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Como a psicanálise se insere no contexto hospitalar

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Como a psicanálise se insere no contexto hospitalar? 
 
Este presente trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica sobre a psicanálise 
no contexto hospitalar. O objetivo é descobrir como a psicanálise se insere em um ambiente 
institucional orientado pelo discurso médico e capturado pela urgência do corpo. Com este estudo 
foi possível identificar onde a psicanálise se insere para contribuir na emersão de um sujeito além 
de sua doença. Considerando que em psicanálise teoria e prática são indissociáveis, pretende-se 
apresentar aqui as condições de possibilidade para o trabalho analítico no hospital. 
Palavras-chave: Psicanálise, Hospital, Clínica do Sujeito. 
Autora: Priscila Viana – Psicóloga graduada pelas Faculdades Integradas Maria Thereza e 
Jornalista pelo Centro Universitário Plínio Leite. E-mail: prijviana@gmail.com 
1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DO 
HOSPITAL 
 
O percurso da história do hospital está longe de ser uma narrativa simples e com um 
progresso organizado. A palavra hospital vem do latim „hospes‟ que significa hóspede, 
hospedagem, hospedaria, porque antigamente nessas casas de assistência eram recebidos 
peregrinos e enfermos (CAMPOS, 1995, p.15). 
A história da medicina tem suas origens em épocas anteriores a criação dos hospitais. 
Gregos, romanos e egípcios já a praticavam, através dos recursos disponíveis na época e movidos 
pela busca por conhecimento. Campos (1995) explica que igrejas templos e abrigos tinham a 
finalidade de cuidar, recebendo os enfermos e lhes prestando cuidados básicos, abrigo, 
alimentação e orações. 
Muitos séculos antes de Cristo, na Grécia antiga, se encontravam lugares 
muito parecidos com hospitais. Straub (2005, p.28) afirma que com Hipócrates (460-377 A.C), uma 
das figuras mais importantes da história da saúde, a medicina grega passou a tomar orientação 
científica e ética. O pai da medicina lutou contra o pensamento místico e supersticioso, foi o 
primeiro a afirmar que a doença era um fenômeno natural e que suas causas podiam ser 
conhecidas através de estudos sérios. De acordo com Straub (ibidem), o filósofo foi o primeiro a 
sinalizar a importância das emoções e pensamentos dos pacientes com relação a sua doença, 
chamando a atenção pela primeira vez para os aspectos psicológicos da saúde. 
Campos (1995, p.16) lembra que a primeira entidade assistencial de que se tem notícia 
surgiu historicamente em 360 d.C, próximo à Roma, na Itália. Com isso, a história do hospital pode 
ser contada a partir de Cristo, pois foi quando o homem passou a se preocupar com o próximo, 
seguindo influência da religião cristã. A santidade e a cura sempre andaram lado a lado, basta 
observar que Jesus Cristo havia realizado milagres de cura, tais como devolver a visão a cegos e 
fazer aleijados voltarem a andar, através da fé. 
Até esse momento, o hospital e a medicina seguiam caminhos independentes, visto que 
o cuidado aos doentes dentro da instituição hospitalar se baseava em tratar feridas, preparar chás e 
servir refeições, cuidados estes exercidos por leigos. Straus (2005, p.48) afirma que sob a influência 
da igreja, a medicina avançou muito pouco, pois os estudos científicos (especialmente a 
dissecação) eram proibidos e todas as ideias a respeito da saúde tinham implicações 
religiosas. Muitas foram as epidemias e doenças infecciosas que a humanidade precisou enfrentar. 
Entre elas, podemos citar não só a hanseníase, mas as gripes, a varíola, o sarampo, a malária, a 
cólera, a tuberculose e a AIDS. Campos (1995) descreve resumidamente que, ao longo dos anos e 
a medida que a medicina foi se desenvolvendo, foram descobertas novas informações sobre a 
origem e o funcionamento das doenças. 
De acordo com Michel Foucault (1979, p.103), a prática médica antes do século XVII 
não era considerada hospitalar, mas sim individualista “Vê-se, assim, que nada na prática médica 
desta época permitia a organização de um saber hospitalar, como também nada na organização 
hospitalar permitia a intervenção da medicina”. 
