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Aula 05 Direito Eleitoral para concursos - Com videoaulas - Curso Regular Professor: Ricardo Torques Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 164 $8/$��� $/,67$0(172�(/(,725$/��3$57(���� Sumário 1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3 2 ± Delegados de partido perante alistamento .................................................................... 3 3 - Encerramento do alistamento ...................................................................................... 4 4 - Cancelamento e Exclusão ............................................................................................ 6 5 - Formulário de Atualização de Situação do Eleitor (FASE) ............................................... 14 6 - Restabelecimento de Inscrição cancelada por Equívoco ................................................. 15 7 - Título Eleitoral ......................................................................................................... 16 8 - Fiscalização dos Partidos Políticos ............................................................................... 22 9 - Acesso às Informações Constantes do Cadastro ........................................................... 23 10 - Batimento e procedimentos decorrentes .................................................................... 26 10.1 - Documentos Emitidos pelo Sistema no Batimento ................................................. 28 10.2 - Duplicidades e Pluralidades ................................................................................ 28 10.3 - Competência para Regularização de Situação Eleitoral e para Processamento das Decisões ................................................................................................................... 31 11 - Hipótese de Ilícito Penal .......................................................................................... 36 12 - Casos Não Apreciados ............................................................................................. 38 13 - Restrições de Direitos Políticos ................................................................................. 38 14 - Folha de Votação e Comprovante de Comparecimento à Eleição ................................... 41 15 - Conservação de Documentos ................................................................................... 42 16 - Revisão de Eleitorado .............................................................................................. 43 17 - Inspeções e Correições............................................................................................ 52 18 - Administração do Cadastro Eleitoral .......................................................................... 53 19 - Justificação do Não-Comparecimento às Eleições ........................................................ 55 20 - Nomenclatura Utilizada ........................................................................................... 57 21 - Disposições Finais ................................................................................................... 58 22 - Lei nº 6.996/1982 - Processamento eletrônico de dados nos serviços eleitorais .............. 59 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 164 23 - Lei nº 7.444/1985 - Implantação do processamento eletrônico de dados no alistamento eleitoral e a revisão do eleitorado e dá outras providências ................................................ 62 24 - Questões ............................................................................................................... 64 24.1 ± Questões sem Comentários ............................................................................... 65 24.2 ± Gabarito ......................................................................................................... 85 24.3 ± Questões com Comentários ............................................................................... 87 25 - Resumo da Aula ................................................................................................... 142 26 - Considerações Finais ............................................................................................. 164 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 164 $/,67$0(172�(/(,725$/��3$57(���� 1 - Considerações Iniciais Na aula de hoje daremos sequência ao estudo de Alistamento Eleitoral e à análise da Resolução 21.538. Serão muitos os tópicos estudados. Essa aula é um pouco mais chata, mas mantenha-se atento. Boa a aula! 2 ± Delegados de partido perante alistamento Os procedimentos que envolvem o alistamento eleitoral são acompanhados pelos partidos políticos para conferir maior legitimidade ao processo eleitoral. Em razão disso, prevê o CE a possibilidade de os partidos políticos nomearem delegados para acompanhar os procedimentos. Os partidos políticos poderão manter dois delegados junto ao TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL e até três em cada ZONA ELEITORAL. É o que dispõe o art. 66, §§ 1º ao 4º, do CE, e o art. 28 da Resolução TSE nº 21.538/2003. CE: § 1º Perante o Juízo Eleitoral, cada partido poderá nomear 3 (três) Delegados. § 2º Perante os Preparadores [perante o Tribunal], cada partido poderá nomear até 2 (dois) Delegados, que assistam e fiscalizem os seus atos. § 3º Os Delegados a que se refere este artigo serão registrados perante os Juízes Eleitorais, a requerimento do Presidente do Diretório Municipal. § 4º O Delegado credenciado junto ao Tribunal Regional Eleitoral poderá representar o partido junto a qualquer Juízo ou Preparador do Estado, assim como o Delegado credenciado perante o Tribunal Superior Eleitoral poderá representar o partido perante qualquer Tribunal Regional, Juízo ou Preparador. Resolução TSE nº 21.538/2003: Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão manter até dois delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral e até três delegados em cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais de um delegado de cada partido. § 1º Na zona eleitoral, os delegados serão credenciados pelo juiz eleitoral. § 2º Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral poderão representar o partido, na circunscrição, perante qualquer juízo eleitoral. Os arts. 66 e incisos, do CE e o art. 27, da Resolução TSE nº 21.538/2003 tratam das funções que esses delegados poderão exercer. Para facilitar nossos estudos, vejamos ambos os dispositivos e, em seguida, um quadro para auxiliar na memorização. CE: Art. 66. É lícito aos partidos políticos, por seus Delegados: I ± acompanhar os processos de inscrição; 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 164 II ± promover a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida; III ± examinar, sem perturbação do serviço e em presença dos servidores designados, os documentos relativos ao alistamento eleitoral, podendo deles tirar cópias ou fotocópias. Resolução TSE nº 21.538/2003: Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, poderão: I ± acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e quaisquer outros, até mesmo emissão e entrega de títulos eleitorais, previstos nesta resolução; II ± requerer a exclusão de qualquereleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida; III ± examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos servidores designados, os documentos relativos aos pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer, de forma fundamentada, cópia, sem ônus para a Justiça Eleitoral. Parágrafo único. Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrição deverá ser comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que observará o procedimento estabelecido nos arts. 77 a 80 do Código Eleitoral. É importante memorizar o número de delegados perante as Zonas Eleitorais e perante o TRE respectivo, bem como suas atribuições, para tanto, tome nota! 3 - Encerramento do alistamento Conforme dissemos várias vezes ± e não custa continuar repetindo ± o cadastro eleitoral PARA ALISTAMENTO E TRANSFERÊNCIA permanece fechado nos 150 dias que antecedem as eleições. É justamente disso que trata o encerramento do alistamento. DELEGADOS DE PARTIDOS número 3 Zona Eleitoral 2 TRE atribuições Acompanhar os procedimentos e o alistamento (inscrição, transferência, revisão, 2ª via) Requerer a exclusão de registro do cadastro. Examinar os documentos relativos aos pedidos de alistamento, de transferência, de revisão e de 2ª via. