Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo de Direito Civil – Av. Parcial1º Bimestre DN8B Dos Condomínios Do Condomínio Geral – divide-se em : Condomínio Voluntário ou Convencional – Art. 1.314 do CC – Cada condômino pode usar da coisa conforme sua destinação, sobre ela exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão, reivindicá-la de terceiro, defender a sua posse e alhear a respectiva parte ideal, ou gravá-la. Parágrafo único – nenhum dos condôminos pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o consenso dos outros. Condomínio Legal ou Necessário – Art. 1.327 do CC – o condomínio por meação de paredes, cercas, muros e valas regula-se pelo disposto no CC. Do Condomínio Edilício – Art. 1.331 do CC – Obrigações Propter Rem Refere-se a prédios, casas, apartamentos, salas comerciais, garagens. Possuem a área particular ou exclusiva de cada condômino e a parte comum de uso comum de todos. Introdução –Código Civil de 2002 e a Lei 4.591/1.964. Pelo Código Civil de 2002, apesar de expressa remissão à Lei especial, que continua em vigor – Lei 4.591/64, contem dispositivos regrando os direitos e deveres dos condôminos, bem como a competência das assembleias e dos síndicos. Nesses assuntos, a Lei especial aplica-se apenas subsidiariamente. OBS : Sobre a aplicação das soluções das antinomias quanto aos condomínio edilícios, temos o uso do critério hierárquico, cronológico e da especificidade. Portanto, a explicação da aplicação do Código Civil está no critério cronológico e também no Art. 2°, § 2° da LINDB, pois estabelece disposições gerais ou especiais, apresentando maior amplitude de sua abrangência e discussão normativa. Características do Condomínio Edilício – o condomínio edilício caracteriza-se pela apresentação de uma área comum ao lado de uma propriedade privada (exclusiva). Cada condômino é titular, com exclusividade, da unidade autônoma e titular de partes ideais da área comum, podendo aliená-las sem consentimento dos demais condôminos – Súmula 260 do STJ. Súmula 260 do STJ – A convenção de condomínio aprovada, ainda que sem registro, é eficaz para regular as relações entres os condôminos. Natureza Jurídica – prevalece o entendimento que o condomínio não tem personalidade jurídica (ente despersonificado). Entretanto, está legitimado em juízo ou administrativamente para figurar nos pólos passivo e ativo, representados pelo síndico, ou seus administradores ( Art. 12, inciso IX do CPC), em situação similar ao espólio e a massa falida. Da Instituição do Condomínio Edilício – Art. 1.332 do CC /Art. 7° da Lei 4.591/64 / Art. 167 da LRP ( Lei 6.015/73). Poderá ser de modo voluntário ou por testamento. A sua instituição é efetivada com o registro no CRI, contendo a planta do imóvel, o memorial descritivo e o RT com nível superior, devendo ser averbado e registrado na matrícula do imóvel. Institui-se o condomínio edilício por ato entre vivos ou testamento, que deverá ser averbado e registrado no CRI da respectiva circunscrição do imóvel, caracterizando a individualização de cada unidade privada ( exclusiva de cada condômino) e a determinação da fração ideal atribuída a cada um relativamente ao terreno e as partes comuns; também deverá conter a finalidade a que se destina o condomínio edilício ( condomínios horizontais ou verticais de casas, apartamentos, salas comerciais). Antes de ser registrado o ato constitutivo no CRI ele tem validade entre os condôminos, conforme Súmula 260 do STJ. Da Constituição do Condomínio Edilício – Art. 1.333 do CC e Súmula 260 STJ. O ato constitutivo é realizado por escritura pública e registrada na matrícula no CRI, e tem que ser aprovado por assembleia por 2/3 dos condôminos. A convenção do condomínio é o ato de constituição do condomínio edilício – Art. 1.333 do CC. É um documento escrito (por escritura pública ou instrumento particular), na qual se estipulam os direitos e deveres de cada condômino, bem como a administração e a finalidade do condomínio. Deve ser subscrita (aprovada) por no mínimo 2/3 dos titulares das frações ideais do condomínio. A utilização do prédio