O hospital foi desenvolvido ao longo de muitos anos e por diferentes situações, bem 
antes de se formar como instituição. Uma das conjunturas, apontada por Foucault, para a 
reorganização do hospital foi a disciplina. Através dessa técnica de exercício do poder, era possível 
acompanhar a evolução das doenças, as reações do doente e fazer com que os cuidadores 
seguissem as ordens de cuidados. A introdução de mecanismos disciplinares, como a vigilância e o 
registro contínuo, possibilitou a medicalização do paciente no espaço hospitalar (Foucault, 1979, 
p.106). 
O filósofo define que o hospital evoluiu de um espaço de morte para um 
campo documental, de estudo, registro e formação do saber. Os médicos passam a ser 
figura constante no hospital e a ciência iniciou seu trabalho. O primeiro fator da transformação não 
foi a busca de uma ação positiva do hospital sobre o doente ou a doença, mas simplesmente a 
anulação dos efeitos negativos do hospital. Não se preocupou primeiramente em medicalizar o 
hospital, mas purificá-lo dos efeitos nocivos, da desordem que ele acarretava. E desordem aqui 
significa doenças que ele podia suscitar nas pessoas internadas e espalhar na cidade em que 
estava situado, como também a desordem econômica-social de que ele era foco perpétuo. 
(FOUCAULT, 1979, p.103) 
No final do século XVIII, a medicina vai se configurando como uma prática e orientando 
sua atuação nos atendimentos individuais. Campos (1995) corrobora que quando o hospital passa a 
ser um instrumento de cura, o médico se torna o principal responsável pela organização do espaço 
hospitalar, consequentemente, o religioso vai perdendo seu poder dentro do hospital. Este local 
passar a ser visto como um lugar de transformação do saber, a medicina passa a estar não só nos 
livros, mas também na prática hospitalar. 
Percebe-se que com a organização disciplinar do hospital, o controle se torna mais 
evidente e possível. Aos poucos, o hospital proveniente de outras épocas, anteriores ao 
cristianismo, e desenvolvido por iniciativa de pastores e religiosos, converteu-se em instituição 
social, vindo a se tornar uma obrigação do Estado que passou a fundá-los e mantê-los. 
Segundo Lima Gonçalves: O hospital não pode ser entendido desvinculado e isolado da 
comunidade que pretende servir, mas como parte integrante e integrada da própria dinâmica do 
mundo atual, que interfere em sua própria origem, em sua política e em sua atuação, manutenção e 
desenvolvimento. (LIMA GONÇALVES, 1983 apud Campos, 1995, p.21). 
Em face desta afirmação, podemos verificar que o hospital vai se tornando lugar de 
assistência, prevenção, cura e pesquisa. Pela junção destes aspectos, o hospital deve ser 
considerado um lugar de formação e investigação biossocial. 
Somente entre os séculos XVIII e XIX, os hospitais passaram a ser de responsabilidade 
do governo. O Ministério da Saúde foi criado em 1953, pelo Presidente Getúlio Vargas, com o 
objetivo de reunir, administrar e planejar ações de prevenção, promoção e assistência a saúde, 
além de propor políticas voltadas exclusivamente para a saúde de todo o país. Antes disso, porém, 
o atendimento médico hospitalar era realizado pelo INANPS (Instituto Nacional de Assistência 
Médica da Previdência Social), que tinha como finalidade gerir as aposentadorias, pensões e 
cuidados médicos de todos os trabalhadores formais, ou seja, empregados com carteira assinada 
(CONASS, 2007, p.24). 
Para atingir plenamente seus objetivos e buscando a integralidade, equidade e 
universalidade pregadas pelo Sistema Único de Saúde, as entidades hospitalares contam com 
grupos da sociedade civil, que devem fiscalizar a forma como os cidadãos são recebidos e 
atendidos no SUS. Entre estes dispositivos podemos citar conselhos, comitês, associações de 
usuários, entidades representativas e ouvidorias, capazes de garantira participação social na 
construção de práticas dentro do hospital, visando garantir o acesso universal e igualitário. 
Os Conselhos de Saúde buscam participar da discussão das políticas de saúde tendo 
uma atuação independente do governo, embora façam parte de sua estrutura, e onde se 
manifestam os interesses dos diferentes segmentos sociais, possibilitando a negociação de 
propostas e o direcionamento de recursos para diferentes prioridades (CONASS, 2007, p.37). 
Atualmente, o hospital é uma estrutura complexa, em contínuo movimento de inovação. 
