo prejuízo para a formação moral da criança ou do adolescente. É possível a tentativa.
	Classificação
	Crime comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo, de perigo abstrato, unissubjetivo, plurissubsistente.
	Conflito aparente e/ou concurso de crimes
	É muito comum que o registro de cenas sexuais ou pornográficas praticadas com menores de 18 anos decorra justamente de atos libidinosos entre o agente e a vítima; por isso, admite-se concurso material entre estupro e o crime previsto neste artigo. Conferir: TJSP: “Apelação criminal. Atentado violento ao pudor. Dois consumados e um tentado. Art. 240, ECA. Materialidade e autoria demonstradas. Réu que constrangeu vítima, por duas vezes, mediante violência e grave ameaça, a praticar atos libidinosos diversos da conjunção carnal, e, em outra oportunidade, tentou constranger a vítima a praticar atos libidinosos diversos da conjunção carnal, bem como filmou cena pornográfica envolvendo criança e adolescente. Palavras da vítima. Validade. Coerência com as demais provas dos autos. Filmagem dos atos libidinosos que confirmam as declarações da vítima e do irmão dela. Concurso material. Delitos consumados foram praticados em circunstâncias diversas da do tentado e os consumados, embora praticados na mesma data, foram autônomos. Condenação inafastável. Pena corretamente fixada. Pena-base acima do mínimo legal. Circunstâncias e consequências do crime. Regime prisional fechado o adequado para prevenção e repressão do delito. Art. 2.º, § 1.º, da Lei n.º 8.072/90. Preliminar rejeitada, recurso desprovido” (Apelação 990.10.405152-5, 6.ª Câm. Criminal, rel. Machado de Andrade, 24.03.2011, v.u.). TJRS: “No caso dos autos, há indícios suficientes de que o paciente teria praticado estupro contra sua sobrinha menor, havendo notícias, também, de fotografias da menor em poses sensuais, além da apreensão de uma arma de fogo” (HC 70058863952, 5.ª Câm. Criminal, rel. Lizete Andreis Sebben, 30.04.2014, v.u.).
	Figuras típicas (simples/qualificadas)
	Trata-se de crime simples, inexistindo forma qualificada.
	Causas de aumento e diminuição de pena
	A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. 
	Tipo objetivo (verbo/núcleo do tipo)
	São seis os núcleos admitidos no tipo: produzir (no sentido de criar, financiar, dar origem); reproduzir (no sentido de imitar, copiar); dirigir (no sentido de comandar, orientar); fotografar (no sentido reproduzir imagem por meio de fotografia); filmar (no sentido de registrar imagem e som em filme); e registrar (no sentido de lançar imagem, som ou sinal em base material apropriada, de modo a reproduzir dados e informações).
	Pena
	Reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
	Ação penal
	Pública incondicionada em qualquer hipótese.
	Elementos normativos (outros, além do verbo)
	Os termos utilizados em lei necessitam de valoração cultural, não se cuidando de expressões de conteúdo meramente descritivo. Cena pornográfica é a situação de libidinagem ou devassidão, com ou sem contato físico. Cena de sexo explícito é a que envolve relações sexuais aparentes e visíveis. 
	Exemplo
	Produtor cinematográfico alicia adolescente para protagonizar filme pornográfico, submetendo-a à elaboração de cenas de sexo explícito. 
	Jurisprudência
	APELAÇÃO CRIMINAL. FILMAR ADOLESCENTE EM CENA PORNOGRÁFICA (ART. 240 DO ECA) E TRANSMITIR OS VÍDEOS (ART. 241-A DO ECA). ABSOLVIÇÃO DA SEGUNDA CONDUTA, DE OFÍCIO. REDUÇÃODA PENA DE MULTA E DO VALOR ARBITRADO A TÍTULO INDENIZATÓRIO.
1- Mesmo que os vídeos tenham sido repassados pelo aplicativo whatsapp e que indícios possam ter surgido dos fatos investigados, a ausência de comprovação segura da autoria da transmissão conduz à absolvição do apelante.
2- A pena de multa deve guardar estrita proporcionalidade com a privativa de liberdade.