é por ela regulada, ou seja, a finalidade a que se destinam, bem como a sua administração (aprovação do regulamento/ regimento interno), sujeita a todos os titulares de direito sobre as unidades autônomas, atuais e futuras. Do Regulamento: Também denominado de Regimento Interno, que complementa a convenção. Geralmente contem regras minuciosas sobre as regras de administração, as regras sobre o uso das coisas comuns e as delimitações quanto ao uso dos condôminos. Da Estrutura Interna do Condomínio – permite a alienação nas áreas comuns – Lei 12.607/2012, que altera o § 1° do Art. 1.331 do CC. Unidade Autônoma – primeira parte do caput do Art. 1.331 do CC – pode constituir em apartamento, escritórios, salas, lojas, abrigos para veículos ou casas em vilas particulares. Não pode ser privado de saída para via pública, podendo o proprietário aluga-la, cedê-la, gravá-la, sem que necessite de autorização dos outros condôminos, que não tem preferência na aquisição. Áreas Comuns – são insuscetíveis de divisão e de alienação (agora pode com a nova redação pela Lei 12.607/ 2012, que altera o § 1° do Art. 1.331 do CC), separadas da respectiva unidade. Cada condômino pode usá-la de maneira a não causar incômodos aos demais condôminos ou moradores, nem causar obstáculo ou embaraço ao bom uso das mesmas partes de todos ( Art. 1.331, § 2° e Art. 19 da Lei 4.591/64). Da Administração do Condomínio Edilício – Art. 1.347 do CC – A assembleia escolherá um síndico, que poderá não ser condômino, para administrar o condomínio, por prazo não superior a dois anos, o qual poderá renovar-se. Por síndico ou administradores que poderá não ser condômino ( pessoa física ou jurídica); O síndico cujo mandato não pode exceder a 2 anos, permitida uma reeleição. Compete ao síndico/ administrador, dentre outras atribuições, representar o condomínio ativa e passivamente em juízo ou na esfera administrativa. O administrador/ síndico pode ser um condômino, pessoa física ou jurídica, estranho ao condomínio. O síndico é assessorado por um conselho consultivo, constituído de 3 condôminos, com mandatos que não podem exceder a 2 anos, permitida a reeleição. Deve haver anualmente uma assembleia geral ordinária convocada pelo síndico para prestação de contas; A assembleia é o órgão máximo do condomínio, conforme preceitua os Art. 1.348 e Art. 1.349 do CC. Os assuntos discutidos com fins estabelecidos na convocação deverão ser aprovados por maioria simples e no caso da destituição do síndico/ administrador, por maioria absoluta dos condôminos. Da Propriedade Resolúvel – Art. 1.359 e Art. 1.360 do CC A alienação fiduciária aplica-se sobre: Propriedade Resolúvel – Bens Imóveis; Propriedade Fiduciária – Coisa Móvel. Propriedade Resolúvel – bens imóveis – transfere a propriedade para o credor com a transcrição no CRI. Tem o prazo de 3 anos podendo ser prorrogável por igual prazo. Aplica-se em vendas especiais com cláusula de retrovenda – Art. 505 do CC. Conceito – a propriedade resolúvel é negócio jurídico ( Art. 127 do CC) quando o título de aquisição está subordinado a uma condição resolutiva ou ao advento do termo (data de vencimento). Neste caso, a propriedade deixa de ser plena assim como quando pesam sobre ela ônus reais (hipoteca e anticrese), passando a ser neste caso limitada. Ex: vendas especiais com cláusula de retrovenda sobre imóveis – Art. 505 do CC. Para prorrogação é necessário um aditivo contratual averbado na matrícula do imóvel ( em sua margem direita). Dos Efeitos da Propriedade Resolúvel : Art. 1.359 do CC – efeito ex-tunc – retroage ao nascedouro se a causa da resolução da propriedade constar do próprio título constitutivo, ou seja, se estiver gravada cláusula especial na escritura pública e levada a registro no CRI , os seus efeitos retroagem ao nascedouro do negócio jurídico. Art. 1.359 do CC –Resolvida a propriedade pelo implemento da condiçãoou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Ex-nunc – se a resolução se dar por causa superveniente – Art. 1.360 do CC – Ex: Art. 557 do CC – neste caso, nosso ordenamento jurídico assegura os direitos