Diversos tipos de exames de som, imagem e biológicos são necessários para diagnosticar doenças 
que acometem o corpo como um todo. Tais tecnologias incluem a aplicação de conhecimentos 
gerados continuamente por professores, pesquisadores e também por empresas do ramo 
farmacêutico ou de tecnologia. 
Os hospitais deste século atendem diversas especialidades divididas entre clínicas e 
cirúrgicas, também realizam procedimentos complexos como transplante duplo de órgãos. Nos dias 
de hoje, o hospital se configura como uma estrutura articulada e hierárquica, que visam 
produtividade, atendendo o maior número de pessoas e mantendo postos de trabalho para 
profissionais. 
Os Hospitais Universitários são campo de estudo e treinamento para estudantes das 
áreas da saúde, como medicina, fisioterapia, enfermagem, psicologia, terapia ocupacional, 
fonoaudiologia, nutrição. No contexto hospitalar, esses profissionais estabelecem um contato mais 
próximo com outros saberes. A saúde não é competência de um único especialista, ela é uma 
prática interdisciplinar que integra as equipes de trabalho. 
Podemos acrescentar que os hospitais abrigam importantes laboratórios de pesquisa, 
onde são desenvolvidos estudos científicos com o objetivo de realizar descobertas inovadoras para 
tratar a saúde de milhões de pessoas, mas também possuem o compromisso de garantir dignidade 
para os pacientes participantes. 
Como exposto acima, diferentes saberes se ligam dentro do hospital, cada disciplina 
entra com sua prática para contribuir com o restabelecimento da saúde. Ainda que Freud tenha 
negado taxativamente, em 1926, no texto “A questão da análise leiga”, a necessidade de formação 
em medicina para a prática da psicanálise, alguns de seus colaboradores buscaram vinculá-la à 
medicina como forma de infundir maior legitimidade e seriedade científica à nova técnica. 
2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA E O PERCURSO DA PSICANÁLISE 
Iniciada por Sigmund Freud, a psicanálise é entendida como um campo de investigação 
da mente humana, que consiste na interpretação, por um analista, do conteúdo falado pelo 
paciente, através de associações livres. A psicanálise é o nome: 1. de um procedimento para a 
investigação de processos mentais mais ou menos inacessíveis de outro modo; 2. de um método 
fundado nessa investigação para o tratamento das desordens neuróticas; 3. de uma série de 
concepções psicológicas adquiridas por esse meio e que se desenvolvem juntas para formar 
progressivamente uma nova disciplina científica. (FREUD, 1923 [1922] p. 247) 
Freud, em 1918, declara: “Chamamos de psicanálise o processo pelo qual trazemos o 
material mental reprimido para a consciência do paciente”. Conforme definição de Roudinesco 
(1998, p.603), a psicanálise é o nome criado por Freud, em 1896, para o método de tratamento pela 
fala, oriundo do recurso catártico de Breuer e fundamentando na investigação do inconsciente, com 
a colaboração da associação livre por parte do paciente e da interpretação por parte do analista. 
É também o método terapêutico fundamentado na transferência que envolve uma 
determinada técnica e teoria. Ainda de acordo com Roudinesco (ibidem), este termo é aplicado ao 
movimento psicanalítico, uma escola de pensamento que abrange todas as correntes do freudismo, 
além de ser uma disciplina fundada por Freud, na medida em que abrange um método terapêutico, 
uma organização clínica, uma teoria do pensamento e uma peculiaridade de transmissão do saber, 
por meio da análise pessoal, supervisão e estudo contínuo. 
Sobre o início da psicanálise, Landman ressalta que: No início havia a hipnose e a 
sugestão. A psicanálise adveio, enquanto técnica, da hipnose; alguns chegaram a afirmar que a 
hipnose continua a ser o impensado da psicanálise, lembrando assim que a relação entre 
psicanálise e hipnose jamais foi verdadeiramente elucidada (LANDMAN, 2007, p.79). 
Ao investigar a causa das neuroses, Freud descobriu que a maioria dos pensamentos e 
desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados ainda na vida infantil. Este é 
um aspecto muito importante da teoria psicanalítica, já que os pacientes relatavam frequentemente 
sobre experiências sexuais traumáticas na infância, inclusive envolvendo membros da família. 