3- O valor determinado a título indenizatório deve ser proporcional à condição econômica do agente e às consequências advindas da conduta delitiva.
4- Apelo conhecido. Absolvição, de ofício, da conduta prevista no art. 241-A, do ECA. Parcial provimento para readequar a pena de multa e o valor mínimo indenizatório.
(TJ / GO: APR 02842924320168090002 / MG, rel. DES. J. PAGANUCCI JR., 1ª Câmara Criminal, j. 27.04.2017).
	ECA – Art. 241-B
	Art. 241-B.  Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:            (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.              (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 1o  A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput deste artigo.          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 2o  Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:          (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 I – agente público no exercício de suas funções;            (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo;             (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.           (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
 § 3o  As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito referido.           (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
	Sujeito ativo
	Crime comum, na medida em que pode ser praticado por qualquer pessoa.
	Sujeito passivo
	Criança ou adolescente.
	Objeto jurídico
	Proteção à formação moral das crianças e adolescentes.
	Consumação e tentativa
	É crime formal, uma vez que independe de ocorrência de resultado naturalístico, consistente em efetivo prejuízo para a formação moral da criança ou do adolescente. É possível a tentativa.
	Classificação
	Crime comum, formal, de forma livre, comissivo, instantâneo (na forma “adquirir”) e permanente (nas modalidades “possuir” e “armazenar”), de perigo abstrato, unissubjetivo, plurissubsistente.
	Figuras típicas (simples/qualificadas)
	Trata-se de crime simples, inexistindo forma qualificada.
	Causas de aumento e diminuição de pena
	A pena é diminuída de 1 (um) 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a que se refere o caput do artigo em comento. 
	Excludente da ilicitude
	A expressão “não há crime” é indicativa do afastamento da antijuridicidade da conduta, que não deixa de ser típica. Cuida-se, na hipótese retratada no § 2º, de exercício regular de direito ou de estrito cumprimento do dever legal. Conforme argumenta o Doutrinador Nucci, nem seria necessária a existência do preceituado neste dispositivo, pois as excludentes estão previstas, de modo genérico, no art. 23, III, do Código Penal. Por cautela, entretanto, o legislador deixou bem clara a viabilidade de armazenamento do material para o fim de denúncia dos delitos envolvendo criança ou adolescente no âmbito da pornografia. Ante o exposto, segue o fragmento legal que rege a matéria: “Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-C do ECA, quando a comunicação for feita por: agente público no exercício de suas funções, membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes referidos neste parágrafo; e representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.”
	Tipo objetivo (verbo/núcleo do tipo)
	São três os núcleos admitidos no tipo: adquirir (no sentido de obter ou alcançar algo); possuir (ter algo em sua posse ou detenção); e armazenar (no sentido de manter em depósito).
	Pena
	Reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
	Ação penal
	Pública incondicionada em qualquer hipótese.
	Elementos normativos (outros, além do verbo)
	Os termos utilizados em lei necessitam de valoração cultural, não se cuidando de expressões de conteúdo meramente descritivo. Cena pornográfica é a situação de libidinagem ou devassidão, com ou sem contato físico. Cena de sexo explícito é a que envolve relações sexuais aparentes e visíveis. 
	Exemplo
	Pessoa que baixa em sites da Internet vídeos pornográficos protagonizados por adolescentes em cenas de sexo explícito, armazenando o conteúdo em seu celular. 
