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ESPECIFICIDADES DO VAREJO Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; COUTINHO, Fernanda Gabriela de Andrade. Especificidades do Varejo. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 216 p. “Graduação - EaD”. 1. Especificidades. 2. Varejo. 3. EaD. I. Título. ISBN: 978-85-459-0381-9 CDD - 22 ed. 650 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Coordenador de Conteúdo Eliane Zanoni Design Educacional Yasminn Zagonel Iconografia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa André Morais de Freitas Editoração André Morais de Freitas Qualidade Textual Hellyery Agda Gabriel Bruno Martins Ilustração Marcelo Goto, Marta Sayuri Kakitani Bruno César Pardinho Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além dis- so, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendiza- gem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho Mestre em Administração na linha de pesquisa de Gestão de Organizações (Marketing) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM - 2011). Especialista em Gestão Empresarial pela Universidade Estadual de Maringá (2008). Graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Professora Colaboradora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) no Curso de Comunicação e Multimeios. Professora de Pós-Graduação nas áreas de Comunicação e Marketing na UniCesumar e PUCPR. Foi professora nos cursos de Administração, Publicidade e Propaganda e Marketing na Faculdade Metropolitana de Maringá e do Curso de Tecnólogo em Marketing na Faculdade Alfa. Foi Coordenadora do Curso de Bacharelado em Publicidade e Propaganda da Faculdade Metropolitana de Maringá. Experiência na área de Administração, Comunicação e Marketing, atuando principalmente nos seguintes temas: Comunicação e Marketing, Comportamento do Consumidor, Cultura e Consumo, Marketing de Serviços, Gestão de Produtos e Marcas, Planejamento Estratégico de Marketing. O marketing de varejo se constitui como uma área de conhecimento de grande relevân- cia para a gestão mercadológica, pois objetiva conhecer o funcionamento dos canais de distribuição, levando em consideração desde a compra do produto com os fabricantes até a sua entrega ao consumidor final. A origem do varejo se estabeleceu na base de troca de produtos de acordo com as ne- cessidades dos indivíduos, o chamado escambo. Deste modo, percebemos que o co- mércio sempre existiu de alguma forma, mesmo que de maneira obsoleta em relação ao que temos na atualidade. Contudo, a troca continua sendo a base do conceito de varejo, mas essa troca está mais complexa e outros integrantes estão presentes no processo de comercialização de pro- dutos. Não são apenas indivíduos trocando produtos, mas empresas produzindo, outras comprando os produtos acabados e redistribuindo para outras empresas, e essas para o consumidor final. Assim, os canais de distribuição se estabelecem e em cada uma das etapas há exigências de operações próprias parao funcionamento eficiente na produ- ção e na oferta de produtos. O varejo faz parte dessa cadeia de distribuição, entregando produtos e serviços direta- mente ao consumidor final. Por esse motivo é fundamental compreender o funciona- mento do varejo, desde a escolha dos produtos e serviços a serem ofertados até a en- trega desses produtos, comunicação e relacionamento que deve ser estabelecido com os clientes. O varejo possui diferentes formatos, que vão desde pequenas lojas físicas, estabelecidas por microempresários, até as grandes redes varejistas, com lojas de departamento, su- permercados, farmácias, entre outras. Além disso, o varejo eletrônico hoje é uma reali- dade e se apresenta como um formato de comercialização de produtos e serviços muito competitivo e que está alterando os rumos do mercado varejista. Com isso, é importante compreender todo o processo varejista e seu composto mer- cadológico que trata do mix de produtos no varejo, estratégias de precificação, distri- buição dos produtos, comunicação com o consumidor, apresentação e localização da loja, bem como da gestão de pessoas no varejo. Todos esses elementos precisam ser considerados e trabalhados de forma sinérgica para que os objetivos sejam alcançados e para que as empresas permaneçam no mercado e sejam lucrativas. As mudanças que acontecem no ambiente externo são desafiadoras para o setor varejis- ta. Alterações nas políticas vigentes; questões econômicas, como inflação, alta do dólar, crise financeira; mudança no perfil da sociedade; preocupações ambientais; e diversas inovações tecnológicas precisam ser levadas em consideração no estabelecimento das estratégias varejistas. Todas essas modificações podem afetar o varejo de alguma forma e por esse motivo é preciso estar atento e fazer as alterações internas necessárias para acompanhar as mudanças no macroambiente e se manter competitivo no mercado. APRESENTAÇÃO ESPECIFICIDADES DO VAREJO Sendo assim, este livro está dividido em cinco unidades, que possibilitarão melhor entendimento de todo o processo de Marketing no Varejo. Partindo do histórico do varejo, seus principais conceitos, passando pelos formatos varejistas, em seguida pelos elementos do composto de varejo, pelo gerenciamento no varejo e, por fim, pela administração estratégica de varejo. A primeira unidade trata da origem do varejo bem como os conceitos básicos que envolvem o setor varejista e o marketing voltado para o varejo. Também apresenta um panorama do varejo internacional, bem como o desenvolvimento do varejo no Brasil. Por último, aborda as principais tendências de varejo na atualidade. A segunda unidade apresenta os principais formatos de varejo, desde os tipos de varejo com loja até os modelos sem loja. Além disso, trata das diferentes possibilida- des de classificação dos formatos varejistas e também discute as novas tecnologias empregadas no varejo e que alteraram alguns formatos varejistas tradicionais. A terceira unidade trata especificamente dos elementos do composto mercadoló- gico de varejo, que se constituem no produto (mix de produtos e serviços), preço, distribuição, comunicação, apresentação de loja e pessoal. Serão discutidas as ca- racterísticas e especificidades de cada elemento, mas também os seus funciona- mentos de forma integrada. A quarta unidade apresenta as estratégias de varejo em relação à localização, ou seja, a escolha dos locais de estabelecimentos varejistas. Também explora os aspec- tos da logística no varejo e a estrutura e funcionamento do varejo virtual. Trata ain- da das questões relativas à apresentação e layout para exibição de produtos e, por último, dos sistemas de compra no varejo. A quinta e última unidade traz aspectos referentes à administração estratégica de varejo, explorando o mercado varejista, o comportamento do consumidor em rela- ção ao varejo, os sistemas de informação, estratégias financeiras e, por fim, o plane- jamento estratégico para empresas varejistas. Com isso, espera-se que, ao final deste livro, o(a) aluno(a) seja capaz de compreen- der todo o processo mercadológico do varejo, entendendo as principais mudanças ocorridas neste processo, principalmente com a utilização das novas tecnologias. Também se espera que ele(a) possa entender as características e conceitos do va- rejo, bem como os elementos do composto varejista e sua aplicabilidade. E por fim, que ele(a) seja capaz de empregar os conhecimentos apreendidos ao longo deste livro na elaboração de um planejamento estratégico voltado para o varejo, de acor- do com os elementos aqui expostos. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL 15 Introdução 16 Origem do Varejo 19 Desenvolvimento Do Varejo No Brasil 23 Conceitos Básicos do Varejo 28 Panorama do Varejo 34 Tendências Atuais do Varejo 38 Considerações Finais 45 Referências 46 Gabarito UNIDADE II TERMINOLOGIAS, TIPOS, FORMATOS, NOVAS TECNOLOGIAS E MODELOS DE VAREJO 49 Introdução 50 Terminologias do Varejo 54 Tipos de Varejo 58 Formatos do Varejo com Loja 68 Formatos do Varejo Sem Loja 71 Novas Tecnologias e os Modelos de Varejo 75 Considerações Finais SUMÁRIO 10 81 Referências 82 Gabarito UNIDADE III COMPOSTO DO VAREJO 85 Introdução 86 Elementos do Composto de Varejo 88 Produtos no Varejo 98 Serviços no Varejo 103 Estratégias de Preço 108 Gestão de Pessoas 111 Comunicação no Varejo 115 Considerações Finais 120 Referências 122 Gabarito UNIDADE IV GERENCIAMENTO NO VAREJO: LOCALIZAÇÃO, APRESENTAÇÃO FÍSICA, GESTÃO DE COMPRAS E VAREJO VIRTUAL 125 Introdução 126 Estratégias de Varejo e Localização 132 Logística no Varejo SUMÁRIO 11 138 Sistemas de Compra no Varejo 144 Apresentação, Exposição de Produtos e Layout 153 Varejo Virtual 160 Considerações Finais 167 Referências 168 Gabarito UNIDADE V ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DE VAREJO 171 Introdução 172 Estratégias para o Mercado Varejista 178 Planejamento Estratégico para Empresas Varejistas 185 Estratégias Financeiras no Varejo 193 Comportamento do Consumidor Varejista 200 Sistemas de Informação e Pesquisa de Mercado para Empresas Varejistas 206 Considerações Finais 213 Referências 215 Gabarito 216 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender a origem do varejo, suas características e principais conceitos. ■ Entender o panorama do varejo no mundo. ■ Conhecer o desenvolvimento do varejo brasileiro. ■ Verificar as principais tendências que estão modificando os rumos do varejo na atualidade. