Prévia do material em texto
ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; FRANCISCO, Cláudia Cristina Batistela. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS. Cláudia Cristina Batistela Francisco. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 143 p. “Graduação - EaD”. 1. Gestão. 2. Vendas . 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.8 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Minco� Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Prod. de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Design Educacional Paulo Victor Souza e Silva Iconografia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração Robson Yuiti Saito Revisão Textual Hellyery Agda Ilustração Bruno Cesar Pardinho Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R A Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco Mestre em Educação pela UEM (2008-2010). Graduada em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário de Maringá (2003). Atuo como professora da UniCesumar, no ensino presencial e EAD, (2009 - atual). Já atuei como professora na Faculdade América do Sul e Instituto Parananense de Ensino (pós-graduação) (2009-2012), Faculdades Alvorada (2007-2008), e na área de marketing na Unimed e Colégio Marista. Pós graduada em Marketing-MBA (2005), e especialista em Educação a Distância (2008). Experiência na área de Comunicação, com ênfase em Marketing e Publicidade e Propaganda, atuando principalmente nos seguintes temas: publicidade e propaganda, planejamento estratégico, endomarketing, merchandising, marketing direto, decisão de compra e pesquisa de mercado. Seja bem-vindo(a)! Compreender o desenvolvimento econômico e de mercado da sociedade, envolve o entendimento e desenvolvimento histórico do Profissional de Vendas. Juntamente com a necessidade de apresentação e venda de seus produtos e/ou serviços, as organizações percebem a importância em se ter alguém para realizar essas atividades. Apresentamos a vocês na primeira unidade do livro os conceitos e definições da Filoso- fia Empresarial. Para começarmos o estudo vamos analisar brevemente os conceitos de organização, compreendendo suas funções no mercado, para que possamos analisar como os profissionais de vendas atuam. Além da forma como as organizações se dividem (sociais, com ou sem fins lucrativos), será discutido como as mudanças de mercado alteram a formação e a atuação de uma empresa. Com base nos estudos realizados, discutiremos as diferenças entre as organi- zações consideradas tradicionais, e as novas organizações de mercado. Considerando essa informação, apresentaremos nesse livro também os fatores que en- volvem a filosofia da organização, sendo estes a missão, visão, razão, crenças e valores da empresa. Após essa apresentação inicial, passamos a discutir as funções e os conceitos de vendas. Faz-se necessário uma breve apresentação histórica dessa profissão, para que possamos entender o hoje dos Profissionais de Vendas. E por fim, a influência do mercado no Am- biente de Vendas, com uma apresentação de dados e números de vendas no mercado no ano de 2015.Na segunda unidade do livro vocês encontrarão as funções dos Profissionais de Vendas, sendo divididas em: Gerente de Vendas, Supervisor de Vendas, Vendedor, Assistente de Vendas e Promotor de Vendas. Nosso foco nesse momento está em definir e explicar as funções individuais de cada um dos profissionais apresentados anteriormente. Os Profissionais de Vendas não atuam somente no contato direto com o consumidor apresentando e demonstrando o produto e/ou serviço. É preciso entender as etapas e funções realizadas antes da venda “cara a cara”. As formas de análise de mercado, compreensão do consumidor, acompanhamento das ações dos concorrentes e aperfeiçoamento constante de função, são alguns dos pontos discutidos e apresentados na unidade. Pois, o objetivo desse estudo está em demons- trar a você, aluno (a), a importância de cada função de vendas, e de como cada uma deve atuar e reagir às necessidades de mercado. E tendo essa ideia central como base, traçaremos nossas discussões nas habilidades desses profissionais. Vocês observarão nesse momento, que apesar de seguirmos uma linha base de habilidades e perfil, a cada mudança de mercado, o profissional de ven- das muda. Porém, habilidades interpessoais, técnicas e de negociação, sempre existirão, mas serão adaptadas conforme a necessidade de venda do momento e do consumidor. Na terceira unidade do livro passaremos a discutir as estratégias de vendas. Abordare- mos nesse momento os estágios de um Processo de Vendas, as formas de Distribuição APRESENTAÇÃO ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS em Vendas, os Territórios e Rotas de Vendas e a Comunicação em Vendas. Os estágios do Processo de Vendas envolverão fatores de pré-venda, venda e pós- -venda. Além de informações relevantes aos profissionais de vendas para a execu- ção de suas atividades, vocês observarão informações importantes quanto ao com- portamento do consumidor em todo esse processo. Já na discussão da Distribuição de Venda apresentaremos as formas como as organizações distribuem e apresen- tam seus produtos e/ou serviços aos consumidores no mercado. Na sequência, vocês conhecerão as formas de Territórios de Vendas, que são usados pelas organizações para determinar a rota e local de atuação de sua equipe de ven- da. E ao final dessa unidade, será discutida a importância da Comunicação no pro- cesso de vendas, tanto da organização, como empresa, com o consumidor, como do vendedor com o consumidor. Além da apresentação de estratégias e técnicas de comunicação. Na quarta unidade do livro você poderá aprofundar seus conhecimentos da análise de mercado. Nesse momento serão apresentadas as variáveis internas e externas, relacionadas ao Macroambiente e Microambiente, e que auxiliam na atuação e de- senvolvimento da organização no mercado. O que iremos ressaltar, e que se faz extremamente importante, são os principais pontos de análise de mercado. Verificar e compreender o que a organização e seus produtos tem de positivo, ou quais são as suas falhas de mercado, ou as oportunida- des que este oferecem, são fatores estratégicos e usados pelos profissionais de ven- das para que possam traçar suas ações e metas de trabalho. Discutiremos também as Formas de Previsão e Cotas de Vendas, que são usadas para o planejamento das atividades da organização. A última unidade do livro, nossa quinta unidade, busca fechar todo o conteúdo apresentado até o momento, estudando as formas de Remuneração da Equipe de Vendas, os tipos e funções dos Relatórios Comerciais de Vendas, a Avaliação da Equi- pe de Vendas e as Tendências de mercado. É valido ressaltar, antes de iniciar seus estudos quanto a Remuneração da Equipe de Vendas, que apresentaremos diversas opções as organizações, mas que a escolha e determinação de qual será utilizada, dependerá dos objetivos, metas e capacidade financeira e de vendas da empresa no mercado. As discussões referentes aos Relatórios Comerciais e a Avaliação da Equipe de Ven- das, serão uteis para a compreensão da análise e acompanhamento da atuação dos profissionais de vendas. Tanto o controle de metas e objetivos, com foco financeiro, quanto uma avaliação da qualidade de venda e atendimento ao consumidor. E por fim, as Tendências de Mercado de vendas. Nesse momento, nosso foco de es- tudos, está nas vendas on line, tendência essa que vem crescendo cada vez mais no mercado. Você encontrará discussões de como esse processo acontece, e também de como se apresenta a figura do profissional de vendas nas vendas on line. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS 15 Introdução 16 Vendas e Gestão Empresarial 19 Vendas: Características, Conceitos e Função de Mercado 23 Análise do Ambiente de Vendas: O Mercado de Vendas 31 Considerações Finais 37 Referência 39 Gabarito UNIDADE II OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS 43 Introdução 44 Definição dos Profissionais da Administração de Vendas 48 Execução e Conceitos do Planejamento da Força de Vendas 53 Análise do Perfil e Habilidades do Profissional de Vendas 56 Considerações Finais 62 Referência 63 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO 67 Introdução 68 Análise da Organização da Força de Vendas 73 Análise das Formas de Distribuição em Vendas 75 Verificação das Formas de Territórios (Hexágono ou Círculo, Trevo, Cunha e Retângulo) e Rotas de Vendas 79 Discussão da Comunicação em Vendas 82 Considerações Finais 88 Referência 89 Gabarito UNIDADE IV ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS 93 Introdução 94 Análise do Ambiente de Vendas: Variáveis Ambientais (Macroambiente e Microambiente) 100 Objetivos, Conceitos e Função da Previsão de Vendas 104 Fatores e Função das Cotas de Vendas para as Organizações 107 Considerações Finais 113 Referência 114 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS 117 Introdução 118 Remuneração da Equipe de Vendas: Conceitos e Técnicas 123 Objetivos e Função dos Relatórios Comerciais de Vendas 126 Formas de Avaliações da Equipe de Vendas 130 Tendências no Processo de Vendas: Análise das Tendências de Mercado 135 Considerações Finais 140 Referência 141 Gabarito 143 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender os conceitos e definições de vendas. ■ Conhecer a filosofia empresarial e sua influência em vendas. ■ Analisar a importância das vendas no mercado. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Vendas e gestão empresarial ■ Vendas: características, conceitos e função de mercado ■ Análise do ambiente de vendas: o mercado de vendas INTRODUÇÃO A área de vendas vem se desenvolvendo nas empresas, principalmente devido às necessidades de mercado. Compreender sua história e importância dentro de uma organização é o primeiro passo para que possamos entender a função e objetivo do profissional de vendas. O consumidor está cada vez mais exigente, não somente com a qualidade e características dos produtos e/ou serviços que irá adquirir, mas também com a forma como a empresa irá apresentar seus bens para vendas e como esse pro- cesso será realizado. Seguindo esses pensamentos, na primeira unidade do livro, trabalharemos a definição e conceito da filosofia da empresa, juntamente com a importância da definição e conhecimento da sua missão, visão, razão, crenças e valores. Vamos entender como tais fatores interferem no desenvolvimento da empresa no mer- cado e na equipe de vendas. Será apresentado também um breve histórico da área de vendas nas organizações. E, para finalizar aunidade, uma discussão a respeito do Ambiente de Vendas. É preciso entender o quanto empresa e mercado são importantes para a equipe de vendas, tanto com o fornecimento de informações quanto com o desenvol- vimento de estratégias. Antes de falarmos sobre a situação atual de mercado, vamos discutir, bre- vemente, sobre os Ciclos de Vida enfrentados pela organização e/ou produtos e serviços no mercado que devem ser conhecidos pela equipe de vendas. Na sequência, apresentamos um breve estudo do mercado de vendas. Com base em dados e informações do mercado de 2015, faremos uma análise das influências e resultados apresentados pelos profissionais de vendas. Além disso, serão apresentadas também informações importantes quanto às principais ten- dências do departamento de vendas. Não podemos esquecer que, durante toda a unidade, os conceitos de ven- das estarão presentes, mostrando a função e importância dessa área dentro de uma organização. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 VENDAS E GESTÃO EMPRESARIAL A FILOSOFIA EMPRESARIAL Antes de iniciarmos nossos estudos sobre o processo de vendas, é preciso com- preender alguns conceitos básicos da administração, que nos darão suporte para as análises a serem realizadas. As empresas com as quais iremos trabalhar a administração de vendas são consideradas organizações sociais, com ou sem fins lucrativos. Chiavenato (2009) classifica as empresas quanto a sua propriedade, as dividindo em: ■ Empresas Públicas: são aquelas de propriedade do Estado ou que con- tam com participação majoritária do Estado. Tem como objetivo prestar serviços públicos a sociedade, como àqueles voltados a saúde pública. ■ Empresas Privadas: são aquelas de propriedade e fins particulares. Tem como fim produzir produtos ou prestar serviços com o objetivo de obter lucro, para que possam se manter ativa financeiramente no mercado, Vendas e Gestão Empresarial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 investir mais no desenvolvimento da empresa, direcionar pagamentos a funcionários e fornecedores e gerar rentabilidade aos seus proprietários. Contudo, com as alterações de mercado, as organizações consideradas “tradi- cionais” vêm passando por mudanças, surgindo, assim, as novas organizações. Caravantes, Panno e Kloeckner (2005) determinam que as organizações que viveram no “mundo de nossos pais” necessitaram de alterações para que pudes- sem se adequar ao “mundo da juventude” em que vivemos nos dias de hoje. A tabela a seguir representa as alterações vivenciadas pelas organizações. Tabela 01: Organizações tradicionais versus Novas organizações Organizações tradicionais versus novas organizações ORGANIZAÇÕES TRADICIONAIS (MUNDO DE NOSSO PAÍS) NOVAS ORGANIZAÇÕES (NOSSO PAÍS) Estáveis Dinâmicas Inflexíveis Flexíveis Foco no cargo Foco nas habilidades Trabalho definido pela definição do cargo Trabalho definido pela tarefa a ser realizada Empregos permanentes Empregos temporários Orientadas pelo comando superior Auto-orientadas Gestores tomam a decisão Colaboradores participam do processo decisório Orientadas por normas Orientadas pelas demandas do cliente Força de trabalho homogênea Força de trabalho hterogênea Trabalho ocorre das 8 às 18 horas Não existe horário definido (qualquer hora é hora) Relações hierárquicas predominantes Relações laterais e em rede Estrutura burocráticas Estrutura adhocrática3 Fonte: adaptado de Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 384). Além disso, para que uma organização ou empresa se desenvolva no mer- cado, é preciso apresentar uma filosofia que servirá de orientação para os seus colaboradores. Tal filosofia está relacionada à missão, visão, razão, crenças e valores da empresa. A missão da empresa tem como objetivo apresentar o seu propósito ou razão de existir, determinando a direção a ser seguida, os princípios a serem utilizados nas tomadas de decisões, e orientar as atividades da organização (GOBE et al., 2007). ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 O Portal SEBRAE (2015) auxilia os administradores a definirem a missão da empresa, utilizando uma fórmula básica apresentada no quadro seguinte. Figura 01- Fórmula base para definição da Missão FÓRMULA BASE PARA DEFINIÇÃO DA MISSÃO: Fazer o quê? Para quem - qual o público? De que forma? Fonte: adaptado de Portal SEBRAE (2015). Já a visão da empresa “[...] procura visualizar o que será e como estará a empresa no futuro, orientando seus colaboradores na tomada de decisão”, con- forme Gobe et al (2007, p. 6). É importante se ter em mente, ao determinar a visão da empresa, como a empresa quer ser vista e reconhecida, onde pretende chegar, o dia a dia e o seu desenvolvimento, apresentando em que a empresa acredita (GOBE et al., 2007). Você pode encontrar exemplos de Missão, Visão e Valores das empresas nos links a seguir: LOJAS AMERICANAS - Disponível em:<http://ri.lasa.com.br/a-empresa/per- fil>. PHILIPS – Disponível em: <http://www.philips.com.br/sites/philipsbr/about/ company/global/missionandstrategy/index.page>. Fonte: a autora. Vendas: Características, Conceitos e Função de Mercado Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 A Razão de Ser vem apresentar os motivos pelos quais a empresa existe, bem como os desejos e as necessidades dos clientes que procura atingir. As Crenças e Valores podem estar associados ao espírito de equipe, a criatividade, ao senso crítico, a ética e ao respeito ao cliente. Compreendendo tais informações, consideradas básicas para o desenvolvi- mento de uma empresa no mercado, podemos passar para a nossa próxima parte do estudo. Vamos analisar os conceitos e as funções das vendas para as empre- sas e, em seguida, analisar o ambiente de vendas. VENDAS: CARACTERÍSTICAS, CONCEITOS E FUNÇÃO DE MERCADO Os objetivos e as funções de vendas vêm evoluindo em decorrência das altera- ções no mercado e no mundo dos negócios, o que nos leva a iniciar esse tópico do estudo com uma breve evolução dessa profissão, para chegarmos a atual fun- ção e conceitos das vendas. A profissão do vendedor, como a conhecemos hoje, é datada da metade do século XVII até a metade do século XIX, sendo que na Idade Média surgiram os primeiros vendedores “porta a porta” com a venda de produtos do campo e da cidade (COBRA, 2011). Com a Revolução Industrial e, consequentemente, com o aumento da produção, o comércio passa a se desenvolver, e com o surgimento das necessidades dos consumidores no mer- cado, cada vez mais o número e a função dos vendedores aumentam. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Após a Era Pós-Revolução Industrial e com a implantação das ferrovias no país, o vendedor ganha destaque. Como a comunicação nesse momento ainda era considerada precária, esse profissional, que também era chamado de “cai- xeiro-viajante”, passa a desempenhar um papel de propagador de informações para as pequenas cidades do interior. Porém, somente a partir da década de 40, a vendapessoal torna-se mais profissional. Além das exigências feitas pelos compradores, os próprios profis- sionais de venda passam a buscar por mais informações da profissão, o que gera uma demanda pela capacitação e profissionalização do vendedor. Tal modifica- ção vem crescendo e sendo realizada até os dias de hoje. Com todas essas alterações, a venda pessoal torna-se mais profissional, levando a uma abordagem de orientação para o cliente, visando a sua satisfação. Em resumo, o vendedor moderno não deve ser apenas um apresenta- dor de informações acerca de seus produtos ou serviços; ao contrário, deve estar apto a responder a uma enorme gama de necessidade do seu cliente antes, durante e após a venda (COBRA, 2011, p. 27). Assim, passamos a compreender que vender é uma ciência, pois envolve princípios e conceitos, é uma técnica, devido a sua maneira especial de ser feita, e também é uma arte, devido ao seu lado criativo e inovador. Vender está relacionado à entrega de valor ao consumidor da empresa, fazendo o seu investimento no pro- duto e/ou serviço valer a pena, tornado a compra algo que ele realize novamente. Hillmann (2013) define venda pessoal como aquela realizada diretamente por um vendedor, dentro de um sistema tradicional de vendas. Nos dias atuais, o vendedor necessita argumentar e convencer o consumidor a efetivar a venda. Esse fato concorda com as análises discutidas por Chiavenato (2005, p. 1), ao afirmar que “vender constitui um intricado processo de localizar o cliente, abor- dá-lo, persuadi-lo e fechar um negócio”. É nesse ponto que compreendemos: a função do vendedor não está somente em oferecer um produto e/ou serviço ao consumidor sem antes compreender suas reais necessidades e desejos, bem como conhecer o seu perfil. Vendas: Características, Conceitos e Função de Mercado Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 A função das vendas pessoais também está relacionada ao conhecimento e pesquisa de mercado, a compreensão do comportamento e dos objetivos do consumidor com a compra a ser realizada e a análise das ações de seus concor- rentes no mercado. As atividades e funções na área de vendas são muito mais do que apenas a administração de transação com o mercado em busca de resultados financeiros. Teixeira et al. (2008) determinam que tais atividades representam um conjunto de estratégias e que devem ser realizadas com base em um plano de vendas que contemple os caminhos estratégicos da empresa no mercado, com foco em sua visão, missão e valores. Para isso, o autor apresenta ações de mercado que influenciam o processo de vendas: ■ Análise do mercado de atuação da empresa, para conhecimento da sua área/região de atuação, identificando os pontos fortes, os pontos fracos, as ameaças e oportunidades de mercado. ■ Identificar as oportunidades com os clientes e empresas existentes no mercado. ■ Manter relacionamento com clientes e influenciadores de mercado. ■ Negociar com os clientes, em busca de rentabilidade e percepção de valor para a empresa. ■ Avaliar a satisfação do cliente com relação aos produtos e serviços prestados. ■ Compreender que nem sempre volume de vendas representa lucrativi- dade para a empresa. A aplicação e o uso de tais ações de vendas irão diferenciar uma empresa de seus concorrentes, influenciar no cenário de vendas e no mercado de atuação dela. Por essas razões, você deve compreender que vender não está relacionado somente a oferecer um produto e/ou serviço ao consumidor, mas também está relacionado a oferecer valor ao consumidor, ou seja, oferecer algo que lhe seja útil e vantajoso. Além disso, Chiavenato (2005, p. 1) afirma que a venda “[...] se apoia em um produto ou serviço concebido e criado pela organização como solução para os problemas do cliente”. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 Para que você possa compreender melhor como a evolução na Venda Pessoal gerou novas responsabilidades aos seus profissionais, veja a figura a seguir. Figura 02: Mudança e responsabilidade da força de vendas MUDANÇA RESPONSABILIDADE DA FORÇA DE VENDAS Crescimento da concorrência Maior ênfase no desenvolvimento e manutenção da confiança baseada na relação de longo prazo com cliente Maior ênfase no incremento da produtivi- dade de vendas Incremento do uso de tecnologia (computador, note- book, fax, correio eletrônico etc.) Fragmentação da base tradicional de clientes Especialistas de vendas para cada tipo de cliente. Globalização do Esforço de Vendas Múltiplos canais de vendas. Exemplo: programas para os clientes mais importantes: telemarketing, rede de vendas (network) venda eletrônica Padrões de qualidade de serviços a cada tipo de cliente Time de vendas (esforço de toda a equipe). Remu- neração de vendedores com base na satisfação do cliente e no desempenho da equipe. Demanda orientada para o cliente Time de vendas - especializado no tipo de cliente. Maior ênfase no treinamento de vendas. Fonte: adaptada de Cobra (2011, p. 27). É possível analisar que a responsabilidade da equipe de vendas também muda com o desenvolvimento de mercado, sendo necessários cada vez mais o envol- vimento e profissionalização do vendedor. As atividades relacionadas às vendas têm ainda como foco estimular o con- sumo, influenciando diretamente os resultados mercadológicos da empresa. Ao se investir em atividades de vendas, a empresa está investindo em sua longevidade, pensando em caixa, lucro e perpetuação no mercado (TEIXEIRA et al., 2008). Para compreender melhor o mercado e o ambiente de vendas, passaremos a abordar informações referentes ao desenvolvimento da Venda Pessoal no mer- cado, bem como as análises desse ambiente. Análise do Ambiente de Vendas: O Mercado de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 ANÁLISE DO AMBIENTE DE VENDAS: O MERCADO DE VENDAS Antes de realizar uma análise mais profunda de mercado, cabe aos profissionais de vendas compreenderem em qual estágio sua organização se encontra ( GOBE et al, 2003). E um dos fatores que podem auxiliar está na COMPREENSÃO DO CICLO DE VIDA DA EMPRESA E DO PRODUTO Gráfico 01 – Ciclo de vida - Estágios Fonte: Corrêa (2010, on-line). “As vendas personalizadas dos dias de hoje são muito diferentes do que eram anos atrás. O vendedor fumante, de tapinhas das contas e contador de anedotas (e praticamente quase todos eram homens), de maneira geral já saiu de moda” Fonte: Spiro (1999, p. 11). ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 A imagem anterior apresenta os quatro principais estágios de desenvolvimento de uma organização e de seus produtos e/ou serviços no mercado: Introdução, Desenvolvimento, Maturidade e Declínio. Segundo Las Casas (2004), os produtos passam por diferentes fases, deno- minadas de ciclo de vida, uma vez que nascem, crescem, atingem a maturidade e entram em declínio posteriormente. A fase da introdução representa o momento em que a empresa, produto e/ ou serviço estão se inserindo no mercado. É um momento de conhecimento e apresentação ao consumidor. Previamente, análises de concorrentes, consumidor e do segmento já foram realizadas pela organização, mas, durante o lançamento de mercado, ações de comunicação e marketing são benéficas para as vendas. São realizados pelas organizações altos investimentos,pois, além do custo de produção do produto, com produção em quantidade suficiente para lançamento no mercado e a distribuição no ponto de venda, há necessidade de investimento em comunicação e marketing para divulgação da empresa e do produto aos con- sumidores (MOREIRA, 2004). É preciso traçar ações, principalmente utilizar-se da equipe de vendas para despertar interesse nos consumidores, pela necessidade ou desejo de compra do produto e/ou serviço da organização. Porém é preciso deixar claro também que a introdução de produtos no mer- cado não ocorre somente para novos produtos, mas também para aqueles que estão reposicionando sua marca no mercado ou reestruturando seus produtos devido a necessidades de adequação. Após essa fase inicial, em que a apresentação da organização e de seus produ- tos é feita aos consumidores, surge a fase de crescimento. Kotler e Keller (2006) determinam que, nessa fase, há uma rápida elevação nas vendas, pois os consu- midores despertam interesse pelo produto e começam a comprá-lo. Contudo, nesse momento, novos concorrentes ingressam no mercado, atra- ídos pela oportunidade de mercado. É preciso “combater” tais concorrentes com ações de comunicação e marketing, as quais podem ser apoiadas em um forte trabalho da equipe de vendas. Análise do Ambiente de Vendas: O Mercado de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 Nessa fase, ocorre uma alta participação de mercado e lucro imediato pela organização e começa-se a realizar investimentos no desenvolvimento e melho- ria dos produtos e/ou serviços, bem como em ações que garantam uma posição dominante de vendas. Kotler e Keller (2006) apresentam ações e fatores usados pela organização no estágio de crescimento que contribuem para o aumento nas vendas: – Melhoria nas características do produto. – Trabalhar com novos segmentos de mercado, para expansão das vendas. – Aumentar a cobertura de distribuição, adotando novos canais de vendas. – Trabalhar ações promocionais e estratégicas de preço para atrair mais consumidores. As fases do Ciclo de Vida de uma empresa ou produtos não ocorrem so- mente uma vez durante o seu tempo de atuação de mercado. Conforme as mudanças de segmento, concorrência e mercado, é preciso rever todas as fases e, por vezes, realizá-las novamente. Um ótimo exemplo de uma marca que necessitou reestruturar seus produ- tos e novamente se inserir no mercado, passando pelas fases de introdução e crescimento, para alcançar novamente a maturidade de mercado, foi a Ha- vaianas. Após uma pesquisa e observação da necessidade de reestruturar seu pro- duto, a empresa teve que realizar mudanças referentes à marca, modelo e características do que vendia. Após tais mudanças, foi necessário relançar seu produto no mercado. Quer saber mais um pouco sobre essa história e como o Ciclo de Vida foi trabalhado pela Havaianas? Então acesse o link: <http://www.ufjf.br/ep/fi- les/2014/07/2007_1_Fernanda.pdf> e veja um estudo completo sobre esse caso. Fonte: adaptado pela autora com base em Reis (2007). ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 Já a fase de maturidade é apresentada por Moreira (2004) e Las Casas (2004) como uma etapa de consolidação da empresa no mercado. Nesse momento, a tendência nas vendas é que se estabilizem e possam até diminuir, devido à quan- tidade de produtos concorrentes que já estão disponíveis a venda ao consumidor. Moreira (2004, p. 119) afirma que a maturidade é identificada no “[...] momento da queda no crescimento das vendas, visto que a maioria dos clientes potenciais já tem conhecimento do produto ou já o adquiriu”. Ocorre uma competição entre as empresas concorrentes, buscando aumentar sua participação no mercado, e gera uma competição de preços e promoções, o que reduz a venda dos produtos que estavam em crescimento (LAS CASA, 2004). Os esforços da equipe de vendas passam a ser mais direcionados, focando em seu segmento de atuação e, se necessário, na busca de novos segmentos de mercado e na diferenciação da marca de seus concorrentes. Quando ocorre uma queda nas vendas, devido a diversos fatores, as organi- zações se encontram na fase de declínio. Fatores como problemas econômicos, mudanças nos hábitos do consumidor e o surgimento de concorrentes são algu- mas das mudanças de mercado que podem levar uma organização a entrar nessa fase do Ciclo de Vida. Porém a fase de declínio não indica que a única solução para a empresa seja sair do mercado. Uma reestruturação da organização, do produto e/ou serviço pode torná-la competitiva novamente. Kotler e Keller (2006, p. 324) propõem cinco alternativas para as organiza- ções que se encontram nessa fase: Manter o nível de investimento até que as incertezas sobre o mercado desapareçam.02 Reduzir o nível de investimento seletivamente, diminuindo o grupo de clientes não lucrativos e, ao mesmo tempo, investindo em nichos mais lucrativos. 03 Colher (“espremer”) os frutos dos investimentos para recuperar o caixa com rapidez.04 Abandonar o negócio rapidamente, dispondo dos ativos da maneira mais vantajosa possível. 05 01 Aumentar o investimento (para dominar o mercadoou fortalecer seu posicionamento competitivo). Análise do Ambiente de Vendas: O Mercado de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Manter o nível de investimento até que as incertezas sobre o mercado desapareçam.02 Reduzir o nível de investimento seletivamente, diminuindo o grupo de clientes não lucrativos e, ao mesmo tempo, investindo em nichos mais lucrativos. 03 Colher (“espremer”) os frutos dos investimentos para recuperar o caixa com rapidez.04 Abandonar o negócio rapidamente, dispondo dos ativos da maneira mais vantajosa possível. 05 01 Aumentar o investimento (para dominar o mercadoou fortalecer seu posicionamento competitivo). Dentre as estratégias apresentadas, se encaixará na empresa aquela que esti- ver ao alcance de execução no momento. Definir o que será ou não feito, nesse momento, dependerá dos objetivos da organização. O que buscamos ao apresentar tais fases do Ciclo de Vida de uma organiza- ção, produto e/ou serviço em nossos estudos é apresentar a necessidade em se conhecer o mercado no qual a organização se encontra. Um profissional de vendas deve ter claro em suas análises em qual fase seu produto se encontra. Afinal, como já verificamos anteriormente, em cada momento a organização e seus produtos apresentam-se em situações diferencia- das, sendo que, para cada situação, uma estratégia de vendas deve ser elaborada. Agora que compreendemos um pouco mais dos fatores que podem ser tra- balhados dentro do ambiente de vendas, vamos conhecer um pouco mais sobre o mercado de vendas. Vale relembrar que análises mais aprofundadas de mercado serão apresen- tadas nas unidades sequenciais deste livro. O Mercado de Vendas Já consideramos a importância do profissional de vendas em conhecer o ambiente no qual está inserido e que discutiremos com mais profundidade na unidade IV do livro, e também como a compreensão do estágio em que a empresa e seus produtos se encontram no mercado são importantes. Agora, passamos a com- preender as tendências e o desenvolvimento do mercado de vendas. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 Segundo matéria publicada no site da RevistaExame.com (2015, on-line), o futuro da área de vendas não está somente no investimento nessa área, mas também na melhoria em outras áreas da organização e que serão vistas como vantagens competitivas na hora de vender. Trata-se de uma integração entre todos os departamentos oferecidos pela empresa, para que reflitam resultados positivos em todas as áreas, mas princi- palmente na equipe de vendas. Ainda segundo o site, há mudanças também na função do vendedor. Seu comportamento passa a ser mais ativo na empresa, pois o vendedor passa “[...] a trabalhar como um analista financeiro, gerenciando chances e riscos de cada oportunidade, e não somente monitorar atividades e estágios” (EXAME.COM, 2015, on-line). Portanto, há uma mudança de comportamento na relação entre quem vende e quem entrega. Mudanças no varejo também irão afetar no processo de vendas das empre- sas. O Sebrae-SP (2015), em seu manual que apresenta as tendências do varejo no Brasil e no mundo, determina fatores que contribuem para essa mudança de mercado. Há uma afirmação de que o varejo está sendo direcionado para ações em que trabalhe “lado a lado com o cliente”, estando disponível a qualquer hora e em qualquer lugar, o que reflete principalmente nas ações de vendas da empresa. A tabela a seguir apresenta as tendências determinadas pelo Sebrae-SP (2015) como fatores de mudanças. Quadro 02 – Fatores de mudança Lojas físicas mais modernas e atrativas que promovam experimentação. Multicanais de venda e comunicação com o cliente. Varejo online mais forte com a mobilidade e agilidade dos celulares. Integração de lojas físicas e virtuais. Enxergar o cliente como único, personalização, promoções sob medida. Fortalecimento da marca por meio do relacionamento contínuo e da sustentabilidade. Fonte: adaptado de Sebrae-SP (2015, p. 3). Análise do Ambiente de Vendas: O Mercado de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 Alterações no comportamento do varejo refletirão na forma como a equipe de vendas se porta no mercado. Porém fatores externos, e que analisamos nos macroambientes, também influenciam no desenvolvimento desse setor. O ano de 2015 refletiu no país um período de instabilidade e crises eco- nômicas, refletindo em queda nas vendas nos diversos setores e segmentos de mercado. As vendas no comércio no mês de maio de 2015, sendo dados do IBGE apresentados pelo site Globo.com (2015, on-line), apresentaram recuo de 0,9% referente ao ano anterior. Tais ações ocorreram devido a desaceleração de consumo no país sofrida no ano de 2015. Para que possamos compreender melhor, entre os meses de abril e maio desse ano, a maioria das atividades apresentadas na pesquisa divulgada pelo IBGE mostrou queda nas vendas (GLOBO.COM, 2015, on-line). O setor de móveis e eletrodomésticos recuaram 2,1%, já o segmento de veículos e motos apresentou um recuo de 4,6%, enquanto o de informática e comunicação, 5,5%. Pode parecer desanimadora a análise dessas informações em um momento que estamos discutindo a importância das vendas no desenvolvimento de uma empresa no mercado. No entanto é aqui que a situação pode começar a mudar. Em momentos de crise econômica, precisamos compreender que essa variável é uma das que mais influencia no mercado, e que as empresas precisam se reinven- tar e utilizar suas equipe e técnicas de vendas para transformar dados negativos em positivos. O verdadeiro profissional de vendas é aquele que transforma clientes em efetivos compradores, que transforma o “não” em dúvidas a serem esclarecidas, problemas em oportunidades e, finalmente, que acredita que o sucesso é a busca continuada de aperfeiçoamento (TEIXEIRA et al., 2007, p. 35). O vendedor passa a encontrar e oferecer soluções aos clientes da empresa, sendo que é preciso, nesse momento, ter foco nas necessidades e nos desejos do con- sumidor. Direcionar suas vendas a conquistar, de forma racional e emocional, a fidelidade do cliente. ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 Dentro desse processo, Hilmann (2013) define a necessidade da Administração de Vendas, as quais envolvem os seguintes fatores: ■ Seleção e definição dos clientes da empresa. ■ Organização da força de vendas. ■ Preparação da previsão de vendas. ■ Recrutamente e seleção da força/equipe de vendas. ■ Treinamento e motivação da equipe de vendas. ■ Remuneração da equipe de vendas. ■ Planejamento de territórios. Seguir tais fatores contribui para o desenvolvimento e crescimento da empresa, por meio da equipe de vendas, no mercado competitivo e instável apresentado anteriormente. Porém abordaremos cada um desses fatores apresentados na sequência do nosso livro da disciplina. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final dessa unidade é possível compreender a importância da área de ven- das no desenvolvimento de uma empresa no mercado. Iniciamos essa unidade com uma pequena revisão do conceito de filosofia empresarial, onde aborda- mos temas como missão, visão, razão, crenças e valores da empresa. Sendo que tais fatores serão utilizados como base para a cultura organizacional e posicio- namento da empresa no mercado. Além disso, compreendemos após um breve histórico das vendas, o quanto a função do vendedor tem se tornado “peça chave” nas organizações. Vender não está relacionado somente a entrega de um produto e/ou serviço, mas envolve fatores como conhecimento das necessidades e desejos do consumidor, análise de mercado e concorrentes, e o conhecimento de estratégias de vendas e da empresa. É possível compreender que fatores externos, de mercado, são capazes de contribuir ou prejudicar as ações de vendas da empresa. Além disso, conhe- cer com quem se está trabalhando ou para quem se está vendendo fornecem a empresa uma vantagem competitiva no mercado. Para aprofundar mais a análise de mercado, discutimos o Ciclo de Vida das organizações, produtos e/ou serviços. Cada fase apresentada (introdução, cres- cimento, maturidade e declínio) possui sua importância e necessita de ações direcionadas. Sendo que a equipe de vendas cabe o conhecimento de qual fase sua organização ou produto se encontra. Observamos também o desenvolvimento do segmento de vendas no mer- cado, tendo como base o ano de 2015. Nesse momento foi possível compreender o quanto fatores externos a empresa influenciam no volume e qualidade das ven- das. Porém, apesar dos dados não serem tão animadores, nesse momento, como todos esperávamos, é possível, por meio da equipe de vendas, “virar o jogo” no mercado e tornar sua empresa rentável e produtiva. Na próxima unidade trataremos sobre os Profissionais da Administração de Vendas, tendo como foco sua função, perfil e habilidades. 32 1. Verificamos, nesta unidade do livro, a importância da filosofia empresarial para o desenvolvimento de uma organização no mercado, e que esta está relacionada à missão, visão, razão, crenças e valores da empresa. Com base no conteúdo apre- sentado, analise as afirmações a seguir: I. A missão da empresa está relacionada ao seu propósito ou razão de existir, en- quanto a visão está relacionada ao futuro da empresa, determinando como a empresa quer ser vista e reconhecida, e onde pretende chegar. II. As crenças da empresa estão relacionadas à cultura do consumidor, pois, antes de iniciar suas ações mercadológicas, faz-senecessário o conhecimento das crenças, valores e cultura do público alvo, evitando falhas no processo de vendas. III. A Razão de Ser da organização busca apresentar os motivos de existência da empresa, tendo foco nos desejos e nas necessidades dos clientes. IV. As Crenças e os Valores estão associados ao espírito de equipe, a criatividade, ao senso critico, a ética e ao respeito ao cliente pela empresa. Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 2. Compreendemos que a função do vendedor e o processo de vendas estão em constante mudança, principalmente devido às mudanças de mercado. Dentre as diversas funções das vendas, é correto afirmarmos que: I. Cabe ao vendedor moderno não apenas apresentar o produto e/ou serviço ao consumidor, descrevendo suas características, mas também estar atento e res- ponder às necessidades do seu cliente antes, durante e após a venda. II. A venda deve ser realizada de modo que o consumidor compreenda e sinta que seu investimento está valendo a pena, pois cabe ao profissional de vendas tra- balhar com a entrega de valor ao consumidor, tornando a compra algo que ele realize novamente. III. Uma das funções da venda pessoal está em conhecer e pesquisar mercado e analisar o comportamento e objetivo do consumidor com a compra. IV. As atividades direcionadas às vendas também têm como função estimular o con- sumo, influenciando diretamente os resultados mercadológicos da empresa. 33 Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 3. O Ambiente de Vendas, bem como a função exercida pelo vendedor estão em constante mudança, principalmente devido às alterações de mercado. Com as mudanças de mercado, ocorrem diversas alterações na Responsabilidade da Força de Vendas. Assim, tendo essa informação como base, assinale a alternati- va que apresenta corretamente a Responsabilidade da Força de Venda, quando ocorre mudança na Fragmentação da base Tradicional de Clientes: a) Incremento e maior uso de tecnologias, como computador e mídias sociais, para alcance e conhecimento do consumidor. b) Surgimento de profissionais especialistas em vendas, direcionados para o atendimento de cada tipo de cliente. c) Ocorre uma maior ênfase no desenvolvimento e na manutenção da confiança com o cliente, para uma relação duradoura. d) Devido à globalização, surgem múltiplos canais de vendas que devem ser adequados à necessidade de cada consumidor da empresa. e) Realizada quando ocorre uma remuneração da equipe de vendas com base no seu desempenho e na satisfação do consumidor. 34 I. O Ciclo de Vida de um produto ou serviço é apresentado em quatro fases, sendo estas as de introdução, crescimento, maturidade e declínio. Em cada fase, as ven- das e lucros das empresas evoluem de modo distinto, o que envolve a execução de estratégias distintas e direcionadas de marketing e vendas. Referente ao Ciclo de Vida, é correto afirmarmos que: II. O estágio de introdução é realizado após terem sido feitos os estudos necessá- rios para a viabilização do produto no mercado, sendo que a equipe de vendas nesse momento deve despertar interesse nos consumidores, criando uma ne- cessidade ou desejo de compra. III. Quando novos concorrentes ingressam no mercado, atraídos pela oportunida- de de mercado, estamos nos referindo à fase de crescimento. Além disso, é um momento em que as empresas apresentam alta participação de mercado e lucro imediato. IV. A maturidade é um momento em que as vendas do produto tendem a se esta- bilizar, havendo também um grande número de concorrentes e a disputa pelo mercado se torna cada vez mais acirrada. Investimento em ações promocionais e melhoria nas vendas são ações utilizadas nesse estágio. V. Na fase de declínio, o produto fica obsoleto, podendo ser gradativamente subs- tituído por outros. Cabe às organizações decidirem se irão retirar o produto do mercado ou se realizarão uma reestruturação e reposicionamento para novo lan- çamento. Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 35 A importância da marca no Ambiente de Vendas Já compreendemos e estudamos o quanto conhecer o perfil do consumidor é importan- te para uma organização no mercado. Para o profissional de vendas, saber com quem está trabalhando e para quem se está vendendo é extremamente importante. Dentro desse conhecimento do consumidor e da sua decisão de compra, a marca de uma empresa, produto e/ou serviço também é vista como grande influenciadora, tanto que diversas empresas trabalham sua comunicação e marketing na “venda” da marca e da imagem de sua organização. Com um trabalho de marca correto e direcionado, é possível criar consumidores fiéis a de- terminadas marcas que, independente da situação de mercado, continuam comprando. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), em 2012, revela que, independente da classe social, há uma preocupação do consumi- dor quanto à marca do produto e/ou serviço: - As classe A, B e C buscam marcas consolidadas no mercado que já possuam um posi- cionamento forte na mente do consumidor. - Já as classes D e E consideram que marcas conhecidas e tradicionais no mercado pos- suem mais qualidade em seus produtos e/ou serviço. Quanto à fidelidade a marca, as classes mais altas (A e B) mostram-se mais fiéis. Ao identificar uma marca no mercado, o consumidor busca compreender um conjunto de características da empresa, o que implica também na transmissão de promessas aos clientes. Essa atitude cria um significado da marca ao consumidor e deve ser pensada no momento em que ela está sendo criada e trabalhada no mercado, sendo que essa marca torna-se uma forma de demonstrar aos consumidores quem é o produto, o que faz e por que devem se interessar por ele, auxiliando no processo de vendas. O profissional de vendas pode usar o posicionamento e a imagem da marca que o consumidor tem como ferramenta e estratégia de vendas. Utilizar a marca como uma diferenciação de mercado torna-se uma questão de sobre- vivência para as empresas. No entanto, assim como o mercado, as marcas também se desenvolvem e mudam conforme as necessidades e desejos do consumidor. Afinal, as marcas estão presentes em praticamente todos os momentos da vida do con- sumidor. Encontramos as marcas desde roupas a comidas, de brinquedos a bebidas e dos carros aos aparelhos de celular que possuímos. Há também as marcas presentes nas informações que “consumimos”, como os jornais e as revistas. Agora se questione: como a sua empresa vem usando a marca no mercado? E o consu- midor, como vê a marca da sua empresa? Com base nas informações que discutimos, repense em estratégias, ações e marca para o desenvolvimento de sua organização no mercado. Não se esqueça de saber o que o consumidor pensa e acha da marca da empresa. Fonte: a autora. MATERIAL COMPLEMENTAR Ser considerado um bom vendedor não está relacionado somente ao número (lucros) de vendas realizadas para a empresa, mas também a forma como se comporta durante o processo de vendas. Acesse o link: <http://clubedasvendas.com/os-comportamentos-que-distinguem- um-vendedor-de-sucesso>e conheça mais sobre comportamento dos vendedores de sucesso no processo de vendas. Vendas Em Tempos de Crise Autor: Tom Hopkins Editora: Best Business Sinopse: O livro traz informações de como gerar resultados em momentos nos quais o consumidor não está comprando, ou seja, em momentos de crise que podem ser tanto econômicas quanto de mudanças nas necessidades e no comportamento dos clientes da empresa. Trabalha focando, aos profissionais de vendas, a necessidade em se compreender que, em momentos de crise, é preciso encarar a adversidade e enfrentá-la. REFERÊNCIAS 37 AS PRINCIPAIS tendências de vendas para os próximos anos. Revista EXAME.com, São Paulo, 28 abr. 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/ as-principais-tendencias-de-vendas-para-os-proximos-anos>. Acesso em: 06 ago. 2015. CAOLI, C.; CURY, A. Vendas no comércio recuam 0,9%, a maior queda para maio des- de 2001. Globo.com, São Paulo; Rio de Janeiro, jul. 2015. Disponível em: <http://g1. globo.com/economia/noticia/2015/07/vendas-no-comercio-recuam-09-em-maio- -diz-ibge.html>. Acesso em: 06 ago. 2015. CARAVANTES, G. R.; PANNO, C. C.; KLOECKNER, M. C. Administração: teorias e pro- cessos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. CHIAVENATO, I. Administração de Vendas: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. ______. Iniciação à Administração Geral. 3. ed. rev. e atual. Barueri/SP: Manole, 2009. COBRA, M. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 2011. CORRÊA, K. Ciclo de Vida do Produto para o Marketing. Administração e Gestão. dez. 2010. Disponível em: <http://administracaoegestao.com.br/marketing-inter- nacional/ciclo-de-vida-do-produto-para-o-marketing/>. Acesso em: 28 mar. 2016. CUNHA, J. Compra em grupo vira programa em São Paulo. Folha de S. Paulo, São Paulo, maio 2015. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/merca- do/2015/05/1624018-compra-em-grupo-vira-programa-em-sao-paulo.shtml>. Acesso em: 07 ago. 2015. GOBE, A. C. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2000. HILMANN, R. Administração de vendas, varejo e serviços. Curitiba: InterSaberes, 2013. HONORATO, G. Conhecendo o marketing. Barueri/SP: Manole, 2004. IBOPE. Pesquisa mostra comportamento e hábitos do consumidor brasileiro. Pesquisa realizada em setembro de 2012. Disponível em: < http://www.ibopeinteli- gencia.com/noticias-e-pesquisas/pesquisa-mostra-comportamento-e-habitos-do- -consumidor-brasileiro/ >. Acesso em: 25 ago. 2015. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. São Paulo: Person Prentice Hall, 2007. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. REFERÊNCIAS LAS CASAS, A. L. Marketing: Conceitos, exercícios e casos. São Paulo: Atlas, 2004. LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. São Paulo: Thomson, 2007. MIOTTO, R. Vendas de veículos caem 20,7% no 1º semestre, diz Fenabrave. Glo- bo.com, São Paulo, jul. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/carros/noti- cia/2015/07/vendas-de-veiculos-caem-207-no-1-semestre-diz-fenabrave.html>. Acesso em: 07 ago. 2015. MOREIRA, J. C. T. (Org.). Gerência de Produtos. São Paulo: Saraiva, 2004. SEBRAE-SP. Planejamento Estratégico. Disponível em: <http://www.sebrae.com. br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RJ/Menu%20Institucional/Orienta%C3%A7%- C3%A3o_Planejamento%20estrat%C3%A9gico.pdf>. Acesso em: 24 jul. 2015. TEIXEIRA, E. A. Gestão de vendas. FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. FGV MANAGE- MENT. 4. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008. GABARITO 39 1. A opção correta é a C. 2. A opção correta é a E. 3. A opção correta é a B. 4. A opção correta é a E. U N ID A D E II Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender as funções de vendas. ■ Definir o perfil do profissional de vendas. ■ Determinar as habilidades do profissional de vendas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Definição dos Profissionais da Administração de Vendas ■ Execução e conceitos do Planejamento da Força de Vendas ■ Análise do Perfil e Habilidades do Profissional de Vendas Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 INTRODUÇÃO Nosso objetivo, nesta segunda unidade do livro, é apresentar e discutir as fun- ções, perfil e habilidades dos profissionais de vendas, bem como a sua aplicação no mercado de trabalho e nas organizações. Independente do cargo e/ou função exercido por tais profissionais, perce- bemos a relação e similaridade em algumas tarefas, como as de conhecimento do produto e/ou serviço, habilidades de comunicação com o cliente e conheci- mento de mercado. Iniciamos nosso estudo discutindo o perfil do profissional na administra- ção de vendas. Será possível analisar que as satisfações das necessidades e dos desejos do consumidor estão claras nesse momento e, para isso, vamos discutir e analisar os principais objetivos da força de vendas de uma organização. Logo na sequência, serão apresentadas as funções (cargos) dos profissionais de vendas. O Gerente de Vendas é o profissional que inicia nossa discussão, na qual abordaremos fatores como liderança, gerenciamento de equipe e principais ações estratégicas na empresa. A função do Supervisor de Vendas será abordada brevemente, com a des- crição de sua função na organização, para que possamos, a seguir, discutir a função do Vendedor. Compreender as atividades do vendedor auxilia no entendimento do pro- cesso de vendas e como o contato direto com o consumidor é importante para o fechamento da venda. Também serão apresentadas as formas como executar e conceituar o Planejamento da Força de Vendas, bem como a definição da Administração e Desenvolvimento da Força de Vendas. E, por fim, encerramos nossa discussão das funções dos profissionais de ven- das apresentando as atividades exercidas pelos Assistentes de Vendas e Promotor de Vendas. Finalizando a unidade, vamos verificar o perfil e as habilidades do profis- sional de vendas. O estudo não está focado em uma “fórmula” fechada, mas na discussão dos diversos perfis e como devem se encaixar na realidade de cada organização. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E44 DEFINIÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Antes de iniciarmos a definição de cada função individual do profissional de vendas, cabe um momento de discussão quanto á função das vendas, com foco geral em seus profissionais. Futrell (2003) determina o processo de vendas como uma ação de comu- nicação pessoal de informações que buscam persuadir o cliente a comprar algo que atenda suas necessidades individuais. Para ele, a definição de vendas está relacionada a uma pessoa ajudando a outra. É nesse momento de ajuda, para que o cliente consiga satisfazer as suas necessidades, que verificamos a existência e atuação dos profissionais de vendas. O profissional de vendas costuma trabalhar com prospects ou clientes no sentido de examinar suas necessidades, fornecer informações, suge- rir um produto que atenda aquelas necessidades e prestar atendimen- to pós-venda, a fim de garantir a satisfação a longo prazo (FUTRELL, 2003, p. 4). Definição dos Profissionais da Administração de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45“Quando o vendedor está sozinho frente ao cliente, chega para ele a hora da verdade. Para chegar até aquele momento, um longo caminho foi percorri- do. Houve uma preparação prévia, ele foi treinado pela empresa, estudou, aprendeu, observou e agora se encontra apto a exercer a profissão que es- colheu.” Fonte: Souza (2009, p. 34). Fica claro, com essa definição do autor, o quanto a função do profissional de vendas, independente do seu cargo na empresa, está relacionada à satisfação do consumidor e à busca de um retorno deste, visando o desenvolvimento e a lucra- tividade da empresa no mercado. Gobe et al. (2007) determinam que, entre os principais objetivos da força de vendas, estão: – Prospecção de mercado: está relacionada à busca e identificação de novos mercados potenciais para a empresa. – Definição do alvo: direcionar as ações de vendas aos clientes atuais e potenciais. – Comunicação com o mercado: conhecer as informações sobre o produto e/ou serviço para que possam auxiliar na tomada de decisão de compra do cliente. – Venda propriamente dita: desenvolvimento das técnicas de vendas, as quais envolvem a abordagem, apresentação, argumentação, fechamento da negociação e pós-venda. – Coleta de informações: conhecimento de mercado, com dados e infor- mações relevantes a empresa. – Fidelização do cliente: manter relacionamento com os clientes. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 Ao trabalhar tais objetivos com a força de vendas, a empresa consegue se desta- car no mercado frente à concorrência e atingir seus objetivos mercadológicos. Cobra (2011) ainda determina que o progresso e desenvolvimento de um país estão relacionados à expansão de sua economia, e que, por muitas vezes, esta é movida pela ação das necessidades de compra, que são supridas com a venda de produtos e/ou serviços. O vendedor pode contribuir estimulando as vendas e o consumo dos pro- dutos e/ou serviços, o que auxilia a manter períodos de prosperidade para as empresas. Afinal, o sucesso e crescimento de uma empresa são influenciados pela satisfação do consumidor, realizada pelo trabalho do vendedor. Agora que discutimos brevemente a importância da força de vendas nas empresas, passaremos a analisar as funções do Profissional de Vendas, entre elas, a do Gerente de Vendas, Supervisor de Vendas, Vendedor, Assistente de Vendas e Promotor de Vendas. GERENTE DE VENDAS Ao Gerente de Vendas cabe a função de liderança e direcionamento da equipe de vendas no mercado. Além disso, cabe aos profissionais dessa área conhecer o mercado e levantar informações sobre o cliente (HILMANN, 2013). O Gerente de Vendas, como líder, é definido por Chiavenatto (2005), com base na figura a seguir. Definição dos Profissionais da Administração de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 Figura 01: Os papéis do líder da equipe de vendas Fonte: Chiavenatto (2005, p. 206). A figura apresenta os principais papéis do líder da equipe de vendas, que englobam funções e objetivos do gerente. Além de exercer tais funções, é pre- ciso conhecer muito bem as características e funções dos produtos e/ou serviços oferecidos pela sua empresa aos consumidores, bem como conhecer também os produtos vendidos pela concorrência. Gobe et al. (2007) ainda define como função do Gerente de Vendas a defi- nição de estratégias para a Força de Vendas, determinando a forma como o comprador deve ser abordado, como a equipe de vendas deve se posicionar no mercado, o tamanho da equipe, a realização de treinamento e reuniões, e a moti- vação dos vendedores. Assim, é possível afirmar, com base em Hilmann (2013), Gobe et al. (2007), Cobra (2011) e Chiavenatto (2005), que cabe ao Gerente de Vendas as seguintes funções: OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 EXECUÇÃO E CONCEITOS DO PLANEJAMENTO DA FORÇA DE VENDAS – Realizar cálculos para a determinação da quantidade de vendedores ou representantes para cobrir determinada área de atuação da empresa. Para auxiliar nessa análise, os autores determinam a importância na análise do número de clientes a serem atendidos e a quantidade de empresas a serem visi- tadas pelos vendedores (no caso de vendedores externos). – Determinar o território de vendas da equipe, que abordaremos com mais profundidade na unidade III do livro. – Definir os objetivos mercadológicos da equipe: cabe ao Gerente de Vendas determinar as metas e objetivos de vendas da equipe no mercado. – Remuneração da equipe de vendas: definir as melhores formas de remu- neração da equipe, que sejam atrativas e estejam dentro das possibilidades financeiras da organização. ADMINISTRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA FORÇA DE VENDAS – Recrutamento e seleção: relacionam-se à escolha dos profissionais que irão compor a equipe de vendas, em que serão analisadas suas qualifi- cações para a função, habilidades de vendas, motivação, confiabilidade, profissionalismo e conhecimento de mercado. O objetivo está em formar uma equipe com profissionais qualificados. – Treinamento da equipe de vendas: um dos diferenciais, que mantém as empresas competitivas no mercado, está em possuir e manter uma equipe de vendas treinada e preparada para atender o consumidor. O atendi- mento ao cliente passa a ser visto como um diferencial de vendas, pois produtos e serviços estão cada vez mais parecidos. Execução e Conceitos do Planejamento da Força de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 O treinamento deve ser visto pelo Gerente de Vendas como uma importante ferramenta, sendo que cabe a empresa oferecer estrutura e recursos para que essa ação ocorra. – Motivação da Equipe de Vendas: vender produtos e/ou serviços em perí- odos de crescimento de mercado é uma tarefa fácil para o vendedor, o problema aparece quando as vendas estão fracas e a motivação da equipe de vendas diminui. É nesse momento que o Gerente de Vendas deve exercer suas habilidades e motivar a equipe para que possa superar esse momento de mercado. Bernardo e Bazaga (2011, p. 5) afirmam que o processo de gerenciamento de uma equipe de vendas tornou-se importante para as empresas, e que “[...] o gerente de vendas assume múltiplas faces, pronto para o papel de facilitador, auxiliando no trabalho dos vendedores e eliminando obstáculos que às vezes impedem a realização das vendas”. O que torna um Gerente de Vendas bem sucedido em sua função está relacio- nado a sua capacidade de motivar a equipe, no acompanhamento do desempenho individual e na busca por melhores salários e política de premiações. O perfil do Gerente de Vendas muda, passando a ser, hoje, um profissional voltado para as pessoas, comprometido com o desenvolvimento de sua equipe e da empresa. SUPERVISOR DE VENDAS O supervisor de vendas tem a função de coordenar as vendas da empresa, para que os objetivos mercadológicos já estabelecidos sejam alcançados, tendo sua função relacionada à direção da organização (CHIAVENATTO, 2005). Entre as principais funções do supervisor de vendas, estão: – Controlar e auxiliar a equipe de vendas em todas as etapas de seu traba- lho, bem como realizar a análise dos relatórios de vendas. – Realizar a distribuição de material promocional para revendedores, repre- sentantes, intermediários, pontode venda e vendedores. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 – Manter contato direto e constante com a equipe de vendas para levan- tamento dos problemas e oportunidades que esses vêm enfrentando no mercado. – Realizar análise de mercado para conhecimento dos produtos e/ou ser- viços da concorrência. – Promover reuniões com a equipe de vendas, com foco no entrosamento e unificação de trabalho. O supervisor de vendas é responsável pelo andamento do trabalho da força de vendas com eficiência e eficácia, devendo desempenhar três papéis: comunica- ção, liderança e motivação. Kotler e Armstrong (2007) determinam que o supervisor de vendas tem como função a gestão da equipe de vendas, e suas principais funções são as de planejamento, organização, direção e controle das atividades da força de vendas. VENDEDOR A função do vendedor está relacionada às atividades de atendimento e abor- dagem do cliente no ambiente interno e externo da empresa. Gobe et al (2007, p. 181) afirmam que “diversas empresas já estão reconhecendo que é a força de vendas o que de fato implementa todas as estratégias de marketing, sendo, por- tanto, um dos principais responsáveis pela obtenção e manutenção da satisfação dos seus clientes”. É por meio da satisfação dos consumidores que a empresa busca o aumento do seu faturamento e lucratividade, visto que essa satisfação será realizada durante o processo de vendas. Entre as funções básicas do vendedor, Souza (2009) apresenta as seguintes: – Pesquisa o mercado: buscar informações para conhecer as necessida- des do consumidor, as novidades referentes ao produto e/ou serviço que vende e analisar a concorrência. – Programação do trabalho de vendas: é preciso se programar quanto aos objetivos e metas da empresa a serem atingidos, direcionando e criando um sistema de trabalho. Execução e Conceitos do Planejamento da Força de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 – Conhecimento do produto e/ou serviço: um bom profissional de vendas é aquele que conhece muito bem o que está vendendo, com relação as suas características, funções, processo de fabricação, utilização pelo con- sumidor, preço, entre outros. – Pós-Venda: não basta somente realizar a venda, é preciso acompanhar o consumidor após sua compra para verificar sua satisfação com o produto e/ou serviço, e também com o atendimento realizado. Além disso, Hilmann (2013) determina ainda que o vendedor deve ser um bom ouvinte, sabendo analisar e compreender as necessidades apresentadas pelo cliente e, assim, direcionar a venda para o produto e/ou serviço que o consu- midor procura. Ou seja, a função do vendedor deve estar em torno da compreensão daquilo que o cliente deseja, identificando tais necessidades e suprindo-as com a compra. ASSISTENTE DE VENDAS Um profissional que executa a função de Assistente de Vendas tem como obje- tivo “[...] dar suporte a toda a estrutura de vendas considerando vendedores, supervisores e gerentes de vendas” (SILVA, 2012, p. 62). Cabe a esse profissional a tarefa de controlar a atuação da equipe de vendas no mercado, analisando os números de vendas atuais, bem como a elaboração de metas futuras e o controle das comissões dos vendedores. É correto afirmarmos que se trata de uma função de suporte ao Gerente de Vendas, para controle e desenvolvimento da equipe de vendas no mercado. “Vendedor que não conhece o produto que vende arrisca-se a passar por situações embaraçosas.” Fonte: Souza (2009, p. 36). OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 PROMOTOR DE VENDAS O Promotor de Vendas visa facilitar o acesso do consumidor ao produto no ponto de venda, utilizando-se de técnicas de demonstração e exposição, de forma que possam influenciar o processo de decisão de compra do consumidor. Zenone e Buairide (2011) determinam que o promotor de vendas é visto como um auxiliar na divulgação e venda dos produtos no ponto de vendas, cabendo a esse profissional a função de expor o material de ponto de venda, executar demonstrações do produto, treinar os vendedores da empresa intermediária e elaborar planos adequados para a exposição do produto. As ações realizadas pelo Promotor de Vendas são: – Divulgação do produto no ponto de venda: com o auxílio de materiais de comunicação e marketing elaborados pela empresa, o promotor de ven- das expõe e comunica o produto ao consumidor. – Estimular a compra: demonstrar o produto ao consumidor, estimulando sua aquisição, levando o produto ao comprador. – Dar suporte aos vendedores: atua no ponto de venda, auxiliando no pro- cesso de vendas. O Promotor de Vendas realiza diversas ações no ponto de venda para atrair o consumidor e levá-lo a compra. O link a seguir apresenta técnicas e manei- ras de realizar ações de promoção de vendas. Disponível em: <http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUI- VOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/15D3B7D1212C396503257147006A0292/$Fi- le/NT00032002.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2016. Fonte: a autora. Análise do Perfil e Habilidades do Profissional de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 ANÁLISE DO PERFIL E HABILIDADES DO PROFISSIONAL DE VENDAS Como definir o perfil do profissional de vendas ideal? Não existem re- ceitas ou fórmulas que definam qual é perfil ideal; o que existe é o pro- fissional mais adequado para uma determinada empresa ou produto, que reúna o maior número de atributos e qualidades que se aproximem do esperado pelo seus revendedores ou consumidores (GOBE et al., 2007, p. 82). Iniciamos este tópico do estudo entendendo que não há uma fórmula correta que defina um profissional de vendas, suas habilidades e capacidades devem ser direcionadas e atender ao perfil da empresa na qual está atuando. O sucesso de um pro- fissional de vendas está relacionado, cada dia mais, aos esforços estratégicos da equipe, ao invés das caracte- rísticas individuais de cada profissional. As habilidades de cooperação e trabalho em equipe de um profissional de vendas são fatores determinantes para o sucesso da empresa (SCHWEPKRER JR.; WILLIAMNS, 2008). Os autores ainda discutem que, à medida que o mercado se desenvolve, as habilidades necessárias para um profissional de vendas evoluem e estão rela- cionadas a atender às necessidades de mercado e dos consumidores. Para isso, apresentam as seguintes habilidades do profissional de vendas: – Empatia: está relacionada à capacidade de ver as coisas com o olhar do outro, ou seja, apresenta-se na capacidade de o profissional de vendas compreender o que o cliente busca, suas dicas e solicitações. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 – Autoconfiança: acreditar que pode ser bem sucedido na função que está exercendo, bem como na realização do processo de vendas. Os autores ainda afirmam que essa habilidade está relacionada ao ego da pessoa. – Comunicação interpessoal: saber comunicar-se com o consumidor, ouvindo e fazendo perguntas. Os profissionais de vendas devem ser capa- zes de ouvir com eficácia e questionar o cliente para que possam conhecer suas necessidades e preocupações durante o processo de compra. – Entusiasmo: estárelacionado tanto aos entusiasmos em vender quanto a atitudes entusiásticas. A figura a seguir é apresentada por Gobe et al. (2007) em seus estudos e resume as habilidades do profissional de vendas. Figura 02: Administração de vendas Habilidades Interpessoais • Conhecer e administrar as suas fraquezas; • Conhecer a outra parte e as suas necessdades; • Ter uma atitude que não gere desconfiança; • Saber ouvir e comunicar; • Criar um clima de cooperação e confiança entre as partes. Habilidades de Negociação • Levantar e analisar informações; • Planejar a negociação; • Executar e controlar a negociação, cumprir o planejado; • Levar consigo boas ideias e argumentos; • Ser habilidoso para fazer concessões, flexibilidade; • Saber superar impasses - manter a calma e o controle da situação. Habilidades Técnicas • Conhecer profundamente as informações de mercado, como concorrência, legislação e aspectos econômicos, que possam interferir na negociação; • Conhecer as vantagens, os benefícios e os detalhes técnicos do produto ou serviço; • Saber o que é um bom ou mau negócio para a sua empresa e para o cliente. Negociação bem-sucedida Fonte: Gobe et al. (2007). Análise do Perfil e Habilidades do Profissional de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 As Habilidades Interpessoais estão relacionadas ao contato do vendedor e do cliente, visando atender suas necessidades, gerar oportunidades e vendas e apresentação do produto. Já as Habilidades Técnicas são relacionadas ao conhecimento das carac- terísticas do produto e/ou serviço que vende. É preciso entender e explicar as características do que se vende do ponto de vista técnico. As Habilidades de Negociação têm o foco no processo de venda, permitindo ao profissional realizar um processo de negociação com o consumidor. Nesse momento, é preciso conhecer e aplicar técnicas de negociação para que a venda seja fechada no momento correto e de forma que satisfaça o cliente. Além de todas as habilidades apresentadas, Futrell (2003) determina que o sucesso para o profissional de vendas também está em gostar de seu trabalho e estar convencido de que o produto e/ou serviço que está oferecendo ao cliente é algo de grande valor. OS PROFISSIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificamos, nesta unidade do livro, o perfil, habilidades e funções do profis- sional de vendas nas organizações e no mercado. Foi possível verificar que os objetivos da força de vendas estão relacionados à prospecção de novos clientes, ao conhecimento de mercado e à fidelização e conhecimento do consumidor. Ao Gerente de Vendas cabe a função de liderar a equipe de vendas, direcio- nando informações de metas e objetivos da organização, realizando reuniões para treinamento e capacitação dos profissionais. Já o Supervisor de vendas fica responsável por auxiliar a direção e gerência no controle das atividades da equipe de vendas, tendo como foco o andamento do trabalho da força de vendas com eficiência e eficácia. As atividades de atendimento e contato direto ao consumidor ficam a cargo do vendedor, que deve conhecer muito bem o produto e/ou serviço que será ven- dido, além de compreender as necessidades do consumidor. O Assistente de Vendas oferece um suporte à equipe de venda, enquanto o Promotor de Vendas atua diretamente em contato com o consumidor no ponto de venda da empresa, com ações de exposição e demonstração do produto. Após a apresentação das funções do profissional de vendas, encerramos nossas discussões com uma análise do perfil e habilidade dos profissionais de vendas. Além de todas as informações já passadas, compreendemos a existên- cia de três habilidades básicas e necessárias, sendo estas: interpessoais, técnicas e de negociação. As Habilidades Interpessoais estão relacionadas ao contato e comunica- ção com o consumidor da empresa; as Habilidades Técnicas são relacionadas ao conhecimento das características do produto e/ou serviço que vende, e as Habilidades de Negociação têm o foco no processo de venda e nas técnicas de negociação durante uma compra. Na próxima unidade, discutiremos a Organização da Força de Vendas, em que abordaremos os Estágios no Processo de Vendas, a Distribuição em Vendas, os Territórios e Rotas de Vendas e a Comunicação em Vendas. 57 1. Durante as discussões da unidade II do livro, verificamos o perfil, os objetivos e as funções do profissional de vendas. Sabendo-se da importância que esse pro- fissional exerce dentro das organizações e da necessidade em compreender suas atividades, determine e explique os principais objetivos da Força de Vendas. 2. Verificamos que as atividades do Vendedor estão relacionadas ao atendimento e contato direto com os consumidores da empresa, visando à satisfação de suas necessidades. Referente às funções do Vendedor, analise as alternativas: I. É preciso que esse profissional realize pesquisa no mercado com o objetivo de conhecer a necessidade do consumidor, analisar a concorrência e as novida- des de mercado. II. As atividades do Vendedor não finalizam ao fechamento da venda, é necessá- rio que seja realizada a Pós-Venda para acompanhamento e contato contínuo com o cliente da empresa, trabalhando, assim, para o seu retorno de compra. III. Devido aos objetivos e metas propostos pela empresa, é preciso que o vende- dor realize uma programação do trabalho de vendas, criando um sistema de trabalho a ser seguido, para que suas metas sejam alcançadas. IV. Um bom profissional de vendas é aquele que conhece muito bem o produto e/ou serviço que está vendendo, quanto as suas características, funções, pro- cesso de fabricação, utilização pelo consumidor, preço, entre outros. Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 58 3. Após uma análise das funções e cargos dos profissionais de vendas, discutimos, no material desta unidade, que não há uma fórmula correta que defina um pro- fissional de vendas, mas que algumas habilidades como Empatia, Autoconfian- ça, Comunicação Interpessoal e Entusiasmos são necessárias para exercer essas funções. Assim, escolha duas habilidades apresentadas anteriormente e expli- que-as. 4. Entre todas as atividades exercidas pelos profissionais de vendas, verificamos a do Promotor de Vendas, que também atua em contato direto com o consumidor final da organização. Quanto às atividades exercidas pelo Promotor de Vendas, é correto afirmarmos que: a) Essa função trabalha com atividades direcionadas ao controle da equipe de vendas no mercado, acompanhando os números de vendas atuais, a definição de metas futuras e o controle das comissões dos vendedores. b) Trata-se do profissional que mantém contato direto e controle da equipe de vendas, para levantamento dos problemas e oportunidades que esses vêm enfrentando no mercado. c) Tem como função auxiliar e facilitar o acesso do consumidor ao produto no ponto de venda, estimulando a compra por meio de técnicas de demonstra- ção e exposição, além do uso de materiais de comunicação e marketing. d) Realiza a motivação da equipe de vendas por meio de treinamentos e ações de comunicação, com foco no alcance das metas de vendas no mercado. e) Analisa o território de vendas da equipe e realiza cálculos para determinar a quantidade de vendedores ou representantespara cobrir determinada área de atuação da empresa. 59 O profissional de vendas Um bom profissional de vendas é aquele que busca conhecimento técnico e constante atualização de sua função, mas é também aquele que está “antenado” com tudo o que acontece no mercado. É valido relembrar, nesse momento, que o mercado em que vive- mos hoje muda constantemente e com rapidez. Ações que há cinco anos eram consideradas viáveis e lucrativas para as empresas hoje já são vistas como ultrapassadas e desatualizadas. Além disso, o comportamento de com- pra do consumidor muda, bem como o perfil do público alvo, basta analisarmos, como exemplo, o público infantil. Quem não se lembra de quantas vezes ficou até tarde na rua brincando de bola ou de esconder com os amigos? E que, mais que um brinquedo, o que valia era a companhia e o contato pessoal com os colegas. Mas hoje isso mudou, o perfil da criança está mais tecnológico. Brinquedos como bolas e bonecas já não são mais vendidos na mesma quantidade que antes, pois as solicita- ções são de aparelhos tecnológicos como videogames e celulares. O contato direto com os amigos passa a ser virtual e não mais pessoal. Então, como fica o profissional de vendas com essas mudanças de mercado? Há neces- sidade de mudança em suas habilidades e perfil? Pensando nessa discussão que realizamos, apresentamos a você algumas dicas para atu- ação do profissional de vendas no mercado: - Saiba ouvir o consumidor. Nem sempre o consumidor tem certeza do que necessita comprar, ao ouvi-lo com atenção e levantar suas principais necessidades, fica mais fácil direcionar sua compra, demonstrando os produtos e/ou serviços corretos. - Durante a negociação, fique atento as negativas apresentadas pelo cliente, verifique se essas são reais ou não e tente solucionar os problemas apresentados para que a compra seja fechada com êxito. - Acredite na empresa, produto e/ou serviço que está vendendo. Além de conhecer muito bem o que está sendo oferecido ao consumidor, o bom vendedor é aquele que acredita e conhece o que está vendendo. Afinal, vender algo que gostamos não é fácil. - Busque constante capacitação da sua função. Como em todas as áreas de mercado, o profissional de vendas também precisa de capacitação e conhecimento da sua função. O mercado mudou, as pessoas mudaram e o antigo perfil de vendas, de 50 anos atrás, já não funciona mais hoje. Outros fatores também contribuem para o perfil de um profissional de vendas. A dis- ciplina diária, com a organização de suas atividades, bem como o entendimento e a determinação das ações que irá executar para que as metas que lhe foram propostas sejam alcançadas. 60 Ser criativo durante o processo de vendas, o que auxilia na busca de alternativas para as objeções e negativas do cliente, sendo essa uma forma a mais de oferecer novas opções de compras ao consumidor. O profissional de vendas também deve “investigar” as informações que o cliente lhe pas- sa, para que consiga definir as necessidades do consumidor. Ao perceber que sua aqui- sição foi correta e atendeu suas expectativas, o consumidor voltará a comprar, podendo se tornar fiel a empresa. Além disso, o profissional de vendas deve criar uma identificação e inspirar confiança ao consumidor, pois as pessoas preferem se relacionar com quem elas conhecem e acredi- tam. E, por fim, saber persistir na venda, mas sem ser insistente, a ponto de irritar o consumi- dor. Descrevemos aqui apenas algumas dicas para a atuação do profissional de vendas no mercado, mas o mais importante está em entender e atender às necessidades do con- sumidor. É importante que se atenha sempre ao perfil do cliente com o qual a empresa está traba- lhando. Cada consumidor exigirá um atendimento diferenciado, uma abordagem e uma apresentação do produto conforme as suas necessidades. E não se esqueça: nunca é demais pesquisar e conhecer o mercado. Fonte: a autora. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Sabemos que um profissional de vendas não é somente aquele que “sabe vender”, mas sim aquele que possui diversas habilidades necessárias para a venda certa. Quer saber mais sobre essas habilidades? Então acesse o link e confira. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/20-habilidades- imprescindiveis-a-qualquer-profissional/614/>. Acesso em: 05 abr. 2016. REFERÊNCIAS BERNARDO, J. M. L.; BAZAGA, C. E. D. O Papel do Gerente de Vendas em Lojas de Varejo. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery. Curso de Adminis- tração, n. 10, jan./jun. 2011. CHIAVENATTO, I. Administração de Vendas: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. COBRA, M. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 2011. FUTRELL, C. M. Vendas: fundamentos e novas práticas de gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. GOBE, A. C. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2000. HILMANN, R. Administração de vendas, varejo e serviços. Curitiba: InterSaberes, 2013. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. São Paulo: Person Prentice Hall, 2007. SCHWEPKER JR., C. H.; WILLIAMS, M. R. Gerenciamento de Vendas: análise e toma- da de decisão. São Paulo: Cengage Learning, 2008. SILVA, J. M. da. Administração de Vendas. Maringá: Centro Universitário de Marin- gá - Núcleo de Educação a distância, 2012. SOUZA, R. H. Vender é preciso. São Paulo: Biblioteca 24 horas, 2009. ZENONE, L. C.; BUAIRIDE, A. M. R. Marketing da Promoção e Merchandising. Con- ceitos e estratégias para ações bem-sucedidas. São Paulo: Cengage Learning, 2011. GABARITO 63 1. A Força de Vendas de uma organização é aquela que tem contato direto com o consumidor final e, para isso, não basta apenas saber expor o produto no ponto de venda. É preciso seguir alguns objetivos, sendo estes: Prospecção de merca- do (busca e identificação de novos mercados potenciais para a empresa); Defini- ção do alvo (conhecer o público alvo da organização, analisando os potenciais); Comunicação com o mercado (manter-se informado com relação a informações sobre o produto e/ou serviço, o que auxiliará na tomada de decisão de compra do cliente); Venda propriamente dita (utilizar técnicas de vendas, que envolvem a abordagem, apresentação, argumentação, fechamento da negociação e pós- -venda); Coleta de informações (conhecer o mercado de atuação da empresa, bem como seus concorrentes e consumidores) e Fidelização do cliente (manter relacionamento com os clientes visando à fidelização da marca e do produto). 2. A opção correta é a letra E. 3. A Empatia está relacionada à capacidade de o profissional de vendas compre- ender o que o cliente busca, suas dicas e solicitações. É preciso compreender as necessidades e os desejos de compra apresentados pelo consumidor. Já a Auto- confiança é apresentada quando o profissional de vendas acredita no trabalho que está executando, se prepara para a sua função e está confiante com suas ta- refas, acreditando no processo de vendas. A Comunicação interpessoal envolve o processo de comunicação entre o vendedor e o cliente, está na forma como se comunica e ouve o consumidor. Os profissionais de vendas devem ser capazes de ouvir com eficácia e questionar o cliente para que possam conhecer suas ne- cessidades e preocupações durante o processo de compra. O Entusiasmo está relacionado tanto ao entusiasmo em vender quanto a atitudes entusiásticas. 4. A opção correta é a letra C. U N ID A D E III Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Objetivos de Aprendizagem ■ Verificar as formas de organização da força de vendas. ■ Definir distribuição e territórios de vendas. ■ Compreender a aplicação da Comunicação em Vendas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:■ Análise da Organização da Força de vendas ■ Análise das formas de Distribuição em Vendas ■ Verificação das formas de Territórios (Hexágono ou Círculo, Trevo, Cunha e Retângulo) e Rotas de Vendas ■ Discussão da comunicação em Vendas INTRODUÇÃO A Organização da Força de Vendas não está somente na forma como esta se apresenta em estrutura e organização burocrática, mas também em sua organi- zação da equipe para atuação no mercado. Assim, nossos estudos nesta unidade iniciam-se pelas etapas do processo de vendas. Abordaremos tanto as etapas referentes aos profissionais de vendas quanto às etapas realizadas pelos consumidores. É preciso compreender que, durante o processo de decisão de compra, os consumidores também realizam avaliações de mercado, análise dos produtos e/ou serviços, entre outros. Tais análises são importantes para que a organiza- ção conheça o perfil do consumidor, bem como consiga definir e trabalhar suas necessidades e desejos de consumo. Além das informações referentes a pré-vendas, discutiremos também as for- mas de distribuição em vendas, que não estão relacionadas somente ao ponto de venda do produto e/ou serviço, mas também aos caminhos que estes percorrem até chegar ao consumidor final. O uso de intermediários e/ou revendas podem ou não ser estratégias de vendas da empresa, sendo que suas decisões dependem de seus objetivos mercadológicos. Os Territórios de Vendas são utilizados pelos gestores das organizações como uma forma de organização da rota e dos locais a serem trabalhados pela equipe de vendas, e podem ser divididos em: Hexágono ou Círculo, Trevo, Cunha e Retângulo. Assim, é preciso análise e organização pela empresa, pois cada tipo de território apresenta vantagens e desvantagens em sua execução. Por fim, traçaremos uma discussão nas formas de Comunicação em Vendas. Nosso objetivo, nesse momento, não será o de explicar as etapas do processo de comunicação, mas, sim, determinar ações e estratégias de comunicação que auxiliam na comunicação empresa – vendedor – consumidor, sendo que serão apresentadas e discutidas estratégias realizadas tanto pela equipe de vendas quanto pela organização. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 67 FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E68 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS OS ESTÁGIOS NO PROCESSO DE VENDAS Já compreendemos em nossas discussões que o processo de vendas não ocorre somente quando há um contato direto, “cara a cara”, entre vendedor e consumi- dor. Outros fatores, pré e pós-venda, estão envolvidos para que esse processo ocorra da melhor maneira possível. Hilmann (2013) determina que o processo de vendas de um produto e/ou serviço envolve três fases: – Prospecção: está relacionada à determinação e busca dos clientes potências da empresa, ou seja, dos seus prospects. Nesse momento, os profissionais de vendas elaboram um perfil do cliente, determinando preferências quanto aos produtos e/ou serviços, hábitos de consumo, melhor forma de atendimento, entre outros. É um momento de análise do consumi- dor, trabalhando-se com a qualificação da clientela potencial da empresa. Análise da Organização da Força de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 69 – Abordagem: é o momento “cara a cara” com o cliente da empresa. É um momento em que o vendedor deve saber ouvir o consumidor, levan- tando suas necessidades e desejos de compra. A forma de abordagem do cliente deve variar e ser realizada conforme o perfil de cada clientela da empresa, sendo necessário, nesse momento, também, a apresentação das características do produto e/ou serviço, além da informação dos benefí- cios e dos custos para a compra. – Negociação: após apresentar a oferta ao consumidor, inicia-se um pro- cesso de negociação. É nesse momento que o cliente pode apresentar objeções de compra, que serão discutidas ainda nesse tópico do estudo. Contornar as objeções e fechar a venda é tarefa do vendedor da empresa. E, após todo esse processo, ainda devemos nos lembrar do pós-venda. Esse é o momento no qual a empresa e o profissional de vendas continuam mostrando interesse no consumidor, esclarecendo dúvidas quanto à compra e reforçando a marca da empresa na mente do cliente. Mas, além disso, é preciso entender o que se passa durante o processo de escolha e decisão do consumidor. Para isso, vamos analisar as informações apresentadas por Futrell (2003), que determina que a decisão de compra do con- sumidor envolve cinco etapas básicas, apresentadas na figura a seguir. Figura 01: Processo Decisório de Compra do Consumidor Despertar da necessidade Coleta de Informações Avaliação das Informações Decisão da Compra Comportamento pós-compra Processo decisório de compra do consumidor Fonte: adaptada de Futrell (2003, p. 102). O autor afirma que o consumidor pode sentir uma necessidade de com- pra, ou esta pode ser despertada pelo profissional de vendas, sendo a fase de Despertar a Necessidade. FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E70 É válido nesse momento lembrarmos que as necessidades do consumidor são trabalhadas com base em fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Kotler e Keller (2006) apresentam e definem a influência de tais fatores durante a determinação das necessidades do consumidor. Os fatores culturais determinam o comportamento e os desejos de uma pes- soa. Cabe aos profissionais de venda conhecer a cultura do seu cliente, pois esta envolve fatores étnicos, valores e crenças de um povo. Já as empresas trabalham suas ações mercadológicas com base na análise cultural do seu público, evitando falhas de comunicação. Além disso, há também os fatores sociais, que envolvem a influência de grupos de referências, família, papéis sociais e status no comportamento do con- sumidor. São as influências de grupos e/ou pessoas que determinam a escolha do produto e/ou serviço a serem adquiridos pelo consumidor. Os fatores pessoais são relacionados à idade, ciclo de vida, ocupação, per- sonalidade, estilo de vida e valores do consumidor. Os fatores psicológicos são relacionados a experiências anteriores, à personalidade do consumidor e a sua percepção. O comportamento do consumidor é resumido, com base no que analisa- mos, na figura a seguir. Figura 02: Comportamento do consumidor – estímulos e fatores de decisão Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 183). Na sequência, Futrell (2003) trabalha com a fase de Coletar Informações. Nesse momento, os consumidores buscam informações sobre o produto e/ou serviço, realizando visitas em diversas empresas. Análise da Organização da Força de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 71 Já a Avaliação de Informações é realizada pelo consumidor para a escolha do que será comprado. Após analisar as informações que coletou sobre o pro- duto, o consumidor passa a analisá-las com base em suas necessidades, atitudes, crenças e valores para tomar sua decisão. Somente após essa análise, a Decisão de Compra será tomada. Quanto ao Comportamento Pós-Compra, Futrell (2003, p. 104) determina que “o processo decisório não terminana compra – pelo menos não para o comprador! Depois de comprado, o produto gera determinados níveis de satisfação e insatisfação”. A satisfação ocorre quando o produto e/ou serviço atende as expectativas do consumidor, enquanto a insatisfação pode ser gerada por uma tensão no comprado, por um arrependimento de compra ou dúvida no caso de a decisão tomada ser ou não correta. Conhecer as etapas do processo de decisão do consumidor auxilia o profis- sional no seu processo de vendas, tanto na forma de abordagem quanto durante e após a execução da compra pelo cliente. Para finalizar nossa discussão sobre as abordagens de vendas, falta ainda dis- cutirmos quanto às objeções apresentadas pelos consumidores. Stanton, Alencar e Spiro (2000) explicam que as objeções, por parte dos clientes, são encontradas em quase todas as apresentações de vendas. Diante das objeções, existem algumas técnicas importantes, que devem ser usadas pelos pro- fissionais de vendas, quais sejam: ouvir o cliente, esclarecer a objeção, respeitar a preocupação do comprador e responder a objeção. As objeções podem ser de: – Objeções de Preço ou Valor: são as objeções quanto ao preço do produto e/ou serviço. Normalmente são apresentadas pelo consumidor quando afirmam que “está muito caro” ou “fora de suas possibilidades”. Cabe ao profissional de vendas trabalhar, junto ao comprador, soluções alterna- tivas de preços e formas de pagamento para que a compra seja efetuada. – Objeções sobre Produtos/Serviços: “por vezes o comprador reconhece a importância de um problema, mas duvida que o produto ou serviço possa resolvê-lo ou melhorar as operações” (STANTON; ALENCAR; SPIRO, 2000, p. 56). Tais objeções, quanto à qualidade ou função do produto, FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E72 quando apresentadas pelos consumidores, devem ser resolvidas pelos profissionais de vendas ao demonstrarem e provarem que o produto tem a capacidade de atender a necessidade apresentada. – Objeções de Protelação: ao protelarem a compra, os clientes usam descul- pas para evitar a compra naquele momento. Usam de argumentos como “vou pensar mais um pouco”, “precisa falar antes com minha família” ou “preciso esperar até o próximo pagamento”. Nessa situação, o profissional de vendas deve obter um compromisso do cliente para uma compra futura. – Objeções Ocultas: muitas vezes, o consumidor oculta o real motivo de não efetuar a compra ou a objeção apresentada pode ser falsa. É preciso fazer com que o cliente revele o real motivo que está bloqueando a sua compra e trabalhar em cima dele para finalizá-la com sucesso. Existem algumas formas de enfrentar as objeções dos clientes quanto a compra, pois a objeção pode representar uma declaração de compra. Uma das formas está em ouvir o cliente, pois quando o cliente apresenta uma ob- jeção, ele está dando informações para que o profissional de vendas possa trabalhar na busca da melhor solução e adequação da sua necessidade ou desejo de consumo. Além disso, realizar perguntas aos consumidores du- rante as objeções auxiliam para que se possa descobrir pontos de interesse e identificar aspectos que podem ser trabalhados para concluir a venda. Fonte: adaptado de TODA objeção... (on-line). Análise das Formas de Distribuição em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 73 ANÁLISE DAS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO EM VENDAS Ter o produto certo, na hora certa, no local mais adequado, a um preço que seja considerado justo é o que todo consumidor espera. Portanto, é por meio da distribuição física que os fabricantes podem proporcionar satisfação aos seus consumidores quando o assunto for ‘o local mais adequado’ (GOBE et al., 2007, p. 230). A decisão de como os pro- dutos da empresa serão distribuídos fica a crité- rio da empresa, pois estará de acordo com os objetivos da organização. Podemos afirmar que o canal de dis- tribuição, dentro de uma organização, é estratégico, pois cada produto requer um determinado tipo de canal. Cobra (2012) afirma que a distribuição de um produto pode ocorrer de forma direta, quando não há nenhum tipo de intermediação, ou direta, quando há inter- mediários independentes como revendedores, distribuidores e/ou representantes. O autor ainda apresenta três tipos de distribuição na cobertura de mercado, sendo: exclusiva, seletiva e intensiva (de massa): – Distribuição Exclusiva: ocorre quando o intermediário tem vínculo de exclusividade com a empresa, como os revendedores autorizados. – Distribuição Intensiva: nesse caso, o revendedor não é considerado tão importante, pois o foco está no destaque do máximo de pontos de venda do produto. FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E74 – Distribuição Seletiva: não há exclusividade de venda, porém são selecio- nados os melhores revendedores. O foco está em preservar a imagem da marca pela qualidade dos serviços de venda prestados pelo intermediário. Gobe et al. (2007) complementam com mais duas formas de distribuição: a direta e a indireta. – Distribuição Direta: ocorre quando não há participação de intermediário na venda e distribuição do produto e/ou serviço ao consumidor. Tendo como vantagem a menor dependência de terceiros, o controle sobre as vendas e a proximidade com o consumidor. – Distribuição Indireta: ocorre quando há a figura de terceiros ou interme- diários na venda e distribuição do produto e/ou serviço no mercado. Tem como vantagens os menores investimentos em ponto de venda, a maior possibilidade de expansão de mercado e os menores riscos de vendas. Kotler e Keller (2006) resumem as formas de distribuição ao consumidor final, com base na figura a seguir. Figura 03: Formas de Distribuição ao Consumidor Final Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 471). Quanto maior a distância entre o fabricante e o consumidor, mais difícil fica de controlar a forma de distribuição e exposição do produto no ponto de venda. Mas para que a empresa possa definir melhor a sua forma de distribui- ção, também é preciso definir seus territórios e rotas de vendas, que passaremos a abordar agora em nossos estudos. Verificação das Formas de Territórios (Hexágono ou Círculo, Trevo, Cunha e Retângulo) e Rotas de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 75 VERIFICAÇÃO DAS FORMAS DE TERRITÓRIOS (HEXÁGONO OU CÍRCULO, TREVO, CUNHA E RETÂNGULO) E ROTAS DE VENDAS O tamanho da força de vendas determina o esforço de vendas da organização, e também as formas e tipos de territórios de vendas a serem definidos. Schwepker Jr. e Williams (2008, p. 107) determinam que “o território pode ser visto como a unidade de trabalho para o vendedor, que é o maior responsável pelas ativida- des de vendas realizadas e pelo desempenho obtido nele”. Para os autores, a criação e a escolha dos territórios são feitas com base na análise das oportunidades de mercado e na carga de trabalho que haverá no ter- ritório para a equipe de vendas. Gobe et al. (2007) ainda afirmam que, para a escolha dos territórios e rotas de vendas da empresa, faz-se necessário o conhecimento das características e do comportamento de consumo do público alvo que estão na área de atuação, devendo a empresa também se preocupar com o equilíbrio entre carga de tra- balho e volume de vendas de sua equipe. A delimitação dos territóriose rotas de venda é apresentada nas formas de retângulo, hexágono ou círculo, cunha, trevo. Apresentaremos aqui nossa dis- cussão com base nas análises de Gobe et al. (2007) e Cobra (2012). TERRITÓRIOS EM FORMA DE RETÂNGULO São divididos em partes iguais por meio de linhas horizontais e verticais, con- forme apresentado na figura. Porém a divisão nem sempre é feita de forma igualitária, podendo haver maior concentração de consumidores em um retân- gulo do que em outro. FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E76 Figura 04: Exemplo de Território em Forma de Retângulo Fonte: adaptada de Gobe et al. (2007, p. 290) e Cobra (2012, p. 241). TERRITÓRIOS EM FORMA DE HEXÁGONO OU CÍRCULO Permite um deslocamento maior do vendedor, pois a forma hexagonal, ou em círculo, proporciona um deslocamento com maior rapidez entre um cliente e outro, facilitando também o retorno do vendedor à sede da empresa. Figura 05: Exemplo de Território em Forma de Hexágono ou Círculo Fonte: adaptada de Gobe et al. (2007, p. 290) e Cobra (2012, p. 241). Verificação das Formas de Territórios (Hexágono ou Círculo, Trevo, Cunha e Retângulo) e Rotas de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 77 3.3 TERRITÓRIOS EM FORMA DE CUNHA Permite que uma área maior seja trabalhada pelo profissional de vendas, porém a distância entre um ponto e outro pode aumentar o custo e o tempo de deslo- camento e atendimento entre os clientes. Figura 06: Exemplo de Território em Forma de Cunha Fonte: adaptada de Gobe et al. (2007, p. 291) e Cobra (2012, p. 241). TERRITÓRIOS EM FORMA DE TREVO Nessa forma de território, o vendedor [...] dependendo