	Jurisprudência
	PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. CONVERSÃO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO EM PRISÃO PREVENTIVA. SUPOSTA PRÁTICA DE PEDOFILIA. INSURGÊNCIA CONTRA A MANUTENÇÃO DA SEGREGAÇÃO. IMPROPRIEDADE. PACIENTE PRESO PELO COMETIMENTO, EM TESE, DE CRIMES PREVISTOS NA LEI Nº 8.069/90 (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE- ECA). VEICULAÇÃO DE IMAGENS PORNOGRÁFICAS - FOTOS E VÍDEOS - NA INTERNET. APREENSÃO DE COMPUTADOR (CPU) E CONFISSÃO DO INVESTIGADO. INAUGURAL DA IMPETRAÇÃO QUE SOMENTE SE REFERE À PRÁTICA, SE O CASO, DO CRIME PREVISTO NO ART. 241-B DO ECA, OLVIDANDO O FATO DE QUE, QUANDO DA CONVERSÃO DAS PRISÕES, OBSERVOU O MINISTÉRIO PÚBLICO, BEM COMO O JUÍZO, A SUBSUNÇÃO DO AGIR EM CAUSA, TAMBÉM À FIGURA TÍPICA DO ART. 241-A, INSUSCEPTÍVEL DE FIANÇA E DE APLICAÇÃO DE MEDIDAS ALTERNATIVAS À PRISÃO. PROVÁVEL INTERNACIONALIDADE DO DELITO EM COMENTO, OBJETO DE INVESTIGAÇÃO QUE SE ESPRAIA POR VÁRIOS PAÍSES. REMANESCEM TODOS OS PRESSUPOSTOS UTILIZADOS PELO JUÍZO IMPETRADO PARA MANUTENÇÃO DA SEGREGAÇÃO EM CAUSA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E NECESSIDADE DE INTERRUPÇÃO DA REITERAÇÃO DELITUOSA.
1. Olvida a impetração fato de grande relevância para a manutenção da segregação objeto da insurgência aqui apontada, a saber, o cometimento, em tese, do delito previsto no art. 241-A do aludido ECA, cujo máximo da pena, em abstrato, atinge os 06 (seis) anos de reclusão, não se subsumindo a hipótese fática, portanto, ao figurino do art. 313, I, do CPP.
2. Curiosamente - ou sintomaticamente - , a inaugural somente alude à subsunção do agir do indiciado, em tese, à conduta prevista no art. 241-B, da Lei nº 8.069/90, esta sim passível, eventualmente, de fazer jus às benesses do art. 319 do Código de Processo Penal, ao contrário do Parecer ministerial que entendeu, ainda na origem, pela necessidade de conversão da Prisão em Flagrante em Preventiva, dada a suposta prática de ambos os delitos (arts. 241-A e 241-B do ECA).
3. Além de o magistrado a quo aludir à confissão do indiciado de haver este postado (divulgado), no período de mais de ano e meio, imagens de conteúdo pornográfico infantil, via internet, consta nos autos que o trabalho policial apreendeu computador (CPU) contendo cerca de 4.000 (quatro) mil imagens - fotos e vídeos - violadoras dos direitos das crianças e adolescentes, nos termos da legislação de regência.
4. A provável internacionalidade dos delitos emquestão - investigação que se espraia, simultaneamente, pelo Brasil, Portugal, Colômbia, Venezuela e Itália, objeto de complexa operação encetada pela Polícia Federal - , somente aponta, em consórcio com os demais fundamentos utilizados pelo juízo a quo, para a pertinência da manutenção da prisão cautelar.
5. Da interpretação sistemática dos preceitos legais invocados no decisório, dentre outros, é que resulta a motivação idônea da decretação, bem como da preservação da medida cautelar preventiva, e que se mostra fundada na necessidade da efetiva garantia da ordem pública, tão bem divisada pelo magistrado a quo, em fundamentação forjada tão-somente em critérios de ordem técnico-legal, e não em meras ilações conjeturais e permeadas de vaguezas.
6. Outro requisito para a decretação da prisão preventiva da paciente, implicitamente observado pelo juízo impetrado, como sendo o fumus comissi delicti (prova da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria), pela obviedade de sua presença na hipótese em comento, a partir, por enquanto, das provas reunidas no inquérito policial - confissão e apreensão de computador - , desmerece maiores considerações, dado seu inegável perfazimento.
7. Deve-se reconhecer a idoneidade dos fundamentos do decreto prisional preventivo, não havendo que se falar em conspurcação de qualquer mandamento constitucional voltado à garantia da presunção de inocência, vez que, frise-se, a medida segregacional, nos moldes em que fora adotada, no bojo de intervenção estatal pro societatis, revela-se de manifesta pertinência, consoante o magistério do Ministério Público em linha idêntica a que fora adotada pelo juízo impetrado.