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Origem do varejo ■ Desenvolvimento do varejo no Brasil ■ Conceitos básicos do varejo ■ Panorama do varejo ■ Tendências atuais do varejo INTRODUÇÃO O varejo é o principal intermediário entre o fabricante/distribuidor e o consumi- dor final. O varejo não é apenas um setor da economia, mas se constituiu como uma atividade em si. Ele é um elemento de extrema importância na cadeia de dis- tribuição, pois realiza contato com o consumidor final, o que demanda extrema eficiência e conhecimento de estratégias mercadológicas para ter êxito e alcan- çar resultados positivos e satisfação desse consumidor. A troca de produtos sempre existiu, mas o varejo tal como se constitui nos dias de hoje teve início no final do século XIX e início do século XX, nos Estados Unidos e na Europa. Ao longo do tempo, várias mudanças foram ocorrendo e o varejo tambémpassou por essas modificações tanto no âmbito político, econô- mico, sociocultural e tecnológico. No Brasil, o comércio se constitui a partir da colonização, mas demonstrou seu real crescimento e estruturação a partir da instauração da República. Mas o varejo no Brasil foi realmente organizado, principalmente, no início do século XX, com a abertura de importantes lojas de departamento. Neste sentido, esta unidade traz um panorama geral do varejo, apresentando sua origem, principais características e o processo de evolução ocorrido a partir do século XX. Apresenta ainda uma perspectiva do varejo mundial, enfatizando o seu desenvolvimento no Brasil. Também abordaremos as especificidades do varejo brasileiro, apontando as principais questões enfrentadas pelas empresas no Brasil para seu desenvolvi- mento e manutenção no mercado competitivo, assim como os principais cenários do setor varejista e suas implicações para a economia brasileira. Por último, são discutidas algumas tendências do varejo atual que passou por transformações significativas com a inserção de novas tecnologias, além das mudanças nos cenários políticos e econômicos do mundo – bem como do per- fil da sociedade e suas questões culturais. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 ©shutterstock INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 ORIGEM DO VAREJO Para iniciar esta unidade, vamos apresentar a origem do varejo, pois se trata de uma atividade comercial antiga e, antes que ocorresse esse processo, os indivíduos sempre buscaram maneiras de suprirem suas necessidades básicas – principal- mente de alimentação –. Por isso, atividades de subsistência como a caça e a pesca e posteriormente a agricultura e criação de pequenos animais foram as primei- ras atividades de produção. Com essa produção contínua, começaram a sobrar excedentes e, a partir daí, iniciou-se o processo de troca, no qual indivíduos ofertavam os produtos que sobravam para outros indivíduos que também possuíam outros produtos sobrando e, assim, temos o surgimento das primeiras atividades comerciais, ainda que rudimentares. O grande desafio nesse processo de comercialização de produtos era encon- trar quem tivesse interesse no produto excedente e também na busca de produtos do próprio interesse para que a troca se concretizasse. Com o surgimento da moeda a comercialização se ampliou, já que o “produto”, que era a moeda, foi O Le Bom Marché, primeiro varejista no mundo que desenvolveu o formato de loja de departamento ainda existe, já está com mais de 160 anos e con- tinua representando um exemplo de comércio varejista na cidade de Paris, França. O varejo situado na fronteira entre o distrito 6 e 7, próximo à Univer- sidade de Sorbonne e da Igreja de Saint-Germain-des-Près, é um ícone de tradição e elegância na cidade francesa. Para se manter no mercado durante tanto tempo e enfrentar a concorrência, as mudanças na sociedade, bem como a introdução de novos formatos de varejo, o Le Bom Marché sempre apostou no atendimento diferenciado ao cliente e na força da tradição da marca e dos produtos ofertados. Fonte: Adaptado pela Autora de Bayarri (2013, online). Origem do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 substituído por algo que realmente passou a ter maior valor e era de interesse dos indivíduos na realização das trocas. O comércio estabeleceu-se, portanto, desde a Antiguidade – e registros anti- gos, encontrados por meio de descobertas em ruínas, mostram que já acontecia a comercialização de produtos na Grécia e também no Império Romano –. O comércio no Império Romano já apresentava uma ideia de como essa atividade se desenvolveria. Em Roma e em outras cidades do império já havia várias lojas e estruturas que se assemelhavam a shopping centers (LAS CASAS, 2004). Em 1700, o abastecimento nas pequenas cidades era realizado por lojas gerais, onde podia ser encontrado qualquer tipo de produto, desde alimentos e roupas até implementos agrícolas. Por volta da metade do século XIX, o comércio em todo o mundo desenvolvido se caracterizava como um conjunto de atividades concentradas sob o comando de um comerciante e seus poucos funcionários (MATTAR, 2011, p. 2). O início das funções de comércio ocorreu nos Estados Unidos, entre 1850 e 1860, com a divisão de funções entre atacadistas e varejistas. No ano de 1852, começou-se a operar o primeiro varejista do mundo no formato de loja de departamento em Paris, na França, o Le Bon Marché (MATTAR, 2011). INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 As tradicionais lojas de mercadorias que vendiam um pouco de tudo, denomi- nadas de “general stores” – desde produtos novos até tecidos, alimentos, armas entre outros –, surgiram nos Estados Unidos e na Inglaterra e eram considera- das como âncoras para as atividades sociais da época (LAS CASAS, 2004). No final do século XIX, com a expansão das estradas de ferro, além do sur- gimento dos correios e telégrafos nos Estados Unidos, começara a surgir as primeiras empresas que comercializavam por catálogos. As primeiras empresas nesse segmento foram a Montgomery Ward, em 1872, e a Sears, em 1886. No ano de 1912 surgiu o formato de autosserviço e na década de 1940 surge a loja de conveniência (MATTAR, 2011). A primeira construção moderna com características de shopping center dos dias de hoje surgiu em 1907, com a construção de uma estrutura arquitetônica para abrigar diversas lojas independentes, mas que operavam com uma adminis- tração centralizada e também contava com estacionamentos para as carruagens (MATTAR, 2011). Já o primeiro shopping center propriamente dito foi construído em Dallas, em 1931, porém o grande crescimento do setor de shopping center só ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, em algumas cida- des da Europa e nos Estados Unidos. No caso dos supermercados, eles também surgiram nos Estados Unidos, sendo o primeiro inaugurado em 1930, o King Kullen. Somente na década de 1950 que os supermercados de expandiram para a Europa, já que ela enfrentava o período de guerra, e também para outros países como o Brasil. Em 1960, na França, foi inaugurado o primeiro hipermercado – que se tornou uma das maio- res redes do mundo, o Carrefour. Com relação às franquias, elas surgiram ao final da Segunda Guerra Mundial, também nos Estados Unidos, principalmente no segmento de comidas rápi- das, restaurantes e motéis. É nessa época que surge a rede do McDonald’s – que alcança uma rápida expansão –. O crescimento das redes, e a adoção desse sis- tema, continua nas décadas seguintes de 1960 e 1970 (MATTAR, 2011). As modificações sociais e econômicas ocorridas ao longo dos anos foram responsáveis pelo crescimento e diversificação no