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/ DESCRIÇÃO Apresentação do conceito de varejo, seu contexto histórico, os caminhos para o seu desenvolvimento no Brasil e os desafios encontrados. PROPÓSITO Compreender o varejo e seu desenvolvimento de forma geral, bem como seus tipos e formatos, para aplicação desses conhecimentos nos mais diversos setores. OBJETIVOS MÓDULO 1 / Definir o varejo MÓDULO 2 Definir o desenvolvimento do varejo no Brasil MÓDULO 3 Descrever tipos e formatos do varejo INTRODUÇÃO “Quando caminho pelo mercado e vejo todos os produtos que podemos escolher, digo: ‘Meu Deus! Nenhum rei jamais teve algo como eu tenho no mercado hoje.’” (Bill Gates, Fundador da Microsoft, apud BOONE; KURTZ, 2009 p. 481). CONVENCIONOU-SE QUE VAREJO É A COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS PARA CONSUMIDORES FINAIS. Os tropeiros, aqueles que conduziam as tropas ou as comitivas de muares e de cavalos entre as regiões produtoras e os centros consumidores no Brasil a partir do século XVII, são considerados os primeiros varejistas no Brasil. Muitos anos depois, grandes lojas varejistas tomaram conta do comércio, como as Lojas Pernambucanas, especialista em tecidos naquela época, e a antiga loja de departamentos Mesbla, ambas fundadas no início do século XX. / FORAM MUITOS ANOS NESSE FORMATO, POSTERIORMENTE A TENDÊNCIA DO COMÉRCIO MUNDIAL FOCOU NA DESCENTRALIZAÇÃO, COM O DESENVOLVIMENTO DO VAREJO EM SHOPPING CENTERS, POR EXEMPLO. Veremos, neste tema, que ao longo dos anos o varejo sofreu diversas mudanças, e a forma como ele atua e seus formatos foram se moldando às necessidades dos consumidores e às características do local em que estão inseridos. Por isso, atualmente, existem inúmeros tipos de lojas de varejo que atendem aos desejos e às necessidades de consumidores em todo o mundo. MÓDULO 1 Definir o varejo ORIGEM DO TERMO QUAL A ORIGEM DA PALAVRA VAREJO? RESPOSTA Em inglês, esse tipo de comércio é designado pelo termo retail (que pode ser traduzido para o português como retalhos). Em Portugal, varejo significa retalho, e seu princípio está na comercialização de produtos em pequenas partes ou porções diretamente ao consumidor final. javascript:void(0) / Aqui no Brasil, a venda de produtos em porções recebe o nome de varejo. O termo deriva da palavra “vara", que possui diversos significados. Mas, neste caso, refere-se à “unidade de comprimento do antigo sistema metrológico brasileiro, que equivalia a 1,10 m” (ROCHA; MOLA, 2018, p. 4). Quando um consumidor vai a uma loja comprar tecidos por metro para produzir roupas, por exemplo, o vendedor utiliza uma régua para marcar a metragem solicitada. Pode parecer curioso e exclusivamente brasileiro, mas vem daí o termo varejo −desta vara para medir −, pois o termo está relacionado a vender em partes em outros países. Fonte: Piece of Cake/Shutterstock CONCEITO DE VAREJO Existem diversas definições para varejo. Uma delas, por exemplo, o define como a atividade comercial que é responsável por providenciar bens e serviços que os consumidores desejam. / Fonte: George Rudy/Shutterstock Conceito geral de varejo O conceito de varejo costuma estar relacionado com os processos de venda e promoção. Conceito do marketing de varejo Quando falamos do marketing de varejo, a atividade de venda se refere apenas a uma de suas funções. Estudiosos da área defendem que seja a prestação de serviço ao consumidor. Uma das definições mais citadas é a da American Marketing Association (AMA), que define varejo como: UMA UNIDADE DE NEGÓCIO QUE COMPRA MERCADORIAS DE FABRICANTES, ATACADISTAS E OUTROS DISTRIBUIDORES E VENDE DIRETAMENTE A / CONSUMIDORES FINAIS E EVENTUALMENTE AOS OUTROS CONSUMIDORES. LAS CASAS, 2019, p. 552 De maneira geral, o varejo representa as atividades de negócios que estão envolvidas na venda de qualquer produto. De móveis, automóveis e residências ou até na prestação de serviços, tais como: saúde e entretenimento. Varejo lojista Comércio varejista que vende por meio de lojas. Varejo não lojista Comércio varejista que vende diretamente ao consumidor. Existem muitas empresas que atuam em vendas no formato de atacado (em grandes quantidades) e de varejo (em porções). SÃO CONSIDERADOS ESTABELECIMENTOS VAREJISTAS AQUELAS EMPRESAS NAS QUAIS MAIS DE 50% DE SUAS OPERAÇÕES SÃO DECORRENTES DE VENDAS NO VAREJO. IMPORTANTE Independentemente da forma com que as definições varejistas são apresentadas, um aspecto importante a salientar é que se trata de comercialização a consumidores finais. No Brasil, existe o conceito de “atacarejo”, que se refere àquelas empresas que vendem no atacado com preços 10% mais baratos, em média. Isso é possível por causa das compras em / altas quantidades e de ambientes com layout e estruturas básicas. Exemplos destes estabelecimentos no Brasil são as redes atacadistas Tenda e Assaí. Fonte: Dasayev Diogo/Shutterstock Em relação à sua atuação, um varejo desempenha várias funções, tais como: compra de mercadorias, venda e financiamento, além de diversas outras próprias de um intermediário entre o fabricante e o consumidor final. Além disso, o varejo não atua apenas com a venda de produtos em lojas físicas, ele também atua em diferentes formas de vendas, como: 1 Venda direta; De porta em porta; 2 / 3 Por catálogos impressos, Por telefone ou SMS; 4 5 Por sites na internet e por aplicativos; Por máquinas de vender produtos ou serviços e por ambulantes. 6 Isso inclui, também, a prestação de inúmeros serviços, não apenas a venda de produtos. Ao longo dos anos, foram diversas mudanças que provocaram alterações drásticas nas formas como as atividades de varejo são exercidas. DENTRE ELAS, PODEMOS CITAR: As transformações culturais, demográficas, sociais, tecnológicas e o fenômeno da globalização das economias. Padrões que antes eram predominantes de varejo não reúnem mais condições de permanência por falta de competitividade, como é o exemplo das lojas de departamentos. / Fonte: Roman Tiraspolsky/Shutterstock Nessas lojas, era comum estocar diversos produtos, ofertar inúmeros outros serviços e oferecer produtos com preços elevados para chamar a atenção do consumidor para efetuar suas compras. O custo elevado de operação era absorvido pela prática dos altos preços. Gigantes — como Mesbla, Mappin, Sears, Sandiz, Pirani, Hermes Macedo, Eletroradiobraz, entre outras lojas — deixaram de existir, entrando para a história do varejo brasileiro