8. Todas essas razões afastam a argumentação, também conduzida na impetração, de que outras medidas cautelares menos severas poderiam ter sido decretadas, em caráter substitutivo à preventiva (art. 319 do CPP). Tenho que, dadas as circunstâncias concretas, apenas a restrição à liberdade do paciente será eficaz, decretada que fora a partir de parâmetros de incontestável razoabilidade, não sendo pertinente o acolhimento de tese voltada à aplicação das medidas cautelares alternativas à prisão, próprias das alterações introduzidas pela Lei nº 12.403/11, visto que tais medidas menos gravosas seriam insuficientes para assegurar a efetividade da aplicação da lei penal.
9. Em decorrência da fundamentação idônea do decreto prisional em causa, e à míngua de prova de constrangimento ilegal, não se reconhece, aqui, ilegalidade na manutenção da custódia preventiva do ora paciente, visto persistirem os seus requisitos autorizadores, na forma em que delineados no decisório atacado.
10. Denegação da ordem de habeas corpus.
(TRF5: HC 00088654520144050000/, rel. Desembargador Federal Marcelo Navarro, 3º Turma, j. 04.12.2014).
	Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. 
	Sujeito ativo
	Crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa que vende, fornece ou entrega a munição, arma ou explosivo.
	Sujeito passivo
	A criança ou adolescente, independentemente de sexo ou outras características.
	Objeto jurídico
	O bem jurídico tutelado é a integridade física e a formação moral e cívica da criança e do adolescente.
	Consumação e tentativa
	Consuma-se com a entrega, venda ou fornecimento.
Por se tratar de crime plurissubsistente, admite tentativa.
	Classificação
	Crime comum; comissivo; instantâneo; material; de forma livre; unissubjetivo; plurissubsistente.
	Conflito aparente e/ou concurso de crimes
	A conduta descrita neste tipo penal está tipificada também no Estatuto do Desarmamento, Lei nº. 10.826/2003, art. 16, parágrafo único, inciso V.
Parte da doutrina entende que deve prevalecer o Estatuto do Desarmamento pelo critério da especialização, além do fato de que o dispositivo do Estatuto da Criança e do Adolescente estaria tacitamente r revogado pelo critério temporal. Há, porém, entendimento em sentido contrário, no sentido que subsiste a previsão do art. 242 em relação às armas brancas. 
	Figuras típicas (simples/qualificadas)
	Simples: está prevista no caput do art. 242 do ECA.
	Causas de aumento e diminuição de pena
	Não há previsão legal.
	Tipo objetivo (verbo/núcleo do tipo)
	“Vender”, “fornecer”, “entregar” ou seja, comercializar ou pôr ao alcance, proporcionar, facilitar ainda que de forma gratuita ou ceder, oferecer, conceder, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivos.
	Pena
	Reclusão, de três a seis anos.
	Ação penal
	Ação penal pública incondicionada.
	Elementos normativos (outros, além do verbo)
	Ainda que gratuitamente: sem exigir valores monetários ou qualquer outro tipo de pagamento em troca; De qualquer forma: utilizando qualquer meio para isso, podendo ser de forma direta ou indireta;
	Exemplo
	Indivíduo que integra organização criminosa, a fim de que seja informado sobre a chegada da polícia militar em operações, fornece armas a criança, para que a mesma realize disparos de modo a sinalizar os demais.
	Jurisprudência
	TJ-PR - Apelação Crime ACR 7200404 PR 0720040-4 (TJ-PR)
Ementa: APELAÇÃO CRIME. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO (ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, IV, DA LEI Nº 10.826 /03) E ART. 242, DA LEI Nº 8.069 /90. CONDENAÇÃO. PLEITO RECURSAL BUSCANDO A ABSOLVIÇÃO DO SENTENCIADO NO TOCANTE AO DELITO TIPIFICADO NO ART. 242 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ALEGADO ERRO DE TIPO. DESCONHECIMENTO DE QUE SE TRATAVA DE MENOR DE 18 ANOS. TESE INACOLHÍVEL. RECONHECIMENTO DE CONTINUIDADE DELITIVA. NÃO-CONFIGURAÇÃO. DELITOS AUTÔNOMOS. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 71 DO CP. RECURSO DESPROVIDO.
