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Resumo das Aulas 1 a 6 de Bases da Cultura Ocidental

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Aula 1- De onde e para onde: a importância de conhecer sua própria cultura
Anacronismo – “Atribuir a uma época ou a um personagem, ideias e sentimentos que são de outra época.” (Dicionário Houaiss). Pág. 29
Quando se estuda uma cultura ou civilização anterior à nossa, não devemos lançar mão do anacronismo, pois incorremos no erro de termos uma visão distorcida da realidade.
Exemplo: projetar fatos e acontecimentos ocorridos na Antiguidade e na Idade Média a partir de uma visão baseada na época atual, nos dias de hoje.
São realidades incompatíveis. Portanto, devemos evitar estabelecer comparações que usem o nosso tempo como padrão, ou seja, julgar períodos anteriores com a nossa visão. 
Respeito à diversidade cultural (é preciso levar em consideração a questão espaço-temporal). Pág. 30/32
Aula 2 – Palavra falada e palavra escrita: a oralidade como origem da literatura
Phármakon – “Palavra grega que deu origem à farmácia.” 
Nas pesquisas médicas e farmacológicas, remédios são feitos a partir do veneno de animais e plantas. Muitos remédios podem envenenar nosso organismo, se utilizados em quantidades erradas. A fronteira entre remédio e veneno depende da boa dosagem, do uso adequado que se faz do produto.
Ao utilizar o termo phármakon em relação à escrita, Platão mostra que essa pode ter um duplo efeito: ela pode ser considerada benéfica sob alguns aspectos, mas nociva, sob outros. Pág. 56
Benefícios – A escrita permitia que os conhecimentos e as informações se acumulassem para além das limitações da memória humana. A ciência poderia crescer e avançar, já que suas descobertas não se perderiam e estariam acessíveis a partir do momento em que o texto circulasse e chegasse a pessoas de diferentes regiões e épocas. Pág. 55
Prejuízos – Se ela (a escrita) aliviava a memória da árdua tarefa de guardar informações e conhecimentos, ao mesmo tempo, a enfraquecia, a tornava preguiçosa. Não haveria memorização. O conhecimento, os fatos não estariam mais na memória das pessoas, mas sim, guardados nos livros. Além disso, quando alguém está ensinando algo, você pode interagir com a pessoa, questionar, refutar, pedir mais explicações e exemplos. Pág. 56/58
Oralidade, texto, escrita e memória
A oralidade é um elemento fundamental – o mais fundamental da comunicação humana. Nós utilizamos recursos próprios de uma sociedade oral, principalmente, quando não podemos utilizar o recurso da escrita. Pág. 46
O papel da memória é essencial em uma sociedade em que não existe o registro escrito. Todo conhecimento adquirido tem de ser repetido (exatamente como as fórmulas se repetem) para não serem esquecidos e perderem-se. Pág. 46
Elemento importante para a memorização é o ritmo, razão pela qual os poemas eram mais fáceis de ser memorizados e repetidos por serem cantados. O ritmo do canto auxilia e muito a memória. Pág. 46
A escrita alfabética é introduzida na Grécia por volta de 700 a.C., e provoca uma mudança radical na civilização grega, cujas marcas se fazem presentes ainda hoje, em nosso dia a dia. Ela não representa apenas uma técnica que auxilia a vida humana. A escrita é um elemento novo que traz mudanças substanciais no modo de viver da sociedade e nas estruturas do pensamento de uma sociedade oral. Pág. 54
Função dos copistas – O trabalho de copistas anônimos que na Antiguidade e Idade Média copiaram uma variedade de textos antigos e medievais, permitiu que uma grande parte do saber antigo e medieval chegasse até os nossos dias, pois a imprensa só foi inventada no Ocidente no Século XV por Gutemberg. Pág. 64
Aula 3 – Troia: A verdade por detrás do mito
Segundo a lenda, a causa da guerra de Troia teria sido a paixão entre Helena, filha do rei de Esparta e esposa de Menelau, e Páris, filho de Príamo, rei de Troia. Helena apaixona-se por Páris e com ele foge para Troia. Menelau, seu esposo, parte para Troia para busca-la, levando consigo um exército formado por guerreiros vindos de toda a Grécia. O comandante desse exército é Agmêmnon, irmão de Menelau e rei de Micenas.
O comportamento dos deuses gregos durante a guerra – na descrição de Homero, os deuses têm inúmeras características humanas e agem levados por sentimentos típicos dos seres humanos: amor, ódio, inveja, ciúmes, orgulho, vingança. Eles participam de combates, seduzem, amam, comem e bebem, e interferem constantemente na vida dos homens.
Aula 4 – Os gêneros literários: a épica (parte 1) 
Gêneros literários – é uma categoria que permite classificar textos literários, considerando diversos aspectos: forma (prosa, verso), conteúdo (temática), estilo, etc. Pág. 74
A combinação de diversos elementos ou critérios acaba por fazer surgir uma lista de gêneros que pode variar em número, de acordo com as combinações que se façam.