como exemplos de empresas que não se adaptaram ao ambiente em constante evolução. HISTÓRICO DO VAREJO / Fonte: Fractal Pictures/shutterstock Para a sobrevivência humana, o homem sempre buscou formas para suprir suas necessidades básicas. Começando com as atividades de caça e de pesca, evoluindo depois para a agricultura e a criação de pequenos animais. No entanto, essa produção era para consumo próprio. Fonte: VisualCurriculums/shutterstock / Com o passar dos anos, a produção excedente e a comunicação entre diferentes grupos iniciaram o processo chamado “escambo”. Nele, essa produção que sobrava era trocada pelos excedentes de outro grupo. Surgia, assim, o comércio, uma atividade que necessitava da valorização desses produtos e da comunicação entre as partes. Nesse início, a maior dificuldade para que essa constante troca prosperasse era conseguir o “match” entre o produto excedente e alguém que tivesse interesse em adquiri-lo. Com o surgimento da moeda, essa atividade comercial foi transformada. O processo de trocas se tornou mais fácil, uma vez que existia um “produto” (moeda) que tinha valor comercial e era do interesse de todos. Fonte: AV_photo/Shutterstock Em meados do século XIX, o comércio se caracterizava como um conjunto de atividades concentradas sob o comando de um comerciante e alguns funcionários. Estes exerciam funções de importador, transportador e varejista de uma grande infinidade de produtos comercializados em pequena escala. 1850 E 1860 A divisão de funções no comércio como surgimento de atacadistas teve início entre os anos de 1850 e 1860, com a atuação de diversos tipos de varejistas. E essas figuras também passaram a se especializar na venda para seus consumidores finais. Inicialmente, produtos agrícolas e, posteriormente, com a industrialização, produtos manufaturados. / Mas foi no final do século XIX, com a expansão das estradas de ferro, dos correios e dos telégrafos nos Estados Unidos, que surgiu o grande aumento das vendas por catálogo. A empresa Montgomery Ward foi a pioneira nesse tipo de venda, com um catálogo contendo 540 páginas com 24 mil artigos. Algo incrível para a época! 1912 No ano de 1912, no Sul da Califórnia, uma mercearia chamada Great Atlantic and Pacific Tea Company inaugurou um modelo muito conhecido por nós atualmente. Ela começou a utilizar preços predeterminados, fixados nos produtos, e os consumidores caminhavam pela loja para escolhê-los. Sem a intervenção de qualquer funcionário ou do dono do estabelecimento, passando no caixa para pagar apenas ao final das compras. Dessa forma, surge o formato de autosserviço que somente se tornaria popular após a Grande Depressão. Pois foi quando o varejo precisou reduzir custos e elevar a eficiência operacional, devido às grandes quedas das demandas. 1940 Ainda nos Estados Unidos, na década de 1940, surgiu outro novo formato importante de varejo para atender às pequenas compras dos consumidores, conhecidas como “compras por conveniência”. Essas lojas ficavam localizadas em bairros, em locais movimentados, funcionando em horários expandidos. Combinavam as características do autosserviço, mas agora em lojas pequenas. Foi aí que surgiu o conceito de “lojas de conveniência”. Mas, com certeza, um formato inovador para o varejo e que faz parte da vida de muitos consumidores no mundo inteiro foi o shopping center. / Fonte: Autor/Shutterstock É neste ano que, nos Estados Unidos, surge a primeira construção com as características semelhantes às atuais. Ou seja: um prédio que operava com administração centralizada, com estacionamento para carruagens e capacidade para abrigar diversas lojas independentes. Fonte: Autor/Shutterstock O crescimento do setor de shopping centers iniciou com força após o término da Segunda Guerra Mundial, na década de 1950, em países como Estados Unidos, Dinamarca, Suécia, javascript:void(0) / Inglaterra e Holanda. ESTADOS UNIDOS Nos Estados Unidos, o número de construções residenciais nos subúrbios das grandes cidades explodiu, fazendo surgir os grandes conjuntos habitacionais suburbanos para atender a esses novos mercados suburbanos. A cada novo shopping center, novas ideias eram incorporadas aos modelos originais, com inovações na construção, participação de grandes magazines, como lojas-âncoras e pequenas lojas-satélites. Além de várias opções de lazer: cinemas, teatros, parques infantis, exposições diversas entre outras. Fonte: Autor/Shutterstock Os shoppings se tornaram grandes polos de atrações, unindo opções de comércio e lazer, tornando-se um local ideal para aproveitar o tempo livre com amigos e familiares, concepção que existe até hoje. / SAIBA MAIS O maior shopping center do mundo, atualmente, é o South China Mall, em Dongguan, China. Inaugurado em 2005, possui 1.500 lojas e 600.000 m² de área bruta locável (ABL). No início de 2008, oito dos dez maiores shoppings do mundo estavam na Ásia. Atualmente, esse continente possui os 10 maiores do mundo em ABL. EXPANSÃO DO VAREJO Com o exponencial crescimento do varejo e as contínuas fusões e incorporações de grandes empresas, ao final da primeira década do século XXI já existiam grandes varejistas mundiais. Observe o quadro 1, onde estão listadas as maiores empresas brasileiras do varejo alimentar no ano de 2019. Razão Social Nome Fantasia Estado Faturamento N.º Lojas Carrefour Comércio e Indústria Ltda. Grupo Carrefour Brasil São Paulo R$62.220 BI 464 Companhia Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar São Paulo R$61.972 BI 644 Cencosud Brasil Comercial Ltda. Cencosud Sergipe R$8.596 BI 202 Irmãos Muffato & Cia Ltda. Super Muffato Paraná R$7.518 BI 61 / SDB Comércio de Alimentos Ltda. AGP Mato Grosso do Sul R$7.296 BI 67 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 1: Ranking das maiores empresas brasileiras do varejo alimentar. No quadro 2, estão os 20 maiores varejistas de capital aberto do mundo, em 2019, classificados por ordem de faturamento. 