varejo. O surgimento dos diferentes formatos se estabeleceu de acordo com a estrutura de cada socie- dade e, por esse motivo, os Estados Unidos foram os pioneiros no surgimento Desenvolvimento Do Varejo No Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 dos principais formatos; com o crescimento da sociedade americana, o varejo se expandiude forma rápida e dinâmica com o aumento do consumo e demanda por novos produtos e serviços. Mesmo com a crise de 1929, as atividades varejistas conseguiram se desen- volver e os americanos foram os responsáveis pela disseminação das estruturas do varejo pelo mundo. A Europa também teve uma estruturação significativa das atividades de varejo, mas as Guerras Mundiais ocorridas em seu território causaram certo atraso nas atividades comerciais pela destruição que aconte- ceu nos países – e pela escassez de recursos propiciada pelos intensos conflitos. O varejo continua passando por transformações, ocorridas tanto no âmbito das empresas quanto nas questões de ordem política, econômica, cultural, tec- nológica e ambiental advindas da sociedade. Neste sentido, apresentaremos o desenvolvimento do varejo no Brasil e na sequência os conceitos e panorama do varejo na atualidade de acordo com as mudanças verificadas nas últimas décadas. DESENVOLVIMENTO DO VAREJO NO BRASIL O Brasil teve um desenvolvimento mais tardio em relação aos formatos varejis- tas que se constituíram nos Estados Unidos e em outros países. Por esse motivo, o varejo brasileiro foi estabelecido com base em experiências do exterior, ado- tando e copiando modelos que obtiveram resultados positivos nesses países. Na época do Brasil Colônia, as companhias de comércio tiveram um papel importante de atuação no mercado, mas ao longo do tempo não foram tão eficien- tes. A alavancagem do comércio brasileiro ocorreu por meio do desenvolvimento das atividades agrícola, pecuária e de mineração (LAS CASAS, 2004). Para a consolidação do comércio, o país enfrentou muitas dificuldades, principalmente na questão da infraestrutura, já que a falta de estradas e de trans- portes, a distância entre as áreas de comercialização, bem como a comunicação precária, dificultavam a locomoção para vendas de produtos – além de ainda INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 haver certa dependência política e econômica de Portugal (LAS CASAS, 2004). Com isso, podemos perceber que “até a segunda metade do século XIX não se podia falar da existência de lojas de varejo no Brasil e o comércio era exercido, exclusivamente, por mascates” (MATTAR, 2011, p. 8). Os grandes estabelecimen- tos comerciais surgiram no Brasil a partir do final do século XIX e início do século XX, como as Casas Masson, em 1871, no Rio de Janeiro; Casas Pernambucanas, em 1906; a Mesbla, em 1912, no Rio de Janeiro e; a Mappin Stores, em 1913, em São Paulo (MATTAR, 2011). Até 1950 o comércio ficava concentrado apenas na faixa litorânea brasileira e faltavam bens industrializados. Além disso, a comercialização de produtos era feita em feiras e mercados de vizinhança. Ainda havia o predomínio das ativi- dades agrícolas, mesmo na cidade. O grande marco da modernização foi a vinda para o Brasil, em 1949, da loja Sears. Outro fato relevante foi a implantação do autosserviço realizada na loja de fábrica do Frigorífico Wilson, em 1947, que vendia produtos como linguiças, salsichas, presuntos, mortadelas e salames (MATTAR, 2011). Na década de 1960 começam a surgir os primeiros shopping centers, princi- palmente nas capitais do país. O modelo de shopping center adotado no Brasil foi o regional e percebeu-se que o comércio em lojas de ruas e nos centros comerciais começaram a perder espaço de varejistas e consumidores em prol dos shopping centers (MATTAR, 2011). A década de 1970 foi muito positiva para o varejo e dois fatos importantes se destacam nesse período: a localização, já que os varejistas passaram a esco- lher seus pontos de forma mais estratégica com o objetivo de se aproximarem de seu público e o aumento do consumo que se massificou (GIULIANI, 2003). Essa década também é marcada pela expansão dos shopping centers e também dos hipermercados. Em 1974, foi inaugurado o Carrefour, primeiro hipermer- cado brasileiro, que suscitou a estrutura e a forma de operação dos varejistas europeus. Ainda temos nesse período uma expansão da área e das ferramen- tas de TI (Tecnologia da Informação), que eram utilizadas na gestão de caixas e terminais, controlando as vendas e os estoques (GIULIANI, 2003). Lojas tra- dicionais começam a se destacar na década de 1970, como a Mappin, Mesbla, Lojas Americanas, Arapuã e Pernambucanas. Desenvolvimento Do Varejo No Brasil Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 Com relação à década de 1980, observamos uma segmentação de mercado mais efetiva, com diferenciação de produtos e o destaque para produtos de marca. Também há uma expansão dos hipermercados e o surgimento das lojas de fábrica. Essa década ficou conhecida como a “década perdida”, devido à infla- ção muito elevada, alta taxas de juros e racionalização das operações de varejo. Mas este período propiciou a expansão por meio de fusões e aquisições entre empresas e também para a entrada dos modelos de franchising, como a rede de fast-food McDonald’s (GIULIANI, 2003). Na década de 1990 temos a abertura de mercado implementada pelo então presidente da República, Fernando Collor de Melo. Na segunda metade da década, a instituição do Plano Real estabiliza a economia e traz estabilidade de preços. Com isso, há um acirramento da concorrência e dos investimentos que pres- sionam o varejo. Desta forma, as empresas varejistas começam a buscar ganhos operacionais de produtividade e eficiência – e também adotar estruturas mais enxutas, além de qualificação de pessoal –. O foco passa ser o consumidor e há grande investimento em serviços buscando rentabilidade. Nesse período, temos a entrada de grandes empresas estrangeiras como a Walmart e a Leroy Merlin. A década de 1990 foi revolucionária para o varejo e pode ser dividida em dois períodos, conforme assinala Giuliani (2003). Segundo o autor, o primeiro período, entre 1990-1995, tinha como foco central o consumidor, por isso as tecnologias passaram a ser empregadas no atendimento aos clientes e no esta- belecimento do relacionamento com eles. Um marco importante foi a criação do Código de Defesa do Consumidor (CDC), em 1990, que também impulsionou as ações varejistas direcionadas aos consumidores (MATTAR, 2011). Para Giuliani (2003), no segundo período, entre 1996 e 2000, predominam as lojas multiespecializadas, temáticas, “home TV shopping”, sortimento limitado, entre outras. Também se ampliam as fusões e aquisições que passam a centrar- -se em nichos específicos para atender ao consumidor. Nessa década, a disputa pelo consumidor predomina, buscando ofereci- mento de produtos e serviços de valor e estabelecendo relacionamento com o consumidor. As tecnologias ficam concentradas no CRM (Customer Relationship Management) e no marketing customizado (GIULIANI, 2003). A internet começa se destacar como um importante canal de distribuição e comunicação. INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 A partir do século XXI, mudanças significativas estão alterando os rumos do varejo no Brasil. As principais modificações tratam da mudança do perfil da população, como o aumento da participação das mulheres no mercado de tra- balho, o aumento do número de idosos e diminuição da população jovem. Isso implica em novas soluções no varejo para fornecer produtos e serviços para aten- der essa nova realidade. Outra questão diz respeito às evoluções tecnológicas, com o aumento do varejo virtual que passa a ser utilizado por pequenas, médias e grandes empre- sas emdiversos segmentos. Algumas empresas, inclusive, passam atuar somente no mundo on-line, atendendo a públicos mais segmentados e de interesses dife- renciados. O varejo eletrônico produz novos desafios para o varejista que precisa compreender o funcionamento dessa modalidade e realizar estratégias especí- ficas para esse canal. Compreendido como foi desenvolvido o varejo no Brasil, apresentaremos na sequência definições e conceitos do varejo, bem como seu funcionamento e funções dentro dos canais de distribuição. O varejo de experiência é uma das inovações que tem maior potencial de gerar diferenciação, relacionamento e fidelidade com o consumidor, justa- mente por inverter a lógica da briga por preços, oferecendo primeiro uma experiência diferenciada e