A função sexual, conforme verifiquei, encontra-se em existência desde o próprio início 
da vida do indivíduo, embora no começo esteja ligada a outras funções vitais e não se torne 
independente delas senão depois; ela tem que passar por um longo e complicado processo de 
desenvolvimento antes de tornar-se aquilo com que estamos familiarizados como sendo a vida 
sexual normal do adulto. (FREUD, 1925, p.40) 
Um dos processos imprescindíveis na criação da psicanálise é o da sexualidade infantil. 
Naquela época a infância era sinônimo de pureza e ingenuidade, mas Freud apontou um novo olhar 
para esta fase da vida. Em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905), o pai da psicanálise 
apresenta ao mundo uma criança dotada de um corpo erotizado, capaz de produzir satisfação. 
Utilizando a amamentação do bebê como exemplo, Freud ressaltou as características 
da sexualidade infantil. Landman (2007, p.73) define a obra como inovadora e que “inflige uma 
ferida em todos os que querem, sob o efeito da amnésia, guardar a imagem da criança inocente a 
partir da qual fundam um ideal moral e social”. 
A psicanálise explica que o sexual infantil era distinto da sexualidade genital, ou seja, 
era pré-genital, nada tinha a ver com o ato sexual, mas sim com a vinculação do prazer que a 
criança pode obter com seu próprio corpo. 
A partir de 1896, Freud passa a empregar o método da associação livre. Ele pede que 
os pacientes falem livremente tudo o que lhes ocorrer à mente, sem qualquer tipo de censura, 
mesmo que as ideias pareçam sem sentido. No fundo, ele acreditava que as associações livres não 
aconteciam por acaso, ao contrário, havia um determinismo psíquico. 
Com a psicanálise, Freud quebrou os tabus ligados à sexualidade e contribuiu com a 
emancipação das mulheres. Suas ideias eram inovadoras, contestavam crenças religiosas e 
propagavam certo declínio do habitual patriarcado familiar. 
A psicanálise trazia ao mundo uma fascinante utopia, a novidade de uma ciência do 
inconsciente. Em uma palavra, Freud e seus primeiros discípulos, os famosos pioneiros da 
Sociedade Psicológica das Quartas-feiras, buscavam mudar o homem não por meio de uma 
revolução social, mas sim por um despertar da consciência: o despertar de uma consciência capaz 
de admitir que sua liberdade estivesse ligada ao destino do sonho, do sexo e do desejo, ao destino 
de uma razão vacilante. (ROUDINESCO, 2003, p.19). 
Roudinesco (2003, p.24) afirma, ainda, que a psicanálise sofreu ataques incessantes ao 
longo de sua constituição, isso por que a acusavam de corromper os costumes, produzir 
degradação moral e sodomia, chegaram a acusá-la também de promover a rebeldia e destruir 
famílias. Tudo isso por que esta técnica acolhe os desejos, os sonhos e reconhece o papel da 
sexualidade desde a infância. 
Segundo Landman (2007, p.11), a psicanálise é muito extensa e nunca ditas humanas; 
da filosofia à antropologia; da história à sociologia; da pedagogia deixou de evoluir ao longo da 
história. Para o autor “não existe campo das ciências à literatura,no qual seu pensamento não 
tenha penetrado em algum momento”, através do legado de conceitos de Freud. A esse respeito 
vale ressaltar que as descobertas freudianas evoluíram em etapas, não só em relação ao 
aperfeiçoamento da técnica, mas também em função de critérios mais pessoais, ligados ao seu 
próprio criador. 
Hoje, a psicanálise está difundida em mais de 40 países. A América do Sul ocupa um 
lugar de destaque, em particular o Brasil, onde existem mais de cem instituições representando as 
correntes freudianas. O médico Juliano Moreira, um dos mais famosos psiquiatras brasileiros, é 
considerado pioneiro na divulgação da psicanálise no Brasil. 
De fato, os historiadores do movimento psicanalítico são unânimes em afirmar que 
Juliano Moreira, já em 1899, refere-se às ideias de Freud em sua cátedra da Faculdade de 
Medicina da Bahia. Outro importante marco inaugural é a comunicação feita por Moreira à 
Sociedade Brasileira de Neurologia sobre o método freudiano em 1914. (VILELA, 2014, p.469) 
Independentemente de onde a psicanálise seja aplicada, o psicanalista precisa seguir 
as recomendações de Freud no que tange a formação. Entre essas recomendações existem três 
fundamentais: análise pessoal, conhecimentos teóricos (leituras) e supervisão. 
