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PORTARIA Nº 399

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PORTARIA Nº 399, DE 22 DE FEVEREIRO DE 2006.
Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido Pacto.
O PACTO PELA VIDA:
O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas pelos governos federal, estaduais e municipais.
Significa uma ação prioritária no campo da saúde que deverá ser executada com foco em resultados e com a explicitação inequívoca dos compromissos orçamentários e financeiros para o alcance desses resultados.
As prioridades do PACTO PELA VIDA e seus objetivos para 2006 são:
SAÚDE DO IDOSO:
Implantar a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, buscando a atenção integral.
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA:
Contribuir para a redução da mortalidade por câncer de colo do útero e de mama.
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA:
Reduzir a mortalidade materna, infantil neonatal, infantil por doença diarréica e por pneumonias.
DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE, TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA.
Fortalecer a capacidade de resposta do sistema de saúde às doenças emergentes e endemias.
PROMOÇÃO DA SAÚDE:
Consolidar e qualificar a estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS.
 SAÚDE DO IDOSO
Para efeitos desse Pacto será considerada idosa a pessoa com 60 anos ou mais.
1 - O trabalho nesta área deve seguir as seguintes diretrizes:
Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa;
Estímulo às ações Inter setoriais, visando à integralidade da atenção;
A implantação de serviços de atenção domiciliar;
O acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitado o critério de risco;
Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa;
Fortalecimento da participação social;
Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa;
Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa;
Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
2 - Ações estratégicas:
Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa - Instrumento de cidadania com informações relevantes sobre a saúde da pessoa idosa, possibilitando um melhor acompanhamento por parte dos profissionais de saúde.
Manual de Atenção Básica e Saúde para a Pessoa Idosa - Para indução de ações de saúde, tendo por referência as diretrizes contidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
Programa de Educação Permanente à Distância - Implementar programa de educação permanente na área do envelhecimento e saúde do idoso, voltado para profissionais que trabalham na rede de atenção básica em saúde, contemplando os conteúdos específicos das repercussões do processo de envelhecimento populacional para a saúde individual e para a gestão dos serviços de saúde.
Acolhimento - Reorganizar o processo de acolhimento à pessoa idosa nas unidades de saúde, como uma das estratégias de enfrentamento das dificuldades atuais de acesso.
Assistência Farmacêutica - Desenvolver ações que visem qualificar a dispensação e o acesso da população idosa.
Atenção Diferenciada na Internação - Instituir avaliação geriátrica global realizada por equipe multidisciplinar, a toda pessoa idosa internada em hospital que tenha aderido ao Programa de Atenção Domiciliar.
Atenção domiciliar – Instituir esta modalidade de prestação de serviços ao idoso, valorizando o efeito favorável do ambiente familiar no processo de recuperação de pacientes e os benefícios adicionais para o cidadão e o sistema de saúde.
PORTARIA Nº 2.528 DE 19 DE OUTUBRO DE 2006
Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
No Brasil, o direito universal e integral à saúde foi conquistado pela sociedade na Constituição de 1988 e reafirmado com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90. Por esse direito, entende-se o acesso universal e equânime a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, garantindo a integralidade da atenção, indo ao encontro das diferentes realidades e necessidades de saúde da população e dos indivíduos. Esses preceitos constitucionais encontram-se reafirmados pela Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispôs sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área de saúde e as Normas Operacionais Básicas (NOB), editadas em 1991, 1993 e 1996, que, por sua vez, regulamentam e definem estratégias e movimentos táticos que orientam a operacionalidade do Sistema.
Garantir atenção integral à Saúde da população idosa, enfatizando o envelhecimento saudável e ativo e fortalecendo o protagonismo das pessoas idosas no Brasil. Esse é o principal objetivo da Política de Atenção Integral à Saúde do Idoso, estabelecida pela Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Entre suas diretrizes estão:
Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
Manutenção e reabilitação da capacidade funcional;
Apoio ao desenvolvimento de cuidados informais.
Ter uma alimentação adequada e balanceada, praticar exercícios físicos regularmente, diminuir a automedicação, ter uma convivência social estimulante e atividades prazerosas que atenuem o estresse, reduzindo os danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco são ações que  promovem modos de vida favoráveis à saúde e à qualidade de vida contribuindo para um envelhecimento ativo e saudável.
Promover o envelhecimento ativo e saudável significa  prevenir a perda de capacidade funcional da população idosa através da preservação da sua independência física e psíquica, bem como garantir o acesso a instrumentos diagnósticos adequados, a medicação e a reabilitação funcional.
Envelhecer, portanto, deve ser com saúde, de forma ativa, livre de qualquer tipo de dependência funcional, o que exige promoção da saúde em todas as idades. Importante acrescentar que muitos idosos brasileiros envelheceram e envelhecem apesar da falta de recursos e da falta de cuidados específicos de promoção e de prevenção em saúde. Entre esses estão os idosos que vivem abaixo da linha de pobreza, analfabetos, os seqüelados de acidentes de trabalho, os amputados por arteriopatias, os hemiplégicos, os idosos com síndromes demenciais, e para eles também é preciso achar respostas e ter ações específicas.