1. Walmart 6. Walgreens Boots Alliance 11. Inditex 16. H&M 2. Amazon 7. Costco 12. TJX Companies 17. Best Buy 3. Alibaba 8. Lowe’s 13. Dollar General 18. Dollar Tree 4. CVS 9. Target 14. Fast Retailing 19. Ross Stores 5. Home Depot 10. JD.com 15. Suning.com 20. CarMax Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 2: Os 20 maiores varejistas de capital aberto do mundo. Outra importante inovação no varejo foi o franchising (Default tooltip) (ou franqueamento). O QUE É FRANQUIA? RESPOSTA javascript:void(0) / Franquia é a tradução do termo francês franchise, que significa: imunidade, privilégio, franqueza, sinceridade, lealdade, direito de asilo. A franquia da forma como conhecemos teve início nos Estados Unidos, na década de 1850. Seu idealizador foi Isaac Singer, um fabricante de máquinas de costura para uso doméstico. Certamente você já deve ter visto alguma máquina Singer em algum momento. Isaac buscava ampliar a distribuição de seu produto, mas infelizmente não possuía recursos próprios suficientes. Foi quando desenvolveu um sistema que envolvia diversos comerciantes independentes, que entravam com seus recursos para a montagem de pontos de distribuição e de manutenção das máquinas de costura Singer. Fonte: Deni Williams/Shutterstock Após a Segunda Guerra Mundial, os shopping centers e as franquias tiveram seu crescimento acelerado. Tanto quanto o desenvolvimento do sistema de autoestradas norte-americanas. Com isso, aumentou em grande número o surgimento de franquias de comidas rápidas, de restaurantes e de motéis. ESSE PERÍODO MARCOU, TAMBÉM, A RÁPIDA EXPANSÃO DA REDE MCDONALD’S, CONSIDERADA / UMA DAS REDES DE FRANQUIAS MAIS BEM- SUCEDIDAS DO MUNDO. Atualmente, as inovações mais recentes no varejo surgem com a expansão da internet. As vendas por sites e por aplicativos vêm crescendo sistematicamente em todo o mundo. Empresas varejistas conciliam vendas on-line com as realizadas em lojas físicas, para ampliar sua esfera de atuação e atender a diversos públicos. APRESENTAÇÃO DO CONCEITO DE VAREJO Neste vídeo, um especialista conceituará o varejo. / VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O TERMO VAREJO NO BRASIL SE REFERE À VENDA DE PRODUTOS EM PORÇÕES. VAREJO NO PORTUGUÊS DERIVA-SE DA PALAVRA __________. A) Régua B) Trena C) Vara D) Metro 2. ANALISE AS AFIRMATIVAS A SEGUIR SOBRE O HISTÓRICO DO VAREJO. I. POR CAUSA DA PRODUÇÃO QUE SOBRAVA E DA COMUNICAÇÃO, INICIOU-SE O PROCESSO CHAMADO ESCAMBO. II. NO SÉCULO XIX, O COMÉRCIO ERA COMPOSTO POR UM CONJUNTO DE ATIVIDADES SOB O COMANDO DE UM COMERCIANTE SEM FUNCIONÁRIOS. III. COM A EXPANSÃO DAS ESTRADAS DE FERRO, DOS TELÉGRAFOS E / DOS CORREIOS, SURGIU A GRANDE EXPANSÃO DAS VENDAS POR CATÁLOGO. É (SÃO) CORRETA(AS): A) Afirmativa I, II apenas. B) Afirmativa I e III, apenas. C) Afirmativa I, II e III. D) Afirmativa II e III, apenas. GABARITO 1. O termo varejo no Brasil se refere à venda de produtos em porções. Varejo no português deriva-se da palavra __________. A alternativa "C " está correta. Em português, o termo varejo teve sua origem na palavra vara, que refere-se à unidade de comprimento do sistema de medidas brasileiro. Isso porque o significado de varejo em outros países é relativo a porções, e, neste caso, essa vara media uma porção de tecido das lojas para consumidores finais. 2. Analise as afirmativas a seguir sobre o histórico do varejo. I. Por causada produção que sobrava e da comunicação, iniciou-se o processo chamado escambo. II. No século XIX, o comércio era composto por um conjunto de atividades sob o comando de um comerciante sem funcionários. III. Com a expansão das estradas de ferro, dos telégrafos e dos correios, surgiu a grande expansão das vendas por catálogo. É (são) correta(as): A alternativa "B " está correta. / As afirmativas I e III são verdadeiras, e a afirmativa II está incorreta, pois o comércio no século XIX era composto por um conjunto de atividades sob o comando de um comerciante e alguns funcionários − não sem funcionários. MÓDULO 2 Definir o desenvolvimento do varejo no Brasil O VAREJO NO BRASIL Quando falamos do surgimento do varejo no Brasil, é de algo não tão antigo. Até a segunda metade do século XIX, o comércio era exercido, exclusivamente, por mascates (Default tooltip) . Essa figura era o vendedor ambulante que percorria os povoados e os vilarejos da época com sua carroça carregada de produtos de interesse das populações. Fazendo uma comparação bem simples, é como o carro que hoje passa na rua vendendo ovo, pamonha caseira ou produto de limpeza. Os mascates atuavam dessa forma, com todos os tipos de produtos, pois não existiam lojas e comércio como estamos acostumados. / Fonte: Everett Collection/Shutterstock Os primeiros estabelecimentos comerciais de grande porte surgiram no final do século XIX. EXEMPLO A Casa Masson, em 1871, no Rio de Janeiro; as Casas Pernambucanas, em 1906, no Sul e Sudeste do país (chamada de Casas Paulistas no Norte e Nordeste); a Mesbla, em 1912, no Recife; e o Mappin Stores, em 1913, em São Paulo. Embora alguns não existam mais hoje, na época, esses estabelecimentos inovaram o comércio brasileiro, trazendo métodos de vendas, exposição dos produtos e uma organização reformulada quanto ao sistema de compras. ESSAS LOJAS FORAM AS RESPONSÁVEIS POR TRAZER, PARA O BRASIL, O MODELO DE LOJAS DE DEPARTAMENTOS QUE EXISTIA NOS ESTADOS UNIDOS E NA EUROPA. / O varejo no Brasil teve forte impulso com o início da industrialização na década de 1940. O desenvolvimento da indústria provocou uma série de transformações no país, como, por exemplo: o crescimento das cidades, o surgimento e o crescimento da classe média e de um novo tipo de consumidor, mais exigente e com maior renda disponível. Assim, o varejo foi crescendo, copiando experiências bem-sucedidas em outros países e se moldando, aos poucos, para as características do mercado brasileiro. O varejo brasileiro passou por um movimento de inovação no fim da década de 1940 e início da de 1950. 