compensadora para cada perfil de cliente, para, então, preocupar-se com a eficiência operacional. Embora ainda incipiente no país, trata-se de uma área de inovação com potencial de trazer uma nova fisionomia ao varejo brasileiro, sobretudo aos segmentos especializados. (Las Casas e Garcia) Conceitos Básicos do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 CONCEITOS BÁSICOS DO VAREJO Para compreender o varejo é preciso pensá-lo como elemento intermediário que participa dos canais de distribuição. Segundo Berkowitz et al. (2003, p. 144), “os canais de marketing possibilitam o fluxo de mercadorias desde um produ- tor, passando pelos intermediários, até chegar a um comprador”. Os intermediários possuem diversas funções, sendo a principal facilitar o trânsito de produtos, fazendo com que eles cheguem ao consumidor final. A figura 1 demonstra como os canais de distribuição podem minimizar as transações. Figura 1 – Fluxo por meio dos canais de distribuição a. Número de contatos sem um distribuidor b. Número de contatos com um distribuídor F x C = 3 x 3 = 9 = Fabricante = Cliente = Distribuidor F x C = 3 + 3 = 6 Loja Loja Fonte: adaptado de Berkowitz et al. (2003, p.145). Os canais de distribuição fazem parte do composto mercadológico e determinam quais os caminhos que os produtos deverão percorrer para chegar ao consumidor (LAS CASAS, 2004). O melhor caminho dependerá de diversas variáveis, como segmento e porte da empresa, questões de logística e de transporte, mas, principal- mente, é preciso pensar com base nas necessidades do mercado e, neste sentido, realizar o fluxo de forma mais eficiente para atender ao cliente. A figura 2 apresenta as possibilidades de canais de distribuição tendo como elemento final o consumidor. INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Figura 2 – Canais de Distribuição Produtor Produtor Produtor Produtor Agente AtacadistaAtacadista Varejista Consumidor Varejista Consumidor Varejista ConsumidorConsumidor Fonte: adaptado de Las Casas (2004, p.16); Berkowitz et al. (2003, p.145). Como pode ser observado, na figura 2, tanto atacadistas como varejistas fazem o papel de intermediário, mas em geral, somente o varejista atende diretamente ao consumidor final. Como as duas atividades são fundamentais para funciona- mento dos canais de distribuição, destacados o quadro 1, que apresenta o papel desenvolvido por varejistas e atacadista no mercado. Quadro 1 – Papel dos atacadistas e varejistas VAREJISTA ATACADISTA Adquirem, do atacadista, quantidade e variedade, dependendo da loja. Adquirem de muitos fabricantes, com- pram grande variedade e quantidade. Manuseiam os produtos por meio de armazenagem, preço e exposição. Manuseiam os produtos por meio de armazenagem, transporte e preços. Apresentam seus produtos por meio de propaganda dirigida ao consumidor final. Pesquisa de mercado dirigida ao fabricante e ao atacadista. Seus esforços promocionais dirigidos aos varejistas apresentam as tendên- cias para o fabricante. Vendem para o consumidor final, ofere- cem horários convenientes, pessoas de vendas treinadas, estratégias de preço e de financiamento. Vendem para os varejistas com entrega eficiente, grande variedade de pro- dutos, estratégias de financiamento e preço. Fonte: Las Casas e Garcia (2007, p. 21). Conceitos Básicos do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 O varejo se caracteriza como atividades que estão relacionadas à venda de bens e de serviços ao consumidor final, para seu uso pessoal e não comercial (LAMB; HAIR; McDANIEL, 2012; KOTLER; KELLER, 2012). Para Berkowitz et al. (2003, p. 193) “o varejo é uma importante atividade de marketing. Ele não só promove o encontro de produtos e consumidores através das ações de varejo, mas também cria valor para o cliente e tem um impacto significante na economia”. A atividade de varejo apresenta vantagens, tanto para as empresas quanto para os consumidores (LAS CASAS, 2004). No caso das empresas, a grande vantagem é que cada uma pode se especializar em sua área de atuação e assim diminuir os custos. Os fabricantes, direcionando seus esforços para a produção, não precisam se preocupar com a venda dos produtos fabricados. No caso dos varejistas, eles se especializam em suas atividades de venda e podem reduzir os custos operacionais em virtude dessa especialização. No caso dos consumidores, os benefícios do varejo são amplos no caso do oferecimento de produtos diversificados que podem ser concentrados em um mesmo tipo de loja, ou ainda produtos conforme segmentos específicos. Além disso, há benefícios em relação à quantidade que pode ser adquirida pelo consu- midor, bem como da questão de espaço e tempo que facilita o acesso dos clientes aos varejistas, conforme apresentado na figura 3. Figura 3 – Utilidades do varejo no sistema de distribuição Utilidade de sortimento Varejistas Utilidade de quantidade Utilidade espacial Utilidade de tempo Fonte: Mattar (2011, p. 46). INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 O varejo, como intermediário do sistema de distribuição apresenta três funções: transacional, logística e facilitadora (BERKOWITZ et al., 2003; LAS CASAS, 2004; LAS CASAS; GARCIA, 2007). No caso da função transacional ela inclui a função de compra, comprando uma variedade de produtos de diferentes vende- dores para a revenda; de venda, promovendo o produto junto dos consumidores finais e, por fim, de riscos, assumindo riscos relacionados à manutenção de esto- ques, à obsolescência de produtos, entre outros. No caso da função logística, ela engloba a função de sortimento, ofertando produtos diversos ao cliente; de armazenamento, protegendo os produtos e man- tendo-os no estoque para melhor atender ao consumidor; seleção, comprando grande quantidade de produtos e dividindo-os em quantidades menores con- forme necessidade dos clientes; e de transporte, que consiste na movimentação física do produto do produtor para o consumidor. Tratando da função facilitadora, as funções se referem ao financiamento, concedendo crédito aos clientes; classificação e controle de qualidade, inspe- cionando, testando e avaliando os produtos determinando graus de valor em função da qualidade; e pesquisa e informações de marketing, fornecendo aos fabricantes informações sobre as condições de mercado e também aos clientes sobre tendências e condições de preço. As atividades varejistasprecisam ser realizadas de forma competente por pro- fissionais que consigam desempenhar atividades estratégicas para que a empresa de varejo cresça e se estabeleça no mercado competitivo. Os administradores varejistas possuem funções básicas e complementares, conforme quadro 2, que dependerão também do segmento e estrutura da empresa, bem como dos seus objetivos propostos pela administração mercadológica. Quadro 2 – Funções do administrador de varejo FUNÇÕES BÁSICAS FUNÇÕES COMPLEMENTARES Obtenção de mercadoria por meio de compras. Registro de mercadoria recebida. Venda pessoal. Rotulagem de mercadoria. Formação de preço. Organização da empresa. Conceitos Básicos do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Promoção da mercadoria (propaganda e display). Delegação de autoridade e responsa- bilidade. Oferta de serviços. Determinação de procedimentos. Controle (principalmente de estoque). Seleção de equipamentos. Fonte: Las Casas e Garcia (2007, p. 27). O varejo também pode ser entendido dentro do conceito de ciclo de vida apre- sentado em marketing, no qual se explica que as empresas varejistas passam por fases que vão desde a introdução no mercado até o alcance da maturidade. Algumas delas também podem entrar em declínio. Cabe salientar que as empresas não passarão da mesma forma por cada etapa, pois dependerá de outras vari- áveis que influenciarão o processo tanto no micro como no macroambiente. A figura 4 apresenta os ciclos de vida no varejo. Figura 4 – Exemplo de Ciclo de Vida do Varejo Centros de varejo de válvulas Participação de mercado ou lucro Varejistas online Lojas de marca única Lojas de preço único Lojas de fábrica Lojas de compras Lojas de conveniência Supermercados Shoppings (?) Varejistas por catálogo Lojas de mercadorias gerais Participação de mercado Lucros Lojas de departamentos Lojas de fast-food Fonte: Berkowitz et al. (2003, p. 213 ). Na fase de introdução ou crescimento inicial, como apresentado na figura 4, novos formatos são implantados no mercado. Nesta etapa o crescimento das vendas é lento, as despesas de promoção são altas, bem como os preços. As margens são altas para poder