de terceiros de boa-fé que possuem negócios supervenientes aos bens imóveis. Ex: alienação sobre bens dado em doação – Art. 557 do CC. Art. 1.360 do CC – se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria coisa ou o seu valor. Da Propriedade Fiduciária – direitos reais sobre coisas alheias – Art. 1.361 ao Art. 1.368 do CC. Das Partes: Devedor (fiduciante) – sujeito passivo – detém a posse direta da coisa. Credor (fiduciário) – sujeito ativo – detém o domínio/ a propriedade, com a posse indireta da coisa – Art. 1.245 do CC e Art. 131 da LRP – deverá fazer o registro no Cartório de Títulos e Documentos do domicílio do devedor. Conceito – Art. 1.361 do CC – é a propriedade móvel infungível resolúvel, que o devedor (fiduciante) transfere o domínio/propriedade – posse indireta ao credor (fiduciário), com o escopo de garantia de dívida. Na alienação fiduciária em garantia dá-se a transferência do domínio do bem infungível ao credor, em garantia do pagamento, permanecendo o devedor com a posse direta da coisa. Art. 1.361 do CC –considera-se fiduciária a propriedade resolúvel de coisa móvel infungível que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor. § 1º - constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a anotação no certificado de registro. § 2° - com a constituição da propriedade fiduciária, dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o devedor possuidor direto da coisa. OBS: Na propriedade fiduciária não se admite cláusula comissória ( Art. 1.365 e Art. 1.428 do CC). Art. 1.365 – é nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Após o vencimento, o devedor fiduciante pode dar o bem em dação em pagamento – Art. 1.356 e Art. 1.365, parágrafo único - Parágrafo único – o devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o vencimento desta. Terceiro interessado ou não que pagar a dívida em seu nome ou do sujeito passivo se sub-roga no direito do credor fiduciário – Art. 346 do CC. Da Regulamentação da Propriedade Fiduciária: O contrato deve ter a forma escrita, podendo ser por instrumento público ou particular e conter: Art. 1.362 – o total da dívida; o prazo ou a época do pagamento; a taxa de juros se houver; a descrição da coisa objeto da transferência ( características que identifiquem o objeto de transferência). A aquisição do domínio exige a tradição – Art. 1.267 do CC – que finda, na hipótese de propriedade fiduciária. O registro no Cartório de Títulos e Documentos (CTD) confere a existência legal à propriedade fiduciária, gerando, oponibilidade à terceiros ( tornando público) com efeitos erga omnes. Dos Direitos e Obrigações do Fiduciante( devedor) – Art. 1.363 do CC: Ficar com a posse direta da coisa e o direito eventual de reaver a propriedade plena, com o adimplemento da dívida. Purgar a mora – Art. 401 do CC – em caso de lhe ser movida ação de busca e apreensão. Receber o saldo apurado na venda do bem efetuado pelo credor fiduciário para a satisfação do seu crédito ( judicialmente ou administrativamente). Responder pelo remanescente da dívida se a garantia não se mostrar suficiente. Não dispor do bem alienado que pertence ao credor fiduciário embora possa ceder o direito eventual em que é titular. Entregar o bem ao credor fiduciário em caso de inadimplemento de sua obrigação, sujeitando-se as cláusulas penais. OBS: em decorrência das Súmulas 304, 305 e 419 do STJ – não se aplica a pena de prisão ao depositário infiel. Das Obrigações do Credor Fiduciário – Art. 1.364 do CC: A obrigação principal do credor fiduciário, consiste em proporcionar ao alienante o financiamento a que se obrigou, bem como, em respeitar o direito ao uso regular da coisa por parte do devedor fiduciante. Se o devedor é inadimplente, fica o credor obrigado a vender o bem (judicialmente ou extrajudicial), aplicando o preço no pagamento de seu crédito e acréscimos, e a entregar o saldo, se houver, ao devedor fiduciante. Dos Procedimentos na Propriedade Fiduciária – Art. 1.364 do CC / Art. 1.113 ao Art. 1.119 do CPC e a Conversão em Depósito Judicial – Art. 901 ao Art. 906 do CPC. Pode o credor mover ação