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CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA – UNICURITIBA 
FACULDADE DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
DANNIELE VARELLA RIOS 
DEBORAH DONATO DE SOUZA 
FELIPE PENIDO PORTELA 
PÂMELLA ÀGATA TÚLIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLA INGLESA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURITIBA 
2009 
DANNIELE VARELLA RIOS 
DEBORAH DONATO DE SOUZA 
FELIPE PENIDO PORTELA 
PÂMELLA ÀGATA TÚLIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLA INGLESA 
 
Resumo apresentado na disciplina Teoria das 
Relações Internacionais II como atividade avaliativa 
no segundo bimestre do quarto período do curso de 
Bacharelado em Relações Internacionais no Centro 
Universitário Curitiba – UNICURITIBA. 
Orientador: Prof. MSc. Rafael Pons Reis 
 
 
 
CURITIBA 
2009 
ESCOLA INGLESA 
 
 Ao
analisar
o
estudo
das
relações
internacionais
como
tipicamente
anglo‐saxão1,
torna‐se
pertinente
destacar
a
Escola
Inglesa
ou
mais
precisamente
a
abordagem
teórica
da
 sociedade
 internacional,
 que
 por
 sua
 vez,
 apresenta
 relevância
 no
 atual
 cenário
mundial,
tendo
em
vista
o
processo
de
integração
de
alguns
Estados
Nacionais.
As
 discussões
 sobre
 as
 relações
 interestatais
 no
 Comitê
 Britânico
 de
 Teoria
Política
Internacional
a
partir
de
1958
propiciaram
o
surgimento
da
Escola
Inglesa
que
foi
representada
principalmente
por
Martin
Wight
e
Hedley
Bull,
este
que
embora
tenha
incorporado
em
sua
análise
a
 tese
de
Wight,
 contribuiu
para
a
 consolidação
da
Escola
Inglesa
 ao
 delinear
 exaustivamente
 os
 conceitos
 de
 sistema
 de
 Estados,
 sociedade
 de
Estados
e
ordem
internacional.
Martin
 Wight
 foi
 um
 diplomata
 e
 historiador
 que
 refletiu
 sobre
 a
 interação
dinâmica
 das
 ideias
 fundamentais
 nas
 relações
 internacionais
 no
 debate
 entre
 as
 três
maiores
 tradições
do
pensamento
ocidental:
o
Realismo
de
Maquiavel;
o
Racionalismo
de
Hugo
Grotius
e
o
Revolucionismo
de
Immanuel
Kant.

Segundo Wight2, o realismo é uma doutrina na qual a rivalidade e o conflito 
entre os Estados são inerentes às suas relações, neste sentido, o elemento da 
anarquia, da política de poder e do conflito armado são enfatizados. Em relação ao 
racionalismo, os Estados são organizações legais, que operam de acordo com o 
direito internacional e com a prática diplomática, sendo assim, as relações 
internacionais são controladas pelo governo com base na autoridade dos Estados 
soberanos reconhecida mutuamente. Finalmente, o revolucionismo kantiano 
 
1 Para Bull, esse protagonismo anglo-saxão nas relações internacionais iniciou-se imediatamente 
após a Primeira Guerra Mundial, um momento crucial para os Estados Unidos e para a Inglaterra, no 
que dizia respeito à inserção internacional de ambos. Para os Estados Unidos, o fim da guerra abria 
as portas para o exercício de um papel cuja importância foi aumentando rapidamente e que, com a 
Segunda Guerra Mundial, confirmou-se sob a forma de hegemonia sobre o mundo ocidental. Para a 
Inglaterra, a guerra teve significado diferente. A guerra trouxe à luz sinais inquietantes de declínio, 
sinalizando a necessidade de decisões que levassem à recuperação do poder corroído e, sobretudo e 
principalmente, que melhor protegessem o Império Colonial, grande fonte de riqueza, poder e 
prestígio. Isto é, o interesse comum das duas potências para com o estudo sistemático das relações 
internacionais correspondia à ascensão de uma e ao declínio de outra. Conhecer, portanto, a nova e 
complexa realidade internacional do pós- Primeira Guerra constituía importante interesse nacional 
dos dois países, na medida em que estava em jogo obtenção e perda de poder nacional. 
2 Segundo Saraiva, Wight foi, de fato, para a Escola Inglesa, o seu godfather. Superou o debate 
dicotômico da Guerra Fria entre realistas e idealistas, propôs a separação entre a teoria política 
clássica e a teoria e a história das relações internacionais, estabeleceu as premissas do caminho do 
meio mais próximo aos preceitos grocianos e inaugurou a análise em torno do sistema de estados. 
 