1.O erro de tipo é aquele que incide sobre elementos objetivos do tipo penal. Como o dolo deve abranger a consciência e a vontade do agente a respeito desses elementos, fica ele excluído se o agente desconhece ou se engana a respeito de um dos elementos que compõem o modelo legal de conduta proibida.
2. É de se reconhecer a continuidade delitiva quando infrações da mesma espécie e da mesma maneira procedimental forem praticadas uma logo após a outra, de modo que se observe uma homogeneidade de circunstâncias objetivas nos atos materiais praticados pelo agente. A só configuração da semelhança em termos de tempo e lugar não basta à caracterização do crime continuado, é mister que se cuide de ofensas a um mesmo bem jurídico. 
	Art. 243.  Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
	Sujeito ativo
	Crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa que pratica os atos previstos. O crime é impróprio.
	Sujeito passivo
	A criança ou adolescente e, em sentido lato, a sociedade que será lesada.
	Objeto jurídico
	O bem jurídico tutelado é a saúde pública, e em particular a da criança e do adolescente, e a sua boa integração social.
	Consumação e tentativa
	O crime consuma-se com a venda, fornecimento, ministração ou entrega. 
Por se tratar de crime plurissubsistente, admite tentativa.
	Classificação
	Crime comum, de forma livre, comissivo, doloso, anormal, de perigo, unissubjetivo, plurissubistente e instantâneo.
	Conflito aparente e/ou concurso de crimes
	Correlação com outros dispositivos: Lei 6.368/76, arts. 12, 13, 14 e 35; Lei 8.072/90, art. 20, seus incisos e §§, que, apesar de sujeita a interpretação, está em vigor.
Devemos ter em mente que, se a substância é proibida, prevalece o disposto na Lei 6.368176 – chamada Lei de Tóxicos – e na Lei 8.072/90, dos crimes hediondos. Constatado o tráfico de entorpecentes e drogas afins, a pena pode subir de 3 a 15 anos, conforme prevê o art. 12 da referidaLei 6.368/76, e a perda de benefícios, segundo a Lei 8.072/90.
	Figuras típicas (simples/qualificadas)
	Simples: está prevista no caput do art. 243 do ECA.
	Causas de aumento e diminuição de pena
	Não há previsão legal.
	Tipo objetivo (verbo/núcleo do tipo)
	“Vender”, “fornecer”, “servir”, “ministrar” ou “entregar”, ou seja, comercializar ou pôr ao alcance, proporcionar, facilitar, ou apresentar ou aplicar, passa algo a domínio de outrem, ainda que de forma gratuita ou de qualquer forma, a criança ou adolescente bebida alcóolica ou, sem justa causa, componentes que podem causar dependência química ou psíquica.
	Pena
	Reclusão, de dois a quatro anos e multa.
	Ação penal
	Ação penal pública incondicionada.
	Elementos normativos (outros, além do verbo)
	Ainda que gratuitamente: sem exigir valores monetários ou qualquer outro tipo de pagamento em troca; De qualquer forma: utilizando qualquer meio para isso, podendo ser de forma direta ou indireta; Sem justa causa: para que haja a punição do sujeito, o agente deverá ter fornecido a substância “sem justa causa” (sem um justo motivo) para isso. Se estiver presente a justa causa, não haverá o crime.
	Exemplo
	Joãozinho, 15 anos, vai até a mercearia do bairro comprar cerveja para seu pai. Se houver a venda, mesmo que fique provado que a bebida não era para o jovem, ocorre o crime tipificado no art. 243, do ECA.