É verdade que na psicanálise não há prática sem teoria que, por sua vez, advém da 
prática. Em função disso, esta teoria tem um histórico de difíceis e longas batalhas para a 
construção de seu espaço teórico e prático, em busca do reconhecimento e consolidação. O que 
realmente importa é continuar atuando com uma psicanálise estrita e não tendenciosa, 
independente do local em que esteja sendo aplicada. 
Atualmente, percebe-se que o futuro vislumbrado por Freud já é o nosso presente, uma 
vez que os psicanalistas são chamados a trabalhar em diferentes campos, e a psicanálise torna-se 
cada vez mais objeto de trabalho de muitos pesquisadores. 
3 ARTICULAÇÕES DA PSICANÁLISE NO CONTEXTO HOSPITALAR 
Ao longo dos séculos constatou-se que a medicina não era suficiente para responder 
sozinha as muitas formas de manifestação do corpo humanos. O olhar dos médicos deixava 
escapar algo que não se apresentava para ser curado e sim para ser acolhido. A psicanálise neste 
contexto oferece o que tem de mais valioso: a escuta. 
Alberti (2000, p.49) invoca o pensamento lacaniano que caracterizou a psicanálise 
como A última flor da medicina para dizer que, em um determinado momento, a medicina observou 
que não podia tratar tudo. Lacan identifica a psicanálise como o lugar onde a medicina podia 
encontrar refúgio, já que ela teve que se deparar com o fato de que haviam sintomas que não 
tinham nada a ver com o corpo, mas com o fato de o sujeito ser afligido pela linguagem. 
É justamente com a presença da psicanálise no hospital que se possibilita olhar o corpo 
doente de forma mais subjetiva, reconhecendo que o sintoma pode ser uma pista de que há algo 
que não consegue ser enunciado de outra forma. 
Ainda nos dias de hoje a psicanálise encontra certa dificuldade de estabelecer uma 
elaboração teórico-prática que seja rigorosa fora do chamado setting terapêutico tradicional, 
constituído de sala, divãs, móveis, etc. 
Nota-se que o espaço hospitalar proporciona ao analista um campo para o progresso 
de seus saberes. Neste campo, mais crítico pela urgência que se apresenta, sua complexidade é 
ainda maior em função da possibilidade de morte, dor, sofrimentos diversos, altas imprevistas, 
situações que requerem do psicanalista, ali atuante, inovação e adaptação que levem em conta o 
lugar em que estão acontecendo as intervenções. 
Alberti (2000) propõe um aproveitamento deste ambiente onde tratamento e pesquisa 
se encontram, além de um aprofundamento teórico permanente por parte do analista. A indagação 
sobre o enquadramento ou local de trabalho traz consigo uma bateria de interrogações. Figueiredo 
(1997, p.112) recomenda que, independente do local, a fala do paciente seja mantida e valorizada, 
usando a escuta como o principal recurso terapêutico. 
Neste sentido, o setting não é tratado como um espaço real, pois é ele virtual, ele é 
psíquico, é uma construção para que a análise aconteça. Diante da ruptura no enquadramento, a 
psicanálise assume uma postura engenhosa e criativa, reconhecendo que o local de atendimento 
será onde o paciente estiver. Isso porque o ambiente, o horário e a duração do atendimento são 
ressignificados quando afetados por uma clínica que inclui o inconsciente. Preconiza-se que o 
inconsciente é atemporal e que seu funcionamento é a posteriori. Quanto a isso, Moura (2000) 
corrobora que a partir do momento em que o lugar do analista não é definido pelo espaço físico, 
mas por aquilo que é sua função, ele é autorizado a sair do enquadre tradicional. Segundo ela, a 
construção da função do analista depende fundamentalmente da implicação dele com a psicanálise 
e com seu desejo. 
Outra dimensão importante no hospital refere-se ao trabalho em equipe. Tal capacidade 
faz parte do ofício no hospital e vai exigir do analista uma certa dose de destituição narcísica. Freud 
(1912, p.128) recomenda que o sentimento mais perigoso para um psicanalista é a ambição de 
alcançar algo que produza efeito convincente sobre outras pessoas, pois isso o coloca num estado 
de espírito desfavorável para o trabalho, além de torná-lo impotente contra certas resistências do 
paciente. 