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 164 Art. 67. NENHUM requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 100 (cem) dias [150 dias] anteriores à data da eleição. Vejamos o art. 68, do CE. Art. 68. Em audiência pública, que se realizará às 14 (quatorze) horas do 69º (sexagésimo nono) dia anterior à eleição, o Juiz Eleitoral declarará encerrada a inscrição de eleitores na respectiva Zona e proclamará o número dos inscritos até às 18 (dezoito) horas do dia anterior, o que comunicará incontinênti ao Tribunal Regional Eleitoral, por telegrama, e fará público em edital, imediatamente afixado no lugar próprio do Juízo e divulgado pela imprensa, onde houver, declarando nele o nome do último eleitor inscrito e o número do respectivo título, fornecendo aos Diretórios Municipais dos partidos cópia autêntica desse edital. § 1º Na mesma data será encerrada a transferência de eleitores, devendo constar do telegrama do Juiz Eleitoral ao Tribunal Regional Eleitoral, do edital e da cópia deste fornecida aos Diretórios Municipais dos partidos e da publicação da imprensa, os nomes dos 10 (dez) últimos eleitores, cujos processos de transferência estejam definitivamente ultimados e o número dos respectivos títulos eleitorais. § 2º O despacho de pedido de inscrição, transferência, ou segunda via, proferido após esgotado o prazo legal, sujeita o Juiz Eleitoral às penas do art. 291. O art. 68 constitui um instrumento criado para conferir legitimidade ao cadastro eleitoral. Assim, o encerramento do período de alistamento eleitoral é marcado pela realização de uma audiência pública. Sabe-se que o alistamento e a transferência somente poderão ser efetuados até 151 dias antes das eleições, por força do art. 91. Esse dispositivo justifica, portanto, a parte inicial tachada do §1º1. Para fins de prova, entretanto, devemos memorizar que, com a ocorrência da audiência pública, vedam-se alterações no cadastro eleitoral, dado o encerramento do alistamento. O cadastro eleitoral somente poderá ser reaberto com a conclusão dos trabalhos pela junta eleitoral. Ou seja, com o encerramento das eleições. O art. 69, do CE, fixa que as Zonas Eleitorais deverão entregar os títulos eleitorais no prazo de 30 dias antes das eleições. Esse prazo, embora previsto expressamente, não deverá constar da prova, posto que, com o procedimento atual, de processamento eletrônico, o título, em regra, é emitido na hora. A título de curiosidade, registre-se que a Justiça Eleitoral se vale do Sistema ELO, que integra os cadastros eleitorais automatizando a prestação dos serviços. Art. 69. Os títulos eleitorais resultantes dos pedidos de inscrição ou de transferência serão entregues até 30 (TRINTA) DIAS antes da eleição. Parágrafo único. A segunda via poderá ser entregue ao eleitor até a véspera do pleito. Finalizado o período eleitoral, a rotina de alistamento retorna ao normal, como prevê o art. 70: Art. 70. O alistamento reabrir-se-á em cada Zona logo que estejam concluídos os trabalhos da sua Junta Eleitoral. 1 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 12ª edição, rev., atual. e ampl. 12ª edição, São Paulo: Editora Método, 2015, p. 134. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 164 4 - Cancelamento e Exclusão Neste capítulo vamos tratar do cancelamento e da exclusão da inscrição eleitoral. O assunto é disciplinado no Código Eleitoral, entre os arts. 71 e 81. De modo didático podemos diferenciar ambas as hipóteses do seguinte modo: A legislação eleitoral não é clara ao diferenciar as hipóteses que ensejam o cancelamento das hipóteses que ensejam a exclusão. O critério predominante ± cite-se como exemplo Francisco Dirceu Barros2 e Rodrigo Martiniano3 ± na doutrina atual, é o de que o cancelamento é uma hipótese temporária, no qual a inscrição permanecerá inativa, ao passo que a exclusão é definitiva, sem a possibilidade de retorno à situação anterior. Assim: Há, entretanto, um entendimento interessante, adotado por José Jairo Gomes4, que tenta conciliar a confusão de termos feitos na legislação. Segundo o autor, é desnecessária a distinção entre cancelamento e exclusão. O cancelamento levará à exclusão do cadastro. Ademais, o próprio autor critica a classificação entre cancelamento/exclusão. Entende que seria importante falar, em determinadas situações, em mera suspensão da eficácia do alistamento, tal como ocorre nas hipóteses de suspensão dos direitos políticos. Por exemplo, no período em que o eleitor permanecer em cumprimento de sentença penal condenatória, os direitos 2 BARROS, Francisco Dirceu. Direito Eleitoral. 12ª edição, rev., atual. e ampl. 12ª edição, São Paulo: Editora Método, 2015, p. 158. 3 MARTINIANO, Rodrigo e LINS, Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev., atual., e ampl. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p. 110. 4 GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 12ª edição, rev., atual. e ampl., São Paulo: Editora Atlas S/A, 2014, p. 144/145. CANCELAMENTO Na hipótese de cancelamento, a inscrição permanecerá inativa no cadastro. Poderá o interessado requerer novo alistamento, caso em que restaurará o mesmo número de inscrição EXCLUSÃO Na hipótese de exclusão, a inscrição será expurgada do sistema eleitoral. Poderá o interessado requerer novo alistamento, caso em que receberá novo número de inscrição. CANCELAMENTO temporário EXCLUSÃO definitivo 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 164 políticos permanecem suspensos e, em face disso, a eficácia do alistamento eleitoral permanecerá suspensa. Com o término dos efeitos da sentença penal, restabelece-se o alistamento. Desnecessário, portanto, se falar em cancelamento em tais casos. Em que pese esse raciocínio, que é mais aprofundado, para fins de provas objetivas devemos nos ater à literalidade da legislação. O CE é atécnico nesse sentido, pois utiliza os termos indistintamente. Embora QyV�IDoDPRV�D�³FRUUHomR´�GR�&(�TXDQGR�HOH�PHQFLRQDU�H[FOXVmR��SDUD�D�QRVVD� SURYD�GHYHPRV�DGRWDU�RV�WHUPRV�³FDQFHODPHQWR´�H�³H[FOXVmR´�FRPR�VLQ{QLPRV��a não ser que a questão indique tal diferenciação. Nesse contexto, possui relevância o art. 47, §3º, da Resolução TSE nº 21.538/2003, que define exclusão do seguinte modo: § 3º Após o transcurso de seis anos, contados do processamento do código FASE próprio, as inscrições canceladas serão excluídas do cadastro. Do dispositivo extrai-se que a exclusão do cadastro ocorrerá após 6 ano do cancelamento da inscrição eleitoral. Todas as demais situações que veremos adiante, portanto, referem-se, SEGUNDO A LITERALIDADE DA RESOLUÇÃO TSE Nº 21.538/2003, ao cancelamento do título eleitoral. O art. 71, do CE, arrola as diversas hipóteses de cancelamento. Art. 71. São causas de cancelamento: I ± a infração dos arts. 5º e 42 [inalistabilidade e falta de domicílio]; II ± a suspensão ou perda dos direitos políticos; III ± a pluralidade de inscrição; IV ± o falecimento do eleitor; V ± deixar de votar em 3 (três) eleições consecutivas. § 1º A ocorrência de qualquer das causas enumeradas neste artigo acarretará a exclusão do eleitor [cancelamento da inscrição], que poderá ser promovida ex officio, a requerimento de Delegado de partido ou de qualquer eleitor. § 2º No caso de ser algum cidadão maior de 18 (dezoito) anos privado temporária ou definitivamente dos direitos políticos, a autoridade que impuser essa pena providenciará para que o fato seja comunicado ao Juiz Eleitoral ou ao Tribunal Regional da circunscrição em que residir o réu. § 3º Os oficiais de registro civil, sob as penas do art. 293, enviarão, até o dia 15 (quinze) de cada mês, ao Juiz Eleitoral da Zona em que oficiarem, comunicação dos óbitos de cidadãos alistáveis, ocorridos no mês anterior, para cancelamento das inscrições. § 4º Quando houver denúncia fundamentada de fraude no alistamento de uma Zona ou Município, o Tribunal Regional poderá determinar a realização de correição e, provada a fraude em proporção comprometedora, ordenará a revisão do eleitorado, EXCLUSÃO Ocorrerá após 6 anos do cancelamento da inscrição eleitoral. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 164 obedecidas as instruções do Tribunal Superior e as recomendações que, subsidiariamente, baixar, com o cancelamento de ofício das inscrições correspondentes aos títulos que não forem apresentados à revisão. Vamos analisar as hipóteses do art. 71, separadamente. ª A primeira hipótese refere-se aos casos de inalistabilidade, matéria revisada no início dessa aula. Se o sujeito for inalistável haverá o cancelamento da inscrição eleitoral. ª Quanto ao domicílio eleitoral, caso não demonstrado pelo interessado, vínculo de natureza profissional, patrimonial, afetiva ou política, sem possuir uma residência fixa, será procedido o cancelamento da inscrição. ª As hipóteses de suspensão e de perda dos direitos também implicam no cancelamento da inscrição eleitoral. ª O falecimento é hipótese de cancelamento. Nesse caso, duas informações são relevantes: Primeira, o CE estabelece a atribuição específica aos oficiais de registro civil de informar mensalmente os óbitos ocorrido para fins de cancelamento dos títulos eleitorais. Assim, até o DIA 15 DE CADA MÊS os oficiais devem remeter à Justiça Eleitoral a relação de falecidos para cancelamento do cadastro. Segunda, há previsão específica no art. 79 do CE, referindo os casos de falecimento notórios. Por exemplo, a queda do avião em 2014 no qual estava o presidenciável Eduardo Campos. Em tais situações, o CE dispensa a comunicação pelo oficial do registro civil para que haja o cancelamento da inscrição eleitoral. Para arrematar, vejamos o dispositivo: Art. 79. No caso de exclusão por falecimento, tratando-se de caso notório, serão dispensadas as formalidades previstas nos nos II e III do artigo 77. ª Em relação à quarta hipótese ± deixar de votar em três eleições consecutivas ± é importante esclarecer que, além de deixar de votar, o eleitor deverá deixar de justificar no prazo de 6 meses, bem como não poderá ter ido, nos anos anteriores, para regularizar a situação eleitoral. INALISTÁVEIS estrangeiro conscrito apátrida sem ou com os direitos políticos suspensos 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 164 Essas hipóteses de cancelamento são fundamentais e devem ser memorizadas para a prova! O CE, no art. 71, §1º, não usou da melhor técnica na medida em que as hipóteses acima são de cancelamento, não de exclusão. O importante desse dispositivo é saber quem são os legitimados para requerer o cancelamento: 1. Juiz Eleitoral, de ofício (ex officio); 2. Requerimento do Delegado de Partido; e 3. Requerimento pelo eleitor. O § 4º trata da denúncia por fraude no alistamento. Tal denúncia será analisada e poderá implicar correição. Averiguada a hipótese de fraude em proporção comprometedora do cadastro, será determinada a revisão do eleitorado. O art. 72 determina que enquanto não for definitiva a decisão acerca do cancelamento ou exclusão da inscrição, o eleitor poderá continuar votando regularmente. Isso é importante posto que o procedimento exige fases, impugnações e recursos de modo que somente restará inviabilizado o voto quando a decisão da Justiça Eleitoral for definitiva. Em face do caput desse dispositivo, estabelece-se que, cancelada a inscrição, o voto somente será anulado numa situação bastante específica: apenas, se somados os votos de eleitores cuja inscrição foi cancelada forem suficientes para alterar o resultado. Isso justificaria uma nova reclassificação dos candidatos. Interessante, não? Vejamos a literalidade do dispositivo: Art. 72. Durante o processo e até a exclusão pode o eleitor votar validamente. Parágrafo único. Tratando-se de inscrições contra as quais hajam sido interpostos recursos das decisões que as deferiram, DESDE QUE tais recursos venham a ser CAUSAS DE CANCELAMENTO Inalistabilidade Ausência de Domicílio Eleitoral Suspensão/perda dos Direitos Políticos Pluralidade de Inscrição Falecimento do eleitor 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 164 providos pelo Tribunal Regional ou Tribunal Superior, serão nulos os votos SE o seu número for suficiente para alterar qualquer representação partidária ou classificação de candidato eleito pelo princípio majoritário. Como o cancelamento, ou a exclusão, de inscrição eleitoral são realizados por intermédio de um procedimento, é necessária a defesa daquele que sofrerá as consequências. Tendo isso em mente vejamos quem poderá fazer a defesa: Art. 73. No caso de exclusão, a defesa pode ser feita pelo interessado, por outro eleitor ou por Delegado de partido. Assim: Tanto no dispositivo como no esquema nos referimos apenas ao cancelamento. Em que pese a literalidade, tal defesa será empreendida também nas hipóteses de exclusão. O art. 74, por sua vez, trata da possibilidade de o Juiz Eleitoral iniciar o procedimento de exclusão do eleitor do cadastro eleitoral, desde que tenha conhecimento de alguma das hipóteses que estudamos acima. Art. 74. A exclusão será mandada processar ex officio pelo Juiz Eleitoral, sempre que tiver conhecimento de alguma das causas do cancelamento. O art. 75 trata de uma hipótese interessante: o batimento ou cruzamento de dados constantes do cadastro eleitoral. Atualmente, esse batimento é realizado pelo TSE por intermédio de processamento eletrônico. Se o TRE efetuar tal batimento e perceber a duplicidade oupluralidade de inscrições para uma mesma pessoa deverá comunicar o Juiz Eleitoral competente para que inicie o processo de cancelamento. O que é importante desse dispositivo, em verdade, é compreender a regra para o cancelamento. Nos seus incisos, o dispositivo estabelece uma ordem de parâmetros a serem observados para o cancelamento. Frise-se: ESSES PARÂMETROS DEVEM SER OBSERVADOS EM ORDEM. Contudo, devemos ir com calma, pois a legislação eleitoral é fragmentada nesse aspecto. Temos para além do art. 75, dois dispositivos na Resolução TSE nº 21.538/2003, que tratam do mesmo ponto. Vamos com calma e vejamos, inicialmente, o art. 5º, §4º, da Resolução TSE nº 21.538/2003: § 4º Existindo mais de uma inscrição cancelada para o eleitor no cadastro, nas condições previstas no § 3º, deverá ser promovida, preferencialmente, a transferência daquela: I ± que tenha sido utilizada para o exercício do voto no último pleito; II ± que seja mais antiga. DEFESA DAQUELE QUE TERÁ A INSCRIÇÃO CANCELADA Próprio interessado Outro eleitor Delegado de Partido 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 164 O dispositivo acima determina qual das inscrições eleitorais deverá ser transferida caso conste, no sistema, mais de uma inscrição para a mesma pessoa (duplicidade ou pluralidade). Assim, teríamos a seguinte ordem: Se identificada duas, ou mais, inscrições para a mesma pessoa. 1º - cancela-se a inscrição não utilizada para votar (e transfere-se a outra) 2º - cancela-se a inscrição mais recente (e transfere-se a mais antiga). Até aí tudo bem! Contudo, o art. 75, do CE, disciplina: Art. 75. O Tribunal Regional, tomando conhecimento através de seu fichário, da inscrição do mesmo eleitor em mais de uma Zona sob sua jurisdição, comunicará o fato ao Juiz competente para o cancelamento, que de preferência deverá recair: I ± na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral; II ± naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor; III ± naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última eleição; IV ± na mais antiga. O art. 75, embora com uma redação antiga, disciplina a ordem de cancelamento de inscrições dúplices ou plúrimas. De acordo com o referido dispositivo, será observada a seguinte ordem de cancelamento: 1º - cancela-se a inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral 2º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido entregue ao eleitor 3º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido utilizado para votar 4º cancela-se a mais antiga São criadas três hipóteses e a quarta aparentemente contraria o seguinte critério previsto na Resolução TSE nº 21.538/2003. Para ajudar, o art. 40, da Resolução TSE nº 21.538/2003, disciplina novamente o assunto, da seguinte maneira: Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou mais inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o cancelamento de uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair: I ± na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor; II ± na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor; III ± naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor; IV ± naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última eleição; V ± na mais antiga. Do dispositivo temos: 1º - cancela-se a inscrição mais recente 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 164 2º - cancela-se a inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral 3º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido entregue ao eleitor 4º - cancela-se aquela cujo título não tenha sido utilizado para votar 5º cancela-se a mais antiga Como vocês podem perceber, a primeira hipótese reforça o art. 5º, §4º, que citamos acima e encerra a celeuma quando à diferença de tratamento com o art. 75, do CE. Assim, primeiramente deve-se cancelar a inscrição eleitoral mais recente que tenha sido realidade contrariamente à legislação do alistamento. Caso não seja identificada irregularidade com a inscrição eleitoral mais recente, devemos aplicar os critérios do art. 75, do CE. Assim, cancela-se a inscrição que não corresponder com o domicílio eleitoral. Se ambas as inscrições forem do mesmo domicílio, deverá ser cancelada a inscrição que, eventualmente, não tenha sido entregue ao eleitor. Se ambas as inscrições já tiverem sido entregues, será cancelada a inscrição que não tenha sido utilizada para votar. Aqui a ideia é preservar a higidez do cadastro. Procura-se manter a inscrição que conter o maior número de informações relativas ao eleitor. Se na remota hipótese de nenhuma delas terem sido utilizadas para o voto, cancela-se a inscrição eleitoral mais antiga. Ufa! É um assunto relativamente complexo e, com muita probabilidade, as bancas não saberão explicar essa temática em prova. Provavelmente, a questão exigirá a literalidade dos dispositivos, sem aprofundamento. Dessa forma, sugerimos que vocês procurem lembrar da literalidade de cada um dos dispositivos. De toda forma, a ordem a ser aplicada em prova é a do art. 40 da Resolução TSE nº 21.538/2003, que fica esquematizada do seguinte modo: SEJA NA HIPÓTESE DE IDENTIFICAÇÃO PELO SERVIDOR NA TRANSFERÊNCIA, SEJA PELO PROCEDIMENTO DE BATIMENTO COM IDENTIFICAÇÃO DE INSCRIÇÕES DUPLAS OU PLÚMIRAS A ORDEM A SER OBSERVADA É A SEGUINTE: 1º - CANCELA-SE A INSCRIÇÃO MAIS RECENTE 2º - CANCELA-SE A INSCRIÇÃO QUE NÃO CORRESPONDA AO DOMICÍLIO ELEITORAL 3º - CANCELA-SE AQUELA CUJO TÍTULO NÃO TENHA SIDO ENTREGUE AO ELEITOR 4º - CANCELA-SE AQUELA CUJO TÍTULO NÃO TENHA SIDO UTILIZADO PARA VOTAR 5º CANCELA-SE A MAIS ANTIGA 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 