compensar os volumes baixos e os lucros ainda são pequenos por se tratar de uma fase inicial. INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 A próxima etapa é a de crescimento, na qual os modelos de varejo conseguem aceitação no mercado, já que outros varejistas também começam a desenvolver lojas no mesmo formato. As vendas crescem, as despesas promocionais conti- nuam altas, mas diminuem em relação à introdução, e os lucros totais crescem rapidamente. Na fase de maturidade as vendas se estabilizam, pois os formatos de varejo já alcançaram a aceitação nos mercados potenciais e a concorrência é intensa. As despesas com propaganda são contidas e há uma tendência para a diminuição dos lucros. Neste caso, essa fase mostra que é necessário pensar em aperfeiço- amento e atualizações nas estratégias mercadológicas para que a empresa não entre em declínio. A fase de declínio ocorrerá quando as vendas e os formatos varejistas, até então utilizados, começarem a declinar, abrindo espaço para formatos mais arrojados e competitivos. As empresas varejistas que entrarem nessa fase preci- sarão repensar e reajustar todas as suas estratégias mercadológicas e decidirem se continuarão atuando no mercado implementando os ajustes necessários ou se abandonarão esse formato e buscarão outras soluções viáveis para os negócios. A partir do entendimento dos principais conceitos de varejo, apresentare- mos na sequência um panorama do varejo internacional e, principalmente, do varejo brasileiro. PANORAMA DO VAREJO O varejo, como já discutido, passa por muitas mudanças que alteraram desde o mix de produtos ofertados até os formatos varejistas e a forma de relaciona- mento com os clientes. Algumas alterações são globais e ocorrem em diversos países, já que, com o mundo hoje totalmente conectado, algumas ações passam a ter um alcance global, mesmo com as características peculiares de cada país e suas estruturas social, política e econômica. Panorama do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 Sendo assim, podemos apontar algumas questões que provocaram uma revo- lução no varejo entre o final do século XX e início do século XXI. A primeira delas é justamente a globalização que alterou principalmente a maneira como os varejistas lidam com seus concorrentes, já que com esse processo ocorreu a entrada de várias redes de empresas que passaram a atuar em diversos países. Outro contexto importante que vivenciamos é o aumento do poder do varejo e o estabelecimento de aliança com os fornecedores. Com as estratégias mais ali- nhadas, os varejistas conseguem planejar melhor todo seu processo e desta forma podem negociar com mais precisão com seus fornecedores. Além disso, os forne- cedores também perceberam que com o crescimento do varejo se faz necessário estabelecer parcerias mais duradouras e também lucrativas. Com essa expansão do varejo, a concorrência e a entrada de substitutos no mercado também se acirrou, mas o lado positivo é que a competição faz com que as empresas inovem e procurem outras formas de reter o cliente e se man- terem no mercado. Assim, começam a ofertar produtos melhores, ampliam os serviços, desenvolvem mais a promoção, além de outras ações para fortalecer sua posição no mercado. A tecnologia da informação (TI) também evolui rapidamente e novos siste- mas alteraram o processo do varejo. Desta forma, as novas tecnologias passaram a ser adotadas pelos varejistas, substituindo equipamentos antigos e poucos recur- sos. Essas tecnologias otimizam o processo, facilitam o acesso e permitem maior rentabilidade a longo prazo, já que pode proporcionar melhora desde o atendi- mento até o estoque e entrega dos produtos. Outra questão que envolve o varejo na atualidade é a valorização do capital humano e a profissionalização. O recrutamento e a seleção por profissionais que atuem no varejo estão mais preocupados em buscar funcionários que atendam ao perfil da empresa e também à nova realidade do mercado – mais dinâmica, com mais informações, mas que também exige dos empregados mais autonomia e conhecimento –. Há mais preocupação com o treinamento, com a inserção dos trabalhadores conforme suas habilidades e competências. Por fim, temos ainda uma mudança nos formatos varejistas, antes mais voltados para as lojas físicas e, agora, principalmente com as possibilidades pro- porcionadas pela internet, o varejo eletrônico se expandiu e traz novas perspectivas INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 e desafios para empresas varejistas. Além disso, os formatos tradicionais, como os supermercados e farmácias, também passam por alterações. Muitos segmen- tos estão adotando uma estrutura mais enxuta para conseguirem atender aos seus clientes e se diferenciarem no mercado. O varejo global apresenta crescimento e acirramento da competição – influen- ciado principalmente pelo varejo norte-americano (o maior do mundo), que em 2013 apresentou uma grande expansão, influenciando outras economias pelo mundo (SOUZA, 2014, on-line)1. A recuperação das vendasno varejo também ocorre nos países na Zona do Euro, como Alemanha, França, Itália, Espanha, e fora da Zona do Euro, como na Inglaterra, com um aumento do consumo interno, pela maturidade dessas eco- nomias e também por conta de mudanças estruturais dos padrões de consumo que privilegiam aumento nas despesas com serviços, especialmente nas áreas de saúde, lazer, turismo e outros de natureza pessoal (SOUZA, 2014, on-line)1. Nas economias emergentes, principalmente, China, Índia, Rússia e também o Brasil, por conta de ajustes internos, o crescimento das vendas do varejo é menor do que foi nos últimos anos, principalmente quando comparado com o período que se sucedeu à crise financeira global – quando o consumo interno foi forta- lecido para compensar a estagnação econômica internacional (SOUZA, 2014, on-line)1 –. Os mercados emergentes, mesmo sofrendo desaceleração no cres- cimento e com uma perspectiva de crescimento insatisfatório para os próximos dois anos, continuam com um panorama positivo em longo prazo. Com relação aos 250 maiores varejistas mundiais eles concentram o valor de US$ 3,94 trilhões em vendas totais, com uma venda média entre os varejis- tas no valor de US$ 15,763 bilhões, valores considerados entre os anos de 2005 a 2010 (DELOITTE, 2012, on-line)2. A taxa composta de crescimento anual de vendas no varejo se constitui em 5,3 % e a margem de lucro composta em 3,8% (DELOITTE, 2012, on-line)2. O quadro 3 apresenta as dez maiores empresas varejistas mundiais em concentração econômica. Panorama do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Quadro 3 – 10 maiores varejistas em concentração econômica CLASSIFICAÇÃO NOS 250 MAIORES EMPRESA PAÍS DE ORIGEM VENDAS NO VAREJO (US$ MILHÕES) CRESCIMENTO DAS VENDAS NO VAREJO (%) 1 Walmart EUA 418.952 3,4 2 Carrefour França 119.642 4,8 3 Tesco Reino Unido 92.171*e 6,7 4 Metro Alemanha 88.931 2,8 5 Kroger EUA 82.189 7,1 6 Schwarz Unterneh- mens Alemanha 79.119*e 9,4 7 Costco EUA 76.255 9,1 8 Home De-pot EUA 67.997 2,8 9 Walgreens EUA 67.420 6,4 10 Aldi Alemanha 67.112*e 5,2 Grupo dos 10 maiores* 1.159.788 5,0 Grupo dos 250 maiores* 3.940.747 5,3 Participação das vendas dos 10 maiores no total de vendas dos 250 29,4 * Vendas brutas, com taxas de crescimento compostas ajustadas de acordo com as taxas de câmbio e = estimativa Fonte: Deloitte (2012, p. 5, on-line)2. Além disso, no gráfico 1 pode-se observar que os 250 maiores varejistas globais estão concentrados nos EUA, seguidos da Europa e Japão, e que as vendas tam- bém se destinam aos EUA e Europa, com um destaque para a Alemanha que está em terceira posição – em relação ao destino das vendas. INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Gráfico 1 – 250 maiores varejistas por região e destino das vendas EUA Europa (outros países) Japão Alemanha Reino Unido Ásia / Pací�co (outros) França Canadá América Latina África / Oriente Médio EUA Europa (outros países) Alemanha França Japão Reino Unido Ásia / Pací�co (outros) Canadá América Latina África / Oriente Médio Os 250 maiores varejistas por país/região de origem (%) 32,4 41,7 16,4 11,611,1 9,5 8,8 6,5 5,4 2,6 1,81,0 15,2 7,6 6,0 6,0 5,2 4,0 4,0 3,2 O destino das vendas dos 250 maiores varejistas (%) Fonte: Deloitte (2012, p. 9 , on-line )2. O varejo brasileiro apresenta características próprias que merecem ser destaca- das, como a concorrência segundo região ou regionalização da concorrência; lojas especializadas que atuam em nível local, cadeias de porte médio a nível regional