Recomenda-se, também, que o analista invista em seu processo de análise pessoal, já 
que ele também é constantemente implicado em seu mundo psíquico. Após dar entrada em uma 
instituição hospitalar, o paciente é absorvido por ela, que assume o controle por praticamente todos 
os aspectos de sua vida. Além da perda de controle, os pacientes passam por um fenômeno 
conhecido como despersonalização, nele o sujeito se torna apenas mais um doente, perde 
completamente sua identidade e subjetividade. 
Os hospitais são preparados para receber um paciente que seja submisso às regras, 
mas constantemente isso não acontece, então o hospital solicita respostas, pareceres, diagnósticos 
e modelos de conduta. A resposta a estes chamados se torna uma oportunidade de mostrar o que a 
psicanálise pode promover neste espaço, pois esta não trabalha com a noção de cura, nem tem 
como pretensão consolar o sujeito. 
A presença da psicanálise em hospitais ainda suscita muitas questões. Simonetti (2011, 
p.17) propõe pensar a psicologia hospitalar a partir dos conceitos da psicanálise. Ele sugere que a 
psicologia hospitalar encontra suas origens na psicanálise e na psicossomática2: “Ao que parece, a 
psicologia hospitalar, que nasceu da psicossomática e da psicanálise, vem atualmente ampliando 
seu campo conceitual e sua prática clínica, com isso criando uma identidade própria e diferente”. 
Então, sobre a experiência do adoecer, Freud em Sobre o narcisismo: uma introdução, 
salienta: “Nome decorrente das raízes psico, que significa mente, e soma, que significa corpo. É do 
conhecimento de todos, e eu o aceito como coisa natural, que uma pessoa atormentada por dor e 
mal estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo, na medida em que não 
dizem respeito a seu sofrimento. Uma observação mais detida nos ensina que ela também retira o 
interesse libidinal de seus objetos amorosos: enquanto sofre, deixa de amar. (…) Devemos então 
dizer: o homem enfermo retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as põe para 
fora novamente quando se recupera”. (FREUD, 1914, p. 98) 
Dessa forma, vamos percebendo que a função da psicanálise no hospital é recolocar a 
demanda de tratamento, de forma a que o sujeito possa vir a se engajar nele, fazendo assim que 
ocorra fala por parte do paciente e escuta por parte do analista. Outra indagação bastante frequente 
se refere a duração do tratamento, visto que isso é uma questão difícil de mensurar.Recorro 
novamente a Freud. Quando perguntado por um paciente quanto tempo duraria o tratamento, ele 
propôs um tratamento experimental de duas semanas, evitando fornecer uma resposta direta a esta 
pergunta, não por desejar abster-se, mas por reconhecer que precisa saber a amplitude do passo 
do caminhante antes de poder informar quanto tempo durará a viagem. Segundo Freud (1913, 
p.144), a pergunta relativa à duração provável de um tratamento é quase irrespondível, isso porque 
o inconsciente é atemporal. 
Machado e Chatelard (2013, p.139) asseguram que o trabalho do psicanalista no 
hospital visa sustentar um lugar para o endereçamento das questões do sujeito, sendo que o que se 
oferece é um lugar vazio onde pode surgir o desejo. Neste sentido entendemos que para o analista 
desenvolver seu trabalho no contexto hospitalar, necessariamente precisa formalizar sua prática. 
Indo mais além, as autoras indicam que o trabalho analítico está em ater-se as produções da fala 
do sujeito, pois, de acordo com Freud, a fala é imprescindível para fazer com que o paciente 
relance seu discurso, afinal fazer falar é uma condição da escuta e é pela escuta que a fala se 
constitui (ibidem). 
Como vimos, no hospital o analista encontra certas variáveis que não são comuns no 
consultório. Ele encara situações imprevistas, mas que ao mesmo tempo convocam seu trabalho. 
Entre essas situações, podemos citar: Por exemplo, pode acontecer de o analista estar 
atendendo um paciente e um médico chegar para examiná-lo. Dependendo da gravidade do caso, 
às vezes, é preciso que o analista interrompa o atendimento justamente num momento importante 
do processo analítico. Pode acontecer também que o analista esteja atendendo um familiar no 
momento em que o paciente falece, ali, na sua frente. Ou ainda, que o psicanalista seja abordado, 
nas escadarias do hospital, pela equipe da enfermagem para atender um familiar que está “aos 
berros” no corredor, pois o paciente acabou de sofrer uma parada cardíaca e o familiar precisou sair 
do quarto para que ele fosse atendido (MACHADO E CHATELARD, 2013, p.148). 