1949 1947 O que marcou essa modernização foi a vinda para o Brasil, em 1949, da Sears, com uma loja no Rio de Janeiro e outra em São Paulo. Elas funcionavam de forma departamentalizada e com autosserviço em quase toda loja. Possuíam equipamentos e caixas registradoras modernos, lanchonetes, marca própria de eletrodomésticos com garantia e assistência técnica, além de estacionamento para os consumidores. Para aquela época, a Sears tinha um slogan inovador que dizia: “Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta”, reforçando sua filosofia voltada para a satisfação do consumidor. Nessa época, surgem outras empresas que focam em experiências de autosserviços. Em 1947, o Frigorífico Wilson implantou em sua loja de fábrica o autosserviço na venda de embutidos, como linguiças, salsichas, presuntos, mortadelas e salames, sendo pioneiro no sistema de acondicionamento de carnes frescas. Posteriormente, surgiram os primeiros supermercados no Brasil, conforme mostra o quadro 3. Supermercado Data Local Americano Março de 1953 SP Sirva-Se Agosto de 1953 SP Peg-Pag Dezembro de 1954 SP / Disco Novembro de 1956 SP Pão de Açúcar Abril de 1959 SP Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro 3: Primeiros supermercados no Brasil. DÉCADA DE 1960 No Brasil, a década de 1960 marca o surgimento dos shopping centers, que começaram a ser implantados inicialmente nas grandes capitais. Com isso, nesses grandes centros, os comércios locais, até então bastante valorizados, foram gradualmente perdendo a preferência de varejistas e de consumidores em prol dessa inovação. Deu-se início a uma rápida deterioração desses centros de compras em São Paulo, como, por exemplo, das ruas Augusta, Barão de Itapetininga e Theodoro Sampaio. Por essa razão, os comércios que mantiveram as portas abertas tiveram que oferecer produtos e serviços para consumidores de menor renda. DÉCADA DE 1970 Durante a década de 1970, o crescimento do mercado provocou a expansão de diversos setores do varejo, como das redes de lojas de eletrodomésticos: Casas Bahia, Arapuã, Ponto Frio e Buri; dos supermercados Pão de Açúcar, Sé e Bom Preço; das lojas de variedades Lojas Americanas e Lojas Brasileiras; e das lojas de departamentos Mesbla e C&A. DÉCADA DE 1980 Em 1980, os varejistas começaram a utilizar o produto como forma de diferenciação dos concorrentes. As empresas começaram a dedicar esforços para descobrir novas fontes de suprimento, para desenvolver produtos exclusivos e com qualidade. A massificação, que era uma forte característica da década anterior, deu lugar ao processo de segmentação. Nesse período, o foco estava na diferenciação de produtos e nos formatos de loja, a fim de adequá-los aos diferentes segmentos de mercado. Foi nesse mesmo período que o Carrefour introduziu o formato de hipermercados que conhecemos atualmente. As lojas contavam com uma grande área de exposição e venda de / produtos e uma ampla variedade de itens à disposição do consumidor. Além disso, aconteceu, também, o crescimento das redes de franquias. Nesse caso, particularmente, para os formatos de lojas especializadas, como Benetton, Fórum e O Boticário; e de alimentação rápida, como McDonald’s, Pizza Hut e Bob’s. DESAFIOS PARA O VAREJO BRASILEIRO A partir da década de 1990, conseguir se diferenciar dos concorrentes se tornou um desafio para as organizações de varejo e uma chave para o sucesso e a sobrevivência das empresas. Por isso, vamos falar de dois fatos que foram relevantes para a atuação do varejo: O Plano Real O Código de Defesa do Consumidor (CDC) Fonte: Fred Cardoso/shutterstock O Plano Real proporcionou a estabilização da economia, com o controle da inflação. Por isso, ele condicionou as empresas em geral e as varejistas a reaprenderem a ter lucro com a operação. Por causa do aumento do poder aquisitivo da população, o Plano Real ampliou o mercado. / Fonte: Fred Cardoso/shutterstock No entanto, como tudo tem dois lados, isso também expôs a ineficiência de procedimentos utilizados pelos varejistas, além da necessidade urgente de adaptações às novas regras do mercado. QUAIS FORAM ESSAS ADAPTAÇÕES? Entre essas adaptações, temos a redução das margens de lucro, a ampliação das áreas de vendas, a concessão de crédito para o consumidor, a automação comercial e a qualificação profissional. Por causa do controle da inflação e do acirramento da concorrência, o volume de vendas cresceu e as margens de lucro diminuíram. E é óbvio que isso fez com que as empresas passassem a perseguir a diferenciação por meio de melhores serviços e da busca incessante de uma maior eficiência. Em paralelo, surge o CDC, que se tornou um grande desafio para os varejistas, pois passou a responsabilizar também o varejo pela venda de produtos inadequados. Antes do CDC, apenas o fabricante/produtor era responsabilizado. / Fonte: Zerbor/Shutterstock Além disso, trouxe inúmeras outras implicações, tais como: punição por propaganda mentirosa/enganosa, obrigatoriedade de cumprir ofertas e promoções e aceitar devoluções justificadas, entre outras. No início dos anos 1990, o varejo dirige a atenção para os consumidores, com o intuito de conhecê-los melhor. / Fonte: Chad McDermott/shutterstock O que ocorreu por meio de pesquisas de marketing, que apontavamseus perfis sociais, demográficos, econômicos e suas atitudes, seus estilos de vida e padrões de comportamento. Fonte: Arthimedes/shutterstock Como consequência, conseguiam realizar uma maior e mais eficaz segmentação de mercado. Iniciou-se, então, a utilização do conceito de posicionamento, em que marcas e lojas javascript:void(0) javascript:void(0) / posicionaram-se em segmentos distintos de consumidores. Muitas empresas de varejo se tornaram as maiores empresas do Brasil em faturamento. À medida que essas empresas varejistas se expandem, elas passam a adotar avançadas tecnologias de informação e de gestão. E, também, desempenham um papel cada vez mais relevante na modernização do sistema de distribuição e da economia brasileira. Entretanto, o crescimento da demanda no varejo vem ocorrendo de forma lenta por causa de alguns fatores: A REDUÇÃO DO CRESCIMENTO POPULACIONAL, O AMADURECIMENTO DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO AO CONSUMO, A DIMINUIÇÃO DO PODER DE COMPRA DA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA, A ELEVAÇÃO DOS NÍVEIS DE SATURAÇÃO DO MERCADO DE PRODUTOS DURÁVEIS E A MUDANÇA DO PERFIL DE CONSUMO DE MANEIRA GERAL. Além disso, uma parcela gradativa da renda dos brasileiros está sendo destinada a serviços, como entretenimento, turismo e telecomunicações. E, ainda, o varejo, com loja física, enfrenta uma retração no crescimento por causa do rápido aumento do varejo eletrônico. PARA SE MANTER VIVO NA DISPUTA PELO CONSUMIDOR, O QUE É NECESSÁRIO? RESPOSTA É necessário investir em melhorias e inovações nas lojas e nas instalações, nos equipamentos, na implantação de serviços pré e pós-venda, no sistema de logística, em tecnologia de automação e em marketing. javascript:void(0) / É lógico que isso torna a administração do varejo uma atividade bastante complexa e desafiadora. O desenvolvimento de novas formas de se obter diferencial se tornou um grande desafio para as organizações varejistas. SURGIMENTO DE NOVOS FORMATOS DE VAREJO Para atender às exigências competitivas, como os clubes de compra de consumidores e as lojas temáticas, surgem novos formatos de varejo com loja. Ocorreu também a expansão do home shopping, como opção de varejo sem loja. Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock Entre os principais formatos de varejo sem loja, estão o marketing direto, a venda direta, as máquinas de venda e o varejo virtual. Mas a maior parte das vendas do setor acontece no varejo com loja, embora as diversas formas sem loja ou em sistemas multicanais estejam crescendo rapidamente no Brasil e no exterior. Além disso, desde a década de 1990, grandes varejistas mundiais estão investindo em lojas no Brasil, como no setor supermercadista, com a aquisição, incorporação ou fusão de grandes empresas brasileiras. Por causa disso, as empresas brasileiras promoveram processos de reestruturação de suas atividades para garantir os níveis de lucratividade. ENTRE ESSAS AÇÕES, PODEMOS DESTACAR: / A terceirização de atividades, a implementação de novos métodos gerenciais, o fechamento de pontos de venda deficitários, o redimensionamento das lojas, a introdução de sistemas de logística e a modernização na informatização e na automação comercial. EVOLUÇÃO DO VAREJO NO BRASIL Em decorrência do desenvolvimento de novas estratégias competitivas e da procura das empresas por atuação regional e nacional, o varejo no Brasil tem apresentado profundas transformações nos últimos anos. O amplo potencial de expansão da atividade atraiu a entrada de participantes externos, o que levou à adoção de conceitos mais modernos de operação. Fonte: FOTOADICTA/shutterstock Além desse processo de internacionalização, o segmento apresenta um movimento de consolidação. Este impulsiona médios e grandes varejistas, principalmente da área de alimentos. Fonte: FOTOADICTA/shutterstock Atualmente, a atividade se beneficia diretamente dos avanços nos níveis de renda e emprego da população e da inserção econômica de novos e potenciais consumidores que ampliam e / sofisticam os diversos segmentos. O varejo brasileiro é um dos mais dinâmicos setores da economia. No gráfico 1, podemos observar os setores mais relevantes do varejo brasileiro, em porcentagem sobre as vendas totais, bem como quanto cada um foi afetado pela crise econômica ao longo dos anos. Fonte: MATTAR, 2019, p. 17. Gráfico 1: Representatividade de cada setor do varejo no Brasil em percentual sobre as vendas, em 2008 e 2015 (%). Setores mais afetados Os setores mais afetados de 2008 a 2015 foram os de venda de veículos, motos e autopeças — que tiveram redução de 26,0% para 18,9%; e o setor de venda de combustíveis e lubrificantes — com redução de 18,7% para 13,9%. Setores que mais cresceram Os crescimentos ocorreram com os setores de venda de medicamentos, cosméticos e higiene pessoal (4,8% para 7,2%) e outros artigos (de 5,6% para 11,7%). Os demais permaneceram estáveis com pequenas elevações ou reduções. / O VAREJO NO BRASIL Neste vídeo, um especialista narrará o desenvolvimento do varejo brasileiro. VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1. OS VAREJISTAS, DESDE A DÉCADA DE 1990, ENCONTRAVAM DIFICULDADES PARA SE DIFERENCIAR DA AMPLA CONCORRÊNCIA. ALÉM DE TODOS OS DESAFIOS E COMPLEXIDADES, DOIS FATOS FORAM RELEVANTES PARA A ATUAÇÃO DO VAREJO NOS DIAS DE HOJE. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A ESTES ACONTECIMENTOS: A) O surgimento dos shopping centers e dos hipermercados. B) O fim da Segunda Guerra Mundial e a Revolução Industrial. C) O Plano Real e o Código de Defesa do Consumidor (CDC). D) A expansão das estradas de ferro e dos correios. 2. A MAIOR PARTE DAS VENDAS ACONTECE NO VAREJO COM LOJA, MAS EXISTEM OUTROS FORMATOS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE CORRETAMENTE A ESSES TIPOS DE VAREJO SEM LOJA: A) Marketing indireto, máquinas de venda, varejo virtual e venda porta a porta. B) Marketing direto, máquinas de venda direta, varejo de redes e venda direta. C) Marketing direto, máquinas de venda, venda direta e varejo virtual. D) Marketing indireto, máquinas de venda, venda direta e varejo virtual. GABARITO 1. Os varejistas, desde a década de 1990, encontravam dificuldades para se diferenciar da ampla concorrência. Além de todos os desafios e complexidades, dois fatos foram relevantes para a atuação do varejo nos dias de hoje. Assinale a alternativa que corresponde a estes acontecimentos: A alternativa "C " está correta. / O plano Real e o Código de Defesa do Consumidor foram muito importantes para o varejo no formato atual. Isso porque o primeiro possibilitou estabilidade econômica, aumento da renda do brasileiro e fez com que o varejo tivesse maior controle das suas operações financeiras. Já o CDC impôs desafios com controle de qualidade e responsabilidade em suas operações de venda. 2. A maior parte das vendas acontece no varejo com loja, mas existem outros formatos. Assinale a alternativa que corresponde corretamente a esses tipos de varejo sem loja: A alternativa "C " está correta. Os tipos de varejo sem loja são: marketing direto, a venda direta, as máquinas de venda e o varejo virtual. MÓDULO 3 Descrever tipos e formatos do varejo FUNÇÕES DO VAREJO Além de representar grande parte da economia do País, o varejo exerce papel fundamental na distribuição de produtos e serviços. Essa função é realizada por meio das múltiplas funções que ele exerce, ao aproximar produtores/fornecedores e consumidores finais, prestando-lhes muitos tipos de serviços. Imagine que o tempo gasto na compra semanal de alimentos de uma família em um supermercado levaria no máximo uma hora. Agora, imagine quanto tempo e esforço seriam necessários para comprar os mesmos itens se eles tivessem que ser comprados de cada produtor/fornecedor diretamente, ou seja, sem um varejista distribuidor. Nessa situação, os produtores/fornecedores teriam que possuir uma enorme equipe de vendedores e entregadores domiciliares, que iriam visitar e entregar as compras, periodicamente, a todos os consumidoresfinais. Ou os consumidores finais visitariam, / frequentemente, as “lojas de fábricas” de cada produtor/fornecedor para realizar as inúmeras compras para compor suas necessidades. Em ambos os casos, a situação seria inviável. Para os consumidores, seria uma grande perda de tempo e preços altos; e, por outro lado, os produtores/fornecedores teriam que administrar equipes enormes de vendas e logística, a custos operacionais absurdos, reduzindo