subestima a importância dos Estados e destaca os seres humanos, que formam 
uma “comunidade mundial” mais fundamental do que a sociedade de Estados e se 
baseiam em uma ideologia revolucionária capaz de derrubar o sistema de classes e 
criar uma sociedade libertada e sem hierarquia social. 
Vale salientar também os aspectos de responsabilidade no âmbito da política 
analisados por Wight. Segundo a responsabilidade nacional os países não têm 
obrigações internacionais que precedam seus interesses nacionais, o que ressalta o 
viés realista das relações internacionais. No que concerne à responsabilidade 
internacional e sua perspectiva racionalista, os políticos têm obrigações externas já 
que o direito internacional possui papel fundamental. Quanto à responsabilidade 
humanitária, constata-se a obrigação fundamental em respeitar os direitos humanos 
do mundo todo, tendo em vista os princípios do revolucionismo. 
Hedley Bull, por sua vez, foi um filósofo da política mundial que tentou 
elaborar uma teoria sistemática da sociedade internacional que se apresentou como 
uma via intermediária no aprendizado clássico de relações internacionais, uma vez 
que se apresenta como uma teoria intermediária por conseguir uma posição entre o 
Liberalismo e o Realismo. A
 formação
 da
 sociedade
 internacional
 tem
 início,
 como
concebe
 Bull,
 a
 partir
 do
 final
 do
 século
 XV
 organiza‐se
 como
 uma
 única
 estrutura
baseada
 em
 relações
 econômicas
 e
 estratégicas
 no
 século
 XIX
 e
 consolida‐se
 como
sociedade
internacional
global
logo
após
a
Segunda
Guerra
Mundial.
Vale
 salientar,
 todavia,
 que
 Hedley
 Bull
 faz
 uma
 distinção
 entre
 sistema
internacional
e
sociedade
internacional.
Desta
forma,
há
sistema
internacional
“quando
dois
ou
mais
estados
 têm
suficiente
contato
entre
si,
 com
suficiente
 impacto
recíproco
nas
suas
decisões,
de
tal
forma
que
se
conduzam,
pelo
de
um
todo”.
Por
outro
lado,
“uma
sociedade
internacional
existe
quando
um
grupo
de
Estados,
cientes
de
certos
valores
e
interesses
comuns,
 forma
uma
sociedade
no
sentido
de
se
conceberem
vinculados
por
um
conjunto
comum
de
regras
em
suas
relações
e
por
participarem
do
funcionamento
de
 instituições”.
Diante
disso,
a
atenção
para
com
os
aspectos
culturais
envolvidos
nas
relações
internacionais
representa
uma
marca
distintiva
da
reflexão
de
Hedley
Bull.
Nesse
 contexto,
 a
 sociedade
 internacional
 se
 revela
 como
 uma
 sociedade
anárquica,
pois
conforme
afirmam
os
realistas,
inexiste
um
governo
mundial
acima
dos
Estados
soberanos.
No
entanto,
Bull
assevera
que
esta
sociedade
anárquica
caracteriza‐se
 por
 um
 consenso
 entre
 os
 Estados
 que
 a
 compõem,
 em
 torno
 de
 alguns
 interesses

comuns
 que
 procuram
 preservar
 mediante
 o
 respeito
 a
 determinadas
 instituições
 e
normas.
 Diante
 disso,
 vale
 ressaltar
 que
 as
 sociedades
 internacionais
 podem
 ser
mantidas
 em
 um
 ambiente
 anárquico
 uma
 vez
 que
 Hedley
 Bull
 nega
 o
 estado
 de
natureza
hobbesiano
do
sistema
internacional.

Nesse sentido, para Bull, a ideia de sociedade internacional permite articular a 
ideia de ordem internacional de forma objetiva, despida, portanto, de valores. A partir 
da análise da ordem na vida social, internacional e mundial, Bull delineia a ordem 
internacional como um padrão ou disposição da atividade internacional, que sustenta 
esses objetivos da sociedade de Estados elementares, primários ou universais. 
Dessa maneira, a existência de uma ordem internacional consiste na 
preservação da sociedade internacional, na defesa da interdependência dos Estados 
membros, na manutenção da paz e ajuda na garantia das fundações normativas de 
toda a vida social, bem como a limitação da violência e a estabilidade dos bens.Cabe ressaltar, portanto, que essas metas são voltadas para todos os membros e 
não somente para os interesses próprios. 
 Além disso, torna-se oportuno enfatizar o aspecto da justiça sob a ótica de 
Bull no contexto da ordem na política mundial. Nesse sentido, destaca-se a 
concepção de justiça comutativa em que todos os Estados jogam com base nas 
mesmas regras da sociedade internacional em detrimento da justiça distributiva que 
afirma que nem todos os Estados jogam com as mesmas regras, já que alguns 
conseguem tratamento especial. Diante disso, vale salientar os três níveis de análise 
de justiça da Escola Inglesa, a justiça humana que aborda questão dos direitos 
humanos, a justiça interestatal que aspectos de soberania e a justiça mundial que 
afirma a relevância de questões ambientais. 
 No que concerne às críticas tradicionais à abordagem teórica da sociedade 
internacional ou Escola Inglesa, verifica-se que os realistas centrados na hegemonia 
de interesses, constatam que há poucas evidências de normas capazes de instituir a 
sociedade internacional, já os liberais argumentam que a Escola Inglesa ignora a 
sociedade nacional, a democracia e o progresso. Entretanto, acreditamos que no 
contexto da atual agenda de pesquisa da política mundial no que se refere à 
perspectiva pluralista das relações internacionais, a teoria da sociedade 
internacional apresenta grande relevância e um caráter peculiar ao priorizar 
questões da ordem internacional em uma via intermediária das teorias clássicas do 
realismo e idealismo. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BULL, Hedley. A Sociedade Anárquica. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de 
São Paulo, 2002. 
 
JACKSON, Robert H. Introdução às Relações Internacionais: teorias e 
abordagens / Robert Jackson, George Sørensen, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 
2007. 
 SARAIVA,
 José
 Flávio
 Sombra.
 Revisitando a Escola Inglesa Disponível em: 
<http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/358/35849107.pdf> Acesso: 17 out. 2009. 
 
SARFATI, Gilberto. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2005.

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