	Jurisprudência
	(...) A entrega a consumo de bebida alcoólica a menores é comportamento deveras reprovável. No entanto, é imperioso, para o escorreito enquadramento típico, que se respeite a pedra angular do Direito Penal, o princípio da legalidade. Nesse cenário, em prestígio à interpretação sistemática, levando em conta os arts. 243 e 81 do ECA, e o art. 63 da Lei de Contravenções Penais, de rigor é o reconhecimento de que neste último comando enquadra-se o comportamento em foco. (...)
(STJ. 6ª Turma. HC 167.659/MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 07/02/2013).
	Art. 244-A Submeter a criança ou adolescente como tais definidos no caput do art. 2º desta lei, à prostituição ou a exploração sexual.
Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa.
§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo;
§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.
	Sujeito ativo
	Crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa que submeta a criança à prostituição ou a exploração sexual.
	Sujeito passivo
	A criança ou adolescente, independentemente de sexo ou outras características.
	Objeto jurídico
	O bem jurídico tutelado é a integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente.
	Consumação e tentativa
	Consuma-se com a submissão da criança ou adolescente a prostituição ou exploração sexual.
Por se tratar de crime plurissubsistente, admite tentativa.
	Classificação
	Crime comum; comissivo; instantâneo; material; de forma livre; unissubjetivo; plurissubsistente.
	Conflito aparente e/ou concurso de crimes
	Com o advento da Lei 12.015/09 renova-se toda uma celeuma referente a conflitos entre os crimes de rufianismo e favorecimento à prostituição. E essas dificuldades tornam-se cada vez maiores para o intérprete e aplicador do Direito, em face das inovações legais criadas pelos chamados "crimes sexuais contra vulnerável" e também seu conflito com o artigo 244 – A, ECA (Lei 8069/90). 
	Figuras típicas (simples/qualificadas)
	Simples: está prevista no caput do art. 242-A do ECA.
	Causas de aumento e diminuição de pena
	Não há previsão legal.
	Tipo objetivo (verbo/núcleo do tipo)
	“Submeter” à prostituição ou á exploração sexual.
	Pena
	Reclusão de quatro a dez anos e multa.
	Ação penal
	Ação penal pública incondicionada.
	Elementos normativos (outros, além do verbo)
	Submissão da criança ou adolescente a prostituição ou a exploração sexual.
	Exemplo
	Indivíduo que integra organização criminosa, a fim de que seja informado sobre a chegada da polícia militar em operações, fornece armas a criança, para que a mesma realize disparos de modo a sinalizar os demais.
	Jurisprudência
	APELAÇÃO CRIMINAL. SUBMISSÃO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE À PROSTITUIÇÃO. ART. 244-A DO ECA. NÃO CONFIGURAÇÃO DO DELITO. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DO NÚCLEO DO TIPO. ABSOLVIÇÃO. Não configura o crime do art. 244-A, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, quando demonstrado nos autos a inexistência de domínio, físico ou moral, do agente sobre a vítima, obrigando-a à exploração sexual ou prostituição. Inobstante o relevante critério de proteção ao adolescente, dominante na formação do Estatuto da Criança e do Adolescente, o princípio da legalidade não permite ampliar a compreensão da elementar submissão (com necessário poder sobre outrem) para abranger a conduta daquele que mantém relacionamento afetivo com vítima maior de 14 (quatorze) anos.
	Código de Defesa do Consumidor.
ART. 64 
Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo.
	FUNDAMENTAÇÃO JURIDICA
	Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena – Detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou 
	ELEMENTO OBJETIVO
	Relações de consumo são as que se estabelecem entre "fornecedor" e o "consumidor", tendo por objeto os "produtos" e "serviços". Entende-se por "consumidores" todos que compram ou utilizam produtos e serviços para uso próprio; "fornecedores" são empresas ou pessoas que produzem, montam, criam constroem, transformam, importam, exportam, distribuem ou vendem produtos ou serviços; "produto" é qualquer bem móvel (carro, sofá, etc.) ou imóvel (casa, terreno, etc.) e "serviço" é qualquer trabalho prestado mediante pagamento, inclusive serviços públicos, bancários, financeiros, de crédito e de seguros. 
	ELEMENTO SUBJETIVO
	É dolo, não há previsão na conduta culposa.
