Cap 47 (transcrição da aula)

Prévia do material em texto

Somestesia I
Células especiais podem captar estímulos do meio ambiente, estes são mediados por variação de energia e transferidos ao Sistema Nervoso Central (SNC), gerando os potenciais geradores (formarão o 1º potencial de ação do neurônio). Estas células, responsáveis pela captação dos estímulos, são tipos de receptores. Cada variação de energia pode penetrar no organismo através do receptor específico mais sensível. A sensibilidade geral é a somestesia. A somestesia é representada pelo tato, sensibilidade térmica, dor e propriocepção. Hoje serão estudados tato e propriocepção.
Durante o potencial gerador, há uma freqüência de potenciais de ação produzidos no neurônio correspondente. A amplitude do potencial gerador é o que influi na freqüência dos potencias de ação. Na realidade, há muitos receptores em todo o corpo (mucosas, articulações, músculos...), particularmente, na pele. A propriocepção ,na maioria das vezes, é inconsciente: significa você perceber todas as partes do seu corpo no espaço (em que posição estão...).
Todas as vias se dirigem ao SNC, á medula ou ao encéfalo. A via nervosa possui vários neurônios(4) e ocorre modificação quando passa de um neurônio a outro. A somestesia representa a capacidade de se perceber as sensações que envolvem o nosso corpo tanto em relação ao ambiente quanto ao próprio corpo.
Embora existam muitos receptores na pele e em vários outros lugares, no SNC os neurônios podem ser agrupados de várias maneiras. São 4 neurônios, há pouca variação nisso. Ao longo da própria evolução nervosa, as transmissões foram se tornando cada vez mais rápidas. O Sistema Epicrítico é o que possui maior velocidade de transmissão (suas fibras são mais grossas) – há uma somatotopia. Todas as partes do corpo são representadas no SNC, a isso se dá o nome de somatotopia.
Há um outro sistema mais impreciso e com fibras mais finas. Enquanto o primeiro transmite tão, suas variações e propriocepção, o segundo transmite sensibilidade térmica e dor, que preserva o indivíduo da sua integridade física (?). A diferenciação em termos de detalhamento é bem precisa pois quando te encostam em algum lugar, este é facilmente detectável. O segundo sistema é chamado Sistema Protopático.
O Sistema Epicrítico é rápido e possui mecanorreceptores. O segundo neurônio está no núcleo da coluna dorsal e núcleo principal do nervo trigêmio. Há um cruzamento no tronco encefálico que forma o 3ª neurônio (núcleo ventral posterior do tálamo). Forma-se um lemnisco medial e radiações talâmicas neste trajeto. O 4º neurônio fica no córtex cerebral.
O Sistema Protopático tb tem 2 neurônios na coluna dorsal e núcleo espinhal do trigêmio. Forma-se o lemnisco espinhal. O tato protopático é chamado grosseiro e o epicrítico chamado tato fino. A somatotopia do epicrítico é mais grosseira mas os dois sistemas são um pouco semelhantes, os dois cruzam.
No Sistema Epicrítico: vai da medula até o bulbo e passa ao outro lado, tálamo (n. ventroposterior – 3º neurônio) e vai até a área S1. É sempre o 2º neurônio que cruza e este pode ir ao cerebelo e produzir um feedback no córtex sensorial. O cerebelo participa na idealização e na correção do movimento, daí a importância de sua participação. Uma parte do sistema vai ao cerebelo.
No protopático: vai á medula (2º neurônio da via) e um grupo pode ir à formação reticular e as regiões altas corticais para transmitir a dor. Ele já cruza na medula. É o que mais diferencia as duas vias. Vai ao tálamo e depois ao córtex sensorial. O nervo trigêmio (5ºNC) é muito importante neste processo. Há uma divisão de áreas correspondentes em dermátomos. As três divisões do trigêmio são: oftálmico, maxilar e mandibular. Mão – vai até o núcleo cuneiforme; face – n. principal do trigêmio; pé – n. grácil (???). Formam o lemnisco medial até o tálamo e depois formam outras conexões nervosas no córtex cerebral. Há uma seqüência na organização espacial. Essa é a via do Sistema Epicrítico, na coluna dorsal da medula até o córtex cerebral. O lemnisco medial vai até o tálamo e daí ao córtex cerebral.
Sistema Protopático: 2º neurônio na medula cruza e forma o feixe espino-talâmico. Antes de chegar no tálamo se junta às fibras do n. espinhal do trigêmio, forma o lemnisco espinhal e vai ao tálamo. As vias são até um pouco semelhantes. O espino-talâmico lateral é da dor e o anterior é da temperatura.
O Sistema epicrítico e o protopático funcionam juntos sempre. A sensação no membro inferior (região mais baixa) passa à região mediana e, cada vez mais superior, vai mais lateralmente na via. No bulbo formam os núcleos bulbares. Os últimos que sobem são do núcleo trigeminal. Pode-se realizar um mapa com estas vias nervosas. Só no tálamo é que aparece o corpo inteiro. Todas as regiões do corpo estão representadas em uma parte pequena do cérebro. No giro pós-central há o homúnculo somatotópico. Fazendo um mapa neste homúnculo pode-se perceber as partes do corpo representadas no cérebro. 
Há muitos receptores concentrados nas palmas das mãos, faces (pp, lábios) e planta dos pés. Como conseqüência há muitas fibras lá em cima. O tronco é pouco representado, pois é um local que possui poucos receptores. No tálamo há um mapa inteiro tb no núcleo ventroposterior. FALTA UMA FRASE QUE EU NÃO ENTENDI.... a somatotopia é patente. A mão ocupa uma parte maior no cérebro.
Para um neurônio de 2ª ordem, há uma excitação convergente, este neurônio recebe várias fibras de vários receptores. Pode haver tb uma inibição periférica, isso é feito através da convergência selecionada.
O córtex sensorial é o S1, próximo ao córtex parietal posterior e o S2 fica próximo ao córtex temporal. Os neurônios que saem do tálamo pela radiação talâmica são as áreas 3a 3b (mais próximas do córtex frontal) --- (???). Daí há outros para as regiões 1 e 2. Além disso pode ir à área sensorial 2 (S2).
Algumas áreas se relacionam ao tato e sua atividade, outras à movimento, outras à textura dos objetos. Provavelmente a área S2 se relaciona ao processo de memória ( ocorre durante o aprendizado). Ainda não se sabe muito sobre a área S2 e não há nada comprovado sobre ela.