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Perguntas sobre o Código Penal

1- O que é o Código Penal? 
2- Quando começou o Código Penal? 
3- Qual o objetivo do Código Penal? 
4- O Código Penal teve emendas? Se sim, cite pelo menos 3. 
5- Destaques do Código Penal. 

💡 1 Resposta

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Maila Manresa

1. Código penal é um conjunto de normas codificadas que tem o objetivo de determinar e regulamentar os atos considerados infrações penais, assim como definir as sanções correspondentes. É considerado um dos grandes códigos na tradição jurídica romano-germânica.

2. O código penal vigente no Brasil foi criado pelo decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, pelo então presidente Getúlio Vargas durante o período do Estado Novo, tendo como ministro da justiça Francisco Campos.

3. Há que se acrescentar que o Direito Penal é formado por uma descrição, em série, de condutas definidas em lei, com as respectivas intervenções do Estado (na aplicação de sanções e eventuais benefícios), quando da ocorrência do fato delituoso, concreto ou tentado.

4.  Sim. A Medida Provisória se trata de espécie legislativa que substituiu o antigo decreto-lei, previsto nos arts. 74, “b”, c/c os arts. 12 e 13 da Constituição de 1937; arts. 49, V, e 58 da Constituição de 1977 e arts. 46, V, e 55 da Constituição de 1967, na redação dada pela EC n. 1/69.

Direito Penal possui aplicação importante nas relações humanas, previstas de forma a tutelar os bens jurídicos mais importantes, os quais não estejam possibilitados de tutela de outros ramos do direito.

Nesse contexto, Cleber Masson cita decisão já proferida pelo Superior Tribunal de Justiça:

A missão do Direito Penal moderno consiste em tutelar os bens jurídicos mais relevantes. Em decorrência disso, a intervenção penal deve ter o caráter fragmentário, protegendo apenas os bens mais importantes e em casos de lesões de maior gravidade.[1]

De tais transcrições se extrai o entendimento de que o Direito Penal seja aplicado como ultima ratio jurisdicional de intervenção estatal, quando não haja outros ramos do direito, capazes de solucionar os conflitos que firam os direitos sociais mais salvaguardados.

Vale destacar tal como assevera o Ministro Gilson Dipp[2] do Superior Tribunal de Justiça que, o Código Penal é tido como a lei mais importante depois da Constituição, sendo que, com ele se possa delimitar o poder interventivo do Estado em princípios preestabelecidos na Constituição Federal de 1988, qual seja, o direito a liberdade.

Dessa forma, cumpre ressaltar que o atual Código Penal é datado década de 40, possuindo ainda, normas desatualizadas condizentes a época de sua elaboração, onde a sociedade vivia em patamares de hierarquia entre as classes sociais, estabelecido pelos valores que cada uma detinha, onde visivelmente as penalidades eram mais severas nos crimes das classes desprovidas economicamente.

Tais considerações refletem-se diante de Projeto de Lei do Senado 236/2012, tratando da reforma do Código Penal e que vem ganhando grande repercussão em sua elaboração, devido à complexidade de se estabelecer normas harmônicas com a realidade atual, que se anseia socialmente.

A ementa prevê a seguinte ordem do chamado “Novo Código Penal”:

Institui novo Código Penal, sendo divido em Parte Geral (art. 1º ao 120) e Parte Especial (art. 121 ao 541). Sendo a Parte Geral dividida nos seguintes Títulos: I - Aplicação da Lei Penal (art. 1º ao 13); II - Do Crime (art. 14 ao 44); III - Das Penas (art. 45 ao 70); VI - Da Individualização das Penas (art. 71 ao 94); V - Medidas de Segurança (art. 95 ao 98); VI - Ação Penal (art. 99 ao 104); VII - Barganha e Colaboração com a Justiça (art. 105 ao 106); VIII - Extinção da Punibilidade (art. 107 ao 120). A Parte Especial tem os seguintes Títulos: I - Crimes Contra a Vida (art. 121 ao 154); II - Crimes Contra o Patrimônio (art. 155 ao 171); III - Crimes contra a Propriedade Imaterial (art. 172 ao 179); IV - Crimes Contra a Dignidade Sexual (art. 180 ao 189); V - Crimes Contra a Incolumidade Pública; VI - Crimes Cibernéticos (art. 208 ao 211), VII - Crimes Contra a Saúde Pública (art. 212 ao 238); VIII – Crimes Contra a Paz Pública (art. 239 ao 258); IX - Crimes Contra a Fé Pública (art. 259 ao 270); X – Crimes Contra a Administração Pública (art. 271 ao 324); XI – Crimes Eleitorais (art. 325 ao 338); XII - Dos Crimes Contra as Finanças Públicas (art. 339 ao 347); XIII – Crimes Contra a Ordem Econômico-Financeira (art. 348 ao 387); XIV – Crimes contra Interesses Metaindividuais (art. 388 ao 451); XV – Crimes Relativos a Estrangeiros (art. 452 ao 457); XVI – Crimes Contra os Direitos Humanos (art. 458 ao 503); XVII – Crimes de Guerra (art. 504 ao 541). O Código entrará em vigor noventa dias após a data de sua publicação (art. 542). Indica, de forma específica, todas as disposições legais que serão revogadas (art. 543).[3] (Grifei)

Como se pode ver, o “Novo Código Penal” pretende reformular toda sua estrutura, acrescendo-se novos títulos tais como os destacados, novidades essas tais como algumas serão exibidas entre outras nos tópicos seguintes.

Dentre as observações apresentadas nesse anteprojeto, tem-se que, o sistema de leis penais especiais não está em consonância com Código Penal, encontrando-se desatualizados, a ponto de muitas Leis anteriores a CF/88 não terem sido revogadas, muito menos questionadas no Supremo Tribunal Federal, quanto à sua recepção pela Carta Magna.

A doutrina de um modo geral indica 4 princípios, tal como indicados por Masson[4], em referencia a solucionar esse conflito de leis, quais sejam: especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade.

Porém, o jurista Luiz Flávio Gomes[5] ressalva que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) opinaram negativamente sobre a prática legislativa recorrente nos países latino-americanos, no sentido de buscarem por meio da criação de leis penais emergenciais a solução para resolver os problemas sociais exigidos pela sociedade.

É notória a relevância desta preocupação, visto que, a elaboração de uma reforma de modo tão célere, possibilita incorrência de erros, que deverão ser sanados por novas alterações legislativas, o que denotaria ineficácia dos meios visados. Tal preocupação, tal como destacou o jurista, mostra-se coerente, visto que, a celeridade em ter aprovado o referido anteprojeto, em virtude do clamor público diante de tantos crimes horrendos, pode-se tornar justificativa errônea no sentido de elaborar mecanismos de contenção criminal.

Contudo, muitas precauções ao que tudo indica estão sendo tomadas, não que estas sejam o seguro da não incorrência em erros em inovar na ordem legislativa. Mas, medidas participativas, tais como audiências públicas estão sendo feitas, bem como a constituição de uma Comissão Especial do Senado Federal que tem como relator o Ex-procurador da República e hoje Senador – Pedro Taques, dentre outros tantos juristas de notório saber jurídico, possibilitando também a sociedade manifestar-se por meio de opiniões a respeito de mudanças favoráveis, pretendendo votar tal anteprojeto até o término desse ano.

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