e poucas cadeias de lojas em nível nacional; disparidades na gestão das empre- sas varejistas em função do grau de profissionalização, predominando a gestão familiar; intensiva mão de obra, com elevado turnover; indefinição do foco do negócio; alto endividamento de grande parte das empresas do setor (SANTOS; COSTA, 2002). Conforme dados da Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2015, on-line)3, o comércio varejista do Brasil fechou o ano de 2014 com crescimento acumulado de 2,2% no volume de vendas, em comparação ao resultado acumulado de 2013 (4,3%), no volume de vendas da série sem ajuste sazonal. Com relação à receita nominal do setor, o fechamento teve um crescimento de 8,5% (OLIVEIRA, 2015, on-line)4. Tratando do consumo das famílias e das vendas do varejo entre 2001 e 2014, observamos uma queda acentuada nos últimos dois anos, conforme expõe o gráfico 2. Panorama do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 Gráfico 2 – Varejo x Consumo das famílias -6.0 -1.6 -0.7 -0.7 -3.7 0.7 1.2 9.3 3.9 4.8 4.3 6.2 5.4 9.7 6.3 9.1 6.4 5.9 10.9 4.2 6.4 6.7 8.4 4.8 3.9 4.3 2.9 2.2 0.9 2001 2002 2003 2004 2005 Varejo Consumo das famílias 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 -4.0 -2.0 2.0 4.0 6.0 8.0 10.0 12.0 -0.0 Fonte: IBGE (2015, on-line).3 O varejo brasileiro alcançou, em 2014, um faturamento nominal de R$ 1,637 tri- lhão, alta de 5,2% em relação ao ano anterior, e poderá chegar a R$ 1,723 trilhão em 2015, considerando um cenário otimista (ABF, 2016, on-line)5. O Gráfico 3 demonstra o desempenho do comércio varejista nos anos de 2013, 2014 e iní- cio de 2015. Gráfico 3 – Desempenho do comércio varejista Desempenho do comércio varejista brasileiro Variação do volume de vendas total 3.6 -1.7 -7.5 Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria 10.1 9.0 4.1 Combustíveis e lubri�cantes 6.3 2.6 -5.2 Materiais para escritório e informática 6.9 -1.7 14.5 Alimentício, bebidas e fumo 1.9 1.3 -0.8 Livros, jornais, revistas e papelaria 2.6 -7.7 -7.9 Hipermercados e supermercados 1.9 1.3 -0.6 Outros artigos de uso pessoal e doméstico 10.3 7.9 3.8 2013 2014 2015* *Acumulo do ano até fereveiro Tecidos, vestuários e calçados 3.4 -1.1 -3.8 Veículos e motos, partes e peças 1.5 -9.4 -19.8 Móveis e eletrodomésticos 4.9 0.6 -6.5 Material de construção 6.9 0.0 -7.8 Fonte: IBGE (on-line)³. INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 O varejo em todo o mundo, principalmente os países mais maduros, sempre vai buscar novas alternativas que possam torná-lo maior e mais competitivo em sua própria região de origem e como possibilidade ir para novos e menos competitivos mercados, espalhando a competição em termos globais (SOUZA, 2014, on-line)1. Algumas alternativas para os varejistas brasileiros para se manterem no mercado global são as fusões, o aumento da participação das marcas próprias, a utilização dos canais digitais, os formatos de lojas orientados para valor, mais investimentos em tecnologia e logística objetivando simplificar e reduzir proces- sos e também o aumento da oferta de serviços diversificados ampliando a venda de produtos e, assim, desenvolver novos estágios de competição em escala glo- bal (SOUZA, 2014, on-line)1. Com base nesse panorama do varejo no Brasil e também do varejo global, detalharemos na sequência as principais tendências do varejo na atualidade. TENDÊNCIAS ATUAIS DO VAREJO Com a descrição do panorama do varejoé possível apontar algumas tendências para o varejo no Brasil e no mundo – de acordo com o cenário que está sendo desenhado nos últimos cinco anos. Temos crises financeiras em países da Europa, queda no crescimento eco- nômico na China, questões políticas e financeiras que afetam o mercado interno brasileiro, mas, também, o fortalecimento da economia norte-americana. As tendências apontadas a seguir são projeções que podem ser concretiza- das no varejo dentro do cenário global de acordo com as mudanças ocorridas nos países, nos últimos anos. Neste sentido, Mattar (2011, p. 30-31) aponta alguns direcionamentos do varejo que podem ser considerados tendências e ações realizadas no varejo bra- sileiro e mundial após a crise ocorrida no mercado norte-americano em 2008. Tendências Atuais do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 ■ Mercados emergentes como China, Índia, Rússia e Brasil continuarão a protagonizar crescimento acelerado na economia. Na China, os gastos dos consumidores continuarão a aumentar de maneira vertiginosa. Na Índia, as próprias empresas varejistas indianas aumentaram de forma significa- tiva os investimentos locais em modernização e expansão. ■ Na América Latina, verifica-se um sensível crescimento dos mercados varejistas da Argentina, Chile e Brasil e uma menor expansão no México e Venezuela. ■ Expectativas para a economia brasileira não preveem um cenário tão sombrio no curto prazo quanto o de economias de países mais desen- volvidos. O mercado brasileiro também tem refletido a crise mundial. ■ Redução do nível de emprego e menor oferta de crédito com taxa de juros elevadas afetaram diretamente os segmentos que mais contribuíram para o crescimento ocorrido até meados de 2008. ■ Os efeitos das transferências do governo evidenciam a importância que podem ter para a manutenção do dinamismo dos setores beneficiados. ■ Vendas do setor de supermercados, em particular de alimentos e bebi- das, devem ser beneficiadas. ■ Retomada oportuna dos financiamentos para aquisição de veículos e das operações de leasing. ■ O movimento de fusões e aquisições no varejo continuará aquecido. ■ Tendências do segmento de supermercados diante da redução da ativi- dade econômica é a adoção de uma postura mais defensiva e investimento no mix de produtos. ■ Estratégias de aumento de competitividade devem continuar focando preços e marcas, mix de produtos, níveis de estoque, diferenciação, seg- mentação e novos formatos. Outras tendências apontadas por Vance e Merlo (2011) em relação especifica- mente ao mercado brasileiro é a expansão por meio de aquisições, que ocorrem com frequência no setor de supermercados, mas também tem se estendido para outros segmentos; formação de redes entre varejistas de pequeno e médio porte para aumentar o poder de barganha frente os fornecedores e se manterem INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 competitivos frente às grandes empresas; desenvolvimento de práticas sustentáveis como uma tendência do varejo; a internacionalização das atividades varejistas como uma alternativa para explorar as oportunidades globais. Outras tendências indicadas por Mattar (2011) em relação ao varejo brasileiro são novas formas de comunicação; crescimento das marcas próprias; crescimento do marketing direto; crescimento do trading marketing; mudanças nos forma- tos das lojas, principalmente com o varejo eletrônico – que se consolidou como um importante canal tanto de venda como de comunicação –. Mas as alterações nos formatos de loja também abrangem as lojas físicas, que estão mais enxutas, com versões “express”, além de supermercados que agora abrigam outras lojas para ampliarem e diversificarem os serviços oferecidos. Omni-channel e as mudanças no varejo Omni-channel é a utilização de uma variedade de canais para que o cliente te- nha uma experiência de compra. Essa é uma das grandes tendências no merca- do de varejo. As diferenças entre lojas físicas ou lojas on-line desapareceram. O cliente pode ver o produto pela internet e comprar na loja física ou/e vice-versa. O consumidor agora é multicanal, ou seja, compra em diversos canais e pode cruzar compras em ambientes físicos e virtuais. A experiência do consumidor acontece por meio de diversos canais disponíveis de compras, por meio de dispositivos móveis pela internet, televisão, rádio, mala direta, catálogos, entre outros. Os varejistas estão atendendo a essa nova demanda dos clientes com a implementação de softwares e mudanças nas estratégias de comunicação. O consumidor omni-channel utiliza todos os canais de forma simultânea, e as empresas que utilizarem essa abordagem omni-channel deverão acom- panhar os clientes em todos os canais – e não apenas em um ou dois. Baseado em: <http://nextecommerce.com.br/omni-channel-o-que-significa-isso/> Fonte: Monteiro (2013, on-line)6. Tendências Atuais do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Além disso, a nova economia de varejo aponta para o denominado multi- varejo, conforme apresentado na figura 5. Figura 5 – Multivarejo Multivarejo Multicanal MultimobilidadeMultitalento