contra o devedor inadimplente (busca e apreensão), a qual poderá ser convertida em ação de depósito, caso o bem não seja encontrado. A sentença, de que cabe a apelação apenas no efeito devolutivo, em caso de procedência da ação, não impedirá a venda extrajudicial do bem e consolidará a propriedade e a posse plena e exclusiva nas mãos do proprietário fiduciário. A venda poderá ser extrajudicial ou judicial se preferido a judicial, aplica-se os dispostos nos Art. 1.113 ao Art. 1.119 do CPC. Se o bem não for encontrado, o credor fiduciário, poderá requerer a conversão do pedido de busca e apreensão, nos mesmos autos em ação de depósito na forma prevista nos Art. 901 ao Art. 906 do CPC. OBS: Súmula Vinculante 25 do STF – É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. Do Direito de Superfície – contratos de Direitos Reais sobre coisas alheia – Art. 1.369 ao Art. 1.377 do CC Das Partes: Proprietário do imóvel – dono; Surficiário – é o que detém a exploração do imóvel urbano ou rural. Finalidades – edificações ( mais comum em áreas urbanas) e plantações ( áreas rurais). Do Objeto – bens imóveis Conceito – Art. 1.369 do CC – trata-se de direito real ( Art. 1.225, inciso II) de fruição, uso e gozo sobre coisa alheia, de origem romana, pelo qual o proprietário concede a outrem (superficiário) o direito de construir ou plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante escritura pública devidamente registrada no CRI. O direito de superfície pode ser gratuito ou oneroso. O legislador do Código Civil de 2002 não substitui a enfiteuse (que foi abolido em nosso ordenamento jurídico – Art. 2.038 do CC) pelo direito de superfície, pois são institutos jurídicos diferentes. Finalidade do Direito de Superfície – Art. 1.374 do CC – os contratos de superfície deverão estar expresso a finalidade a que se destina o imóvel, caso as partes resolvam mudar de atividade deverá ser feito o aditivo por escritura pública e registrado no CRI ( averbando na margem direita da matrícula do referido imóvel). Regulamentação do Contrato de Superfície – o superficiário, que tem o direito de construir ou plantar, responderá pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel ( IPTU, ITR) nas edificações. Nos contratos de superfície urbano, também deverá atender aos preceitos da Lei 10.257/2001 ( Estatuto da Cidade) e também a Lei Orgânica dos Municípios e o Código de Postura dos Municípios. O proprietário ou fundieiro tem a expectativa de receber a coisa com a obra ou plantação (edificação) de acordo com o Art. 1.375 do CC. O direito de superfície pode transferir-se a terceiros, e por morte do superficiário aos herdeiros – Art. 1.372 do CC.Não poderá ser estipulado pelo concedente a nenhum título, qualquer pagamento pela transferência – parágrafo único do Art. 1.372 do CC. O contrato de superfície sobre bens imóveis públicosaplica-se a Lei das Licitações (8.666/93)- na espécie de concorrência pública e aplica-se também o Código Civil subsidiariamente. Das Características do Contrato de Superfície – a) tem tempo determinado; b) gratuito ou oneroso ( poderá ser em parcelas periódicas) ; c) por escritura pública com registro no CRI e d) observa-se o direito sucessório e será isento de cobrança de transferência aos sucessores, bem como a terceiros. Da Enfiteuse Foi abolido a criação de novas enfiteuses e subenfiteuses – disposições transitórias do CC de 2002 e Art. 2.038 do CC. Legislação – Art. 678 e seguintes do CC / Art. 1.916 do CC /Lei 3.071/1.916. Decreto Lei 9.760/46 – sobre terras públicas da União. Da Marinha – direito ao foro anual e laudêmio na transmissão. Das Partes : Senhorio que é o proprietário; e o Enfiteuta que é o titular de direito real sobre coisa alheia, com o domínio útil do imóvel. O senhorio tem o direito a pensão / foro anual sobre o imóvel. OBS: quanto à transmissão da Enfieteuse, o senhorio tem o direito ao laudêmio ou prestação de 2,5% sobre o bem/ construção ou plantações aforadas. OBS: é o mais amplo dos direitos reais sobre coisas alheias com o domínio útil do imóvel – é um instituto perpétuo. Conceito – dá-se a