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AVALIAÇÃO DE LESÕES POR ENTORSES DE TORNOZELO EM ATLETAS DE VOLEIBOL 1

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AVALIAÇÃO DE LESÕES POR ENTORSES DE TORNOZELO EM ATLETAS DE VOLEIBOL
Ihgor Luiz Jagelski Moreira¹, Matheus Diovany Pechim dos Santos ²
Resumo
A proposta deste estudo foi avaliar os episódio de entorse de tornozelo em atletas de voleibol. O estudo foi realizado entre o período de junho de 2017 à julho de 2017 tendo a participação de 10 atletas. Os mesmos foram avaliados individualmente quanto a estruturas lesadas, frequência das lesões e o tempo da lesão. As entorses do tornozelo são as lesões mais comuns na prática esportiva, podendo ter acometimento parcial ou total das fibras e tendões da região do tornozelo. 
Palavra- chave: Lesão; Esporte; Fisioterapia
Introdução
Esportes em que os fundamentos exigem impactos (voleibol, basquetebol, ginástica olímpica, judô, dentre outros) sempre iram trazer aos praticantes uma maior suscetibilidade a lesões, decorrentes tanto da repetitividade do movimento quanto aos impactos (SILVESTRE, 2003).
Lesões esportivas sempre foram motivo de preocupação para a vida esportiva de um atleta, devido ao seu retorno à sua prática esportiva. Lesões esportivas são definidas como síndrome dolorosa que podem impedir os atletas de desempenhar seus treinos e campeonatos, logo isso vem prejudicando seu desempenho (COHEN; ABDALLA, 2005; HINO et al., 2009).
Ainda que não se tenha o entendimento na integra sobre as causas ou natureza dos danos relacionados à prática do voleibol, existem estudos de que as exposições repetitivas aos impactos podem levar a danos consideráveis (SANTOS, 2005).
A entorse é a lesão de maior ocorrência na articulação do tornozelo e alta incidência desse tipo de lesão se dá durante a prática tanto de esportes com saltos e impacto direto na articulação do tornozelo como é o caso do voleibol (ARENA, 2003).
Segundo Peres et al (2014), 80% das lesões do voleibol podem gerar entorses de tornozelo. E para Rodack (1997), a incidência de lesão no tornozelo está entre 1,7 e 4,2 lesões por 1000 horas de jogo.
A lesão acontece devido aos inúmeros saltos no decorrer da partida e que em alguns momentos tender a fazer a entorse, deve se levar em conta também a biomecânica do gesto esportivo do voleibol que querer grandes impactos e mudanças abruptas de direção levando uma grande carga de peso a articulação do tornozelo (MILANEZI et al., 2015; PACHECO; VAZ; PACHECO, 2015).
 	As ocorrências das lesões estão associadas com fatores extrínsecos e intrínsecos que estão diretamente relacionadas com o atleta, podendo ser decorrentes do micro traumas repetitivos (KURATA et al., 2007).
Tendo em vista a frequência que o tornozelo sofre impacto, é importante que exista um trabalho de prevenção de lesões para diminuir danos musculares e mecânicos.
Segundo Sandoval (2005), A lesão pode acontecer por traumatismo direto ou por sobrecarga repetitiva, fazem alterações negativas que vão reduzindo a desempenho geral do atleta pela presença da dor, edema, tensão muscular e contratura muscular.
 	Com isso, o presente estudo justifica-se pela necessidade de avaliar as principais lesões ocorrentes em atletas praticante de voleibol.
O conhecimento sobre as lesões em atletas torna-se importante pois permite um planejamento fisioterapêutico mais adequados para que se possa traçar estratégias de prevenção.
Material e Métodos
Este trabalho está vinculado à Faculdade Unicampo, ao curso de Fisioterapia. O estudo foi realizado na Cidade de Campo Mourão- PR, com os atletas da equipe de juniores de futebol de campo, durante o período de março a maio de 2009. A pesquisa foi feita após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. O presente estudo do tipo quantitativo descritivo, teve como amostra inicial, composta de 10 atletas de ambos os sexos com idade entre 16 e 40 anos.