Multiunicidade Multiexperiência Multiparcerias Multivarejo Global Fonte: criado a partir de Mattar (2011, p. 32). O multivarejo, segundo Mattar (2011), se constitui como uma estratégia mer- cadológica de varejo para atender ao consumidor quando e onde ele quiser, por meio de multicanais (com ampla mobilidade) por meio da internet e operações que podem ser realizadas em diversos países. Além disso, as parcerias estabelecidas facilitam todo o processo e o rela- cionamento com o cliente é mais valorizado com a multiunicidade e a busca de realizações – com a multiexperiência, na qual não se compra mais produtos e serviços, mas sim experiência, entretenimento. Por fim, o multivarejo valoriza a equipe externa com o multitalento, buscando fortalecer a cultura e os valores dos indivíduos na empresa em que atuam (MATTAR, 2011). INTRODUÇÃO AO VAREJO: CONCEITOS, DEFINIÇÃO E PANORAMA ATUAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 Com isso, verificamos que para atuar no varejo é preciso desenhar uma pro- posta de marca diferenciada e profundamente focada, explorar novas ferramentas, técnicas e fontes de dados, otimizar as atividades principais por meio de uma inteligência de negócios sistêmica, trabalhar as limitações internas (MATTAR, 2011, p. 39). Concluímos esta unidade compreendendo que é preciso acompanhar as mudanças ocorridas em diversos âmbitos, desde questões econômicas até os novos formatos de varejo para que a empresa varejista possa definir seu posi- cionamento e se manter competitiva no segmento que atua. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como foi observado nesta unidade, o comércio se originou desde a Antiguidade com características que já apresentavam a troca de produtos entre indivíduos – que naquele período era basicamente para subsistência –. Mas as mudanças estruturais ocorridas na sociedade alteraram a maneira de comercializar e, tanto na Grécia como em Roma, já era possível notar características mais próximas em relação ao varejo na atualidade. O varejo se estabeleceu e ganhou forma principalmente nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. A maioria dos principais formatos varejistas foram desenvolvidospelos norte-americanos, que tinham grande vantagem em rela- ção aos países europeus arrasados pelas guerras mundiais. No caso do Brasil, o varejo se desenvolveu de forma tardia a partir da década de 1950 e seguindo os modelos importados dos Estados Unidos. O varejo se constitui como importante elemento do canal de distribuição, pois tem, dentre outras funções, o papel de facilitar o contato do consumidor final com os produtos produzidos pelos fabricantes. Os varejistas encurtam os caminhos até o cliente, além de oferecerem diversidade de produtos – todos reu- nidos em um único estabelecimento. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 O varejo tem alcançado um crescimento significativo nos últimos anos, no mundo como um todo, mas cada país possui suas especificidades no que diz respeito ao aumento das vendas no setor. Observamos uma tendência na qual as empresas de varejo, mesmo em tempos de crise, têm procurado alternativas para manterem a competitividade atraindo os clientes e estabelecendo relacio- namentos e parcerias para ampliarem suas operações. Desta maneira, concluímos que as mudanças nas atividades do varejo devem ser acompanhadas pelos gestores de marketing que precisam sempre inovar em suas estratégias, criando alternativas para que as empresas varejistas consigam obter lucratividade durante um período mais longo e um relacionamento está- vel e mais duradouro com os consumidores. 40 1. Assinale Verdadeiro (V) ou Falso (F): ( ) No Brasil, o comércio se constitui a partir da colonização, mas demonstrou seu real crescimento e estruturação a partir da instauração da República. ( ) O início das funções de comércio ocorreu nos Estados Unidos, entre 1850 e 1860, com a divisão de funções entre atacadistas e varejistas. ( ) No caso dos supermercados, eles surgiram na Europa, mais precisamente na França, sendo o primeiro inaugurado em 1930, o Carrefour. a. V; V; V b. F; V; V c. V; V; F d. F; V; F e. V; F; F 2. Sobre o desenvolvimento do varejo brasileiro ao longo das décadas, é possível afirmar que: a. Na época do Brasil Colônia, para a consolidação do comércio, o país enfrentou muitas dificuldades, principalmente na questão da infraestrutura, já que a falta de estradas e de transportes, a distância entre as áreas de comercialização, bem como a comunicação precária dificultava a locomoção para vendas de produtos. b. A década de 1990 foi muito positiva para o varejo e dois fatos importantes se destacam nesse período, a localização, já que os varejistas passaram escolher seus pontos de forma mais estratégica com o objetivo de se aproximarem de seu público; e o aumento do consumo que se massificou. c. A década de 1970 ficou conhecida como década perdida, já que o varejo en- trou em declínio e as principais empresas do país foram obrigadas a encerrar suas atividades. d. No século XXI, as mudanças nos formatos do varejo foram a alteração mais significativa que modificou os rumos de varejo, bem como as estratégias de distribuição e precificação. 41 3. Descreva as três funções básicas exercidas pelo varejo como intermediário dos canais de distribuição. 4. Qual das alternativas a seguir, não corresponde à função do varejista: a. Manusear os produtos por meio de armazenagem, preço e exposição. b. Apresentar seus produtos por meio de propaganda dirigida ao consumidor final. c. Vender para o consumidor final, oferecer horários convenientes, pessoas de vendas treinadas, estratégias de preço e de financiamento. d. Adquirir produtos de muitos fabricantes e comprar em grande variedade e quantidade. e. Pesquisa de mercado dirigida ao fabricante. 42 5 TENDÊNCIAS QUE APONTAM OS RUMOS DO VAREJO NO BRASIL 1) Expansão do Varejo O varejo brasileiro passa por transformações tanto na sua estrutura interna, com mu- danças nas empresas, formas de contratação de funcionários, questões de planejamen- to e controle dos custos, como no ambiente externo, com as mudanças no cenário po- lítico e econômico, bem como nas alterações no perfil da população com seus gostos e preferências de consumo. Mesmo após a crise financeira mundial de 2008 e com a atual crise interna de 2014 (que apresenta a queda de vendas em diversos setores), o varejo brasileiro, pela sua estrutura e história, conseguirá realizar novas estratégias para manu- tenção de seus objetivos e metas a curto, médio e longo prazo. 2) Valorização da Loja Física Apesar da tendência do varejo eletrônico, que atingiu praticamente empresas de todos os segmentos (independente do porte), a valorização da loja física e adoção de formatos diferenciados é uma solução estratégica para o crescimento e expansão do mercado va- rejista brasileiro. Neste sentido, as alterações começam no próprio ambiente de loja, que deve se tornar mais atraente para o consumidor, até a melhora dos processos internos de atendimento, sortimento de mercadorias, estratégias de preço mais direcionadas ao target e ainda uma localização que facilite o acesso do cliente à loja. 3) Investimento de Tecnologia No caso das tecnologias, elas podem aprimorar tanto os processos internos – como me- lhor estruturação dos canais de distribuição; de compras; e controle de estoque – como o atendimento no ponto de venda (PDV). As empresas precisam implantar soluções inteligentes para construir um sistema de informação que consiga gerenciar os dados para melhor contato com os clientes. Além disso, algumas tecnologias podem melhorar o ambiente de loja e possibilitar a interação com os consumidores, como dispositivos nos quais os consumidores podem escolher os produtos ou ainda os provadores inteli- gentes capazes de interagir e reagir às questões dos clientes a respeito da prova de um produto. 43 4) Internacionalização O processo de internacionalização ocorre tanto com a entrada de empresas estrangei- ras no Brasil quanto ao contrário, com a implantação de formatos varejistas brasileiros em outros países. Esse é uma tendência do varejo e está sendo adotada por diversas empresas, desde as microempresas até as grandes corporações. Esse processo se torna viável no sentido de ampliar os mercados de atuação bem como para gerar know-how por meio do contato com outras formas de gestão adotadas nos países estrangeiros. 