enfiteuse, ou seja, o aforamento ou emprazamento “quando por ato entre vivos, ou de última vontade (testamento/ condicilo), o proprietário/ senhorio atribui à outrem o domínio útil do imóvel ao enfiteuta, pagando à pessoa, que o adquire, e assim se constitui enfiteuta, ao senhorio direto (domínio real) pagará uma pensão ou foro anual, certo e invariável”. Do Objeto – Lei 9.760/46 – o contrato de aforamento só pode ter por objeto temas não cultivados e terrenos que se destinam a edificação, a enfiteuse pode ser constituído também sobre terrenos da marinha, constituindo-se enfiteuses públicos em que se utilizam as terras públicas que margeiam os rios, os lagos interestaduais, internacionais, plataformas marítimas e costeiras. OBS: recai então sobre imóveis urbanos e rurais. Das Características das Entiteuses: O enfiteuta tem a obrigação de pagar ao senhorio uma pensão anual, também chamado de foro ou cânon; O senhorio, por sua vez, tem direito de preferência quando o enfiteuta pretende transferir à outrem o domínio útil em caso de venda judicial. Se não exercesse o direito de preferência, o senhorio terá direito ao laudêmio, isto é uma porcentagem sobre o valor da transação, que podia ser transacionado livremente. Da Extinção da Enfiteuse Modos Peculiares: Pela natural deterioração do prédio aforado, quando chegue a não valer o capital correspondente ao foro anual e mais 1/5 deste. Pelo comisso, deixando o foreiro de pagar as pensões por 3 anos consecutivos, caso em que o senhorio o indenizará das benfeitorias necessárias; Pelo falecimento do enfiteuta sem herdeiros, salvo o direito dos credores – Art. 692 do CC de 1.916. Outros Modos: Pelo perecimento da coisa – Ex: ruína de um prédio, acessões/ avulsão; Desapropriação – ex: ela é proporcional ( necessidade pública, utilidade pública e interesse social) ao senhorio e as benfeitorias ao enfiteuta; Usucapião – Ex: tanto rural quanto urbano, usucapião ordinário, extraordinário e urbano; Renúncia – ato unilateral do enfiteuta, ou unilateral do senhorio, sendo ato unilateral puro, independente da aceitação da outra parte e deverá ser por contrato solene por escritura pública com registro no CRI. Consolidação – ex: contrato de compra e venda, deverá ser solene e por escritura pública e com registro no CRI; Confusão –ex: casamento entre o senhorio e a filha herdeira única do enfiteuta com regime de comunhão universal de bens. Resgate – ex: hipoteca, leilão por Hasta pública ou extrajudicial. O próprio senhorio adquire a propriedade em hasta pública. Das Servidões – Art. 1.378 ao Art. 1.389 do CC Conceito – Art. 1.378 do CC – a servidão prediária (predial) constitui restrição imposta a um imóvel para uso e utilidade de outro (imóvel) pertencente a dono diverso. Constitui instituto de direito real sobre coisa alheia que institui um direito em favor de um prédio dominante sobre outro serviente pertencente a dono diverso. Características da Servidão: A servidão é uma relação entre dois prédios/ propriedades distintas, em que uma é dominante e exige a passagem sobre a outra serviente. Os prédios devem pertencer a donos diversos. Nas servidões, oinstituto serve a coisa e não ao dono, portanto este instituto utiliza-se da propriedade alheia para beneficiar a propriedade dominante, independentemente a quem que seja seus futuros proprietários. A servidão não se presume; ela deve existir de fato ou de fato e de direito. A servidão é direito real, acessório, de duração indefinida e indivisível. A servidão é inalienável, porque sobre ela não poderá recair nenhum direito real de garantia. Ex: hipoteca. Não admite alienação. Da Classificação das Servidões: Quanto ao modo de exercício: Servidões contínuas – servidão direta e sem interrupção. Servidão descontínua – quando houver interrupção. Ex: servidão de vias públicas. Quanto à exteriorização: Aparentes; Não aparentes OBS: as servidões poderão ser classificadas em ambas as apresentadas anteriormente. Por exemplo servidão contínua e aparente. Do Modo de Constituição das Servidões: Por ato humano : Negócio jurídico – instrumento particular ou