Como critérios de inclusão: praticantes da modalidade voleibol, que tenha entre 16 a 40 anos de idade.
Como critérios de exclusão: ter idade inferior a 16 ou maior que 40.
 Foi aplicado um questionário para caracterizar as amostra estudadas quanto à idade, posição do atleta, tipo de entorse, frequência e tempo da lesão. 
Resultados
A análise de dados ocorreu de forma descritiva, relacionando e comparando as entorses quanto a posição de atuação do atleta, tipo de entorse, gesto esportivo realizado no momento da lesão e idade do atleta.
Foram encontradas diferenças significantes na correlação entre o tipo entorse, posição de atuação do atleta e gesto esportivo, como descritas no gráfico 1.
 Gráfico 1- Distribuição dos principais tipos de lesões encontradas em grupo de 10 atletas de voleibol.
Foi possível se fazer uma análise, no qual se identificava qual era o tipo de entorse com maior incidência nesse grupo de atletas, e se identificou que as entorses em inversão são maiores que os em eversão como descrito no gráfico 2.
 
Gráfico 2- Diferença no percentual do tipo de lesão nos atletas.
O índice de entorses, é maior em jogadores mais jovens devido à uma fragilidade técnica, tática e devido ao fator de não posicionamento do corpo de forma correta para se ter uma absorção da força ou para executar determinados tipos de habilidades, como descrito da tabela 1.
	Idade
	 Quantidade
	 Percentual
	16 anos
	 3
	 30%
	19 anos
	 3
	 30%
	26 anos
	 2
	 20%
	34 anos
	 1
	 10%
	40 anos
	 1
	 10%
 
Tabela 1- Assimetria do fator da lesão com correlação a idade.
Quanto as estruturas lesionadas durante as partidas, foi possível identificar claramente a diferença das estruturas, observa-se que 10% teve lesão óssea associada à entorse, 40% Músculos acompanhado de 50% com lesões ligamentares apenas, como observado no gráfico 3.
Gráfico 3 – Porcentagem das estruturas mais acometidas no grupo de atletas.
Discussão
A incidência das lesões esportivas é muito comum em qualquer programa de treinamento e a mesmas pode estar relacionada com diferentes fatores de risco. 
A entorse é considerada a lesão com maior ocorrência na articulação do tornozelo, durante o a pratica do voleibol, essa incidência pode aumentar ainda mais por envolver saltos e quedas, como é o caso do voleibol (CARAZZATO; CAMPOS; CARAZZATO, 1992).
Para Santos, Piucco e Reis (2007), os bloqueios juntamente com a cortada representaram mais do que o dobro dos outros mecanismos de lesão nas duas equipes, assim como as lesões nos tornozelos foram as mais ocorridas.
Foi visto no presente estudo que o número de atletas com entorse relacionado a posição em que o mesmo joga foi maior que aqueles que nunca haviam sofrido lesões por tipo de entorse gesto esportivo. Algumas literaturas apontam que o índice de lesões como entorses é maior em jogadores mais jovens (RIBEIRO, 2007).
Para Zampieri e Almeida (2003), nos bloqueios que envolvem saltos, as lesões de tornozelo correspondem de 15% a 45% entre todas as lesões e são responsáveis por 25% da troca de atletas durante a partida.
Este fato é justificado pelas próprias características do esporte, tais como, excesso de treinamento, movimentos repetitivos e contato direto entre os atletas, e ainda às características individuais de cada atleta que podem predispor a uma ocorrência bem maior de lesões (DETANICO, 2008).
As lesões podem ainda ser decorrentes, por métodos inadequados de treinamento, alterações estruturais que irão sobrecarregar mais determinadas partes do corpo e ainda pela fraqueza muscular (KURATA, 2007).