164 Os arts. 76 a 78 do CE tratam do processo de cancelamento, conforme afirmamos. Vejamos um resumo do procedimento, após traremos os dispositivos para leitura! Notificada a irregularidade será instaurado o procedimento. O Juiz determinará a autuação do processo com os documentos necessários. Em seguida, será publicado edital pelo prazo de 10 dias para ciência dos interessados, que poderão, nos 5 dias seguintes, impugnar o processo. Nos 5 a 10 dias seguintes haverá a instrução probatória, em que os interessados trarão ao processo provas comprovando o cancelamento ou provando a idoneidade da inscrição. Finalmente, o processo será remetido ao juiz eleitoral, que decidirá no prazo de 5 dias. A decisão favorável ao cancelamento implicará: x Retirada do eleitor do cadastro eletrônico de eleitores com registro da ocorrência que será anexado ao processo de cancelamento; x Registro da ocorrência em livro próprio; x Exclusão da inscrição de fichários e da lista de eleitores; x Anotação dos claros nas pastas de votação (ocorre eletronicamente); e x Comunicação do TRE para anotações próprias. Vejamos, agora, os dispositivos! Art. 76. Qualquer irregularidade determinante de exclusão [cancelamento da inscrição] será comunicada por escrito e por iniciativa de qualquer interessado ao Juiz Eleitoral, que observará o PROCESSO estabelecido no artigo seguinte. Art. 77. O Juiz Eleitoral processará a exclusão pela forma seguinte: I ± mandará autuar a petição ou representação com os documentos que a instruírem; II ± fará publicar edital com prazo de 10 (DEZ) DIAS para ciência dos interessados, que poderão contestar dentro de 5 (cinco) dias; III ± concederá dilaçãoprobatória de 5 (CINCO) A 10 (DEZ) DIAS, se requerida; IV ± decidirá no prazo de 5 (CINCO) DIAS. Art. 78. Determinado, por sentença, o cancelamento, o Cartório tomará as seguintes providências: I ± retirará, da respectiva pasta, a folha de votação, registrará a ocorrência no local próprio para anotações e juntá-la-á ao processo de cancelamento; II ± registrará a ocorrência na coluna de observações do livro de inscrição; III ± excluirá dos fichários as respectivas fichas, colecionando-as à parte; IV ± anotará, de forma sistemática, os claros abertos na pasta de votação para o oportuno preenchimento dos mesmos; V ± comunicará o cancelamento ao Tribunal Regional para anotação no seu fichário. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 164 O art. 79, do CE, já foi analisado acima, na hipótese de cancelamento por falecimento. O art. 80, por sua vez, disciplina a possibilidade de recurso a ser apresentado ao TRE no prazo de 3 dias. Art. 80. Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso no prazo de 3 (três) dias, para o Tribunal Regional, interposto pelo excluendo ou por Delegado de partido. Vejamos, por fim, uma linha do tempo do processo de cancelamento: Por fim, como dissemos, cessada a causa do cancelamento, poderá o eleitor requerer novamente a inscrição eleitoral! Art. 81. Cessada a causa do cancelamento, poderá o interessado requerer novamente a sua qualificação e inscrição. 5 - Formulário de Atualização de Situação do Eleitor (FASE) Nos termos da Resolução do TSE nº 21.538/2003, a atualização da situação do eleitor junto à Justiça Eleitoral é realizada por intermédio do Formulário de Atualização da Situação do Eleitor (FASE), conforme art. 21. Art. 21. Para registro de informações no histórico de inscrição no cadastro, utilizar- se-á, como documento de entrada de dados, o formulário de atualização da situação do eleitor (FASE), cuja tabela de códigos será estabelecida pela Corregedoria-Geral. Parágrafo único. A atualização de registros de que trata o caput poderá ser promovida, desde que viabilizado, diretamente no sistema de alistamento eleitoral, dispensando-se o preenchimento do formulário FASE. Entretanto, tal regulamentação foi substituída, em 2009, pelo denominado Manual ASE5, disciplinado no Provimento CGE nº 6/2009. 5 MARTIANO, Rodrigo. LINS, Ayres. Direito Eleitoral Descomplicado, 2ª edição, rev., atual. e ampl., Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2014, p. 122. Notificada a irregularidade será instaurado o procedimento. O Juiz determinará a autuação do processo com os documentos necessários. Edital pelo prazo de 10 dias para ciência dos interessados. Impugnação no prazo de 5 dias. Nos 5 a 10 dias seguintes haverá a instrução probatória. Decisão no Juiz Eleitoral no prazo de 5 dias. Recurso ao TRE no prazo de 3 dias. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 164 Esse manual estabeleceu os códigos de atualização da situação do eleitor (ASE), utilizados para registrar as diversas situações nas quais o eleitor pode estar envolvido e as consequências jurídico-eleitorais correspondentes. Esses códigos ASE são registrados no cadastro individual do eleitor, formando um conjunto de informações denominado de Histórico ASE. Outra diferença do FASE para o ASE é a informatização. Atualmente, essas informações são todas alimentadas nos sistemas eletrônicos da Justiça Eleitoral. Em termos bem simples, podemos afirmar que o ASE é um procedimento administrativo de alimentação do cadastro eleitoral de cada cidadão. Nesse local ficam arquivadas as informações relativas à época da inscrição, de votações, de eventuais multas, de alterações de domicílio etc. Não há necessidade de aprofundarmos o assunto. Contudo, é importante que saibamos que o "Manual ASE" substituiu o FASE, cuja finalidade principal é a mesma: alimentar as informações dos eleitores no cadastro eleitoral. 6 - Restabelecimento de Inscrição cancelada por Equívoco O restabelecimento de inscrição cancelada por equívoco é um procedimento administrativo que será utilizado quando houver o cancelamento equivocado da inscrição eleitoral. A disciplina na Resolução é singela e vem assim disposta: Art. 20. Será admitido o restabelecimento, mediante comando do código FASE 361, de inscrição cancelada em virtude de comando equivocado dos códigos FASE 019, 450 e 469. Em razão do estabelecimento do Manual ASE, para o restabelecimento da inscrição cancelada por equívoco utiliza-se o código ASE 361. Para tanto o servidor eleitoral deverá: 1º - verificar se houve, de fato, o equívoco da Justiça Eleitoral; 2º - autuar um procedimento que será analisado pelo Juiz Eleitoral; 3º - certificar-se da inexistência de outra inscrição liberada ou regular para o eleitor; 4º - lançar a informação da data da ocorrência, a data da determinação pelo Juiz Eleitoral para restabelecimento da inscrição. Em síntese... FASE Substituído pelo "Manual ASE" cujos códigos são estabelecidos pelo Provimento CGE nº 6/2009. Procedimento administrativo de alimentação do cadastro eleitoral de cada cidadão. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 164 7 - Título Eleitoral Em relação ao título eleitoral, a Resolução do TSE nº 21.538/2003 traz diversas regras importantes, nos arts. 22 a 26. O título eleitoral é o documento que prova o alistamento eleitoral e, em razão disso, a cidadania do eleitor, permitindo a prática de atos que envolvam o exercício dos direitos políticos. Dessa forma, em regra, para a prática de atos que envolvam o exercício da cidadania, o brasileiro deverá utilizar o título de eleitor para comprovar a condição de cidadão. É o que ocorre, por exemplo, para o ajuizamento de ação popular, entre cujos requisitos está a demonstração da cidadania. De todo modo, é importante registrar que a jurisprudência do STF, no julgamento da ADI nº 4.467, faculta ao eleitor, para o exercício do voto no dia das eleições, a apresentação de documento com foto. Dispensa-se, portanto, a obrigatoriedade de apresentação do título eleitoral para o exercício da capacidade eleitoral ativa. Dada a importância do julgado, vejamos a ementa da decisão de medida cautelar no referido julgamento6: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR. ART. 91-A, CAPUT, DA LEI 9.504, DE 30.9.1997, INSERIDO PELA LEI 12.034, DE 29.9.2009. ART. 47, § 1º, DA RESOLUÇÃO 23.218, DE 2.3.2010, DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL. OBRIGATORIEDADE DA EXIBIÇÃO CONCOMITANTE, NO MOMENTO DA VOTAÇÃO, DO TÍTULO ELEITORAL E DE DOCUMENTO OFICIAL DE IDENTIFICAÇÃO COM FOTOGRAFIA. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO POSTULADO DO LIVRE EXERCÍCIO DA SOBERANIA E AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA PROPORCIONALIDADE, DA RAZOABILIDADE E DA EFICIÊNCIA. NECESSIDADE DE FIXAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO FEDERAL DAS NORMAS IMPUGNADAS. PERIGO NA DEMORA CONSUBSTANCIADO NA IMINÊNCIA DAS ELEIÇÕES GERAIS MARCADAS PARA O DIA 3 DE OUTUBRO DE 2010. 1. A proximidade das eleições gerais de 3 de outubro de 2010 e a invulgar importância do tema enfrentado na presente ação direta, relativo ao livre exercício da cidadania pela expressão do voto, autorizam o procedimento de urgência previsto no art. 10, § 3º, da Lei 9.868/99, a fim de que o Tribunal possa se manifestar antes de eventual perecimento de direito. 