Na Sesab a Área Técnica da Saúde do Idoso busca, através do Centro de Referência Estadual de Atenção à Saúde do Idoso (Creasi), atender ao idoso através de avaliação multidimensional, por equipe interdisciplinar, com vistas à manutenção ou recuperação da sua saúde física, mental e funcional, adequando seus déficits às novas realidades, mantendo-o socialmente ativos e dentro do contexto familiar.
Caso Clinico
M.J.S , 63 anos, sexo feminino, casada, professora, mãe de três filhos, moradora de Salvador-Ba. No último dia 5, deu entrada no hospital do subúrbio com hemiparesia à direita, assimetria facial, dificuldade na fala. Seu filho caçula refere que a mãe è hipertensa e diabética há 25 anos. Foi tabagista e etilista por 20 anos. Ao exame físico PA 220 mmHg x 120 mmHg, HGT 498 mg/dl. Foi realizada uma bateria de exames entre ressonância magnética do cérebro, tomografia computadorizada, ECG e exames laboratoriais, onde observou- se que a paciente sofreu um AVC. Diante do diagnóstico de AVC, um plano de cuidadas deverá ser iniciado com uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, fisioterapeutas, médicos, psicólogos e demais profissionais. Após 21 dias de internamento a paciente recebe alta médica e dará início ao seu tratamento e processo de reabilitação.
Plano de cuidados.
Medicaçõesnos horários aprazados
Realização das fisioterapias (devido à hemiparesia)
Consulta com neurologista
Consultas com fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionista.
 O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE) é ocasionado por uma anormalidade no suprimento sanguíneo cerebral, que pode lesionar o tecido encefálico e causar sequelas irreversíveis. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o AVE é frequente em idosos, sendo a segunda causa de morte e a primeira causa de incapacidade funcional para as atividades da vida diária em todo o mundo. No Brasil, no ano de 2012 foram registradas 126.805 internações por AVE em idosos, destes 25.516 pacientes evoluíram para óbito. Para aqueles que sobrevivem, devem ser iniciadas as atividades de reabilitação, que consistem em um processo global e dinâmico que visa à recuperação física e psicológica da pessoa portadora de algum tipo de deficiência, bem como sua reintegração a sociedade. Aspectos relevantes acerca da reabilitação de idosos após AVE / AVC, destacam a relevância do cuidado multidisciplinar a esses pacientes a fim de possibilitar a reabilitação das suas potencialidades, prevenção de novos acidentes, reconhecimento dos fatores de risco e ações específicas para prevenção e tratamento de outras doenças crônicas não transmissíveis. As demandas de cuidados após AVE/ AVC em idosos ressaltam a importância também de possibilitar a autonomia ao paciente no ambiente terapêutico. 
Daí a importância da adoção de ações para à reabilitação precoce em vítimas de AVE, enquanto processo global e dinâmico que visa à recuperação física e psicológica da pessoa portadora de algum tipo de deficiência, bem como sua reintegração social. O tratamento médico imediato, associado à reabilitação adequada, pode minimizar as incapacidades, evitar sequelas e proporcionar ao indivíduo o retorno o mais breve possível às suas atividades de vida diária e participação na comunidade. Por entender a importância dessas atividades o Ministério da Saúde por meio da Portaria n° 971 de 2012, classificou a reabilitação segundo as suas especificidades em: reabilitação visual, reabilitação intelectual, reabilitação física, reabilitação auditiva, assistência ventilatória, oficina ortopédica fixa, oficina ortopédica Itinerante terrestre e oficina ortopédica itinerante fluvial. 
O processo de reabilitação do idoso após AVE deve ser iniciado precocemente e deve ser implementado por uma equipe multiprofissional levando em consideração o nível de dependência. Pois, o tratamento é complexo e requerem além do uso de medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia, acompanhamento nutricional e outros. 
Referências.
Saúde do Idoso - Sesab - disponível em:<http://www.saude.ba.gov.br/novoportal>. Acesso em 13/09/17.
Ministério da saúde - disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br>. Acesso em 10/09/17.
Centro de Referência Estadual de Atenção a Saúde do Idoso – CREASI - disponível em: <http://www.saude.ba.gov.br/creasi>. Acesso em 13/09/17.
 Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com acidente vascular cerebral. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br>. Acesso em 13/09/17
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_acidente_vascular_cerebral.pdf
http://www.editorarealize.com.br/revistas/cieh/trabalhos/TRABALHO_EV040_MD2_SA2_ID988_25072015001800.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt2528_19_10_2006.html
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt0399_22_02_2006.html

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