do número de clientes e do número de visitas neces- sárias semanalmente, pode iniciar suas atividades por cada folha do trevo de tempos em tempos, facilitando assim o controle das visitas e o atendimento equitativo dos clientes (GOBE et al., 2007, p. 291). A proximidade do vendedor a empresa permite seu retorno com rapidez e sem custos altos. FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E78 Figura 07: Exemplo de Território em Forma de Trevo Fonte: adaptada de Gobe et al. (2007, p. 292) e Cobra (2012, p. 241). É possível verificar a diversidade em territórios e formas de vendas disponíveis para a empresa, cabendo à empresa a escolha da melhor rota, conforme seus objetivos, custos e tempo de viagem. “Conhecer o mercado é uma obrigação do empreendedor. Se o mercado é novo, ou não se tem vivência nele, será necessário buscar informações em cursos, livros, centros tecnológicos ou mesmo com empresários da área pre- tendida. Quanto mais conhecer o mercado, mais são as chances de sucesso.” Fonte: Lupetti (2009, p. 155). Discussão da Comunicação em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 79 DISCUSSÃO DA COMUNICAÇÃO EM VENDAS A comunicação no processo de vendas envolve o ato de transmissão de informa- ções de maneira verbal e não verbal entre vendedor e consumidor (FUTRELL, 2003). Trata-se de um processo de troca de informações e mensagens, em busca de uma resposta esperada, que é a venda. A Comunicação Verbal refere-se ao uso das palavras, tanto faladas quanto escritas. Já a Comunicação Não Verbal não está relacionada às palavras e ocorre por meio de gestos, expressões, postura corporal, entre outros (SILVA, 2006). Uma das funções da Comunicação Não Verbal está em complementar a ver- bal, porém, se usada de maneira errada dentro de um processo de vendas, pode transmitir uma informação distorcida ao consumidor. Futrell (2003) determina quatro principais canais de comunicação não ver- bais entre vendedor e consumidor: – Espaço físico entre vendedor e comprador: está relacionado à distância de espaço que as pessoas mantêm entre si, e são aceitáveis, em sua determi- nada situação. Sendo as distâncias entre as pessoas, ou seja, um vendedor que está muito distante (em relação a espaço) do consumidor pode pas- sar uma impressão negativa, como a falta de interesse no atendimento. Porém manter-se muito próximo, sem oferecer espaço de movimentação ao cliente, pode gerar desconforto. – Aparência: cabe aos profissionais de vendas se preocuparem com a sua apresentação pessoal, analisando o impacto que esta gera no cliente. Algumas empresas determinam padrões de vestimentas e penteados para seus colaboradores, visando um padrão de aparência e “arrumação”. – Aperto de mão: é uma forma de duas pessoas se cumprimentarem durante uma situação profissional. “Um aperto de mãos prolongado é mais intimo que um rápido, e causaria desconforto ao cliente [...] um aperto de mão frouxo, frio ou ser vigor é normalmente interpretado como o de uma pessoa distante e não disposta a aproximação” (FUTRELL, 2003, p. 120). – Movimentos de corpo: são relacionados aos sinais corporais transmiti- dos pelo consumidor e também pelo vendedor da empresa. Podem ser expressões faciais, movimentos e posições dos braços, entre outros, e que podem transmitir as mensagens de aceitação, cautela ou desacordo. FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E80 Até esse momento, discutimos ações e fatores da comunicação verbal e não verbais, e que são relacionados diretamente a venda direta, “cara a cara” com o consumidor. Mas é preciso analisar, também, algumas ferramentas de comuni- cação que permitem ações direcionadas e imediatas no ponto de venda e que auxiliam o vendedor no processo de venda ao consumidor. A Promoção de Vendas está rela- cionada às ações de incentivo de uma empresa para que seus consumidores comprem a marca, estimulando também uma venda mais agressiva da equipe de vendas (SHIMP; SOUZA, 2009). As ações de comunicação dessa ferramenta podem auxiliar as orga- nizações em seu processo de vendas, visando o alcance de seus objetivos mercadológicos. Tabela 01: Tarefas que as promoções podem e não podem desenvolve As promoções de vendas podem • Estimular o entusiasmo da equipe de vendas por um produto novo, aprimorado ou amadurecido • Revigorar as vendas de uma marca amadurecida • Facilitar o lançamento de novos produtos no mercado • Incrementar a dinâmica (de espaço) em prateleira • Neutralizar a publicidade e as promoções de vendas da concorrência • Obter compras experimentais por parte dos consumidores • Manter os usuários atuais, estimulado a repetição das compras • Aumentar a utilização do produto, estocando os consumidores • Derrubar a concorrênica lotando os consumidores • Reforçar a publicidade As promoções de vendas não podem • Compensar uma equipe de vendas mal treinada ou a falta de publicidade • Compensar uma equipe de vendas mal treinada ou a falta de puclicidade • Dar ao comércio ou aos consumidores um motivo convincente para continuar vendendo uma marca por muito tempo • Interromper definitivamente a tendência de queda nas vendas de uma marca estabelecida ou alterar a rejeição básica a um produto não-desejado Fonte: Shimp e Souza (2009, p. 521). Discussão da Comunicação em Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 81 Além disso, Zenone e Buairide (2005) afirmam que asações promocionais podem ser usadas diretamente com a equipe de venda por meio de informações e materiais de apoio a vendas como portfólios, manuais de vendas e materiais auxiliares. As ações de Merchandising envolvem as formas de exposição da marca, produto e/ou serviço no ponto de venda como uma forma de atrair a atenção do consumidor (ZENONE, BUAIRIDE, 2005). Tais ações oferecem objetivos mercadológicos que contribuem para o pro- cesso de vendas. Dentre eles, estão os objetivos de: – Vender mais: uma ação de merchandising direcionada contribui para o aumento das vendas a curto prazo, e auxilia aos profissionais de vendas na exposição da marca e dos produtos no ponto de vendas. – Incrementar o número de consumidores: atrai novos consumidores para o ponto de venda. Por isso, cabe aos profissionais de venda a execução e o controle das ações de comunicação aqui propostas e apresentadas, tendo sempre como foco o atendi- mento das necessidades e dos consumidores dos clientes da empresa. FORÇA DE VENDAS E COMUNICAÇÃO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E82 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao finalizar nossos estudos, compreendemos a importância na organização da equipe de vendas, bem como no processo de comunicação com o consumidor final. Vender não está focado somente na apresentação do produto ao consumi- dor, mas em realizar a sua prospecção, com o conhecimento dos atuais clientes da empresa, na busca e análise dos possíveis e futuros consumidores. A abordagem está na forma como a equipe de vendas vai apresentar o produto e/ou serviço ao consumidor, ouvindo e levantando suas necessidades e desejos de consumo. A negociação envolve o momento em que o cliente apresenta suas objeções de compra e o vendedor tenta eliminá-las para que o fechamento da compra aconteça corretamente. Além disso, conhecer o processo de decisão de compra que o consumidor realiza auxilia no direcionamento da venda. O que deve ser levado em consideração quanto às formas de distribuição do produto ao consumidor final são os objetivos da empresa e o fato de a distância entre o fabricante e o consumidor exigir um controle maior na forma de distri- buição e exposição do produto no ponto de venda. Quanto aos Territórios e Rotas de Vendas, analisamos diversas formas, como as de retângulo, hexágono ou círculo, cunha, trevo. Em sua totalidade, há vanta- gens e desvantagens em seu uso e execução, mas determinar a melhor a ser usada pela equipe de vendas é uma função estratégica da organização. Por fim, apresentamos nas discussões a importância da Comunicação em Vendas. Não só a Comunicação Verbal, realizada por palavras e escrita, que ocorre durante as vendas, há também a Não Verbal, por meio de gestos, expres- sões e postura corporal, que transmitem informações para os consumidores. Falhas de comunicação geram ruídos nas mensagens e podem criar uma imagem negativa da empresa e do produto na mente do consumidor, levando-o a não realizar a compra. Além disso, ações de comunicação como a Promoção de Vendas e o Merchandising contribuem como ferramentas de vendas, auxi- liando os vendedores. 83 1. Discutimos e compreendemos, nesta unidade, o desenvolvimento do Processo de Vendas. Este não se realiza somente com a venda “cara a cara” com o consu- midor, mas trabalha com base em três fases (prospecção, abordagem e negocia- ção). Assim, discuta as fases do Processo de Vendas citadas anteriormente. 2. Durante o Processo de Vendas, o consumidor pode apresentar objeções que po- dem levar a não realização da compra. As objeções podem ser as de Objeções de Preço ou Valor, Objeções sobre Produtos/Serviços, Objeções de Protelação e Objeções Ocultas. Referente às formas de objeção apresentadas, é correto afir- mar que: I. As Objeções de Preço ou Valor: são apresentadas pelo consumidor quando demonstram descontentamento com preço do produto e/ou serviço. Uma forma de transpor essa objeção está em propor alternativas de preços e for- mas de pagamento para que a compra seja efetuada. II. As Objeções sobre Produtos/Serviços são referentes à qualidade ou função do produto, quando apresentadas pelos consumidores, podendo ser resolvidas pelos profissionais de vendas com a apresentação de demonstração das fun- ções e características dos produtos. III. As Objeções de Protelação ocorrem quando os consumidores usam desculpas para evitar a compra naquele momento, como “vou pensar mais um pouco” ou “preciso esperar até o próximo pagamento”. IV. As Objeções Ocultas acontecem quando o consumidor oculta o real motivo de não efetuar a compra. Cabe ao profissional de vendas “descobrir” o real motivo da objeção e tentar solucioná-lo. Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 3. A forma de distribuição do produto e/ou serviço ao consumidor é vista como estratégica pelas organizações, e será determinada e realizada conforme seus objetivos mercadológicos. Compreendemos a existência de três tipos de distri- buição na cobertura de mercado: exclusiva, seletiva e intensiva (de massa). Assi- nale a alternativa correta quanto à forma de distribuição Seletiva. 84 a) Essa forma de distribuição ocorre quando o intermediário e/ou revenda tem vín- culo de exclusividade com a empresa, não oferecendo nenhuma outra marca de produto ao consumidor em sua empresa. b) Nessa forma de distribuição, não há exclusividade de venda, porém são selecio- nados os melhores revendedores para exposição e venda dos produtos. c) O foco nessa forma de distribuição está em ter o máximo de pontos de vendas possível, para uma maior penetração de mercado, não considerando o tipo de revendedor tão importante. d) Trata-se de uma forma de distribuição sem o uso de terceiros ou intermediários na venda e distribuição do produto no mercado. É feita diretamente pelo fabri- cante ao consumidor. e) A distribuição seletiva apresenta uma distância muito grande entre o fabricante e o consumidor, o que dificulta o controle e a exposição do produto no ponto de venda e para o consumidor final. 4. A delimitação dos territórios e rotas de venda é realizada pelas empresas para a determinação da unidade e local de trabalho da equipe de vendas, sendo apre- sentada nas formas de retângulo, hexágono ou círculo, cunha, trevo. Sabendo dessas informações, discuta os territórios de vendas em forma de Retângulo e Trevo. 5. O uso de ferramentas e estratégias de comunicação, como a Promoção de Ven- das, auxilia as organizações em seu processo de vendas, visando o alcance de seus objetivos mercadológicos. Assim, assinale a alternativa que expressa cor- retamente o que as Promoções de Vendas podem desenvolver na organização. a) Cabe as ações de Promoção de Vendas, por meio de suas ferramentas, com- pensar as falhas de treinamento e/ou comunicação da equipe de vendas, au- mentando, por meio de suas ações, as vendas dos produtos e/ou serviços. b) As ações de Promoção de Vendas podem facilitar o lançamento de novos pro- dutos no mercado, bem como revigorar as vendas de uma marca já amadu- recida. c) Quando utilizadas da maneira correta e direcionada aos consumidores, as ações promocionais podem interromper as quedas nas vendas de uma marca já estabelecida no mercado. d) É função das ações promocionais alterarem o comportamento do consumi- dor, principalmente quando este passa a rejeitar uma marca ou produto no mercado. e) Oferecer a empresa ou aos consumidores motivos para a venda e/ou aquisi- ção de uma marca por muito também é uma das ações que a Promoção de Vendas pode realizarno mercado. 85 O Ponto de Venda como estratégia mercadológica Ao se pensar em uma análise mercadológica, que envolva o desenvolvimento e compre- ensão do Mix de Marketing (Preço, Produto, Promoção e Ponto de Venda) no mercado, nem sempre as organizações se atêm e demonstram preocupação quanto ao Ponto de Vendas. Pensar que estar localizado em uma área movimentada da cidade ou em um shopping de grande circulação, por exemplo, resolve todos os problemas de distribuição da orga- nização é um grande erro. A distribuição da empresa não está focada só na forma como o produto chega ao con- sumidor, mas também na sua distribuição, na localização, ou seja, onde o consumidor encontrará o produto, e em quem está vendendo e expondo esse material no mercado. É válido relembrar, nesse momento, que nem todos os fabricantes são distribuidores e revendedores finais de seus produtos. O uso de intermediários, como o varejo, ou de representantes de vendas, vem sendo muito utilizado no mercado. E como saber se o intermediário está ou não expondo o seu produto da maneira correta ao consumidor? O acompanhamento da exposição e distribuição do produto é necessário. Uma falha na forma de como o produto é apresentado ao consumidor pode gerar uma imagem negativa da marca e, consequentemente, queda nas vendas. Além disso, a distribuição no ponto de venda também está relacionada à forma como a equipe de vendas apresenta e explica o produto ao consumidor. Lojas de varejo pos- suem diversas marcas do mesmo produto a serem oferecidas ao cliente, mas o que fará a sua se destacar e ser indicada, dentre tantas outras? Criar um relacionamento com a empresa intermediária e com seus profissionais de ven- das pode auxiliar. Realizar treinamento a estes, para que conheçam a característica do que está sendo oferecido ao consumidor, facilita durante o processo de vendas. 86 Há também as organizações que trabalham com ações de Promoção de Vendas, não somente para o consumidor final, mas também para os seus intermediários, como forma de incentivo para indicação e venda de seus produtos. Utilizar o Ponto de Venda como estratégia mercadológica é um diferencial da empresa no mercado. Por vezes, o consumidor busca uma empresa para compra, mas ainda não sabe ao certo o que comprar. Cabe as ações mercadológicas e a atuação do vendedor no local de venda propor um auxílio e direcionamento a esse cliente, para que efetue a venda, de modo que lhe gere satisfação quanto ao produto adquirido e a empresa que lhe vendeu. É por isso que, ao se analisar e focar suas ações no Mix de Marketing, as organizações devem pensar também no Ponto de Venda. É lógico que um Produto bem elaborado, com características que atendam às necessidades do consumidor, bem como um Preço competitivo e ações Promocionais que chamem a atenção do consumidor são benéficos e importantes para a empresa. Mas se o Produto não estiver no lugar certo, com a comunicação correta e na melhor visualização e exposição ao consumidor, falhas durante o processo de vendas podem ocorrer. Fonte: a autora. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Administração Estratégica em Vendas e Canais de Distribuição Autores: Charles John Szulcsewski e José Luiz Tejon Megido Editora: Atlas Sinopse: o livro traz informações e contribuições aos profissionais de vendas, trabalhando termos como a distribuição e a comunicação e marketing dentro do processo de venda. Além de apresentar estratégias mercadológicas para a melhor distribuição e venda de produtos e/ou serviços no mercado, também trabalha com estudos de casos brasileiros, que contribuem para a compreensão das ações apresentadas. REFERÊNCIAS COBRA, M. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 2011. FUTRELL, C. M. Vendas: fundamentos e novas práticas de gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. GOBE, A. C. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2000. HILMANN, R. Administração de vendas, varejo e serviços. Curitiba: InterSaberes, 2013. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LUPETTI, M. Administração em Publicidade. A verdadeira alma do negócio. São Paulo: Cengage Learning, 2009. ROSCOE, D. Como O Merchandising Pode Contribuir No Ponto De Venda Para Con- quistar Clientes. WEB ARTIGOS, 27 jun. 2008. Disponível em: <http://www.webarti- gos.com/artigos/como-o-merchandising-pode-contribuir-no-ponto-de-venda-pa- ra-conquistar-clientes/7384/>. Acesso em: 23 ago. 2008. SCHWEPKER JR., C. H.; WILLIAMS, M. R. Gerenciamento de Vendas: análise e toma- da de decisão. São Paulo: Cengage Learning, 2008. SHIMP, T. A.; SOUZA, T. C. F. de. Comunicação integrada de marketing: propaganda e promoção. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. SILVA, M. J. P. da. Comunicação tem remédio. São Paulo: Loyola, 2006. STANTON, W. J.; ALENCAR, D. C. de; SPIRO, R. Administração de vendas. 10. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000. TODA objeção é sinal de interesse! Eficiência. Disponível em: <http://www.revistae- ficiencia.com.br/Edicao4/arquivos/Artigo_Lupercio.htm>. Acesso em: 23 ago. 2015. ZENONE, L. C.; BUAIRIDE, A. M. R. Marketing da promoção e merchandising: con- ceitos e estratégias para ações bem sucedidas. São Paulo: Pioneira Thomson Lear- ning, 2005. GABARITO 89 1. A fase de Prospecção envolve a busca de novos clientes para a empresa (pros- pects). São análises quanto ao perfil e hábitos desses futuros consumidores, determinando suas necessidades, o produto que buscam e a melhor forma de atendimento, entre outros. É um momento de análise do consumidor, trabalhan- do-se com a qualificação da clientela potencial da empresa. Já a Abordagem é o momento “cara a cara” com o cliente da empresa. É um momento em que o ven- dedor deve saber ouvir o consumidor, levantando suas necessidades e desejos de compra. A Negociação ocorre durante o processo de vendas, com o direcio- namento da venda para que seja fechada no momento certo e gere satisfação para o consumidor e resultados positivos para a empresa. 2. A opção correta é a letra E. 3. A opção correta é a letra B 4. O território em forma de Retângulo está dividido em partes iguais, por meio de linhas horizontais e verticais. Sua desvantagem está na divisão, que nem sem- pre é igualitária, podendo haver maior concentração de consumidores em um retângulo do que em outro. O território em forma de Trevo permite uma proxi- midade do vendedor com a empresa, o que facilita seu retorno rápido quando necessário. 5. A opção correta é a letra B. U N ID A D E IV Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer a importância da análise de mercado e suas ferramentas. ■ Verificar o uso da Previsão de Vendas para atuação das empresas no mercado. ■ Compreender o uso e função das Cotas de Vendas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Análise do ambiente de vendas: variáveis ambientais (Macroambiente e Microambiente) ■ Objetivos, Conceitos e Função da Previsão de Vendas ■ Fatores e função das Cotas de vendas para as organizações INTRODUÇÃO Nossos estudos se iniciam nesta unidade abordando os objetivos e propósi- tos das análises mercadológicas. Primeiramente, é preciso ter claro, dentro das organizações, o quanto a análise de mercado contribui com informações para o planejamento das ações e da equipe de vendas. Conhecer o mercado está relacionado a diversos fatores e variáveis, assim, serão apresentadas as variáveis dos Macroambientes e dos Microambientes, que são fatores determinantes no comportamento da organização, e que devem ser monitorados constantemente. Serão apresentados e discutidos os Macroambientes demográfico,econô- mico, social e cultural, político, tecnológico e natural, assim como as variáveis do Microambiente relacionadas à empresa, fornecedores, intermediários, con- correntes e clientes. Saber os pontos positivos e negativos do segmento de atuação, da organiza- ção, dos consumidores e dos influenciadores no processo de vendas auxilia no estabelecimento de metas e objetivos da empresa e da equipe de vendas. Na sequência, são propostas e apresentadas formas e técnicas de Previsão de Vendas nas organizações. Discutiremos a existência de métodos qualitativos e quantitativos, bem como os pontos necessários a serem seguidos para a elabo- ração da Previsão de vendas. É valido e relevante para os profissionais de vendas conhecerem as técnicas de previsão para que estas sejam elaboradas de maneira a serem mensuradas e alcançadas pela equipe de vendas. E, por fim, a Quota de Vendas, que é realizada com base nos resultados, nas atividades da equipe de vendas ou será de cunho financeiro. Além dessas infor- mações, descreveremos os propósitos das quotas nas organizações. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 93 ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E94 ANÁLISE DO AMBIENTE DE VENDAS: VARIÁVEIS AMBIENTAIS (MACROAMBIENTE E MICROAMBIENTE) O mercado atual, independente do segmento de atuação da empresa, apresenta- -se em transformação e evolução. O número de concorrentes está cada vez maior, bem como a variedade de produtos e serviços, o que leva a uma competitividade de preços e benefícios oferecidos aos consumidores. Há também a busca pela satisfação das necessidades dos consumidores, que estão cada vez mais exigentes. Por esse motivo, passaremos a abordar não somente a atual situação do mercado de vendas no país, mas também as variáveis a serem analisadas no Ambiente de Vendas, que auxiliam no desenvolvimento da empresa em seu mercado de atuação. Análise do Ambiente de Vendas: Variáveis Ambientais (Macroambiente e Microambiente) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 95 VARIÁVEIS AMBIENTAIS: MACROAMBIENTE E MICROAMBIENTE Já compreendemos, até o momento, que as empresas estão inseridas em um ambiente de atuação e que este sofre influências de todos os lados no seu desen- volvimento. Tais influências devem ser analisadas, conhecidas e apresentadas nas ações e planos da empresa; para isso, passaremos agora a analisar as variá- veis influenciadoras de mercado, começando pelo Macroambiente. O Macroambiente no qual a empresa está inserida, segundo Gobe et al. (2000), é determinado e composto por forças que não podem ser controladas diretamente e que envolvem variáveis demográficas, econômicas, sociais e cul- turais, políticas, tecnológicas e naturais. Essas variáveis são analisadas dentro do planejamento estratégico da empresa, por meio da elaboração de cenários, e atuam de maneira integrada, sendo que a variação de um deles pode influenciar no desenvolvimento da empresa no mercado. As variáveis Demográficas envolvem o estudo da população e do público alvo da empresa, com base nas variáveis tamanho, densidade, localização, sexo, idade, raça, ocupação, entre outros dados que permitem traçar o perfil do con- sumidor da empresa. Kotler e Armstrong (2007) afirmam que essas variáveis são de grande importância para a empresa, pois envolvem a análise de pessoas, e pessoas movimentam o mercado. Com a queda no rendimento da população, e em momentos de crise econô- mica, o consumidor passa a gastar menos no comércio varejista. Tais ações impactam em resultados negativos para as empresas. A renda do consumidor no ano de 2014 cresceu 4,1% (comparação de feve- reiro de 2013 a 2014), enquanto no ano de 2015 1,5%. Parte extraída de reportagem disponível em: < http://g1.globo.com/econo- mia/noticia/2015/04/vendas-no-comercio-recua-01-em-fevereiro-mostra-i- bge.html>. Acesso em: 16 dez. 20153. ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E96 Já as variáveis Econômicas estão relacionadas a renda e potencial de compra do consumidor. Variações econômicas no mercado refletem no comportamento do consumo do público alvo da empresa e, consequentemente, em sua lucratividade. Questões relacionadas ao aumento ou diminuição do PIB (Produto Interno Bruto) do país, a elevação ou queda nas taxas de juros, a inflação, entre outros, são fatores econômicos que influenciam no comportamento de compra do consumidor. É importante, nesse momento, que as empresas compreendam qual o poten- cial de compra do seu consumidor (renda) e a situação econômica do mercado e local de atuação (crescimento ou declíneo), para que possam compreender se há ou não potencial de consumo de seu produto e/ou serviço. Os fatores sociais, comportamentais, de crenças e culturais, que envolvem as pes- soas de uma sociedade, são apresentados e analisados nas variáveis Sociais e Culturais. Lupetti (2007) afirma que tais comportamentos sociais do consumidor podem indi- car tendências a serem aproveitadas no planejamento estratégico da empresa. Compreender tais variáveis também permite que a empresa apresente e desenvolva seu produto com base nos conceitos apresentados pelo público. Por exemplo, fatores culturais dificilmente serão mudados, assim, a empresa deve conhecê-los e adaptar seus produtos e/ou serviços a essa realidade, para que o consumidor se identifique com a empresa e realize a compra. Mas, além de compreender o perfil do consumidor e seus comportamentos de mercado, as empresas devem se atentar as leis e normas que regem o seu mer- cado de atuação, e que estão inseridas na variável Política. O Ambiente político “[...] é composto por leis, regras e regulamentações que limitam e influenciam as organizações e a sociedade [...]” (LUPETTI, 2007, p. 35). Não basta apenas a empresa ter um excelente produto, com preço com- petitivo no mercado, é preciso conhecer e seguir as regulamentações legais de produção, venda, compra e dilvulgação desses no mercado. Infringir uma des- sas normatizações pode prejudicar a imagem e até a lucratividade da empresa. As variáveis Tecnológicas envolvem um ambiente que muda rapidamente, afi- nal, novas tecnologias geram novos mercados e novas oportunidades de negócios para a empresa. Essa variável é constituída por pesquisas, invenções, desenvol- vimento científico e inovações que resultam em produtos e serviços (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Análise do Ambiente de Vendas: Variáveis Ambientais (Macroambiente e Microambiente) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 97 As variáveis Naturais envolvem os recursos naturais utilizados pela empresa ou aqueles que serão afetados pela sua atuação e produção no mercado. As empre- sas estão cada vez mais conscientes quanto as regulamentações governamentais e a “pressão” da sociedade por ações e produtos que se preocupam com o meio ambiente e a sustentabilidade. Cabe as empresas analisarem e compreenderem a influência que cada uma das variáveis apresentadas podem exercer no seu processo de vendas. Uma crise econômica irá refletir na procura e compra de produtos que não sejam conside- rados de necessidade básica pelo consumidor. O não conhecimento do perfil do público alvoda empresa pode levar a equipe de vendas a direcionar suas estra- tégias para os consumidores errados, não gerando lucros a empresa. Exemplos simples como esses parecem irrelevantes no dia a dia de uma empresa, mas as variáveis do macroambientes, conforme já discutimos no início dessa análise, são incontroláveis às empresas, e por isso devem ser monitoradas constantemente. Conhecer cada uma das variáveis permite o planejamento de ações de vendas dire- cionadas às necessidades de mercado, evitando falhas em seu processo. Mas agora que já discutimos o Macroambiente, ainda precisamos discutir as variáveis do Microambiente. A análise do microambiente – forças à empresa que afetam sua habili- dade de servir os clientes, seus canais de marketing e todos os públicos relacionados a ela, mas que podem ser controladas pela empresa – é sempre feita considerando-se a empresa como centro e o que os diver- sos públicos esperam dela (GOBE et al., 2007, p. 16). É formado por variáveis internas relacionadas à empresa e variáveis externas relacionadas ao mercado e que envolvem fornecedores, intermediários, clien- tes e concorrentes. Honorato (2004) afirma que o Microambiente é formado por fatores e agentes que afetam diretamente o desenvolvimento de uma empresa, e pode ser contro- lado e monitorado pelas suas ações mercadológicas. Sua análise pode ser realizada com base na Análise de SWOT (Pontos Fortes, Pontos Fracos, Ameaças e Oportunidades), e pode ser aplicada tanto para aná- lise do mercado de atuação da equipe de vendas como para análise da própria equipe de vendas. ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E98 A tabela a seguir representa o que cada variável deve analisar nesse momento. Quadro 01: Variáveis Ambiente Pontos Positivos Pontos Negativos Interno Forças Fraquezas Externo Oportunidades Ameaças Fonte: a autora. O ambiente interno envolve os fatores relacionados à empresa. Dentro de um processo de vendas, deve-se analisar o que a empresa apresenta de força (pontos positivos) a ser destacada ao consumidor, referente ao seu produto e/ ou serviço, por exemplo. Também é preciso analisar quais são as suas fraque- zas (pontos negativos) que devem ser corrigidas, como falhas de comunicação interna, que podem prejudicar nas informações passadas a equipe de vendas (LUPETTI, 2007). Além disso, o Microambiente está relacionado à empresa, fornecedores, intermediários, concorrentes e públicos (KOTLER, ARMSTRONG, 2007). Ao elaborar seus planos de ação, a empresa deve levar em consideração o público interno da empresa, formado pelos seus colaboradores, o que envolve desde a alta direção até os funcionários que estão em contato direto com os consumi- dores, como a equipe de vendas. Referente aos fonecedores, os autores apresentam como aqueles que ofere- cem os recursos necessários para que a empresa produza seus produtos e serviços. Problemas ocasionados com e por fornecedores podem resultar negativamento no resultado final da empresa aos consumidores. Já os intermediários são apresentados por Honorato (2004) como aqueles que promovem, vendem e distribuem os produtos da empresa para os consu- midores finais. Nesse momento, as empresas passam a atuar pelo intermédio de atacadistas e varejistas para exposição de seus produtos no mercado. Análise do Ambiente de Vendas: Variáveis Ambientais (Macroambiente e Microambiente) Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 99 As ações e ofertas dos concorrentes também são foco de análise da empresa. Além de conhecer suas estratégias mercadológicas e seus produtos e/ou serviços disponibilizados aos consumidores, é por meio da comparação com os concor- rentes que a empresa consegue identificar seus pontos fortes e fracos. Os clientes, segundo Lupetti (2007), são o foco da empresa, sendo necessário conhecer seu perfil, hábitos de consumo e opiniões, para que as ações mercado- lógicas sejam direcionadas a estes. Já o ambiente externo trabalha com variáveis de mercado, que podem pre- judicar ou contribuir no desenvolvimento da empresa. As variáveis destacadas e discutidas no Macrombiente se encaixam nessa análise. Nesse momento, a equipe de vendas deve analisar quais ações de mercado podem contribuir para o desenvolvimento da empresa (oportunidades) e quais podem prejudicar sua atuação e venda (ameaças) (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Agora que compreendemos quais variáveis influenciam no desenvolvimento da empresa e da sua equipe de vendas no mercado, passaremos a discutir, bre- vemente, a atual situação do segmento de vendas. “Fazer um planejamento não é tarefa para uma única pessoa, mas um traba- lho de equipe, que requer pessoas que entendam de mercado e pesquisa.” Fonte: Lupetti (2007, p. 34). ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E100 OBJETIVOS, CONCEITOS E FUNÇÃO DA PREVISÃO DE VENDAS Independente do tamanho da orga- nização, pequena, média ou d e grande porte, o uso da Previsão de Vendas é necessário para a deter- minação e planejamento de seus recursos de produção, distribui- ção e aquisição de matéria-prima para execução do produto e aten- dimento da demanda no mercado (WANKE; JULIANELLI, 2006). São discutidos e apresentados pelos autores dois tipos principais de técnicas de previsão: – Técnicas Qualitativas: são desenvolvidas por meio de pesquisas de opi- nião, painéis e reuniões com especialistas de mercado, envolvendo a análise das informações disponíveis no mercado. – Técnicas Quantitativas: podem ser temporais ou causais. As temporais são relacionadas à análise de dados históricos de vendas, para determina- ção de padrões futuros. Já as causais são analisadas com base em fatores de mercado como o PIB e a inflação, para que seja traçada uma previsão de vendas futuras. Além dessas duas formas de Previsão, verificamos a existência do Método Não Científico e do Método Científico. Gobe et al. (2007) apresentam o Método Não Científico como aquele baseado na percepção ou feeling dos profissionais de vendas e que se utiliza da listagem de fatores, da construção de fatores e da extrapolação para determinar a previsão de vendas. Objetivos, Conceitos e Função da Previsão de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 101 Quadro 02: Tipos de fatores Listagem de Fatores Realizada antes da fixação dos números finais da Previsão de Vendas, com análise ambiental. Porém os fatores coletados devem ser analisa- dos com base em cada situação de vendas. Construção de Fatores Após coleta dos dados, os profissionais de vendas estruturam os núme- ros finais da previsão, com base nos dados mais importantes. Extrapolação Realizado ao se transformar o histórico de vendas em gráficos para análise. Porém é preciso ter em mente que nem sempre as condições ocorridas no período analisado continuarão iguais no período seguinte. Fonte: adaptado de Gobe et al. (2007). O Método Científico utiliza dados anteriores, para que, combinados com diver- sas técnicas matemáticas, apresentem números relevantes para a previsão de vendas da organização. Podem ser classificados e divididos em: Tabela 01: MÉTODOS PARA PREVISÃO DE VENDAS CLASSIFICAÇÃO MÉTODOS Método matemático • Médias móveis • Médias ponderada • Regressão linear • Simulação Método de opinião da força de vendas • Percepção da equipe comercial• Perspectivas de mercado • Análise da equipe de vendas Métodos de levantamentos • Intenção de compra dos clientes • Análise do rendimento da ação comercial • Avaliação da concorrência Métodos de julgamento dos executivos • Baseado na experiência • Utilização do feeling de mercado Métodos de zona piloto • Agrupamento de variáveis de caractérisiticas semelhantes • Zonas de vendas • Estimativas de mudanças econômicas ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E102 Métodos de vendas passadas • Históricos de vendas • Médias de índices de vendas • Variações sazonais Métodos de intenção de compra • Perquisa prévia ao mercado • Expectativa do mercado • Frustações em compras passadas Fonte: Gobe et al. (2007, p. 115). É preciso analisar o setor em que a metodologia será aplicada, pois, para cada situação, um método de previsão deve ser usado. Além disso, dificulda- des durante a elaboração da Previsão de Vendas podem ocorrer. Spiro (1999, p. 339) determina que A dificuldade de elaborar uma previsão de vendas exatas varia de situa- ção para situação. Quando as vendas de um produto são muito estáveis de um período para o seguinte, a previsão de vendas para o próximo período não é difícil de ser feita. Quando as vendas apresentam grande flutuação de um período para outro, torna-se difícil fazer previsões de vendas corretas. Além disso, para novos produtos, torna-se difícil a elaboração de uma previsão, devido à falta de registros históricos de vendas. Já Schwepker e Williams (2008) determinam que a Previsão de Vendas depende dos objetivos da empresa, estando relacionada aos melhores resultados possíveis ou aos resultados esperados pela organização. Há quatro tipos diferen- tes de previsões: – Potencial de Mercado: realizada quando se busca o melhor nível possí- vel de vendas (resultados) do setor, em uma determinada área geográfica, durante um período pré-estabelecido de tempo. – Previsão de Mercado: envolve o nível esperado de vendas do setor, durante um período específico de tempo, com base em uma estratégia para uma determinada área geográfica. – Potencial de Vendas: busca o melhor nível possível de vendas (resulta- dos) da empresa, por um período determinado, em uma área geográfica. Objetivos, Conceitos e Função da Previsão de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 103 – Previsão de Vendas: é o nível esperado de vendas da empresa para uma área geográfica determinada por certo tempo. É importante lembrar que cada previsão apresentada deve possuir uma estraté- gia específica de vendas. Caso a empresa altere a estratégia, a previsão de vendas também deve ser alterada. Gobe et al. (2007) afirmam que a Previsão de Vendas deve ser realizada com base no orçamento de vendas, para que os objetivos e o controle operacional das atividades comerciais da organização sejam atingidos. A análise das informações de mercado é determinante na escolha da previsão a ser usada pela empresa. Para isso, Cobra (2012) propõe um check-list das informações necessárias e importantes para a realização da previsão de vendas. Tabela 02: check-list para Previsão de Vendas 1. Determinação do mercado total. 2. Apreciação dos segmentos de mercado. 3. Avaliação dos fortes e fracos da concorrência e da empresa. 4. Avaliação da participação de mercado. 5. Avaliação dos eventuais ganhos de participação de mercado. 6. Avaliaçãoção dos critérios de decisão de compras. 7. Imagem da empresa no mercado. 8. Estratégia de marketing da empresa para reduzir dificuldades e catalisar oportunidades. 9. Determinação dos fatores nos quais haverá influência no nível de vendas. 10. Inovações que afetarão as vendas. 11. Atividades de promoção e propaganda. Fonte: Cobra (2012, p. 102). Utilizando essas informações, as empresas elaborarão suas Previsões de Vendas com base nas perspectivas de ocorrências futuras, tendo sempre atenção ao fato de que o mercado está sempre em transformação, o que torna difícil adotar um único método 0de Previsão de Vendas. É preciso mesclar vários métodos para que se chegue a uma combinação ideal que minimize os erros de previsão. ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E104 FATORES E FUNÇÃO DAS COTAS DE VENDAS PARA AS ORGANIZAÇÕES As Quotas de Vendas são usadas para planejar e avaliar as atividades da força de vendas, sendo elaboradas com base nas metas e políticas apresentadas no plane- jamento da organização (SPIRO, 2000). O autor ainda determina que as Quotas de Vendas possuem diversos pro- pósitos na organização: ■ Indicar os pontos fortes e fracos da estrutura de vendas. ■ Fornecer metas e incentivos para a força de vendas. ■ Controlar as atividades dos vendedores. ■ Avaliar a produtividade dos vendedores. ■ Melhorar a eficácia dos planos de remuneração. ■ Controlar as despesas de vendas. ■ Avaliar os resultados dos concursos de vendas. Podem ser divididas também com base nos resultados, nas atividades e nas metas financeiras da organização. Castro e Neves (2015) apresentam essa divi- são da seguinte maneira: “Uma previsão bem feita depende de cuidadosa análise dos fatores que afe- tam as vendas do produto. Uma análise prospectiva do consumidor ou do usuário do produto e de seus motivos de compra deve desempenhar um papel significativo no processo de previsão de vendas.” Fonte: Spiro (2000, p. 351). Fatores e Função das Cotas de Vendas para as Organizações Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 105 Quadro 03: Tipos de Quotas de Vendas Tipos de quotas Quotas de resultado • Volume financeiro de vendas; • Volume físico de produtos vendidos; • Venda de produtos específicos; • Vendas a cliente específicos (novos clientes, clientes atuais, outros segmentos); • Total de pontos conseguidos. Quotas de atividades • Visitas a clientes; • cartaz a potenciais clientes; • Proposta enviadas; • Demonstrações de campo; • Serviços realizados a clientes; • Relatórios enviados à empresa; • Arrumação de displays de venda; • Convenções organizadas; • Número de devedores recuperados; • Treinamento e aperfeiçoamento próprio; • Treinamento de balconistas nos canais de distribuição; • Palestras a clientes. Quotas financeiras • Despesas de venda; • Margem bruta; • Lucro líguido; • Prazo de vendas; • Inadimplência. Fonte: Castro e Neves (2015, p. 80). ANÁLISE E PREVISÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E106 Cada empresa definira o melhor tipo de quota para o desenvolvimento de suas atividades de vendas no mercado, sendo de responsabilidade do departa- mento de vendas o estabelecimento dessas metas e controle. Porém algumas organizações não utilizam quotas de vendas, devido a diver- sas limitações desse sistema. Spiro (2000, p. 395) afirma que “[...] essas limitações não são inerentes ao sistema. Em vez disso, elas são pontos fracos administra- tivos que refletem a falha da administração em utilizar as características de um bom plano de quotas”. Há também as organizações que alegam não usar Quotas de Vendas, pois estas provocam uma pressão na equipe de vendas para que as metas sejam alcançadas. Mas, independente do segmento de atuação da empresa, a determinação de quotas torna-se relevante para que sesaiba onde a organização pretende chegar. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 107 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao finalizar nossos estudos nesta unidade, é possível compreender o quanto as variáveis internas e externas da organização influenciam nas atividades da equipe de vendas. Apresentamos e discutimos as variáveis do Macroambiente e do Microambiente. Foi possível compreender que fatores externos como econo- mia, política, cultura, leis, entre outros, são capazes de contribuir ou prejudicar as ações de vendas da empresa. Além disso, as variáveis relacionadas à empresa, fornecedores, interme- diários, concorrentes e clientes são analisadas constantemente pela empresa. Conhecer com quem se está trabalhando ou para quem se está vendendo for- necem à empresa uma vantagem competitiva no mercado. Cabe aos gestores da equipe de vendas, e também de seus profissionais, realizarem tais análises e utilizarem suas informações para traçar seus planos e objetivos de vendas. Afinal, conhecer bem o consumidor, por exemplo, per- mite que a venda seja direcionada e tenha maior chance de resultados positivos. Na sequência, compreendemos o quanto a Previsão de Vendas auxilia nos resultados finais da empresa. Não basta determinar números sem antes conhecer onde e quanto a empresa pode vender. Analisar o setor de atuação e as informa- ções anteriores de vendas é um ponto importante para que a previsão esteja de acordo com a realidade da organização. Falhas na elaboração da Previsão de Vendas podem resultar em metas impos- síveis de serem alcançadas pelos vendedores. E, por fim, discutimos as Quotas de Vendas. Buscando compreender os pontos fortes e fracos da estrutura de vendas, as Quotas são utilizadas para a determi- nação das metas e o controle das atividades da equipe de vendas. Além disso, é possível controlar as atividades dos vendedores, avaliando sua produtividade. Atividades como as apresentadas nos estudos devem ser realizadas cons- tantemente pelas organizações e equipe de vendas, proporcionando vantagens competitivas de mercado. 108 1. As empresas estão inseridas em um ambiente de atuação e sofrem influências de todos os lados no seu desenvolvimento, sendo essas divididas em influências e variáveis Macroambientais e Microambientais. Referente à variável Macroam- biental Social e Cultural, é correto afirmarmos: a) São variáveis relacionadas a fatores econômicos e financeiros do segmento de atuação da empresa. Têm como objetivo de análise o poder econômico do consumidor, permitindo que a empresa analise o seu potencial de venda no mercado. b) Os fatores referentes a leis e normatizações governamentais são apresenta- dos nessa variável. Faz-se necessário o seu conhecimento e acompanhamen- to para que processos judiciais e possíveis multas sejam evitados e prejudi- quem o desenvolvimento da empresa no mercado. c) São os fatores sociais, comportamentais, de crenças e culturais, que envolvem as pessoas de uma sociedade. Cabe a empresa compreender como tais fatores influenciam nas escolhas e comportamento de compra de seus consumidores. d) Envolvem fatores, durante a produção do produto e/ou serviço, relacionadas a tecnologia e ao meio ambiente, com foco em ações de sustentabilidade que possam trabalhar a imagem positiva da marca da empresa na mente do con- sumidor. e) Estão relacionadas a cultura, ética e valores internos da empresa, sendo ex- pressas ao consumidor por meio de suas ações mercadológicas e de comu- nicação. Não são realizadas com base no consumidor, mas sim com base na visão, missão e valores da empresa. 2. Compreendemos que o Microambiente é formado por fatores que afetam dire- tamente o desenvolvimento de uma empresa, sendo necessário o seu controle e monitoramento. Uma das formas de controlar esses fatores é pela análise de SWOT. Assim, explique o que deve ser analisado no SWOT. 3. A Previsão de Vendas auxilia na determinação e no planejamento das atividades da organização, contribuindo para o seu desenvolvimento no mercado, poden- do ser realizada de diversas maneiras. Com base nessa informação, é correto afir- mar que: I. As Técnicas Qualitativas são apresentadas como temporais, estando relacio- nadas à análise de dados históricos de vendas, ou causais, com base em fato- res de mercado como o PIB e a inflação. II. O Método Não Científico para a Previsão de Vendas é baseado na percepção ou feeling dos profissionais de vendas. 109 III. O Método Matemático, de Opinião da Força de Vendas e de Levantamento, é apresentado como Métodos Científicos de Previsão de Vendas. IV. A Previsão de Mercado busca o melhor nível possível de vendas (resultados) da empresa por um período determinado em uma área geográfica. Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 4. As Quotas de Vendas são usadas para planejar e avaliar as atividades da força de vendas, e devem ser elaboradas com base nas metas e objetivos da organização. Sabendo dessas informações, apresente quatro propósitos da Previsão de Ven- das nas organizações. 110 INFLUÊNCIA DO MERCADO NAS VENDAS DAS EMPRESAS Está cada vez mais claro o quanto o desenvolvimento do mercado é capaz de influen- ciar na atuação das organizações. Fatores e variáveis internas e externas são capazes de mudar o rumo de uma empresa, levando-a ao topo de mercado, como as primeiras, ou também ao declínio e até encerramento de suas atividades. Influências políticas e econômicas são as mais fortes e possíveis de serem vistas nas or- ganizações. Vale lembrar que as influências políticas são aquelas relacionadas às leis e normatizações de mercado e do segmento de atuação da empresa, enquanto as econô- micas estão relacionadas a fatores financeiros de mercado e do consumidor (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Mas, para que você compreenda melhor, vamos usar exemplos de mercado. A crise eco- nômica vivenciada no país no ano de 2015 refletiu tanto no bolso do consumidor quan- to no volume de venda das empresas. Segundo o site G1.com, o número de vendas de veículos, no primeiro semestre de 2015, apresentou queda de 20,7%, sendo este o pior resultado desde o ano de 2007. Além disso, os consumidores passaram a pensar mais antes de suas compras. Segundo o site da Folha de São Paulo (2015), a crise econômica gerou novas formas de compras. Consumidores, em busca de melhores preços, passaram a chamar amigos e parentes para realizarem compras por atacado. O preço unitário do produto é menor nesses casos, o que reflete em economia para o consumidor. Além disso, produtos considerados supérfluos são deixados de lado. 111 Quanto às variáveis políticas, um exemplo clássico a ser levantado é a restrição na venda de bebidas alcóolicas. Em junho de 2015, foi aprovado um projeto de Lei, pela Câmara Municipal da cidade de Várzea Grande (MT), que restringe a venda de bebidas alcoólicas e o funcionamento de bares na cidade. Nos exemplos apresentados, é possível entender como as variáveis de mercado influen- ciam no segmento de vendas. Pode parecer simples que a restrição na venda de bebidas acarrete em possíveis prejuízos a uma empresa, por exemplo. Mas devemos pensar que tal ação apresenta diversos resultados. Pense na seguinte situação: se todos os bares e/ou casas noturnas da sua cidade fossem proibidos ou restritos (quanto à quantidade) de vender bebida alcoólica, imediatamen- te a compra desses estabelecimentos nosintermediários de vendas diminuiria. Tendo suas vendas menores, os intermediários não realizaram mais compras com as quantida- des antes solicitadas e a equipe de profissional de vendas da marca de bebidas alcóoli- cas teria seu número de pedidos e volume de vendas alterado, diminuindo os lucros da empresa, podendo gerar até problemas econômicos e financeiros para ela. O objetivo nesse texto foi apresentar a você como as variáveis de mercado, que discuti- mos na unidade I do livro, são capazes de influenciar as empresas. O foco esteve na área de vendas, nosso objeto de estudo. Agora pare e pense: como o departamento e os profissionais de vendas da sua empresa estão sendo afetados pelas variáveis internas e externas da empresa? Esse é momento de análise e adequações de mercado. Fonte: a autora. MATERIAL COMPLEMENTAR O Lobo de Wall Street - 2013 Sinopse: o filme conta a história de Jordan Belfort, um corretor de ações que, aos 26 anos, já ganhava 49 milhões de dólares por ano. Porém toda sua fortuna era originária de fraudes, corrupção e lavagem de dinheiro. As lições do filme não estão nas ações fraudulentas e na corrupção que o personagem principal exerce. O interesse na história está nas técnicas e no papel de liderança exercido por gestores em uma organização. É possível analisar como criar um ambiente de trabalho incrível gera resultados positivos. Quando o líder realmente acredita na empresa, essa confiança é percebida e absorvida pela sua equipe. Sabendo analisar e filtrar as condutas questionáveis que o personagem apresenta, as estratégias de vendas da equipe podem ser úteis para aplicar no cotidiano de vendedores de diversas áreas. REFERÊNCIAS 113 CASTRO, L. T.; NEVES, M. F. Administração de vendas: planejamento, estratégia e gestão. São Paulo: Atlas, 2005. COBRA, M. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 2012. CUNHA, J. Compra em grupo vira programa em São Paulo. São Paulo, maio 2015. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/05/1624018-com- pra-em-grupo-vira-programa-em-sao-paulo.shtml>. Acesso em: 07 ago. 2015. CURY, A.; CAOLI, C. Vendas no comércio recuam 0,9%, a maior queda para maio des- de 2001. G1.com, São Paulo; Rio de Janeiro, jul. 2015. Disponível em: <http://g1.glo- bo.com/economia/noticia/2015/07/vendas-no-comercio-recuam-09-em-maio-diz- -ibge.html>. Acesso em: 06 ago. 2015. GOBE, A. C. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2000. HONORATO, G. Conhecendo o marketing. Barueri/SP: Manole, 2004. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. São Paulo: Person Prentice Hall, 2007. LUPETTI, M. Gestão estratégica da comunicação mercadológica. São Paulo: Thomson, 2007. MIOTTO, R. Vendas de veículos caem 20,7% no 1º semestre, diz Fenabrave. G1.com, São Paulo, jul. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/07/ vendas-de-veiculos-caem-207-no-1-semestre-diz-fenabrave.html>. Acesso em: 07 ago. 2015. SCHWEPKER JR., C. H.; WILLIAMS, M. R. Gerenciamento de Vendas: análise e toma- da de decisão. São Paulo: Cengage Learning, 2008. SEBRAE-MG. Como Elaborar um Plano de Vendas. 2007. Disponível em: <http:// www.sebraerj.com.br/docs/ComoElaborarumPlanodeVendas.pdf>. Acesso em: 03 set. 2015. STANTON, W. J.; ALENCAR, D. C. de; SPIRO, R. Administração de vendas. 10. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000. WANKE, P.; JULIANELLI, L. Previsão de vendas: processos organizacionais & méto- dos quantitativos e qualitativos. São Paulo: Atlas, 2006. GABARITO 1. A opção correta é a letra C. 2. O SWOT analisa o ambiente interno e externo das organizações. O ambiente in- terno é composto pelas forças e fraquezas da empresa, produto e/ou serviço. O ambiente externo, pelas oportunidades e ameaças de mercado. Tanto no am- biente interno quanto no externo devem ser levantados os pontos positivos e negativos dos fatores verificados. 3. A opção correta é a letra D. 4. Os propósitos das Quotas de Vendas a serem apresentados são: • Indicar os pontos fortes e fracos da estrutura de vendas. • Fornecer metas e incentivos para a força de vendas. • Controlar as atividades dos vendedores. • Avaliar a produtividade dos vendedores. • Melhorar a eficácia dos planos de remuneração. • Controlar as despesas de vendas. • Avaliar os resultados dos concursos de vendas. U N ID A D E V Professora Me. Cláudia Cristina Batistela Francisco ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer as Tendências no Processo de Vendas. ■ Compreender as formas de Remuneração da equipe de Vendas. ■ Analisar os Relatórios Comerciais de Vendas. ■ Verificar as formas de Avaliações da Equipe de Vendas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Remuneração da equipe de Vendas: conceitos e técnicas ■ Objetivos e Função dos Relatórios Comerciais de Vendas ■ Formas de Avaliações da Equipe de Vendas ■ Tendências no Processo de Vendas: análise das tendências de mercado INTRODUÇÃO Nesta unidade do livro, finalizamos nossos estudos abordando os assuntos refe- rentes à Remuneração da Equipe de Vendas, Relatórios de Vendas, Avaliação da Equipe de Vendas e Tendências em Vendas. Apresentar e discutir as formas de Remuneração da Equipe de Vendas auxi- liam aos gestores das organizações, tanto no conhecimento quanto na decisão da melhor maneira de remunerar seus colaboradores, sendo esse um dos fato- res que atrai a manter profissionais de vendas nas organizações. Vamos analisar e compreender os diferentes tipos de remuneração e como são adequados e utilizados pelas empresas, de forma que sejam atrativos e satisfatórios para a equipe de vendas, e benéficos para a organização. É preciso ressaltar que cada organização deve avaliar a melhor forma de remuneração, que se encaixe com a sua realidade de mercado. Na sequência, serão abordados os Relatórios Comerciais de Vendas, que auxiliam no controle das vendas, objetivos e metas da organização, sendo apre- sentadas diferentes formas de avaliação, como o acompanhamento pela ficha do cliente, o uso da Ficha de cadastro para concessão de crédito e o Mapa de Vendas, entre outros. A Avaliação da Equipe de Vendas envolve a análise da evolução e do desem- penho dos profissionais de vendas. Serão trabalhadas as formas mais comuns e utilizadas pelas organizações. Por fim, traçaremos uma discussão nas Tendências em Vendas. É preciso entender que a sociedade evolui e, com isso, o comportamento do consumidor muda. Não somente a área de vendas “sofre” com essas modificações, todos os segmentos e mercados sentem o reflexo da globalização e mudanças de mercado. Assim, é preciso compreender quais são e como deve se portar o profissional de vendas frente às mudanças de mercado, que envolvem alterações tecnológi- cas e comportamentais do consumidor. Para isso, abordaremos a venda on-line como uma nova “concorrente” e também aliada do profissional de vendas. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 117 ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E118 REMUNERAÇÃO DA EQUIPE DE VENDAS: CONCEITOS E TÉCNICAS Plano de remuneração e benefícios é o fator mais importante relacionado à motivação dos vendedores (CASTRO; NEVES, 2015, p. 119). A remuneração para a equipe de vendas é a forma de motivação mais comum e utilizada pelas organizações, sendo que Stanton, Alencar e Spiro (2000) determi- nam que o plano de remuneração influencia no desenvolvimento eimplantação das ações e estratégias mercadológicas da empresa. É preciso coordenar os planos de remuneração com as metas da organização. As mudanças de mercado, que levam as empresas a buscarem relacionamentos duradouros com seus clientes, alteram a forma como a equipe de vendas traba- lha e, consequentemente, modificam os esforços de vendas. Sabendo que haverá um esforço maior do vendedor em conquistar o cliente e realizar a venda, são necessárias modificações nos planos de remuneração da equipe de vendas. Gobe et al. (2007) determinam que a remuneração está relacionada aos aspectos como salário, comissões e prêmios, que compõem o salário do profissional de ven- das, e também pelos benefícios diretos e indiretos referentes ao cargo que exerce na empresa, dividindo as formas de remuneração como Financeira e Não Financeira. Remuneração da Equipe de Vendas: Conceitos e Técnicas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 119 A remuneração Financeira é composta por fatores como salário, prêmios, comissões de vendas e participação nos lucros e resultados finais da organização. A remuneração Não Financeira é constituída por recompensas que incluem férias, 13º salário, gratificações, horas extras e benefícios sociais, como assistência médica e odontológica, vale refeição, auxílio educação, convênios com super- mercados e farmácias, entre outros. Porém é preciso lembrar que um bom plano de remuneração é elaborado com base nas perspectivas da empresa e da equipe de vendas. Stanton, Alencar e Spiro (2000) apresentam, na figura a seguir, os principais fatores que um bom plano de remuneração deve conter. Figura 01: Plano de Remuneração – Fatores importantes Segurança e incentivo Justo Simples Flexível e estável Controlar as atividades dos representates de vendas Esforço + Resultados = Recompensas Tratar os clientes adequadamente Atrair e manter um bom pessoal Motivar os vendedores Econômico, porém competitivo Um bom plano de remuneração de vendas Fonte: Stanton, Alencar e Spiro (2000, p. 236). Além do estímulo Financeiro e Não Financeiro para a equipe de vendas, fato- res como a busca de profissionais capacitados, o foco no atendimento ao cliente, o controle de vendas e a viabilidade econômica do plano de remuneração são importantes e devem ser analisados para que a forma de remuneração proposta esteja de acordo e agrade tanto a empresa quanto a equipe de vendas. ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E120 Os tipos de remuneração, que envolvem os estímulos Financeiros e Não Financeiros, são apresentados por diversos autores, mas se resumem ao foco em salário fixo, comissões e benefícios. Para apresentar os planos de remuneração mais usados no mercado, vamos tomar como base os apresentados pelos ato- res Hilmann (2013), Stanton, Alencar e Spiro (2000), Gobe et al. (2007), Cobra (2012) e Castro e Neves (2015). SALÁRIO FIXO O salário envolve as tarefas exercidas pelo vendedor no dia a dia de trabalho e envolve funções como contagem de estoque, preenchimento de pedido de compra, relatórios, pesquisa de mercado e concorrência, entre outros. Não está relacio- nado somente a venda em si (HILMANN, 2013). Essa forma de remuneração determina um valor fixo de quanto o vendedor receberá, independente das vendas que realizar. Cobra (2012) apresenta vanta- gens e desvantagens dessa forma de remuneração. Como vantagem, determina a segurança que o profissional de vendas tem na organização, pois, independente da situação de mercado, sempre haverá uma remuneração fixa a receber. Além disso, o salário fixo leva o vendedor a aceitar, com mais facilidade, as orientações e políticas da organização. Como desvantagem, há o “comodismo” nas vendas. Ao ganhar um salário fixo, o vendedor pode diminuir seu ritmo de trabalho, levando a atingir somente o mínimo de venda que justifique a sua remuneração. Nesse caso, é preciso moti- var a equipe de vendas. TOTALMENTE VARIÁVEL Essa forma de remuneração acontece quando o vendedor recebe comissão com base no seu volume de vendas (GOBE et al., 2007). O valor da comissão será determi- nado com base no valor do produto e na sua margem de negociação, e é utilizado, normalmente, para vendedores autônomos e/ou representantes comerciais. Remuneração da Equipe de Vendas: Conceitos e Técnicas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 121 Castro e Neves (2015) apresentam como vantagem dessa forma de remune- ração a sua ação motivadora, pois depende do vendedor a determinação do seu salário mensal e o fato de o risco da atividade de vendas ser transferido ao ven- dedor e não a organização. Já o “comportamento míope”, no qual o vendedor se acomoda com os resulta- dos e vende somente o que considera suficiente para compor a sua remuneração mensal, é considerado uma desvantagem nessa forma de remuneração. Além disso, a instabilidade de remuneração pode levar a uma rotatividade alta na equipe de vendas. FIXO MAIS VARIÁVEL Ocorre quando a empresa oferece ao vendedor uma remuneração mínima men- sal, normalmente menor do que a praticada no mercado. Seu complemento será realizado por comissão sobre as vendas (COBRA, 2012; GOBE et al., 2007). Essa forma de remuneração tem sido a mais usual aplicada pelas empresas no mercado, pois tem a vantagem de diminuir os custos fixos de venda e per- mite ao vendedor que, pelo seu esforço, receba uma remuneração maior do que a praticada no mercado. ATRIBUIÇÃO DE PRÊMIOS E PARTICIPAÇÃO EM RESULTADOS A premiação e a participação nos resultados são formas de estimular e motivar a equipe de vendas a alcançar e/ou superar as metas mensais da organização. [...] é uma remuneração que direciona o esforço de venda para os obje- tivos estratégicos da empresa, proporcionando uma premiação adicio- nal aos vendedores que atenderem esses objetivos – por isso, encoraja o sucesso nas vendas (HILMANN, 2013, p. 59). ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E122 Os prêmios podem ser oferecidos em dinheiro ou viagens, utensílios para o lar, entre outros. A participação nos resultados é atribuída como um percentual sobre os resultados financeiros que a organização obteve em um determinado período de tempo. AJUDA DE CUSTO Por fim, a ajuda de custo, que pode ser realizada tanto em formas de salário fixo quanto remunerações variáveis. Nesse caso, a organização inclui na remunera- ção do vendedor uma parcela mensal para cobrir suas despesas no processo de vendas, como deslocamento, custos de alimentação, hospedagem, entre outros (COBRA, 2012; GOBE et al., 2007). É válido lembrar que a ajuda de custo proposta pela organização deve corresponder às despesas reais efetuadas pelo vendedor, e não fazer parte da remuneração salarial. Analisando as formas de remuneração apresentadas, é preciso lembrar que sua escolha e determinação serão feitas de acordo com a sua viabilidade econô- mica para a organização. Vale ressaltar, ainda, que as formas de remuneração devem incentivar a força de vendas da empresa, atrair e reter profissionais competentes e atingir os obje- tivos e metas propostos pela organização no mercado. “O sistema de recompensa mais favorável equilibra as necessidades da orga- nização, de seus vendedores e de seus clientes unscom os outros.” Fonte: Schwepker Jr. e Williams (2008, p. 231). Objetivos e Função dos Relatórios Comerciais de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 123 OBJETIVOS E FUNÇÃO DOS RELATÓRIOS COMERCIAIS DE VENDAS Até o momento, compreendemos a importância da análise e conhecimento de mercado, concorrência e consumidores da organização, bem como a necessidade do treinamento, capacitação e da remuneração da equipe de vendas. Tais pontos, juntamente com o planejamento estratégico da organização, permitem o desenvolvimento e trabalho para alcance das metas e objetivos de vendas da empresa. Porém, além de administrar bem a venda, a organização pre- cisa controlar esse processo, em busca de minimizar custos e maximizar o lucro. Os relatórios de vendas fornecem informações e registros que auxiliam no monitoramento e na avaliação das atividades da equipe de vendas. São apresentadas informações como o número de visitas realizadas, os pedidos obtidos, informa- ções quanto a viagens (quilometragem percorrida, dias trabalhados) e informações sobre novos e potenciais clientes visitados (STANTON; ALENCAR; SPIRO, 2000). Para que isso ocorra, Cobra (2012) e Gobe et al. (2007) propõem algumas formas de controle para a administração de vendas, que são apresentadas em forma de relatórios. ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E124 FICHA DO CLIENTE É uma ficha cadastral com as informações básicas do cliente, como dados e conta- tos, e com uma análise dos últimos demonstrativos contábeis (potencial e volume de compra, dados de crédito). No entanto, essa ficha não deve ser o único ins- trumento para a concessão de crédito ao cliente. São informações que devem estar sempre atualizadas, tanto para conheci- mento do cliente quanto para retratar o momento real pelo qual o cliente passa. Figura 02: Exemplo de ficha de cadastro de clientes FICHA DE CADASTRO DE CLIENTES DATA CÓD. Nº CLIENTE - TIPO VENDEDOR ZONA RAZÃO SOCIAL INSCRIÇÃO Nº CNPJ Nº DENOMINAÇÃO COMERCIA. RUA/AV. Nº TELEFONE BAIRRO CIDADE ESTADO CEP CAIXA POSTAL END. ELETRÔNICO RAMO DE NEGÓCIO DATA DA FUNDAÇÃO SUCESSORA DE (CITAR DE DENOMINAÇÃO - DATA DA SUCESSÃO E PRAÇA) ÁREAS COVERTAS ÁREAS DESCOBERTASI IMÓVEL ALUGUEL MENSAL SEGURO CONTRA FOGO PRÓPRIO M2 M2 ALUGADO $ CIA. VALOR MATRIZ- ENDEREÇO BAIRRO/CIDADE/ESTADO CNPJ Nº INSCR. Nº FILIAL - ENDEREÇO BAIRRO/CIDADE/ESTADO CNPJ Nº INSCR. Nº FILIAL - ENDEREÇO BAIRRO/CIDADE/ESTADO CNPJ Nº INSCR. Nº SÓCIOS - DIREITORES PRINCIPAIS CARGO PART.CAPITAL OUTRAS EMPRESAS DE QUE PARTICIPA Fonte: Gobe et al. (2007, p. 126). Objetivos e Função dos Relatórios Comerciais de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 125 FICHA DE CADASTRO PARA CONCESSÃO DE CRÉDITO Além de negociar a venda dos produtos e/ou serviços, o vendedor também precisa saber sobre a concessão de crédito ao cliente. A ficha de cadastro para a concessão de crédito fornece ao departamento financeiro da organização informações que permi- tam a determinação do limite de crédito ideal para cada cliente (GOBE et al., 2007). A empresa pode, também, realizar consultas a empresas especializadas para confirmar as informações fornecidas pelo cliente na ficha. MAPA DE VENDAS Auxilia no controle, pelo vendedor e empresa, das visitas e dos resultados de vendas. É uma forma de análise da evolução dos resultados de vendas, sendo possível mensurar se as metas propostas estão sendo alcançadas. CONTROLE DE PEDIDOS O formulário para controle de pedido, segundo Cobra (2012), deve ser simples para o preenchimento, facilitando a tarefa do vendedor, e também no processa- mento pelo departamento de produção e faturamento da organização. É o instrumento usado pela organização para controle das vendas, em que são discriminados os itens do pedido, a quantidade solicitada e o valor mone- tário de cada. Sua organização facilita o fluxo interno da empresa, permitindo uma entrega com rapidez e correta. RELATÓRIOS DE VISITAS Utilizados para mensurar o desempenho do vendedor e/ou equipe de vendas, pois permitem a visualização de um histórico das ações realizadas pelos profissionais, demonstrando à empresa as atividades comerciais realizadas em busca de resultados. ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E126 Os resultados das visitas de um vendedor, segundo Cobra (2012), são influen- ciados pelos seguintes fatores: – O número de visitas realizadas por dia, semana ou mês. – A qualidade da visita realizada, que sofre influência da eficácia na comuni- cação e no acompanhamento após a visita, para que a negociação continue. – O esforço da equipe de vendas para cada tipo de cliente atual ou poten- cial, em função de suas necessidades específicas e potenciais de compra. RELATÓRIOS DE DESPESAS DA EQUIPE COMERCIAL Tal relatório tem como objetivo apresentar as despesas da equipe de vendas com viagens, alimentação, combustível, entre outros. Os relatórios apresentados proporcionam uma base para avaliação das estra- tégias e desenvolvimento da equipe de vendas no mercado. Porém não há uma formula exata de como essa verificação deve ser feita, cada organização pode moldar e adaptar seus relatórios e controle, conforme as suas necessidades. FORMAS DE AVALIAÇÕES DA EQUIPE DE VENDAS Realizar um controle das vendas permite a organização coletar e analisar infor- mações quanto aos resultados alcançados, quais fatores de mercado contribuíram ou não para os resultados e elaborar um planejamento para as ações de vendas no próximo período (STANTON; RICH; SPIRO, 2010). Formas de Avaliações da Equipe de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 127 A análise da organização e da equipe de vendas varia conforme as metas e os objetivos de cada organização, e envolve a coleta, classificação, comparação e o estudo dos dados de vendas da empresa. Uma das formas mais comuns para a avaliação da equipe de vendas está na Auditoria de Vendas, que segue os princípios de avaliação e controle, porém tem o foco no desempenho de todas as áreas de vendas da organização. Castro e Neves (2005) propõem quatro elementos de análise na Auditoria de Vendas. Quadro 01: Elementos de análise na Auditoria de Vendas Evolução da organização de vendas O ambiente em administração de vendas Sistema de planejamento de vendas Funções na administração de vendas • Adequação dos ge- rentes de vendas • Adequação das práti- cas administrativas • Fatores extra-organizacio- nais: – econômico-demográ- ficos; – políticos-legais; – tecnólogico; – competitivos; – mercado consumidor. • Fatores intra-organizacio- nais: – organização da empresa; – integração do departa- mento de vendas com marketing e outras áreas. • Objetivos • Programa de administração de vendas • Implementação do programa • Organização da força de vendas • Recrutamento e seleção • Treinamento de vendas • Remuneração e despesas • Supervisão, moral e motivação • Previsão de vendas • Orçamentação • Quotas • Territóriose roteamento • Análise de vendas • Análises de custos e ren- tabilidade Fonte: Castro e Neves (2005, p. 175). Analisando tais fatores, é possível compreender o que aconteceu no desenvolvi- mento das vendas da organização, o porquê aconteceu (motivos que levaram a dados positivos ou negativos de vendas) e o que fazer a respeito (planejar as ati- vidades do próximo período, melhorando o que não deu certo e aproveitando os fatores positivos). ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E128 Stanton, Rich e Spiro (2010) propõem também a análise dos fatores como Volume Total de Vendas, Vendas por Territórios, Vendas por Produtos e Vendas por Classificação de Clientes. ANÁLISE POR VOLUME DE VENDAS Esta análise inclui os números das vendas de todos os produtos em todos os territórios de vendas da organização e para todos os seus clientes. Tal análise é considerada pelos autores como a mais fácil de todas, pois envolve somente dois tipos de dados. Primeiramente, analisam-se os números anuais de vendas dos últimos anos para a organização e, depois, as vendas anuais do mercado/segmento de atua- ção da empresa. A partir desses dados, é possível se determinar a participação de mercado (em %) da organização. Por exemplo, se no ano de 2014 o volume de vendas do mercado de atuação da empresa X foi de R$ 360 milhões e a empresa apresentou um volume de ven- das de R$ 27 milhões, sua porcentagem de participação de vendas no mercado é de 7,5%. Basta realizar uma simples regra de três para o cálculo: VENDAS POR TERRITÓRIOS Essa forma de análise busca verificar quais territórios são fracos e quais são for- tes em vendas. Nesse momento, devem ser analisados os índices de mercado, que demonstram os percentuais de vendas em cada território, as metas de ven- das da empresa e as vendas reais de mercado, para que seja analisado e calculado o desempenho final da empresa. Formas de Avaliações da Equipe de Vendas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 129 VENDAS POR PRODUTOS É preciso compreender, nessa análise, que não há uma relação entre volume e lucro, pois os produtos que correspondem a uma grande proporção de vendas em volume de uma organização podem não ser os que mais contribuem com o percentual de lucros de vendas. A análise do volume por produtos pode ser feita pelo “[...] resumo do total de vendas passadas e presentes divididas pelos produtos individuais ou grupos de produtos” (STANTON; RICH; SPIRO, 2010, p. 425). Pode ser feita, tam- bém, pela análise de vendas de cada linha de produtos em cada território que a empresa atende. Após a análise pelo volume de vendas, cabe à organização decidir o que deve ser feito com os produtos que apresentarem baixo volume e que não atingiram os objetivos de vendas. A sua retirada de mercado só ocorrerá caso o produto seja considerado uma “causa perdida”, porém o reposicionamento da marca e alterações no produto podem torná-lo rentável e competitivo para a empresa. VENDAS POR CLASSIFICAÇÕES DE CLIENTES Esta análise, normalmente, é realizada com base nos territórios e linhas de pro- dutos. É preciso analisar cada território individualmente, verificando o tipo e características do cliente para quem se vende, e só assim levantar se os números de vendas estão bons ou não. Gobe et al. (2007) complementa toda a análise proposta para a Avaliação da Equipe de Vendas, apresentando outros fatores que auxiliam na avaliação da força de vendas de uma organização, como desempenho do vendedor, que está relacionado a motivação desse profissional para atingir as metas ou cotas de ven- das da organização, não sendo analisado somente o volume de vendas ou sua rentabilidade, mas também a qualidade de atendimento e prospecção do ven- dedor com os clientes. ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E130 Enfim, avaliar e analisar a equipe de vendas envolve um estudo detalhado do volume real de vendas comparado aos objetivos e metas da organização. É preciso analisar territórios, produtos, grupos de clientes, profissionais de ven- das e volume de pedidos, sempre comparando o desempenho da empresa com os números do mercado e/ou segmento de atuação. TENDÊNCIAS NO PROCESSO DE VENDAS: ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS DE MERCADO Estamos chegando ao final de nossos estudos e, até esse ponto, analisamos e com- preendemos as funções dos profissionais de vendas, as técnicas e estratégias de mercado e vendas, e as análises e avaliações de desempenho da empresa e equipe de vendas. Mas ainda há um assunto que precisamos abordar: as tendências em vendas. Tais tendências estão relacionadas ao comércio digital, o e-commerce. É possível afirmarmos, segundo Frazão (2013), que até pouco tempo atrás os consumidores ainda tinham receio e medo de comprar pela internet. Talvez por não saber em quem confiar, pois não há a figura física do vendedor para lhe atender e explicar sobre o produto e/ou serviço adquirido. Mas os tempos mudaram, com a popularização dos serviços oferecidos pela internet e com um frequente aumento na oferta de produtos para venda on-line, o comportamento, tanto dos consumidores quanto das empresas, se alterou. Hoje, a internet funciona como um canal de venda e comunicação com os consumidores das organizações. O perfil do consumidor mudou e o vendedor deve acompanhar essas alterações. Frazão (2013) afirma que vender on-line não é apenas uma questão de estar presente no comércio eletrônico, é preciso, também, entender como essas fer- ramentas funcionam e como podem ser aproveitadas para aumentar as vendas da empresa. Tendências no Processo de Vendas: Análise das Tendências de Mercado Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 131 O comércio eletrônico, conforme Pinho (2000), pode ser entendido com base em quatro perspectivas, sendo elas: – Comunicações: o comércio eletrônico “entrega” informações sobre pro- dutos e/ou serviços por meio dos canais eletrônicos, como site e mídias sociais aos consumidores. – Processo de Negócios: usado na transação de negócios e fluxos de dados pela empresa. – Serviço: busca a melhoria na qualidade dos produtos e serviços ofereci- dos, por meio da satisfação dos desejos dos consumidores. – On-line: é a capacidade de comprar e vender produtos e/ou serviços pela internet, bem como na propagação de informações. Com o aumento das vendas on-line, surgem novos modelos de negócios, que devem ser conhecidos pelos profissionais de vendas. Catalani et al. (2006) apresentam os modelos B2C (Business to Consumer), B2B (Business to Business) e C2C (Consumer to Consumer). O modelo B2C é o modelo de negócios e empresas on-line mais clássico, pois parte da empresa para o consumidor final, trata-se do varejo on-line. Já o modelo B2B são as ações comerciais entre as empresas, em que a empresa atua vendendo para outras, utilizando-se da tecnologia da internet para administrar suas vendas. E, por último, o modelo C2C, que envolve as vendas e negociações diretas entre consumidores, como a venda de bens por meio de sites de leilão. Além dos modelos apresentados, Limeira (2003) apresenta outros modelos de negócios, usados para que a empresa possa aproveitar as oportunidades de vendas no mercado: – Lojas Virtuais: utilizadas pelas empresas que realizam vendas pelainter- net para um determinado mercado consumidor, oferecendo produtos e/ ou serviços. – Infomediários: são as empresas que atuam como intermediárias na distri- buição e venda de conteúdo e informações, por meio de sites com grande acesso, como portais de conteúdos. Além disso, por meio de parcerias, indicam clientes para as lojas virtuais, como o site de conteúdo da UOL. ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E132 – Brokers ou Intermediários de Negócios: são sites que atuam como inter- mediários no processo de vendas, ou seja, não produzem ou têm posse do produto, mas possuem parcerias para realizar negócios. Por realiza- rem tais intermediações de vendas, recebem comissões sobre os produtos e/ou serviços vendidos. – Avalistas de Confiança: são intermediários que oferecem aos comprado- res um ambiente seguro para compras on-line, por exemplo: sites como o PagSeguro. Vamos nos ater, neste momento, somente a uma discussão mais profunda das Lojas Virtuais, pois esse é o modelo de negócio mais utilizado pelas organiza- ções para venda de seus produtos e/ou serviços no mercado. As análises de mercado para vendas on-line seguem a mesma linha de análise para atuação no mercado com uma loja física. É preciso conhecer consumi- dor, concorrentes e o perfil do público alvo. O que difere nesse momento é que, pela internet, com a loja virtual, as organizações conseguem transmitir e ofere- cer aos seus consumidores mais informações sobre o produto e/ou serviço que está sendo vendido. Reedy, Schullo e Zimmerman (2001) apresentam as vantagens e as desvan- tagens de uma loja virtual, as quais representamos no quadro a seguir. Quadro 02: Vantagens e Desvantagens de uma loja virtual VANTAGENS DESVANTAGENS Uso do site como um novo canal de venda e distribuição. Nem todo produto e/ou serviço é apropriado para venda on-line. As despesas para abrir e manter uma loja virtu- al são menores do que as de uma loja física. As atividades de marketing são mais intensas e demandam mais tempo e investimento. Funcionamento do site e vendas 24 horas por dia. Podem ocorrer falhas no atendimento 24 horas do site, por falta de funcionários ou altos custos. Controle de preços, possibilitando ações pro- mocionais e descontos diferenciados somente na loja virtual. O “anonimato” da internet gera dúvidas no consumidor sobre a empresa. Atendimento às dúvidas e informações dos clientes com mais rapidez. Apesar do desenvolvimento tecnológico, ainda há um grande número de consumidores sem acesso à internet. Tendências no Processo de Vendas: Análise das Tendências de Mercado Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 133 Serve como mercado teste para novos produ- tos e/ou serviços. Falhas no provedor podem “tirar a empresa do ar”. O alcance da Loja Virtual é internacional. Fonte: adaptado de Reedy, Schullo e Zimmerman (2001, p. 116-121). Além de analisar as vantagens e desvantagens, é preciso compreender o que há de semelhança e diferença na loja física e virtual. As lojas tradicionais (físicas) baseiam sua administração em três funções: aspectos financeiros, operacional e de marketing. As lojas virtuais também seguem essa mesma linha, porém o virtual permite maior interatividade do consumidor com a empresa. Reedy, Schullo e Zimmerman (2001) determinam que essa conveniência na interatividade e na troca de infor- mações com os consumidores está disponível não somente no local (cidade) de atuação da empresa, mas é algo que pode ser realizado internacionalmente. O profissional de vendas da atualidade pode e deve aproveitar essas ferramen- tas tecnológicas a seu favor. É preciso estar conectado ao tempo todo, oferecendo respostas aos consumidores com rapidez, caso isso não ocorra, o cliente buscará por outro produto e empresa que possa atender suas necessidades. Mas e o profissional de vendas? Como fica sua atuação no mercado com a exis- tência de lojas virtuais? “O fato é de que a internet vem quebrando paradigmas de negócios a cada dia, pois uma pessoa tem o poder de atingir qualquer outra ao redor do planeta, sem barreiras ou hierarquias. E compreender esse alcance ainda é o desafio para muitos profissionais.” Fonte: Frazão (2013, s/n). ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E134 Frazão (2013, s/n) afirma que É preciso estar conectado o tempo todo e dar respostas ao cliente o mais rápido possível, pois ele vive na velocidade da tecnologia, e essa rapidez é o grande diferencial de quem utiliza a rede. Se houver demo- ra de resposta, o cliente pode mudar de ideia, procurar outro produto similar, encontrar outro produto igual em oferta ou simplesmente de- sistir porque não quis esperar. O perfil do consumidor mudou, as pessoas estão cada vez mais conectadas ao virtual e o usam para buscar informações a respeito de tudo, inclusive do pro- duto e/ou serviço que tem intenção de comprar. Um exemplo de contato maior com o consumidor pela internet está nas mídias sociais. Além das mídias sociais oficiais da empresa, o profissional de vendas pode usar a sua própria ou criar uma conta exclusiva para atendimento aos clientes. É uma forma de estreitar relacionamentos com os clientes e com- partilhar informações. Um profissional de vendas de sucesso, e que se utiliza do virtual, é aquele que acompanha a evolução digital e entende que todas as transações comerciais de hoje são baseadas em pessoas, conexões e relevância social (FRAZÃO, 2013). As marcas passam a sofrer influências acerca do que os consumidores dizem a seu respeito nas mídias sociais, o que gera uma atenção maior, tanto da empresa quanto do vendedor. Afinal, o comportamento de consumo mudou. Os consu- midores passam a ser atraídos pela oferta, independente se ela está na loja física ou virtual, por isso, é preciso conhecer o cliente, compreender o que busca. Em busca do aumento de vendas e como uma nova perspectiva para en- frentar a crise, muitas empresas optam pela venda on-line. Acesse o link a seguir e saiba mais sobre esse assunto: Disponível em: <http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/07/lo- jas-fisicas-vao-para-internet-para-melhorar-vendas-em-ano-de-crise.html>. Fonte: a autora. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 135 CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante os estudos apresentados na unidade V, compreendemos as formas de Remuneração de Vendas aplicadas pelas organizações no mercado. A remunera- ção determinada como Financeira envolve o pagamento do salário, de prêmios, das comissões de vendas e de participação nos lucros e resultados finais da organização. Porém as organizações também podem oferecer aos seus colaboradores uma Não Financeira por meio de recompensas (férias, 13º salário, gratificações, horas extras, assistência médica e odontológica, vale refeição, entre outros). É válido relembrar e ressaltar, nesse momento, que a forma de remuneração a ser oferecida dependerá dos objetivos e capacidade de vendas da organização. Os Relatórios Comerciais de Vendas têm como objetivo fornecer informa- ções e registros que auxiliam no monitoramento e na avaliação das atividades da equipe de vendas. Com relação à Avaliação da Equipe de Vendas, foi possível analisar o quanto uma Auditoria em Vendasauxilia no controle das atividades da equipe. Os obje- tivos dessas análises estão em compreender como ocorre o processo de vendas da organização, verificar os motivos que levaram a dados positivos ou negativos de vendas e proporcionar informações que levem a empresa a elaborar estraté- gias mercadológicas de vendas. Por fim, concluindo nossos estudos, apresentamos as Tendências em Vendas. Não somente quanto à função do vendedor, mas também pelo uso das tecnolo- gias para a venda de produtos e/ou serviços. Mudanças comportamentais e alterações tecnológicas de mercado levam as organizações a repensarem suas estratégias de vendas. Estar presente somente na “loja física” não basta. Cada vez mais os consumidores buscam informações on-line, tanto para conhecimento do que se pretende comprar como para exe- cutar a compra de maneira mais cômoda e rápida. Verificamos que existem vantagens e desvantagens em tais tendências e processos de vendas, mas cabe a cada organização e ao profissional de vendas acompanharem esse desenvolvimento. ACOMPANHAMENTO E REMUNERAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E136 137 1. Compreendemos que, além de ser usado como fator motivacional da equipe de vendas, o plano de remuneração oferecido pela organização está relacionado aos salários, comissões e benefícios recebidos pelos colaboradores da empresa. Uma dessas formas de remuneração é denominada Totalmente Variável. Saben- do-se dessas informações, explique como funciona a remuneração Totalmente Variável. 2. Os relatórios de vendas são usados pelas organizações para a busca e análise de informações e registros que auxiliam no monitoramento e na avaliação das atividades da equipe de vendas. Assim, é correto afirmarmos, quanto aos tipos de Relatórios de Vendas: I. A Ficha do cliente é composta por uma ficha cadastral com todas as infor- mações básicas do cliente, como dados e contatos, e com uma análise dos últimos demonstrativos contábeis (potencial e volume de compra, dados de crédito). II. A Ficha de cadastro para concessão de crédito são informações do cliente quanto ao potencial e volume de compra, e dados de crédito, devendo esse ser o único instrumento para a análise e concessão de crédito ao cliente. III. O Mapa de Vendas é uma forma de análise da evolução dos resultados de ven- das, sendo possível mensurar se as metas propostas estão sendo alcançadas. IV. Os Relatórios de Visitas são utilizados pela organização para acompanhamen- to e medição do desempenho do vendedor e/ou equipe de vendas, permitin- do a visualização de um histórico das ações realizadas pelos profissionais. Podemos afirmar que: a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente as alternativas I e II estão corretas. c) Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as alternativas II e III estão corretas. e) Todas as alternativas (I, II, III e IV) estão corretas. 3. Dentre os Relatórios de Vendas discutidos e apresentados na organização de nosso estudo, verificamos a existência do Relatório de despesas da equipe co- mercial, que auxilia no controle das atividades da organização e da equipe de vendas. Explique as funções do Relatório de despesas da equipe comercial. 138 4. A Auditoria de Vendas é uma das formas utilizadas pela organização, para a ava- liação da equipe de vendas, com foco no desempenho de todas as áreas de ven- das da organização, sendo essa análise realizada com base em quatro elementos. Assim, determine quais pontos devem ser analisados nos elementos Evolução da Organização de Vendas e Sistema de Planejamento de Vendas. 5. O Volume Total de Vendas, Vendas por Territórios, Vendas por Produtos e Vendas por Classificação de Clientes são fatores que permitem a análise e avaliação da equipe de Vendas da organização. Assim, assinale a alternativa que define corre- tamente a análise por Volume de Vendas. a) Essa forma de análise verifica os pontos fortes e fracos dos territórios de ven- das da organização, determinando em quais pontos os produtos são mais ou menos vendidos ao consumidor. b) Está relacionada ao volume e lucro de vendas de um determinado produto a um público alvo específico. c) São verificados, nessa forma de análise, o volume de vendas ou sua renta- bilidade, e a qualidade de atendimento e prospecção do vendedor com os clientes. d) Essa análise envolve os números das vendas de todos os produtos, em todos os territórios de vendas da organização, e para todos os seus clientes. e) É o resumo do total de vendas passadas e presentes, divididas pelos produtos individuais ou grupos de produtos. 6. As lojas virtuais são utilizadas pelas empresas que realizam vendas pela internet para um determinado mercado consumidor, oferecendo produtos e/ou serviços, no processo de vendas, e apresentam Vantagens e Desvantagens. Com base nes- sa informação, apresente as Vantagens das Lojas Virtuais. 139 O uso da Internet como ferramenta de Vendas Em tempos de mudanças de mercado, principalmente econômicas e de comportamen- to do consumidor, as tecnologias passam a ser usadas pelas organizações como uma ferramenta estratégica de vendas e comunicação com o seu cliente. Não possuir um site da marca, produto e/ou serviço, hoje, passa a ser algo inadmissível para as organizações. É preciso se colocar em todas as formas de busca por consumo do cliente. Agregada as ações de marketing digital, a internet vem proporcionando às organiza- ções resultados positivos de vendas. Segundo o site Profissional de E-commerce (2015), no Dia das Mães (vendas analisadas entre os dias 25 de abril a 9 de maio de 2015), o faturamento com vendas na internet pelas empresas foi de R$1,51 bilhões. Sendo que o ticket médio de consumo por pessoa foi de R$401,00. Mesmo com interferências de variáveis econômicas, o consumidor continua comprando pela internet, porém agora passa a escolher mais o que comprar. Além do uso do site, as organizações passaram a usar as mídias sociais como ferramen- tas de vendas. Segundo o site Portal Brasil (2015), 48% dos brasileiros usam internet regularmente e 32% desse total dedicam uma atenção exclusiva ao seu uso, pois não realizam nenhuma outra tarefa enquanto estão conectados, como comer, conversar ou assistir à televisão. Quanto ao uso das Redes Sociais, em pesquisa apresentada pelo site citado anterior- mente, 83% dos usuários de internet utilizam o Facebook e 58%, o aplicativo Whatsapp. Mas como essas informações são importantes para o processo de vendas de uma em- presa? Analisar e conhecer o perfil do público-alvo é uma das funções básicas do profissional de vendas. Sabendo-se que estes estão “conectados” quase que em tempo integral na internet e utilizando as mídias sociais, cabe a empresa pensar e utilizar essas ferramen- tas como ação estratégica de vendas. O uso de estratégias de promoção on-line, ferramentas de contato direto com o consu- midor, como chats e espaço para divulgação de informações complementares quanto a empresa, produto e/ou serviço ao consumidor, são algumas das possibilidades de apro- veitamento das tecnologias digitais pelas organizações. Mas o que a sua organização deve fazer? Quais ferramentas digitais utilizar? A resposta está na análise de mercado e do consumidor. Independente da venda da em- presa ser realizada por uma loja física ou virtual, antes da tomada de qualquer decisão, é preciso conhecer e analisar o mercado de atuação. Agora é a sua vez! Analise o mercado e verifique quais ferramentas digitais e virtuais sua empresa pode usar. Fonte: a autora. MATERIAL COMPLEMENTAR O processo de vendas está mudando e as tendências de vendas para o futuro estão cada dia mais consultivas e relacionadas à compreensão das necessidadesdo consumidor. Para que você possa saber mais sobre o atendimento ao cliente, acesse o link e veja o vídeo: Disponível em: <http://exame.abril.com.br/videos/dicas-para-empreendedores/as- principais-tendencias-de-vendas-para-o-futuro/>. Acesso em: 18 abr. 2016. REFERÊNCIAS 141 CASTRO, L. T.; NEVES, M. F. Administração de vendas: planejamento, estratégia e gestão. São Paulo: Atlas, 2005. CATALANI, L. et al. E-commerce. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. COBRA, M. Administração de Vendas. São Paulo: Atlas, 2012. FRAZÃO, C. O vendedor na era digital: como vender por e-mail, internet e redes sociais. Conheça o poder do novo consumidor, que é e o que ele quer e aumente as vendas utilizando as novas ferramentas do mundo digital. São Paulo: Editora Gente, 2013. GOBE, A. C. et al. Administração de vendas. São Paulo: Saraiva, 2007. HILMANN, R. Administração de vendas, varejo e serviços. Curitiba: InterSaberes, 2013. LIMEIRA, T. M. V. E-Marketing. O marketing da internet com casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2003. LOJAS físicas vão para internet para melhorar vendas em ano de crise. G1 – BOM DIA BRASIL, 17 jul. 2015. Disponível em: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noti- cia/2015/07/lojas-fisicas-vao-para-internet-para-melhorar-vendas-em-ano-de-cri- se.html. Acesso: 07 Set. 2015. OS NÚMEROS do E-commerce. PROFISSIONAL DE E-COMMERCE. Disponível em: <http://www.profissionaldeecommerce.com.br/e-bit-numeros-do-e-commerce- -no-brasil/>. Acesso em: 22 set. 2015 PINHO, J. B. Publicidade e vendas na Internet: técnicas e estratégias. São Paulo: Summus, 2000. PORTAL BRASIL. Cerca de 48% dos brasileiros usam internet regularmente. dez. 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo/2014/12/cerca-de- -48-dos-brasileiros-usam-internet-regularmente>. Acesso em: 22 set. 2015. REEDY, J.; SCHULLO, S.; ZIMMERMAN, K. Marketing Eletrônico. A integração de re- cursos eletrônicos ao processo de internet. Porto Alegre: Bookman, 2001. SCHWEPKER JR., C. H.; WILLIAMS, M. R. Gerenciamento de Vendas: análise e toma- da de decisão. São Paulo: Cengage Learning, 2008. STANTON, W. J.; ALENCAR, D. C. de; SPIRO, R. Administração de vendas. 10. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2000. STANTON, W. J.; RICH, G. A.; SPIRO, R. L. Gestão da Força de Vendas. Porto Alegre: AMGH, 2010. GABARITO 1. É uma forma de remuneração que ocorre quando o vendedor recebe comis- são com base no seu volume, sendo utilizada, normalmente, para vendedores autônomos e/ou representantes comerciais. Suas vantagens estão na sua ação motivadora, pois depende do vendedor a determinação do seu salário mensal. A desvantagem está na instabilidade de remuneração, o que leva a uma alta rotatividade de funcionários. 2. A opção correta é a letra C. 3. Tem como função apresentar as despesas da equipe de vendas com viagens, alimentação, combustível, entre outros. 4. Dentro da Evolução da Organização de Vendas, as empresas devem analisar a adequação dos gerentes de vendas e a adequação das práticas administrativas, enquanto no Sistema de Planejamento de Vendas é preciso analisar os objetivos, programas de administração de vendas e implementação do programa. 5. A opção correta é a letra D. 6. As vantagens das Lojas Virtuais estão no uso do site como um novo canal de venda e distribuição, o que permite seu funcionamento e venda 24 horas por dia. Além de que as despesas para abrir e manter uma loja virtual são menores das que a de uma loja física. Há também a possibilidade em se realizar o con- trole de preços, o que permite a realização de ações promocionais e descontos diferenciados. Como vantagem, também, podemos apontar o alcance interna- cional da loja virtual e o atendimento rápido para esclarecimento de dúvidas e informações aos clientes, podendo, ainda, servir como mercado teste para novos produtos e/ou serviços. CONCLUSÃO 143 Finalizamos as discussões no livro de Administração de Vendas esperando que você tenha aproveitado ao máximo o conteúdo apresentado. Tivemos como objetivo ini- cial, nesta disciplina, apresentar os conceitos de organização e de vendas. É preciso entender e analisar como as organizações se comportam no mercado e quais os seus princípios base, como missão, visão e valores, que serão usados como nortea- dores para suas ações de vendas. Além disso, compreender a função dos Profissionais de Vendas, desde o seu contex- to histórico, contribui no desenvolvimento dessa função. Afinal, qual o perfil deseja- do pelas organizações para os Profissionais de Vendas? Não há como determinar exatamente como eles devem ser, pois não existe uma “fórmula secreta”, mas ao conhecermos melhor a função e os diferentes cargos exer- cidos pelos Profissionais de Vendas, torna-se mais fácil entender e direcionar sua atuação no mercado. Sim, existem diferenças entre as funções de vendas, mas também encontramos se- melhanças, como a necessidade do conhecimento de mercado e do consumidor. Além disso, vender não é somente expor o produto ao consumidor. O Profissional de Vendas apresenta um perfil e habilidades relacionadas à sua função. Para isso, também traçamos nossas discussões nas ações e estratégias de vendas das organizações. As formas como as empresas realizam a sua distribuição dos pro- dutos e/ou serviços, e a definição dos territórios de vendas, a comunicação com o mercado, o acompanhamento das vendas e as tendências de mercado são algumas dessas estratégias. Todo o conteúdo apresentado foi apenas uma base para a Administração de Ven- das. Foi discutido para que você possa direcionar e aproveitar nossas dicas e infor- mações para atuar ou gerir a área de vendas. Desejo a você muito sucesso e que as informações apresentadas possam contribuir para o seu desenvolvimento profissional. CONCLUSÃO