Tais circunstâncias apontam os desafios do psicanalista ao lidar com as 
particularidades do trabalho no hospital. No entanto, basta lembrar da lição de Freud ao afirmar que 
a psicanálise aplicada se sustenta a partir da psicanálise pura. 
A teoria psicanalítica apoia-se no inconsciente e tem a análise pessoal como condição 
para exercer a psicanálise. A formação do analista se baseia no tripé da análise pessoal, estudo 
teórico e supervisão clínica. Em A questão da análise leiga (1926), Freud declara que enquanto 
vivesse tentaria impedir que a psicanálise fosse engolida pela medicina, ressaltando que não 
recomendava formação médica para o exercício da psicanálise. Freud defende que a atividade 
psicanalítica deve seguir independente da medicina por ser uma ciência autônoma que possui 
teoria e prática próprias. 
Afinal, qual é o lugar do psicanalista no hospital? Vimos que este lugar não é alcançado 
apenas através de livros e estudos, apesar de serem essenciais para a construção do saber. Já 
vimos os riscos que um psicanalista está exposto quando se insere em um local fixado por um 
discurso que visa restaurar a saúde perdida. Ele pode levar a psicanálise a se diluir entre 
tratamentos que proponham exclusivamente a cura orgânica do paciente. 
Machado (ibidem) conclui que é a partir da trajetória de analisando a analista, através 
de idas e vindas, que o psicanalista pode alcançar os pontos importantes do trabalho no hospital. 
Machado (2011) determina que o lugar do psicanalista no hospital pode ser abordado a 
partir de duas dimensões que não se excluem e, ao mesmo tempo, se articulam. A dimensão clínica 
psicanalítica e a dimensão institucional. A primeira se refere a ética, ao discurso e as 
especificidades da psicanálise. A segunda dimensão diz respeito ao hospital com as variáveis 
institucionais, espaço físico, obstáculos, equipe e situações de urgência. Desta maneira, estamos 
lidando com duas dimensões que se articulam. Portanto, enfatizamos que o lugar ocupado pelo 
psicanalista no hospital é entre a dimensão clínica e a dimensão institucional. 
Por fim, recomenda-se que não é o bastante saber de alguns conceitos da psicanálise. 
Esta técnica não será aprendida sem que haja dedicação, afeto e tempo, além disso, não pode ser 
aprendida apenas nos livros. A prática da psicanálise nunca estará sozinha, sempre estará alinhada 
à teoria e a análise pessoal. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Em vista do que foi exposto, entende-se que o analista lida com o sintoma de forma 
peculiar, levando em consideração que o paciente possua uma certa verdade não sabida sobre si e 
reconhecendo que o sintoma é uma pista que merece ser seguida. Um dos trabalhos analíticos 
consiste em interpretar o sintoma, tal como se interpreta outras vias do inconsciente, como sonhos, 
atos falhos e chistes). 
Por desejar um paciente passivo, a instituição hospitalar despersonifica o sujeito de 
forma tão completa que ele tem suas dúvidas e questões desconsideradas pela equipe, o que o 
leva a um estado de ansiedade e desamparo. 
Em relação a demanda, identifica-se que ela pode partir do hospital, da família ou do 
paciente. No entanto, deve ser acolhida e examinada, antes de ser respondida. 
Conclui-se que o lugar do psicanalista nos hospitais se encontra entre a dimensão 
clínica e a dimensão institucional. É precisamente na articulação desses dois dispositivos que o 
discurso da psicanálise pode entrar e favorecer o sujeito no momento oportuno. 
No contexto hospitalar encontramos vastas possibilidades para o trabalho psicanalítico, 
é perfeitamente viável sustentá-lo no hospital, desde que o analista elabore uma prática flexível e 
criativa, sem se separar da psicanálise pura e identificando que o local de atendimento é onde o 
paciente está. 
Observa-se que o contexto hospitalar, por sua história, função e particularidades, torna-
se como um excelente lugar para que a psicanálise se estabeleça, ofereça sua escuta e contribua 
para o fortalecimento do sujeito. Assim, apostamos que o desafio do psicanalista no contexto 
hospitalar é trabalhar para que haja análise apostando que ela é para todos. 
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