escritura pública por contrato convencional; Sentença judicial – forma coercitiva; Usucapião – 10 anos com justo título, 20 anos sem justo título e por sentença declaratória. Destinação proprietária – quando por liberalidade do proprietário do prédio serviente. Por fato humano – servidão de trânsito – Súmula 415 do STF. Das Ações que protegem as servidões: Confessória – é aquela em que o proprietário serviente admite a servidão; proposta pelo proprietário dominante; Negatória – é aquela proposta pelo proprietário serviente negando a servidão para que ela não se estabeleça. De manutenção e de reintegração de posse; Usucapião – esta é uma ação declaratória (CPC) em que os proprietários dominantes transformam a servidão permanente através de uma sentença declaratória. Da Extinção das Servidões – Art. 1.388 ao Art. 1.389 do CC: Pela renúncia – ato unilateral do proprietário da propriedade dominante. Pela cessação para o prédio dominante, da utilidade que determinou a constituição da servidão; Pelo resgate; Pela confusão; Pela supressão das respectivas obras; Pelo não uso durante 10 anos contínuos. OBS: Servidão de Trânsito é completamente distinto da Passagem Forçada (Art. 1.285 do CC) Finalidades da Servidão de Trânsito: Servidão de trânsito de pessoas, animais, veículos, etc; Servidão de aquaduto; Servidão de oleoduto e gás; Servidão de esgoto; Servidão de rede de energia elétrica ou de telecomunicações; Servidão de cabos de fibra óptica. Do Objeto das Servidões – bens imóveis rurais ou urbanos. Do Usufruto – Art. 1.390 ao Art. 1.411 do CC Das Partes: Nú proprietário – que possui o domínio/ propriedade ( possui a posse indireta do bem); Usufrutuário – tem direito aos frutos, ou seja, é detentor da posse direta do bem. Conceito – o instituto do usufruto é direito real sobre coisa alheia e constitui o instituto de uso, gozo e fruição das utilidades e dos frutos de uma coisa (bens imóveis e móveis), enquanto temporariamente destacado da propriedade. Alguns poderes inerentes ao domínio são transferidos ao usufrutuário, que passa a ter todos esses direitos. Menos o de dispor do bem. Das Características do Usufruto: É temporário. OBS: dentre esta espécie se encontra o vitalício ou por tempo determinado, etc; É direito real sobre coisa alheia. É inalienável, permitindo-se, porém, a cessão de seu exercício – Art. 1.393 do CC; É impenhorável; Solene quando imóvel – registro no CRI. Da Constituição do Usufruto: Por determinação legal – tutela, curatela, ou seja, bens administrados pelo tutor ou curador; Por ato de vontade – contrato por escritura pública ou testamento,etc. Pela usucapião – prescrição aquisitiva determinada pela lei. Do Objeto do Usufruto : Art. 1.390 do CC podem ser objeto de usufruto um ou mais bens móveis ou imóveis, um patrimônio inteiro ou parte dele. Do Usufruto Deducto – ocorre quando o doador se reserva o direito aos frutos, por tempo determinado ou vitalício, podendo gravar com cláusula de inalienabilidade, que só poderá ser cancelada após sua morte. Do Fideicomisso – Art. 1.951 ao Art. 1.952 do CC – é quando o doador quer assegurar as gerações futuras (2ª geração) a seus descendentes ainda não concebidos no momento de sua morte. Art. 1.952 do CC. São impenhoráveis e inalienáveis. Das Espécies de Usufruto: Quanto a origem: Legal – emana da lei. Ex: fideicomisso, tutela ou curatela. Convencional – poderá ser por contrato ou por testamento. Se recair sobre bens móveis, ambos deverão ser por escritura pública. Quanto a duração: Tempo determinado- usufruto temporário com urgência pré-estabelecida com termo definido nos contratos ou por tempo indeterminado quando depender de um fato jurídico condicional. Vitalício – é usufruto enquanto perdurar, ou tiver vivo o usufrutuário. OBS: para dar baixa nesta espécie de usufruto apresenta-se a Declaração de óbitodo usufrutuário e a partir de então o nú proprietário terá a propriedade plena. Quanto ao seu objeto: Próprio – recai sobre bens do nu proprietário; Impróprio – recai sobre bens de terceiros, estando sob a administração do concedente. Da Extinção do Usufruto:
Compartilhar