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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CIVEL DA COMARCA DE ANAPÓLIS – GO Processo nº... JOÃO PINHO, espanhol, viúvo, contador, portadora da identidade RG nº...., inscrita no CPF nº...., residente e domiciliado na Rua Uruguai, nº 180, bairro...., Goiânia / GO, CEP...., com endereço eletrônico e-mail ...., vem por meio de seu advogado conforme procuração em anexo, com endereço profissional na Rua...., nº..., bairro ...., Cidade/UF, CEP..., com endereço eletrônico e-mail ...., onde recebe intimações, conforme art. 775 do CPC, nos autos da Ação de Anulação de negócio jurídico, pelo rito comum, que lhe move a empresa XYZ já qualificada nos autos, vem mui respeitosamente perante Vossa Excelência, apresentar sua : CONTESTAÇÃO pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I - PRELIMINARMENTE 1 – DA INCONPETÊNCIA RELATIVA A presente lide trata da pretensão de anulação do contrato de doação que tem por objeto dois bem imóveis situados na cidade de Goiânia / GO, o qual foi devidamente registrado, e assim tornado público, em 06 de janeiro de 2012, tendo como doador o Sr. João Pinho e como parte beneficiária as suas filhas, Mara Pinho e Marta pinho. Resta pacificado pela legislação vigente, segundo o art. 47, caput e paragrafo 2º do Código de Processo Civil. Artigo 47, caput do CPC – Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Paragrafo 2º - A ação possessória imobiliária será proposta de situação da coisa. Assim, como o imóvel em litígio está situado em Município diverso de onde foi proposta a demanda, pede-se que seja declarada a incompetência desse Juízo para apreciar o presente feito, sendo assim declarada a remessa dos autos para aquele da Comarca de Anápolis– GO. II - PRELIMINAR 1 - Do litisconsórcio passivo necessário Verifica-se na ação proposta pela autora a obrigatoriedade de também figurar no polo passivo da presente relação processual a Sra. Maria Pinho e Marta Pinho, beneficiárias da doação dos apartamentos doados pelo seu pai, como preceitua o artigo 114 e 115 do CPC e art. 485, X do Código de Processo Civil. Art. 114 CPC - O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Art. 115 CPC – A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório será: I – nula se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo; Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. Art. 485 do CPC – O juiz não resolverá o mérito quando: Inciso, X – nos demais casos prescritos neste código. Desta forma requer a extinção do processo sem resolução do mérito. II – PRELIMINAR 2 – Do defeito de representação Art. 337, IX do CPC O advogado não fez juntada nos autos do instrumento de procuração, portanto conforme preceitua o art. 337, IX do CPC. Artigo 337 do CPC – Incube ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: Inciso IX – incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; Portanto deverá ser extinto o processo, sem resolução de mérito. III – DA PREJUDICIAL DE MÉRITO 3 – DA DECADÊNCIA Tendo em vista que o registro de doação foi realizado dia 06 de janeiro de 2012, e que a autora deu ingresso com a Ação de Nulidade do Negócio Jurídico apenas em 09 de junho de 2015, ou seja, o Autor perdeu o direito de postular por não exercer dentro do prazo de 4 (quatro) anos, de acordo com o artigo 178 do CC. Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado: II - no caso de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico; O Código Civil estabelece que o prazo decadencial para o alegado pela autora, anulação de negocio jurídico por fraude contra credores, é de apenas quatro anos. Requer portanto a declaração da decadência e a extinção do processo com o julgamento do mérito. IV – DO MÉRITO 1 – A inexistência de fraude contra credores; 2 – Atos de transmissão gratuita de bens conforme elenca o art. 106 de CC; Artigo 106 do CC – A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado. 3 – A inexistência dos elementos que configuram a fraude. 4 – Não há prova da insolvência do credor. 5 – A fraude contra credores ocorre quando o devedor insolvente, ou na eminência de tornar-se tal prática atos suscetíveis de diminuir seu patrimônio. 6 – Houve a exoneração da fiança, de acordo com o art. 835 do CC; Art. 835 do CC – O fiador poderá exonerar-se da herança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante 60 (sessenta) dias após a notificação do credor. V – DA JURISPRUDÊNCIA Processo AGI 20130020292093 DF 0030158-18.2013.8.07.0000 Orgão Julgador 4ª Turma Cível Publicação Publicado no DJE : 14/07/2014 . Pág.: 153 Julgamento 2 de Julho de 2014 Relator JAMES EDUARDO OLIVEIRA Andamento do Processo Ementa DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECALARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL APÓS A CONTESTAÇÃO. HIPÓTESE DE LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO. ADMISSIBILIDADE. DECADÊNCIA. NULIDADE ABSOLUTA. NÃO CONFIGURAÇÃO. I. A DECISÃO JUDICIAL QUE, RECONHECENDO A EXISTÊNCIA DE LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO, DETERMINA A CORREÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL E A CITAÇÃO DO LITISCONSORTE, LONGE DE VULNERAR ALGUMA REGRA PROCESSUAL, EMPRESTA CUMPRIMENTO ESTRITO AO DISPOSTO NO ARTIGO 47, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. II. A OBSERVÂNCIA DO LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO É INDISPENSÁVEL À VALIDADE DA RELAÇÃO PROCESSUAL, MOTIVO POR QUE O LEGISLADOR IMPÕE AO JUIZ VELAR PELA SUA CONSTITUIÇÃO, SEJA QUAL FOR O ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO. III. A CONTESTAÇÃO E A ESTABILIZAÇÃO SUBJETIVA DA RELAÇÃO PROCESSUAL NÃO CONSTITUEM ÓBICE À CITAÇÃO DO LITISCONSORTE NECESSÁRIO E AO CONSEQÜENTE REALINHAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. IV. DE ACORDO COM A INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 169 DO CÓDIGO CIVIL, NÃO SE EXPÕEM À PRESCRIÇÃO OU À DECADÊNCIAAS PRETENSÕES QUE TENHAM POR OBJETO A DECLARAÇÃO DE NULIDADE ABSOLUTA DO NEGÓCIO JURÍDICO. V. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. VI – DA AUDIÊNCIA DE MEDIAÇÃO / CONCILIAÇÃO Requer o requerente a designação de audiência de mediação/conciliação a ser designada por este juízo. VII – DO PEDIDO Diante do exposto requer: 1 – Que seja acolhida a preliminar arguida de incompetência relativa deste juízo remetendo os autos ao juízo da Vara Cível da Comarca de Goiânia. 2 – Seja acolhida a segunda preliminar arguida intimando o Autor para regularizar o polo passivo da ação sob pena de extinção do processo sem resolução do mérito. 3 – Regularizar a representação processual, no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem julgamento de mérito. 4 – Seja reconhecida a decadência, extinguindo-se o processo com julgamento de mérito. 5 – Ultrapassada a preliminar de mérito, que seja julgado improcedente o pedido do Autor. 6 – A condenação do Autor ao pagamento das custas processuais e honorários Advocatícios no máximo legal. VII – DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, documental, documental superveniente, testemunhal, e depoimento pessoal do réu. Nestes termos Pede deferimento: Local e Data AdvogadoOAB/UF Nº
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