Conclusão
 	O estudo verificou que a grandes correlações da entorse com a idade e fatores extrínsecos, podendo nos mostra as grandes probabilidades de diversos fatores desencadeantes da entorse de tornozelo. Também foi possível verificar com tais atos, e posição podem ser auxiliadores para a lesão.
Com esse estudo também foi possível identificar que existem diferenças do tipo de lesão nos atletas e as estruturas lesionadas.
Mais estudos precisam ser realizados para verificara grande variabilidade dos fatores que podem levar à entorse na pratica do voleibol.
A taxa exata deste estudo pode ainda ser decorrente de um número pequeno de participantes, que se encontra abaixo das amostras apresentadas por estudos semelhantes, e isto pode ter influenciado e mascarado resultados.
Referências
ARENA, S. S.; RU, Mancini. Lesões esportivas, fatores de risco e exames de pré-participação para jovens atletas. Rev Ed Fis Cid S Paulo, v. 1, p. 21-9, 2003.
CARAZZATO, João Gilberto; CAMPOS, Luis Antonio N.; CARAZZATO, Simone Godinho. Incidência de lesões traumáticas em atletas competitivos de dez tipos de modalidades esportivas. Rev Bras Ortop, v. 27, n. 745, p. 58, 1992
COHEN, M.; ABDALLA, R.J. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção, tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.
DETANICO, D. et al. Alterações posturais, desconforto corporal (dor) e lesões em atletas das seleções brasileiras de hóquei sobre a grama. Revista de Educação Física, Rio de Janeiro, v.19, n.3, p. 423-430, jul./set., 2008.
DOS SANTOS, Saray Giovana; PIUCCO, Tatiane; DOS REIS, Diogo Cunha. Fatores que interferem nas lesões de atletas amadores de voleibol. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum, v. 9, n. 2, p. 189-195, 2007.
HILLMAN, S. K. Avaliação, Prevenção e Tratamento imediato das lesões esportivas. Barueri: Manole, 2002.
HINO, A.A.F.; REIS, R.S.; AÑES, C.R.R.; FERMINO, R.C. Prevalência de lesões em corredores de rua e fatores associados. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v.15, n.1, p.36-9, 2009.
KURATA, D.M.; JUNIOR, J.M.; NOWOTNY, J.P. Incidência de lesões em praticantes de futsal. Iniciação Científica CESUMAR, v.9, n.1, p.45-51, 2007.
MILANEZI, F. C. et al. Comparação dos parâmetros de força e propriocepção entre indivíduos com e sem instabilidade funcional de tornozelo. Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 23-28, março 2015.
PACHECO, A. M.; VAZ, M. A.; PACHECO, I. Avaliação do tempo de resposta eletromiográfica em atletas de voleibol e não atletas que sofreram entorse de tornozelo. Revista brasileira medicina do esporte, Niterói, v. 11, n. 6, p. 325-330, dezembro 2005.
RIBEIRO, R. N. et al. Prevalência de lesões no futebol em atletas jovens: estudo comparativo entre diferentes categorias. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 21, n.3, p. 189-94, jul./set., 2007.
RODACKI, A. L. F. et al. O número de saltos verticais realizados durante partidas de voleibol como indicador da prescrição do treinamento. Revista Treinamento Desportivo, v. 2, n. 1, p. 38, 1997.
SANDOVAL, A.E.P. Medicina do Esporte: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed, 2005.
SANTOS, S. G. et al. Características de impacto de membros inferiores e lesões em atletas de voleibol. In: Anais do VII Congresso Brasileiro de Biomecânica. João Pessoa. 2005. p. 1-6.
SILVESTRE, Michelli Vitória; LIMA, Walter Celso de. Importância do treinamento proprioceptivo na reabilitaçäo de entorse de tornozelo. Fisioter. mov, v. 16, n. 2, p. 27-34, 2003.

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