	ELEMENTO NORMATIVO
	Nocividade e periculosidade
	EM JURIDICO TUTELADO
	a vida ou a saúde
	OBJETO MATERIAL
	o amparo penal é a relação do consumidor
	SUJEITO ATIVO
	é qualquer pessoa física inserta na cadeia de consumo que tenha o dever de comunicar ou recolher no mercado os produtos nocivos ou perigoso
	SUJEITO PASSIVO
	a coletividade de consumidores
	CONSUMAÇÃO
	crimes de perigo abstrato, nos quais se presume iure et de iure o perigo para o bem público, que emerge da simples realização da conduta. 
	TENTATIVA
	 inexistindo o crime em sua forma tentada
	MODALIDADE COMISSIVA
	Não admite
	MODALIDADE OMISSIVA
	trata de crime omissivo puro, já que sua consumação se perfaz por uma simples abstenção.
	AÇÃO PENAL
	A ação penal nos crimes contra o consumidor é pública
incondicionada. Caso o Ministério Público não ajuíze a competente ação dentro
do prazo legal, poderão os legitimados propor ação penal privada subsidiária
da pública, conforme disciplina o artigo 100, parágrafo 3o do CP.
	PENA
	pena prevista é de seis meses a dois anos e multa, devendo o magistrado aplicar ambas penalidades
	POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE CRIMES
	á no caso um concurso material entre os crimes previstos nos artigos 278 do Código Penal e artigos 63 e 64 do CDC
	POSSIBILIDADE DE CONCURSO DE PESSOAS
	Previstano art. 75 do CDC Artigo 75:
“ Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código, incide nas penas a esse cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em depósito de produtos ou serviços e prestações de serviços nas condições por ele proibidas.”
A norma em questão não deixa de ser redundante, eis que repete a regra geral do concurso de pessoas previsto no Código Penal, em seu artigo 29.
	POSSIBILIDADE DE SUSPENÇÃO CONDICIONAL DO PROCESS
	Possível já que a pena mínima cominada ao delito é inferior a um ano.
	AUMENTO E DIMINUIÃO DE PENA
	
	PARTICULARIDADES
	“se o agente, embora não comunicando o fato à autoridade, venha a fazê-lo aos consumidores, não se perfaz o crime”.
	CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
	Esses delitos têm as relações de consumo como objeto principal (imediato). O direito à vida, à saúde, ao patrimônio, etc., compõe o a sua objetividade jurídica secundária (mediata), isto é, são tutelados por eles de forma indireta ou reflexa, A forma culposa não foi contemplada neste dispositivo. Este dispositivo é um tipo penal aberto, pois caberá ao aplicador e intérprete dar o significado de nocividade e periculosidade
	JURISPRUDÊNCIA
	Recurso especial interposto pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios que tem como escopo dar prosseguimento a ação penal interrompida pelo reconhecimento da extinção da punibilidade e prescrição no crime previsto no art. 64 do CDC. Discussão acerca do momento que inicia a contagem da prescrição da referida conduta, 
O prazo prescricional do crime previsto no art. 64 do CDC inicia do surgimento do vício do produto ou serviço. ACÓRDÃO, Brasília, 08 de novembro de 1995.
	EXEMPLO
	Embora concluida a construção do prédio anteriormente à edição do Código de Defesa do Consumidor, os crimes previstos nos artigos 64, deste Instituto e do art. 132, do Código Penal, somente se consumaram com a omissão do síndico em comunicar aos condôminos, o risco de vida a que estariam expostos, por falhas estruturais detectadas em laudo pericial realizado pela Caixa Econômica Federal, quando já em vigor a lei protecionista em apreço.
- Tendo os delitos se verificado em tal data, é dai que começa a fluir o lapso prescricional, que não completado, não há como ser decretada a prescrição
Recurso conhecido para, reformado o acórdão recorrido, determinar se prossiga com a ação penal.
REFERÊNICAS
BARROS, Guilherme Freire de Melo. Estatuto da Criança e do Adolescente. 7. ed. São Paulo: JusPODIVM, 2013.
BRASIL. Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial, 2002.

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