2. A segurança do procedimento de identificação dos eleitores brasileiros no ato de votação ainda apresentadeficiências que não foram definitivamente solucionadas. A postergação do implemento de projetos como a unificação das identidades 6 ADI 4467 MC, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/2010, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-104 DIVULG 31-05-2011 PUBLIC 01-06-2011 RTJ VOL-00221- PP- 00356. RESTABELECIMENTO DA INSCRIÇÃO CANCELADA POR EQUÍVOCO procedimento administrativo para restabelecer cancelamento equivocado de inscrição eleitoral. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 164 civil e eleitoral num só documento propiciou, até os dias atuais, a ocorrência de inúmeras fraudes ligadas ao exercício do voto. 3. A apresentação do atual título de eleitor, por si só, já não oferece qualquer garantia de lisura nesse momento crucial de revelação da vontade do eleitorado. Por outro lado, as experiências das últimas eleições realizadas no Brasil demonstraram uma maior confiabilidade na identificação aferida com base em documentos oficiais de identidade dotados de fotografia, a saber: as carteiras de identidade, de trabalho e de motorista, o certificado de reservista e o passaporte. 4. A norma contestada, surgida com a edição da Lei 12.034/2009, teve o propósito de alcançar maior segurança no processo de reconhecimento dos eleitores. Por isso, estabeleceu, já para as eleições gerais de 2010, a obrigatoriedade da apresentação, no momento da votação, de documento oficial de identificação com foto. 5. Reconhecimento, em exame prefacial, de plausibilidade jurídica da alegação de ofensa ao princípio constitucional da razoabilidade na interpretação dos dispositivos impugnados que impeça de votar o eleitor que, embora apto a prestar identificação mediante a apresentação de documento oficial com fotografia, não esteja portando seu título eleitoral. 6. Medida cautelar deferida para dar às normas ora impugnadas interpretação conforme à Constituição Federal, no sentido de que apenas a ausência de documento oficial de identidade com fotografia impede o exercício do direito de voto. A discussão envolveu a alteração trazida pela Lei nº 12.034/2009, que estabeleceu a obrigatoriedade ao eleitor de apresentar, no momento do voto, o título eleitoral e outro documento oficial de identidade, tais como o RG, a CNH, a CTPS, o passaporte ou o certificado de reservista. Instado a se manifestar em relação a matéria, o STF entendeu, em sede provisória de medida cautelar, que a exigência de ambos os documentos fere o princípio do livre exercício da soberania, bem como os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e da eficiência, uma vez que constitui uma exigência que poderia causar prejuízos ao exercício do voto nas eleições. Desse modo, fixou entendimento provisório de que apenas a apresentação de documento oficial com foto é suficiente e necessário para votar. Desse modo, pergunta-se: 1) Eleitor comparece apenas com o título eleitoral, poderá votar? Não, uma vez que o título não contém foto. Não poderá exercer o voto, pois não consegue provar a sua identidade. 2) Eleitor comparece com algum documento oficial com foto como RG, CNH, CTPS, passaporte ou certificado de reservista, poderá votar? Se estiver regular a situação, poderá votar normalmente. Para a prova... exige-se a apresentação de documento com foto apenas não é obrigatório comparecer com o título e com documento com foto portar o título eleitoral é dispensável no dia das eleições para o exercício do voto PARA VOTAR 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 164 Por fim, uma curiosidade de natureza prática. No dia das eleições é fundamental ao eleitor comparecer no local de votação com o título. Se o eleitor não souber a seção eleitoral onde vota, restará impossibilitado de exercer o voto. Isso ocorre especialmente em locais de votações onde existe grande quantidade de seções eleitorais. Desse modo, embora não seja imprescindível a apresentação do título para votar, ele é fundamental para localizar a seção eleitoral. Vejamos, em seguida, o art. 22 que estabelece as características físicas do título: Art. 22. O título eleitoral será confeccionado com características, formas e especificações constantes do modelo anexo II. Parágrafo único. O título eleitoral terá as dimensões de 9,5x6,0cm, será confeccionado em papel com marca d'água e peso de 120g/m2, impresso nas cores preto e verde, em frente e verso, tendo como fundo as Armas da República, e será contornado por serrilha. O art. 23 fixa as informações que devem constar no documento. Infelizmente, há questões de prova que cobram tais informações, razão pela qual sugere-se a memorização do dispositivo. Art. 23. O título eleitoral será emitido, obrigatoriamente, por computador e dele constarão, em espaços próprios, o nome do eleitor, a data de nascimento, a unidade da Federação, o município, a zona e a seção eleitoral onde vota, o número da inscrição eleitoral, a data de emissão, a assinatura do juiz eleitoral, a assinatura do eleitor ou a impressão digital de seu polegar, bem como a expressão "segunda via", quando for o caso. Vejamos, novamente, a imagem de um título eleitoral, em que constam todas as informações acima: INFOMAÇÕES CONSTANTES DO TÍTULO 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 164 Em regra, os títulos deverão ser assinados pelo juiz eleitoral. Contudo, essa norma poderá ser flexibilizada pela emissão on-line do documento. Em tais situações, haverá a impressão da assinatura do Presidente do TRE respectivo, em substituição à assinatura do juiz eleitoral. Não há delimitação, pela lei eleitoral, quanto às hipóteses em que a emissão on-line poderá ser feita, o que denota o rol exemplificativo constante do dispositivo abaixo: § 1º Os tribunais regionais poderão autorizar, na emissão on-line de títulos eleitorais e em situações excepcionais, a exemplo de revisão de eleitorado, recadastramento ou rezoneamento, o uso, mediante rígido controle, de impressão da assinatura (chancela) do presidente do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, em exercício na data da autorização, em substituição à assinatura do juiz eleitoral da zona, nos títulos eleitorais. Para finalizar o art. 23, vejamos o que dispõe o §2º: § 2º Nas hipóteses de alistamento, transferência, revisão e segunda via, a data da emissão do título será a de preenchimento do requerimento. Em relação ao alistamento inicial, não temos maiores dúvidas. A data que o eleitor comparecer à Justiça Eleitoral para o cadastramento será a data considerada para a emissão do título. Contudo, em relação aos atos de transferência, de revisão e de segunda via poderíamos pensar que a data a ser nome do eleitor data de nascimento unidade da Federação município zona seção eleitoral onde vota número da inscrição eleitoral data de emissão assinatura do juiz eleitoral assinatura do eleitor ou a impressão digital de seu polegar expressão "segunda via", quando for o caso. HIPÓTESES PERMITIDAS DE EMISSÃO ON LINE DO TÍTULO Impressão da assinatura mediante chancela do Presidente do TRE respectivo, por meio de rígido controle, como forma de substituição da assinatura do Juiz Eleitoral. Revisão do Eleitorado Recadastramento ou rezoneamento. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 164 colocadano título é data da inscrição originária. Contudo, o que se pretende é datar a emissão do documento físico, não a data da inscrição. Desse modo... Pergunta-se: Caso o eleitor tenha feito a inscrição em 2008, perca o título e compareça apenas para efetuar a segunda via em 2015, constará a data da segunda via de 2008? A data a ser colocada é a da emissão do título. Portanto, no exemplo acima a data de emissão da segunda via será 2015. O art. 24 estabelece o procedimento de emissão, tratando do comprovante de entrega da solicitação. Dada a menor importância, apenas leiamos o dispositivo e, abaixo, segue uma observação: Art. 24. Juntamente com o título eleitoral, será emitido protocolo de entrega do título eleitoral (Pete) (canhoto), que conterá o número de inscrição, o nome do eleitor e de sua mãe e a data de nascimento, com espaços, no verso, destinados à assinatura do eleitor ou aposição da impressão digital de seu polegar, se não souber assinar, à assinatura do servidor do cartório responsável pela entrega e o número de sua inscrição eleitoral, bem como à data de recebimento. § 1º O título será entregue, no cartório ou no posto de alistamento, pessoalmente ao eleitor, vedada a interferência de pessoas estranhas à Justiça Eleitoral. § 2º Antes de efetuar a entrega do título, comprovada a identidade do eleitor e a exatidão dos dados inseridos no documento, o servidor destacará o título eleitoral e colherá a assinatura ou a impressão digital do polegar do eleitor, se não souber assinar, no espaço próprio constante do canhoto. Atenção! Embora no Código Eleitoral haja menção de que o título poderá ser entregue a uma pessoa autorizada pelo eleitor, o entendimento do TSE é firme no sentido de aplicar o art. 24, §1º. Assim... A DATA DA EMISSÃO SERÁ CONSIDERADA A DATA DO PREENCHIMENTO DO REQUERIMENTO EM CASO DE: alistamento transferência revisão segunda via O título de eleitor é documento pessoal e não poderá ser entregue a terceiro, nem mesmo por meio de procuração. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 164 Vimos, na aula passada, que o cadastro eleitoral é fechado nos meses que antecedem o pleito eleitoral. Nesse período, algumas situações de alistamento não poderão ser efetuadas conforme o art. 25: Art. 25. No período de suspensão do alistamento, não serão recebidos requerimentos de alistamento ou transferência (Lei nº 9.504/97, art. 91, caput). Parágrafo único. O processamento reabrir-se-á em cada zona logo que estejam concluídos os trabalhos de apuração em âmbito nacional (Código Eleitoral, art. 70). Portanto, nos 150 dias anteriores ao pleito, até a conclusão dos trabalhos de apuração em âmbito nacional, não serão recebidos requerimentos de alistamento ou de transferência. DURANTE OS 150 DIAS QUE ANTECEDE O PLEITO ELEITORAL NÃO PODERÁ O ELEITOR REQUER O ALISTAMENTO OU A TRANSFERÊNCIA DA INSCRIÇÃO ELEITORAL PARA OUTRO DOMICÍLIO. Finalmente, vejamos o art. 26, que estabelece que o título faz prova da quitação do eleitor perante a Justiça Eleitoral ATÉ A DATA DA SUA EMISSÃO. Tal conclusão seria dedutível, ainda que não prevista, haja vista que a emissão do título eleitoral pressupõe a regularidade do eleitor perante a Justiça. Art. 26. O título eleitoral prova a quitação do eleitor para com a Justiça Eleitoral até a data de sua emissão. Vimos assim, as principais regras relativas ao título eleitoral. Para que não percamos questões importantes em nossa prova sobre o assunto, vejamos um breve esquema com as principais informações estudadas nesse tópico: 151ª DIA ANTES DAS ELEIÇÕES último dia para alistamento e transferência 150ª DIA ANTES DAS ELEIÇÕES não recebe-se mais pedidos de alistamento e de transferência DIA SEGUINTE À CONCLUSÃO DOS TRABALHOS DE APURAÇÃO EM ÂMBITO NACIONAL aceitam-se novamente pedidos de alistamento e de transferência Prova o alistamento e, em consequência, a cidania, bem como a regularidade do eleitor até a data da emissão do documento. Constitui documento pessoal, de modo que a retirada na Justiça Eleitoral somente poderá ser efetuada pelo próprio eleitor. Informações constantes do título eleitoral: o nome do eleitor, a data de nascimento, a unidade da Federação, o município, a zona e a seção eleitoral onde vota, o número da inscrição eleitoral, a data de emissão, a assinatura do juiz eleitoral, a assinatura do eleitor ou a impressão digital de seu polegar, bem como a expressão "segunda via", quando for o caso. É possível a emissão online do documento, mediante impressão da assinatura do Presidente do TRE. A data da emissão será considerada a data de preenchimento do requerimento em caso de alistamento, de transferência, de revisão e de segunda via. TÍTULO ELEITORAL 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 164 8 - Fiscalização dos Partidos Políticos Os partidos políticos, por intermédio dos seus delegados cadastrados junto à Justiça Eleitoral, podem fiscalizar todo o processo de alistamento. Em relação à fiscalização dos partidos perante o alistamento, a Resolução do TSE nº 21.538/2003 traz dois dispositivos, vejamos: Art. 27. Os partidos políticos, por seus delegados, poderão: I ± acompanhar os pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e quaisquer outros, até mesmo emissão e entrega de títulos eleitorais, previstos nesta resolução; II ± requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida; III ± examinar, sem perturbação dos serviços e na presença dos servidores designados, os documentos relativos aos pedidos de alistamento, transferência, revisão, segunda via e revisão de eleitorado, deles podendo requerer, de forma fundamentada, cópia, sem ônus para a Justiça Eleitoral. Parágrafo único. Qualquer irregularidade determinante de cancelamento de inscrição deverá ser comunicada por escrito ao juiz eleitoral, que observará o procedimento estabelecido nos arts. 77 a 80 do Código Eleitoral. Em síntese, o partido político poderá cadastrar delegados para: O art. 28, por sua vez, estabelece o número de delegados que poderão ser cadastrados para acompanhar os trabalhos, vejamos: Art. 28. Para os fins do art. 27, os partidos políticos poderão manter ATÉ DOIS delegados perante o Tribunal Regional Eleitoral e ATÉ TRÊS delegados em cada zona eleitoral, que se revezarão, não sendo permitida a atuação simultânea de mais de um delegado de cada partido. § 1º Na zona eleitoral, os delegados serão credenciados pelo juiz eleitoral. § 2º Os delegados credenciados no Tribunal Regional Eleitoral poderão representar o partido, na circunscrição, perante qualquer juízo eleitoral. Notem que embora possam ser cadastrados dois ou três delegados, eles não poderão atuar simultaneamente, mas apenas em forma de revezamento para não conturbar os trabalhos. Caso identifiquem alguma irregularidade, os delegados deverão representar perante o Juiz Eleitoral ou o Juiz do TRE para apuração. Para a prova... acompanhar os serviços de alistamento requerer a exclusão de eleitor ilegalmente inscrito defender eleitor que esteja sofrendo processo de exclusão de forma indevida examinar documentos relativos ao alistamento DELEGADOS DE PARTIDOS PERANTE O ALISTAMENTO 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 164 9 - Acesso às Informações Constantes do Cadastro Devido à periodicidadecom que as informações são atualizadas e lançadas, o cadastro de eleitores, entre os cadastros públicos, é um dos mais relevantes. Constitui, portanto, ferramenta fidedigna para consultar endereços e informações dos brasileiros cadastrados como eleitores. Nesse contexto, por exemplo, o cadastro eleitoral é ferramenta útil e imprescindível para localização de réus e de testemunhas em processos judiciais pelos demais órgãos do Poder Judiciário. Inicialmente, vejamos a disciplina do art. 9º, da Lei nº 7.444/1985, que atribui a competência regulamentar ao TSE para definir o acesso às informações constantes do cadastro eleitoral. Apenas a leitura é suficiente. Art. 9º O Tribunal Superior Eleitoral baixará as instruções necessárias à execução desta Lei, especialmente, para definir: I ± a administração e a utilização dos cadastros eleitorais em computador, exclusivamente, pela Justiça Eleitoral; II ± a forma de solicitação e de utilização de informações constantes de cadastros mantidos por órgãos federais, estaduais ou municipais, visando resguardar sua privacidade; III ± as condições gerais para a execução, direta ou mediante convênio ou contrato, dos serviços de alistamento, revisão do eleitorado, conferência e atualização dos registros eleitorais, inclusive de coleta de informações e transporte de documentos eleitorais, quando necessário, das Zonas Eleitorais até os Centros de Processamento de Dados; DELEGADOS DE PARTIDOS número 3 Zona Eleitoral 2 TRE atribuições Acompanhar os procedimentos de alistamento (inscrição, transferência, revisão, 2ª via) Requerer a exclusão de registro do cadastro. Defender eleitor que esteja sofrendo processo de exclusão de forma indevida Examinar os documentos relativos aos pedidos de alistamento, transferência, revisão e 2º via. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 164 IV ± o acompanhamento e a fiscalização, pelos partidos políticos, da execução dos serviços de que trata esta Lei; V ± a programação e o calendário de execução dos serviços; VI ± a forma de divulgação do alistamento eleitoral e da revisão do eleitorado, em cada Zona e circunscrição, atendidas as peculiaridades locais; VII ± qualquer outra especificação necessária à execução dos serviços de que trata esta Lei. O cadastro eleitoral vem sendo implementado. De acordo com a Resolução TSE nº 23.061/2009, a Justiça Eleitoral, paulatinamente e segundo a disponibilidade financeira, está efetuando o recadastramento de eleitores por intermédio do sistema biométrico e, inclusive, com o registro de fotografia. Tal procedimento conferirá ainda mais relevância ao cadastro eleitoral. Nesse sentido, estabelece o art. 29, da Lei das Eleições, que informações do cadastro eleitoral poderão ser acessíveis às instituições púbicas e privadas e, inclusive, às pessoas físicas. Para tanto, devem observar as regras constantes da resolução, bem como o que dispõe o art. 9º, da Lei nº 7.444/1985. É o que passamos a estudar. Art. 29. As informações constantes do cadastro eleitoral serão acessíveis às instituições públicas e privadas e às pessoas físicas, nos termos desta resolução (Lei nº 7.444/85, art. 9º, I). Tendo em vista os interesses envolvidos no cadastro eleitoral, é importante conhecer alguns casos levados a julgamento perante o TSE e, inclusive, resoluções específicas: Resolução TSE nº 21.966/2004 Estabelece, em síntese, que o partido político, em processo de registro na Justiça Eleitoral, tem o direito de obter a lista de eleitores, com os respectivos números dos títulos e das zonas eleitorais. Acórdão TSE nº 20.198/2009 As informações do cadastro eleitoral são de acesso restrito ao próprio eleitor, às autoridades judiciárias, ao Ministério Público e às entidades autorizadas pelo TSE, desde que exista reciprocidade de interesses. Nos dispositivos abaixo