sua margem de lucro. VAREJO, O ELO FINAL DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO Quando falamos de um canal de distribuição, estamos nos referindo a um grande sistema. E este compreenderá todas as instituições envolvidas na movimentação física e na transferência de propriedade de bens e serviços dos fabricantes/produtores até os consumidores finais. Na figura 1, é possível verificar as alternativas de estruturas de canais de distribuição. Fonte: MATTAR, 2019, p. 47. Figura 1: Alternativas de estruturas de canais de distribuição. / É possível observar que apenas na opção de canal direto, ou seja, aquele em que o fabricante/produtor vende e entrega o produto ou serviço diretamente ao consumidor final, o varejista não tem participação. Nas demais, de canal estendido e canal limitado, o varejista atua como intermediário entre o produtor/fabricante e o consumidor final. TIPOS E FORMATOS DE VAREJO Quando falamos de unidades varejistas, nos referimos a uma infinidade de tipos e formatos. Essa diversidade em varejo pode ser mais bem compreendida quando classificada segundo diferentes critérios: mercadoria comercializada, propriedade/filiação/contratação, tamanho, localização, nível de serviços, forma legal de constituição, características de organização e canal de venda utilizado. Classificação do varejo segundo o tipo de mercadoria comercializada: LOJA DE LINHA GERAL LOJA DE LINHA LIMITADA LOJA ESPECIALIZADA Trabalha com todo tipo de mercadoria. Geralmente, tem amplo sortimento (muitas linhas de produtos), mas com pouca profundidade, ou seja, poucos itens em cada linha. Por exemplo: uma loja de departamento completa; Trabalha com sortimento pequeno de linhas de produtos, mas com boa profundidade em cada linha; Concentra as vendas em uma única linha de produtos, como farmácias, confecções, calçados ou medicamentos. Podem ser desde pequenos negócios independentes até grandes redes de lojas em cadeia ou franqueadas. Apresentam elevado número de itens em uma só linha de produtos, ou seja, pequena variedade e grande profundidade. Classificação do varejo segundo a propriedade/filiação/contratação: INDEPENDENTES: Aqueles que pertencem a um proprietário e que não estão filiadas e nem relacionadas, contratualmente, com outras lojas ou proprietários. / DEPENDENTES: Aqueles que têm algum tipo de relação de propriedade, filiação ou contrato com outras empresas, lojas ou proprietários: Cadeia ou filiais de propriedade única; Cadeia controlada por atacadista; Cadeia formada por associação ou cooperativa de varejistas; Cadeia de franquias, controlada pelo franqueador; Cadeia ou loja única de propriedade de fabricante ou produtor; Cadeia ou loja única de cooperativa de consumidores; Cadeia de propriedade de empresa pública ou Governo. Classificação do varejo segundo o tamanho: Hipergrande; Grande; Médio; Pequeno; Micro. Classificação do varejo segundo a localização: Urbana: Região metropolitana ou cidade grande: Cidade média; / Cidade pequena; Centro; Bairro; Rua isolada; Rua em centro comercial; Centros comerciais planejados como shopping centers ou mercados públicos. Rural: Estrada; Bairro rural. Classificação do varejo segundo o nível de serviços: Classificação do varejo segundo as características de organização: Serviços completos; Serviços limitados; Autosserviço. Departamentalizada; Não departamentalizada. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal Classificação do varejo segundo a forma legal de constituição: / Individual; Sociedade limitada; Sociedade anônima de capital fechado; Sociedade anônima de capital aberto (com ações negociadas em Bolsas); Cooperativa (de consumidores, varejistas); Associação de varejistas. Classificação do varejo segundo o canal de venda utilizado: VAREJO FÍSICO Lojas; Barracas em ruas, feiras livres, camelódromos; Quiosques em ruas, shopping centers; Bancas de jornais, flores. VAREJO SEM LOJA FÍSICA Venda direta porta a porta: Individual (sacoleiras); Representantes de grandes empresas, como revendedoras da Avon e da Natura. Venda ambulante com carrinho de doces, de pipocas, de sorvetes, entre outros; Venda em reuniões de vendas; Venda direta por catálogo enviado pelo correio ou por propaganda em qualquer meio de comunicação e recebimento de pedidos por correio, telefone e telemarketing passivo ou / internet; Venda direta por telefone — telemarketing ativo; Venda direta pela internet ― varejo eletrônico; Venda direta por televendas ― utilização da televisão para divulgação e recepção de pedidos por telefone e pela internet (Polishop). TIPOS E FORMATOS DE LOJAS DE VAREJO A seguir, vamos conhecer as descrições dos principais tipos/formatos de lojas. Cabe ressaltar que sua classificação independe dos critérios apresentados anteriormente, pois uma mesma loja pode estar classificada em mais de um tipo. LOJAS DE DEPARTAMENTO COMPLETAS: São lojas de grande porte com área de vendas acima de 4.000 m2. Ficam localizadas no centro de grandes áreas urbanas ou em shopping centers, onde funcionam como lojas-âncoras. Operam com o conceito de one stop shopping (local único de compras) e possuem ampla variedade de produtos. Geralmente, são divididas em “linha dura”, como eletrodomésticos, eletrônicos, ferramentas e utilidades; e “linha mole”, como confecções, cama, mesa e banho. Operam em sistema de autosserviço e seleção assistida. Por exemplo: Havan e Lojas Pernambucanas. LOJAS DE DEPARTAMENTO JÚNIOR LOJA DE VARIEDADES LOJAS ESPECIALIZADAS São lojas de departamento, só que de tamanhos menores, com área de vendas de 500 a 1.000 m2. Possuem uma linha limitada de produtos. É um modelo de loja intermediária entre a loja de / departamentos completas e as lojas especializadas. Encaminham-se para substituir as lojas de departamentos completas. Por exemplo: Fast Shop, C&A e Renner. É caracterizada por vender uma variedade de produtos semiduráveis, de baixo valor monetário e fácil transporte, que podem ser levados pelo próprio consumidor. Nessas lojas, os clientes, geralmente, compram poucos itens específicos, como chocolates ou cosméticos, com uma frequência semanal. Por exemplo: Lojas Americanas. Esse tipo de loja pode ser pequeno, médio ou grande, independente ou uma rede de lojas. Localizam-se em centros comerciais de rua ou em shopping centers. Possuem redes de franquias e oferecem atendimento especializado ao consumidor. Apresentam grande sortimento em uma ou poucas linhas