5) Sustentabilidade As questões de sustentabilidade tomaram conta do varejo e não é possível, hoje, desen- volver práticas que não levem em consideração as questões ambientais e os impactos causados pela empresa na sociedade. As ações são diversas e vão desde a economia de água durante os processos, a utilização de materiais recicláveis, a separação do lixo, até ações mais pontuais como alterações no próprio produto varejista, o denominado, produto social (que já é ofertado como um diferencial por causar menos dano ao meio ambiente), como é o caso de algumas roupas que são fabricadas a partir de garrafas PET. Saiba mais em: <http://onegociodovarejo.com.br/5-tendencias-que-apontam-os-ru- mos-varejo-brasil/> Fonte: adaptado de Pastore (2014, on-line)7. MATERIAL COMPLEMENTAR Gestão de marketing no varejo: conceitos orientações e práticas Editora: Atlas Sinopse: Nascido dos estudos e experiências da sua autora, este livro traz orientações, conceitos e práticas de marketing, com um enfoque especial na gestão do varejo. As orientações visam estimular e facilitar o desenvolvimento de estratégias mercadológicas que possibilitem às organizações maior poder de competitividade e a construção de marcas respeitadas e valorizadas no mercado, enquanto os conceitos visam dar o embasamento teórico às práticas aqui comentadas e sugeridas.Como a linguagem é acessível e direta, a obra tem a vantagem de propor soluções imediatas para os negócios, especialmente para os profi ssionais de mercado que têm pressa em resultados e não têm tempo para leituras pesadamente acadêmicas. Este livro é recomendado a profi ssionais e acadêmicos de áreas diversas, podendo ser utilizado para leitura em ambientes empresariais e como parte da bibliografi a de cursos tecnológicos, de graduação e de pós-graduação em Administração e Marketing. Para um conhecimento mais amplo do varejo, suas características, formas de atuação, estratégias e desafi os, indicamos o Portal NoVarejo, que apresenta exemplos práticos e atuais do mercado varejista no Brasil e no mundo. Além disso, há estudos, pesquisas e indicações de eventos na área de varejo. Disponível em: < http://www.portalnovarejo.com.br/> Os supermercados são um formato de varejo antigo, com mais de 70 anos, que surgiu nos Estados Unidos. Com uma abordagem diferenciada desde a distribuição dos produtos, à exposição das mercadorias e o atendimento ao cliente. Confi ra a história completa sobre o surgimento dos supermercados no link a seguir. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/ quando-surgiram-os-supermercados> REFERÊNCIAS 45 BERKOWITZ, E. et al. Marketing. 6. ed. v. 2. Rio de Janeiro: LTC, 2003. GIULIANI, A. C. (org.). Gestão de marketing no varejo. São Paulo: O.L.M., 2003. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2012. LAMB, C. W.; HAIR, J. F.; McDANIEL, C. MKTG. São Paulo: Cengage Learning, 2012. LAS CASAS, A. L.; GARCIA, M. T. Estratégias de marketing para varejo: inovações e diferenciações estratégicas que fazem a diferença no marketing de varejo. São Paulo: Novatec, 2007. LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. LEVY, M.; WEITZ, B. A. Administração de varejo. São Paulo: Atlas, 2000. MATTAR, F. N. Administração do varejo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. SANTOS, A. M.; COSTA, C. S. Características gerais do varejo no Brasil. Brasília: BN- DES, 2002. VANCE, P. S.; MERLO, E. M. Uma introdução à gestão de varejo na atualidade. In: MER- LO, E. M. (org.) Administração de varejo: com foco em casos brasileiros. Rio de Ja- neiro: LTC, 2011.p.1-17. CITAÇÕES DE LINK 1- <http://www.bittencourtconsultoria.com.br/artigos/maior-crescimento-e-com- peticao-no-varejo-global.html>. Acesso em: 1 jun. 2015. 2- <http://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/br/Documents/consumer- -business/PVG_2012.pdf >. Acesso em: 8 jun. 2015. 3- <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/comercio/pmc/>. Aces- so em: 1 jun. 2015. 4- <http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2015-02/comercio-varejista- -cresce-menos-em-2014-22-contra-alta-de-43-em-2013>. Acesso em: 1 jun. 2015. 5- < http://www.abf.com.br/>. Acesso em: 19 fev. 2016. 6- <http://nextecommerce.com.br/omni-channel-o-que-significa-isso>. Acesso em: 28 mar. 2016. 7- <http://onegociodovarejo.com.br/5-tendencias-que-apontam-os-rumos-varejo- -brasil/>. Acesso em: 28 mar. 2016. GABARITO 1. Opção correta é a C. 2. Opção correta é a A. 3. Resposta no tópico “Conceitos básicos de varejo”. 4. Opção correta é a D. U N ID A D E II Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho TERMINOLOGIAS, TIPOS, FORMATOS, NOVAS TECNOLOGIAS E MODELOS DE VAREJO Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender os principais termos utilizados na gestão de varejo. ■ Conhecer os tipos de varejo de acordo com a classificação adotada. ■ Identificar os formatos varejistas, tanto no modelo com loja, como o sem loja. ■ Verificar as novas tecnologias e as novas propostas de modelos e formatos no varejo. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Terminologias do varejo ■ Tipos de varejo ■ Formatos de varejo com loja ■ Formatos do varejo sem loja ■ Novas tecnologias e os modelos de varejo Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 INTRODUÇÃO A gestão de varejo implica no conhecimento de termos e conceitos que diferen- ciarão as estratégias adotadas, desde a escolha das mercadorias a serem ofertadas até o processo de compras, gerenciamento de estoque e posteriormente exposi- ção e venda desses produtos. Esta unidade tratará das principais terminologias empregadas na gestão de varejo. Também apresentará os formatos de loja que empresas varejistas poderão utilizar. Existe uma infinidade de formatos possíveis de acordo com o segmento varejista, relação com outras organizações, localização, público-alvo a ser alcan- çado, tipo de negócio, entre outros. Dentro das possíveis classificações, existem duas modalidades básicas: o varejo com loja e varejo sem loja. Ambos apresentam vantagens e desvantagens que precisarão ser avaliadas pelos gestores de marketing que decidirão pela melhor opção de acordo com o planejamento e os objetivos que foram traça- dos para o negócio. O varejo com loja é o mais comum e tradicional, pois apresenta os modelos mais utilizados e conhecidos no setor de varejo, como lojas de departamento, sho- pping centers e supermercados. Esses formatos possuem características próprias e podem ser encontrados em grande parte das cidades brasileiras, principal- mente, no caso das lojas de departamento e shoppings, nas capitais e cidades de médio e grande porte. No caso do varejo sem loja, o formato de venda porta em porta foi o pio- neiro no processo de vendas varejistas, nos quais os vendedores mantinham um relacionamento mais próximo dos clientes. Também existem as vendas por catá- logo, televendas e ainda o varejo virtual, muito utilizado nesse contexto de novas tecnologias vivenciados no século XXI. Por fim, esta unidade apresenta as novas possibilidades de formato no setor de varejo, destacando a utilização nas novas tecnologias que otimizaram o pro- cesso varejista, desde a compra de mercadorias até a entrega ao consumidor, e trouxeram novas possibilidades e desafios para a gestão de varejo. ©shutterstock TERMINOLOGIAS, TIPOS, FORMATOS, NOVAS TECNOLOGIAS E MODELOS DE VAREJO Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 TERMINOLOGIAS DO VAREJO Para iniciar esta unidade vamos tratar dos principais termos utilizados na ges- tão de varejo que objetivam o conhecimento do processo de compra e venda de mercadorias, escolhendo as melhores opções que atendam às necessidades das empresas, mas também dos consumidores. O primeiro termo, a variedade ou amplitude se refere ao número de cate- gorias, subcategorias e de segmentos de produtos que são ofertados pelos vare- jistas (BERNARDINO et al., 2008). No caso de uma floricultura, por exemplo, temos uma variedade estreita, já que em geral, vendem-se basicamente flo- res; no caso de lojas de departamento, a variedade é ampla, já que existem inú- meras categorias e segmentos que são oferecidos ao cliente. A figura 1 mos- tra a variedade em relação ao número de linhas de produtos. Figura 1 – Variedade no varejo Variedade Número de linhas Fonte: Mattar (2011, p. 325). Terminologias do Varejo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Outro termo utilizado trata do sortimento ou profundidade, que é o número de itens diferentes em uma categoria de mercadoria, o que inclui distinções de marcas, cores, tamanhos e tipos. Um mesmo segmento pode oferecer baixo sorti-
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