relacionados, encontra-se a regulamentação da Resolução nº 21.538 no que tange à disponibilização de dados da Justiça Eleitoral a outros órgãos e entidades. § 1º Em resguardo da privacidade do cidadão, NÃO se fornecerão informações de caráter personalizado constantes do cadastro eleitoral. § 2º Consideram-se, para os efeitos deste artigo, como informações personalizadas, relações de eleitores acompanhadas de dados pessoais (filiação, data de nascimento, profissão, estado civil, escolaridade, telefone e endereço). § 3º Excluem-se da proibição de que cuida o § 1º os pedidos relativos a procedimento previsto na legislação eleitoral e os formulados: a) pelo eleitor sobre seus dados pessoais; b) por autoridade judicial e pelo Ministério Público, vinculada a utilização das informações obtidas, exclusivamente, às respectivas atividades funcionais; 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 164 c) por entidades autorizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, desde que exista reciprocidade de interesses (Lei nº 7.444/85, art. 4º). Esse dispositivo é de suma importância para a prova. Primeiro, não poderão ser divulgadas informações personalíssimas do eleitor, tais como filiação, data de nascimento, profissão, estado civil, escolaridade, telefone e endereço. Em exceção a essa regra, prevê a Resolução algumas situações específicas, nas quais as informações pessoais poderão ser fornecidas. A primeira hipótese excetiva ocorrerá a requerimento do próprio interessado. Nesse caso, não há qualquer óbice para que o eleitor acesse suas informações pessoais, podendo, em caso de negativa, valer-se de ações constitucionais, tais como o habeas data e o mandado de segurança, a depender da situação. Na segunda hipótese, poderão ser utilizados os cadastros eleitorais pelos demais órgãos do Poder Judiciário e pelo Ministério Público, ambos apenas para o exercício de atividades funcionais. Evidentemente, que o cadastro não poderá ser utilizado pelo magistrado para consultar informações com fins pessoais. Finalmente, discorre a Resolução que, em havendo reciprocidade de interesses, poderá ocorrer o acesso ao sistema por entidades autorizadas pelo TSE. Em relação aos dados de natureza estatística, não há maiores empecilhos para o fornecimento de tais informações, que poderá ser autorizado, inclusive, por determinação do Juiz Eleitoral ou do TRE, nos termos do art. 30. O interessado que obtiver as informações, caso as divulgue, deverá informar a fonte de divulgação. Vejamos: Art. 30. Os tribunais e juízes eleitorais poderão, no âmbito de suas jurisdições, autorizar o fornecimento a interessados, desde que sem ônus para a Justiça Eleitoral e disponíveis em meio magnético, dos dados de natureza estatística levantados com base no cadastro HIPÓTESES EXCEPCIONAIS EM QUE É PERMITIDO O ACESSO ÀS INFORMAÇÕES PESSOAIS DO ELEITOR NO CADASTRO DO SISTEMA ELEITORAL FORA DA JUSTIÇA ELEITORAL Próprio eleitor. Demais órgãos do Poder Judiciário e do MP, no exercício das respectivas funções. Entidades autorizadas pelo TSE, desde que haja reciprocidade de interesse. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 164 eleitoral, relativos ao eleitorado ou ao resultado de pleito eleitoral, salvo quando lhes for atribuído caráter reservado. Sigamos! O juiz somente poderá fornecer dados do cadastro relativos à jurisdição que é responsável, exceto se o eleitor comparecer perante a Justiça Eleitoral fora do seu domicílio para regularização da situaçãoda inscrição eleitoral. É o que se extrai do dispositivo abaixo: Art. 31. Os juízes e os tribunais eleitorais NÃO fornecerão dados do cadastro de eleitores não pertencentes a sua jurisdição, SALVO na hipótese do art. 82 desta resolução. Vejamos, ainda, o art. 32: Art. 32. O uso dos dados de natureza estatística do eleitorado ou de pleito eleitoral obriga a quem os tenha adquirido a citar a fonte e a assumir responsabilidade pela manipulação inadequada ou extrapolada das informações obtidas. 10 - Batimento e procedimentos decorrentes O batimento consiste na análise, por processamento eletrônico, para aferir eventuais inconsistências no cadastro eleitoral. A finalidade, portanto, segundo informa o art. 33, da Resolução do TSE nº 21.538/2003, é retirar do cadastro eventuais inscrições dúplices ou plurais, bem como identificar situações especiais que necessitem de análise. O batimento é centralizado no TSE! Art. 33. O batimento ou cruzamento das informações constantes do cadastro eleitoral terá como objetivos expurgar possíveis duplicidades ou pluralidades de inscrições eleitorais e Na divulgação de informações estatísticas não podem constar dados pessoais dos eleitores. JUIZ ELEITORAL SOMENTE PODERÁ FORNECER OS DADOS DOS CADASTROS DA JURISDIÇÃO A QUAL LHE É ATRIBUÍDA EXCETO na hipótese de o eleitor comparecer à Justiça Eleitoral de outra circunscrição para regularizar a inscrição. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 164 identificar situações que exijam averiguação e será realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral, em âmbito nacional. § 1º As operações de alistamento, transferência e revisão somente serão incluídas no cadastro ou efetivadas após submetidas a batimento. § 2º Inscrição agrupada em duplicidade ou pluralidade ficará sujeita a apreciação e decisão de autoridade judiciária. § 3º Em um mesmo grupo, serão sempre consideradas não liberadas as inscrições mais recentes, excetuadas as inscrições atribuídas a gêmeos, que serão identificadas em situação liberada. § 4º Em caso de agrupamento de inscrição de gêmeo com inscrição para a qual não foi indicada aquela condição, essa última será considerada não liberada. De acordo com o dispositivo acima, o alistamento, que se constitui na inscrição inicial do eleitor, a transferência e A revisão somente serão incluídos no cadastro eleitoral após o batimento. Isso significa dizer que haverá um processamento eletrônico prévio, para além daquele feito pelo servidor no momento da consecução do procedimento administrativo, para aferir se não existe outra inscrição eleitoral em nome do interessado. Para a prova... Identificada situação de duplicidade ou de pluralidade, tal ocorrência será apreciada e analisada pelo Juiz Eleitoral da jurisdição respectiva. Isso significa dizer que uma vez identificado pelo batimento que há, aparentemente, duas ou mais inscrições para a mesma pessoa, a inscrição mais recente ficará suspensa, até análise pelos servidores da Justiça Eleitoral e posterior chancela do Juiz. São comuns as situações de gêmeos serem identificados no batimento eletrônico como inconsistência, especialmente quando não for informado no sistema eleitoral que determinada pessoa é gêmea de outra. Isso ocorre porque o batimento leva em consideração, entre outras informações, a data de nascimento e a filiação. No caso de gêmeos, esses dados são iguais. Logo, se não houver a informação de que são gêmeos perante o sistema, os nomes serão agrupados e não será liberada a inscrição eleitoral realizada por último, até que o procedimento seja analisado pela Justiça Eleitoral e a informação de que são gêmeos conste do sistema. Desse modo devemos memorizar o seguinte... ANTES DA INCLUSÃO DO CADASTRO, EM BATIMENTO, SERÁ VERIFICADO SE HÁ OUTRA INSCRIÇÃO EM CASO DE alistamento transferência revisão 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 164 Haverá, portanto, dois procedimentos quando ocorrer a hipótese de agrupamento: ª Uma das inscrições ficará não-liberada que, conforme visto acima, é a mais recente; e ª As demais constarão do sistema como liberadas, embora não regulares. Somente após o procedimento administrativo eleitoral com eventual cancelamento e regularização, as inscrições voltarão a constar no sistema como regulares. 10.1 - Documentos Emitidos pelo Sistema no Batimento Feito o batimento, será disponibilizada às respectivas zonas eleitorais, para apuração, a relação de eleitos agrupados, nos termos do art. 34, abaixo: Art. 34. Será colocada à disposição de todas as zonas eleitorais, após a realização de batimento: I ± RELAÇÃO DE ELEITORES AGRUPADOS (envolvidos em duplicidade ou pluralidade) emitida por ordem de número de grupo, contendo todos os eleitores agrupados inscritos na zona, com dados necessários a sua individualização, juntamente com índice em ordem alfabética; II ± comunicação dirigida à autoridade judiciária incumbida da apreciação do caso, noticiando o agrupamento de inscrição em duplicidade ou pluralidade, para as providências estabelecidas nesta resolução. Parágrafo único. Será expedida NOTIFICAÇÃO dirigida ao eleitor cuja inscrição foi considerada não liberada pelo batimento. De posse dessas informações, o Juiz Eleitoral procederá análise das inscrições, com a notificação do eleitor que teve a inscrição agrupada. 