de produtos. Como estratégia de operação possui o foco em atender às necessidades e aos desejos muito específicos de segmentos de mercado bastante homogêneos. Por exemplo: Droga Raia e Livraria Cultura. Fonte: Karolis Kavolelis/shutterstock CATEGORY KILLER Esse é um tipo diferenciado de loja especializada, pois são grandes e atuam com uma linha de produtos com variedade estreita, grande sortimento e preços altamente competitivos. / Esse tipo de varejo, geralmente, trabalha em parceria com fabricantes para obter tratamento diferenciado. Por exemplo: Kalunga, Decathlon e PBKids. Fonte: rafapress/shutterstock CADEIAS DE LOJAS São empresas de varejo de médio ou grande porte com inúmeras unidades espalhadas por grandes territórios ou por todo o território nacional. Possui alto poder de compra combinado. Geralmente, oferecem pouca flexibilidade sobre a prestação de serviços e promoções. Abrangem uma grande variedade de possibilidades, como cadeia de supermercados, magazines ou lojas especializadas. Por exemplo:Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Casas Bahia. SUPERMERCADOS Funcionam com o sistema de autosserviço. Existe uma ampla variedade de linhas de alimentos e de produtos de higiene e limpeza. Apresentam produtos de forma acessível e organizada por seções. / Possuem preços competitivos e utilizam estratégia de altos giros com baixas margens. Podem ser pequenas empresas independentes ou até grandes cadeias de lojas. Por exemplo: Dia%. SUPERLOJAS São supermercados de grande porte que, além de trabalharem com linha completa de alimentos e produtos perecíveis, têm várias outras linhas de produtos não perecíveis, como confecções e utensílios domésticos. Por exemplo: Extra e Carrefour. Fonte: PhotoStock10/Shutterstock HIPERMERCADOS São caracterizados por grandes áreas em um mesmo nível, acima de 8.000 m2, que podem atingir mais de 20.000 m2. Seguem o conceito one stop shopping e visam atender a maioria das necessidades de compra. Costumam comercializar mais de 50.000 itens, desde produtos perecíveis e artigos de higiene, limpeza, esportivos e para o lar, eletrodomésticos, eletrônicos e vestuários. São maiores que as superlojas e se caracterizam pelo alto giro e baixa margem. / EXEMPLO Wal-Mart e algumas unidades do Carrefour e Extra. COOPERATIVAS DE CONSUMO São lojas em forma de organização cooperativa com o objetivo de satisfazer às necessidades de consumo dos seus cooperados. Sua operação é semelhante à de qualquer outra loja da mesma categoria. O que a diferencia é a propriedade, pois pertence a todos os seus cooperados e as decisões são tomadas em assembleias gerais. Por exemplo: COOP — Cooperativa de Consumo. Fonte: humphery /Shutterstock CLUBES DE COMPRAS São lojas que vendem em maiores quantidades aos seus consumidores, geralmente com pagamento à vista ou com concessão limitada de crédito. Possuem um sortimento menor do que os supermercados, em torno de 10.000 itens. Vendem desde alimentos, artigos de higiene e limpeza, eletrodomésticos, vestuário até objetos para o lar em embalagens com quantidades maiores. Os produtos são vendidos, na sua maioria, em caixas ou em conjuntos de seis ou doze unidades. Exemplo: Sam’s Club. / LOJAS DE CONVENIÊNCIA Caracterizam-se por serem lojas de porte pequeno com uma área de vendas de, no máximo, 250 m2. Geralmente, funcionam com autosserviço em local de grande circulação. Seus preços são superiores aos dos supermercados convencionais. As redes de lojas de conveniência surgiram no Brasil operadas pelas distribuidoras de combustíveis para melhor explorar os postos das redes, como: BR Mania (operado pela BR Distribuidora), AM/PM (operado pela Ipiranga). Seu horário de atendimento costuma ser de 12 a 24 horas por dia, com itens que são adquiridos por conveniência pelo consumidor, devido a: local, rapidez, horário, entre outros. Fonte: Sorbis /Shutterstock LOJAS DE DESCONTOS São lojas de porte médio que operam com estrutura de baixo custo e linhas variadas de produtos, tais como: alimentos, vestuário, brinquedos, CDs, DVDs e artigos para o lar de marcas nacionais tradicionais. Possui poucos serviços agregados. Trabalham com o conceito “preço baixo todo dia”. Por exemplo: Americanas Express. Fonte: Jo Galvao /Shutterstock / LOJAS DE FÁBRICA São operadas pelos próprios fabricantes para vender seus produtos no varejo. Em diversos casos são utilizadas para a venda de sobras de estoques, produtos descontinuados, devoluções ou com defeitos. Trabalham com grandes descontos dos preços praticados pelo varejo normal. Como exemplo: a maioria das grifes de confecções têm loja de fábrica. Fonte: Ken Wolter/shutterstock Lojas de preço único São empresas independentes, de pequeno porte, com lojas com área de vendas de 20 a 50 m2 que trabalham com utilidades domésticas, papelaria, presentes e brinquedos. E têm por característica principal vender grande parte dos itens da loja pelo mesmo preço, geralmente R$1,99 ou R$2,99. javascript:void(0) / Fonte: NP27/shutterstock Lojas de comida rápida (fast-food) São lojas que comercializam refeições padronizadas, de preparo rápido, com custos baixos e sem serviço adicional. Possuem grande rede de franquias e a localização diversificada, mas geralmente as franqueadas se localizam em praças de alimentações de shopping centers. Por exemplo: Bob's, Burger King. PADARIAS Localizadas em centros de compras ou shoppings de conveniência, com diferencial de produção própria de pães, bolos e doces. Além disso, comercializam produtos complementares e de conveniência, como leite, queijo, margarina, frios, bebidas e refrigerantes. Algumas oferecem, também, serviços de lanchonete e bar com: sanduíches, salgadinhos, café, bebidas e refeições simples. Geralmente, são empresas independentes e de pequeno porte. MERCEARIAS/ARMAZÉNS/EMPÓRIOS São empresas independentes, de pequeno porte, que oferecem linha básica de produtos alimentícios. javascript:void(0) javascript:void(0) / QUITANDAS São empresas independentes, de pequeno porte, que trabalham com produtos hortifrutigranjeiros, como verduras, frutas, legumes e ovos. Fonte: PRPicturesProduction /Shutterstock BARES/LANCHONETES/CAFÉS São empresas independentes, de pequeno porte, que trabalham com bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Servem café, lanches e pequenas refeições para consumo no local. Além disso, trabalham com linha restrita de produtos de consumo rápido, como