A classificação em gêneros literários visa destacar um ou mais dos aspectos considerados fundamentais de uma obra. Exemplos: poesia, prosa, romance, drama, épico, lírico, etc.
Gênero literário é, portanto, uma convenção que permite etiquetar textos, classifica-los de acordo com certas características que eles apresentam. É isso que o gênero é, uma etiqueta. Pág. 75
Épica grega – Epopeia é o nome que se dá ao poema épico com uma longa narrativa, ou uma longa narrativa em versos, com um estilo grandiloquente. A função desse poema é fazer memória, guardar para posteridade, evitar que desapareçam no esquecimento certos fatos e feitos.
Ponto de vista da forma: poema, narrativa em forma de prosas.
Ponto de vista da temática: narra fatos memoráveis de algum herói lendário ou real que representa uma coletividade.
ESTILO FORMULAR : pág. 43
Fórmulas: presença constante nos poemas homéricos. Uma característica do sistema de composição oral. Fórmulas eram um facilitador, um elemento pronto que o poeta, ao cantar, utilizava para criar mais rapidamente , os poemas.
Exemplo: No Brasil – arte semelhante a dos repentistas.
Para facilitar a tarefa, os poetas/cantores compõem seus poemas/cantos, utilizando um certo número de estruturas, métricas, ritmos, versos e rimas prontos, pré-fabricados.
Repente - tem viés cômico; épica – temática séria com uma linguagem à altura. 
A técnica nos ajuda a compreender a fórmula.
Métrica: pág. 43
O verso base utilizado nos poemas épicos gregos é o hexâmetro datílico ou verso épico. (Tem estrutura métrica fixa, não são compostos em versos livres – mesma quantidade de sílabas – pode ter até 17 sílabas).
O uso de um mesmo ritmo facilita o trabalho do artista.
O sistema de versificação grego combina sílabas longas e/ou breves. (pé)
Epítetos – elementos característicos do processo de composição oral dos poemas homéricos. É uma palavra ou expressão associada a um nome para qualifica-lo (qualificação elogiosa ou injuriosa). Pág. 82.
Qualificação de alguém ou de algo – ocupam meio verso ou um verso inteiro.
PROPÓSITO: mostrar, destacar, por em relevo a qualidade essencial do herói, do Deus ou do objeto.
Símiles: é uma comparação de um elemento real com um elemento figurativo. Serve para esclarecer, exemplificar o significado do elemento real de que estamos falando.
Utilizam como ponto de comparação: a natureza com seus diversos fenômenos, seu animais, suas plantas, a vida doméstica, familiar, cotidiana, trabalho.
Expressões utilizadas para comparação: assim como/assim; tal como/assim/também.
Aula 5 – Os gêneros literários: ainda a épica homérica, a épica virgiliana e Camões
Semelhanças e diferenças entre Eneida de Virgílio e os poema homéricos:
Semelhanças – Virgílio utiliza o hexâmetro datílico, chamado de verso épico, consagrado nos poemas homéricos ( estrutura métrica fixa, não são compostos em versos livres, mesma quantidade de sílabas, podendo até ter 17 sílabas).
Recorre à divindade para explicar os acontecimentos de sua trama.
Trata na primeira parte da Eneida, das viagens e perigos enfrentados pelo herói para fundar uma nova pátria – temática paralela à da Odisseia, na qual o herói Odisseu, erra longamente, enfrentando inúmeros perigos para retornar à
pátria.
Na segunda metade do poema, Virgílio descreve os combates do herói para fixar-se em solo italiano, assim, como a Ilíada é povoada de combates entre gregos e troianos.
Diferenças :
Eneida é fruto de uma cultura letrada e os poemas homéricos são oriundos de uma cultura, predominantemente, oral. A primeira é obra do engenho de um único autor, os últimos, vão se estruturando paulatinamente, ao longo de alguns séculos, como uma obra de fundo coletivo.
Os poemas homéricos têm como único objetivo contar o que efetivamente cantam, ou seja, a cólera de Aquiles e a errância de Odisseu; a epopeia virgiliana canta algo além das aparências. 
 Enéas e seus périplos são apenas um pretexto para celebrar a glória de Otávio Augusto e do Império Romano, que tem uma nova fase – pacífica e esplendorosa – inaugurada pela semente de Eneias, o imperador Otávio.
Influências da épica antiga nas primeiras estrofes de “Os Lusíadas” de Camões.
No início do primeiro verso do poema de Camões, temos uma imitação do início da Eneida: “AS ARMAS E OS BARÕES ASINALADOS/ARMA UIRUMQUE CANO.” 
Camões cantará viagens longínquas para a fundação de um novo reino, como Virgílio cantará as viagens de Eneias para fundar uma nova Troia.
O poeta português celebra os reis e heróis do glorioso império romano. Camões faz ainda uma referência explícita à épica antiga nos versos : “Cessem do sábio Grego e do Troiano/As navegações grandes que fizeram/ [..]

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