10.2 - Duplicidades e Pluralidades Primeiramente, vamos distinguir duplicidade de pluralidade. Quando houver o agrupamento de duas inscrições eleitorais, teremos uma situação de duplicidade. Quando forem três, ou mais, inscrições eleitorais agrupadas, haverá uma hipótese de pluralidade. De posse dessas informações, o juiz deverá proceder nos termos do art. 35 da Resolução do TSE nº 21.538/2003: Art. 35. Colocada à disposição a relação de eleitores agrupados, o juiz eleitoral fará publicar edital, pelo prazo de três dias, para conhecimento dos interessados. O batimento eletrônico, realizado pelo TSE, agrupa as inscrições eleitorais com possíveis inconsistências e considera não liberada a última inscrição confeccionada até análise pela Justiça Eleitoral. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 164 Art. 36. Todo eleitor que tiver sua inscrição não liberada em decorrência do cruzamento de informações deverá ser notificado para, se o desejar, requerer regularização de sua situação eleitoral, no prazo de 20 dias, contados da data de realização do batimento. Em síntese... Em seguida, vejamos o art. 37, que estabelece as atribuições do Juiz Eleitoral: Art. 37. Recebida a comunicação da coincidência, a autoridade judiciária deverá, de ofício e imediatamente: I ± determinar sua autuação; II ± determinar a regularização da situação da inscrição do eleitor que não possuir outra inscrição liberada, independentemente de requerimento, desde que constatado que o grupo é formado por pessoas distintas; III ± determinar as diligências cabíveis quando não for possível identificar de pronto se a inscrição pertence ou não a um mesmo eleitor; IV ± aguardar, sendo o caso, o comparecimento do eleitor ao cartório durante os 20 dias que lhe são facultados para requerer regularização de situação eleitoral; V ± comparecendo o eleitor ao cartório, orientá-lo, conforme o caso, a preencher o Requerimento para Regularização de Inscrição (RRI), ou a requerer, oportunamente, transferência, revisão ou segunda via; VI ± determinaro cancelamento da(s) inscrição(ões) que comprovadamente pertença(m) a um mesmo eleitor, assegurando a cada eleitor apenas uma inscrição; VII ± dar publicidade à decisão; VIII ± promover a digitação da decisão; IX ± adotar demais medidas cabíveis. Do dispositivo acima se extrai que o Juiz Eleitoral deve proceder a análise da situação com vistas a eliminar a inconsistência no cadastro. Entendemos que é necessário memorizar todas as diligências que poderão ser tomadas. Lembrem- se, entretanto, que a atuação do Juiz Eleitoral ± por se tratar de atuação administrativa ± poderá se dar de ofício (independentemente de provocação) e de forma imediata. O art. 38 traz uma importante regra. Caso a inscrição esteja agrupada em duplicidade, ou pluralidade, em razão do batimento efetuado pelo TSE, não é permitido ao eleitor, ANTES DA REGULARIZAÇÃO, pedir a transferência, a revisão ou a segunda via. Recebida a relação de inscrições agrupadas, será publicado edital pelo prazo de 3 dias para publicidade. Em seguida, a Justiça Eleitoral terá o prazo de 20 dias para notificar os eleitores interessados para requererem a regularização. 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 164 Art. 38. Não poderá ser objeto de transferência, revisão ou segunda via, inscrição agrupada em duplicidade ou pluralidade. Se o agrupamento automático, em razão do batimento no TSE, não for analisado pelo Juiz: Ö A inscrição liberada passará a figurar como regular; e Ö A inscrição não-liberada será cancelada. É o que dispõe o art. 39, da Resolução do TSE nº 21.538/2003: Art. 39. Encerrado o prazo para exame e decisão dos casos de duplicidade ou pluralidade, não existindo decisão de autoridade judiciária, a inscrição liberada passará a figurar como regular e a não-liberada como cancelada, caso exista no cadastro. O art. 40 é um dos mais incidentes em provas sobre o assunto. Ele trata da ordem de cancelamento das inscrições eleitorais, quando for constatada a duplicidade. Procura-se, em um primeiro momento, cancelar a inscrição mais recente efetuada contrariamente à legislação. Se ambas forem requeridas na mesma data, e forem regulares, passamos para os próximos critérios. Será avaliada, assim, para cancelamento, a inscrição que não corresponda ao domicílio atual do eleitor e, em seguida, a inscrição cujo título ainda não tenha sido retirado perante a Justiça Eleitoral. Se ambos os títulos forem de domicílio do eleitor e ambos tiverem sido retirados, deve-se procurar pela inscrição que não tenha sido utilizada para o exercício do voto. Na hipótese remota de também não ser suficiente tal critério, será cancelada a primeira inscrição registrada no sistema, ou seja, a inscrição mais antiga. Complicado? Calma, vejamos o dispositivo e, em seguida, um esquema para auxiliar na memorização da matéria. Art. 40. Identificada situação em que um mesmo eleitor possua duas ou mais inscrições liberadas ou regulares, agrupadas ou não pelo batimento, o cancelamento de uma ou mais delas deverá, preferencialmente, recair: I ± na inscrição mais recente, efetuada contrariamente às instruções em vigor; II ± na inscrição que não corresponda ao domicílio eleitoral do eleitor; III ± naquela cujo título não haja sido entregue ao eleitor; IV ± naquela cujo título não haja sido utilizado para o exercício do voto na última eleição; V ± na mais antiga. § 1º Comprovado que as inscrições identificadas pertencem a gêmeos ou homônimos, deverá ser comandado o respectivo código FASE. § 2º Constatada a inexatidão de qualquer dado constante do cadastro eleitoral, deverá ser providenciada a necessária alteração, mediante preenchimento ou digitação de RAE (Operação 5 ± Revisão), observadas as formalidades para seu deferimento. ENQUANTO NÃO REGULARIZADA A SITUAÇÃO DO CADASTRO AGRUPADO NÃO É POSSÍVEL REQUERER transferência revisão segunda via 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 164 Para a prova... 10.3 - Competência para Regularização de Situação Eleitoral e para Processamento das Decisões Vimos até o presente as regras e as consequências das inscrições eleitorais dúplices ou plurais. Vimos, inclusive, quais são as atribuições do Juiz eleitoral ao receber a comunicação de agrupamento. Contudo, não foi analisada a distribuição da competência entre os Juízes eleitorais para tratar de tais situações. Para melhor compreendermos vejamos um exemplo: Imagine um eleitor que tenha três inscrições eleitorais. Uma delas no Estado do Paraná, mais especificamente no município de Cascavel e outras duas no Estado do Acre, uma no município de Bujari, e outra em Marechal Thaumaturgo. E aí, a quem competirá analisar o procedimento que estudamos acima? É exatamente isso que veremos neste tópico. Vamos iniciar, portanto, com o art. 41: Art. 41. A decisão das duplicidades e pluralidades de inscrições, agrupadas ou não pelo batimento, inclusive quanto às inscrições de pessoas que estão com seus direitos políticos suspensos, na esfera administrativa, caberá: I ± No tocante às duplicidades, ao juiz da zona eleitoral onde foi efetuada a inscrição mais recente (Tipo 1D), ressalvadas as hipóteses previstas nos §§ 1º a 3º deste artigo; II ± No tocante às pluralidades: a) ao juiz da zona eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas em uma mesma zona eleitoral (Tipo 1P); b) ao corregedor regional eleitoral, quando envolver inscrições efetuadas entre zonas eleitorais de uma mesma circunscrição (Tipo 2P); 1º inscrição mais recente 2º inscrição que não corresponder ao domicílio do eleitor 3º incrição cujo título não tenha sido entregue ao eleitor 4º inscrição não utilizada para o voto na última eleiçao 5º mais antiga 03243277906 Direito Eleitoral para Concursos Curso Regular Aula 05 - Prof. Ricardo Torques Prof. Ricardo Torques www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 164 c) ao corregedor-geral, quando envolver inscrições efetuadas em zonas eleitorais de circunscrições diversas (Tipo 3P). § 1º As decisões de situação relativa a pessoa que perdeu seus direitos políticos (Tipo 3D) e de pluralidades decorrentes do agrupamento de uma ou mais inscrições, requeridas em circunscrições distintas, com um ou mais registros de suspensão da Base de Perda e Suspensão de Direitos Políticos (Tipo 3P) serão da competência do corregedor-geral. § 2º As decisões das duplicidades envolvendo inscrição e registro de suspensão da Base de Perda e Suspensão de Direitos Políticos (Tipo 2D) e das pluralidades decorrentes do agrupamento de uma ou mais inscrições, requeridas na mesma circunscrição, com um ou mais registros de suspensão da referida base (Tipo 2P) serão da competência do corregedor regional eleitoral. § 3º Na hipótese de duplicidade envolvendo inscrições atribuídas a gêmeos ou homônimos comprovados, existindo inscrição não liberada no grupo, a competência para decisão será do juiz da zona eleitoral a ela correspondente. Como o dispositivo é extenso e confuso, vamos com calma! O artigo estabelece competência para o juiz eleitoral, para o Corregedor-Regional Eleitoral, bem como para o Corregedor-Geral Eleitoral. Para facilitar a memorização, vejamos o esquema que segue: ÓRGÃO JUDICIAL REGRAS PADRÃO DA COMPETÊNCIA JU IZ E L E IT O R A L ª Em relação à duplicidade, a competência será do juiz eleitoral em que estiver a inscrição mais recente, uma vez que a esse magistrado compete o cancelamento da inscrição que estiver sob sua jurisdição. Como esse é o primeiro critério para cancelamento;