cigarros, balas, chocolates, doces e guloseimas. Estão espalhadas por áreas urbanas e não urbanas. ADEGAS São empresas independentes, de pequeno porte, que trabalham, exclusivamente, com bebidas alcoólicas e não alcoólicas, tais como: vinhos, cervejas, refrigerantes, sucos engarrafados, entre outros. javascript:void(0) / Fonte: il21/Shutterstock O consumo não acontece no local. Estão situadas em áreas urbanas, predominantemente em centros comerciais ou em ruas de bairros, mas também podem ser encontradas em shopping centers. HOME CENTERS/CONSTRUCENTERS AUTOCENTERS SHOPPING CENTERS São grandes lojas de redes que comercializam materiais de construção e artigos para o lar. Apesar de vender em grandes quantidades, trabalham com margens elevadas. Geralmente, estão localizadas à margem de grandes avenidas ou rodovias com acesso fácil. Por exemplo: Telha Norte, Balaroti e C&C. São lojas especializadas na venda de autopeças e prestação de serviços automotivos. Possuem como principal atrativo a garantia do serviço executado. São espaços planejados e administrados de forma centralizada que contêm estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, tais como: lojas de todos os tipos, lanchonetes, restaurantes, bancos, salas de cinema, áreas destinadas a entretenimento e diversões e amplos estacionamentos. Por exemplo: Shopping Plaza Sul, em São Paulo. / TIPOS E FORMATOS DE VAREJO Neste vídeo, um especialista descreverá os tipos e os formatos de varejo. VERIFICANDO O APRENDIZADO / 1. O VAREJO ATUA COMO UM INTERMEDIÁRIO ENTRE O FABRICANTE/PRODUTOR E O CONSUMIDOR FINAL, OU SEJA, É UM CANAL DE DISTRIBUIÇÃO. EXISTEM ALTERNATIVAS PARA ESSE SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO ENTRE OS FABRICANTES/PRODUTORES E O CONSUMIDOR FINAL. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À ESTRUTURA EM QUE O FABRICANTE/PRODUTOR VENDE E ENTREGA O PRODUTO OU SERVIÇO PARA O CONSUMIDOR FINAL, SEM A PARTICIPAÇÃO DO VAREJISTA: A) Canal estendido B) Canal limitado C) Canal direto D) Canal indireto 2. AS REDES DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS IPIRANGA E BR POSSUEM VAREJOS DO TIPO LOJAS DE CONVENIÊNCIAS QUE PROPORCIONAM COMODIDADE E PRATICIDADE PARA OS CONSUMIDORES. QUAL DAS ALTERNATIVAS NÃO CORRESPONDE A UMA CARACTERÍSTICA DESSE TIPO DE LOJA DE VAREJO? A) São lojas de pequeno porte. B) Funcionam com autosserviço. C) Seus preços são similares aos dos supermercados. D) Presentes em locais com grande circulação. GABARITO 1. O varejo atua como um intermediário entre o fabricante/produtor e o consumidor final, ou seja, é um canal de distribuição. Existemalternativas para esse sistema de distribuição entre os fabricantes/produtores e o consumidor final. Assinale a alternativa que corresponde à estrutura em que o fabricante/produtor vende e entrega o produto ou serviço para o consumidor final, sem a participação do varejista: / A alternativa "C " está correta. No canal direto, a estrutura de entrega entre fabricantes/produtores e o consumidor final acontece sem o intermédio do varejo. 2. As redes de postos de combustíveis Ipiranga e BR possuem varejos do tipo lojas de conveniências que proporcionam comodidade e praticidade para os consumidores. Qual das alternativas não corresponde a uma característica desse tipo de loja de varejo? A alternativa "C " está correta. Por se tratar de lojas de conveniência, ou seja, com boa localização, horário de atendimento estendido e serem utilizadas em momentos esporádicos, essas lojas possuem preços maiores do que os dos supermercados. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo deste tema, acompanhamos a trajetória do varejo, que sempre esteve lado a lado com o comércio. No módulo 2, foi possível descrever a origem do termo varejo no Brasil e no mundo, perceber seus principais conceitos e divergências. Além do seu histórico ao longo dos anos e seu processo de expansão até os dias atuais. Vimos, também no módulo 2, o surgimento e o desenvolvimento do varejo no Brasil, bem como seus desafios para expansão diante de mudanças na cultura, no consumo, na economia e nas leis que regem esse tipo de negócio. Além disso, conhecemos, no módulo 3, as funções do varejo, que vão além da venda de produtos e de sua importância como intermediário/distribuidor de produtos para o consumidor final. Vimos ainda os inúmeros tipos e formatos das lojas de varejo, que podem ser desde pequenas lojas, como quitandas e mercearias, até grandes redes de hipermercados ou shopping centers. / Após toda a explanação contida neste tema, tentamos esclarecer os conceitos que envolvem a temática do varejo, bem como seu contexto histórico, seu desenvolvimento e tipos. Por fim, esperamos ter contribuído para sua construção de saber e sua prática profissional. REFERÊNCIAS BOONE, Louis E.; KURTZ, David L. Marketing contemporâneo. Boston: Cengage Learning, 2009. HOLLANDER, Stanley C. The wheel of retailing. Journal of Marketing, v. 25, n. 1, p. 37-42, 1960. MATTAR, F. N. Administração de varejo. Rio de Janeiro: GEN Atlas, 2019. MOL-A, J. L. (Org.). Varejo. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. MERLO, E. M. Administração de varejo com foco em casos brasileiros. Rio de Janeiro: LTC, 2011. GONÇALVES, P. S. Logística e cadeia de suprimentos: o essencial. Barueri: Manole, 2013. LAS CASAS, A. L. Marketing de varejo. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013. LAS CASAS, A. L. Administração de marketing: conceitos, planejamento e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2019. LEBTER, Lauren. Global 2000: os maiores varejistas do mundo. Forbes, 18 maio 2020. PARENTE, J.; LIMEIRA, T. M. V.; BARKI, E. Varejo para a baixa renda. Porto Alegre: Bookman, 2008. ROCHA, M.; MOLA, J. Varejo. São Paulo: Saraiva Educação SA, 2018. (Coleção Marketing em Tempos Modernos) / SA VAREJO. Maiores varejistas. 2019. EXPLORE+ Assista à série: Mr. Selfridge (2013-2016) do Reino Unido, dirigida por Andrew Davies, para compreender como se deu a formação e evolução de grandes armazéns. Pesquise o ranking completo das maiores empresas brasileiras do varejo alimentar, no site da S.A. Varejos. Leia o estudo sobre “O Papel do Varejo na Economia Brasileira”, publicado no site da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). CONTEUDISTA Prof.ª Dr.ª Aline dos Santos Barbosa CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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